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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
 
 
 
1960 
 
 
 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM EM MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
Carmen Lice Buchmann de Godoy 
Luiz Carlos de Pellegrini 
Ingrith Mazuhy Santarosa 
Gionani Krolikowski 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, 2010 
 2 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM EM 
 MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
CARMEN L.B.DE GODOY, M.V. Dra. 
Professora Associada do Departamento de Clínica de Grandes Animais 
Curso de Medicina Veterinária 
Universidade Federal de Santa Maria 
Santa Maria, RS 
 
LUIZ CARLOS DE PELLEGRINI, M.V. 
Professor Adjunto do Departamento de Clínica de Grandes Animais 
Curso de Medicina Veterinária 
Universidade Federal de Santa Maria 
 
INGRITH MAZUHY SANTAROSA, M.V. M.Sc. 
Mestre em Clínica Veterinária – Diagnóstico por Imagem 
 
GIOVANI KROLIKOWSKI, M.V. M.Sc. 
Mestre em Clínica Veterinária - Diagnóstico por Imagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D536 
 
 
 Diagnóstico por imagem em medicina veterinária / por 
Carmen Lice Buchmann de Godoy ... [et al.] – Santa Maria : 
Ed. da Universidade Federal de Santa Maria, 2008. Revisado 
em 2010. 
 131 p. : il. (Caderno didático) 
 
 1. Medicina veterinária 2. Radiologia 3. Ultrassonografia 
4. Grandes animais 5. Pequenos animais I. Godoy, Carmen 
Lice Buchmann de II. Pellegrini, Luiz Carlos de III. Santarosa, 
Ingrith Mazuhy IV. Krolikowski, Giovani V. Série 
 
 CDU: 619:615.849 
 
 
Ficha catalográfica elaborada por 
Luiz Marchiotti Fernandes CRB-10/1160 
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
Este caderno didático tem por objetivo proporcionar um guia para o acompanhamento das 
aulas de Diagnóstico por Imagem, ministradas aos estudantes do Curso de Medicina 
Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria. Não deve ser usado como única fonte 
de estudo, uma vez que a literatura existente é rica e ampliará os horizontes do aluno em 
busca de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
CAPÍTULO I: Introdução à Radiologia ............................................................ 6 
CAPÍTULO II: Sistema Digestório .................................................................... 12 
CAPÍTULO III: Sistema Urinário ..................................................................... 27 
CAPÍTULO IV: Sistema Reprodutor ................................................................ 33 
CAPÍTULO V: Sistema Respiratório ................................................................ 37 
CAPÍTULO VI: Coração e Grandes Vasos ....................................................... 45 
CAPÍTULO VII: Introdução à Ultrassonografia 
.............................................. 
49 
CAPÍTULO VIII: Ultrassonografia do abdome de pequenos animais ........... 52 
CAPÍTULO IX: Introdução à Radiologia Óssea e Articular 
........................... 
70 
CAPÍTULO X: Radiologia do Crânio ................................................................ 72 
CAPÍTULO XI: Radiologia da Coluna Vertebral ............................................ 78 
CAPÍTULO XII: Radiologia do Aparelho Locomotor ..................................... 87 
CAPÍTULO XIII: Introdução ao Estudo Radiográfico do Aparelho 
Locomotor de Equinos ......................................................................................... 
 
100 
CAPÍTULO XIV: Posicionamentos Radiográficos ........................................... 100 
CAPÍTULO XV: Anatomia Radiológica 
............................................................ 
106 
CAPÍTULO XVI: Alterações Radiológicas ........................................................ 113 
 
 
 
 
 
 6 
 
CAPÍTULO I 
 
INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA 
 
 HISTÓRICO 
Wilhelm Conrad Röentgen nasceu em 1845 na Alemanha. Formou-se engenheiro 
mecânico em Zurich, Suíça, onde também obteve grau de doutor em 1869. 
Em 1895, Röentgen, professor do Instituto de Física da Universidade de Würzburg, 
fazia experiências com uma ampola de Crookes (fig.1.1), quando descobriu os raios-X. 
 
 
 Figura 1.1- Ampola de Crookes. 
(Fonte: www.fisica.ufc.br/raiosx,15/09/04) 
 
A ampola de Crookes era de vidro, contendo gás no interior, composta por um 
cátodo (pólo negativo), que alimentado por corrente elétrica produzia elétrons e um ânodo 
(pólo positivo), para o qual estes eram atraídos e ao se chocarem contra o ânodo e contra as 
paredes do tubo produziam raios-X. 
Röentgen percebeu que, mesmo envolvendo a ampola em papel grosso preto 
(cartolina), esta continuava determinando luminosidade num cartão pintado com substância 
fluorescente (platino cianeto de bário), usado para verificar radiações catódicas. 
Em 28 de setembro de 1895, o pesquisador apresentou sua descoberta à Sociedade 
de Física e Ciências Médicas na Universidade de Würzburg e exibiu a primeira radiografia 
da história, a da mão de sua esposa. 
 
 IMPORTÂNCIA DOS RAIOS-X EM MEDICINA VETERINÁRIA 
- No radiodiagnóstico, pela possibilidade de avaliar estruturas do corpo do indivíduo 
sem uso de técnicas invasivas como cirurgias exploratórias. 
- Na radioterapia, no tratamento de tumores, por exemplo. 
Esta disciplina se restringirá ao radiodiagnóstico. 
 
PRODUÇÃO DOS RAIOS-X 
Como visto anteriormente, os raios-X eram produzidos em ampola de Crookes. 
Existia, porém, a impossibilidade de controlar a quantidade e a intensidade da radiação 
emitida. 
 7 
Foi, então, desenvolvida por Coolidge uma ampola (fig. 1.2), que levou o seu nome, 
a qual é acoplada a comandos que permitem imprimir corrente elétrica adequada aos fatores 
de exposição a serem empregados em cada caso. A ampola, em cujo interior é produzido 
vácuo, é de vidro com invólucro de metal, o qual apresenta uma janela de berílio por onde 
passa o feixe útil da radiação. Numa das extremidades encontra-se o cátodo (potencial 
negativo) com filamento de tungstênio em espiral que alimentado por corrente de baixa 
voltagem, medida em miliamperes (mA), é aquecido, fornecendo determinado número de 
elétrons que darão origem a proporcional quantidade de raios-X. A quantidade de raios-X é 
diretamente proporcional ao tempo, sendo esta relação denominada miliamperes/segundo 
(mAs). 
Na outra extremidade da ampola encontra-se o ânodo (potencial positivo) 
apresentando uma pequena placa de tungstênio. Através do circuito de alta voltagem, 
medida em quilovolts (kV), produz-se entre os pólos positivo e negativo da ampola uma 
diferença de potencial, fazendo com que os elétrons sejam atraídos pelo ânodo, colidindo 
contra o mesmo, produzindo raios-X e calor. 
Pelo descrito acima pode-se concluir que a miliamperagem é responsável pela 
quantidade de radiação produzida, enquanto a quilovoltagem determina a energia e, 
consequentemente, a penetração dos raios.Figura 1.2- Ampola de ânodo giratório (Fonte: Fundamentos de radiografia – 
Kodak). 
 8 
Para absorver o calor nas ampolas de ânodo fixo, evitando deterioração do foco, as 
mesmas apresentam um sistema de refrigeração, em geral, óleo. Já as ampolas de ânodo 
giratório têm o foco preservado, por ser este bombardeado pelos elétrons em pontos 
sucessivos, dissipando mais facilmente o calor (fig. 1.2). 
 
DEFINIÇÃO DE RAIOS-X 
 São ondas eletromagnéticas, semelhantes à luz, diferindo no comprimento de 
onda (λ). O comprimento de onda dos raios-X varia entre 100 e 0,01Å (angstrom). 
 Em radiodiagnóstico, os raios-X mais empregados estão entre 0,5 e 0,4Å, na 
dependência da quilovoltagem empregada. 
 40 a 60 kV.....................................λ = 0,5Å – raios moles 
 60 a 80 kV.....................................λ = 0,45Å – raios médios 
 80 a 100 kV...................................λ = 0,4Å – raios duros 
 Acima de 100 kV obtêm-se raios chamados ultraduros. 
Quanto menor o comprimento de onda dos raios-X, ou seja, quanto maior a 
quilovoltagem empregada, maior será seu poder de penetração. 
 
PROPRIEDADES DOS RAIOS-X 
 Os raios-X se propagam em linha reta e na mesma velocidade da luz, no meio. 
 Por não possuírem massa atravessam os corpos. 
 Produzem ionização por onde passam por isso impressionam filmes fotográficos (e 
radiográficos). 
 Estimulam substâncias fluorescentes como o platino cianeto de bário e o sulfato de 
zinco. 
 Podem afetar células vivas, produzindo alterações somáticas e / ou genéticas. 
 
INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA 
Ao interagir com a matéria os raios-X podem sofrer fenômenos: 
 Radiações Secundárias: parte da energia da radiação é cedida a átomos do corpo 
radiografado, os quais podem emitir radiação de comprimento de onda maior que o dos 
raios incidentes. 
 Efeito Compton: parte da energia da radiação é transferida aos átomos e os raios 
incidentes continuarão sua trajetória, com comprimento de onda maior. 
 Raios Dispersos: a radiação é apenas desviada da sua trajetória sem alterar o 
comprimento de onda. 
 Efeito foto-elétrico: os raios-X perdem toda sua energia arrancando elétrons. 
 
 RELAÇÃO ENTRE A FONTE DE RADIAÇÃO, O OBJETO RADIOGRAFADO 
E O FILME NA IMAGEM RADIOGRÁFICA 
A densidade da radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância. À 
medida que se afasta o objeto, menor é a quantidade de raios provenientes do foco que o 
atinge e, consequentemente, o filme, produzindo imagem menos nítida. A distância ideal 
entre o foco e o filme está em torno de 70cm. O objeto a ser radiografado deve estar o mais 
próximo possível do filme para que a imagem tenha o tamanho próximo do real. O 
posicionamento da estrutura a ser radiografada em relação ao filme e à fonte de radiação é 
de suma importância para evitar-se a distorção da imagem. 
 9 
DENSIDADES RADIOLÓGICAS 
A imagem radiográfica é determinada por sombras do objeto, variando do preto ao 
branco, passando por vários tons de cinza, na dependência do peso atômico, da espessura e 
da densidade da substância que compõe o objeto radiografado. 
 Quanto maior o peso atômico, maior dificuldade terão os raios para ultrapassar o 
material. 
Ex: Radiografando-se uma rolha de cortiça e um cilindro de chumbo com o mesmo 
diâmetro, a primeira será atravessada pela radiação produzindo imagem 
radiolucente (cinza escuro). Já, o segundo, absorverá a radiação, impedindo a 
chegada da mesma ao filme, proporcionando imagem radiopaca (branca). 
 A espessura também impedirá a passagem da radiação de forma diretamente 
proporcional. 
Ex: Um cão de porte grande requererá maior poder de penetração dos raios para 
imprimir imagem no filme, do que um cão de pequeno porte. 
 Maior densidade da matéria requer maior força de penetração dos raios. 
Ex: Determinado volume de água absorverá mais a radiação do que o mesmo 
volume de gelo. 
Num mesmo animal verificam-se várias densidades radiológicas, determinando a 
imagem radiográfica de seus órgãos na dependência da densidade, espessura e peso 
atômico dos mesmos. Os ossos, por exemplo, constituem-se basicamente de cálcio. 
Considerando-se que esta substância absorve os raios-X, entende-se porque aquelas 
estruturas imprimem imagem radiopaca na radiografia; o brometo de prata que compõe a 
emulsão que envolve a película radiográfica, não sendo atingida pela radiação, não se reduz 
a prata metálica ao ser mergulhada no revelador. Por outro lado, o ar que enche os pulmões, 
oferece menor resistência à passagem das radiações, determinando imagem radiolucente, 
pois a radiação impressiona os sais de prata da emulsão, fazendo com que se reduzam a 
prata metálica quando o filme é imerso no revelador. 
Entre a densidade osso (radiopaca) e a densidade ar (radiolucente), existe a 
densidade água que corresponde aos músculos, tendões e sangue (menos radiopaca que o 
osso) e a densidade gordura (menos radiopaca que a densidade água). 
 
CONTRASTES 
Quando a imagem radiográfica não é diagnóstica, pode-se recorrer ao uso de 
contrastes, que são substâncias administradas ao paciente no intuito de melhor definir ou 
delimitar estruturas. 
Contrastes positivos: são radiopacos. 
Ex: Composto à base de sulfato de bário utilizado para estudo do sistema digestório, 
à base de iohexol utilizado para mielografia, à base de amidotrizoato de sódio e 
amidotrizoato de meglumina utilizado para estudo do sistema urinário e angiografia, entre 
outros. 
Contrastes negativos: são radiolucentes. 
Usualmente utiliza-se ar, podendo-se usar óxido nitroso ou dióxido de carbono. 
Ex: Pneumocistografia. 
Quando estruturas de mesma densidade se sobrepõem produzem efeito de adição de 
imagem. Ex: Dois ossos sobrepostos determinam imagem mais radiopaca que a 
determinada por um único osso. 
 10 
Quando estruturas de densidades diferentes se sobrepõem determinam efeito de 
subtração de imagem. Ex: Porção do duodeno com gases (radiolucente) sobreposto à 
imagem do fígado (radiopaco), determina, no ponto de sobreposição, densidade menos 
radiopaca que a característica deste órgão. 
 
 
NOMENCLATURA PARA POSICIONAMENTOS 
Ao posicionar o paciente com o propósito de efetuar uma radiografia, deve-se dar 
nome a este posicionamento, levando em conta a face do corpo do animal onde incide e a 
face onde emerge a radiação. 
Assim: 
DV Dorso-ventral – o feixe de raios incide no dorso (cabeça, tórax ou abdome) e 
emerge na face ventral do animal, atingindo o filme. 
VD Ventro-dorsal – o feixe incide na face ventral e emerge dorsalmente. 
L ou LL Lateral ou Látero-lateral – o feixe incide em um lado e emerge no outro 
(não especifica o lado). 
LD Lateral direito – o feixe incide no lado esquerdo e emerge no direito. 
LE Lateral esquerdo 
Crânio-caudal e caudo-cranial – usado para membros de proximal até a extremidade 
distal de rádio e ulna/tíbia e fíbula. 
DP Dorso-palmar/plantar ou PD Palmo/planto (ou pálmaro)-dorsal – usado para 
membros a partir de carpo/tarso inclusive, para a extremidade. 
Lateral flexionada – efetuada com flexão da estrutura avaliada (membros, coluna 
cervical). 
Obliquadas – são incidências complementares. Usadas com maior freqüência em 
extremidades de eqüinos: 
DMPLO – Dorsomedial-palmarolateral obliquada/ Dorsomedial-plantarolateral 
obliquada – o feixe de raios incide no ângulo formado pelas superfícies dorsal e medial e 
emerge no ângulo formado pelas superfícies palmar e lateral/ plantar e lateral do membro. 
DLPMO – Dorsolateral-palmaromedial obliquada/ Dorsolateral-plantaromedial 
obliquada. 
PMDLO – Palmaromedial-dorsolateral obliquada/ Plantaromedial-dorsolateral 
obliquada. 
PLDMO – Palmarolateral-dorsomedial obliquada/ Plantarolateral-dorsomedialobliquada. 
Skyline – O feixe de radiação incide tangencialmente à estrutura em estudo. 
Rostro-caudal – A radiação incide cranialmente à face do paciente, emergindo na 
superfície caudal do crânio. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE RADIOGRAFIAS 
A identificação do paciente (nº da ficha e / ou nome), data do exame, membro E ou 
D (quando necessário), são impressos no filme, com tipos de chumbo afixados no chassi no 
momento da radiografia ou com identificador eletrônico na câmara escura, após a 
radiografia. Quando a incidência for frontal, ou seja, DV, VD, DP, PD a marca deve ser 
colocada no lado direito do paciente. No momento da interpretação radiológica, o filme 
deve ser colocado no negatoscópio com a identificação para o lado esquerdo do 
radiologista. 
 11 
 Em incidências laterais, a marca deve ficar em local que não atrapalhe a imagem. 
Ao negatoscópio, coloca-se a região cranial do corpo do animal para a esquerda do 
radiologista. 
Quando radiografados os dois membros, a marca deve ser colocada no direito. Nada 
impede que se coloque as letras D e E respectivamente. 
 
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 
Considerando-se que a radiação é nociva à saúde, procura-se proteger ao máximo as 
pessoas envolvidas no exame. 
 Radiologistas, técnicos e auxiliares devem, sempre, usar avental, luvas, óculos e protetor 
de tireóide plumbíferos e dosímetro para medir a radiação recebida durante determinado 
período de tempo (normalmente mensal). Quando possível, proteger-se atrás de biombo 
de chumbo ou paredes espessas e fazer controle hematológico periodicamente (6 em 6 
meses). 
 Solicita-se ao cliente (proprietário) que auxilie na contenção do paciente. 
 Colima-se o feixe de radiação através de cones ou diafragmas, dirigindo-o, sempre que 
possível, para o chão, utilizando-se a maior quilovoltagem e a menor miliamperagem. 
 
REQUISIÇÃO 
Na solicitação do exame radiológico é importante que conste: 
 A identificação do paciente: Nome, idade,... 
 Descrição sucinta da história clínica. 
 Especificação das estruturas a serem radiografadas. 
 
CUIDADOS ANTES E DURANTE O EXAME PARA ADEQUADO ESTUDO 
RADIOGRÁFICO 
 Para exame de abdome fazer a limpeza do trato digestório, sempre que as condições do 
paciente o permitirem. 
 Verificar se pele e pelos estão limpos e livres de pomadas. 
 Os cascos dos equinos devem ser escovados e, se possível, livres de ferraduras para 
exame de 3ª falange. Preencher os sulcos do casco (pode ser com massa de modelar). 
 Efetuar, sempre, radiografias perpendiculares entre si, já que a radiografia não 
proporciona imagem tridimensional (não dá noção de profundidade) (fig. 1.3). 
 Quando solicitado exame contrastado, efetuar exame simples antes. 
 
INTERPRETAÇÃO RADIOLÓGICA 
Observa-se, inicialmente, a radiografia toda, avaliando-se o padrão radiográfico e o 
posicionamento. Detém-se, então, à região central do filme, onde deve estar a estrutura a 
ser estudada, indicada, em geral, pelo clínico. 
 
 12 
 
Figura 1.3 – Radiografias em projeção lateral e crânio-caudal de rádio e ulna de 
um cão. A primeira sugere que o projétil se encontre entre os 
dois ossos. A outra demonstra que está sob a pele, na face lateral 
do membro. 
 
Atenta-se para: 
 Mudança de posição de um órgão ou parte dele. Ex: alças intestinais desviadas para um 
lado, por tumor na cavidade abdominal. 
 Variação no tamanho. Ex: aumento de volume cardíaco. 
 Variação no contorno ou forma. Ex: bexiga com divertículo. 
 Alteração na densidade. Ex: rarefação óssea. 
 Alteração na função. Ex: Rim afuncional (evidenciado na urografia excretora). 
 Mudança na arquitetura. Ex: neoplasias ósseas. 
 
LAUDO RADIOLÓGICO 
Na elaboração do laudo se descreve as alterações observadas, emite-se o 
diagnóstico, se possível, ou declara-se não haver alteração detectável ao exame radiológico, 
nas estruturas avaliadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
CAPÍTULO II 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
CAVIDADE ORAL 
Esta estrutura, primeira do sistema digestório, em geral, é avaliada através de exame 
direto, dispensando raios-X. Recomenda-se que o clínico abra a boca do paciente, fazendo a 
inspeção, em busca de lesões na língua, gengiva, palato, corpos estranhos entre os dentes, 
cáries ou dentes quebrados ou frouxos. As estruturas ósseas que limitam a cavidade oral, 
dentes e periodonto, fazem parte do capítulo de sistema ósseo. 
FARINGE 
Nesta região, deve-se analisar a anatomia da mesma (fig. 2.1), palato mole, epiglote 
e hióides, levando em conta alteração de volume, continuidade ou densidade. É importante 
o conhecimento das estruturas normais, facilitando a identificação de alterações, quando 
presentes. Corpos estranhos, linfonodo aumentado e neoplasias são alterações passíveis de 
serem detectadas ao exame radiográfico. 
 
 
 Figura 2.1 – Faringe de um cão evidenciando palato mole (seta fina 
preta), epiglote (seta grossa preta) e hióides (setas 
brancas). Seta descontínua aponta as cartilagens da 
laringe. 
 
ESÔFAGO 
Esta estrutura estende-se da altura da 2ª vértebra cervical à 10ª torácica. Começa 
dorsal à traquéia, passando para o lado esquerdo da mesma na porção cervical caudal, até a 
entrada do tórax, onde volta a ser dorsal, chegando ao abdome, onde se une ao cárdia. 
O esôfago não é distinguido ao exame radiográfico simples, pois encontra-se, 
normalmente, colapsado, não apresentando ar ou conteúdo em sua luz, determinando a 
mesma densidade dos tecidos moles da região do pescoço e do mediastino. Discreta porção 
de ar (radiolucente) poderá, eventualmente, ser observada na porção inicial do esôfago. 
Imagem que não deve se repetir em radiografias sucessivas. 
 
 14 
ESOFAGOGRAMA 
É o exame contrastado do esôfago para o qual se usa contraste positivo, em geral, 
sulfato de bário. Recomenda-se composto orgânico em caso de suspeita de solução de 
continuidade de parede do órgão. 
As radiografias são efetuadas em posicionamento lateral, mais esclarecedor e dorso-
ventral ou ventro-dorsal, sendo estes últimos de pouca ajuda pela sobreposição das 
vértebras. 
 
TÉCNICA RADIOGRÁFICA 
Com auxílio de seringa administra-se, via oral, 5 a 10ml de sulfato de bário. 
Imediatamente, coloca-se o paciente em decúbito lateral sobre o filme e efetua-se a 
radiografia. Nota: Sempre realizar o exame simples antes do contrastado, para avaliar o 
padrão da radiografia e descartar a presença de alteração detectável sem contraste. 
 
IMAGEM 
Na ausência de alterações, o contraste passará imediatamente para o estômago, 
deixando resíduos entre as pregas do esôfago, determinando imagem de linhas longitudinais 
que se estendem até a entrada do abdome ou próximo a este ponto. A não detecção da 
coluna de contraste, ou a visualização da mesma até o terço médio do tórax, sem dilatação 
do esôfago, não caracteriza alteração. Isto se deve à passagem livre e rápida do contraste 
para o estômago (fig. 2.2 A). 
No gato, no terço caudal do esôfago, existem pregas transversais além das 
longitudinais, determinando uma imagem semelhante a espinha de peixe, quando 
preenchidas por contraste (fig. 2.2 B). 
 
 
 
Figura 2.2 – Esofagograma. Imagem normal de esôfago de cão (A), de gato (B). 
 
ALTERAÇÕES 
As alterações de esôfago classificam-se em intraluminais (ex: corpo estranho, fig. 
2.3), intramurais (ex: nódulos de Spirocerca lupi, fig. 2. 6) ou periesofágicas (ex: neoplasia 
adjacente ao esôfago, fig. 2.5). 
Sinais clínicos: dificuldade de deglutição, regurgitação e, eventualmente, tosse. 
 
 
 15 
OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA POR CORPO ESTRANHO 
Os corpos estranhos podem ser radiopacos (Fig. 2.3),ou radiolucentes (Fig. 2.4). Os 
primeiros são visualizados ao exame radiográfico simples, já os últimos necessitam de 
esofagograma para sua identificação, quando haverá interrupção parcial ou total da coluna 
de contraste na trajetória do esôfago, dilatando a luz do mesmo cranialmente ao corpo 
estranho. 
Os pontos onde mais frequentemente se instalam os corpos estranhos são: porção 
terminal de esôfago cervical (pela resistência à distensão na entrada do tórax), anterior à 
base do coração (pelas estruturas da região) e na porção terminal do esôfago (pela limitação 
proporcionada pelos pilares do diafragma). 
 
 Figura 2.3 – Imagens radiográficas de corpos estranhos radiopacos em esôfago de cão. 
 
 
 Figura 2.4 – Imagens de corpo estranho radiolucente (setas) em esôfago de um cão. Exame simples (A) e 
esofagograma (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
COMPRESSÃO ESOFÁGICA 
Pode ocorrer por aumento de volume de linfonodos mediastinais, hipertrofia ou 
neoplasia de timo, ou massas adjacentes ao esôfago (fig. 2.5). 
 
Figura 2.5 – Massa comprimindo o esôfago cervical (setas pretas). Exame simples (A) e esofagograma (B). 
Contraste impedido de progredir livremente (seta branca). 
 
RUPTURA DE ESÔFAGO 
Quando ao exame radiográfico simples for evidenciado ar nos tecidos adjacentes ao 
esôfago, deve-se suspeitar de ruptura ou perfuração do mesmo. Utiliza-se, então, composto 
orgânico para confirmar o diagnóstico, o que será demonstrado por extravasamento do 
contraste para fora da luz esofágica. 
 
DIVERTÍCULO ESOFÁGICO 
Não produz sinal clínico, a menos que seja muito grande. Pode ser congênito ou 
adquirido. Aparece, ao esofagograma, como uma saculação na parede do órgão. 
 
ESOFAGITE 
Diagnóstico pouco comum pelo estudo radiográfico. Pode levar a espessamento da 
parede em casos crônicos ou demonstrar irregularidade nas pregas do esôfago. 
 
ESTENOSE ESOFÁGICA 
Redução da luz por espessamento da parede, consequente a fibrose após lesão, 
tumor ou nódulos de Spirocerca lupi (fig. 2.6). 
 
 
 17 
 Figura 2.6 – Nódulo de Spirocerca lupi em esôfago de cão 
(setas), produzindo estenose (não identificada 
nesta imagem). 
 
NEOPLASIAS 
Não são comuns em cães, sendo diagnosticadas, embora raramente, em gatos. A 
imagem radiográfica demonstra irregularidade da parede do esôfago, evidenciada ao 
esofagograma. 
 
HÉRNIA DE HIATO 
Esta alteração ocorre quando uma porção do estômago passa pelo hiato esofágico e 
penetra no tórax. A hérnia pode ser axial ou paraesofágica. A primeira ocorre quando parte 
do estômago escorrega intermitentemente para o tórax através do hiato. A segunda, quando 
parte do estômago penetra no tórax pelo hiato, lateralmente ao esôfago. 
 
INVAGINAÇÃO GASTRO-ESOFÁGICA 
O estômago invagina para o interior do esôfago e, eventualmente, leva junto porção 
do duodeno, baço e pâncreas, produzindo uma dilatação esofágica, que apresentará 
densidade alterada na porção terminal. Ao esofagograma é possível visualizar o padrão 
pregueado da mucosa do estômago na luz do esôfago. Observa-se, também, a ausência de 
qualquer imagem correspondente ao estômago na cavidade abdominal (fig. 2.7). 
 
 
Figura 2.7 – Esofagograma demonstrando intussuscepção gastro-esofágica em cão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
DILATAÇÃO PARCIAL DE ESÔFAGO 
Devido à constrição ou obstrução do esôfago, em determinado ponto, ocorrerá 
dilatação do órgão cranialmente a este ponto. Uma das causas mais comuns é o arco aórtico 
direito persistente (fig. 2.8). 
 
 Figura 2.8 – Esofagograma demonstrando dilatação parcial 
de esôfago (setas). 
 
MEGAESÔFAGO 
Observa-se aumento da luz do esôfago em toda a sua extensão, até a entrada do 
abdome. Às vezes dispensa o exame contrastado (fig. 2.9 A). Para preenchimento do órgão 
dilatado, é necessária uma quantidade de contraste bem maior que a recomendada para o 
esofagograma (fig. 2.9 B). Megaesôfago pode ser causado por acalasia ou tumor de cárdia, 
por exemplo. 
 
 
Figura 2.9 – Megaesôfago em cão. A- Exame simples demonstrando as paredes do esôfago (setas) e 
ar no interior. B- Esofagograma demonstrando quantidade insuficiente de contraste 
devido à grande distensão. 
 
ABDOME 
Ao avaliar-se o abdome como um todo, deve-se considerar tamanho, densidade e 
localização de cada órgão, bem como o conteúdo e o grau de repleção das vísceras ocas. 
Para detectar-se alteração, é indispensável ter conhecimento da imagem normal do 
organismo animal (fig. 2.10 e 2.11). 
 
 
 
 19 
ESTÔMAGO 
Este órgão localiza-se na porção cranial do abdome, aparecendo parcialmente 
sobreposto ao fígado nas radiografias. Ao exame simples, pode ser facilmente identificado 
por conter, usualmente, gás no seu lúmen. Em posição VD, no cão, cárdia e região fúndica 
do estômago estão localizados à esquerda da linha média, ficando a região pilórica à direita. 
No gato, o estômago está localizado em sua totalidade no lado esquerdo, tendo o piloro na 
linha média. Na projeção lateral, dependendo do decúbito, a coleção de gás que tende a 
subir, se localizará na região fúndica (decúbito direito) ou na pilórica (decúbito esquerdo). 
 
