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Resumo - Teoria geral do processo

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DTEORIA GERAL DO PROCESSO 
PROCESSO E PROCEDIMENTO
1 – Conceito: instrumento pelo qual a jurisdição opera 
2 - Modalidades históricas do processo:
2.1 - Inquisitivo: processo em que a mesma pessoa é o acusador e o julgador, quando o réu nao tem chance de se defender. 
2.2 - De ação e acusatória: modalidades de processo moderados, igualdade entre as partes. Ação cível/trabalhista. Processo acusatório: que acusa (penal)
2.3 - Misto: primeira uma fase inquisitória e depois uma fase acusatória. Fase inquisitória penal: inquérito, depois que a ação for ajuizada, há a fase acusatória.
3 - Natureza jurídica do processo
Teorias que definem o que é o processo dentro do direito.
3.1 - Contrato: o processo possui aa natureza jurídica de um contrato. Acordo de vontades entre duas pessoa e que gera tipos de responsabilidades entre duas pessoas. Relação entre processo e contrato, os dois são fonte de obrigações e estão relacionados à vontade das pessoas.
3.2 - Quase contrato: há ausência da vontade livre e consciente, falta um dos requisitos p ser um contrato, que é a vontade.
3.3 - Instituição: costumes práticas reiteradas na sociedade, fazem com que uma situação se torne um instituto. Processo como instituição, é algo costumeiro, costume inquestionável por se fazer valer há muito tempo. Algo necessário, portanto, uma instituição.
3.4 - Situação jurídica: O processo, é uma situação em que os litigantes são os envolvidos, permanecem aguardando uma sentença judicial. Situação que exije que o detentor do direito pratique atos processuais (produzir prova, se defender). 
3.5 - Procedimento em contraditório: contraditório é o direito das partes de sempre se manifestarem em relação a ação, podendo participar do processo ativamente.um procedimento para que possa ser considerado processo precisa necessariamente dar as parte a possibilidade de participar da ação. Só posso considerar procedimento quando houver contraditório
3.6 - Relação jurídica: A relação passa a existir quando duas pessoas se relacionam dentro de um processo. Processo com relação jurídica envolve duas partes e o juiz dentro do processo judicial, se materializa por meio de um conjunto de atos que serão praticados no tempo, o conjunto de atos é considerado como procedimento. Mais aceita pelos doutrinadores. Além das relações já existentes previamente, há a relação jurídica, a última não depende de nenhuma ligação anterior. 
4 - Características 
4.1 - Autonomia: o processo é autônomo, diferente do direito material, o processo tem regras e procedimentos próprios, há ligação entre processo e direito material, mas a mesma não é de dependência. É possível que haja processo sem direito material, nesse caso, será processado e a sentença vai ser negativa ao autor.
4.2 - Caráter público: Qualquer um pode ter acesso ao processo e às audiências, além disso, há a necessidade da participação do estado no processo (Poder Judiciário, juízes). Sempre terá a atuação do poder público, pois é ele que dita as leis e o próprio direito.
4.3 - Progressividade: está sempre em movimento. O direito material é estático, o processual é progressivo, o processo judicial não pode ficar parado, ele mudará de fase, ter decisões, etc... Ele será dinâmico.
4.4 - Complexidade: o processo é complexo pois não é formado de uma unica coisa, mas sim por muitos atos processuais, sucessão de atos e não ato isolado. 
4.5 - Unicidade: Um processo é um processo só, ele é único. 
4.6 - Triangularidade: 
a) Teoria Linear: o processo só vai gerar uma relação jurídica entre autor e réu. 
b) Teoria Angular: Há relação jurídica entre juiz e autor e juiz réu. O juiz será intermediário entre o autor e réu que não irão se relacionar
c) TEORIA TRIANGULAR: Autor, réu e juiz, se relacionam de maneira igual, entre os três. 
5 - Sujeitos do processo
5.1 - Estado-juiz: o caráter público existe para que o Estado atue nas resoluções dos conflitos, atua, portanto, através dos juízes.
5.2 - Partes: Autor e réu, para que o processo exista ele precisa obrigatoriamente ter partes e ter juiz. 
5.3 - Terceiros intervenientes: pessoas que intervém no processo mas que não são necessariamente autor e réu. Há situações em que o advogado atua desta forma, como assistente de acusação por exemplo.
5.4 - Sujeitos Especiais: Apesar de não serem parte do processo precisam obrigatoriamente do processo. O MP como fiscal da lei, por exemplo na vara cível. Ou o advogado, por exemplo. 
6 - Fases processuais
Servem para a organização dos atos processuais. (Regra geral, cada processo terá fases diferentes. ex: processo penal/processo civil.)
6.1 - Postulatória: momento inicial do processo. Momento em que autor e réu alegam suas argumentações.
6.2 - Instrutória/probatória: Quando as alegações são provadas. 
6.3 - Decisória: momento em que o juiz usa as alegações e provas para solucionar o problema e encontrar quem tá com a razão.
6.4 - Recursal: Duplo grau de jurisdição, possibilidade de um outro órgão reveja a decisão do juiz de primeira instância, momento em que há o pedido de recurso. 
