Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

MAETERLIN CAMARÇO LIMA
Graduado em direito em 1982, pela Faculdade de 
Direiro de Anápolis-GO. (UNIEVANGELICA).
Pós Graduação em Processo Penal (UFG), ex-professor de Processo Penal da UNIEVANGÉLICA, participou de vários 
congressos como palestrante em matéria de Direito Penal e Processo Penal. 
Advogado militante na área criminal desde 1982, 
atuou em vários processos de repercução nacional, inclusive, 
oito deles foram tema do programa Linha Direta da Rede Globo.
PETIÇÕES PENAIS
DE DEFESA
3ª Edição 
Leme - SP 
2014
Defesa Preliminar - Crime de Concussão - Praticado Por 
Funcionário Público
EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE _____.
Protocolo ............. 
..........................., ........................... e ..........................., já qualificados, nos autos da ação 
penal, em epígrafe, que lhe movem a Justiça Pública, via de seus defensores in fine assinados, 
(m.j.), permissa máxima vênia, vêm perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
nos termos do art. 396-A, do Código de Processo Penal, tempestivamente, apresentar
DEFESA PRELIMINAR
face aos fatos e fundamentos a seguir perfilados:
Os Acusados, ora Defendentes, foram denunciado sob a suposta prática do ilícito penal 
inserto nas normas incriminadoras dos arts. 316 do Código Penal Brasileiro, citados 
regularmente, instados a se pronunciarem ao tempo do art. 396-A, manifestam-se conforme os 
fatos e fundamentos a seguir perfilados:
Embora o ordenamento ritualístico adotado pela Lei 11.719/2008, que alterou o 
procedimento processual do Código de Processo Penal estabelecendo no art. 396: “Na resposta, o 
acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer 
documentos e justificações...”. 
Na realidade, a modificação imposta pelo novo ordenamento jurídico, possui efeito prático 
insípido e placébico, uma vez que a investigação engendrada pelo MP substitutiva do Inquérito 
Policial, pela sua própria essência inquisitorial, parcial e unilateral, raríssimas vezes produzirá 
matéria ou elementos capazes de embasar eventual tese defensória, levando-se em conta que o 
indiciado não representa, ali, uma entidade apta a exercer qualquer atividade de defesa e 
produzir eventual prova que lhe favoreça na presente fase alborial defensiva, com força ou 
eficácia de provocar a absolvição sumária prevista no art. 397, do mesmo Codex. Tanto é verdade 
que o inquérito policial, continua tendo como primacial objetivo: a formação do opinio delicti.
Como bem pontuou, a defesa técnica dos acusados em sua “resposta escrita” tecida 
alhures, sob o pálio do art. 514, do CPP, tanto aquela como esta defesa preliminar são 
improducentes, estéreis e inoperantes, pois o presente processo já tem o juízo eivado pela 
parcialidade vez que em seu pronunciamento na decisão que aplicou a medida cautelar de 
afastamento das funções públicas, (com o caráter de adiantamento de pena), tornou-se patente e 
indisfarçável um velado prejulgamento favorável à pretensão do Ministério Público deduzida na 
exordial acusatória. 
Assim sendo, a presente fase processual é de efeito meramente formal e sem sentido de ser 
diante do estado de prevenção já demonstrado pelo órgão judicante, no alvorecer da instrução 
criminal 
Como já dito, e o tempo já vem demonstrando, a maioria esmagadora das alegações 
preliminares, continuará tendo o mesmo efeito placébico da inofensiva e improducente defesa 
prévia de antigamente, com caráter meramente formal e não substancial, ausente de conteúdo de 
mérito, com a única finalidade de enfrentar eventuais questões processuais aberratórias e 
arrolar testemunhas, pois, como no caso em apreço, o procedimento seguirá o seu caminho até a 
sentença final ficando o art. 397 e seus incisos como figura decorativa no CPP.
Neste prisma resta evidente que a absolvição sumária prevista, no artigo 397, do CPP, na 
prática, é utópica e inalcançável, configura letra morta no texto legal, metaforicamente: é como 
uma “estrela na testa da mula sem cabeça”.
Esta afirmação se baseia na experiência do dia-a-dia no foro, que de forma majoritaríssima, 
existe a presunção de culpa exagerada e a aversão hiperbólica dos órgãos judicantes, à pessoa do 
imputado, além da ênfase dada opinião pública e na maioria das vezes pela mídia, antecipando 
um julgamento e criando indiscutível clima de prévia condenação. 
Em conclusão e tão somente por imposição legal, a defesa pugna pelo reconhecimento da 
improcedência dos fatos narrados na denúncia, atribuídos ao Acusado.