 
Figura 2.10 – Abdome normal de cão. Incidência lateral (A) e ventro-dorsal (B). Fígado (seta 
longa preta), alça do intestino delgado (seta pequena branca), estômago (seta 
grossa branca) e cólon descendente com gases e fezes (seta grossa preta). 
 
Figura 2.11 – Abdome normal de felino. Cólon descendente (seta fina preta), fígado (seta 
branca), rins sobrepostos na incidência lateral e rim esquerdo na ventro-
dorsal (seta grossa preta). 
 
GASTROGRAFIA OU GASTROGRAMA 
 20 
É o exame contrastado do estômago, sendo o sulfato de bário o meio de contraste 
indicado rotineiramente. Diante de suspeita de perfuração de parede, este deve ser 
substituído por composto orgânico. 
 
 
 
TÉCNICA: 
Visando avaliação do estômago, indica-se jejum de 8 horas previamente ao exame, 
se as condições do paciente o permitir. Presença de conteúdo no estômago após jejum, 
sugere obstrução ou espasmo de piloro. 
Com auxílio de seringa, via oral, ou através de sonda diretamente no estômago, 
administra-se o meio de contraste na dose de 5 a 12ml.kg
-1
 de peso do animal. 
Imediatamente, efetua-se a primeira radiografia, para avaliar a passagem do contraste para 
o duodeno (fig. 2.12), repetindo-se aos 5, 15, 20 e 60 minutos após, avaliando-se as 
imagens obtidas, até chegar ao diagnóstico. Indica-se incidências VD, lateral esquerda, 
lateral direita e, se necessário, DV e obliquadas. 
Nota: É importante que o paciente seja mantido em local tranquilo, 
preferencialmente, junto ao proprietário, para que o estresse não interfira na progressão do 
contraste. 
 
ALTERAÇÕES 
São sinais de desordem gástrica: dor abdominal, vômito, anorexia, podendo chegar 
a temperatura elevada, perda de peso, desidratação e fadiga. 
 
CORPO ESTRANHO 
Pode ser radiopaco, que será visualizado ao exame simples, ou radiolucente, 
evidenciado por pequena quantidade de contraste administrada que o envolverá. Plástico e 
vidro são exemplos de corpos estranhos radiolucentes. 
 
 
Figura 2.12 – Imagem do estômago de cão ao exame contrastado. 
 
TORÇÃO GÁSTRICA 
O estômago apresenta-se distendido por gases e / ou conteúdo alimentar e líquidos, 
com o piloro deslocado de sua posição normal. Este quadro caracteriza emergência, não 
sendo indicado o uso de contraste. 
 
 
 21 
DILATAÇÃO GÁSTRICA 
O estômago apresenta-se distendido, permanecendo o piloro em sua posição normal 
(fig. 2.13). 
 
 Figura 2.13 – Dilatação gástricapor obstrução de piloro 
em um cão. 
 
TUMORES E ÚLCERAS 
Os tumores gástricos são raros em pequenos animais, já as úlceras ocorrem, 
especialmente, causadas pelo uso indiscriminado de antiinflamatórios. O diagnóstico 
radiológico destas últimas é feito pela constatação de contraste preenchendo-as. Não é de 
fácil visualização devido às pregas gástricas que podem levar a erros. O mais indicado, para 
o diagnóstico definitivo, é a endoscopia. 
 
INTESTINO DELGADO 
 
EXAME SIMPLES 
As alças intestinais serão mais facilmente distinguidas ao exame radiológico quando 
apresentarem gás em sua luz ou conteúdo de densidade diferente dos tecidos adjacentes. 
Gordura na cavidade peritonial, por ter densidade radiológica diferente das vísceras, 
proporciona distinção entre as mesmas. Animais muito magros ou jovens, têm imagem do 
abdome bastante homogênea pela ausência de gordura. Ainda, na presença de líquido livre 
na cavidade, como em caso de ascite, peritonite, hemoperitônio, ou qualquer efusão 
peritonial, haverá uma opacificação homogênea da imagem, dificultando ou impedindo 
totalmente a distinção de qualquer estrutura. 
 
TRÂNSITO INTESTINAL 
É o exame contrastado das alças intestinais. Deve ser precedido, sempre, por exame 
simples. 
 
TÉCNICA 
Após preparo com jejum de 24 horas (água sem restrição), efeito de laxante suave e 
enema efetuado 6 horas antes do exame, administra-se via oral ou por sonda gástrica, o 
sulfato de bário na dose de 8 a 12ml.kg
-1
 de peso do animal. Dependendo do quadro clínico, 
como em casos de anorexia, em que o paciente já vem há dias sem se alimentar, o preparo 
será dispensado. 
 22 
Da mesma forma vista na gastrografia, ao fim da administração do contraste, efetua-
se a primeira radiografia, para observar a passagem do mesmo do estômago para o 
duodeno. Repete-se a avaliação 15 minutos após e uma hora, novamente, quando em 
condições normais, todo o intestino delgado estará delineado pelo contraste. O trânsito 
poderá estar acelerado em caso de enterite, ou retardado pelo estresse do animal devido à 
manipulação. Três horas após a administração do contraste, pode-se verificar a passagem 
do mesmo ao cólon e avaliar o esvaziamento do estômago. 
Num paciente adequadamente preparado para o exame, o intestino apresentará 
diâmetro uniforme, superfície mucosa relativamente lisa e parede fina, quando em 
condições normais de saúde (fig. 2.14
 
A e B). 
 
 
Figura 2.14 - Trânsito intestinal normal em cão. A - Intestino delgado em projeção ventro-dorsal 
e B - Projeção lateral. Estômago apresenta resíduo do contraste. 
 
 
ALTERAÇÕES 
Os sinais clínicos incluem vômito, diarréia, anorexia, perda de peso, desidratação, 
dor abdominal e /ou melena. 
 
OBSTRUÇÃO 
A obstrução pode ser completa ou parcial. No primeiro caso, a imagem radiográfica 
demonstrará dilatação por gases ou conteúdo alimentar das alças intestinais, anteriores ao 
ponto de obstrução (fig. 2.15). No segundo, não haverá retenção significativa de gases, 
podendo necessitar contraste para o diagnóstico. Quando a causa for corpo estranho linear, 
o contraste proporcionará imagem de franzimento do segmento da alça que o contém (fig. 
2.16). 
 
ENTERITE 
Radiologicamente diagnosticada pela velocidade aumentada do trânsito intestinal (o 
contraste passa muito rapidamente) e/ou por significativa quantidade de gases na luz 
A B 
 23 
intestinal, demonstrada por radiolucência. Irregularidade na superfície da mucosa ou 
estreitamento do lúmen só será observado em casos crônicos. 
 
DIVERTÍCULO 
Pode ser adquirido ou congênito, sendo mais comum o consequente a corpo 
estranho. Apresenta-se como uma saculação na parede da alça intestinal. 
 
INTUSSUSCEPÇÃO 
Poderá produzir obstrução completa ou incompleta. A invaginação de uma porção 
da alça em outra determina, eventualmente, uma imagem de uma estrutura tubular com 
densidade água, comparada por alguns autores a uma salsicha. Evita-se a administração de 
contraste, dando-se preferência ao exame ecográfico em lugar do contrastado. Quando 
causar obstrução completa a imagem será semelhante à vista na figura 2.15. 
 
 
 Figura 2.15 – Radiografia simples: obstrução intestinal em projeção lateral e ventro-dorsal. 
 
 
 Figura 2.16 – Trânsito intestinal em projeção ventro-dorsal e lateral, evidenciando 
corpo estranho linear no intestino delgado de um felino. 
 
 24 
 
HÉRNIAS 
As alças intestinais, com seu conteúdo gasoso ou com contraste, ou outros órgãos, 
como fígado, útero, estômago, serão visualizados fora da cavidade abdominal. Ex: Hérnia 
diafragmática (vísceras insinuadas no tórax) (fig. 2.17 A), hérnia inguinal (na região 
inguinal) (fig. 2.17 B). 
 
 
 Figura 2.17 – Hérnia diafragmática. A - Perda da linha do diafragma, presença de alças intestinais com 
gases e estruturas radiopacas insinuadas no tórax. B - Hérnia inguinal em uma cadela 
prenhe. Corno uterino com fetos compõe o conteúdo herniário. 
 
 
INTESTINO GROSSO 
 
O intestino grosso inclui ceco, cólon e reto. Este segmento do intestino é facilmente 
identificável ao exame radiológico por sua localização, tamanho e conteúdo. O ceco no cão, 
com forma de “C”, cheio de gás, é identificado no lado direito do abdome em projeção 
VD. Nesta projeção, observa-se o cólon ascendente no lado direito do abdome, cólon 
transverso, da direita para esquerda e descendente no lado esquerdo, descendo até o reto. 
Este último é a estrutura intrapélvica, localizada entre a superfície ventral do sacro e o 
assoalho da pelve em projeção lateral. 
 
COLONOGRAFIA OU ENEMA BARITADO 
É o exame contrastado do intestino grosso. 
 
TÉCNICA 
As incidências e o preparo são os mesmos do trânsito intestinal. É aconselhável a 
sedação para evitar o desconforto do paciente. Seringa com bico ou sonda é utilizada para 
administrar o contraste no reto. A dose indicada é de 5 a 12ml.kg
-1
 de peso. Imediatamente 
efetuam-se as radiografias. 
Para exame de duplo contraste, proporciona-se a eliminação do contraste positivo e 
administra-se ar na mesma dose do primeiro. As paredes do cólon delineadas pelo contraste 
positivo são avaliadas para alterações na mucosa e lesões intramurais. 
 
ALTERAÇÕES 
A B 
 25 
São as mesmas que acometem o intestino delgado, mais megacólon e fecaloma (fig. 
2.18 A), hérnia perineal (fig. 2.18 B), atresia anal (fig. 2.19) e intussuscepção íleo-cólica 
(fig. 2.20). 
 
 
 Figura 2.18 – A- Megacólon com conteúdo fecal, em projeção lateral. B-Hérnia 
perineal. 
 
 
 Figura 2.19 – Atresia anal em felino de 4 dias de vida. Alças intestinais 
distendidas por gases. 
 
 
A B 
 26 
Figura 2.20 – Intussuscepção íleocólica em cão. Alças do intestino delgado 
apresentam-se distendidas por gases, na projeção lateral. Contraste 
usado na colonografia progrediu até o ponto da invaginação, na 
junção íleocólica. 
 
MASSAS TUMORAIS 
Pode ocorrer o desenvolvimento de massas no abdome, as quais se originam em 
qualquer órgão ou mesmo no mesentério, o que é difícil de especificar ao exame 
radiográfico. É importante, diante de massas que ocupam grande parte do abdome (fig. 
2.21), não se fazer confusão com efusão pleural, observando o limite que aquelas 
demonstram, diferentemente das efusões que se distribuem por toda a cavidade. Incidência 
VD auxilia a localização das massas, bem como incidência lateral em estação, permite a 
observação do líquido colecionado ventralmente nesta posição. 
 
 
Figura 2.21 – Massa no abdome (tumor no baço) e tórax do mesmo paciente com metástases 
pulmonares. 
 
PNEUMOPERITÔNIO 
Pode ocorrer como consequência deperfuração em alças intestinais (fig. 2.22). 
Radiolucência distribuída em toda a cavidade será observada. 
 
 
 Figura 2.22 – Pneumoperitônio causado por perfuração de alça intestinal em felino. 
Imagens cedidas pelas colegas Médicas Veterinárias Cristiane Elise 
Teichmann e Anelise Réquia. 
 27 
 
PNEUMOPERITONIOGRAFIA 
É o exame radiográfico no qual se injeta ar ou óxido nitroso na cavidade abdominal, 
com a finalidade de melhor avaliar a superfície serosa das vísceras. Exame pouco usado 
atualmente, graças à ultrassonografia que proporciona imagem sem invasividade. 
 
ÓRGÃOS ANEXOS 
 
PÂNCREAS 
Este órgão não é distinguido ao exame radiológico. Quando aumentado de tamanho, 
em geral por pancreatite ou tumor, poderá aparecer como uma massa deslocando as 
vísceras adjacentes. A ultrassonografia aqui, bem como no baço, proporcionará 
esclarecimento. 
 
FÍGADO 
Em projeção VD o fígado se apresenta na radiografia como uma estrutura de 
densidade água, homogênea, na região mais cranial do abdome, com forma convexa 
limitada pelo diafragma e, irregularmente côncava em sua borda caudal, em contato com o 
estômago, duodeno mais à direita e rim direito. Em projeção lateral, este órgão apresenta 
forma triangular, limitado pelo diafragma e parede abdominal ventral, tendo sua borda 
caudal formando um ângulo bem definido, ultrapassando ligeiramente o último arco costal 
(fig. 2.10 e 2.11). 
O fígado poderá apresentar-se aumentado de tamanho (fig. 2.23), ultrapassando 
significativamente o limite normal, perdendo o aspecto afilado de suas bordas, as quais 
aparecem arredondadas. Exemplos de causas de hepatomegalia são neoplasias hepáticas, 
carcinoma de ducto biliar, cirrose em sua fase aguda,, intoxicação e congestão por 
insuficiência cardíaca direita. Deslocamento caudal das estruturas adjacentes auxiliam no 
diagnóstico. Já, o fígado diminuído de tamanho, é característico de cirrose hepática. Com o 
exame ultrassonográfico será possível avaliar-se o parênquima e os limites hepáticos, 
fazendo diagnóstico o diferencial. 
 
 
 Figura 2.23 – Imagem radiográfica de 
hepatomegalia em cão. 
 
 
 
 
 28 
BAÇO 
Apresenta-se na radiografia como estrutura triangular, com a mesma densidade do 
fígado, situado no lado esquerdo do abdome, caudal ao estômago em projeção VD e 
ventralmente em projeção lateral (fig. 2.24), sendo o decúbito lateral direito preferencial, 
pela posição tomada pelo órgão, determinando boa imagem. Poderá estar aumentado de 
tamanho quando o paciente estiver sob efeito de anestésico, período pós-vacinal ou em 
casos patológicos como linfossarcoma (fig. 2.21). 
 
 
Figura 2.24 – Radiografia de abdome normal de cão, com evidência do baço (seta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
CAPÍTULO III 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 
Este sistema compreende rins, ureteres, bexiga e uretra. Ao exame radiológico 
simples apenas rins e bexiga são visualizados, sendo que os primeiros são melhor 
distinguidos das demais estruturas da cavidade abdominal, quando há gordura no 
retroperitônio. A bexiga depende de seu conteúdo para ser identificada. 
Para adequada avaliação do sistema urinário é necessário o preparo do animal, que 
consiste na limpeza do trato digestório, sempre que as condições do paciente o permitir. 
Os rins são móveis, usualmente identificáveis na porção dorsal do abdome, em 
projeção lateral, apresentando-se parcialmente sobrepostos (fig. 3.1). No posicionamento 
VD observa-se que o rim direito se localiza mais cranialmente que o esquerdo. No cão, os 
rins têm, em média, 2,5 a 3,5 vezes o comprimento da 2ª vértebra lombar. No gato, 2 a 3 
vezes o tamanho da 4ª vértebra lombar. 
Os ureteres se estendem da pelve renal ao trígono da bexiga, na região dorso caudal 
desta, necessitando de meio de contraste para serem identificados radiologicamente. 
A bexiga é visualizada sobre o assoalho da cavidade abdominal caudal. À medida 
que se torna cheia, mais cranialmente se estende (fig.3.1). 
A uretra não é visualizada radiologicamente em condições normais, mas no canino 
macho o osso peniano indica a posição terminal desta estrutura. 
 
EXAMES CONTRASTADOS 
 
UROGRAFIA EXCRETORA 
É a técnica utilizada para melhor avaliação radiológica das estruturas do sistema 
urinário. É indicado preparo do paciente com dieta hídrica por 24 horas, laxante suave e, se 
necessário, enema morno 6 horas antes do exame, para limpeza completa do trato 
digestório. Para maior conforto do animal, o mesmo poderá ser sedado, o que não é 
imprescindível. 
Após avaliação do preparo e fatores de exposição através do exame simples, inicia-
se o procedimento da urografia excretora: via endovenosa, administra-se composto 
orgânico específico para vias urinárias, em geral à base de diatrizoato sódico e diatrizoato 
de meglumina, na dose de 3ml.kg
-1
. Ao término da administração do contraste efetua-se a 
primeira radiografia, nas incidências lateral e VD, seguindo-se de outras aos 2, 5 e 10 
minutos. Neste exame observa-se primeiramente os rins opacificados, a seguir os ureteres 
que aparecem como duas linhas radiopacas estendendo-se da pelve renal até o trígono da 
bexiga, onde se inserem e, finalmente, esta última preenchida por contraste diluído na urina 
(fig. 3.2). 
 
 30 
 
Figura 3.1 – Radiografia simples do abdome de um felino: rim direito mais cranial e esquerdo caudalmente, 
parcialmente sobrepostos (setas pequenas) e bexiga (seta grande). 
 
 
 Figura 3.2 – Urografia excretora em uma cadela, projeção lateral e VD evidenciando rins, ureteres e 
bexiga, esta última com defeito de preenchimento causado por neoplasia. 
 
PNEUMOCISTOGRAFIA 
Ar ou óxido nitroso na dose de 6 a 12ml.kg
–1
 é injetado para o interior da bexiga via 
cateter adaptado a uma seringa, até que o órgão esteja moderadamente distendido. Pode-se 
recorrer a sedação em caso de manifestação de dor, visando conforto do paciente. É 
importante a remoção de toda a urina presente na bexiga antes da administração do 
contraste negativo (fig. 3.3). 
 
 31 
 
 Figura 3.3 – Pneumocistografia evidenciando urólitos 
radiolucentes e sonda. A imagem foi 
delineada por linha pontilhada por ser 
de difícil visibilização. 
 
CISTOGRAFIA 
Contraste orgânico é diluído a 5% em solução fisiológica e introduzido na bexiga 
por meio de uma sonda uretral até que o órgão esteja moderadamente distendido, o que 
requer em torno de 6 a 12ml.kg 
–1
 (fig. 3.4 A e B). 
 
 Figura 3.4 – Cistografia, em projeção L e VD demonstrando massa tumoral no interior da 
bexiga de uma cadela. Diagnóstico comprovado em cirurgia. 
 
CISTOGRAFIA COM DUPLO CONTRASTE 
O contraste positivo é introduzido na bexiga em quantidade suficiente para envolver 
a mucosa vesical. O excesso é removido, administrando-se, então, ar ou óxido nitroso até 
obter moderada distensão do órgão. Este exame proporciona boa avaliação da mucosa. 
 
ALTERAÇÕES 
 
A B 
 32 
RINS 
 
DEFEITOS CONGÊNITOS 
Entre os defeitos congênitos, cita-se a aplasia, a ectopia e a hipoplasia renal, 
podendo ser este último afuncional. Neste caso, o outro rim pode ser hipertrofiado para 
compensar. Estas alterações são melhor demonstradas pela urografia excretora. 
 
HIDRONEFROSE 
Usualmente, esta alteração ocorre por obstrução de ureter (fig. 3.5), que pode ser 
consequente a massas abdominais, cálculos ou ligadura acidental em cirurgia. Ao exame 
radiológico o rim aparecerá como uma grande massa radiopaca de contornos lisos. 
 
CÁLCULO RENAL 
Também chamado de urólito, é visto comodensidade radiopaca no interior da pelve 
renal, algumas vezes preenchendo a mesma. Se os cálculos forem radiolucentes, haverá 
necessidade de exame contrastado (urografia excretora) ou ultrassonográfico para 
confirmação. 
Nota: cálculos radiopacos são compostos de fosfato triplo ou oxalato de cálcio, 
enquanto os radiolucentes são formados por urato de amônia ou de cistina. 
 
 
RUPTURA RENAL 
Diagnóstico feito pela urografia excretora, onde haverá extravasamento do 
contraste. 
 
NEOPLASIA 
Poderá ser observado aumento de tamanho do rim ou irregularidade no contorno. 
 
CISTO RENAL 
Usualmente causa distorção no contorno do rim. Por conter líquido no interior, o 
cisto não se destaca do parênquima. Ultrassom é o meio ideal para este diagnóstico. 
 
NEFRITE 
Diagnosticada por outros meios que não o radiológico. Rim pequeno e nodular 
poderá sugerir nefrite crônica ou rim terminal. 
 
INFARTO RENAL 
Áreas de infarto poderão ser demonstradas como não funcionais à urografia 
excretora, isto é, não opacificadas. 
 
URETERES 
Cálculo, ruptura de ureter e hidroureter (fig. 3.5) são alterações passíveis de ocorrer, 
sendo que estas últimas são detectadas ao exame contrastado. 
 
 33 
 
 Figura 3.5 – Hidroureteres demonstrados por 
urografia excretora em cão. 
 
BEXIGA 
 
CISTITE 
O meio de imagem indicado para este diagnóstico é o ultrassom, uma vez que a 
mucosa vesical não é distinguível ao exame radiográfico simples e, mesmo à cistografia ou 
pneumocistografia, discreta alteração da mucosa poderá ser imperceptível. 
 
CÁLCULOS 
São comuns em cães. Se radiolucentes, poderão depender de contraste negativo para 
serem evidenciados. Neste caso, se apresentarão um pouco menos radiolucentes que o ar 
(fig. 3.3). Quando radiopacos, são facilmente observáveis (fig. 3.6). Nas fêmeas é comum a 
presença de poucos cálculos e grandes, já que os pequenos são facilmente eliminados 
através da uretra curta. Nos machos observam-se cálculos de todos os tamanhos e em 
grande número pela dificuldade de serem eliminados, muitas vezes sendo evidenciados na 
uretra, especialmente na base do osso peniano (fig. 3.6 B). 
Em gatos, o meio de imagem mais indicado é o ultra-som, uma vez que a maior 
ocorrência é de cristais, difícil, se não impossível, de serem observados na radiografia. 
Eventualmente, se poderá observar a trajetória da uretra do macho com acúmulo de cristais. 
 
NEOPLASIA 
Não é visualizada ao exame simples. À pneumocistografia aparecerá como uma 
massa radiopaca em contraste com a radiolucência do ar administrado. À cistografia a 
imagem será de uma massa menos radiopaca que o contraste positivo administrado (fig. 
3.4), imagem semelhante à obtida na urografia excretora (fig. 3.2). 
 
 34 
 
 Figura 3.6 – A- Cálculos radiopacos na bexiga de um cão ao exame radiográfico simples. B- Muitos e 
pequenos cálculos preenchendo a bexiga e a uretra de um cão. 
 
DIVERTÍCULO 
Pode ser de origem traumática ou ocorrer no ponto onde se fixava o úraco no feto 
(estrutura que proporciona comunicação entre a bexiga e o saco alantóide). Poderá não ter 
nenhum significado clínico, a não ser em casos de cistite, onde o divertículo colecionará 
sedimento, proporcionando recidivas. 
 
RUPTURA 
Perceptível apenas ao exame contrastado, quando será visibilizado ar ou contraste 
positivo livre na cavidade abdominal. Contraste positivo é o mais indicado por ser mais 
facilmente observado ao extravasar (fig. 3.7). 
 
 
 Figura 3.7 – Ruptura de bexiga diagnosticada por 
cistografia, onde o contraste extravasou 
para a cavidade abdominal. 
 
URETRA 
 
CÁLCULOS 
Poderão ser observados na trajetória da uretra de cães e gatos machos, como já 
comentado (fig. 3.6 B). 
 
ESTENOSE 
A B 
 35 
Fratura de osso peniano no cão é a causa mais comum desta alteração (fig. 3.8), 
podendo, também, ser determinada por cálculo ou sondagem. 
 
 
Figura 3.8 – Fratura de osso peniano em cão (seta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
CAPÍTULO IV 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
 
MACHO 
 
PRÓSTATA 
Na maioria das raças de cães e nos gatos, a próstata normal não será identificada na 
radiografia, ou o será parcialmente. Localizada caudalmente à bexiga, ao redor da uretra, 
tem sua visualização, nos cães, dependente do conteúdo urinário, uma vez que é deslocada 
cranialmente quando há repleção vesical (fig. 4.1). Estará aumentada em casos de 
neoplasia, prostatite ou hiperplasia prostática benigna. Só a ultrassonografia ou outro meio 
de auxílio ao diagnóstico poderá fornecer esclarecimento quanto ao diagnóstico. 
 
 
Figura 4.1 – Próstata aumentada de volume em cão (seta). 
 
URETRA 
Vista no sistema urinário. 
 
TESTÍCULOS 
Devem ser investigados por outro meio que não o radiológico. 
 
FÊMEA 
O útero consiste em colo, corpo e cornos, estes últimos totalmente dentro do 
abdome, enquanto o corpo se encontra no abdome caudal e pelve. Os ovários estão 
localizados caudalmente aos rins. Estas estruturas, componentes do sistema reprodutor das 
fêmeas, não são identificáveis ao exame radiográfico quando em condições normais de 
saúde. Ultrassonografia é o meio de diagnóstico por imagem indicado para avaliá-las, 
embora, a radiografia possa ser utilizada na falta deste recurso. 
 
PRENHEZ 
Esta condição está entre os casos passíveis de serem diagnosticados 
radiograficamente. É importante ter-se conhecimento da história clínica da paciente, uma 
vez que até em torno do 42° dia de gestação na cadela e 39° dia na gata, não haverá 
 37 
deposição de cálcio no esqueleto dos fetos, podendo levar à confusão com piometra que 
será discutida adiante. Após a calcificação dos esqueletos, se poderá visibilizar cabeça, 
coluna e membros, sendo que, em condições normais, a coluna estará distendida ou 
suavemente curvada (fig. 4.2) e o crânio apresentará continuidade em seu contorno, exceto 
na região da fontanela. A radiografia é um meio confiável para a contagem do número de 
fetos, sendo que para este fim, conta-se os crânios. 
 
 
Figura 4.2 – Gestação em cadela. Presença de feto com 
características normais. 
 
ALTERAÇÕES 
 
OVÁRIOS 
Quando os ovários estiverem aumentados de tamanho, por exemplo, em caso de 
tumoração, poderão ser visualizados como massa densidade água deslocando estruturas 
adjacentes, embora o diagnóstico não possa ser afirmado. 
 
ÚTERO 
 
PIOMETRA 
Esta alteração, bem como hemometra, mucometra ou hidrometra se caracterizam 
por aumento do volume uterino, o qual apresenta-se como uma estrutura de densidade água, 
homogênea, partindo da porção caudal do abdome em sentido cranial, variando de 
tamanho, conforme o conteúdo do mesmo (fig. 4.3). Durante a involução uterina pós-parto, 
também se poderá detectar aumento desta estrutura, podendo haver confusão se não for 
conhecida a história da paciente. 
 
 38 
 
 Figura 4.3 – Radiografia de abdome de cadela com 
piometra. Setas apontam os cornos uterinos 
distendidos. 
 
FETO MUMIFICADO 
Após a morte do feto, não havendo infecção, ocorrerá reabsorção dos tecidos moles, 
fazendo com que a estrutura óssea torne-se muito evidente. A coluna se apresentará 
dobrada ou enrolada e é possível perceber sobreposição dos ossos do crânio (fig. 4.4 A). 
 
 
Figura 4.4 – Radiografias de abdome: A- Fetos mumificados. Seta aponta crânio com ossos 
sobrepostos. B- Feto enfisematoso, caracterizado pela radiolucência, gás, no 
interior e em torno do mesmo.FETO ENFISEMATOSO 
Em caso de infecção, os fetos mortos apresentarão áreas de radiolucência em seu 
interior e ao redor, correspondente ao gás produzido (fig. 4.4 B). Havendo morte do 
embrião e contaminação, poderá ocorrer evidência só de gás no interior do útero, 
caracterizando fisometra (fig. 4.5) 
 
A B 
 39 
 
 Figura 4. 5 – Radiografia de abdome demonstrando fisometra em cadela 
 
PRENHEZ ECTÓPICA 
Caracterizada pela localização dos fetos fora dos cornos uterinos. A densidade dos 
esqueletos se apresentará semelhante a dos mumificados. 
 
DISTOCIA 
Situação na qual o parto normal fica impedido. O exame radiológico é de grande 
auxílio, demonstrando apresentação ou tamanho dos fetos, incompatível com parto normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
CAPÍTULO V 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
FOSSAS NASAIS 
O sistema respiratório inicia nas fossas nasais que, em condições normais, 
apresentam ar em seu interior determinando radiolucência e evidenciando os cornetos como 
linhas radiopacas irregulares (fig. 5.1 A e 5.1 B). A estrutura óssea da região está descrita 
no capítulo X. 
 