7 - Pressupostos processuais
7.1 - Da existência: 
Subjetiva: partes/Juiz
Objetiva: lide
7.2 - De validade: 
Quanto às partes:
Capacidade de ser partes
Capacidade de estar em juízo
 Capacidade de postulatório
Quanto ao juiz:
Investidura
Imparcialidade
8 - Objetivo quanto a lide: 
Ausência de litispendência
Ausência da casa julgada
DINÂMICA PROCESSUAL 
1 – Fases do processo:
– Fase Postulatória: Pretensões apresentadas ao juiz, o autor expõe sua pretensão. Autor e réu se apresentam por meio de petição e contestação.
– Fase saneadora: Desde o recebimento da petição inicial até o início da fase de instrução. O juiz verifica a regularidade do processo. 
– Probatória/Instrutória: Coleta do material probatório que servirá de suporte a decisão do mérito. 
– Decisória: Com o encerramento da Instrução, pronuncia-se a sentença, que só passa a valer após publicação e efetiva integração ao processo. 
– Impulso 
– Auto dinâmica: Atos processuais praticados pelo juiz e pelos funcionários do cartório (despacho do juiz, expedição de certidão)
– Heterodinâmica: atos praticados pelas partes por meio dos advogados 
– Classificação dos fatos e atos jurídicos
Fato-Jurídico:
Fatos Naturais: advém de fenômeno natural, sem intervenção da vontade humana, que produz efeito jurídico; esse evento natural consiste no fato jurídico stricto sensu, que se apresenta ora como ordinário (nascimento, decurso do tempo, etc) ou extraordinário (caso fortuito, força maior).
Atos Jurídicos: Atos cometidos por homens - Atos lícitos: literalmente permitidos pela lei, ou não proibidos pela lei – Atos ilícitos
3.1- Atos Processuais
a) Legalidade: todos os atos processuais precisam estar previstos em lei. 
b) Publicidade: defende a intimidade ou interesse social, realizados publicamente.
c) instrumentalidade: o processo é um instrumento para atingir o direito material
d) Sanabilidade: devem ter a oportunidade de serem sanados, sanar o equívoco. 
4- Tempo dos atos processuais:
4.1 – Prazo Dilatório: designação – 30 dias, citação do réu com 20 dias de antecedência. Prazo observado para realização de algum ato dentro do processo. 
4.2 – Prazo peremptório: não podem ser modificados pela vontade das partes ou por determinação judicial.
4.3 – Prazo legal: período previsto em lei para realização de um ato.
4.4 – Prazo judicial: o prazo fica a critério do juiz por pedido das partes.
4.5 – Prazo convencional: o prazo se dá por convenção entre as partes.
4.6 – Prazo comum: existem, simultaneamente, para ambas as partes.
4.7 – Prazo individual: para apenas uma das partes. 
4.8 – Prazo sucessivo: sucessivo entre autor e réu. Ex. 15 dias pro autor, 15 dias pro réu. 
4.9 – Prazo especial: art. 180 CPC. Ex: MP tem o prazo em dobro.
5 – Revelia e Preclusão
5.1 – Revelia: ausência de participação das partes no processo. Falta de contestação por parte do réu em relação à ação proposta em face dele.
a) autor: ausência damanifestação do autor.
b) réu: ausência da manifestação do autor.
5.2 – Preclusão: perda do direito de praticar algum ato processual. Prescrição de ato processual dentro do processo.
a) Temporal: ex. perder o prazo da manifestação. O direito não socorre aos que dormem.
b) Lógica: impossibilidade da parte de praticar determinado ato decorre da circunstância de outro ato, incompatível com o ato que ele quer praticar, haver sido anteriormente levado a cabo por ele próprio. Ex: a parte expressa uma vontade/comunica uma ação e depois quer reverter sua palavra. A preclusão lógica impede o regresso.
c) Consumativa: a impossibilidade de certo sujeito praticar determinado ato decorre da circunstância de haver ele praticado um ato anterior que esgotou os efeitos do ato que ele quer praticar.
7 - Classificação das ações
7.1 - Ação de conhecimento: É quando se provoca a tutela jurisdicional para que o Estado-juiz declare qual das partes tem ou não tem razão. 
a) Declaratória: Efeitos retroativos: ex tunc.
Declara a existência ou a inexistência de uma relação jurídica relevante.
Exemplo de retroatividade: constituir em mora o devedor, do vencimento da obrigação, com a citação válida.
b) Constitutiva: Efeito para o futuro: ex nunc. Criação, modificação ou extinção de uma relação ou situação jurídica. Exemplo: o casamento.
c) Condenatória: Visa não somente a declaração de direito material, pela sua violação, mas também a consequência da condenação na obrigação de fazer, dar, não fazer ou pagar. A sentença condenatória, proferida no processo civil, é investida da declaração mais a sanção. 
7.2 - Ação de execução:
a) Título Judicial: Decorre da sentença condenatória. É uma fase do processo, e não uma nova ação.
b) Título extrajudicial: O provimento jurisdicional dá-se em uma ação de execução. São os documentos que trazem a presunção legal de liquidez e a certeza da obrigação. A lei dá características de executoriedade. Ex.: Cheques e notas promissórias. 
