Buscar

RESUMO FARMACOGENÉTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Rafaela C. Santa Clara 
 
FARMACOGENÉTICA 
- Área responsável pelo estudo da contribuição da constituição genética do indivíduo na 
variação de resposta às drogas. Mesmo doses padrão do mesmo medicamento podem provocar 
diferentes tipos e intensidades de resposta nos indivíduos dentro de uma população. 
- Fatores físicos podem influenciar no efeito terapêutico (idade, gênero, doenças, 
gestação), além de fatores ambientais e principalmente os hábitos do paciente (uso de álcool, 
tabaco e outras drogas, prática de exercícios físicos, interações medicamentosas, etc). 
- A variabilidade genética influencia parâmetros antes da resposta propriamente dita, 
podendo impactar em etapas da farmacocinética (processos de absorção, distribuição, 
biotransformação e eliminação) e farmacodinâmica (interação do fármaco com seu alvo, 
desencadeando diferentes vias de biossinalização), aumento de diferentes reações adversas, 
etc. 
Objetivos: 
 I. Otimizar o tratamento através da personalização terapêutica, onde uma prescrição 
individualizada poderia levar em consideração as particularidades de cada paciente, diminuindo 
essas alterações indesejadas de resposta e aumentando a eficácia do tratamento. 
II. Identificar genes que modulem resposta aos medicamentos. 
III. Desenvolver testes genéticos para a escolha de medicamentos. 
IV. Reavaliar medicamentos retirados do mercado para avaliar o aparecimento de efeitos tóxicos 
em determinados indivíduos. 
INÍCIO DA FARMACOGENÉTICA 
 Deficiência de G6PD – hemólise provocada por antimalárico em soldados afro-
americanos. (é mais comum em afrodescendentes). 
- é uma doença hereditária recessiva ligada ao X 
- deficiência na enzima glucose-6-fosfato desidrogenase, que catalisa o primeiro passo da via 
glicolítica nas hemácias, promovendo obtenção de energia e gerando um NADPH (tem papel 
importante na proteção física das células ao manter a constituição da membrana celular contra 
o estresse oxidativo). A deficiência leva a perda dessa proteção, consequente ruptura da mb das 
hemácias, provocando anemia nos indivíduos portadores. 
- fatores que podem desencadear essas crises hemolíticas nos indivíduos são: infecções virais 
ou bacterianas; medicamentos anti-maláricos, aspirina e sulfanilamida; alimentos como Vicia 
faba. 
- trata-se da doença enzimática mais comum em humanos e possui um agravante: a G6PD possui 
mais de 400 variantes, o que provoca diferentes graus de manifestação da doença em diferentes 
localidades do mundo. A variante A é a mais frequente nos indivíduos com a doença. 
 Efeito prolongado da succinilcolina (provoca relaxamento muscular) em pacientes BChE 
- enzima butirilcolinesterase, possui síntese hepática e é encontrada no plasmam n. liso, 
pâncreas, adipócitos, pele, cérebro e coração. É a enzima responsável por metabolizar o 
Rafaela C. Santa Clara 
 
medicamento succinilcolina, relaxante muscular de efeito passageiro em condições normais. 
Nos casos de efeito prolongado, os efeitos são paralisia muscular e apneia respiratória. 
- anormalidade provocada por uma substituição de base no gene BCHE: GAT para GGT. 
 