LARINGE 
É a estrutura que se segue à faringe (já estudada no sistema digestório), sendo 
identificada radiologicamente pela imagem da epiglote e, muito discretamente, das 
cartilagens tiroide, aritnoide e cricoide, contrastando com o ar contido na luz do órgão (fig. 
2.1). 
Calcificação da laringe ou deslocamento e compressão por massas adjacentes, são 
alterações passíveis de serem diagnosticadas. 
 
TRAQUEIA 
Estrutura tubular preenchida por ar, radiolucente, que se estende da laringe à carina, 
ponto onde se bifurca, originando os grandes brônquios. Ao penetrar no tórax a traqueia 
inclina-se ventralmente em direção à base do coração (fig. 5.4 A). 
 
 Figura 5.1 – Imagem de fossas nasais de cão. A- Projeção dorso-ventral (DV) e B- lateral. C- Tumor de 
Sticker em fossa nasal de cão. Observar a densidade aumentada (seta) e destruição do vômer. 
Projeção ventro-dorsal (VD). 
 
 
 
ALTERAÇÕES 
 
DESLOCAMENTO TRAQUEAL 
B A C 
 41 
Pode ocorrer por compressão por massas mediastinais (fig. 5.2) ou cervicais, ou por 
aumento de tamanho do coração, podendo, às vezes, se tornar paralela à coluna torácica 
(fig. 6.1). 
 
 
Figura 5.2 – Imagem de desvio traqueal por massa 
mediastinal radiopaca (setas), dorsal à 
traqueia em cão. A- Coração. 
 
COLAPSO TRAQUEAL 
O colapso traqueal usual ocorre no sentido ventro-dorsal, podendo se restringir à 
região cervical ou à torácica, sendo melhor visibilizado em projeção lateral. Para evidenciar 
o colapso traqueal cervical, a radiografia deve ser efetuada durante a inspiração. Já, para 
identificação do colapso da traqueia torácica, a tomada radiográfica deve ocorrer na fase 
expiratória. Cuidado deve ser tomado ao posicionar o paciente, porque, se ocorrer excessiva 
extensão do pescoço, haverá diminuição da luz da traqueia, levando a falso diagnóstico de 
colapso. 
 
PULMÕES 
Os pulmões, normalmente cheios de ar, proporcionam bom contraste para a 
visibilização das estruturas intratorácicas. 
Para uma boa imagem radiográfica, deve-se cuidar o posicionamento do paciente. 
Para a incidência lateral, ele é colocado em decúbito lateral sobre a mesa (filme), com os 
membros anteriores tracionados cranialmente. O esterno deve ficar no mesmo plano das 
vértebras torácicas, evitando a rotação. O feixe de raios x é centrado na altura da 5ª costela 
(fig. 5.3 A e 5.4 A). 
Para o posicionamento DV (fig. 5.3 B e 5.4 B), o paciente é colocado em decúbito 
esternal, com os membros anteriores puxados para a frente e os cotovelos abduzidos. Os 
membros posteriores são flexionados apoiando os joelhos sobre a mesa. As vértebras 
devem se sobrepor ao esterno. A cabeça é mantida baixa entre os membros anteriores e o 
feixe de radiação centrado na altura da 6ª costela. 
Na imagem radiográfica dos pulmões normais não estão evidentes os espaços 
aéreos, como brônquios, bronquíolos ou alvéolos, mas uma imagem radiolucente 
homogênea, distinguindo-se apenas os vasos pulmonares que se apresentam radiopacos. 
Estes vasos são vistos como linhas convergentes em pares e de menor calibre na periferia 
do tórax ou como pontos radiopacos que vão diminuindo de tamanho da região do hilo à 
periferia. 
A 
 42 
 
 
 Figura 5.3 – Tórax de felino demonstrando pulmões e coração normais, em projeção 
L (A) e DV (B). 
 
A radiografia do tórax deve ser feita no final da inspiração, proporcionando melhor 
evidência das estruturas radiopacas diante da radiolucência do ar, como a imagem 
radiopaca dos vasos pulmonares e do mediastino com coração e grandes vasos. Qualquer 
alteração pulmonar, que produza perda de ar, fará com que os vasos tornem-se menos 
evidentes. É importante efetuar a radiografia no menor tempo possível, para evitar imagem 
tremida pelo movimento respiratório. Quando feita a radiografia durante a inspiração, o 
diafragma alcançará 7ª ou 8ª costela, quando na expiração, 5ª ou 6ª costela. 
 
Nota: Atentar para imagens radiográficas estranhas à cavidade torácica, como 
pregas cutâneas e mamilos, evitando falso diagnóstico. 
 
 
Figura 5.4 – Tórax de cão, projeção L (A) e DV (B) demonstrando pulmões e coração 
normais. Aorta (seta branca), traqueia (seta preta). 
 
 
PADRÕES RADIOLÓGICOS PULMONARES 
Dependendo da afecção pulmonar, se observará padrão pulmonar correspondente. 
A 
A B 
B 
 43 
 
PADRÃO ALVEOLAR 
 É produzido por fluídos ou secreções que preenchem os espaços aéreos, 
determinando imagem de manchas radiopacas nos pulmões ou radiopacidade 
homogeneamente distribuída em todo o campo pulmonar. Pneumonia bacteriana (fig. 5.5), 
hemorragia (fig. 5.6 A), edema pulmonar (fig. 5.9 A) e afogamento são exemplos de 
afecções que proporcionam padrão alveolar. 
Como dito acima, em condições normais, os espaços aéreos apresentam-se 
preenchidos por ar, determinando a imagem radiolucente dos pulmões, sem distinção de 
brônquios ou bronquíolos. Em caso de doenças que determinam padrão alveolar, os espaços 
aéreos preenchidos por secreção, proporcionam densidade radiopaca, enquanto os livres de 
secreção continuam com ar em seu interior, ficando sua imagem evidente, o que caracteriza 
o broncograma aéreo ou aerobroncograma (fig. 5.6 B). 
 
PADRÃO INTERSTICIAL 
O parênquima pulmonar é muito fino, predominando na radiografia a imagem 
radiolucente do ar contido nos espaços aéreos. Quando alguma afecção faz com que o 
parênquima se torne espesso ou edemaciado ou, ainda, com formações nodulares, este 
passa a ser evidente. Pneumonia viral, pneumonia micótica, edema intersticial (fase inicial 
do edema pulmonar) e neoplasia ou metástases pulmonares, determinam o padrão 
intersticial, que poderá receber uma classificação mais específica, como intersticial linear 
ou reticulado (fig. 5.7 A) e nodular (fig. 5.7 B), pela imagem que apresenta na radiografia. 
Diante destas imagens que aparecem radiopacas sobre o campo pulmonar, os vasos, que 
normalmente são evidentes, podem se tornar pouco distimtos 
. 
 
 
Figura 5.5 – Imagem radiográfica de tórax de cão evidenciando padrão alveolar. 
Diagnóstico de pneumonia bacteriana. 
 
 44 
 
 Figura 5.6 – Imagem radiográfica de tórax evidenciando padrão alveolar em paciente 
com hemorragia pulmonar (A) e pneumonia (B). Setas apontam 
broncograma aéreo. 
 
 
 Figura 5.7 – Imagens radiográficas de tórax de cães demonstrando (A) padrão intersticial reticulado e 
(B) padrão nodular. 
 
PADRÃO VASCULAR 
Os vasos pulmonarestêm uma superfície uniforme e um diâmetro compatível com o 
tamanho do animal. Em alterações que determinam congestão dos mesmos, como 
cardiomiopatia e insuficiência da válvula mitral, os vasos tornam-se ingurgitados e 
tortuosos, determinando o chamado padrão vascular aumentado (fig. 5.8 B). Quando, ao 
contrário, os vasos tornam-se menos calibrosos, como em caso de hipovolemia, tetralogia 
de Fallot e desidratação, determinam o padrão vascular diminuído. 
 
PADRÃO BRONQUIAL 
Os brônquios, assim como o parênquima pulmonar, não se distinguem na imagem 
radiográfica. Quando ocorrer espessamento da parede bronquial (fig. 5.8 A), como em 
casos de bronquite crônica ou em animais muito velhos, esta se tornará evidente, como 
estrutura radiopaca circular ou linear, conforme o corte, transversal ou longitudinal. 
 
A B 
A B 
 45 
 
 Figura 5.8 – A- Imagem radiográfica ampliada da região do hilo pulmonar evidenciando o padrão 
bronquial (setas). B - Radiografia de tórax demonstrando o padrão vascular aumentado 
(setas). 
 
AFECÇÕES PULMONARES 
PNEUMONIA BACTERIANA 
É uma infecção que ocorre pelas vias respiratórias, instalando-se o agente na luz 
destas vias, determinando produção de secreção. Neste caso o padrão pulmonar será o 
alveolar (fig. 5.5 e 5.6 B), que se distribuirá em todos os lobos ou, o que é mais comum, em 
maior concentração a partir do hilo, podendo afetar um lobo mais que outros. 
 
PNEUMONIA VIRAL 
Este tipo de infecção determina um padrão intersticial linear ou reticulado (fig. 5.7 
A). Na fase inicial da doença ou quando tratada precocemente, é possível que não se 
observe alteração pulmonar na radiografia. Outras vezes, bactérias oportunistas podem se 
instalar nas vias aéreas de um pulmão já debilitado pela pneumonia viral, determinando um 
padrão misto na imagem radiográfica, isto é, intersticial e alveolar. 
 
BRONQUITE 
Esta alteração, quando crônica, determinará padrão bronquial e/ou intersticial. 
 
PNEUMONIA FÚNGICA 
Neste caso, os pulmões apresentarão um padrão intersticial nodular, que poderá 
levar à confusão com metástases pulmonares de pequeno diâmetro e em grande número. 
Cultura de lavado traqueal e a história do paciente (presença ou não de tumorações em 
outros órgãos), auxiliarão no diagnóstico. 
 
EDEMA PULMONAR 
Usualmente associado a insuficiência cardíaca esquerda, determina o padrão 
pulmonar alveolar (fig. 5.9 A), com evidência de broncograma aéreo (fig. 5.6 B). 
 
NEOPLASIA PULMONAR 
Neoplasia pulmonar primária é relativamente rara em cães. Pode ocorrer como um 
nódulo único ou multifocal, como o carcinoma bronquíolo-alveolar multifocal. Outras 
A B 
 46 
condições podem causar densidades nodulares solitárias, como abscesso, infarto, cisto ou 
granuloma. 
Metástases pulmonares se caracterizam por múltiplos nódulos, com tamanhos 
variados distribuídas pelo pulmão (fig. 5.7 e 5.9 B). São identificáveis radiologicamente a 
partir de 3 a 5mm de diâmetro. 
 
 
 Figura 5.9 – A- Imagem radiográfica de tórax de cão evidenciando edema pulmonar conseqüente a 
insuficiência cardíaca esquerda. B- Imagem radiográfica de tórax de cão demonstrando 
vários nódulos radiopacos, compatíveis com metástases pulmonares (setas). 
 
PNEUMOTÓRAX 
Alteração, em geral, determinada por trauma, se caracteriza por ar no interior da 
cavidade torácica, ao redor dos pulmões. É possível visualizar as bordas dos lobos 
pulmonares devido à retração dos mesmos em relação à parede costal e diafragma. Na 
projeção lateral há um afastamento do coração em relação ao esterno. Isto se deve ao 
espaço proporcionado pelo colabamento pulmonar, fazendo com que o coração se desloque 
(fig.5.10). 
 
 
Figura 5.10 – Imagem radiográfica de tórax de cão (A) e gato (B e C) demonstrando pneumotórax. 
 
O pneumotórax pode ser aberto ou fechado: 
 Aberto, quando há solução de continuidade da parede, entrando o ar exterior para o 
tórax. 
 Fechado, o ar contido no tórax é proveniente dos pulmões. 
Obs: A observação da continuidade ou não da parede é feita clinicamente. 
A B 
A B C 
 47 
ENFISEMA PULMONAR 
Em caso de enfisema pulmonar a radiolucência estará exacerbada devido ao excesso 
de ar contido nos pulmões. O tórax torna-se distendido, o espaço intercostal aumentado, 
determinando imagem semelhante a um barril na radiografia DV e o diafragma deslocado 
caudalmente, melhor evidenciado na incidência lateral. 
 
DERRAME PLEURAL 
Caracteriza-se pela presença de líquido na cavidade torácica determinando 
radiopacidade homogênea ao redor dos lobos pulmonares radiolucentes (fig.5.11). Em caso 
de dúvidas, deve-se fazer a radiografia lateral com o paciente em estação, proporcionando 
que o líquido desça e incidindo o raio no sentido horizontal. O tipo de líquido não é 
identificado radiologicamente, podendo tratar-se de exsudato, transudato, sangue... Como 
causa de derrame pleural, pode-se citar a insuficiência cardíaca congestiva, piotórax, 
mediastinite, quilotórax, entre outras. 
 
 
 Figura 5.11 – Radiografia de tórax de cão evidenciando derrame pleural. 
 
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA 
O músculo diafragma não é visualizado, mas constata-se a sua integridade pelo 
limite bem definido entre cavidade torácica e abdominal, graças à diferença de densidade 
entre pulmões radiolucentes e fígado radiopaco. 
Quando houver ruptura do diafragma, se desfará a pressão negativa presente no 
tórax, fazendo com que as vísceras do abdome, como fígado, estômago ou alças intestinais, 
sejam sugadas para o interior daquele, caracterizando a hérnia diafragmática (fig. 5.12). Na 
maioria das vezes ocorre um hemitórax, melhor identificado em projeção VD ou DV. 
Características do hemitórax: 
 Lado afetado: desaparecimento da linha do diafragma e áreas de radiodensidade 
variável, dependendo das estruturas herniadas. 
 Lado indene: padrão pulmonar normal, com desvio do mediastino para este lado. 
 
 48 
 
 Fig.5.12 – Imagem radiográfica evidenciando 
hérnia diafragmática, onde vísceras 
abdominais se insinuaram no tórax. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
CAPÍTULO VI 
 
CORAÇÃO E GRANDES VASOS 
 
Para avaliar coração, as projeções recomendadas são lateral direita e dorso-ventral, 
com distância foco-filme de 1m a 1,2m, para obter-se imagem proporcional do órgão em 
relação ao tórax. Esta distância, aparentemente grande, se faz necessária por ser o coração 
volumoso e, ainda, no centro do tórax, levando a um aumento da imagem daquele. Em 
pacientes de pequeno porte, a distância foco-filme pode ser mantida em 90cm. 
A imagem cardíaca normal (fig. 5.4) em projeção DV apresenta a borda direita mais 
arredondada e a esquerda mais aplainada. O eixo do coração é dirigido para o lado 
esquerdo, ficando a base do mesmo sobre a linha média e o ápice à esquerda desta. Em 
projeção lateral, o ápice cardíaco toca ligeiramente ou nem alcança o esterno. Neste 
posicionamento a traqueia, componente do sistema respiratório, que aparece como uma 
estrutura radiolucente proveniente da região cervical direcionando-se à base do coração, 
forma um ângulo agudo com a coluna torácica. O formato cardíaco varia nas diferentes 
raças, sendo mais estreito e posicionado mais verticalmente nas raças de tórax profundo e 
mais arredondado e em contato com o esterno nas raças de tórax cilíndrico. É importante 
lembrar que o chamado lado direito no coração dos animais, corresponde à porção mais 
cranial e ventral, enquanto o lado esquerdo, corresponde à porção mais caudal e dorsal do 
mesmo. Cães jovens, atéem torno dos 6 meses, têm o tamanho cardíaco maior em relação 
ao tórax, quando comparado aos adultos. O coração de gato (fig. 5.3) é relativamente menor 
que o de cão e está posicionado mais obliquamente, dentro da caixa torácica. 
Para avaliação cardíaca pelo exame radiológico, adota-se meios subjetivos como a 
experiência do radiologista, considerando-se o tamanho do coração em relação ao tórax, ou 
meios objetivos como o método de Buchanan e Bücheler no qual, com a imagem 
radiográfica obtida em projeção lateral, em decúbito direito, mede-se o comprimento do 
coração, da base, na borda ventral da carina, até o ápice. Mede-se também a distância 
crânio-caudal, usando-se para isso uma linha perpendicular à primeira, no ponto mais largo 
do coração, ventralmente à cava caudal. Marca-se a borda cranial da 4ª vértebra torácica e, 
a partir daí, ao longo da coluna torácica, toma-se a distância obtida nas mensurações. 
Conta-se o número de vértebras abrangidas. Se somarem até 10,5 corpos vertebrais, 
considera-se normal o tamanho cardíaco. Ultrapassando este número, o coração será 
considerado aumentado de tamanho. Nas raças yorkshireterrier e maltês, tem se percebido 
que esta fórmula não confere resultado fidedigno, já que 46,67% dos animais destas raças, 
sem sinais clínicos de alteração cardíaca, radiografados em experimento realizado em nossa 
instituição, apresentaram imagem cardíaca que seria considerada aumentada. 
Na imagem radiográfica, em projeção lateral, a artéria aorta aparece como uma 
estrutura linear emergindo da parte superior da borda anterior cardíaca, correndo paralela à 
coluna vertebral. A veia cava caudal ou posterior é visualizada com o mesmo padrão da 
aorta, porém com menor diâmetro, estendendo-se da imagem do átrio esquerdo ao abdome. 
Em projeção DV, estes vasos são pouco visualizados, podendo-se perceber o cajado aórtico 
proeminente, cranialmente ao coração e, eventualmente, a sombra deste vaso sobre a 
imagem cardíaca. 
 
ALTERAÇÕES 
 
 50 
DILATAÇÃO CARDÍACA GENERALIZADA 
Quando o coração apresentar aumento generalizado, isto é, lado esquerdo e direito 
afetados, o coração tomará maior área da cavidade torácica (fig. 6.1). São características 
desta alteração: 
 Em projeção lateral: deslocamento dorsal da traqueia, que em lugar de se apresentar 
formando um ângulo agudo com a coluna torácica, estará paralela a esta. Maior contato 
do lado direito do coração com o esterno. Lado esquerdo cardíaco perpendicular ao 
esterno em vez de arredondado. 
 Em projeção DV: a silhueta cardíaca aproxima-se da parede costal bilateralmente. 
O aumento cardíaco generalizado pode ser resultado de várias condições, incluindo 
velhas lesões valvulares e doença do miocárdio, entre outras. 
 
DILATAÇÃO CARDÍACA DIREITA 
Em caso de dilatação ventricular direita, na projeção DV, a borda direita estará mais 
arredondada e próxima à parede torácica, apresentando, às vezes, a característica imagem 
de D invertido (fig. 6.2 A). Na projeção lateral, a borda cranial do coração se apresentará 
arredondada e a maior parte do ventrículo direito estará em contato com o esterno (fig. 6.2 
B). Dilatação do átrio direito desloca a traqueia dorsalmente e geralmente está associada à 
dilatação do ventrículo. 
 
 
 Figura 6.1 – Imagem radiográfica de tórax de cão evidenciando dilatação 
cardíaca generalizada e padrão vascular aumentado. Traqueia 
deslocada dorsalmente (seta). 
 
Figura 6.2 – Radiografia de tórax de cão evidenciando dilatação cardíaca 
direita, em projeção D-V (A) e L (B). 
A B 
 51 
 
DILATAÇÃO CARDÍACA ESQUERDA 
Em projeção lateral a borda caudal do coração apresenta-se perpendicular ao esterno 
(dilatação ventricular) (fig. 6.3 A). Em caso de aumento do átrio as bordas posterior e 
dorsal do coração formam um ângulo reto e não uma curva, como seria normal. O aumento 
do átrio esquerdo (fig. 6.3 C) faz com que os grandes brônquios não apareçam sobrepostos 
na radiografia, uma vez que desloca o esquerdo dorsalmente. 
Em projeção DV observa-se aumento da região caudal esquerda do coração, 
correspondente ao ventrículo, com diminuição do espaço entre este e a parede costal (fig. 
6.3 B). Nesta incidência o átrio esquerdo dilatado não aparece ou, muito aumentado, pode 
produzir dupla sombra onde se sobrepõe ao ventrículo direito. 
 
DILATAÇÃO DA AORTA 
Em projeção lateral aparece como uma proeminência na região cranial da silhueta 
cardíaca. Na DV causa um aparente aumento no comprimento do coração. 
 
 
Figura 6.3 – Radiografia de tórax de cão evidenciando dilatação cardíaca esquerda (A e B). Dilatação de 
átrio esquerdo (C). 
 
DILATAÇÃO DA ARTÉRIA PULMONAR 
Diagnosticada na projeção DV, onde se observa uma proeminência na porção 
cranial esquerda do coração (fig. 6.4 A). 
HÉRNIA PERITÔNIO-PERICÁRDICA 
Alteração congênita na qual há comunicação entre a cavidade peritonial e o saco 
pericárdico, proporcionando que estruturas do abdome se insiram entre o coração e o 
pericárdio (fig. 6.4 B e C). 
 
A B C 
 52 
 
 Figura 6.4 – Radiografia de tórax de cão evidenciando dilatação de artéria pulmonar (A), hérnia 
peritônio pericárdica (B e C). 
 
EFUSÃO PERICÁRDICA 
O coração apresenta-se globoso pela presença de líquido no interior do saco 
pericárdico, consequente a tumor, por exemplo (6.5). 
 
 
 Figura 6.5 – Efusão pericárdica em cão consequente a tumor no coração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B C 
 53 
CAPÍTULO VII 
 
INTRODUÇÃO À ULTRASSONOGRAFIA 
 
BASES FÍSICAS DO ULTRASSOM 
 O equipamento de ultrassonografia (ecografia) é composto por um transdutor, 
também conhecido por sonda ou probe, um monitor e um software. O transdutor contém 
um cristal (ou cristais) piezoelétrico que vibra ou pulsa ao receber impulso elétrico, 
emitindo ondas de ultrassom. Em íntimo contato com a pele do paciente, o som atravessa as 
diferentes interfaces biológicas do mesmo as quais emitem eco que é captado pelo próprio 
transdutor. A onda sonora (eco) captada é transformada em pulso elétrico, determinando 
imagem em pontos sucessivos na tela do aparelho. A profundidade que o som alcança 
depende da frequência do transdutor. 
 
 FREQUÊNCIA 
É definida como o número de vezes que uma onda é repetida (ciclos) por segundo. 
Frequência de milhões de ciclos/s tem um curto comprimento de onda (essencial para uma 
boa resolução da imagem). 
• 20 000 ciclos/s - 20 kHz (audível pelo ouvido humano) 
• 1 ciclo /s - 1 Hz 
• 1 000 ciclos/s - 1 kHz 
• 1.000.000 ciclos/s - 1 MHz 
• Ultrassom: 2 a 15.000.000 ciclos/s ↔ 2 a 15 MHz 
 
 COMPRIMENTO DE ONDA 
É a distância que a onda percorre durante 1 ciclo. 
A frequência e o comprimento de onda são inversamente relacionados. Quanto 
menor o comprimento de onda, maior a frequência e melhor a resolução. 
A profundidade que o som penetra no tecido é inversamente proporcional à 
frequência empregada. Sons de alta frequência são mais atenuados que sons de baixa 
frequência, atingindo menor profundidade. 
Ex: Transdutores de alta frequência (8 - 10 MHz) são mais indicados para exame 
abdominal de estruturas superficiais, felinos e cães de pequeno porte, enquanto os de menor 
frequência (3,5 - 7,5 MHz) são mais utilizados para cães de porte grande e médio. 
 
 ORIENTAÇÃO DA IMAGEM 
 Conforme a posição do transdutor na superfície corporal do animal, será 
determinada a orientação da imagem. Esta poderá ser longitudinal (sagital) (fig. 7.1 A e B), 
ou transversal (fig. 7.2 A e B). 
 
 TERMINOLOGIA 
• Anecoico-Anecogênico-Transônico: ausência de ecos (preto) 
• Ecoico-Ecogênico: presença de ecos (do branco ao cinza) 
• Hiperecoico-Hiperecogênico:ecos brilhantes, estruturas altamente reflexivas (branco). 
• Hipoecoico-Hipoecogênico: ecos esparsos, reflexão intermediária (cinza). 
• Isoecoico-Isoecogênico: estruturas com a mesma ecotextura ou ecogenicidade. 
 54 
 Ecogenicidade dos tecidos e fluidos corporais em ordem crescente: Bile/ Urina → 
Medula renal → Córtex renal → Fígado → Baço → Próstata 
 
 
 Figura 7.1 A e B – Orientação do transdutor correspondente à imagem do plano sagital do 
paciente. 
 
 
 Figura 7.2 A e B – Orientação do transdutor correspondente à imagem do plano 
transversal do paciente. 
 
ARTEFATOS 
 
REVERBERAÇÃO: Imagem de linhas ecogênicas sucessivas, paralelas à superfície 
da pele, determinadas pela repetição do eco devido a ar ou gás na trajetória do ultrassom 
(fig. 7.3 A e B). 
- Reverberação externa: quando o contato entre o transdutor e a pele não é total, 
determinando a imagem de reverberação desde o topo da imagem ecográfica. 
- Reverberação interna: determinada por gases no interior do corpo do paciente. 
 
 
Figura 7.3 – Linhas hipo e hiperecoicas alternadas demonstrando a 
reverberação (setas) externa (A) e interna (B). 
LADO DIREITO 
DORSAL 
VENTRAL 
A 
CRANIAL CAUDAL 
DORSAL 
VENTRAL 
B 
CAUDAL CRANIAL 
B 
LADO DIREITO 
A 
B A 
 55 
SOMBRA ACÚSTICA: zona anecoica determinada por estrutura hiperecoica que 
impede a progressão do ultrassom nos tecidos, refletindo-o completamente (fig. 7.4 A e B). 
Ex: Cálculo urinário – hiperecoico (determina sombra limpa), cólon com gases (determina 
sombra suja). 
 
 
 Figura 7.4 - Sombra acústica suja causada por gases em cólon (A) e limpa, 
 causada por cálculo vesical (B) - setas brancas. 
 
REFORÇO POSTERIOR: uma estrutura anecoica (conteúdo líquido) conduz muito 
bem o som, fazendo com que este chegue com muita intensidade nos tecidos posteriores à 
mesma, determinando imagem hiperecoica (fig. 7.5 A e B). Ex: bexiga com urina. 
 
 
 Figura 7.5 A e B – Reforço acústico posterior (setas). 
 
SOMBRA DE BORDA: sombra acústica distal à estrutura arredondada, causada 
pela refração das ondas sonoras (fig. 7.6). 
 
 
 Figura 7.6 – Sombra de borda (setas). 
IMAGEM DE ESPELHO: Imagem dupla de uma estrutura, causada por interface 
arredondada, altamente reflexiva, como por exemplo, o diafragma em relação aos pulmões, 
o que poderá determinar imagem do fígado posterior ao diafragma, além da imagem 
normal, anterior ao mesmo. 
 
cólon 
B 
A B 
 56 
CAPÍTULO VIII 
 
ULTRASSONOGRAFIA DO ABDOME EM PEQUENOS ANIMAIS 
 
 BAÇO 
O baço tem localização intraperitoneal no hipocôndrio esquerdo e geralmente 
acompanha a curvatura maior do estômago. O corpo e a cauda são bastante móveis 
podendo ser visibilizados em diferentes locais do abdome. Quando está aumentado, pode 
cruzar a linha média ventral ou estender-se caudalmente para a região da bexiga. 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DO BAÇO 
 Anatomicamente se relaciona com o estômago, intestino delgado, lobo esquerdo do 
pâncreas e rim esquerdo. É triangular em seção transversal e situa-se quase paralelo à 
curvatura maior do estômago. 
 O baço é envolto por uma cápsula ecogênica. Possui parênquima homogêneo e é 
considerado hiperecogênico em relação à cortical renal e parênquima hepático. A região do 
hilo (vasos) é facilmente visibilizada (fig. 8.1 A). 
 A ultrassonografia detecta a presença de lesões difusas ou focais, sólidas ou 
cavitárias. 
 
 ALTERAÇÕES DIFUSAS DO PARÊNQUIMA ESPLÊNICO 
Por fazer parte do sistema reticuloendotelial, o baço é envolvido em todas as 
inflamações sistêmicas, distúrbios hematopoiéticos generalizados e alguns distúrbios 
metabólicos. Raramente é o local de doença primária. 
 
 ESPLENOMEGALIA 
É a alteração mais frequente do baço. O parênquima pode apresentar ecogenicidade 
normal ou diminuída. Nos processos crônicos a ecogenicidade pode estar aumentada. A 
esplenomegalia difusa pode ser: 
 Infiltrativa: causada por células neoplásicas (fig. 8.1 B) e por células não neoplásicas 
(amiloidose). 
 Congestiva: associada a condições toxêmicas, torção esplênica, administração de 
anestésicos e tranquilizantes, trombos vasculares, insuficiência cardíaca congestiva 
direita e hipertensão portal. O aumento do calibre dos vasos é característico de 
congestão. 
 Hiperplásica, Infecciosa e/ou Inflamatória: acompanhando afecções sistêmicas. 
 