7.3 - Ação Cautelar: Em situações de direito que ainda não é exigível, porém está sendo ameaçado, a legislação dá uma saída para garantir o direito. A ação cautelar é uma ação que busca acautelar direitos, isto é, garantir que os direitos não serão violados. Garantir o objeto da obrigação principal, que ela seja efetiva. Ex: Ação de arresto, não irá poder se desfazer de todos seus bens tendo uma dívida para depois, entra-se com medida cautelar para garantir que esta seja paga, ainda que não esteja vencida. 
7.4 - Ação Penal Pública: Polo ativo da ação é o Ministério Público. A vítima pode ser assistente de acusação, mas a legitimidade de promover a ação penal pública é do MP.
a) Condicionada: Ação penal pública que depende da representação (queixa) da vítima, por exemplo estupro. Só iniciará quando a vítima se manifestar, apresentar depoimento e, portanto, representar.
b) Incondicionada: independe da representação da vítima. Por exemplo, tráfico. 
Ação penal: acabou investigação, inquérito, se o MP denunciar o crime, a ação será aberta. A investigação pode começar sem a representação da vítima. Quando a pessoa é menor de anos o crime é presumido. 
7.5 - Ação Penal Privada: O Autor da ação será a própria vítima, crime de menor potencial ofensivo. Por exemplo, crime de ameaça.
7.6 - Ação Trabalhista: são ações que serão ajuizadas na justiça do trabalho e tem por objeto vínculo empregatício. Diferente de prestação de serviço (encanador, terceirizados). 
a) Individuais: dissídios (lide) quando uma pessoa sozinha ajuíza uma ação.
b) Coletivas: Dissídios coletivos, uma classe toda ajuíza uma ação para resolver uma situação que afetará todos.
SUJEITOS DO PROCESSO
1 - Sujeitos processuais
1.1 - Juiz: Deve ter investidura e ser imparcial; Deve atuar com neutralidade. Juiz impedido de atuar: art. 144º do CPC
1.2 - Partes: parciais. Litispendência: duas ações idênticas que correm juntas
2 - Partes: Autor e réu são parciais pois têm interesse na resolução do litígio.
2.1 - Sujeito parcial do processo: Autor é quem ajuíza a ação, e réu é quem possui culpa ou sofre consequência das mesmas.
2.2 - Pluralidade de partes: Posso ter em uma ação mais de um autor/réu
Litisconsórcio: mais de um autor ou mais de um réu
 a) Litisconsórcio ativo: com mais de um autor e um réu
 b) Litisconsórcio passivo: com mais de um réu e um único autor
 c) Litisconsórcio misto: mais de um autor e mais de um réu
 d) Momento da formação do litisconsórcio: 
 Inicial: ocorre durante o ajuizamento da ação
 Ulterior: ocorre no momento posterior ao ajuizamento da ação
 e) Litisconsórcio necessário: obrigação do polo passivo ou ativo ser formado por mais de uma pessoa; só posso dispor de bens imóveis se eu for casado é obrigatório que o cônjuge participe da ação (seja réu com ele) 
 f) Litisconsórcio facultativo: Há a possibilidade de entrar contra um ou outro réu, não há necessidade obrigatória de formação de litisconsórcio
2.3 - Intervenção de terceiros: nem autor e nem réu, estranho à ação processual que ajudará no processo
 a) assistência: Quando há interesse do terceiro, este pode participar da ação como assistente.
 b) denunciação: Provocada por uma das partes. Denúncia da lide. Denunciação da lide é o ato pelo qual a parte, a fim de garantir seu direito de regresso, no caso de que acabe vencida na ação, chama à lide terceiro garantidor, a fim de este integre o processo. Desta forma, se por acaso o juiz vier a condenar ou julgar improcedente o pedido do denunciante, deverá, na mesma sentença, declarar se o denunciado, por sua vez, deve ou não indenizá-lo. Na verdade, com a denunciação se estabelecem duas lides num só processo.
A denunciação da lide é obrigatória nos casos expressamente previstos no art. 70 do CPC: I – ao alienante, a fim de que possa exercer o direito que da evicção lhe resulta - art. 456, CC/02; II – ao proprietário ou ao possuidor indireto, em casos como o do usufrutuário, do credor pignoratício; III – ao obrigado, pela lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo 
 c) chamamento ao processo: Pode-se conceituar o chamamento ao processo como modalidade de intervenção de terceiro provocado pelo réu, em que será admitido apenas no processo de conhecimento e que se funda no vínculo de solidariedade entre chamante e chamado. O chamamento ao processo trata-se de intervenção de terceiro que permite a formação de litisconsórcio passivo por iniciativa do réu. Observa-se que o litisconsórcio passivo formado pelo réu trata-se de uma exceção, pois a facultatividade está sempre ligada à figura do autor. 
 d) incidente de desconsideração de personalidade jurídica:
Há duas modalidades de desconsideração da personalidade jurídica. Por um lado, há a desconsideração de personalidade jurídica em sentido estrito, que consiste em tratar-se como sendo da sociedade o patrimônio do sócio, a fim de atingi-lo e fazê-lo responder pelos deveres e obrigações da sociedade. Por outro lado, há a desconsideração (ou penetração) inversa: atinge-se o patrimônio da sociedade, utilizando-o para responder pelas dívidas do sócio.