 Polimorfismos genéticos na atuação dos fármacos 
Associados a diferenças individuais na eficácia e toxicidade de muitos medicamentos: 
metabolizadoras 
transportadoras 
receptoras de drogas. 
I. Enzimas metabolizadoras 
Enzimas relacionadas às fases de metabolização de fármacos. São alterações químicas que 
transformam o medicamento em compostos ativos, inativos e em alguns casos, tóxicos. Essas 
enzimas são localizadas principalmente no fígado, mas também podem ser encontradas no 
plasma, pulmões, cérebro e intestino. 
Metabolismo de fase I: envolvem as enzimas da superfamília do citocromo P450 (CYPs), flavinas 
monooxigenadas (FMO) e epóxis hidrolases (EH). Promovem a reestruturação química 
propriamente dita com a inserção de grupos funcionais (-OH, -COOH, -SH, -O-, NH2), levando a 
inativação ou ativação (moléculas denominadas pró-farmacos que antes da metabolização eram 
inativas e depois da reestruturação passam a exercer efeito terapêutico) de fármacos. 
Metabolismo de fase II: também denominadas fases de conjugação, estão relacionadas com a 
união do metabólito originado na fase anterior com substratos endógenos para posterior 
eliminação por torna-los hidrofílicos. A conjugação tem como função inativar o produto do 
metabolismo de fase I. As principais enzimas envolvidas nessa fase são: GST (glutationa-S-
transferase), UGT (UDP-glucoronil transferase), SULT (sulfotransferase), NAT (N-
acetiltransferase), MT (metiltransferase). 
 
 Polimorfismos nas CYPs tem efeito nas variações de resposta a medicamentos para 
tratamento de depressão, psicose, câncer, doenças cardiovasculares e gastrointestinais, 
dor, epilepsia, etc. 
ENZIMAS 
Rafaela C. Santa Clara 
 
 Enzima CYP2D6: variações nessa enzima vão desde a completa deficiência até o 
metabolismo ultra-rápido, que dependem desde o medicamento a ser metabolizado e 
das variantes alélicas presentes nos indivíduos. 
- Metabolismo da debrisoquina: droga anti-hipertensiva. Descobertos alelos 
para ambas as variações. Relação com splicing e deleção completa. SOLUÇÃO: ajuste da 
dose do medicamento baseado no genótipo do indivíduo (para metabolizadores lentos, 
doses menores. Para metabolizadores ultra-rápidos, doses bem mais elevadas). 
- Metabolismo da codeína: analgésico. É um pró-fármaco e depende dessa 
enzima para ativação, cujo metabolismo ativo é a morfina. Para metabolizadores lentos, 
não atinge concentrações plasmáticas suficientes, efeito menor que o desejado. Para 
metabolizadores ultra-rápidos o efeito é tóxico. Efeitos expressivos com a morte de 
neonatos por intoxicação devido ao uso de codeína por mães metabolizadoras ultra-
rápidas (uso para o alívio das dores do parto). 
 
 Família das GST: enzimas que agem na detoxificação de fármacos e carcinógenos 
impedindo a ligação destes ao DNA. Tem maior [ ] no fígado. Defeitos nessa família 
fazem com que os indivíduos percam a capacidade de desintoxicação de metabolitos 
reativos, trazendo toxicidade ao organismo. -> Fenótipo nulo desse gene em portadores 
de diferentes neoplasias: pulmão, colorretal, pele e bexiga. 
 Transportadores de medicamentos: proteínas transmembrana que são responsáveis 
pelas etapas da farmacocinética. A proteína GpP (glicoproteína-P), produto de 
codificação do gene ABCA1 é bastante estudada pois determinados polimorfismos 
afetam sua expressão e conformação, fazendo com que sua afinidade pelo substrato 
seja diminuída. 
- papel importante no tratamento do HIV. 
 Receptores: podem ser proteínas ou glicoproteínas localizadas na mb plasmática, na mb 
das organelas ou soltas no citoplasma. Polimorfismos nos receptores tem influencia na 
ativação das vias de biossinalização e, consequentemente, na fosforilação de 
determinadas proteínas correspondentes. 
- canais de Na+ SCN1 e receptores adrenérgicos (A e NA como alvo) -> bastante 
importantes por expressarem diferentes graus de atividade do receptor. Uso de 
isoproterenol (tratamento da asma e bronquite relaxando as vias aéreas permitindo 
fluxo maior de ar). 
PERSPECTIVAS FUTURAS 
- necessidade de traças o perfil genético de cada paciente 
- genotipagem e estudo da expressão do gene 
- detecção de problemas terapêuticos prevenindo efeitos adversos (metabolizadores ultra-
rápidos e lentos) 
- individualização da dosagem 
- reduzir custos e tempo do tratamento

Outros materiais