 ALTERAÇÕES FOCAIS DO PARÊNQUIMA ESPLÊNICO 
Podem acompanhar ou não esplenomegalia. As lesões são classificadas como 
neoplásicas e não neoplásicas e possuem aparência sonográfica variável, podendo ser 
mistas. 
 
 57 
 
 Figura 8.1 – Imagem ultrassonográfica: A- Baço normal (seta). VL: veia lienal. B- Neoplasia esplênica em 
cão. Aspecto rendado. 
 
 FÍGADO 
 O fígado é o maior órgão do abdome, tornando seu completo exame mais difícil. 
Imagem normal ao ultrassom, não exclui doença hepática. 
 
 ANATOMIA SONOGRÁFICA NORMAL DO FÍGADO 
Em cães, o fígado é formado por quatro lobos: lobo esquerdo (subdivide-se em 
sublobo medial e lateral), lobo quadrado, lobo direito (subdivide-se em sublobo medial e 
lateral) e lobo caudato. A vesícula biliar se localiza, quando repleta, entre o lobo medial 
direito e o quadrado, no 7
o
 espaço intercostal na região ventrolateral direita. 
A dimensão ecográfica do fígado normal é variável. Em cães e gatos de pequeno 
porte o fígado pode ser visibilizado mais facilmente pela localização subcostal. Em cães de 
tórax profundo o exame deve ser realizado entre os últimos 3 a 4 espaços intercostais. 
A superfície cranial do fígado está delimitada por uma linha ecogênica que 
representa o diafragma (fig. 8.2). O padrão sonográfico normal é de ecotextura homogênea 
mais grosseira que do baço, contornos lisos e margens de ângulos agudos. A ecogenicidade 
hepática é avaliada através da comparação com os órgãos de referência (rins e baço). 
Normalmente é levemente hiperecogênica em relação ao córtex renal e hipoecogênica em 
relação ao baço. 
A avaliação do tamanho hepático é subjetiva. O aumento da distância entre o 
estômago e o diafragma, a presença dos lobos hepáticos ultrapassando os limites do gradil 
costal ou o deslocamento caudal do rim direito, indicam hepatomegalia. 
A ultrassonografia hepática está indicada diante de icterícia e quando há suspeita de 
ruptura de diafragma, hepatomegalia, ascite, pesquisa de metástase e para monitorar a 
evolução de doenças hepáticas crônicas. 
A vesícula biliar possui parede hiperecogênica que pode medir de 1 a 5mm de 
espessura. Normalmente o conteúdo é anecogênico (fig. 8.2 A). A lama biliar é um achado 
comum nos animais obesos, idosos, sedentários ou endocrinopatas (fig. 8.2 B). 
 
VL 
B A 
 58 
 
 Figura 8.2 – Imagem ultrassonográfica: A- Fígado canino normal. VB: vesícula biliar. 
Linha do diafragma (seta). B- Vesícula biliar com lama (seta). 
 
 ALTERAÇÕES DA VESÍCULA BILIAR 
 Litíase biliar: geralmente apresenta sombra acústica. 
 Obstrução de vias biliares: nos processos mais avançados pode-se observar uma 
dilatação da vesícula biliar e região de colo alargada e tortuosa (fig. 8.3 A). Achados 
sonográficos normais não descartam a presença de obstrução. 
 Espessamento de parede: pode acompanhar colecistite, hepatite aguda ou crônica e 
colangiohepatite, hipoalbuminemia ou congestão passiva (fig. 8.3 B). O espessamento 
focal pode estar associado a neoplasias. 
 
 
Figura 8.3 – Imagem ultrassonográfica: A- Obstrução biliar, duto dilatado (seta ). B- Edema da parede da 
vesícula biliar (seta). 
 
 ALTERAÇÕES DIFUSAS DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO 
As alteraçõesdifusas são de difícil detecção sonográfica por não provocarem grande 
modificação da arquitetura hepática. 
Alterações difusas hiperecogênicas (aumentam a ecogenicidade do fígado) incluem: 
infiltração gordurosa, hepatopatia por esteroide, diabetes mellitus, linfoma, cirrose e 
colangiohepatite crônica (fig. 8.4 A e B). Geralmente a colagiohepatite crônica e a cirrose 
apresentam fígado de tamanho reduzido e contornos irregulares. Nas demais patologias o 
fígado pode se apresentar com dimensão normal ou aumentada. 
 
VB 
A B 
A B 
 59 
 
 
Figura 8.4 – Imagem ecográfica de região hepática. A- Cirrose hepática e presença de líquido livre no 
abdome. B- Colangiohepatite. Seta aponta vesícula biliar com parede irregular e espessada. 
 
Alterações difusas hipoecogênicas (diminuem a ecogenicidade hepática) podem 
caracterizar hepatite aguda, linfoma, leucemia e congestão passiva crônica. Nesses casos o 
fígado pode apresentar-se com dimensão normal ou aumentada. 
 
 ALTERAÇÕES FOCAIS DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO 
As alterações hepáticas focais podem ser anecogênicas, hipoecogênicas, 
hiperecogênicas ou de ecogenicidade mista e são produzidas por hemorragias, hematomas, 
cistos, abscessos, hiperplasia nodular, granulomas e neoplasias (fig. 8.5) de origem primária 
ou metastática. 
Calcificações hepáticas aparecem como pontos hiperecogênicos que produzem 
sombra acústica. Granulomas (tuberculose), neoplasias e hematomas podem calcificar. 
 
 
Figura 8.5 - Imagem ecográfica de neoplasia no 
fígado. Parênquima heterogêneo 
com áreas hipoecogênicas. 
 
TRATO GASTRINTESTINAL (TGI) 
Doenças de origem obstrutiva, inflamatória, neoplásica e que alteram a motilidade 
gastrointestinal, podem ser evidenciadas ultrassonograficamente. 
A reverberação causada pelo gás pode impossibilitar um exame de planos mais 
A B 
 60 
profundos. O preparo prévio do paciente (jejum alimentar) para diminuir o acúmulo de gás 
pode ser necessário, exceto em gatos que pode ocasionar evidente contração estomacal 
(forma de roseta), limitando a mensuração de sua parede. 
O exame ultrassonográfico deve ser realizado anteriormente a exames contrastados 
à base de sulfato de bário, para que não haja atenuação da onda sonora. Já os contrastes 
iodados, não comprometem o exame. 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DO TRATO 
GASTRINTESTINAL 
O estômago (fig. 8.6A) localiza-se no abdome cranial relacionando-se ao 
parênquima hepático, baço e rim esquerdo. No peristaltismo normal ocorrem em média de 
5 contrações por minuto. Nos cães, o piloro situa-se no lado direito do abdome enquanto 
nos gatos está na linha média ou próximo a ela. A espessura normal da parede estomacal 
varia de 3-5mm nos cães. Nos gatos a média é de 2mm (entre as pregas) e 4,4mm (na 
região das pregas). 
 A porção proximal do duodeno localiza-se na região cranioventral do abdome e 
relaciona-se com o rim direito e lobos hepáticos direitos. A espessura da parede é maior 
quando comparada ao restante das alças intestinais e varia de acordo com a raça (3-5mm). 
Nos gatos varia de 2-2,4mm. O baço e a bexiga servem de janela acústica para a 
visibilização dos demais segmentos intestinais que se localizam na região média do abdome 
(fig. 8.6B). A espessura das demais porções do intestino delgado nos cães é de 2-3mm e 
nos gatos de 2mm. A avaliação sonográfica da parede do intestino grosso é dificultada pela 
quantidade de gás. 
 
 
 Figura 8.6 – Sonograma evidenciando a parede de estômago (A) e alças intestinais(B) com líquido intraluminal. 
 
 IDENTIFICAÇÃO DAS CAMADAS DA PAREDE (do lúmen para fora) (fig. 8.7 
A e B): 
 A presença de líquido intraluminal pode favorecer a avaliação da parede gástrica. 
A. Superfície mucosa: linha hiperecogênica 
B. Mucosa: hipoecogênica 
C. Submucosa: hiperecogênica 
D. Muscular própria: hipoecogênica 
E. Subserosa/serosa: hiperecogênica 
A B 
 61 
 
 Figura 8.7– A- Parede do estômago normal de cão. Pregas gástricas (setas). 
 B- Plano longitudinal do duodeno identificando as camadas (FONTE: CARVALHO, 2004). 
 
 ALTERAÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL 
Neoplasias: São formações hipoecogênicas de tamanho variável em que se tornam 
indiferenciáveis as camadas da parede gástrica e/ou intestinal. 
Obstrução do TGI: sonograficamente pode haver distensão de alças com aumento 
do peristaltismo anterior ao ponto de obstrução. Podem ocorrer por causas: 
 Mecânicas - aderências, hérnias, tumores, corpos estranhos, etc. 
 Funcionais (denominada íleo funcional) – gastroenterite de origem viral. 
Intussuscepção: A imagem sonográfica se caracteriza por camadas de anéis 
concêntricos no corte longitudinal e imagem de alvo (conhecido como olho de boi) no corte 
transversal que representam as camadas intestinais. O peristaltismo pode estar ausente. 
Ocorre comumente em cães jovens com gastroenterite (fig. 8.8 A e B). 
 
 
 Figura 8.8 - Imagem do corte transversal de intussuscepção (alvo), em um gato (A) 
 e em um cão (B). 
 
Corpos estranhos: sua identificação é dependente do formato, características físicas 
e acúmulo de líquido ou gás intestinal. Os corpos estranhos lineares são representados por 
uma linha hiperecogênica intraluminal e pelo pregueamento intestinal no segmento 
envolvido. Radiografias auxiliam no diagnóstico. 
Inflamações gastrointestinais: presença de espessamento da parede do intestino com 
preservação de suas camadas e com visibilização da camada submucosa. 
 Gastrites: espessamento difuso da parede do estômago (maior que 7mm) com 
preservação das camadas. O espessamento localizado, que ocorre frequentemente em 
úlceras, não pode ser diferenciado de neoplasias através do exame ecográfico. 
A B 
A B 
 62 
 Duodenites: em cães, geralmente, estão associadas a processos inflamatórios no 
pâncreas (pancreatite). Há espessamento da porção duodenal com preservação das 
camadas. 
 
 SISTEMA REPRODUTOR 
 
 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
A ultrassonografia do aparelho reprodutor feminino está indicada para pesquisa de 
alterações ovarianas e uterinas, evolução gestacional ou distúrbios na gestação como 
retenção, morte ou maceração fetal. 
 
 OVÁRIOS 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DOS OVÁRIOS 
Os ovários estão localizados caudalmente aos polos caudais dos rins 
correspondentes, apresentam forma oval ou arredondada e medem aproximadamente 1,5cm 
de comprimento. Demonstram aspecto homogêneo durante o anestro e ecogenicidade 
semelhante à córtex renal. Nas demais fases estrais, com a presença de folículos, a 
ecogenicidade dos ovários se torna diferenciada em relação aos tecidos adjacentes, 
facilitando sua identificação. 
 
 ALTERAÇÕES OVARIANAS 
As alterações usualmente detectadas nos ovários são: neoplasias, cistos ovarianos e 
granulomas por fios de sutura. 
Os cistos ovarianos possuem aspecto cavitário. Apresentam-se como estruturas 
arredondadas, anecogênicas com reforço acústico posterior. Podem ser únicos ou múltiplos 
e estar presentes em um ou ambos os ovários. Ovários policísticos (fig. 8.9) se caracterizam 
por estruturas císticas anecogênicas que podem aparecer separadamente ou como um único 
cisto, por não se perceber os limites de cada um e aumentar o tamanho ovariano. 
As neoplasias são classificadas de acordo com sua origem embriológica. 
Sonograficamente possuem aparência variável, mas na rotina tem-se visto tumores com 
aspecto de muitos cistos com septação fina entre eles. Pode tomar grandes proporções, 
ocupando considerável porção do abdome. 
 
 ALTERAÇÕES PÓS-OVARIECTOMIA:Granulomas por fio de sutura: decorrem da reação ao fio. Normalmente são 
heterogêneos, com contornos irregulares ou pouco definidos. 
 Hidronefrose ou pionefrose: alterações renais consequentes a falhas no 
procedimento cirúrgico, como inclusão acidental do ureter no momento de ligar o pedículo 
ovariano durante a operação. 
 
 63 
 
Figura 8.9 - Ovário normal, hipoecogênico em relação aos tecidos adjacentes (A) e com aspecto 
multicavitário (B). 
 
 ÚTERO 
 A ultrassonografia tem importante papel na avaliação uterina principalmente em 
doenças de grande ocorrência como a piometra. Na gestação contribui para o diagnóstico 
precoce, constatação da viabilidade fetal e estimativa aproximada da idade gestacional. 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DO ÚTERO 
 O corpo uterino mede de 2-3 cm e está localizado parcialmente no interior da pelve. 
Os cornos variam de 12-15cm de comprimento, localizados no abdome, estendendo-se na 
direção de cada rim, com diâmetro menor que 1cm. A bexiga distendida serve de janela 
acústica para localizar e avaliar o corpo uterino. 
 Muitas vezes a visibilização do útero normal, não gravídico, não é possível em 
fêmeas jovens em anestro ou pré-púberes, porque os cornos uterinos não possuem conteúdo 
em seu lúmen e podem ficar encobertos por gás das alças intestinais. Quando visibilizado 
se apresenta como estrutura homogênea hipoecogênica. A ausência de peristaltismo pode 
diferenciar os cornos uterinos das alças intestinais. 
 
 ALTERAÇÕES UTERINAS 
As alterações mais frequentes são piometra, hiperplasia endometrial cística (HEC) e 
endometrite. Outras afecções como neoplasia, granuloma e piometra de coto secundários a 
ovário-histerectomia também ocorrem. 
 Piometra: o útero é identificado como estrutura tubular, no plano sagital, ou circular 
quando a imagem é obtida com cortes transversais. O conteúdo luminal, em geral, é 
anecogênico, podendo apresentar quantidade variável de pontos ecogênicos. Nesta 
condição a parede uterina possuirá espessura variável. O exame ecográfico não permite 
diferenciar piometra (fig. 8.10) de hemometra, mucometra e hidrometra. Na piometra 
de colo aberto, o útero poderá não apresentar conteúdo significativo. 
 Endometrite: é caracterizada pelo aumento da parede uterina e mucosa irregular. A 
quantidade de conteúdo luminal geralmente é pequena. 
 HEC: ultrassonograficamente se apresenta com múltiplos cistos irregulares na parede 
uterina aumentando seu diâmetro. 
 
A B 
 64 
 
Figura 8.10 – Imagem de ultrassom de útero com 
conteúdo anecogênico. Piometra. 
 
 GESTAÇÃO 
 Diagnóstico precoce de gestação, monitoração da fêmea prenhe, idade gestacional 
aproximada e viabilidade fetal são informações que o exame ultrassonográfico fornece. 
 A gestação das cadelas dura em média 64 dias ± 1, enquanto a gestação de gatas 
varia de 64-68 dias. Em gatas, devido à ovulação ser induzida pela cobertura, a data do 
início da gestação é mais precisa. 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA GESTACIONAL 
As vesículas gestacionais correspondem a formações arredondadas anecogênicas. 
Em cães podem ser detectadas após 17 dias do pico de LH. Nas gatas as vesículas 
gestacionais podem ser detectadas 11-14 dias após a cobertura. 
 O embrião só é visibilizado a partir do 22-25
o
 dia (período indicado para a 
realização do exame) e se apresenta como uma estrutura ecogênica homogênea projetada 
para o interior da vesícula. 
 
 IDENTIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS FETAIS APÓS PICO DE LH: 
21-29 dias - batimentos cardíacos (15-17 dias em gatas) 
28-30 dias – movimentos fetais 
30-35 dias – início da mineralização óssea 
38-42 dias – diferenciação entre pulmões hiperecogênicos e fígado hipoecogênico. 
44-45 dias – Rins deixam de ser anecóicos e apresentam córtex e medular distintas. 
58-63 dias – Movimento intestinal. 
 
Na espécie canina, a frequência cardíaca média inicial do feto é de 214 bat/min. Aos 
40 dias, 238 bat/min., reduzindo próximo ao parto. Na espécie felina a frequência cardíaca 
dos fetos se mantém quase constante durante toda a gestação (aproximadamente 228 
bat/min.). 
O sofrimento fetal é caracterizado pela frequência cardíaca diminuída em relação às 
medidas citadas ou quando comparada aos outros fetos. 
A morte fetal é caracterizada pela ausência de batimentos cardíacos e perda da 
movimentação fetal, podendo ocorrer acúmulo de gás no feto e ao redor do mesmo em caso 
de contaminação. 
 65 
CÁLCULOS PARA ESTIMAR A IDADE GESTACIONAL 
 
Cadelas com menos de 40 dias de gestação: (Fig. 8.11 A e B) 
IG = (6 x DSG) + 20 
Onde: IG = Idade Gestacional 
 DSG = Diâmetro do saco gestacional 
 
 
Figura 8.11 – A- Vesícula gestacional. Aproximadamente 24 dias de gestação. B- Medida do 
diâmetro do saco gestacional (DSG). 
 
 Cadelas com mais de 40 dias de gestação (variação de  3 dias): (Fig. 8.12 A e B) 
 IG = (15 x DBP) + 20 
 IG = (7 x DTA) + 29 
 IG = (6 x DBP) + (3 x DTA) + 30 
 
 
 Gatas com mais de 40 dias de gestação (variação de  2 dias) 
 IG = (25 x DBP) + 3 
 IG = (11 x DTA) + 21 
 
 Onde: IG = Idade Gestacional 
 DBP = Diâmetro Biparietal 
 DTA = Diâmetro Tóraco-abdominal 
 
 
 
 Figura 8.12 – A- Diâmetro biparietal (DBP). B- Diâmetro tóraco-abdominal (DTA). 
A B 
A B 
 66 
 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Alterações como testículo ectópico, orquites, prostatites, epididimites, neoplasias 
prostáticas e cistos paraprostáticos podem ser identificados. 
 
 TESTÍCULOS 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DOS TESTÍCULOS E 
EPIDÍDIMO 
 Os testículos estão localizados no interior da bolsa escrotal, têm contorno ovalado e 
medem aproximadamente 3,6cm. Os epidídimos se situam sobre os testículos, sendo que a 
cabeça do epidídimo fica na porção cranial do mesmo. As túnicas: vaginal visceral e 
albugínea recobrem os testículos formando uma cápsula fibrosa. 
 Ultrassonograficamente possuem textura homogênea hipo ou isoecogênica em 
relação à próstata. A linha do mediastino formada pela invaginação da túnica albugínea é 
hiperecogênica (fig. 8.13). 
 
 
 Figura 8.13 – Imagem do testículo com o mediastino 
evidente (seta) e o epidídimo (+). 
 
 ALTERAÇÕES DOS TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS 
 Hidrocele: os achados sonográficos incluem uma imagem hipoecogênica ao redor do 
testículo, determinada pelo líquido que se acumula na bolsa escrotal (fig. 8.14). 
 Testículos ectópicos: os testículos podem ficar retidos no tecido subcutâneo pré-
escrotal, na área inguinal ou no abdome. Sonograficamente podem ter aparência 
normal, atrofiada ou alterada. Testículos atrofiados se caracterizam pela diminuição de 
tamanho, ecogenicidade normal a diminuída e preservação das características da 
arquitetura interna. A neoplasia se apresenta com aumento testicular e formação de 
massa abdominal complexa. 
 Orquite e epididimite: é a inflamação do testículo e epidídimo, respectivamente. O 
testículo inflamado apresenta-se hipoecogênico, em geral em focos e com contorno 
irregular. O epidídimo se apresenta hipoecogênico ou hiperecogênico, com ou sem 
mineralizações, podendo a alteração ser focal ou difusa em toda a extensão da 
estrutura, o que é mais comum. 
 67 
 Neoplasias testiculares representam o segundo tipo mais comum de tumor em cães 
idosos. A aparência sonográfica é variável, observando-se heterogeneidade do 
parênquima, nódulos ecogênicos ou hipoecogênicos, solitários ou múltiplos. 
 
 
 Figura 8.14 – Hidrocele. Área hipoecogênica ao redor 
do testículo (setas). 
 
 PRÓSTATA 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DA PRÓSTATA 
A próstata selocaliza na porção retroperitoneal circundando a uretra ou o colo da 
bexiga. Em cães é bilobulada e seu tamanho é variado, medindo de 1,3 a 3cm nos três 
planos (largura/ comprimento e espessura). Nos cães castrados, o tamanho da próstata está 
diminuído e os lobos prostáticos não são distinguíveis. 
No gato a próstata recobre a uretra dorsolateralmente. Seu comprimento é de 
aproximadamente 1cm e possui pouco significado clínico. 
 Sonograficamente se apresenta com parênquima de ecogenicidade homogênea e 
hipoecogênica em relação aos tecidos adjacentes, há simetria dos lobos e bordas lisas (fig. 
8.15 A). 
 
 ALTERAÇÕES PROSTÁTICAS 
 Hiperplasia prostática benigna (HPB): é a alteração de próstata mais comum em cães, 
principalmente com mais de 6 anos de idade. Ultrassonograficamente há aumento de 
volume prostático, parênquima homogêneo, podendo ser visibilizadas estruturas císticas 
múltiplas e difusas. 
 Cistos prostáticos: são áreas cavitárias focais ou multifocais, com conteúdo hipo ou 
anecogênico, correspondente a fluido. 
 Prostatite bacteriana: Na infecção aguda o exame ecográfico mostra áreas cavitárias 
preenchidas por líquido com imagem hipoecogênica, resultante de abscesso. 
 Neoplasias: os achados sonográficos incluem parênquima heterogêneo (fig. 8.15 B), 
áreas hipoecogênicas ou hiperecogênicas focais ou difusas sugestivas de mineralização. 
 
 68 
 
Figura 8.15 – A- Imagem de próstata normal com limites nítidos (setas) e uretra 
prostática evidente (estrutura anecogênica). B- Próstata com parênquima 
heterogêneo e contorno irregular. Neoplasia prostática. 
 
 SISTEMA URINÁRIO 
 A ultrassonografia do trato urinário permite a avaliação da forma, do contorno, da 
dimensão e da arquitetura interna dos órgãos que o compõem. 
 
 RINS 
Os rins são órgãos retroperitoneais circundados por tecido adiposo. 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DOS RINS 
 O rim direito localiza-se na fossa renal do lobo caudato do fígado e mantém 
proximidade com a adrenal direita, lobo direito do pâncreas e duodeno descendente, 
enquanto o rim esquerdo relaciona-se à grande curvatura do estômago, baço, lobo esquerdo 
do pâncreas e adrenal esquerda. Externamente são revestidos por uma cápsula fibrosa que 
produz eco brilhante quando o feixe sonoro incide perpendicularmente. Possui a cortical 
ecogênica, a medular (porção mais interna) hipoecogênica em relação àquela e uma região 
mais central correspondente à pelve renal que é hiperecogênica (fig. 8.16 A). Na região do 
hilo são observáveis a veia e a artéria renais. A dimensão renal em cães está relacionada ao 
peso, tamanho e condição corpórea. Porém, dimensões entre 6,0-9,0cm são consideradas 
normais no eixo longitudinal. A simetria dos rins é um dado mais útil. Felinos têm o 
comprimento renal variando entre 3,8-4,4cm em plano longitudinal. 
 A avaliação da relação córtico-medular, bem como a ecogenicidade cortical que é 
comparada com fígado e baço, servem para indicar alterações renais. 
A ultrassonografia do trato urinário é indicada quando há dor na região renal, 
hematúria, suspeita de massa abdominal ou doença policística, infecção urinária recidivante 
ou quando a função do rim está ausente na urografia excretora ou alterada em dados 
laboratoriais. A função renal não está correlacionada com o tamanho ou ecogenicidade dos 
rins. 
 
 ALTERAÇÕES DIFUSAS DO PARÊNQUIMA RENAL 
 A ecogenicidade cortical pode encontrar-se aumentada em patologias como nefrite, 
necrose, amiloidose, nefrocalcinose (fig. 8.16 B) e doenças renais terminais. Em felinos o 
aumento da ecogenicidade cortical também está relacionado a linfossarcoma difuso, 
peritonite infecciosa felina (PIF) ou pode ser considerado normal em gatos castrados. O 
diagnóstico diferencial é feito através de biopsia renal. 
A B 
 69 
Dioctofimose: causada pelo verme Dioctophyma renale, afeta principalmente o rim 
direito. Distorção anatômica do rim e presença de várias estruturas circunscritas ou lineares 
hiperecogênicas com conteúdo anecogênico podem sugerir a presença do verme (fig. 8.17 
A). 
 
 
Figura 8.16 – A- Imagem de rim de cão sem alteração em corte longitudinal. B- Hiperecogenicidade da 
cortical renal indicando nefropatia. 
 
 ALTERAÇÕES FOCAIS DO PARÊNQUIMA RENAL 
 
RINS POLICÍSTICOS 
 Os rins policísticos, como o nome sugere, apresentam múltiplos cistos, que são 
estruturas anecogênicas de forma e tamanho variados, podendo ser uni ou bilaterais. A 
doença policística renal é mais comum em gatos da raça Persa sendo identificada como 
doença autossômica dominante (fig. 8.17 B). 
 
 
Figura 8.17 – A- Imagem ecográfica de Dioctophyma renale no rim direito de um cão. B- Rins policísticos 
em felino. 
 
 CALCIFICAÇÃO E CÁLCULO RENAL 
 As calcificações podem aparecer em diferentes porções do parênquima renal ou 
formar linha hiperecogênica na medular ou na junção córtico-medular. Já os cálculos, 
independente da composição, são visibilizados ao exame ultrassonográfico na pelve renal e 
determinam sombra acústica bem definida (fig. 8.18). 
 
A B 
A B 
 70 
 
 Figura 8.18 – Imagem ecográfica de cálculos no rim 
esquerdo formando sombra acústica (setas 
pequenas). 
 
 NEOPLASIAS 
 Em cães e gatos a metástase renal é mais frequente que o tumor primário. Áreas 
heterogêneas são observadas, podendo determinar irregularidade no contorno do rim. A 
ecogenicidade é variável, sendo a biopsia renal indicada para o diagnóstico definitivo. 
 
 ALTERAÇÕES DE PELVE RENAL 
 
 HIDRONEFROSE 
 É a causa mais comum de aumento renal. Caracteriza-se pela dilatação do sistema 
coletor, secundariamente à obstrução. Sonograficamente a arquitetura interna do órgão é 
afetada em maior ou menor grau, dependendo da duração da obstrução. Em estágios 
avançados da doença, os rins podem apresentar-se como um saco de conteúdo 
hipoecogênico ou anecogênico. (fig. 8.19 A e B). 
 
 
Figura 8.19 – A- Imagem ecográfica de hidronefrose. Pelve renal (P). Em B ocorreu grande 
destruição do parênquima. 
 
 
P 
A B 
 71 
 BEXIGA 
 A avaliação ecográfica da bexiga requer conteúdo no interior da mesma. 
Recomenda-se manter o paciente sem urinar por um período mínimo de 3 horas. 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DA BEXIGA 
Com o animal em decúbito dorsal, a bexiga é visibilizada cranialmente à pelve. É 
utilizada como janela acústica para avaliação de estruturas adjacentes como cólon, útero, 
próstata e linfonodos ilíacos. 
A bexiga normal apresenta-se como uma estrutura de forma piriforme, com 
conteúdo anecogênico (urina) (fig. 8.20 A), podendo tornar-se deformada por estruturas 
vizinhas (fig. 8.20 B). A parede é observada como uma camada dupla hiperecogênica, 
separada por uma linha hipoecogênica. A camada interna (mucosa) deve ser lisa e contínua. 
A espessura normal da parede vesical varia de 0,1 a 0,5cm nos cães e de 0,13 a 0,17cm nos 
gatos e deve ser considerada com uma distensão moderada. 
 
 
 Figura 8.20 – A- Imagem ecográfica de bexiga normal. B-Distorção no formato da bexiga causada pelo útero 
aumentado de volume (seta). 
 
 ALTERAÇÕES DA BEXIGA 
 
CISTITE 
Características como irregularidade da mucosa vesical e espessamento da parede 
com presença de sedimento podem ser observadas (fig. 8.21 A). O ato de sacudir o 
conteúdo vesical com o transdutor (balotamento), promove movimento do conteúdo com 
formação de redemoinhos compostos de pontos hiperecogênicos flutuantes (fig. 8.21 B). A 
cistite aguda pode não causar alterações sonográficas na parede vesical. 
 
A B 
 72 
 
 Figura 8.21 – A- Imagem ecográfica demonstrando paredevesical espessada, sugerindo 
cistite. B- Sedimento vesical após balotamento. 
 