2.4 - Substituição processual, Representação processual, Sucessão processual
A substituição processual ocorre quando alguém, autorizado por lei, age em nome próprio na defesa de direito e interesse alheio. Ex: Ministério Público ao defender deficientes físicos.
Na representação processual, o representante não é parte no processo, mas atua, em juízo, em nome do representado, detentor do direito substancial e defendendo direito deste. “Representar quer dizer pôr-se à frente de alguém. Representante é aquele que atua em nome de outrem, age em seu nome, defendendo os seus interesses.”
A sucessão processual é a substituição da parte, em razão da modificação da titularidade do direito material afirmado em juízo. É a troca da parte. Uma outra pessoa assume o lugar do litigante originário, fazendo-se parte na relação processual. Ex: morte de uma das partes.
Dos Atos Processuais
São aqueles que têm por efeito, a constituição,a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a cessação da relação jurídica processual. O processo é um conjunto de atos, tendentes à prestação jurisdicional, atos estes manifestados pelos sujeitos do processo, nas figuras de autor, réu e juiz.
Forma dos Atos Processuais
É o conjunto de solenidades que devem ser observadas para que o ato jurídico seja plenamente eficaz. Os atos quanto à forma são:
Solenes: previsão de forma para a sua validade;
Não solenes: forma livre.
Os atos processuais não são solenes, somente quando a lei assim exigir, prescrevendo forma para sua validade, como por exemplo, a forma escrita e em tempo expressamente previsto na lei.
Princípios dos Atos Processuais
1) Princípio da Legalidade das formas: os atos processuais, cuja lei estabelece forma, devem ser realizados pela forma prescrita na lei, sob pena de nulidade. Artigo 154 e 243 do CPC. Forma dos atos no CPC: artigos 169, parágrafo único; artigo 170 e 171.
2) Princípio da instrumentalidade da forma: a forma do ato não é um fim para a sua validade, mas sim um meio para atingir a sua finalidade. Tanto é que o artigo 154, reputa válido o ato realizado de outro modo, desde que preencha a finalidade essencial (artigo 244 do CPC). Exemplo: artigo 214, que trata da citação.
3) Princípio da Documentação: os atos processuais, de ordinário, possuem forma escrita, já existindo a documentação; se o ato puder ser praticado de forma oral, a redução a termo, ou seja, a documentação por escrito também será necessária. Exemplo: depoimento das testemunhas.
4) Princípio da Publicidade: os atos processuais devem ser públicos, ou seja, devem desenvolver-se publicamente, na presença de quem quiser assistir a eles, salvo quando versarem sobre a intimidade das pessoas, ou o interesse social exigir privacidade (artigo 5,LX da CF; artigo 93,IX da CF). O artigo 155, na segunda parte, trata dos atos em segredo de justiça.
5) Princípio do uso do vernáculo: só pode ser praticado ou juntado documentos redigidos em língua nacional, sendo permitida a juntada de documentos em língua estrangeira quando acompanhado da respectiva tradução, firmada por tradutor juramentado (artigos 156 e 157, do CPC).
Classificação dos Atos Processuais
a) Quanto ao seu objeto
1) Atos de iniciativa: são aqueles que destinam a instaurar a relação jurídica processual. Exemplo: petição inicial;
2) Atos de desenvolvimento: são aqueles que movimentam o processo, compreendendo os atos de instrução e os de ordenação. Exemplo: citação, provas etc;
3) Atos de conclusão: atos decisórios do juiz ou dispositivos das partes. Exemplo: sentença, transação, renúncia etc;
b) Quanto aos sujeitos (classificação do CPC)
1) Atos das Partes
Atos das Partes: são aqueles praticados pelo autor e réu, terceiros intervenientes e ainda pelo Ministério Público.
Classificação
1) Postulatórios ou de Obtenção: são aqueles pelos quais as partes postulam pronunciamento do juiz, seja quanto ao processo, seja quanto ao mérito. Exemplo: petição inicial, citação do réu, respostas do réu etc;
2) Dispositivos: consistem em declarações de vontade destinadas a dispor da tutela jurisdicional, dando-lhe existência ou modificando lhe as condições. Artigo 158 do CPC. Podem ser:
b) Concordantes ou de desistência: quando há manifestação de vontade de uma parte e a outra parte adere, mesmo que por omissão. Exemplo: desistência da ação pelo autor, depois da citação do réu (artigo 267, inciso 4);
c) Contratuais ou de transação: são declarações bilaterais de vontade. Exemplo: transação.
3) Atos instrutórios ou de prova: são aqueles que se destinam a convencer o juiz da verdade dos fatos alegados pelas partes. Exemplo provas.
4) Atos reais ou de afirmação: são aqueles que se manifestam através de coisas e não por palavras. Exemplo: apresentação de documentos, preparo de um recurso etc.
