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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Medicina Veterinária – Campus Em Seropédica Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Ultrassonografia Método de diagnóstico que se baseia na reflexão de som (eco) emitido pelo ultrassom ao encontrar tecidos ou estruturas de um organismo. Método não invasivo e não ionizante, seguro, operador dependente. Fornece informações da arquitetura e característica dos órgãos. É uma técnica dinâmica, ou seja, durante o exame já se faz a observação dos tecidos e diagnóstico. Muito utilizado como exame na emergência clínica, por exemplo, em ambulâncias com animais politraumatizados. Exame fast. A ultrassonografia é utilizada para evitar o óbito do paciente para visualizar possível ruptura de vísceras, hemorragias e outros em pontos específicos. A ultrassonografia, diferente do Raio x, por exemplo, precisa necessariamente da presença do médico veterinário na sala para realizar o exame e dar o diagnóstico. O raio X, por outro lado, pode ser feito por um técnico e enviado para o médico veterinário que pode estar em outro local, que vai observar a imagem e dar o diagnóstico. A ultrassonografia convencional não visualiza a funcionalidade dos órgãos e sim estruturas, morfologia. Efeito Piezoelétrico: Capacidade que alguns materiais possuem quando comprimidos mecanicamente, converterem corrente elétrica em ondas. O transdutor do ultrassom tem cristais piezoelétricos em sua composição, para converter a corrente elétrica em ondas. Esses cristais requerem muito cuidado no aparelho porque, caso haja uma queda que altere a posição dos cristais, haverá um prejuízo na imagem. A ultrassonografia é também chamada de ecografia. Emissão da onda sonora, recepção do eco. Princípios Básicos do Ultrassom Som: Onda mecânica (precisa de um meio para se propagar: água, ar, tecido) audível pelo homem, e sua propagação se dá pela vibração das partículas do meio. Frequência entre 8Hz e 20KHz. Abaixo de 8Hz: Infrasom. O cão é capaz de ouvir uma escala dentro do infrassom, tem uma percepção de som maior do que a dos humanos. Acima de 20KHz: Ultrassom. A velocidade do som varia de acordo com a densidade do meio em que se propaga, assim, quanto mais denso é o meio, maior é a velocidade do som. Ultrassom Diagnóstico: Frequência de 1 a 15MHz. O transdutor escolhido tem uma frequência que varia de acordo com o exame que se deseja fazer. Quanto maior a frequência, menor a penetração da onda. Inversamente proporcionais. Quanto menor a frequência, maior a penetração da onda. A qualidade da imagem é perdida a medida que aumenta-se a frequência. Exemplo: Ultrassom do abdômen de um Poodle – Ultrassom de alta frequência. Ultrassom do abdômen de um Rottweiller – Ultrassom de baixa frequência. Velocidade – Velocidade que a onda se propaga no meio. É constante para cada material. Velocidade da onda: sólidos > líquido > ar Os tecidos moles e a água têm velocidade de onda sonora praticamente semelhante. Por isso, quando se vê fígado, baço e pâncreas, visualiza-se uma coloração semelhante. Por outro lado, quando se visualiza osso, tem-se uma grande reflexão de onda e não há formação de imagem característica. A ultrassonografia é um exame específico para visualização de tecido mole enquanto a radiografia é indicada para visualização de ossos. Impedância Acústica dos Diferentes Tecidos Resistência que cada tecido impõe à passagem de som. Dependerá da densidade do tecido. Um tecido mais denso tem uma maior impedância, onde uma maior quantidade de onda será refletida (eco). O que forma a o eco? A densidade do tecido. Verei uma imagem, branca, cinza ou preta de acordo com a densidade do tecido. Impedância Acústica (Z) = Densidade Tecidual