CÁLCULO VESICAL (UROLITÍASE) 
Os cálculos urinários possuem forma e tamanho variados (2mm a 10cm) e podem 
causar obstrução urinária ou lesão traumática na mucosa. Os machos retém os cálculos na 
bexiga devido à uretra mais longa e estreita. Sonograficamente os cálculos são visíveis 
independentemente do tamanho e da composição. São observados como estruturas 
hiperecogênicas que produzem sombra acústica (fig. 8.22). 
 
NEOPLASIA 
Os tumores se apresentam como espessamentos focais de parede que se estendem 
para o lúmen vesical ou de forma difusa que causam espessamento uniforme e generalizado 
da parede, similar à cistite crônica. O papiloma é a neoplasia benigna mais comum. Ultras-
sonograficamente apresenta-se como formação ecogênica homogênea. 
 
 
 Figura 8.22 - Cálculo vesical (C) formando sombra 
acústica (Imagem cedida pela M.V. 
Adriane Ilha). 
 
COÁGULOS 
Geralmente ocorrem após traumas, neoplasias, infecções ou alterações sanguíneas. 
Sonograficamente são irregulares, não formam sombra acústica e têm ecogenicidade mista. 
Podem ser móveis ou aderidos à parede vesical. 
 
 URETERES 
ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DOS URETERES 
 Os ureteres normalmente não são visibilizados ecograficamente devido ao seu 
pequeno diâmetro. Sua porção abdominal é adjacente ao músculo psoas. 
A 
B 
 73 
 
 ALTERAÇÕES URETERAIS 
 
HIDROURETER OU DILATAÇÃO URETERAL 
Obstrução por ligaduras acidentais durante a ovário-histerectomia ou por cálculos e 
compressões tumorais são as causas mais comuns de dilatação. Ecograficamente o ureter 
dilatado apresenta-se com paredes bem definidas e tortuosas que podem ter luz de 2-3cm de 
diâmetro. A sobreposição de alças intestinais com gás pode impossibilitar a visibilização do 
trajeto total dos mesmos. 
 
URETER ECTÓPICO E RUPTURA DE URETER 
São mais facilmente identificados pelo exame de urografia excretora. 
 
PÂNCREAS 
 
 ANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA NORMAL DO PÂNCREAS 
O pâncreas situa-se adjacente à curvatura maior do estômago, duodeno, cólon 
ascendente e transverso. Sua característica isoecóica à gordura circundante dificulta sua 
visibilização, sendo pesquisado em sua topografia habitual (fig. 8.23). A administração via 
oral de líquido, pode contribuir por deslocar o gás do piloro, porém, é contra-indicada em 
animais com suspeita de pancreatite, podendo induzir ao vômito. 
 
 ALTERAÇÕES PANCREÁTICAS 
 
 PANCREATITE E NEOPLASIA 
 As mudanças sonográficas causadas pela pancreatite permitem sua identificação. 
Em geral observa-se aumento do órgão e hipoecogenicidade. Tumorações podem ser focais 
ou difusas e determinam imagem heterogênea. 
 
 
 
 
 Figura 8.23 – Imagem de pâncreas sem alteração. 
 
 
 
 74 
 
CAPÍTULO IX 
 
INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA ÓSSEA E ARTICULAR 
 
A radiografia é um exame complementar essencial para o estudo das afecções que 
acometem tanto o sistema ósseo quanto articular. Além de fornecer informações 
diagnósticas permite acompanhar a evolução do caso clínico. Algumas afecções necessitam 
de um razoável tempo para se manifestarem radiologicamente, até que as reações ósseas 
alterem a densidade do tecido, mesmo o paciente apresentando sinais clínicos precoces. 
ESTRUTURA ÓSSEA 
Os ossos longos são constituidos de diáfise (corpo do osso que contém a medula 
óssea), duas epífises (extremidade proximal e distal) e entre elas as metáfises (fig. 9.1). 
Em animais jovens, as cartilagens ou placas epifisiárias (linha radiolucente), são 
nítidas entre as epífises e as metáfises. Quando as cartilagens estiverem totalmente 
substituídas por tecido ósseo, o crescimento cessa. Nos cães, o crescimento se completa em 
torno do 10° ao 14°mês de idade (fig. 9.2) (Quadro 1) e nos gatos, mais tardiamente, 
principalmente nos castrados. A cortical é a região periférica e mais radiopaca dos ossos e a 
medular é a região central. O periósteo recobre a cortical externamente (exceto nas 
superfícies articulares) enquanto o endósteo a envolve internamente, ambos promovem o 
reparo e a consolidação óssea. 
 
 
 Figura 9.1 – Membro de animal jovem (5 meses de idade) apresentando as fises 
abertas (setas) - linhas radiolucentes. D – diáfise. M – metáfise. 
E – epífise. 
 
M 
E 
D 
 75 
 
Figura 9.2 – Desenvolvimento em dias do membro anterior de cão em projeção dorsopalmar. (FONTE: 
SCHEBITZ & WILKENS, 2000). 
 
Quadro 1 - Idade de fechamento epifisário em cães. 
Estrutura Idade de Fusão 
Tuberosidade Escapular 4-7 meses 
Úmero Proximal 10-13 meses 
Úmero Distal 6-8 meses 
Rádio Proximal 6-11 meses 
Rádio Distal 8-12 meses 
Ulna Proximal (olécrano) 6-10 meses 
Ulna Distal 8-12 meses 
Metacarpianos e Metatarsianos 5-7 meses 
1
a
 e 2
a
 Falanges 4-5 meses 
Pelve: - Acetábulo 5-6 meses 
 - Crista Ilíaca 1-2 anos 
 - Tuberosidade Isquiática 8-10 meses 
Fêmur Proximal (cabeça) 7-11 meses 
Fêmur Distal 8-11 meses 
Tíbia Proximal 6-11 meses 
Tíbia Distal 8-11 meses 
Tuberosidade Tibial 6-12 meses 
Fíbula Proximal 8-12 meses 
Fíbula Distal 7-11 meses 
Tuberosidade Calcânea 3-8 meses 
 
TIPOS DE RESPOSTAS ÓSSEAS 
 
DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE (OSTEOPENIA): a reabsorção ou destruição 
óssea podem resultar de traumas, desuso, doença metabólica, infecção e neoplasia. 
Alterações radiograficamente identificáveis ocorrem a partir de 50% de perda de conteúdo 
mineral dos ossos. 
 76 
AUMENTO DA DENSIDADE: está associado a neoformações ósseas ou aumento 
na mineralização, o que pode ser referido como esclerose óssea na imagem radiográfica. 
OSTEÓFITOS: são proliferações ósseas em forma de espículas. 
OSTEÍTE: é uma reação inflamatória do osso sem o envolvimento da medular. 
 PERIOSTITE: é uma reação inflamatória do periósteo determinando irregularidade 
em sua superfície. 
EXOSTOSE: é uma proliferação óssea mais acentuada que a periostite podendo ser 
lisa (estacionária) ou irregular (proliferativa). 
OSTEOMIELITE: é um processo inflamatório e ou infeccioso com envolvimento 
da cortical e medular, decorrente de ferimentos de origem traumática, cirúrgica ou via 
hematógena. Radiograficamente observa-se lise e esclerose óssea, com perda do padrão 
trabecular normal e reação periosteal. 
LUXAÇÃO: é o deslocamento completo entre as superfícies articulares. 
SUB-LUXAÇÃO: é o deslocamento parcial entre as superfícies articulares. 
FRATURA: é a solução de continuidade de uma estrutura óssea. 
ANQUILOSE: é a fusão de duas ou mais estruturas ósseas, podendo ser provocada 
por reação inflamatória e / ou infecciosa, ou induzida cirurgicamente por artrodese. 
TRIÂNGULO DE CODMAN: ocorre em processos neoplásicos e inflamatórios, 
quando há lesão com destruição de cortical, elevação do periósteo e neoformação 
subperiosteal, determinando um ângulo. 
PROJEÇÕES 
Para a análise radiológica precisa, são requeridas no mínimo duas projeções 
perpendiculares entre si, sendo que projeções com articulações flexionadas, incidências 
obliquadas e skyline contribuem eventualmente. 
O uso de sedativos, tranquilizantes ou anestesia geral pode tornar-se necessário para 
um posicionamento correto, desde que o estado físico do paciente permita. Para a obtenção 
de boa imagem de uma lesão, é recomendável que a mesma esteja o mais próximo possível 
do filme. 
 
CAPÍTULO X 
 
RADIOLOGIA DO CRÂNIO 
 
O crânio, dentro do sistema ósseo e articular, constitui uma das partes que oferece 
maior dificuldade na interpretação radiográfica, tanto em pequenos quanto em grandesanimais, devido, principalmente, à grande variação entre espécies e, dentro destas, as 
características raciais. Por exemplo, a dificuldade dentro de uma mesma espécie é a 
diferença entre cães dolicocéfalos, mesocéfalos e braquicéfalos. 
Dolicocéfalos: nestes animais o diâmetro antero-posterior da cabeça é longo, 
deixando a impressão que a cabeça é estreita em relação ao comprimento. Ex.: Dobermann. 
Braquicéfalos: animais com esta característica possuem a cabeça achatada no 
sentido antero-posterior, deixando a impressão de que a cabeça é larga em relação ao 
comprimento. Ex.: Boxer e Bulldog. 
Mesocéfalos: são cães com a medida proporcional de largura e comprimento da 
cabeça, sendo intermediária em relação aos anteriores. Correspondem a aproximadamente 
75% das raças caninas. Ex.: Rottweiler e Labrador. 
O crânio dos felinos tem características uniformes em sua maioria, mas algumas 
 77 
raças apresentam características braquicéfalicas, como os Persas, por exemplo. 
A cavidade nasal e os seios frontais são facilmente identificados pela sua 
radiolucência. Os ossos turbinados das conchas nasais conferem uma imagem trabeculada 
de linhas finas radiopacas no meio radiolucente normal, enquanto o septo nasal divide a 
cavidade em duas porções simétricas (esquerda e direita). Afecções relacionadas a esta 
região incluem um aumento de radiopacidade, alteração no padrão trabeculado e destruição 
ou proliferação óssea. As alterações mais comuns são os processos inflamatórios, 
infecciosos, hemorrágicos e tumorais, os quais diminuem a radiolucência da cavidade nasal, 
porém, não são diferenciáveis entre si radiograficamente. Radiografias nasais de boa 
qualidade ajudam a definir a localização e extensão das lesões. A projeção dorso-ventral 
com o filme intra-oral permite visualizar a região trabeculada da cavidade nasal sem 
interferência de sobreposição com a mandíbula. 
 
POSICIONAMENTOS 
 Para as incidências de maxila ou mandíbula com boca aberta e trans-orais, é 
necessário que os animais estejam anestesiados. 
Os posicionamentos principais são: 
 Dorso-ventral. 
 Ventro-dorsal. 
 Lateral: com a boca aberta ou fechada. 
 Obliquados. 
 Trans-oral com boca aberta para avaliar bulas timpânicas. 
 Skyline, para avaliar seios frontais. 
 
PREPARO 
 Sempre que possível limpar a região a ser radiografada, para evitar artefatos 
como sujidades ou pomadas iodadas. 
 Quando necessário se faz uso de sedação ou até anestesia geral. 
 
ANATOMIA RADIOGRÁFICA NORMAL (fig. 10.1 e fig. 10.2) 
 
 
Figura 10.1 – A- Imagem radiográfica normal em projeção lateral de crânio de cão. B- Projeção dorso-
ventral de crânio de cão. C- Projeção dorso-ventral de crânio de gato. 
 
A C B 
 78 
 
 Figura 10.2 – A- Imagem radiográfica em projeção ventro-dorsal com boca aberta evidenciando a 
cavidade nasal. B- Projeção Skyline demonstrando os seios frontais radiolucentes. 
 
ALTERAÇÕES RADIOGRAFICAMENTE VISÍVEIS 
 
AFECÇÕES CONGÊNITAS 
 
HIDROCEFALIA 
Enfermidade congênita, podendo ser adquirida, a hidrocefalia (fig. 10.3) refere-se 
ao acúmulo de líquido na região do neurocrânio, por excesso de produção de líquido 
cérebro espinhal ou decréscimo na absorção do mesmo. Afeta principalmente raças toy, 
braquicéfalos e Beagles. Os principais sinais clínicos estão relacionados a estado mental 
alterado, com convulsões, deficiências visuais, disfunção motora e desenvolvimento 
retardado. 
Radiograficamente será observado aumento de radiopacidade e homogeneidade na 
região do neurocrânio, aumento do vértice craniano, adelgaçamento do osso e retardamento 
no fechamento das suturas ósseas. 
 
 
Figura 10.3 – Imagem radiográfica de hidrocefalia. Aumento da radiopacidade da região 
craniana de um cão. A- Projeção lateral. B- Projeção dorso-ventral. 
 
A B 
A B 
 79 
AFECÇÕES TRAUMÁTICAS 
 
FRATURA 
As fraturas (fig. 10.4), quando grandes, são facilmente evidenciadas, porém, as 
pequenas, são de difícil observação, sobretudo na cabeça, pela sobreposição das estruturas. 
Em geral decorrem de traumas e quando se estendem à cavidade nasal ou seios frontais, 
podem provocar enfisema subcutâneo e / ou processos hemorrágicos. Várias incidências 
radiográficas podem ser necessárias para obtenção do diagnóstico. 
 
 
 Figura 10.4 – A- Fratura craniana em felino caracterizada por linha radiolucente (cabeça de seta). B-Projeção 
lateral com boca aberta em canino com fratura de ramo mandibular (seta). 
 
LUXAÇÃO 
A luxação, geralmente, resulta de traumatismo e caracteriza-se por uma 
instabilidade palpável da articulação, determinada por deslocamento entre as estruturas que 
se articilam. Na região do crânio e face observam-se luxações na articulação têmporo-
mandibular e na sínfise mandibular, podendo estar associadas a fraturas na mandíbula. 
A luxação da articulação têmporo-mandibular, caracteriza-se radiograficamente pelo 
afastamento do processo condilóide da mandíbula do seu local anatômico que é a fossa 
mandibular do osso temporal, podendo ser uni ou bilateral e ter deslocamento cranial, 
caudal ou lateral. 
 
CORPO ESTRANHO 
Corpos estranhos podem ser radiopacos ou radiolucentes. Os radiopacos são 
facilmente observados, como projéteis que apresentam densidade de metal. 
Os radiolucentes nem sempre são visíveis, mas, dependendo da localização, nas 
fossas nasais, por exemplo, podem ocasionar reação inflamatória e, neste caso, mostrar 
determinada área com aumento de radiopacidade, que poderá ser confundida com outras 
afecções. 
 
AFECÇÕES DE ORIGEM METABÓLICA E / OU NUTRICIONAL 
 
HIPERPARATIROIDISMO SECUNDÁRIO RENAL 
Também conhecido como Osteíte fibrosa renal, Raquitismo renal, Osteodistrofia 
renal ou Mandíbula de Borracha. Em animais velhos a causa principal é a doença renal 
A B 
 80 
crônica, enquanto em cães jovens se deve às nefropatias congênitas, resultando em 
desmineralização óssea, primeiramente no crânio, afetando maxila e mandíbula que têm a 
radiopacidade diminuída. A desmineralização no restante do esqueleto, pode ocorrer, mas é 
mais lenta. 
Com o desenvolvimento da enfermidade, a mandíbula torna-se maleável, o que 
justifica a expressão “mandíbula de borracha”. Os dentes parecem soltos na radiografia 
devido à absorção da lâmina dura e a respiração pode estar dificultada devido ao colapso 
dos ossos da região das fossas nasais. 
 
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS E / OU INFECCIOSAS 
 
SINUSITE 
As projeções ventro-dorsal, lateral ou rostro-caudal permitem a avaliação dos seios 
frontais. Radiograficamente observa-se aumento de radiopacidade de um ou ambos os seios 
frontais. O diagnóstico diferencial de neoplasia deve ser considerado. 
 
ABSCESSO APICAL OU PERIAPICAL 
É uma afecção associada à raiz dentária que pode resultar de fraturas, cáries ou 
doença periodontal. Radiograficamente evidencia-se uma área de radiolucência 
circunscrita, típica também de processos infecciosos. Geralmente é progressiva, há 
reabsorção radicular, lise ou esclerose adjacente ao ápice do dente e aumento do espaço 
periodontal ao redor da raiz (halo radiolucente). Osteomielite (rarefação óssea) pode 
ocorrer nos ossos adjacentes. 
 
OSTEOMIELITE 
É uma lesão inflamatória e / ou infecciosa que pode ter origem traumática, cirúrgica 
ou hematógena. Radiograficamente evidencia-se áreas características de rarefação (lise) e 
esclerose óssea. 
 
OTITE 
O conduto auditivo e a bula timpânica são radiolucentes, mas nos casos de otite 
crônica, principalmente, as radiografias demonstrarão densidade radiológica aumentada 
nestas estruturas. A parede da bula poderá estar espessada.AFECÇÕES DE ORIGEM DESCONHECIDA 
 
OSTEOARTROPATIA TÊMPORO-MANDIBULAR 
Também chamada de Osteopatia Têmporo-mandibular, Osteopatia 
Crâniomandibular ou Periostite da Mandíbula, esta afecção é uma osteopatia proliferativa 
de cães jovens, que radiograficamente apresenta neoformação óssea envolvendo o osso 
occipital, as bulas timpânicas e os ramos da mandíbula, sendo geralmente, bilateral. 
 
 
 
 
 
 
 81 
AFECÇÕES PARASITÁRIAS 
 
OESTROSE 
Afecção comum em ovinos, em que as larvas de Oestrus ovis podem localizar-se 
nas fossas nasais, seios frontais ou ambos, demonstrando na película de raios-X, um 
aumento de radiopacidade, compatível com imagem de sinusite. Neste e em outros casos 
sempre é indispensável exame e história clínicos. 
 
CENUROSE 
Enfermidade que atinge a região do cérebro em ovinos principalmente, ocasionada 
pelo Coenuros cerebralis, com formação de cistos intracranianos. Ao exame radiográfico 
simples, é difícil a observação, a não ser em casos crônicos, quando pode-se encontrar 
rarefação óssea da calota craniana. 
O diagnóstico poderá ser radiológico através de exame contrastado, como a 
arteriografia cerebral, ou através da tomografia computadorizada ou da ressonância 
magnética. 
 
AFECÇÕES DEGENERATIVAS 
CALCIFICAÇÃO DE BULA TIMPÂNICA 
A calcificação da bula timpânica (fig. 10.5) decorre de otite crônica média e interna, 
e é evidenciada pelo aumento da radiopacidade da região, que normalmente é radiolucente. 
 
 
 Figura 10.5 – Imagem radiográfica demonstrando radiopacidade da bula timpânica (setas). 
 Projeção ventro-dorsal e trans-oral . 
 
AFECÇÕES NEOPLÁSICAS 
As neoplasias de crânio surgem mais comumente a partir de tecidos moles, se 
propagando e destruindo os ossos adjacentes. A maxila e a mandíbula são os locais mais 
acometidos, sendo o osteossarcoma (maligno) e osteoma, mieloma e tumor venéreo 
transmissível (benignos), os mais comuns. Radiograficamente pode ocorrer elevação 
periosteal e rarefação óssea em casos de tumores malignos (fig. 10.6) e aumento da 
radiopacidade e circunscrição nos tumores benignos. Geralmente os tumores cerebrais não 
A B 
 82 
são visualizados pela radiografia simples. A angiografia cerebral (exame contrastado) pode 
auxiliar no diagnóstico. 
 
 
 Figura 10.6 – Radiografia craniana de felino em projeção lateral com tumor nasal. 
Observar a destruição óssea (seta). 
 
CPÍTULO XI 
 
RADIOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL 
 
As alterações de coluna vertebral tanto em pequenos quanto em grandes animais, 
são relativamente frequentes. Algumas poderão ser congênitas outras adquiridas. A 
radiologia é fundamental como apoio diagnóstico ao clínico. 
A coluna vertebral é dividida em 5 porções, que devem ser radiografadas 
separadamente, são elas: cervical (7 vértebras), torácica (13 vértebras), lombar (7 
vértebras), sacral (3 vértebras) e coccígea ou caudal (6 a 20 vértebras). O uso de anestesia 
geral permite um posicionamento simétrico do paciente para uma interpretação radiográfica 
apropriada. Alterações na forma, no tamanho, na densidade e no alinhamento das vértebras, 
são os sinais radiográficos fornecidos pelo exame. A definição da medula espinhal não é 
obtida pela radiografia simples, sendo necessária a mielografia. 
 
PREPARO PRÉVIO 
 Limpeza da região a ser radiografada 
 Coluna lombo-sacra: limpeza do trato digestório. 
 
POSICIONAMENTOS 
 Ventro-dorsal 
 Laterais 
 Obliquadas 
 
 83 
 ANATOMIA RADIOGRÁFICA NORMAL DA COLUNA 
 Projeção lateral (fig. 11.1) 
 
 
 Figura 11.1 – Coluna lombar de filhote de cão em projeção lateral. 
Observar as linhas epifisiárias abertas (setas). 
 
TIPOS DE EXAMES PARA COLUNA VERTEBRAL 
 Exame Simples 
 Exames contrastados 
- Osteovenografia (pouco utilizada) 
Consiste na injeção de contraste especifico no corpo vertebral. 
- Mielografia 
A mielografia (fig. 11.2) é um exame contrastado da coluna e está indicada quando 
a radiografia simples não for conclusiva. A interpretação envolve a avaliação do espaço 
subaracnóide preenchido com meio de contraste positivo (colunas de contraste) que pode 
demonstrar alterações situadas extra ou subduralmente no canal vertebral (como tumores, 
prolapso de disco intervertebral ou do núcleo pulposo ou ainda hematomas). As lesões de 
medula espinhal (fig. 11.3) classificam-se em: extradural (coágulos, fraturas consolidadas, 
prolapso de disco intervertebral, neoplasias), intradural-extramedular (neoplasias) e 
intramedular (neoplasias, edemas, hemorragias). 
 
 
Figura 11.2 – Projeção lateral evidenciando as colunas paralelas de meio de 
contraste e o posicionamento adequado da agulha para 
mielografia lombar. 
 84 
 
 Figura 11.3 - Representação esquemáticas das lesões 
medulares. (Fonte: WHEELER & 
SHARP, 1999) 
 
O preparo prévio dos pacientes é feito com jejum líquido e sólido de 12 horas, 
sendo posteriormente, submetidos à anestesia geral. O meio de contraste utilizado para o 
procedimento é à base de iohexol, ioversol, iopamidol ou metrizamide na dose de 0,25-
0,5ml.Kg
-1
 de peso vivo, sua aplicação é feita na cisterna magna ou no espaço subaracnóide 
entre L4-L5 ou L5-L6. 
 
ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS 
 
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS 
 
HEMI-VÉRTEBRA 
As hemivértebras (fig. 11.4-A) resultam de uma falha na formação de parte do 
corpo vertebral, que se apresentam radiograficamente menores, incompletas e geralmente 
em forma de cunha, podendo causar desvios da coluna vertebral, dependendo da orientação 
da mesma. 
Cães das raças Pug, Bulldog e Boston Terrier são as mais comumente afetadas por 
esta alteração, sendo que as vértebras torácicas e coccígeas estão mais frequentemente 
envolvidas. 
 
ESPINHA BÍFIDA 
Afecção com etiologia desconhecida com maior incidência em cães da raça Bulldog 
e rara nas demais. Ocorre devido a um defeito no desenvolvimento embrionário o qual 
resulta na não fusão do arco vertebral dorsal em uma ou mais vértebras, geralmente em 
porção caudal da coluna lombar, sacral ou coccígea, podendo ocorrer também ausência ou 
hipoplasia do processo espinhoso dorsal. Os sinais clínicos são compatíveis com alterações 
da coluna em segmento L4-S3. 
Radiografias simples em projeção ventro-dorsal evidenciam melhor a alteração 
 85 
através da comparação das vértebras normais craniais e caudais às alteradas. Com a 
realização da mielografia pode-se evidenciar o extravasamento de contraste para fora do 
espaço subaracnóide ou para o exterior, meningocele (coleção de líquido cefalorraquidiano 
em uma saculação em forma de bolsa na pele), meningomielocele (protusão de partes da 
meninge e medula espinhal através da falha na coluna vertebral) ou ainda mielocele 
(protusão de porções de medula para fora do canal medular em função de um defeito na 
formação das meninges, além do defeito nos corpos vertebrais) (fig. 11.4-B). 
 
 
Figura 11.4 – A- Imagem radiográfica de hemivértebra. Vértebra em formato de cunha na regão cervical. 
B- Mielografia demonstrando comunicação do canal medular com o meio esterno (espinha bífida). 
 
VÉRTEBRA EM TRANSIÇÃO 
É a denominação dada àquela vértebra que assume características anatômicas de sua 
adjacente. Um processo transverso poderá assumir a aparência de costela ou vice versa. 
Exemplos: radiograficamente evidencia-se ausência de uma ou ambas as costelas de T13 
(chamado de lombarização de T13); ausência de processo transverso (uni ou bilateral) de L7, 
onde a vértebra une-se com a pelve (chamado de sacralização de L7). Geralmente essa 
afecção não possui significado clínico.SUB-LUXAÇÃO ATLANTOAXIAL 
Além de congênita poderá ser também adquirida. A forma congênita está associada 
à malformação da articulação com agenesia total ou parcial do processo odontóide. 
Acomete principalmente Poodle miniatura, Yorkshire Terrier e Chihuahua. A forma 
adquirida decorre de traumas que provocam fratura ou separação do processo odontóide, 
podendo também ser causada pela ausência ou ruptura dos ligamentos atlantoaxial e 
transverso. 
Caracteriza-se por instabilidade e sub-luxação vertebral, a qual permite excessiva 
flexão da região, podendo resultar em compressão da medula espinhal. Os sinais clínicos 
são variáveis e incluem incoordenação, falta de equilíbrio, dor e quadriplegia. 
Radiograficamente observa-se, em projeção lateral, um aumento da distância entre o 
arco do atlas e a espinha dorsal do axis além da ausência total ou parcial do processo 
odontóide do axis (fig. 11.5-A). 
 
ALTERAÇÕES LIGADAS AO DESENVOLVIMENTO 
 
ESPONDILOMIELOPATIA CERVICAL 
Também chamada de Espondilopatia Cervical, Instabilidade Vertebral Cervical, 
B A 
 86 
Síndrome de Wobbler e Mal-articulação Vertebral Cervical. O termo síndrome de Wobbler 
é usado para nomear uma afecção específica, onde a medula espinhal é lesionada por uma 
combinação de anomalias da coluna vertebral cervical. Pode-se dizer que é uma questão 
multifatorial, podendo ser congênita ou adquirida. 
Alguns fatores importantes que contribuem para o aparecimento desta síndrome, 
como causa primária, são estenose do canal vertebral e instabilidade vertebral e, como 
causa secundária, hérnia de disco, hipertrofia ligamentosa, proliferação da cápsula articular 
e produção de osteófitos. As vértebras C5, C6 e C7 (fig. 11.5-B) são as mais comumente 
afetadas e poderá haver protrusão de disco intervertebral associada. 
As radiografias simples nem sempre mostram a estrutura do canal vertebral, 
necessitando de mielografia, mas, com frequência mostram sub-luxação vertebral da região 
cervical. Este quadro é comum aos pequenos animais e especialmente em equinos, quando 
se trata de grandes animais. 
 
BLOCO DE VÉRTEBRAS 
Poderá ser congênito ou adquirido, observando-se uma imagem de fusão de dois ou 
mais corpos vertebrais, formando um bloco. Essa afecção é observada mais frequentemente 
na coluna cervical e lombar. 
Radiograficamente há uma parcial ou total ausência do espaço intervertebral entre 
as vértebras envolvidas (fig. 11.6). 
 
 
 
Figura 11.5 – A- Imagem radiográfica demonstrando subluxação atlantoaxial, com aumento da distância 
entre o processo espinhoso do axis e arco dorsal do atlas. B- Mielografia cervical com 
interrupção da coluna de contraste. Subluxação de C7 com elevação da porção cranial do corpo 
vertebral para dentro do canal medular. 
 
 
 Figura 11.6 – Imagem radiográfica demonstrando 
fusão de 4ª e 5ª vértebras. 
lombares. 
A 
B A 
 87 
ALTERAÇÕES TRAUMÁTICAS 
 
FRATURA, LUXAÇÃO E SUB-LUXAÇÃO 
As fraturas (fig. 11.7-B), luxações (fig. 11.7-A) e subluxações ocorrem comumente 
em pequenos animais devido a acidentes (atropelamentos por carro) e podem causar 
compressões do cordão espinhal e raízes nervosas subsequentes. A manipulação dos 
pacientes mesmo anestesiados deve ser cuidadosa para não causar novos danos durante o 
estudo radiográfico. 
Os sinais radiográficos incluem descontinuidade de estruturas ósseas, pequeno 
desalinhamento entre vértebras e / ou facetas articulares (sub-luxação), desarticulação 
completa das superfícies articulares (luxação), descontinuidade do canal vertebral e linhas 
de fratura dos corpos vertebrais, processos articulares e apófises. 
 