Eficácia do ato das partes
Artigo 158: independem de homologação judicial
Petições e autos suplementares
Autos: são o conjunto de atos e termos do processo. Originais: constituem os atos e termos originais que compõe o processo. Exemplo: Petição inicial.
art. 160 – recibos dos documentos apresentados;
art. 162 do CPC;
art. 267 – extinção do processo sem resolução de mérito;
art. 269 – resolução de mérito (não provocando a extinção, que somente ocorre com a satisfação do crédito, em razão da fase de cumprimento da sentença no próprio processo);
art. 463 do CPC – redação alterada suprimindo a expressão “cumpre e acaba o ofício jurisdicional”;
Não leva ao encerramento do feito, embora possua cunho decisório (questão processual incidente. Exemplo: provas, tempestividade da defesa etc).
c) Despachos ordinatórios ou de mero expediente. Artigo 162, parágrafo 3º, do CPC: visam dar movimentação ao processo. Exemplo: abrir vistas de um documento juntado a partes; designar audiência de instrução; mandar intimar perito e assistente técnico; citação etc.
Prática de ofício dos atos ordinatórios (parágrafo 4º)
d) Acórdão – artigo 163 do CPC
Decisão proferida por Tribunal.
Forma dos Atos do Juiz
Artigo 164 – assinatura;
Artigo 165 – sentenças e acórdãos – artigo 458 do CPC – decisões interlocutórias – fundamentação. Despachos ordinatórios não reclamam fundamentação.
Atos dos Auxiliares da Justiça
Atos de movimentação ou de comunicação: são os que visam ao andamento do processo, como termos de abertura de vistas para as partes, termo de conclusão, termo de remessa dos autos à instância superior, intimação e citação etc;
Atos de documentação: são aqueles que por meio dos quais o escrivão atesta a realização de atos das partes, do juiz, ou de seus auxiliares. Exemplo: certidão de intimação das partes; certidão de publicação etc.
Atos de execução: atos realizados em cumprimento dos mandados judiciais, fora dos cartórios. Exemplo: penhora e prisão.
Autuação – 1° ato de movimentação do processo
Artigos 166 e 167
Termos Processuais
É a documentação escrita e autêntica dos atos processuais, feita por serventuários da Justiça no exercício de suas atribuições. Termo é a documentação de um ato.
Classificação dos Termos
a) Prejudiciais: são aqueles que documentam atos consistentes em modificação do direito das Partes: Exemplo: Transação, artigo 448;
b) Termos de andamento: visam a registrar a documentação dos atos;
c) Termo de autuação: certifica que foi apresentada a petição inicial e os documentos que a acompanham. Artigo 166;
d) Termo de juntada: documenta o ingresso de uma petição nos autos. Artigo 168 do CPC;
e) Termo de conclusão: documenta que o processo será encaminhado ao juiz;
f) Termo de vistas: documenta que abriu vistas as partes;
g) Termo de intimação: documenta que intimou as partes;
h) Termo de recebimento: atesta que os autos voltaram a cartório.
Ato Processual no Tempo e no Espaço
Artigo 172 – dias úteis;
Artigo 173 – prática de atos somente em dias úteis ou seja, que não ocorra em dias feriados;
Artigo 175 – feriados – definição.
Exceções
#1 – artigo 172 – conclusão dos atos;
#2 – citação e penhora – artigo 5,XI da CF;
#3 – protocolo – funcionamento.
Artigo 175 – férias e feriados: os atos não produzem efeito, salvo:
Artigo 173, I e II – prática de atos, mas o processo está suspenso;
Artigo 174 – casos de não suspensão do processo;
Artigo 176 – Lugar – exceção: deferência (artigo 411), interesse da Justiça (artigo 440), obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz (artigo 336, parágrafo único).
Prazos
É o espaço de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado, delimitado por dois termos: um termo inicial (dies a quo) e um termo final (dies ad quem).
Artigo 177 – lei fixará o prazo; na falta, o juiz determinará.
Classificação dos prazos
a) Legais: são os prazos fixados em lei. Exemplo: artigo 297 e 508;
b) Judiciais: são os prazos que fixam a critério do juiz. Exemplo: artigo 182;
c) Convencionais: prazo estabelecido pela convenção das partes. Exemplo: artigo 181.
a) Comum: prazo estabelecido para ambas as partes para a prática de determinadoato;
b) Particulares: prazo destinado à pratica de ato à uma das partes. Exemplo: prazo para a contestação;
c) Próprios: são aqueles fixados pelas partes, sujeitando-se a preclusão;
d) Impróprios: prazo fixado ao juiz e seus auxiliares, não havendo preclusão.
Natureza dos prazos
Os prazos, em regra, são inalteráveis, ou seja, não pode ser prorrogado ou reduzido. Quanto à natureza dos prazos, podemos classificar em:
a) Dilatórios: são aqueles que, embora fixados na lei, admitem ampliação ou redução pelo juiz. Artigo 181 CPC. Requisitos:
1 – Deve ser requerido antes do vencimento do prazo;
2 – Fundado em motivo legítimo
3 – O juiz deve autorizar a alteração, fixando novo dia de vencimento (#1 e 2).
Cursos dos prazos
Todo prazo em regra, é contínuo, ou seja, uma vez iniciado não sofre interrupção – artigo 178.
Férias forenses: suspensão do curso dos prazos, sendo que o restante, voltará a correr quando cessada as férias. Artigo 179.
