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FUNDAÇÕES Unidade 3: Capacidade de Carga Professor: Fabrício Casarin Introdução Imagine uma sapata com menor dimensão B. Assentada na superfície do terreno, submetida a uma carga Q, crescente a partir do zero; 2 Comportamento de uma sapata sob uma carga vertical 3 Fase I Para pequenos valores da carga Q, os recalques serão aproximadamente proporcionais. É a chamada fase elástica, onde os recalques se estabilizam com o tempo e são reversíveis. 4 Fase II Nessa segunda fase, surgem deslocamentos plásticos. Aparece primeiramente junto as bordas da fundação. Crescendo o carregamento cresce a zona plástica. Os recalques são irreversíveis; 5 Fase III A velocidade do recalque cresce continuamente, até que ocorre a ruptura do solo. Para o carregamento que causou a ruptura, atingiu-se o limite de resistência, ou seja sua capacidade de carga na ruptura. 6 Mecanismos de ruptura: Função das características do solo 7 Ruptura Generalizada A ruptura acontece de forma brusca; Após uma transição, a tangente tende rapidamente para a vertical; Ocorre nos solos mais rígidos, como areias compactas e muito compactas e argilas rijas e duras; A superfície de deslizamento vai de uma borda da fundação até a superfície do terreno. A fundação “tomba” para um dos lados. 8 Ruptura por Puncionamento A medida que a carga cresce, o movimento vertical da fundação é acompanhado pela compressão do solo imediatamente abaixo. O solo for a da área carregada praticamente não participa do processo. 9 Ruptura Localizada Bem definido apenas abaixo da fundação; Consiste em uma cunha e superfície de deslizamento que inicia-se junto as bordas da fundação (como a generalizada); Tendência visível de empolamento do solo aos lados da fundação; A compressão vertical abaixo da fundação é expressiva, e as superfícies de deslizamento terminam dentro do maciço. Não ocorre um tombamento catastrófico, ou seja, a ruptura fica mais visível, e menos instantânea. 10 Campos de deslocamento A) Generalizada; B) Localizada; C)Puncionamento 11 Mecanismos em função da excenntricidade e carga inclinada 12 Capacidade de Carga para fundações rasas 1º Método: Realização de prova de carga sobre placa: O ensaio costuma ser feito empregando-se uma placa rígida de ferro fundido com 80cm de diâmetro, carregada por meio de um macaco hidráulico que reage contra uma caixa carregada, ou um sistema de tirantes. 13 Esquema de execução 14 Prova de Carga sobre placa A curva pressão x recalque pode ter dois formatos diferentes, ruptura generalizada e ruptura localizada. A primeira tem a tensão de ruptura bem definida, são solos resistentes. Pelo contrário, solos que apresentam ruptura localizada, são solos menos resistentes (argilas moles ou areias fofas) 15 Ruptura geral x localizada 16 Tensão de ruptura Para ruptura geral, temos a tensão de ruptura bem definida, como foi dito. Para se encontrar a tensão admissível, apenas minora-se com o coeficiente de segurança correspondente; Para ruptura localizada, tem-se a seguinte expressão: 17 Tensão admissível para ruptura localizada 18 Em que: corresponde a um recalque de 25mm(ruptura convencional), e é a tensão correspondente a um recalque de 10mm(limitação recalque); 2º Método – Fórmulas Teóricas 1º Caso: Fórmula de Terzaghi: Se o solo apresenta ruptura geral, tensão de ruptura pode ser obtida por: 19 Em que: c = coesão do solo; ᵞ = peso específico onde se apóia a fundação; B = menor largura da sapata; q = pressão efetiva na cota de apoio; Nc, , e Nq = são os fatores de carga (função do ângulo de atrito do solo). Os valores podem ser tirados da tabela a seguir: assim como os fatores de forma . N’ = curvas para ruptura local. 