ALTERAÇÕES DE ORIGEM NUTRICIONAL E / OU METABÓLICA 
 
HIPERVITAMINOSE A DOS FELINOS 
Também chamada de Osteodistrofia felina, acomete gatos que recebem dieta com 
excesso de vitamina A, encontrada principalmente na alimentação caseira constituída 
predominantemente por fígado. O excesso de vitamina A provoca a formação de exostoses 
na porção ventral das vértebras cervicais e torácicas. Os sinais clínicos mais evidentes são: 
dor, movimentação restrita do pescoço e compressão de medula e raízes nervosas. 
A imagem radiográfica caracteriza-se por extensa exostose anquilosante 
principalmente na coluna cervical e torácica. Poderá ocorrer a fusão das vértebras, 
ocasionando eventualmente compressão das raízes dos nervos espinhais. 
 
 
 Figura 11.7 – Radiografias em projeção lateral. A- Luxação em coluna torácica determinando um degrau 
(seta). B- Fratura de corpo vertebral em L3. 
 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO NUTRICIONAL 
Também chamada de Osteodistrofia Nutricional, Osteodistrofia Juvenil ou 
Osteoporose Nutricional, esta enfermidade se caracteriza por uma rarefação óssea em todo 
o esqueleto, que apresenta cortical delgada, fazendo com que os ossos tenham uma 
densidade semelhante à musculatura. Fraturas patológicas (fratura em talo verde) ocorrem, 
sendo que ao afetar os corpos vertebrais, podem causar compressão de medula espinhal. 
 
 
 
 
B A 
 88 
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS E / OU INFECCIOSAS 
 
ESPONDILITE 
Processo inflamatório e ou infeccioso que atinge os corpos vertebrais, causado pela 
infecção bacteriana e / ou fúngica. 
Radiograficamente assemelha-se à osteomielite, com destruição dos corpos 
vertebrais, lise óssea, perda do padrão trabecular, reação periosteal e esclerose do osso 
circunjacente. Mais comumente envolve a porção ventral e lateral do corpo vertebral. 
Quando atinge o canal vertebral pode causar mielite e meningite. 
 
DISCOESPONDILITE 
Também chamada de Osteomielite intradiscal, Discite, Infecção discal intervertebral 
e Espondilite intervertebral. A origem é hematógena e resulta numa infecção do disco 
intervertebral de origem não vertebral. As regiões cervicotorácica, tóracolombar e 
lombossacra são os locais mais acometidos. Pode ocorrer associada a Brucela canis, 
Staphylococcus aureus e alguns tipos de leveduras. 
As características radiográficas incluem lise de uma ou ambas as faces articulares 
dos corpos vertebrais (placas das extremidades vertebrais), seguidos de diminuição do 
espaço intervertebral (fig. 11.8). Com a progressão do processo pode surgir uma margem 
esclerótica com proliferação óssea ventral de grau variável. A mielografia permite 
estabelecer se há ou não compressão de medula. 
 
 
 Figura 11.8 – Radiografia lateral de um cão com discoespondilite em 
L4-L5 evidenciando irregularidade e esclerose das 
extremidades dos corpos vertebrais. 
 
ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS 
 
ESPONDILOSE 
Também chamada de Espondilo-artrose (fig. 11.9) é um achado radiográfico 
comum em cães idosos atingindo mais frequentemente as vértebras torácicas e lombares, 
raramente associada a sinais clínicos. 
Caracteriza-se por crescimentos ósseos em forma de espículas (osteófitos) que se 
desenvolvem nas extremidades dos corpos vertebrais, podendo se fusionar, formando uma 
anquilose, sendo chamada espondilose deformante / anquilosante. 
 
PAQUIMENINGITE 
A Ossificação da dura-máter, Metaplasia óssea da dura-máter ou Ossificação dural 
como também é denominada, caracteriza-se pela formação de placas ósseas na dura-máter e 
 89 
acomete cães de grande porte. Os sinais clínicos dependem do grau de comprometimento 
da medula espinhal e raízes nervosas. 
Radiograficamente aparece como uma linha radiopaca imediatamente acima e 
paralelamente à base do canal medular, sendo melhor visualizada nos espaços 
intervertebrais. Não deve-se confundir com calcificação do ligamento longitudinal dorsal 
(fig. 11.10). 
 
 
 Figura 11.9 – Espondilose anquilosante (pontes ósseas)na coluna torácica e lombar (setas). A- Projeção 
lateral. B- Projeção ventrodorsal. 
 
 
 Figura 11.10 – Detalhe evidenciando calcificação do 
ligamento longitudinal dorsal entre os 
corpos vertebrais (seta). 
 
SÍNDROME DA CAUDA EQUINA 
Também chamada de Estenose lombossacra, Compressão de cauda equina, 
Instabilidade ou Espondilose lombossacra. A cauda equina corresponde à porção caudal do 
cordão espinhal e suas raízes adjacentes estão localizadas nos corpos vertebrais de L5-L7, 
S1-S3 e Cc1-5. Animais de grande porte são acometidos com maior frequência e demonstram 
como sinais clínicos a incontinência urinária e fecal, dor à palpação, claudicação, relutância 
ao exercício, variando de acordo com o tipo de alteração anatômica. 
De origem congênita ou adquirida, é um complexo de sinais neurológicos causados 
pela compressão das raízes nervosas da espinha lombossacra. A localização da extremidade 
caudal do cordão espinhal varia de acordo com o tamanho dos cães e gatos. 
Os sinais radiográficos estão associados com a causa de compressão da cauda 
A B 
 90 
equina que podem ser: fraturas, luxações, neoplasias ou infecções, além de protrusão de 
disco intervertebral Hansen Tipo II, instabilidade articular entre L7 e sacro, crescimentos 
ósseos no interior do canal medular, espondilose anquilosante entre L7 e sacro, proliferação 
de tecidos moles (ligamentos e cápsula articular), osteocondrose de sacro e 
comprometimento vascular. 
 
HÉRNIA DE DISCO INTERVERTEBRAL 
Os discos intervertebrais ocupam os espaços entre uma vértebra e outra desde C2-C3 
até S1. Cada disco é composto de um anel externo fibroso e laminado e um núcleo central 
chamado de núcleo pulposo. Ao exame radiográfico simples e sem alterações, esses 
espaços intervertebrais são radiotransparentes e seu tamanho é aproximadamente igual em 
toda a extensão da coluna vertebral. Para se evitar distorções da aparência dos espaços 
intervertebrais, segmentos curtos da coluna devem ser radiografados separadamente. 
A afecção ocorre pela extrusão (Hansen tipo I) ou protrusão (Hansen tipo II) de 
disco intervertebral independente de estar ou não fibrosado ou calcificado. Na extrusão 
(mais comum em raças condrodistróficas como Basset e Bulldog): radiograficamente 
observa-se calcificações precoces, seguidas de degeneração tanto do núcleo pulposo quanto 
do anel fibroso. Caso o anel fibroso se rompa, o material do núcleo se deslocará com muita 
força podendo causar compressão medular. Na protrusão (nas demais raças): as alterações 
fibróides progridem lentamente à medida que o animal envelhece. Nesse caso, o anel 
fibroso origina uma saliência (prolapso) sem romper-se, podendo também causar 
compressão medular. 
De modo geral, os sinais radiográficos da doença de disco intervertebral incluem 
calcificação de um ou mais discos, estreitamento (fig. 11.11-A) ou aparência de cunha do 
espaço do disco intervertebral, presença de material mineralizado no forame intervertebral e 
compressão medular demonstrada pela mielografia. 
 
CALCIFICAÇÃO DE DISCO INTERVERTEBRAL 
A imagem é melhor avaliada em radiografias laterais de coluna. Observa-se 
aumento de radiopacidade entre os corpos vertebrais, mas deve-se ter o cuidado de não 
confundir com sobreposição de apófises transversas ou costelas. 
Os discos poderão estar fibrosados ou calcificados (fig. 11.11-B). Quando 
fibrosados não serão observados nas radiografias. Pode ocorrer também somente 
calcificação do núcleo pulposo do disco intervertebral. 
 
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS 
As neoplasias de coluna afetam mais comumente cães idosos, porém, tumores como 
linfoma podem ocorrer em gatos jovens. Os tumores poderão ser primários ou secundários 
e é difícil serem distinguidos de espondilite ou discoespondilite. 
Suas principais características radiológicas são: lise óssea, destruição das placas 
terminais vertebrais, fraturas patológicas (por compressão), crescimentos ósseos 
desordenados e alteração na radiopacidade óssea. 
A mielografia fornece dados como localização do tumor e sua posição no canal 
vertebral, porém o diagnóstico é definido somente através da biopsia. 
 91 
 
Figura 11.11 – A- Radiografia demonstrando diminuição do espaço intervertebral entre T12-13. 
 B- Calcificação de disco intervertebral L6-7 (seta). 
 
CAPÍTULO XII 
 
RADIOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
 
Para a avaliação apropriada da condição óssea e articular, pelo menos duas 
projeções, realizadas em ângulo reto uma em relação à outra em incidências padronizadas 
(crânio-caudal, dorsopalmar/ dorso-plantar e médiolateral) são necessárias. Incidências 
obliquadas e flexionadas podem contribuir. É importante o conhecimento da posição dos 
centros de ossificação e o período em que as linhas epifisárias se fecham. 
Ao se avaliar articulações, pode-se efetuar exames contrastados quando os simples 
não forem esclarecedores. Estes exames poderão ser realizados com contraste positivo 
denominando-se artrografia, com contraste negativo denominando-se pneumoartrografia 
ou, ainda, associando os dois meios de contraste que se chama artrografia de duplo-
contraste. Estas técnicas poderão ser utilizadas para observação de cápsula articular, 
superfícies articulares, meniscos, etc... Para realização desses exames deverão ser seguidas 
as normas de preparo prévio: limpeza da região, tricotomia, anti-sepsia e sedação ou 
anestesia, sendo esta última a mais aconselhada. 
Ultrassonografia é meio de imagem indicado para avaliação articular. 
 
 
ALTERAÇÕES RADIOGRAFICAMENTE VISÍVEIS 
 
ALTERAÇÕES DE ORIGEM TRAUMÁTICA 
 
LUXAÇÃO E SUB-LUXAÇÃO 
Alterações já descritas. 
 
RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO 
Ocorre por traumatismo, excesso de esforço físico ou ainda por excesso de força na 
tração. 
Radiograficamente observa-se sub-luxação da articulação fêmoro-tibial, com 
deslocamento dos côndilos femorais caudalmente. Poderá ocorrer edema intra-articular, em 
casos iniciais e artrose em casos mais avançados. 
 
A B 
 92 
 
FRATURAS 
Poderão ser traumáticas ou patológicas (espontâneas). Caracterizam-se pela 
presença de solução de continuidade óssea (fig. 12.1). 
A radiografia desempenha importante papel na avaliação das fraturas nas seguintes 
etapas: pré, trans e pós-procedimento terapêutico. A primeira etapa comprova a fratura e 
avalia os diversos aspectos relacionados à mesma, como sua extensão, alinhamento, etc... 
Durante o procedimento terapêutico, permite avaliar a eficácia do método realizado e a 
terceira etapa faz o acompanhamento do processo de cicatrização ou reparo ósseo. Com 
relação ao reparo ósseo, animais jovens apresentam consolidação mais rapidamente que os 
velhos. O método de imobilização da fratura (talas e pinos) e a presença de doença local ou 
metabólica afetam a velocidade de consolidação óssea. 
 
 
 Figura 12.1 – A- Fratura de colo femoral direito. B- Fratura distal de metáfise do fêmur. 
 
ALTERAÇÕES LIGADAS AO DESENVOLVIMENTO E / OU DE ORIGEM 
DESCONHECIDA 
 
FECHAMENTO EPIFISÁRIO PRECOCE 
Principal causa são os traumas. Esta alteração poderá ocorrer em qualquer placa 
epifisária, mas o local mais comum é a linha de crescimento distal da ulna. A lesão óssea 
poderá não ser percebida na radiografia, observando-se o encurvamento da ulna causando a 
deformidade do membro com desvio lateral ou valgus, devido à posição medial do rádio no 
carpo que força o membro lateralmente enquanto continua crescendo. No rádio ocorre 
arqueamento cranial podendo tornar-se severo durante a evolução do quadro, podendo levar 
à sub-luxação da articulação do úmero com a ulna. Aparecimento de doença articular 
degenerativaé uma possível consequência dessa enfermidade. Poderá ocorrer o desvio 
medial ou varus, se ocorrer lesão na linha epifisária do rádio. 
 
EXOSTOSE CARTILAGINOSA MÚLTIPLA 
Também denominada Osteocondromatose e Exostose Hereditária Múltipla, esta 
afecção de etiologia desconhecida, poderá ocorrer em todo o esqueleto, principalmente em 
ossos longos e menos frequente na coluna. Quando ocorre uma exostose cartilaginosa 
isolada, esta é denominada osteocondroma. É uma doença que afeta também outras 
A B 
 93 
espécies, principalmente equinos. 
As lesões são frequentemente múltiplas, podendo ser císticas ou proliferativas, com 
aumento de radiopacidade. Às vezes poderão ser confundidas com neoplasias, como por 
exemplo, os osteomas. Por isso torna-se necessária biopsia para diagnóstico diferencial, 
embora os osteomas, em geral, não sejam múltiplos. 
 Radiograficamente caracteriza-se pela imagem de exostoses circulares e regulares, 
com bordas escleróticas. 
 
LUXAÇÃO PATELAR 
A luxação de patela pode ser medial ou lateral (fig. 12.2-A). As projeções 
radiográficas indicadas são a crânio-caudal, médiolateral e skyline da articulação fêmoro-
tíbio-patelar. Radiograficamente a patela se encontrará deslocada lateral ou medialmente. 
Na incidência médio-lateral, a patela não se encontra no sulco troclear e está sobreposta aos 
côndilos femorais. Outras anormalidades ósseas poderão estar presentes como sulco 
troclear raso, rotação e curvatura da porção proximal da tíbia e angulação anormal da 
articulação fêmoro-tibial. 
Caso a luxação seja intermitente, a patela poderá estar posicionada em seu local 
anatômico no sulco troclear, no momento do posicionamento para o exame. 
 
NECROSE ASSÉPTICA DE CABEÇA DO FÊMUR 
Também conhecida como Doença de Legg-Perthes, Doença de Legg-Calvé-Perthes 
ou Necrose Avascular da Cabeça Femoral, esta enfermidade ocorre geralmente em raças de 
pequeno porte, em crescimento, geralmente unilateral. A etiologia, ainda não bem 
esclarecida, inclui fatores hereditários, hormonais, conformação anatômica, pressão 
intracapsular e infarto da cabeça do fêmur. 
Ao exame radiográfico evidencia-se densidade óssea da cabeça do fêmur diminuída 
(rarefação óssea), podendo haver fragmentação da mesma e encurtamento do colo femoral 
(fig. 12.2-B). Pode-se observar, dependendo do estágio da enfermidade, alterações 
degenerativas secundárias, ou seja, osteoartrose. 
 
 
 Figura 12.2 – A- Luxação lateral de patela observada em projeção skyline. B- Necrose asséptica da cabeça 
do fêmur, lado esquerdo. 
 
CALCINOSE CIRCUNSCRITA 
Também chamada de Calcinose Tumoral e Gota Cálcica. Nesta alteração ocorre 
A B 
 94 
deposição de sais de cálcio de aspecto amorfo no tecido mole, tecido subcutâneo, pele e 
proeminências ósseas. Radiograficamente se caracteriza como áreas circunscritas com 
radiopacidade de tecido ósseo. 
 
OSTEOARTROSE OU MOLÉSTIA ARTICULAR DEGENERATIVA 
Observa-se formação de osteófitos em superfícies periarticulares, causando dor e 
dificuldade de movimentação, pela diminuição da amplitude do movimento articular. 
 
OSTEOCONDROSE 
Caracteriza-se por um distúrbio na ossificação endocondral que leva à formação de 
um cisto subcartilaginoso. Frequentemente é bilateral e afeta as articulações escápulo-
umeral, úmero-rádio-ulnar, fêmoro-tíbio-patelar e tarso de cães jovens com crescimento 
rápido. A etiologia é multifatorial incluindo o manejo, a genética, sexo, fatores hormonais e 
nutrição. 
Radiograficamente observa-se área de rarefação óssea circunscrita na região 
subcartilaginosa (cisto ósseo) (fig. 12.3-A), podendo às vezes ocorrer erosão de cartilagem 
articular e formação de osteófitos periarticulares. Quando há avulsão de um flap de 
cartilagem no local do cisto, o qual pode sofrer mineralização, passa a denominar-se 
osteocondrite dissecante. A confirmação do diagnóstico pode ser feita através da artrografia 
(fig. 12.3-B). 
 
 
Figura 12.3 – A- Articulação escápulo-umeral de cão jovem com osteocondrose. Área radiolucente na 
cabeça do úmero. Fechamento epifisiário precoce (seta). B- Artrografia sem alteração. 
 
PANOSTEÍTE EOSINOFÍLICA 
Também conhecida como Panosteíte Canina ou simplesmente Panosteíte, ocorre em 
cães jovens e tem etiologia desconhecida. Clinicamente os animais apresentam claudicação 
sem história de lesão, podendo ocorrer em um membro e após em outro. 
Na imagem radiográfica observa-se aumento de radiopacidade na medula dos ossos 
longos, geralmente, mais evidente próximo ao forame nutrício. Poderá ocorrer perda do 
padrão trabecular normal do osso. Há casos em que as lesões são tão intensas que chegam a 
tomar por completo a cavidade medular. Espessamento endosteal e reação periosteal 
regular poderão aparecer independentemente da opacidade da medula (fig. 12.4). 
A B 
 95 
 
 Figura 12.4 – Panosteíte. Aumento de radiopacidade 
do canal medular da tíbia (seta). 
 
OSTEOARTROPATIA HIPERTRÓFICA PULMONAR 
Também chamada Acropaquia ou Osteopatia Hipertrófica Pulmonar, esta doença 
está, geralmente, associada a enfermidades pulmonares (fig. 12.5-A) como neoplasias e 
tuberculose, doença pulmonar crônica, neoplasias na bexiga ou prostáticas e alterações 
metabólicas. Clinicamente os animais afetados apresentam edema na região distal dos 
membros, demonstrando dor à palpação e claudicação. Quando a lesão pulmonar é tratada 
com sucesso, as alterações ósseas regridem rapidamente. 
Características radiográficas incluem grande proliferação periosteal perpendicular à 
cortical, a qual permanece íntegra. A reação óssea do tipo osteofitose ou espículas, 
geralmente simétrica e generalizada, afeta ossos longos (fig. 12.5-B) e pode estender-se até 
as cápsulas articulares, não chegando, porém, a atingir as superfícies articulares. 
 
 
Figura 12.5 – A- Imagem radiográfica de nódulos pulmonares. B- Membros torácicos de cão. Observar o 
novo tecido periosteal formado. 
 
DISPLASIA DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO 
É determinada por uma das seguintes alterações: 
a) Processo coronóide medial fragmentado 
Radiograficamente observa-se alteração articular degenerativa secundária 
A 
B 
 96 
progressiva e, raramente, fratura do processo medial. Na projeção lateral, forma elíptica 
anormal e curvatura diminuída da chanfradura troclear ficam evidenciadas pelo aumento do 
espaço articular úmero-radial. 
b) Osteocondrose 
Enfermidade já descrita. 
c) Não União do processo ancôneo 
Radiograficamente observa-se uma linha radiolucente evidenciando a separação do 
processo ancôneo da porção proximal da ulna (fig. 12.6). 
Alteração vista somente na projeção lateral flexionada do cotovelo. Frequentemente 
com o tempo desenvolve-se doença articular degenerativa (osteoartrose). 
d) Não União do epicôndilo medial do úmero 
Esta situação é a menos frequente dentre as demais relacionadas. 
A alterações radiológica perceptível é a separação de fragmento ósseo na região 
caudal do epicôndilo. 
 
 
 Figura 12.6 – Radiografia demonstrando não-união do processo ancôneo. 
 
DISPLASIA COXOFEMORAL 
Não existe uma única etiologia definida, sabe-se que está ligada a fator hereditário, 
distúrbios hormonais, crescimento rápido, excesso de exercícios físicos, sendo assim 
descrita como de etiologia multifatorial, afetando cães de raças grandes, na maioria das 
vezes. 
O diagnóstico definitivo para a raça pastor alemão e labrador é feito com 1 ano de 
idade enquanto que para rottweiler, fila brasileiro, mastif, dogue alemão e demais raças 
gigantes, este é feito com 1 ano e seis meses. Para posicionamento ideal para a avaliação da 
articulação coxofemoralrepresentado na figura-12.7, é necessário que estejam incluídas na 
radiografia as asas do ílio e a extremidade distal dos fêmures. Deve haver perfeita simetria 
entre as asas do ílio e forames obturadores, os fêmures devem estar paralelos e as patelas 
posicionadas nos sulcos trocleares. 
A displasia caracteriza-se por uma instabilidade articular ou sub-luxação da 
articulação, podendo estar envolvidos nesta enfermidade: acetábulo, cabeça de fêmur e colo 
femoral. 
a) Os animais normais apresentam: 
Acetábulo profundo, cabeça de fêmur redonda ou esférica, colo femoral delgado, 
 97 
articulação com perfeita congruência e “Ângulo de Norberg” igual ou superior a 105o. 
b) Animais em fase de transição: 
São animais que apresentam boa articulação e o ângulo levemente inferior a 105
o 
ou 
animais em que a articulação é ligeiramente incongruente e tem o ângulo maior ou igual a 
105
o
. 
c) Displasia de grau leve (fig. 12.8-A): 
As características são: “Ângulo de Norberg” maior que 100o e menor que 105o. Sem 
sinais de artrose. 
d) Displasia de grau médio (fig. 12.8-B): 
 acetábulo pouco profundo; 
 cabeça de fêmur poderá estar facetada, achatada, etc.; 
 colo de fêmur poderá estar levemente engrossado; 
 aparecem os primeiros sinais de artrose; 
 perda da congruência ou seja imagem de sub-luxação acentuada; 
 “Ângulo de Norberg” maior que 90o e menor que 100o. 
e) Displasia de grau grave (fig. 12.8-C): 
 acetábulo pouco profundo, até plano; 
 cabeça de fêmur poderá estar afilada, achatada, em forma de cogumelo, etc.; 
 colo de fêmur geralmente curto e engrossado; 
 poderá apresentar sub-luxação ou até luxação completa; 
 artrose geralmente evidente. 
 “Ângulo de Norberg” inferior a 90o (só medido em ausência de artrose). 
 
 
 Figura 12.7 – Posicionamento adequado 
para avaliação de 
displasia coxofemoral. 
 
 
 
 98 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12.8 – Diferentes graus de displasia coxofemoral. A- Displasia em grau leve. B- Displasia em grau 
médio com deformidade de cabeça femoral (facetada) e leve engrossamento de colo femoral. 
 C- Displasia em grau grave demonstrando subluxação e grande deformidade da cabeça femoral, 
arrasamento de acetábulo, engrossamento de colo femoral e artrose – osteófito (seta). 
 
RETENÇÃO DE NÚCLEOS CARTILAGINOSOS ENCONDRAIS 
Ocorre na metáfise distal da ulna de cães jovens de raças grandes e gigantes. Sem 
etiologia definida, podendo estar associada a problemas vasculares da região metafisária da 
ulna. 
Radiograficamente é observada como um cone invertido, radiolucente na metáfise 
distal da ulna. Sua persistência causa encurtamento da mesma em relação ao rádio, 
resultando em uma deformidade do membro, como rotação externa ou arqueamento cranial. 
 
OSTEOCONDRODISPLASIAS 
São anormalidades do crescimento e / ou desenvolvimento cartilaginoso ou ósseo. 
Aqui se enquadram: nanismo, alterações de número de dedos, etc... 
 
OSTEOPENIA POR DESUSO 
Ocorre principalmente devido à inatividade do membro. 
Radiograficamente observa-se diminuição da densidade óssea localizada (fig. 12.9) 
devido à desmineralização por reabsorção óssea. 
 
 
 Figura 12.9 – Osteopenia por desuso. 
A B C 
 99 
 
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS E/ OU INFECCIOSAS 
 
ARTRITE INFECCIOSA 
Esta infecção ocorre via hematógena ou por feridas punctórias. Clinicamente se 
observa aumento de volume articular, dor, calor, claudicação e diminuição da amplitude 
dos movimentos articulares. 
Nos estágios iniciais da enfermidade há um espessamento da membrana sinovial, 
distensão da cápsula articular, pequeno alargamento do espaço articular, devido ao aumento 
de volume e pressão no interior da articulação. Com o desenvolvimento do processo 
observa-se reação periosteal nos ossos envolvidos e destruição das cartilagens articulares. 
 
ARTRITE REUMATÓIDE 
É uma enfermidade não infecciosa, sendo aparentemente de ordem imunológica. As 
articulações do carpo e tarso são as mais frequentemente atingidas. 
A lesão mais evidente é a progressiva destruição do osso subcondral na inserção da 
membrana sinovial. Poderá ocorrer estreitamento ou alargamento do espaço articular que é 
decorrente da erosão da cartilagem articular e destruição do osso subcondral, situação que 
leva à rarefação óssea na articulação. 
 
OSTEOMIELITE SUPURATIVA 
 Segundo a definição, osteomielite é o processo inflamatório da medular e cortical 
óssea. Ocorre devido à invasão bacteriana da estrutura óssea, a qual pode ocorrer por 
feridas cirúrgicas ou traumáticas, ou via hematógena. 
Observam-se alterações no padrão ósseo com áreas de rarefação e perda dos padrões 
trabeculares, lise óssea, esclerose, periostite, áreas de neoformação óssea periosteal, 
presença do “Triângulo de Codman” e poderá ocorrer presença de sequestro ósseo. Pode 
haver osteopenia por desuso do membro afetado. 
 
OSTEOMIELITE NÃO SUPURATIVA 
É uma reação inflamatória não infecciosa ocasionada, em geral, por reação do 
organismo a implantes metálicos, sendo comum a metalose. 
A característica radiológica da metalose é lise óssea em torno do implante, e reação 
periosteal intensa, situação observada, nas reduções de fraturas com pinos transfixados, 
dependendo do material utilizado. 
 
ALTERAÇÕES DE ORIGEM METABÓLICA E NUTRICIONAL 
Anormalidades metabólicas podem ser refletidas nos ossos e provocar graves 
alterações. E para que essas alterações tornem-se radiograficamente evidentes, 
aproximadamente 50% do cálcio do osso deve estar reduzido. Deve-se suspeitar de causa 
metabólica quando ocorrerem alterações em todo o esqueleto e não lesões isoladas. 
 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO NUTRICIONAL 
Esta enfermidade também chamada de Osteodistrofia Fibrosa, Osteodistrofia 
Nutricional, Osteoporose Nutricional, Osteodistrofia Juvenil (no homem e pequenos 
animais) e, no equino de Osteomalácea ou “Cavalo da Cara Inchada”. 
 
 100 
Esta afecção ocorre em animais em crescimento como cães e gatos jovens e 
equinos, pelo desequilíbrio na relação cálcio-fósforo, sendo um mecanismo compensatório 
para manter a calcemia. Clinicamente os animais parecem bem nutridos apesar de 
apresentarem dificuldade de locomoção, defecação e dor à palpação. É comum que cadelas 
e gatas recuperadas apresentem distocia na idade adulta em função do estreitamento da 
cintura pélvica ocorrida durante o curso da doença quando jovens. No caso dos equinos, 
quando estes são desmamados, passam a receber uma quantidade de grãos maior que a 
adequada, em contrapartida pouca quantidade de alimento volumoso, iniciando o 
desequilíbrio. 
Radiograficamente manifesta-se por rarefação óssea generalizada, cortical delgada 
e, possivelmente, fratura patológica chamada de fratura em “talo verde”, onde a cortical 
óssea dobra, contudo, não há fratura completa (fig. 12.10). 
 
OSTEODISTROFIA IDIOPÁTICA 
Ocorre em animais de raças de grande porte na fase de crescimento, associada a 
fatores nutricionais. 
Nas radiografias das regiões metafisárias de rádio e ulna, observa-se discreto 
aumento de opacidade na metáfise (esclerose) e irregularidade de periósteo. A epífise e a 
cartilagem epifisária aparecem normais. 
 
 
Figura 12.10 – Radiografias de um cão jovem demonstrando diminuição generalizada da densidade óssea e 
adelgaçamento de cortical presente na osteodistrofia fibrosa. A- Ingestão de corpos estranhos 
para suprir carência alimentar. B- Fratura em talo verde (seta). 
 