x Velocidade do Som Interação do Som com os Tecidos A medida que percorrem o corpo do paciente as ondas sonoras interagem com os tecidos de várias maneiras ocasionando atenuação do feixe sonoro. Atenuação – Interação com o meio Reflexão – Eco acústico. Responsável pela formação da imagem. Refração – Quando a onda atinge o foco e desvia lateralmente. Dispersão – A onda é emitida e se dissipa em várias regiões. Absorção – A onda é emitida e é absorvida. Geralmente há uma liberação de calor. Os transdutores são ligados no console (tela) por meio de cabos. A corrente elétrica passa pelo cabo chegando até os cristais piezoelétricos que vibram e convertem a corrente elétrica em ondas sonoras que vai ser emitida e irá interagir com o tecido. Dependendo da impedância acústica do tecido, essa onda vai refletir, sofrer refração, reflexão ou dispersão. A onda que é refletida (eco) é captada pelo transdutor, na Probe a onda ultrassônica é convertida em corrente elétrica, passa pelo cabo e no interior do aparelho existe um amplificador de onda e um conversor que irá converter a corrente em imagem. O tempo que aquele tecido demora para interagir com a onda e dar uma resposta, e esse eco ser novamente captado pelo transdutor, é convertido em pixels e imagens. A imagem ser branca, preta ou cinza vai depender da densidade do tecido. Tecido mais densos: Branco (maior reflexão) Tecidos +/- densos: Cinza (maioria dos tecidos moles) Tecido com baixa densidade: Preto Equipamentos – Modos de Processamento dos Ecos Modo A: Unidimensional (Amplitude). Não é usado na rotina. Usado por exemplo para mensurar toucinho, carcaça de bovino. Modo B: Bi dimensional (Brightness). Usado na rotina clínica. Geralmente vem associado com o Modo M. Modo M: Ecocardiografia (Motion). Doppler Colorido, pulsado e power. Doppler Colorido – Recurso que avalia a velocidade e direção o sangue. Toma-se como referência a hemácia porque é a maior célula sanguínea e em maior quantidade. Avalia grandes vasos e vasos onde cujo o sangue passa com velocidade maior. Microvascularização e pequenos vasos normalmente não conseguem ser observados. Power Doppler – Modalidade que avalia vasos sanguíneos de fluxo lento e pequenos vasos. Avalia ramificação vascular, neovascularização. Acrescenta-se funcionalidade ao exame ultrassonográfico. Auxilia na separação de tumores malignos e benignos. Pulsado – Avalia função sistólica, diastólica, velocidade do sangue. Exame para observar a dinâmica do fluxo sanguíneo. Efeito Doppler O comprimento de onda é maior ou menor conforme sua fonte se afaste ou se aproxime do observador. Aproximação – Frequência Aumenta Distanciamento – Frequência Diminui Estudo não invasivo da hemodinâmica corporal: presença, direção e velocidade do fluxo sanguíneo. No exame de US Doppler tem-se uma fonte (transdutor) e as hemácias são os corpos refletores. O transdutor emite onda em determinada frequência e, quando interage com tecido imóvel, vai bater e parte da onda vai retornar na mesma frequência da onda emitida. Por outro lado, quando se avalia um vaso sanguíneo que não é imóvel, é móvel, mas a hemácia está indo na mesma direção que o transdutor, a onda refletida tem uma frequência de onda maior. Da mesma forma, quando avalia-se um vaso com hemácias em movimento, indo para direção contrária ao transdutor, emite-se uma onda numa frequência menor. Só há formação de imagem no Doppler se o transdutor estiver paralelo ao vaso. Padroniza-se que: O fluxo sanguíneo que vai em direção ao transdutor: Vermelho (Veia) O fluxo que se afasta do transdutor: Azul (Artéria) Mas não é necessariamente sempre assim. No fígado, por exemplo, isso muda. É importante: A incidência do feixe em relação ao vaso O Doppler permite fazer uma análise Qualitativa