20 Tabela fatores de carga e forma Terzaghi 21 Tabela fatores de forma Formadafundação Sc Sγ Sq Corrida 1,0 1,0 1,0 Quadrada 1,3 0,8 1,0 Circular 1,3 0,6 1,0 Retangular 1,1 0,9 1,0 22 Correlações c (coesão) Argilas StandartPenetration Test (SPT) Coesãoc(Kpa) Muitomole <2 <10 Mole 2 a 4 10 a 25 Média 4 a 8 25 a 50 Rija 8 a 15 50 a 100 MuitoRija 15 a 30 100 a 200 Dura >30 >200 23 Correlação φ (ângulo de atrito) Areia DensidadeRelativa(Dr) StandartPenetration Test (SPT) φ(º) Fofa <0,2 <4 <30 PoucoCompacta 0,2 a 0,4 4 a 10 30 a 35 MedianamenteCompacta 0,4 a 0,6 10 a 30 35 a 40 Compacta 0,6 a 0,8 30 a 50 40 a 45 MuitoCompacta >0,8 >50 >45 24 Exercício Determinar o diâmetro da sapata circular abaixo usando a teoria de Terzaghi com FS = 3. Desprezar o peso próprio da sapata. C = 0, φ = 33º, e γ = 17,5 kN/m³ 25 Fórmula de Skempton Válida somente para solos puramente coesivos, ou seja, (φ=0º). Em que: c é a coesão do solo; Nc, o coeficiente de capacidade de carga (tabela de Skemton); e q, a pressão efetiva na cota de apoio. 26 Tabela de Skempton Valor Nc 27 Em que D é a parcela de embutimento na camada de argila Skempton para sapatas retangulares 28 Lados A x B Em que Nc = 5 Ou 1,5 para D/B>2,5 Tensão admissível (Skempton) Para sapatas quadradas, circulares e corridas tem-se: Para sapatas retangulares: 29 O fator de segurança adotado é geralmente igual a 3,0. IMPORTANTE OBSERVAR QUE NÃO SE APLICA O FS AO VALOR DE q. Exercício Usando a teoria de Skempton, com FS=3, determinar o lado da sapata quadrada abaixo: 30 Estimativa de prova de carga para fundações rasas Outro método consiste em uma correlação com o standart penetration test. 31 Obs: Profundidade de ordem de duas vezes a largura estimada para a fundação; Válidos para valores de Nspt <= 20Mpa Exercício estimativa com Nspt Para a construção de um edifício de dez pavimentos, foram realizadas sondagens a percussão com SPT, cuja sondagem está na figura a seguir, calcule a sapata mais econômica: Admitindo que a carga média de um edifício de concreto seja da ordem de 12 Kpa por andar, e que a área de influência de cada pilar seja da ordem de 4m (16m2) 32 Sondagem do exercício anterior 33 Prova de Carga para fundações profundas TUBULÕES Como vimos anteriormente, os tubulões são elementos de fundação em que se despreza a resistência pelo atrito lateral, portanto o dimensionamento é feito de maneira análoga ao dimensionamento de sapatas. 34 TUBULÕES 1º Método: Fórmula de Terzaghi ou Skempton, análogo ao cálculo de sapatas; 2º Método: Para argilas 35 Pa = Tensão de pré-adensamento do solo (obtido por ensaios – método pacheco e silva) Tubulões Com base em correlação com o Nspt: Onde usa-se o valor médio do Nspt na profundidade da ordem de grandeza igual a duas vezes o diâmetro da base, a partir da cota de apoio. 36 Aplica-se para valores de SPT < 20 Capacidade de carga para estacas 1º Método: Realização de prova de carga. Segundo NBR 6122, a carga admissível será dada por: 37 Em que: P’ é a carga correspondente a 1/1.5 daquela que produz o recalque admissível (no topo da estaca) aceitável para a estrutura e PR é a carga de ruptura da estaca Exercício Com os dados abaixo, verificar se o projeto de estaqueamento para o pilar P1 está correto. Caso esteja errado, retificá-lo. Admitir 15mm como sendo o recalque admissível para a estrutura. 