RAQUITISMO 
Afecção não muito frequente na clínica veterinária. 
Sua etiologia é discutida, podendo estar associada ao desequilíbrio dos níveisde 
vitamina D e Cálcio. A falta de exposição ao sol também pode ser fator determinante no 
processo. 
Radiograficamente além do “Rosário Raquítico”, observa-se certo grau de 
desmineralização óssea e, na extremidade distal do rádio, linha epifisária e metáfises 
aumentadas de largura, proporcionando aspecto de cálice invertido. 
 
 
 
 
A B 
 101 
OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA 
Também chamada de Escorbuto Canino, Escorbuto Esquelético, Osteopatia 
Metafisária, Displasia Metafisária e Doença de Moeller-Barlow, esta afecção, cuja etiologia 
permanece incerta, causa destruição das trabéculas metafisárias de ossos longos de cães de 
grande porte com crescimento rápido. Clinicamente os animais afetados apresentam 
aumento de volume nas metáfises, principalmente, de rádio, ulna e tíbia, demonstrando dor 
à palpação. As lesões são simétricas e bilaterais. 
Radiograficamente, aparenta linha fisária dupla, determinada por uma zona 
radiolucente irregular paralela à fise (fig. 12.11). Há edema de tecidos moles junto à 
metáfise e calcificação justacortical ao redor da metáfise. 
 
 
Figura 12.11 – A- Osteodistrofia hipertrófica. Linha radiolucente paralela a fise (seta). 
 B- Fechamento prematuro da epífise da ulna causado por trauma ocasionando 
o encurvamento do rádio. 
 
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS 
 
TUMORES MALIGNOS 
 
OSTEOSSARCOMA 
Este é o mais frequente, representando 50% dos tumores ósseos dos caninos e 
felinos, atingindo principalmente ossos longos, podendo ocorrer também em ossos do 
crânio, vértebras, escápula e costelas. A idade média de aparecimento dos osteossarcomas é 
de 7,7 anos. As raças caninas mais atingidas são as de grande porte como pastor alemão, 
dinamarquês, são bernardo, boxer, labrador, doberman e collie. Em felinos, os locais de 
maior aparecimento da doença são ossos longos, crânio, vértebras e ossos da pelve. Não 
tem etiologia definida, embora acredite-se que agentes químicos (salicato de zinco e 
berílio), vírus (vírus do sarcoma de Moloney), radiação e implantes metálicos (placas e 
pinos intramedulares) possam estimular. Sua evolução é extremamente rápida. 
A B 
 102 
As alterações radiográficas mais importantes do osteossarcoma dos ossos longos 
são: destruição da cortical óssea, neoformação óssea e possível progressão para os tecidos 
moles adjacentes, os quais poderão apresentar calcificação. 
As características mais evidentes destes tumores são o “triângulo de Codman” (fig. 
12.12) e o efeito “Sunburst”. O triângulo de Codman é uma elevação do periósteo sobre a 
neoformação óssea. O efeito “sunburst” é causado pela proliferação óssea com aspecto que 
lembra raios de sol ou explosão. 
Deve-se levar em consideração que outras lesões como osteomielite, por exemplo, 
poderão ser confundidas com tumor, por isto, se faz necessário uma biopsia para 
diagnóstico definitivo. Frequentemente se encontra fratura patológica no osso atingido e 
metástases nos pulmões que são achados em quase a totalidade dos casos. 
 
CONDROSSARCOMA 
É o segundo tumor ósseo mais encontrado nos cães e gatos, ocorrendo em animais 
de meia idade, ou seja, 7 - 8 anos. As raças caninas mais afetadas são o pastor alemão e o 
boxer, tendo como locais mais comuns a região nasal, costelas, maxilar e ossos da pelve. Já 
nos felinos os locais de maior aparecimento são escápula, tíbia e mandíbula. 
O exame radiológico revela um tecido tumoral infiltrativo com destruição cortical 
irregular e extensão parcialmente mineralizada com os tecidos moles adjacentes. 
As metástases ocorrem em aproximadamente 18% dos casos e se localizam nos 
pulmões, coração, rins e linfonodos regionais. 
 
 
 Figura 12.12 – A- Neoplasia afetando carpo e rádio. Triângulo de Codman elevando o periósteo (seta) e 
efeito Sunburst (explosão óssea). B- Distal de fêmur. C- Proximal de tíbia. 
 
FIBROSSARCOMA 
Ocorre geralmente em animais velhos. Aproximadamente 60% destes tumores estão 
associados a ossos do crânio (maxila, mandíbula e osso nasal) e 30% ocorrem em ossos 
longos. 
Ao exame radiográfico, há tumefação dos tecidos moles e provoca reação osteolítica 
dos ossos subjacentes. Na maioria dos cães e gatos, a destruição óssea já é intensa na 
ocasião do diagnóstico. Metástases são raras. Possui crescimento lento e tem a 
A B C 
 103 
característica de invadir os espaços articulares adjacentes. 
 
TUMORES BENIGNOS 
 
OSTEOMA 
São achados radiográficos que, geralmente, aparecem no crânio de cães e gatos. A 
neoplasia apresenta características de um processo benigno crônico, usualmente 
assintomático. 
Radiograficamente os osteomas aparecem em forma de uma massa radiopaca 
arredondada, esclerótica e de consistência dura de contorno regular, na superfície dos ossos. 
Não há reação periosteal nos ossos adjacentes. 
 
ENCONDROMA 
O Encondroma é encontrado nas extremidades dos membros dos cães, geralmente, 
nos metacarpos e metatarsos. Estes tumores têm a característica de causar expansão da 
córtex óssea, tornando esta mais delgada com a evolução do processo. Podem ocorrer 
fraturas patológicas. 
 
OSTEOCONDROMA 
É um tumor benigno composto de cartilagem e tecido ósseo. Pode ser único ou 
múltiplo, quando múltiplo é denominado Osteocondromatose, Exostose Cartilaginosa 
Múltipla ou Exostose Hereditária Múltipla. Geralmente aparecem nas extremidades dos 
ossos longos e costelas. Sua patofisiologia é incerta e quanto à etiologia, acredita-se estar 
ligada a fatores genéticos com transmissão hereditária. 
Pode estar ligeiramente associado à intumescência do tecido mole, contudo esta não 
é uma característica marcante. Ainda que a lesão seja insignificante, ela pode interferir com 
o osso e tecidos moles adjacentes causando claudicação. 
Radiograficamente apresenta-se como uma exostose situada na metáfise óssea 
perpendicular à córtex. O osteocondroma tem córtex e cavidade medular comunicada com a 
cavidade medular do osso no qual se originou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 104 
CAPÍTULO XIII 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO RADIOGRÁFICO DO APARELHO LOCOMOTOR 
EQUINO 
 
 O estudo radiográfico é um importante instrumento, juntamente com a anamnese e 
exame físico, que o médico veterinário dispõe para diagnosticar alterações no aparelho 
locomotor de equinos. Este capítulo tem por objetivo descrever o preparo da região a ser 
radiografada, os posicionamentos de rotina, anatomia básica e as principais alterações 
detectáveis radiograficamente. 
As radiografias em projeção lateral da terceira falange e navicular devem ser obtidas 
usando um suporte ou bloco de madeira para apoiar o casco, elevando o mesmo do solo. No 
caso de projeções dorso-palmar e palmaroproximal-palmarodistal obliquada, um túnel 
(caixa de madeira ou acrílico) é utilizado para proteger o chassi. 
As radiografias da falange distal e navicular requerem que todo e qualquer 
fragmento ou excesso de casco seja aparado. A ferradura deve ser removida, sempre que 
possível, sendo o sulco da ranilha limpo e preenchido com material de densidade de tecidos 
moles (sabão ou massa de modelar) a fim de evitar imagem radiolucente do ar, sobreposta à 
terceira falange. Nas demais regiões do aparelho locomotor, geralmente, a limpeza eficaz 
da região é suficiente, sendo necessário, eventualmente, bloqueio anestésico ou sedação. 
 
CAPÍTULO XIV 
 
POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS 
 
Nomenclatura para posicionamentos (fig. 14.1-A e 14.1-B). 
 
 
Figura 14.1 - Nomenclatura para posicionamentos. 
 
 
 
A 
 105 
FALANGE DISTAL 
 
Dorso-palmar 
Existem três variações recomendadas da projeçãodorso-palmar. Na primeira, 
denominada dorsoproximal-palmarodistal obliquada, o casco fica posicionado na vertical, 
com a pinça colocada num bloco de madeira com o sulco da ranilha encostado no filme 
(fig. 14.2-A). O raio é centrado na coroa do casco perpendicularmente ao filme. Este 
posicionamento proporciona boa visualização do corpo, margem da sola e processo palmar 
da falange distal. Na segunda, efetua-se a radiografia em projeção dorsopalmar com uma 
visualização de cima em relação à coroa, sendo que o animal deverá permanecer em 
estação, com a sola sobre o chassi protegido. O raio incidirá com um ângulo 
dorsoproximal-palmarodistal de aproximadamente 65º em relação à linha horizontal, 
centrado na coroa do casco (fig. 14.2-C). Outra posição é a dorsopalmar que consiste na 
colocação da pata sobre um bloco de madeira sendo que o raio é centrado horizontalmente 
entre a coroa do casco e superfície da sola, seguindo uma linha traçada entre os bulbos, 
garantindo uma posição dorsopalmar correta (fig. 14.2-B). 
 
 
 Figura 14.2 - Variações da projeção dorso-palmar (plantar). A- Dorso-palmar com o casco em pinça. 
 B- Dorso-palmar com feixe de raios-x na horizontal. C- Dorso-palmar 65ºobliquada. 
 
Palmaroproximal-palmarodistal obliquada 
Está indicada para a visualização do processo palmar da terceira falange e osso 
navicular, particularmente em suspeita de fratura ou separação da lâmina da parte posterior 
do casco. O casco a ser radiografado deverá ficar mais caudal que o contralateral, sobre o 
chassi protegido e a ampola é posicionada caudalmente ao membro com o raio centrado 
entre os bulbos. O ângulo de incidência do feixe de radiação em relação ao chassi é de 45° 
a 70° dependendo da inclinação da quartela e do posicionamento do casco, cuidando para 
que o boleto não se sobreponha ao processo palmar da terceira falange (fig. 14.3-B). 
 
Lateromedial 
Na projeção lateromedial com a pata sobre um bloco de madeira o feixe principal de 
radiação é direcionado na horizontal e centrado na falange distal, próximo à inserção do 
tendão flexor profundo perpendicular ao filme (fig. 14.3-A). 
As variações do processo extensor ou apófise piramidal, pequenas opacidades 
A C B 
 106 
ósseas na porção proximal da terceira falange e, principalmente, rotação de falange distal, 
podem ser avaliadas nesta projeção. 
 
Outras projeções 
Osteófitos e irregularidades da face dorso-medial e dorso-lateral da falange distal 
são melhor vistas em projeções obliquadas flexionadas onde há abertura da articulação 
inter-falangeana distal. A extremidade do casco é colocada em bloco com o osso navicular 
a fim de que a sola se aproxime da posição vertical, e incide-se o feixe de radiação com 
uma projeção 45º dorsolátero-palmaromedial 65º obliquada (fig. 14.3-C) e 45º 
mediopálmaro-dorsolateral 65º obliquada. 
 
NAVICULAR 
 Lateromedial (idem à falange distal) 
 Dorsopalmar com o casco em pinça (idem à falange distal) 
 Dorsoproximal 65º-palmarodistal Obliquada (DPr65º-PaDiO) (idem à falange distal) 
 Palmaroproximal-palmarodistal Obliquada (PaPr-PaDiO) (idem à falange distal) 
 
FALANGE PROXIMAL E MÉDIA 
 Lateral (idem à falange distal) 
 Dorsopalmar 
 Dorsolátero-palmaromedial Obliquada 
 Dorsomédio-palmarolateral Obliquada 
 
BOLETO (fig. 14.4 e fig. 14.5) 
 Lateromedial - estendida e flexionada 
 Dorsopalmar 
 Dorsolátero-palmaromedial obliquada (DLPMO) 
 Dorsomédio-palmarolateral obliquada (DMPLO) 
 Lateroproximal-mediodistal obliquada (LPMDO) ou (MPLDO) 
 Dorsopalmar 125º obliquada ou skyline (estendida e flexionada) 
 
 
Figura 14.3 – A- Projeção lateral. B- Palmaroproximal-palmarodistal obliquada (PaPrPaDiO). C- Projeção 
45ºdorsolátero-palmaromedial 65º obliquada. 
A 
 107 
 
Figura 14.4 – A- Projeção dorsopalmar. B- Dorsolátero-palmaromedial obliquada (DLPMO). 
 C- Dorsomédio-palmarolateral obliquada (DMPLO). D- Lateral flexionada. 
 
 
Figura 14.5 – A- Projeção lateral estendida. B- Dorsopalmar 125º obliquada estendida. C- Flexionada. 
 D- Lateroproximal-mediodistal obliquada (LPrMDiO). 
 
CARPO (fig. 14.6 e fig. 14.7) 
 Lateromedial - estendida e flexionada 
 Dorsopalmar (DP) 
 Dorsolátero-palmaromedial obliquada (DLPMO) 
 Dorsomédio-palmarolateral obliquada (DMPLO) 
 Dorsoproximal-dorsodistal ou skyline (rádio, camada proximal e camada distal) 
 
 
Figura 14.6 – A- Projeção dorsopalmar. B- Lateral estendida. C- Dorsomédio-palmarolateral obliquada 
(DMPLO). D- Dorsolátero-palmaromedial obliquada (DLPMO). 
A B C D 
A B C D 
A B C D 
 108 
 
Figura 14.7 – A- Projeção lateral flexionada. B- Skyline ou dorsoproximal-dorsodistal obliquada 
(DPrDDiO) da extremidade distal do rádio. C- Camada proximal dos ossos do carpo. 
 D- Camada distal dos ossos do carpo. 
 
TARSO (fig. 14.8) 
 Lateromedial (lateral) 
 Dorsoplantar (DP) 
 Dorsolátero-plantaromedial obliquada (DLPMO) 
 Dorsomédio-plantarolateral obliquada (DMPLO) 
 
ARTICULAÇÃO ÚMERO-RÁDIO-ULNAR E ESCÁPULO-UMERAL (fig. 14.9) 
 Médio-lateral 
 Crânio-caudal (cotovelo) 
 Craniomedial-caudolateral obliquada (escápulo-umeral) 
 
ARTICULAÇÃO FÊMORO-TÍBIO-PATELAR (FTP) (fig. 14.10 e fig. 14.11) 
 Projeção lateromedial 
 Projeção cranioproximal-craniodistal obliquada ou skyline 
 Projeção caudal 30º lateral-craniomedial obliquada 
 Projeção caudo-cranial 
 
 
Figura 14.8 – A- Projeção lateromedial. B- Dorsoplantar. C- Dorsolátero-plantaromédio obliquada 
(DLPMO). D- Dorsomédio-plantarolateral obliquada (DMPLO). 
 
A D C B 
A B C D 
 109 
 
Figura 14.9 - Projeção médio-lateral (A), crânio-caudal (B) da articulação úmero-rádio-ulnar e 
médio-lateral da articulação escápulo-umeral (C). 
 
 
 Figura 14.10 - Projeção lateromedial (A), caudal 30º lateral-craniomedial obliquada (B) e caudo-cranial 
(C). FONTE (B): SCHEBITZ & WILKENS, 2000. 
 
 
 Figura 14.11 - Projeção tangencial (skyline) da articulação FTP em estação (A) e (B) e em 
decúbito (C). FONTE (A e C): BUTLER et. al., 2000. 
 
 
B 
B 
 110 
CAPÍTULO XV 
 
ANATOMIA RADIOLÓGICA 
 
FALANGE DISTAL (fig. 15.1) 
 
 
 
 Figura 15.1 – Anatomia radiológica da falange distal, nas projeções: (A) lateral, (B) dorso-palmar 
65ºobliquada, (C) dorso-palmar com o casco em pinça, (D) dorso-palmar com feixe de 
raios-x na horizontal. Legenda: falange proximal (a), falange média (b), falange distal (c), 
navicular (d), processo palmar da falange distal (e), processo extensor da falange distal 
(f), superfície dorsal da falange distal (g), sulco solar (h), margem solar (i) e canais 
vasculares (j). FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
 
OSSO NAVICULAR (fig. 15.2) 
O sesamóide distal também chamado osso navicular, por sua forma ser semelhante a 
um navio, localiza-se na face palmar da articulação interfalangeana distal, estando em 
contato com as falanges média e distal. 
É comum se encontrar uma série de forames nutrícios na borda inferior do osso 
navicular, os quais aumentam de tamanho com a idade e aparecem na radiografia como 
uma borda bastante irregular. 
 
 111 
 
Figura 15.2 – Anatomia radiológica do osso navicular em projeção lateral (A) e dorso-palmar com o 
casco em pinça (B). Legenda: cortical flexora (a), medular óssea (b), processo palmar da 
falange distal (c), falange média (d), falange distal (e) e processo extensor da falange distal 
(f). FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
FALANGES MÉDIA, PROXIMAL E ARTICULAÇÃO METACARPO-
FALANGIANA OU METATARSO-FALANGIANA (BOLETO) (fig. 15.3) 
Os sesamóides proximais têm a facecrânio-proximal articulada com os 
metacarpianos ou metatarsianos e a face crânio-distal com a falange proximal. Na imagem 
radiográfica o sesamóide lateral tem forma triangular, enquanto que o sesamóide medial 
possui uma forma mais arredondada. 
 
METACARPO E METATARSO (fig. 15.3) 
Didaticamente não se difere metacarpo de metatarso, embora existam diferenças 
anatômicas entre estas estruturas. 
 
CARPO (fig. 15.4) 
A articulação do carpo é constituída de sete ossos, divididos em duas linhas. A 
primeira é proximal e constitui-se dos ossos: carpo radial, localizado medialmente, carpo 
intermédio, carpo ulnar, localizado lateralmente, em forma de bico de flauta e carpo 
acessório, localizado na face palmar do carpo ulnar e intermédio. A segunda linha é distal e 
constitui-se dos ossos: segundo carpiano localizado medialmente, terceiro carpiano e quarto 
carpiano localizado caudolateralmente. Em projeção lateral flexionada, o carpo intermédio 
localiza-se levemente proximal em relação ao carpo radial. 
 
 
 112 
 
 
 Figura 15.3 – Anatomia radiológica da articulação do boleto em projeção dorsopalmar 
(A), lateral estendida (B), lateral flexionada (C) e dorsolátero-
palmaromedial obliquada (DLPMO) (D). Legenda: 3ºmetacarpiano (a), 
sesamóide medial (b), sesamóide lateral (c) e falange proximal (d) 
FONTE (E e F): http://www.upei.ca/equinelimbs/html . 
 
 113 
 
Figura 15.4 – Projeção dorsopalmar (A), lateral (B) e (C) dorsomédio-palmarolateral obliquada. Legenda: 
3ºmetacarpiano (a), sesamóide proximal lateral (b), sesamóide proximal medial (c) e 
4ºmetacarpiano (d), 2ºmetacarpiano (e), 4ºcarpiano (f), 2ºcarpiano (g) e 3ºcarpiano (h). 
FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 114 
 
 
 Figura 15.4 – Anatomia radiológica do carpo em projeção dorsopalmar (A), (B) Dorsolátero-palmaromedial 
obliquada (DLPMO), (C) dorsomédio-palmarolateral obliquada (DMPLO), lateral (D) e lateral 
flexionada (E) dorsomédio-palmarolateral obliquada (DMPLO). Legenda: rádio (a), carpo 
radial (b), intermédio do carpo (c), carpo ulnar (d), acessório do carpo (e), 2º carpiano (f), 
3ºcarpiano (g), 4º carpiano (h), 3º metacarpiano (i), 2º metacarpiano (j) e 4º metacarpiano (k). 
 FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 115 
TARSO (fig. 15.5) 
 
 
 
Figura 15.5 – Anatomia radiológica do tarso em projeção dorsoplantar (A), lateral 
(B), (C) dorsolátero-plantaromedial obliquada (DLPMO) e (D) 
dorsomédio-plantarolateral obliquada (DMPLO). Legenda: tíbia (a), 
(b) talus (tarso tibial), (c) calcâneo (tarso fibular), 4ºtarsiano (d), 
central do tarso (e), 3ºtarsiano (f), 3ºmetatarsiano (g), 2ºmetatarsiano 
(h), 4º metatarsiano (i), maléolo medial (j) e maléolo lateral (k), 1º e 
2ºtarsianos (m) e tróclea lateral (n). FONTE: 
http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
 
 
 
 116 
ARTICULAÇÃO ÚMERO-RÁDIO-ULNAR E ESCÁPULO-UMERAL (fig. 15.6) 
 
 
 Figura 15.6 – Anatomia radiológica, em projeção médio lateral, da articulação úmero-
rádio-ulnar (A) e escápulo-umeral (B). Legenda da articulação úmero-
rádio-ulnar: úmero (a), epicôndilo medial do úmero (b), epicôndilo lateral 
do úmero (c), côndilo do úmero (d), olécrano (e), ulna (f), rádio (g). 
Legenda da articulação escápulo-umeral: escápula (a), traquéia (b), cabeça 
do úmero (c), úmero (d) e tubérculo maior (e). FONTE: 
http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
ARTICULAÇÃO FÊMORO-TÍBIO-PATELAR (fig. 15.7) 
 
 
 Figura 15.7 – Anatomia radiológica em projeção caudo-cranial (A) e lateral (B) da articulação 
fêmoro-tíbio-patelar. Legenda: fêmur (a), epicôndilo medial do fêmur (b), 
côndilo medial do fêmur (c), côndilo lateral do fêmur (d), eminência 
intercondilar medial da tíbia (e), eminência intercondilar lateral da tíbia (f), fossa 
intercondilar (g), fíbula (h), tíbia (i), tuberosidade da tíbia (j), patela (k), ápice da 
patela (l), base da patela (m) tróclea lateral (n) e tróclea medial (o). 
 FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html 
 
 117 
CAPÍTULO XVI 
 
ALTERAÇÕES RADIOGRAFICAMENTE VISÍVEIS 
 
CRESCIMENTO ÓSSEO PERIOSTEAL DA MARGEM DORSAL DA 
TERCEIRA FALANGE 
Esta lesão é vista em projeção lateral e indica tensão crônica no periósteo e resulta 
em pequena proliferação periosteal (fig. 16.1-A). As causas podem ser determinadas pela 
avaliação da extensão e localização específica da lesão. Reação periosteal focal pode ser 
provocada por lesões de tendão, ligamento ou cápsula articular. Lesões antigas que levam a 
torções de ligamentos ou tendões e estiramento de cápsula articular resultam em 
hemorragias ou efusão estimulando crescimento ósseo. 
A uniformidade da margem e a extensão da lesão periosteal podem ser usadas para 
determinar a agressividade e cronicidade da lesão. 
 
OSTEÍTE PODAL 
Radiograficamente, a osteíte podal (fig. 16.1-B) se caracteriza por presença de 
espículas ósseas na borda da falange distal em projeção dorso-palmar, irregularidade difusa 
criando um aspecto inacabado com aparência rendada quando vista em projeção lateral ou 
65° dorsopróximo-palmarodistal obliquado podendo ser indicativo de lesão crônica ou 
breve resposta inflamatória. Outra alteração comum refere-se ao remodelamento da 
margem solar da falange distal, podendo ter largura aumentada dos canais vasculares e 
desmineralização óssea. 
Algumas vezes a osteíte podal apresenta-se inativa, onde há, frequentemente, 
pequena alteração na irregularidade fisiológica do contorno da margem da sola. Assim, os 
sinais clínicos devem ser usados para determinar se uma margem radiograficamente 
irregular é um indicador de doença antiga ou recente. 
 
 
Figura 16.1- Crescimento ósseo periosteal na parede dorsal da falange distal (A). Osteíte Podal, observar a 
irregularidade da superfície solar da falange distal (B). 
FONTE (A): http://www.upei.ca/equinelimbs/html . 
 
A B 
 118 
DIMINUIÇÃO DA RADIOPACIDADE DA FALANGE DISTAL 
Em uma radiografia os fatores de exposição sempre têm que ser avaliados a fim de 
descartá-los como os responsáveis pela densidade diminuída. Uma diminuição difusa da 
radiopacidade da terceira falange pode ocorrer por desuso. Raramente o desequilíbrio 
cálcio-fósforo causa desmineralização do esqueleto apendicular identificável na radiografia. 
 
AUMENTO DE RADIOPACIDADE SUBCONDRAL 
Este achado é indicativo de esclerose, possivelmente causada por início de doença 
degenerativa articular (DDA) por instabilidade crônica, trauma prévio, ou conformação 
pobre, onde um espaço articular diminuído, osteófitos peri-articulares, e intra-articulares 
podem ser vistos em DDA avançada. 
 
DOENÇA DEGENERATIVA ARTICULAR (DDA) 
A origem desta afecção pode ser, artrite infecciosa, ferimento punctório, infecção 
adjacente (abscesso de tecido mole) via hematógena ou iatrogênica (nos casos de 
artrocentese ou terapia intra-articular com corticoides). As alterações ósseas representam 
osteomielite, necrose do osso subcondral e estreitamento do espaço articular devido à 
destruição da cartilagem. Dentre as características radiológicas de DDA crônica (fig. 16.2-
A) e severa pode-se citar, múltiplos pontos radiolucentes subcondrais, osteófitos, 
estreitamento irregular do espaço articular e esclerose óssea. 
 
OSTEÍTE INFECCIOSA 
A falange distal não tem cavidade medular e, portanto, a infecção deste osso é 
chamada osteíte infecciosa e não osteomielite. A infecção do casco é comum e com pouca 
frequência atinge a terceira falange. Quando presente, geralmente, envolve a superfície 
solarou dorsal da falange, podendo causar desmineralização, a qual pode ser evidenciada 
por radiolucência e irregularidade na margem, havendo raramente esclerose circundante, 
embora neoformação usualmente esteja presente (fig. 16.2B). 
 
 
Figura 16.2 – Doença degenerativa articular (A), observar crescimentos ósseos (setas). 
Osteíte infecciosa (B) da falange distal, observar área de radiolucência na 
borda da falange distal (setas). 
FONTE (A): http://www.upei.ca/equinelimbs/html. 
A B 
 119 
Ferimentos penetrantes através da sola podem resultar em osteíte infecciosa, a qual 
inicialmente é vista como uma área radiolucente no osso em projeção dorso-palmar com o 
casco em pinça. Às vezes, tratamentos com antibióticos resultam em abscessos com pus 
espesso originando-se da terceira falange, causando uma radiolucência bem definida, 
parecendo uma lesão cística. A osteíte infecciosa pode ser crônica quando estes ferimentos 
penetrantes são profundos na sola, especialmente na junção da linha branca e casco, com 
drenagem recorrente localizada na coroa do casco ou superfície solar e está associada a 
vários graus de claudicação. Com a progressão da infecção ocorre comprometimento do 
suprimento sanguíneo da área podendo ou não apresentar sequestro. As anormalidades 
radiográficas podem aparecer quatro semanas após o início da lesão. 
 
CALCIFICAÇÃO DAS CARTILAGENS ALARES (COLATERAIS) DA 
FALANGE DISTAL 
Ocorre mais comumente em raças pesadas, sendo um achado comum em 
radiografias da falange distal de animais adultos. Considera-se presente quando a 
ossificação estende-se além da margem proximal do navicular. 
Um extenso grau de ossificação pode não ter significado clínico se o animal não 
demonstra dor à palpação. Ocorre especialmente em cavalos velhos, de tração e com pata 
ampla. A calcificação assimétrica pode indicar aumento de estresse na porção mais 
ossificada (fig. 16.3). A aparência do navicular também deve ser avaliada, pois a 
ossificação da cartilagem alar pode estar acompanhada de uma lesão degenerativa 
significante nesta estrutura. 
As projeções lateral (lateromedial) e dorso-palmar devem ser feitas para 
diagnosticar com exatidão a extensão da alteração, a qual aparece como protusões ósseas 
estendendo-se em direção caudal ao processo palmar da terceira falange. Uma linha 
radiolucente dividindo a imagem da cartilagem ossificada, geralmente, indica a junção 
entre a periferia do centro de ossificação separado e a porção da cartilagem alar que está 
calcificada. 
 
 
 Figura 16.3 – Calcificação das cartilagens complementares da falange distal em 
projeção dorso-palmar com o feixe da radiação horizontal 
(esquerda) e dorso-palmar com o casco em pinça (direita). 
 
A ossificação completa é raramente vista podendo estender-se proximalmente até a 
 120 
articulação inter-falangeana. Fraturas da cartilagem calcificada ocorrem e causam 
claudicação aguda e autocura é passível de ocorrer. Uma resposta dolorosa a uma pressão 
digital aplicada na coroa do casco justamente na área onde se suspeita de fratura ajuda a 
diferenciar esta de uma calcificação incompleta. 
 