Outros casos de suspensão do curso do prazo
Artigo 180 – obstáculo criado pela partes. Artigo 265, I à III.
Contagem dos prazos
Artigo 184: dies a quo, ou dia do começo: exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento (início do prazo e início da contagem do prazo).
A contagem do prazo em horas geralmente não se aplica. Exemplo: artigo 652 do CPC.
O dia do início deve ser dia útil.
Diferenciação entre citação e intimação: data da juntada do mandado ou do AR – artigo 24, I à III.
Intimações feitas no D.O – artigos 236 e 237.
Intimação feita na sexta-feira – Súmula 310 do STF – segunda feira.
Intimação feita no sábado – início da contagem – terça-feira.
Artigo 184, termo final – prorrogação
Dia feriado;
Fechamento do fórum;
Expediente encerrado antes do horário normal.
Preclusão – artigo 183 do CPC
É a perda de uma faculdade processual, em decorrência do não exercício em tempo útil (Temporal);
Lógica: em decorrência da incompatibilidade entre o ato praticado e outro ato que se queira praticar; 
Consumativa: em decorrência de já ter sido realizado um ato, não sendo possível tornar a realizá-lo. Exceção: incisos 1 e 2 do artigo 183: justa causa. Exemplo: morte da parte ou do advogado etc.
Prazo para as partes
Artigo 185 – quando a lei é omissa e nem o juiz fixa o prazo: 5 dias;
Artigo 186 – renúncia do prazo: oposição de contestação antes de 15 dias – renúncia ao restante do prazo, desde que seja comum;
Artigo 191 – litisconsórcio – prazo em dobro;
Artigo 192 – regra limitativa – nulidade.
Prazo para o juiz
Artigo 189, I – despachos de mero expediente – 2 dias;
Artigo 189, II – decisões interlocutórias e sentença – 10 dias;
Artigo 187 – motivo justificado – exceder prazo.
Prazo para os auxiliares da justiça
Artigo 190 – conclusão dos autos – 24 horas;
Execução dos atos – 48 horas.
Prazos para o Ministério Público e Fazenda Pública
Artigo 188 – quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
Inobservância dos Prazos
Pelos serventuários – artigo 193 – fiscalização pelo juiz;
Artigo 194 – instauração de procedimento administrativo.
Pelas partes: preclusão – sanção processual (determina a devolução da petição ou manda riscar o que houver sido escrito; perda do direito de vistas dos autos fora de cartório e multa) – artigo 195 e 196 do CPC.
Sanção penal: pela não devolução dos autos – artigo 356 do CP – Sonegação de Papel ou Objeto de valor probatório – detenção de 3 meses a 6 anos e multa.
Sanção disciplinar: comunicação à OAB e pagamento de multa.
Pelo juiz – artigo 198 – representação.
Decisão interlocutória – artigo 162 do CPC, parágrafo 2º
Sentença – artigo 162 do CPC, parágrafo 1º:
Atos do Juiz
Artigo 161 – proibição de cotas marginais ou lineares.
Suplementares – artigo 159 do CPC: têm duas finalidades: restauração dos autos originais – artigo 1063 do CPC; execução provisória (artigo 589 do CPC).
Exceção – artigo 158, parágrafo único – desistência da ação depois da citação do réu, transação.
a) Unilateral ou de submissão: quando a manifestação de vontade é de uma das partes. Exemplo: desistência da ação antes da citação do réu; reconhecimento da procedência do pedido.
Atos do órgão jurisdicional, compreendendo os atos do juiz e dos auxiliares.
No CPC – artigo 155, que trata do princípio da publicidade.
Legitimação ordinária e extraordinária; 
A principal classificação da legitimação ad causam é a que a divide em legitimação ordinária e legitimação extraordinária. Trata-se de classificação que se baseia na relação entre o legitimado e o objeto litigioso do processo.
Ordinária: A legitimidade de parte é uma das condições da ação. Via de regra, ninguém pode ir a juízo, em nome próprio, para defender direito alheio, sob pena de carência da ação por ilegitimidade de parte. Assim, aquele que alega ser titular de um direito, pode ir a juízo, em nome próprio, para postulá-lo e defendê-lo. Trata-se, portanto, de legitimidade ordinária, em que os sujeitos vão a juízo, em nome próprio, para litigar sobre os seus direitos. Art. 6º do CPC.
Legitimado ordinário é aquele que defende em juízo interesse próprio. “A regra geral da legitimidade somente poderia residir na correspondência dos figurantes do processo com os sujeitos da lide”.
Extraordinária: A legitimidade extraordinária é também denominada substituição, já que ocorre em casos excepcionais, que decorrem de lei expressa ou do sistema jurídico, em que admite-se que alguém vá a juízo, em nome próprio, para defender interesses alheios. Assim, substituto processual é aquele que atua como parte, postulando e defendendo direito de outrem. Como exemplo, podemos citar o condomínio. De acordo com o artigo 1.314, do Código Civil, "cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la". Art. 1.314 do CC; Arts. 29 a 38, 44, 45, 48 a 60 do CPP; Arts. 42 e 43 do CPC
Legitimado extraordinário é aquele que defende em nome próprio interesse de outro sujeito de direito.