Apresenta em anexo o respectivo rol de testemunhas ressaltando que todos os depoimentos 
ficam gravados pelo caráter de imprescindibilidade, como forma de tornar efetiva e plena a 
garantia da ampla defesa e do devido processo legal incrustadas no inciso LIV e LV da 
Constituição Federal, protestando pela produção de todas provas em direito permitidas por 
ocasião da audiência de instrução e julgamento, caso ocorra o referido ato processual.
Pede deferimento.
Local e Data
____________________
OAB-GO 
Exceção de Litispendência 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA QUARTA VARA DE ENTORPECENTES DE _____.
Protocolo nº .....................
....................................., brasileiro, solteiro, auxiliar administrativo, natural de ............., 
RG ............., CPF ............. residente na Rua ............., Bairro da ............., Anápolis-GO via de seus 
advogados in fine assinados, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara 
presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 95 e seguintes do Código de Processo Penal, 
argüir 
EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
face aos fatos, razões fundamentos a seguir perfilados:
DOS FATOS
1. O Opoente, responde a presente ação penal, em epígrafe, perante este juízo, como 
incurso nas penas do artigo 35, caput da Lei nº 11.343/2006, relativa a fato ocorrido entre os 
meses de janeiro e junho de 2012, referente ao Auto de Prisão em Flagrante que serviu de base 
para a denúncia destes autos, porém o mesmo fato já foi objeto de ADITAMENTO DE 
DENÚNCIA editado em 4/07/2012, empolgado pelo Ministério Público às fls.195 (doc.04) da 
Ação Penal nº 2012.01.1.082010-7, já em andamento por este foro, ocorrendo o fenômeno da 
LITISPENDÊNCIA, conforme cópia da documentação em apenso (doc.01/03).
2. No caso em apreço, há identidade das partes inclusive com a mesma quantidade de 
droga apreendida constituindo a presente Ação Penal notório bis in idem vez que já tramita 
contra o mesmo réu Ação Penal versando sobre o mesmo fato, devendo, por imperativo legal, a 
presente Ação Penal ser extinta sem julgamento do mérito.
3. A doutrina mais abalizada no assunto, no magistério de Guilherme de Souza Nucci, 
ensina que a litispendência “está caracterizada a partir do ajuizamento da segunda demanda, 
sendo prescindível a citação do réu, pois o Código de Processo Penal silenciou a esse respeito, 
sendo admissível supor que, havendo dois processos em trâmite contra o mesmo réu um deles 
deve ser extinto - com ou sem citação válida.” 1
 4. Segundo se constata da versão trazida à baila, o Excipiente está sendo alvo de duas 
ações penais, objetivando elucidar os mesmos fatos possuindo, ainda, a mesma causa de pedir, 
embora com análises, quanto a tipificação penal divergentes, por parte das Acusações Oficiais.
5. Pela simples leitura das denúncias e do aditamento, é de fácil constatação que o 
Excipiente está sendo duplamente processado pelos mesmos fatos e com idênticas causas de 
pedir, já que fora denunciado nos autos .............tramitando por este mesmo Juízo.EX POSITIS,
Requer, o Excipiente, nos termos da legislação processual pertinente, seja a presente 
exceção recebida, e após ouvido o ilustre representante do Ministério Público, julgada 
procedente, reconhecendo a ocorrência da LITISPENDENCIA, determinando a extinção do 
processo sem julgamento do mérito e via de conseqüência determinando seu arquivamento com 
relação ao Acusado ............., ora Opoente, pois desta forma Vossa Excelência estará 
restabelecendo o império da Lei, do Direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos
Pede deferimento.
Local e Data 
__________________ 
OAB-GO
Resposta Escrita - Crime Praticado Por Funcionário Público - 
Procedimento Especial
EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA TERCEIRA vara CRIMINAL DE ________.
Protocolo:
..............................., ................ ................ E ................, já qualificados, nos autos da ação 
penal, em epígrafe, que lhe movem a Justiça Pública, via de seus defensores in fine assinados, 
(m.j.), permissa máxima vênia, vêm perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
nos termos do art. 514, do Código de Processo Penal, tempestivamente, apresentar
RESPOSTA ESCRITA
face aos fatos e fundamentos a seguir perfilados:
O Ministério Público manejou denúncia em face da pessoa dos Denunciados, sob o 
pretexto da eventual existência de conduta subsumível na norma incriminadora do art. 316 do 
Código Penal.