Presença ou Ausência de fluxo Direção e sentido do fluxo Morfologia das ondas espectrais (arterial, venosa ou turbulenta) Quantitativa Ultrassonografia Ultrassonografia bidimensional Morfologia vascular Ultrassom Doppler Hemodinâmica vascular Tipos de Transdutores Setorial – Obsoleto. Tipo de transdutor que faz imagem como se fosse em leque. Primeiro transdutor do mercado. Tinha 1 ou 2 cristais piezoelétricos. Hoje em dia os transdutores têm mais de 300. Linear – Oscristais piezoelétricos estão dispostos um ao lado do outro. Cada cristal emite uma onda e a imagem formada é retangular. Não há distorção da imagem porém a área de visualização é pequena. Convexo – Mais utilizado na rotina. Os cristais piezoelétricos são dispostos d forma convexa, um ao lado do outro, podendo então ampliar a área observável com uma pequena distorção de imagem. Frequência dos Transdutores Exemplo: Transdutor de 12MHz – 12 milhões de ciclos em um segundo. 10 MHz – Quantidade de som indo e voltando sobre o tecido 10x. 3 MHz – Quantidade de som indo e voltando sobre o tecido 3x. Transdutores de maior frequência têm muito mais qualidade de percepção de detalhe do que o de menor frequência. Quanto menor a frequência, maior a penetração mas pior a qualidade da imagem. Como selecionar? Pelo exame que deseja-se fazer. Exemplo: Exame de olho num cão – Transdutor de alta frequência. Artefatos de Técnica São informações que não transmitem a verdadeira imagem e são observados frequentemente na rotina de exames. Podem ocorrer: Preparo inadequado do paciente Uso inadequado do equipamento Uso incorreto de transdutores Ruídos eletrônicos de outros equipamentos ligados. Artefato de reverberação: Formado quando há gás tanto no estômago quando intestino ou quando usa pouco gel. Ocorre quando o tecido manda reflexões múltiplas e o aparelho não processa isso, aparecendo um feixe sonoro, uma imagem esbranquiçada. Cauda de Cometa: Muito visualizada no pulmão. Observa-se normalmente reverberação e cauda de cometa devido a presença de ar. Não observar reverberação nem cauda de cometa em pulmão = anomalia. Pulmão só observa-se superfície através da ultrassonografia devido à presença de ar. Sombra Lateral: Acontece em estruturas que tem superfícies curvas. A onda vai sendo emitida pelo transdutor e bate lateralmente a essa superfície, formando um sombreamento. Acontece muito em bexiga, rins, cistos. Sombra Acústica Superior: Excelente para diagnosticar cálculo. O calculo tem alta densidade e não deixa a onda passar, ficando uma sombra depois do calculo. Imagem de estruturas mineralizadas, fibrosas, forma uma sombra. Superfície de alta densidade altamente refletora. Reforço Posterior: Acontece quando a onda emitida pelo transdutor passa pelo tecido de determinada IA e passa por outro tecido de outra IA totalmente diferente. Essa mudança de IA (densidade) faz com que ocorra intensificação do eco, fazendo uma imagem branca. Terminologia Anecóico – Ausência de Eco: Preto. Ecóico – Densidade maior ou menor. Hiperecóico: Branco (Alta densidade). Hipoecóico: Cinza (Baixa densidade, maioria dos tecidos moles). Isoecóico: Homogêneo. Diz-se que o baço é Hipoecóico isoecóico. Ecotextura: Homogêneo x Heterogêneo Tumores malignos são heterogêneos. Técnica de Exame Preparação prévia do paciente, jejum de 8 a 12h. Contenção do paciente, raramente é necessária sedação, a maioria das vezes é necessário apenas sedação mecânica. Decúbito dorsal, tricotomia, aplica-se gel. Lado direito do examinador, região cefálica paralela ao aparelho, região caudal próxima ao braço direito do examinador. Avaliação Ultrassonográfica Protocolo Geral de Exame – Posição, contorno, bordos, tamanho, eco-textura, e outros.
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