Enfim, na legitimação extraordinária confere-se a alguém o poder de conduzir processo que versa sobre direito do qual não é titular ou do qual não é titular exclusivo.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A princípio, a sentença proferida num processo só deve atingir, favorecer ou prejudicar as partes (autor e réu). Todavia, há situações em que a decisão tomada num processo tem reflexo em outra relação jurídica de direito material, estendendo indiretamente os efeitos da sentença a terceira pessoa estranha à relação jurídica processual originaria. Portanto, é basilar perceber que a correta compreensão das intervenções de terceiro passa, necessariamente, pela constatação de que haverá sempre, um vínculo entre o terceiro, o objeto litigioso do processo e a relação jurídica material deduzida.
Assim, este “terceiro juridicamente interessado” pode, com o escopo de defender interesse próprio, intervir voluntariamente no processo, ou mediante provocação de uma das partes. A intervenção por provocação de uma das partes, na chamada “intervenção provocada”, envolve três institutos diversos, quais sejam: nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo. Já a intervenção por iniciativa própria do terceiro, na chamada “intervenção voluntária”, envolve dois institutos, quais sejam: assistência e oposição.
Que sujeitos são os terceiros no processo? Qual o momento limite para a intervenção de terceiro?
Terceiro no processo é aquele que não é parte, ou seja, não é titular do direito discutido ou não tem autorização legal para litigar em benefício de outrem, e que por alguma razão jurídica intervém na lide. Cumpre lembrar, que apenas o interesse jurídico possibilita o ingresso de alguém em processo alheio, não bastando, portanto, o interesse econômico ou moral; a lei disciplina o ingresso de terceiros a fim de que este tenha a oportunidade de afastar eventual situação desfavorável oriunda de decisão entre duas partes, que reflexamente lhe atingiria.Outro aspecto que merece ser mencionado é o fato de que o ingresso do terceiro pressupõe sua relação jurídica com apenas umas das partes.
Desse modo, os terceiros que intervêm não são partes na relação processual originária. São pessoas estranhas à relação processual de direito material deduzida em juízo e estranhas à relação processual já constituída. São sujeitos de uma outra relação de direito material que se liga intimamente àquela já constituída, ou seja, são os que não são partes no processo pendente.
Por conseguinte, somente é possível a intervenção de terceiros até o saneamento do feito, visto que seja o momento máximo de estabilização processual. Todavia, podem dar-se em segundo grau, a assistência, o recurso de terceiro e as intervenções especiais dos entes públicos.
É possível a utilização de intervenção de terceiros no procedimento sumário? E nos Juizados Especiais?
O art. 280 do CPC, com redação que lhe deu a Lei nº 10.444, de 7 de maio de 2002, declara que no procedimento sumário não são admissíveis a intervenção de terceiros, salvo assistência, o recurso de terceiro e a intervenção fundada em contrato de seguro, que pode ser a denunciação da lide ou o chamamento ao processo em causas de seguro.. Nos Juizados Especiais Cíveis, de acordo com o art. 10, da Lei n. 9.099/95, não se admite a intervenção de terceiros e a assistência, pois o procedimento adotado orienta-se pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que possível, a conciliação ou transação. Como consequência disto, as sanções impostas pelo Código de Processo Civil para os casos em que a parte se omita no dever de provocar a intervenção de terceiro no processo não se aplicam nesta hipótese.
A DIFERENÇA ENTRE PROCESSO INCIDENTE E INCIDENTE DO PROCESSO
Processo incidente é uma relação jurídica processual nova, assentada sobre um procedimento novo. É incidente esse processo porque instaurado sempre de modo relacionado com algum processo pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influirá sobre este ou seu objeto. É o que ocorre no processo dos embargos do executado; na oposição autônoma, que dá origem a um processo novo que produzirá sentença sobre matéria prejudicial ao objeto do processo pendente.
Incidente do processo é o ato ou série de atos realizados no curso de um processo. É um procedimento menor, inserido no procedimento desse processo, sem que surja nova relação jurídica processual. Por exemplo: exceções instrumentais de suspeição, impedimento, incompetência relativa, incidente de uniformização de jurisprudência, incidente declaração de inconstitucionalidade. Toda intervenção de terceiro é um incidente de processo, pois terceiro ingressa em processo alheio, impondo-lhe alguma modificação.
Diferencia-se processo incidente de incidente de processo. No primeiro, ocorre sempre uma relação jurídica nova, acordada sobre um procedimento novo. No segundo, os atos realizados não produzem nova relação jurídica processual.
A ASSISTÊNCIA E TRAGA A SUA CLASSIFICAÇÃO
Assistência é a modalidade de intervenção de terceiros na qual o assistente ingressa, voluntariamente, na relação jurídica processual como coadjuvante (ad coadjuvandum) em auxílio de uma das partes, pois a sentença a ser proferida no processo pode interferir em sua esfera econômica.
Não é qualquer interesse que autoriza a assistência. Não basta mera relação de amizade, ou a convicção pessoal do terceiro de que o direito à tutela cabe a uma e não a outra parte: exige a lei o interesse qualificado como jurídico, que haja uma relação entre o terceiro e uma das partes do processo que pode ser atingida pela sentença.