Em razão de serem os Denunciados servidores públicos integrantes da Polícia Civil do 
Estado de Goiás, o procedimento é cadenciado pelo rito processual destinado à apuração dos 
crimes praticados por funcionários públicos na previsão do art. 513 e seguintes do CPP.
A presente fase etiquetada de “resposta escrita” é de toda inútil e sem razão de existir pela 
inocuidade de seus efeitos e consequências pro defesa dos imputados - tanto que é de eleição 
facultativa.
O acervo probatório erigido na investigação efetivada pela Corregedoria da Polícia Civil, só 
atende aos interesses da Acusação Oficial. Sendo que, todo elemento de prova capaz de subsidiar 
argumento favorável à defesa dos investigados não foi carreado para os autos.
A supracitada investigação, pela própria essência unilateral, jamais produziria matéria ou 
elemento capazes de embasar eventual tese defensória, levando-se em conta que os investigados 
não representam, ali, uma entidade apta a exercer qualquer atividade de defesa e construir casual 
prova que lhes favoreça na presente fase pré processual da presente ação penal, com força de 
evitar o recebimento da denúncia.
Então, a presente “resposta escrita” é placébica, insípida e sem conteúdo que em nada 
socorre o interesse da defesa dos Denunciados, constituindo mero formalismo inócuo que 
antecederá o despacho de recebimento da denúncia alhures anunciado pelo posicionamento 
judicial já delineado na fase inquisitiva com a imposição de medida cautelar alternativa de 
afastamento das funções de policiais civis.
Em respeito ao imperativo da Súmula 523 do Supremo Tribunal Federal 1, cominada com 
inciso LV da Constituição Federal2, protesta a Defesa dos Denunciados, seja recebida a presente 
“Resposta Escrita”, vez que própria e tempestiva, dando-lhe provimento para rejeitar a denúncia 
de fls., nos termos do art. 516 do CPP, uma vez provada a inexistência de crime, julgando 
improcedente a pretensão deduzida na exordial acusatória.
Pede Deferimento.
Local e data.
______________________ 
 OAB
Alegações Preliminares com Pedido de Exame de DNA - Estupro de 
Vulnerável 
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA ............. VARA CRIMINAL DE ....................
PROTOCOLO Nº .......................
Alegações Preliminares 
................., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a justiça 
pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem 
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 396-A, do 
Código de Processo Penal, com a nova redaçãoque lhe deu a Lei 11.719/2008, tempestivamente 
apresentar
ALEGAÇÕES INICIAIS DE DEFESA,
contestando, peremptoriamente, a veracidade dos fatos contidos na denúncia de fls........, 
protestando em apreciar o meritum causae, oportunamente na fase do artigo 403, do mesmo 
Códex, indicando, em apenso, o rol de testemunhas, que deverão depor em juízo, gravadas pelo 
caráter de imprescindibilidade.
Requer, ainda, que se proceda com urgência, exame de DNA entre o Acusado, a vítima e o 
nascituro, como forma de determinar se há vínculo genético de paternidade.
LOCAL, DATA
_______________
OAB
Alegações Iniciais ou Defesa Preliminar com Pedido de Suspensão 
do Processo
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE ...........
Protocolo ..........
Alegações Iniciais de Defesa
........................, já qualificada, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a 
justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima 
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 
396-A, do Código de Processo Penal, tempestivamente apresentar
DEFESA PRELIMINAR,
contestando, peremptoriamente, a veracidade dos fatos contidos na denúncia de fls. ...... 
protestando em apreciar o meritum causae, oportunamente na fase do artigo 403, do mesmo 
Códex, indicando, em apenso, o rol de testemunhas, que deverão depor em juízo, gravadas pelo 
caráter de imprescindibilidade, e aduzindo em preliminar, o seguinte:
1. O delito apontado na exordial acusatória está dentro do elenco daqueles que comportam 
o benefício previsto no art. 89, da Lei nº 9.099/95, sendo imperioso que o Ministério Público 
manifeste acerca da proposta de suspensão condicional do processo, vez que a Acusada 
preenche todos requisitos para usufruir da referida benesse legal.
Isto posto, requer seja dado vistas dos autos ao Ilustre Representante do Parquet, para 
manifestar sobre a possibilidade de oferecer proposta de suspensão do processo nos termos do 
dispositivo retro apontado.
Pede deferimento.
___________________
OAB
Alegações Iniciais – Justiça Militar
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA-AUDITORA DA AUDITORIA DA ....º CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA 
MILITAR.
Deserção nº .................