38 Figura – Prova de Carga de estaca 39 Capacidade de Carga de estacas – Métodos semi – empíricos Como as fórmulas teóricas geralmente não são confiáveis na previsão da capacidade de carga de uma estaca. Portanto muitos autores propõe métodos baseados em correlações empíricas. No Brasil, pode-se destacar 3 destes métodos: Aoki- Velloso (1975); Décourt- Quaresma (1978); 40 Método Aoki – Velloso (1975) 41 Onde: Sendo U = perímetro da estaca Os valores de rp e rl, podem ser calculados a partir da resistência de ponta dos ensaios de penetração estática (CPT) que por sua vez pode ser correlacionado com o índice de resistência à penetração dinâmica (SPT), através de: 42 Onde: Np e Nl são, respectivamente, o SPT na cota de apoio da estaca e o SPT na camada de solo correspondente ao Δl; F1 e F2 são coeficientes que levam em conta o efeito de escala entre a estaca (protótipo) e o cone do CPT, dadas na tabela 1 a seguir; K e α são coeficientes que dependem do tipo de solo, dadas na tabela 2. Tabela 1 – Aoki-Velloso TipodeEstaca F1 F2 FRANKI 2,5 5,0 METÁLICA 1,75 3,5 PRÉ-MOLDADA 1,75 3,5 43 Tabela 2 – Aoki – Velloso Valores dos coeficientes K e α 44 Exercício Utilizando o método Aoki e Velloso, calcular a carga admissível de uma estaca tipo Franki, com diâmetro do fuste de ø=40cm e volume da base V=180l. O comprimento da estaca e as características geotécnicas do solo são dados a seguir: 45 Sondagem 46 AULA 05 – CONTINUAÇÃO CAPACIDADE DE CARGA PARA FUNDAÇÕES 47 Método de Decourt – Quaresma(1978) Com base no valor de Nspt; 48 Onde: Pu= Rl + Rp Rl=Ql . Sl Rp = Qp. Ap Método Decourt – Quaresma (1978) A tensão de ruptura na ponta Qp, é dada por: Np Spt médio na ponta Onde K é função do tipo de solo, dada na tabela a seguir: 49 TipodeSolo K(kN/m²) K(tf/m²) Argila 120 12 Silteagiloso(solo residual) 200 20 Siltearenoso(solo residual) 250 25 Areia 400 40 Método Decourt - Quaresma A ruptura é considerada, quando a mesma é localizada, como a carga responsável pelo recalque de 10% de B. (ø base); A resistência lateral, ou atrito lateral é dado por: 50 Kpa Tf/m² Onde N, é o valor médio do Spt, ao longo do fuste; Despreza-se o Nspt, utilizado no cálculo da resistencia de ponta. Para valores de Nspt<3 e Nspt > 50, considera-se 3 e 50 Método Decourt – Quaresma: Observações Tipo de Estaca: Embora o estudo tenha sido efetuado basicamente para estacas pré-moldadas de concreto, os autores admitem que o método também seja válido para outros tipos de estacas, utilizando fatores de minoração e majoração. 51 Método Decourt- Quaresma para outros tipos de estacas Para outros tipos de estacas tem-se: 52 Tabela Decourt- Quaresma (α) EscavadaemGeral Escavada(bentonita) HéliceContínua Raiz Injetadasobaltaspressões Argilas 0,85 0,85 0,30* 0,85* 1,0* Solosintermediários 0,60 0,60 0,30* 0,60* 1,0* Areias 0,50 0,50 0,30* 0,50* 1,0* 53 * Valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis. Tabela Decourt- Quaresma (β) Escavadaemgeral Escavada(bentonita) HéliceContínua Raiz Injetadasobaltaspressões Argilas 0,8 0,9* 1,0* 1,5* 3,0* SolosIntermediários 0,65 0,75* 1,0* 1,5* 3,0* Areias 0,5 0,6* 1,0* 1,5* 3,0* 54 * Valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis. Exercício Utilizando o método de Decourt e Quaresma, calcular a carga admissível de uma estaca do tipo Franki, com diâmetro do fuste ø=40cm e volume da base V=180l, O comprimento da estaca e as características geotécnicas do solo são os dados a seguir: 55 56
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