A assistência tem cabimento em qualquer tipo de procedimento e em qualquer grau de jurisdição, sendo que o assistente recebe o processo no estado em que ele se encontra, não se lhe deferindo rediscutir provas e matérias preclusas - CPC, art. 50, parágrafo único. O interessado em intervir como assistente num feito pendente deverá fazer pedido escrito neste sentido, oferecendo as razões e as provas que justificam seu interesse no feito, bem como a quem deseja assistir. É licito a qualquer das partes impugnar o pedido no prazo de cinco dias. Havendo impugnação, o juiz determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da impugnação, a fim de serem autuados em apenso, autorizando a produção de provas e decidindo, dentro de cinco dias o incidente - art. 51, CPC.
A assistência pode ser simples ou adesiva quando, pendendo um processo entre duas ou mais pessoas, terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para assisti-la - art. 50, CPC. Na qualidade de auxiliar, o assistente exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido - art. 52, CPC -, embora não possa praticar atos contrários à vontade do assistido, que pode reconhecer a procedência do pedido, desistir da ação ou transigir com a parte contraria - art. 53, CPC. O “interesse jurídico do assistente” se fundamenta na perspectiva de sofrer efeitos reflexos da decisão desfavorável ao assistido, por exemplo: sublocatário, em ação de despejo movida em face do sublocador; funcionário público, em ação de indenização proposta em face da administração pública por dano causado por ele; de asseguradora, em ação de indenização promovida contra o segurado etc.
Já a assistência litisconsorcial ocorre sempre que a sentença houver de influir na ralação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido. Em outras palavras, embora o assistente não seja parte daquele processo, a sentença ali proferida irá afetar diretamente a relação jurídica de direito material entre ele e o adversário do assistido. É uma espécie de “litisconsórcio facultativo ulterior unitário”. Trata-se de intervenção espontânea pela qual o terceiro transforma-se em litisconsorte do assistido, daí porque o tratamento é igual àquele deferido ao assistido. Por exemplo: em ação reivindicatória movida por consorte, art. 1.314, CC/02; adquirente de direito material litigioso quando não lhe for possível a sucessão processual, art., § º, CPC; lide envolvendo obrigações solidárias, arts. 267 e 274, CC/2002, razão pela qual neste tipo de intervenção o assistente atua como parte distinta, tendo o direito de promover individualmente o andamento do feito, devendo, para tanto, ser intimado dos respectivos atos - arts. 48 e 49, CPC.
Na sentença transitada em julgado, em princípio, fica impedido de, em ação futura, discutir o fundamento da decisão, o assistente que não é atingido pelos efeitos da coisa julgada, que na dicção do art. 55 do Código, consiste na justiça da decisão, não poderá ser discutida o dispositivo da sentença nem pelo assistente simples como pelo assistente qualificado, pois a justiça da decisão refere-se aos fatos que se tiverem por comprovados.
Todavia, o assistente poderá discutir o fundamento da decisão se ficar caracterizada má gestão pelo assistido de seus próprios interesses, seja porque deixou de produzir provas, seja porque renunciou a direito, reconheceu a procedência do pedido do autor ou transigiu. As hipóteses em que o assistente não pode ser prejudicado por tais atos são resumidas nos seguintes termos - CPC, art. 55: I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecida a existência de alegações ou provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
A OPOSIÇÃO, DENUNCIAÇÃO DA LIDE, NOMEAÇÃO À AUTORIA E CHAMAMENTO AO PROCESSO
Oposição é forma de intervenção de terceiro no processo, que, sem ser integrante da lide se apresenta como o legítimo titular do direito discutido entre o autor e o réu. O seu objetivo, portanto, é negar o pretenso direito de ambos. Tem legitimidade para este tipo de intervenção, segundo o art. 56 do CPC, o terceiro, denominado “opoente”, que pretender, notodo ou em parte, a coisa ou o direito sobre o que controvertem as partes no processo principal, denominados “opostos”, Por exemplo: numa ação de divisão o autor pede a citação dos demais condôminos, os quais ingressam na ação e oferecem contestação. Um terceiro que se tem como legítimo proprietário de parte do imóvel a ser divido, ingressa, também, no feito como opoente, para ilidir a pretensão dos litigantes e ver, a final, reconhecida a sua propriedade exclusiva e expurgada da divisão a parte que lhe pertence.
A oposição pode ser intentada até que seja proferida a sentença no feito principal. Distribuída por dependência, a petição de oposição deve observar os mesmos requisitos da petição inicial - arts. 282 e 283, CPC -, sendo que os opostos serão citados na pessoa dos seus advogados - art. 57, CPC. Autuada em apenso aos autos principais, a oposição correrá simultaneamente com ação principal, sendo ambas julgadas pela mesma sentença - art. 59, CPC -, embora deva o juiz primeiro conhecer da oposição - art. 61, CPC.
Existem dois tipos de oposição: a interventiva que é exercida antes da audiência de instrução e julgamento - art. 59, CPC; e a autônoma se ajuizada após o inicio da audiência de instrução e julgamento, e antes da sentença - art. 60, CPC.

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