IRREGULARIDADE DO PROCESSO EXTENSOR 
Um defeito na base do processo extensor ou fragmentação proximal ao processo 
pode indicar fratura, ou ossificação incompleta desta estrutura. Fraturas podem ocorrer 
devido a anormalidades de tensão do tendão extensor digital comum ou hiper-extensão da 
articulação inter-falangeana distal. Por esta condição poder ser bilateral, são consideradas 
causas possíveis, um incompleto desenvolvimento e / ou separação do centro de 
ossificação. 
A linha formada pela ossificação geralmente é irregular e pode ter alteração de 
radiopacidade e estrutura trabecular do osso subjacente. Seu significado deve ser avaliado 
como sinal clínico de pouca importância, uma vez que as alterações radiográficas persistem 
após a resolução da claudicação. Quando a superfície articular está envolvida, a alteração 
passa a ser mais importante, podendo levar a osteoartrite secundária da articulação inter-
falangeana distal. 
 
ROTAÇÃO DA TERCEIRA FALANGE 
O desvio da terceira falange é comum na ocorrência de laminite crônica, sendo que 
os sinais radiográficos de laminite têm sido descritos quando um aumento na espessura do 
tecido mole dorsal à falange distal é visto em projeção lateromedial. 
A rotação da terceira falange resulta na perda do paralelismo entre a falange distal e 
a parede do casco, a ponto de aproximar o osso à sola do casco ocorrendo, à vezes, 
perfuração da mesma (fig. 16.4). 
Um variável número de causas tem sido proposto, como vasoconstrição das veias 
digitais, microtrombose, edema perivascular e shunt arteriovenoso da coroa do casco. A 
origem mecânica pode variar conforme a causa inicial e tempo de duração dos estágios 
agudos. O resultado da isquemia e necrose da lâmina do casco leva à perda do suporte da 
superfície dorsal da terceira falange, que com a perda da junção laminar, o peso do animal 
age como alavanca forçando o deslocamento do osso que também é puxado pelo tendão 
flexor digital profundo combinado à força mecânica proveniente da parede do casco, 
causando rotação. 
 
 
 Figura 16.4 – Linha da superfície dorsal da muralha do casco (1) paralela com 
linha da superfície dorsal da terceira falange (2) sem rotação em A 
e com rotação, sem paralelismo das linhas em B. 
FONTE : http://www.upei.ca/equinelimbs/html . 
 121 
A laminite caracteriza-se pelas seguintes alterações radiográficas na terceira 
falange: desvio palmar/plantar, superfície solar irregular, aumento do número de canais 
vasculares direcionados à superfície dorsal, fratura patológica, remodelamento da falange 
distal e aparência alongada e elevada da falange distal. O grau de rotação tem sido usado 
para fornecer um prognóstico para animais com laminite. 
Com o progresso da lesão pode aparecer uma leve linha radiolucente entre a falange 
e a parede do casco, inicialmente representando uma secreção serosa colecionada entre a 
derme e lâmina epidérmica, a qual é vista em radiografias de alta qualidade. Com o passar 
do tempo esta área torna-se mais radiolucente dando uma aparência de gás na região. O 
aumento do tamanho desta linha indica a progressão da rotação ou necrose laminar. Com a 
extensão desta para a sola pode se estabelecer um ponto de contaminação causando osteíte 
infecciosa. 
Quando há suspeita de rotação progressiva, deve-se realizar radiografias com 
intervalos regulares para monitorar este progresso, pois quanto mais marcante for a rotação, 
mais rápido for o progresso, pior será o prognóstico e dificilmente o animal retornará à sua 
função atlética. 
 
NEOPLASIA 
O queratoma é o tipo mais comum de neoplasia benigna encontrado na terceira 
falange, visto em projeção dorso-palmar com o casco em pinça ou projeção dorso-palmar 
obliquada. É geralmente encontrada na margem solar do osso, aparecendo como uma 
chanfradura semicircular, com contorno uniforme e dificilmente há neoformações ósseas 
associadas. A crena não deve ser confundida com este tipo de lesão. 
Este tipo de neoplasia pode ocorrer em qualquer porção do casco, causando 
deformação da parede, sola e linha branca. Pode provocar claudicação quando for ampla e 
às vezes está associada a infecções secundárias. Outras neoplasias (fig. 16.5-A e 16.5-B) 
podem aparecer, mas são raras, como os neurofibromas, fibrossarcomas. As lesões por 
queratomas podem reaparecer após vários anos. 
 
 
 Figura 16.5 – Lesão neoplásica benigna (setas) (A) e maligna (B). 
FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html . 
 
SÍNDROME NAVICULAR 
Também chamada de “Doença do Navicular”, esta alteração possui patofisiologiamultifatorial, causando claudicação e dor. Se inicia, geralmente, com claudicação 
 
A B 
 122 
intermitente bilateral nos membros anteriores, podendo ocorrer ocasionalmente em 
membros posteriores. Possui desenvolvimento progressivo e crônico, causando alterações 
na superfície flexora fibrocartilaginosa, no tendão flexor digital profundo, na bursa do 
navicular, bem como inserção de ligamentos e cápsula articular. 
Não há sinal clínico patognomônico ou teste específico para o diagnóstico, sendo 
este realizado através das características do passo do animal, localização da dor e sinais 
radiográficos de alterações do osso navicular, bem como eliminação de outras causas de 
claudicação. 
Dentre os principais sinais radiográficos encontrados na síndrome navicular estão: 
osteófitos nas bordas lateral e medial do osso navicular (fig. 16.6-a), alteração nas 
invaginações da borda distal (fig. 16.6-b1), irregularidades na borda proximal (fig. 16.6-
b2), formações císticas (fig. 16.6-c1) e esclerose na medular do osso navicular (fig. 16.6-
c2). Podem ainda aparecer pequenos fragmentos ósseos na borda distal, erosões no córtex 
flexor e mineralização do tendão flexor digital profundo. 
 
 
 Figura 16.6 – Representação esquemática das principais alterações encontradas na síndrome navicular. 
FONTE: DOUGLAS & WILLIAMSON, 1975. 
 
O exame contrastado da bursa do navicular, denominado bursografia, pode ser 
utilizado para confirmação das lesões evidenciadas no exame simples, bem como, 
demonstrar outras lesões antes não percebidas. 
 
 LUXAÇÃO DE PATELA 
 Anormalidades congênitas são raras na articulação femoro-tíbio-patelar, porém a 
mais comum é a luxação, a qual também é chamada de patela ectópica. As patelas podem 
ser palpadas em um posicionamento lateral anormal, caudal à borda anterior da tróclea 
lateral. A confirmação do diagnóstico é através de radiografias caudocraniais e 
craniopróximo-craniodistal obliquada (skyline), as quais permitem visualizar a patela em 
posição anormal, ou seja, caudolateral à borda anterior da tróclea lateral e não no local 
normal que é o sulco troclear. 
 A luxação lateral de patela em potros é considerada uma herança genética causada 
por um gene recessivo. Em adultos a luxação é provavelmente de origem traumática. Em 
função de a tróclea medial ser maior, apenas um trauma severo poderá induzir o 
deslocamento medial. Também é causa de luxação a hipoplasia da tróclea lateral, em potros 
com conformação aparentemente normal. Esta afecção é mais comumente vista em raças 
miniatura, mas tem sido relatado em raças puro sangue e árabes. 
 Classificação da luxação patelar: 
 Grau 1: a patela pode ser manualmente luxada e facilmente reduzida; 
 Grau 2: a patela geralmente está no sulco troclear, mas é luxada intermitentemente; 
 Grau 3: a patela geralmente está luxada, mas poderá ser reduzida manualmente; 
 123 
 Grau 4: a patela estará luxada e não poderá ser manualmente reduzida. 
 Radiografias pré-operatórias devem ser feitas para avaliar o grau de DDA. 
 
 FRAGMENTAÇÃO DA PATELA 
 Esta alteração é geralmente associada à fixação muito proximal da patela, 
manifestada por fragmentação da cartilagem e ápice ósseo da patela. Não pode ser 
confundido com condromalácea da patela. Graus variáveis de claudicação são evidenciados 
sendo que movimentos de flexão pioram os sinais. Radiograficamente estão presentes 
pequenos fragmentos ósseos no ápice da patela, muitas vezes combinado com lise do osso 
subcondral e tornando-se irregular ou com osteófitos na superfície cranial do ápice da 
patela. 
 Uma causa potencial destas alterações é a instabilidade e estresse na porção distal da 
patela causada por desmotomia medial. 
 
 OSTEOCONDROSE (CISTOS ÓSSEOS) 
 A osteocondrose (fig. 16.7) é uma desordem relativamente comum no animal 
jovem. Há falência na maturação da cartilagem, onde a substituição de tecido cartilaginoso 
por tecido ósseo não é completa. Por ser frequentemente bilateral, deve ser feito exame 
radiográfico do membro contralateral. É um achado acidental em cavalos velhos. 
 Cistos ósseos podem ocorrer em vários locais, do aparelho locomotor equino, não 
sendo detectados radiograficamente quando houver pequeno grau de alteração subcondral. 
Projeções obliquadas são importantes para a avaliação destas lesões. Um ligeiro 
achatamento da face anterior da tróclea lateral não precisa ser acompanhado de indício 
clínico, e é ocasionalmente visto com esclerose do osso subcortical. Quando se apresenta 
mais afastado da superfície articular radiolucente se caracteriza como uma área circular ou 
ovalada de densidade radiolucente e contorno regular que muitas vezes é cercada por uma 
borda radiopaca ou esclerótica. 
 
 
 Figura 16.7 – Osteocondrose na face dorso-medial da falange proximal 
 
 A osteocondrose por ter sua borda espessa e arquitetura cística, deve ser distinguida 
de outras lesões que causam radiolucência circunscrita no corpo da falange, como a necrose 
da cortical óssea, sequestro e defeito congênito. 
 
 124 
 RUPTURA DE LIGAMENTO CRUZADO 
 
 As lesões no ligamento cruzado cranial ocorrem quando há hiperextensão ou 
rotação súbita com o membro flexionado. O trauma direto na articulação ou alteração 
degenerativa no ligamento são alterações que podem ocorrer nos equinos. As lesões do 
ligamento cruzado cranial são mais comuns que do ligamento cruzado caudal. Dentre as 
alterações radiográficas estão as fraturas da eminência intercondilar da tíbia, neoformação 
óssea cranial à eminência intercondilar, reabsorção ou fragmentação óssea na inserção dos 
ligamentos cruzados no fêmur, deslocamento cranial da tíbia com a ruptura do ligamento 
cruzado cranial e osteoartrite ou mineralização do ligamento associada a lesões crônicas. 
 Uma discreta radiopacidade cranial e proximal ao local de inserção pode indicar 
lesão do ligamento, o qual é visto em projeção lateromedial, mas o melhor posicionamento 
é o lateromedial flexionado. 
 
 CALCINOSE CIRCUNSCRITA 
 A calcinose circunscrita ou calcinose tumoral pode aparecer como um nódulo duro, 
localizado aleatoriamente. Sem etiologia definida os animais afetados geralmente não 
claudicam. 
 Radiografias evidenciam a lesão como uma massa de contorno distinto no tecido 
mole, de opacidade irregular com pequenos grânulos amorfos de radiopacos. A claudicação 
pode estar presente ou não. 
 
OSTEÍTE 
A osteíte é uma reação inflamatória do córtex ósseo, com envolvimento do 
periósteo, sem alterar a medular. Periostite e exostose são características de osteíte. 
Didaticamente denomina-se de osteíte quando um processo inflamatório determina grande 
reação óssea. 
 
PERIOSTITE E EXOSTOSE 
A periostite é uma reação do periósteo, de origem inflamatória, geralmente 
ocasionada por trauma direto, porém, pode ocorrer em outras situações, como 
osteomielites, lesões em ligamentos adjacentes, neoplasias e consolidação de fraturas. As 
reações periosteais podem ser classificadas como periostite laminar (fig. 16.8-a) e 
periostite irregular (fig. 16.8-b e 16.9-A). Na maioria das vezes apresenta forma discreta 
com tamanho pequeno, sendo demonstrada na radiografia como uma pequena área 
irregular, laminar ou lisa de densidade radiopaca. A exostose pode ser lisa (fig. 16.8-c e 
16.9-B) ou irregular do tipo Sunburst (fig. 16.9-d). Quando lisa dificilmente tem ruptura de 
periósteo, frequentemente encontrada em metacarpianos e / ou metatarsianos, associada a 
traumas ou defeitos de aprumos, é também denominada de sobreosso. Na periostite 
irregular há ruptura de periósteo, existindo a possibilidade de ser proliferativa e tomar 
proporções quepode atingir estruturas adjacentes como ligamentos e tendões. A reação tipo 
Sunburst geralmente é exuberante e sua aparência radiográfica se assemelha à imagem de 
uma explosão. 
A exostose é uma reação periosteal exuberante, também tem origem inflamatória e 
difere da periostite apenas pelo seu grau de desenvolvimento. 
 125 
 
Figura 16.8 – Representação esquemáticas dos tipos de reação periosteal. FONTE: OWENS, 1982. 
 
 
Figura 16.9 – Imagem radiográfica de periostite em metacarpiano acessório (A), porção distal de terceiro 
metacarpiano (B) e exostose em face palmar de falange proximal (C). 
 
 ARTRITE 
A causa mais comum em potros é pela via umbilical, nas onfaloflebites. Já em 
animais adultos pode ocorrer por traumas perfurantes ou infiltrações articulares sem os 
devidos cuidados de assepsia. 
A imagem radiográfica de artrite consiste em irregularidade de superfícies 
articulares, acompanhada, em geral, de edema e calor (fig. 16.10-A). 
 
 OSTEOMIELITE 
Este termo se aplica aos processos inflamatórios e ou infecciosos, que envolvem a 
cortical e a medular, podendo ser causados por traumas, fraturas expostas, feridas 
punctórias, cirúrgicas, ou via hematógena. A osteomielite pode ser supurativa ou não, 
dependendo da via de infecção e do agente. Os locais mais comuns são os ossos longos, 
tarso, carpo, cabeça e mandíbula. 
 Radiograficamente caracteriza-se por perda da trabeculação e padrão ósseo, áreas de 
lise e destruição óssea, diminuição da densidade, neoformações ósseas, sequestro e 
esclerose nas bordas. 
 
 
A B C 
 126 
EPIFISITE OU FISITE 
 Também denominada Displasia Fisária, refere-se a alterações na linha epifisária ou 
placa de crescimento e pode ter origem inflamatória, metabólica, traumática ou, ainda, 
infecciosa. Geralmente ocorre em animais jovens em preparo para competição, sendo o 
local mais comum a epífise distal do rádio. Apresenta-se na radiografia como uma fise 
ampla, irregular com bordas escleróticas. Em alguns casos podem ser evidenciados 
osteófitos, nas extremidades da linha epifisária (fig. 16.10-B). 
 
 
 Figura 16.10 – Imagem radiográfica de artrite na articulação matecarpofalangeana (A) e 
epifisite distal de rádio (B). 
 
SESAMOIDITE 
Esta afecção é evidenciada, com maior clareza de detalhes, em projeções 
obliquadas, DLPMO ou DMPLO. Geralmente está associada a alterações degenerativas no 
ligamento suspensório e remodelamento de fraturas distais do 2º metacarpiano e 4º 
metatarsiano, podendo haver lesão em um ou ambos os sesamóides de uma ou mais 
articulações. 
Os sinais clínicos e radiológicos não são proporcionais, ou seja, a gravidade do sinal 
clínico não corresponde ao grau de severidade do radiográfico. Sinais de doença 
degenerativa articular podem estar presentes na forma de osteófitos. 
Radiograficamente é demonstrada por alteração da densidade óssea na superfície 
não articular proximal dos sesamóides. Estas alterações com densidade radiolucente podem 
ser lineares ou císticas, sendo classificadas em três tipos (fig. 16.11) de acordo com a forma 
na imagem: na sesamoidite do tipo I as lesões são lineares em número de 1-2 e com largura 
menor ou igual a 1mm; na do tipo II as lesões são em número de três ou mais também com 
amplitude menor ou igual a 1mm; na sesamoidite do tipo III as lesões têm largura maior do 
que 1mm ou apresentam forma cística e irregular. 
A B 
 127 
 
 Figura 16.11 – Sesamoidite tipo I (A), tipo II (B) e tipo III (C). 
FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html. 
 
HIGROMA DO CARPO 
O higroma é uma formação sinovial, também chamada de bursite, localizada na face 
dorsal do carpo, resultante de pequenos traumas os quais levam ao desenvolvimento de uma 
bolsa com líquido sinovial em seu interior. O aumento de volume e calor local são os 
principais sinais clínicos, podendo ocorrer dor e claudicação. 
O diagnóstico é feito com radiografias em projeção lateral estendida e flexionada, 
onde se evidencia um aumento de volume com densidade água, sem envolvimento ósseo. A 
injeção de meio de contraste positivo, à base de iodo, confirma o diagnóstico e descarta 
outras alterações articulares, como a formação de massas, por exemplo. 
 
CARPITE 
Também chamada de Artrite Traumática do Carpo, esta afecção é uma resposta 
inflamatória, aguda ou crônica, na articulação do carpo. Geralmente, compromete a cápsula 
articular, ligamentos colaterais e ossos que compõem a articulação. A etiologia mais 
comum é o trauma direto na região da articulação, sendo que os animais de salto e corrida 
são os mais atingidos. Dentre os sinais clínicos geralmente encontrados estão a dor, 
claudicação, aumento de volume e calor na região. 
O diagnóstico radiológico pode ser confirmado através de radiografias em projeção 
lateral estendida e flexionada, dorsopalmar, DLPMO e DMPLO. 
Radiograficamente, nos estágios iniciais, a carpite se apresenta como uma artrite 
serosa, com pequena reação periosteal e aumento de densidade radiológica articular. Com 
a evolução do quadro desenvolve-se uma osteoartrite severa com maior aumento de volume 
e aumento de densidade radiológica, osteófitos, exostoses, além de neoformações ósseas 
fora das superfícies articulares como locais de inserção de ligamentos e cápsula articular, 
sinais estes característicos de doença degenerativa articular. É comum encontrar fratura 
dos ossos carpo radial e terceiro carpiano. 
 
SINOVITE VILONODULAR 
A sinovite vilonodular (fig. 16.12-B e 16.12-C) é um processo proliferativo crônico 
da cápsula sinovial, que geralmente ocorre nos membros anteriores, onde os principais 
sinais clínicos são dor à palpação, claudicação e aumento do volume da articulação, 
aumento este caracterizado por ser firme e não flutuante. A demonstração radiográfica se dá 
em projeção lateral e a confirmação é feita através de artrografia com meio de contraste 
A B C 
 128 
positivo, pela injeção de composto orgânico. 
Na radiografia evidencia-se grau médio a severo de erosão da porção dorsal distal 
do 3ºmetacarpiano ou metatarsiano, imediatamente após local de inserção da porção 
proximal da cápsula articular, o qual se forma devido à necrose que ocorre em função da 
pressão exercida pela massa vilonodular (seta). Em alguns casos pode se observar 
mineralização da inserção na porção proximal da cápsula articular. 
Com a artrografia se visualiza uma área radiolucente na porção interna dorsal do 
espaço articular que corresponde à massa vilonodular que ocupa espaço e é quase 
totalmente circundada pelo meio de contraste (setas). Estas massas podem aparecer em 
outros locais do espaço articular, dependendo do grau de desenvolvimento da afecção. 
 
 
Figura 16.12 – Equino: Imagem radiográfica da articulação sem alteração (A), sinovite vilonodular em exame 
simples (B) e com artrografia (C). FONTE:http://www.upei.ca/equinelimbs/html. 
 
 
FRATURAS 
As fraturas no aparelho locomotor dos equinos advêm de acidentes em competições, 
trabalho no campo e traumas nas mais diversas situações. Podem ocorrer em qualquer 
estrutura óssea e ter as mais diferentes conformações (fig. 16.13-A a 16.13-G). Quanto 
mais grave for a fratura e / ou quanto mais importante for a região fraturada, menos 
favorável será o prognóstico. 
Radiograficamente as fraturas se apresentam como linhas radiolucentes na estrutura 
óssea radiografada. 
 
 FRATURA DE PATELA 
 A patela é o maior sesamóide do corpo, sendo uma porção vital para o grupo 
muscular quadríceps, pois sua inserção é feita na face proximal da patela além de agir como 
alavanca para extensão da articulação, já que sua porção distal está conectada à 
tuberosidade da tíbia. 
 Asfraturas de patela são incomuns e geralmente são resultados do trauma direto do 
membro flexionado, no chute ou coice ou ainda no momento do salto. Quando o trauma 
direto ocorre, o mais comum é que a fratura seja sagital no aspecto medial da patela, em 
função de que a tróclea medial é mais proeminente que a lateral. Fraturas cominutivas e 
transversas também podem ocorrer. Os sinais clínicos mais comuns são edema de tecidos 
A B C 
 129 
moles, efusão articular e graus variados de claudicação. Os animais podem caminhar 
apenas com o outro membro, mantendo a articulação flexionada. 
 Radiograficamente a avaliação deve incluir projeções caudo-cranial, lateromedial, 
lateral flexionada, e skyline. Estas projeções são importantes na avaliação das fraturas 
cominutivas, transversas e sagitais. 
 
 FRATURA DA EMINÊNCIA INTERCONDILAR DA TÍBIA 
 A eminência intercondilar medial da tíbia é mais larga e pontiaguda que a lateral. 
 Estas fraturas são descritas como fraturas por avulsão da inserção do ligamento 
cruzado cranial. Por mais que a inserção do ligamento cruzado cranial seja cranial à 
eminência, não existe probabilidade de avulsão. Estas fraturas podem ocorrer em função de 
trauma no côndilo medial do fêmur e eminência intercondilar. 
 O diagnóstico é confirmado pelas radiografias em projeções caudo-cranial e lateral 
flexionada, onde se evidenciam fragmentos ósseos de vários tamanhos no interior do 
espaço articular. 
 
 FRATURA E FRAGMENTAÇÃO DA FACE ANTERIOR DAS TRÓCLEAS E 
CÔNDILOS FEMORAIS 
 Esta lesão geralmente é resultado de traumas externos diretos, como saltos que 
acertam as cercas, feridas punctórias ou coices. Há claudicação súbita moderada a severa, 
com história de trauma agudo, efusão articular, crepitação e dor na flexão. Fragmentos da 
articulação fêmoro-patelar são mais comumente vistos na porção distal da tróclea lateral em 
projeção lateral ou lateral flexionada. A projeção caudo-cranial é importante para 
identificar o posicionamento dos fragmentos, e a skyline é necessária para avaliar a 
presença de fraturas de patela. 
 Fraturas da face caudal dos côndilos do fêmur podem ser demonstradas em projeção 
lateromedial obliquada e, geralmente, ocorrem com outras lesões da articulação, tendo seu 
prognóstico reservado. Deve-se ter cuidado para não confundir a fabela com fraturas, já que 
esta estrutura, quando presente, localiza-se nesta região. 
 
 FRATURA DA TUBEROSIDADE DA TÍBIA 
 A tuberosidade da tíbia é uma estrutura relativamente exposta e suscetível à fratura 
por trauma direto, por coice ou colisão com cercas. Estas fraturas não parecem estar 
associadas com a placa de crescimento da tuberosidade da tíbia ou com avulsões da 
inserção de ligamentos patelares, embora os ligamentos patelares quase sempre estejam 
envolvidos. Ocorre uma variedade de configurações desta fratura, com pequenos 
fragmentos na face cranial proximal a grandes fraturas estendendo-se distal à crista da tíbia 
a proximalmente na articulação fêmoro-tibial. 
 As fraturas por avulsão da tuberosidade da tíbia são melhor vistas em projeção 
caudolateral-craniomedial obliquada. Deve-se ter cuidado, em cavalos com menos de três 
anos de idade, para não confundir fraturas com a linha de crescimento. 
 
 FRATURA DE FÍBULA 
 As fraturas da fíbula podem causar claudicação de elevação. Deve-se cuidar para 
não interpretar as linhas radiolucentes normais da fíbula como fraturas. Linhas de fratura 
tendem a correr obliquamente de um lado a outro na fíbula. 
 130 
 Estas fraturas são causadas por trauma direto, o animal apresenta claudicação 
moderada a severa e o diagnóstico é feito radiograficamente com projeção caudo-cranial, 
que é a mais usada. 
 
 
 
Figura 16.13 – Fratura de terceira falange (A e B), primeira falange (C), sesamóides proximais (D), terceiro 
metacarpiano (E), tíbia (F) e úmero(G). FONTE: http://www.upei.ca/equinelimbs/html. 
 
FRATURA DE TERCEIRA FALANGE 
As fraturas do corpo e processo palmar podem ser de difícil visualização nas 
radiografias, mas sete a dez dias após, em função da rarefação que ocorre na linha de 
fratura, sua identificação é possível. São melhor visualizadas em projeção dorso-palmar 
com o casco em pinça, embora as fraturas do processo palmar possam primeiro ser 
identificadas em projeção lateral. Quando se suspeita de uma fratura, pode ser necessário 
um número maior de projeções obliquas, a fim de que se possa visualizar claramente uma 
ou mais linhas. Uma fratura de processo palmar, por exemplo, pode requerer uma projeção 
médio-lateral, látero-medial e palmaroproximal-palmarodistal obliquada para ser 
demonstrada. A linha de fratura é melhor vista quando o feixe de radiação é direcionado em 
linha com o plano da mesma. Pela comparação cuidadosa das projeções oblíquas 
ligeiramente diferentes é possível estabelecer se a fratura é simples ou cominutiva. 
Clinicamente este tipo de lesão na falange distal causa claudicação aguda com dor, pressão 
e choque do casco. 
Uma fratura no processo extensor é melhor evidenciada na projeção lateral, onde 
um pequeno fragmento radiopaco próximo ao processo extensor pode representar uma 
 131 
lesão recente, uma fratura antiga, uma separação do centro de ossificação ou uma 
mineralização distrófica dentro do tendão extensor, podendo não ter significado clínico. 
As fraturas são classificadas em sete tipos (fig. 16.14) em função da configuração 
que apresentam, não articulares do processo palmar (tipo I), oblíquas articulares 
estendendo-se da linha média à lateral na margem solar medial (tipo II), médio-sagitais 
envolvendo ou não a articulação (tipo III), do processo extensor (tipo IV), cominutivas 
(tipo V) e da margem da sola (tipo VI). Existe ainda um outro tipo de fratura (tipo VII), que 
consistem, em ser não articulares, do processo palmar diferindo do tipo I, pois elas se 
originam e terminam na margem da sola, enquanto as do tipo I são transversas e completas 
no processo palmar. As fraturas tipo IV podem ser articulares e as do tipo V podem ser 
secundárias à osteíte infecciosa e sequestro, podendo ter apresentação e prognóstico 
variável. 
 
 
 Figura 16.14 – Esquemas representando os tipos de fraturas da falange distal. FONTE: 
BUTLER et. al. 2003. 
 
Fraturas cominutivas da terceira falange não são comuns, mas aparecem 
ocasionalmente. Muitas projeções radiográficas podem ser requeridas para se estabelecer, 
com precisão, a configuração da fratura e determinar a possibilidade de envolvimento 
articular, o que resulta em prognóstico muito reservado. Uma lesão penetrante no casco 
pode resultar em fratura de qualquer tipo. 
 
ESPARAVÃO ÓSSEO 
Denomina-se esparavão ósseo (fig. 16.15) a afecção que causa uma osteoartrite 
progressiva, com periostite e exostose, nas articulações intertarsiana distal e 
tarsometatarsiana, comumente resultando em anquilose. Os sinais clínicos mais comuns 
são dor e claudicação, podendo também ser evidenciado aumento de volume local. 
As causas mais comuns são traumatismos, distúrbios nutricionais, animais com 
problemas de desenvolvimento e ainda estresse articular devido ao treinamento precoce ou 
muito rigoroso. As alterações de conformação e animais com “jarrete de vaca”, indicam 
etiologia hereditária, contudo, não há consenso a respeito da etiologia. 
A confirmação do diagnóstico é realizada através de radiografias em projeções: 
lateral, dorsopalmar, dorsolátero-palmaromedial obliquada (DLPMO) e dorsomédio-
palmarolateral obliquada (DMPLO). São demonstrados osteófitos e ou exostose, 
 132 
localizadas geralmente na face medial da extremidade proximal do terceiro metatarsiano e a 
face medial do terceiro tarsianoe central do tarso. Em casos mais graves poderá ser 
evidenciada anquilose destas articulações. 
 
 
Figura 16.15 – Imagem radiográfica de osteoartrite de tarso em três diferentes graus de lesão. FONTE: 
http://www.upei.ca/equinelimbs/html. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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