......................, já qualificado nos autos da Ação penal, em epígrafe, que lhe move a Justiça 
Militar desta CJM, via de seu Advogado, in fine assinado, premissa máxima vênia vem perante a 
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, sob o comando normativo 
do § 4º, do art. 457 do Código de Processo Penal Militar, apresentar em o rol de testemunhas em 
apenso, cujos depoimentos ficam gravados pelo caráter de imprescindibilidade, oferecer a 
inclusa prova documental, requerendo sua juntada aos autos.
Pede deferimento.
Local, data
_________________
OAB
Alegações Iniciais com Pedido de Absolvição Sumária – 
Falsificação de Documento Grosseira 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ...........
Ação Penal Nº ............
Defesa Preliminar
...................., já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, 
que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa 
máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do 
artigo 396, do Código de Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, 
tempestivamente apresentar
ALEGAÇÕES INICIAIS DE DEFESA,
face aos fatos e fundamentos a seguir expostos:
PRELIMINARMENTE
Embora a exordial tenha descrito fato, que in tese, amoldável ao tipo penal inserto noartigo 
297 do nosso Estatuto Repressivo Penal, verifica-se que a “rasura ou falsificação”, foi detectada 
pela Senhora Escrivã a vista desarmada em face da forma grosseira com que a alteração foi 
realizada, não restando assim, configurada lesão sequer à fé pública, pois a falsidade da 
documentação foi suspeitada e atestada sem maiores problemas, o que comprova a fragilidade do 
meio iludente empregado, neste caso, deve ser aplicado o princípio da insignificância ou 
bagatela, para excluir-se a tipicidade penal. 
É nesse diapasão que acena o Direito Penal moderno e nossa jurisprudência vem 
preconizando seu entendimento conforme o seguintes arestos:
“USO DE DOCUMENTO FALSO – FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA, PERCEPTÍVEL A OLHO NU 
– Fato atípico. Sentença absolutória mantida. (TJRS – ACR 70001827393 – 5ª C.Crim. – Rel. 
Des. Paulo Moacir de Aguiar Vieira – J. 16.05.2001)”
“FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO – DELITO NÃO CARACTERIZADO – 
ADVOGADO QUE RASURA DATA DA CERTIDÃO LAVRADA PELO ESCRIVÃO JUDICIAL 
CERTIFICANDO A SUA INTIMAÇÃO, DO TEOR DA SENTENÇA EXARADA EM AUTOS DE 
EMBARGOS À EXECUÇÃO, COMO FORMA DE TORNAR TEMPESTIVO O RECURSO DE 
APELAÇÃO – ALTERAÇÃO DE PRONTO PERCEBIDA PELO MAGISTRADO – AUSÊNCIA DE 
PREJUÍZO E DANO POTENCIAL – DECISÃO REFORMADA – “Se a deturpação é de natureza 
tal que pode ser facilmente percebida, o procedimento do falsário não atinge as culminâncias 
do ilícito penal. O falso punível é só aquele que ilude os sentidos, ou a inteligência, ou que 
tem qualidades de semelhança com o original, capazes de produzir tal resultado tomado por 
padrão o senso crítico do homem mediano. O falsário a quem falta habilidade para enganar o 
observador desprevenido é um malfeitor malogrado, dotado de “malvagi intenizone”, mas 
indiferente para o direito penal, que o não considera um violador da fé pública; ou, em 
verdade, não é um falsário evidenciando no desmazelo da falsificação a ausência do “animus” 
criminoso essencial aos crimes de falsidade” (RT 329204 e RF 206312). (TJSC – ACr 
98.006763-4 – SC – 2ª C.Crim. Rel. Des. José Roberge – J. 11.08.1998)”
“USO DE DOCUMENTO FALSO – FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA – DESCARACTERIZAÇÃO – 
APELAÇÃO PROVIDA PARA ABSOLVER O RÉU – Se a deturpação da cnh era de natureza tal 
que podia ser facilmente percebida, o seu uso não configura crime. (TJPR – ACr 0105180-5 – 
(13078) – 2ª C.Crim. – Rel. Des. Carlos Hoffmann – DJPR 21.05.2001)”
Todavia, excelência, sem adentrar ao campo de eventual reprovabilidade moral da conduta 
narrada na denúncia, indubitável é a não configuração de gravame a fé pública e a inexistência 
de prejuízo de qualquer magnitude para outrem, e, sendo assim, considerada irrelevante a lesão 
ao objeto da norma penal, não se reveste a conduta da qualificação necessária à incidência da 
repressão estatal. A ocorrência do princípio da insignificância jurídica retira a tipicidade da 
conduta.
Sendo assim, é plausível a conclusão de que, se o fato não acarretou uma ofensa de certa 
magnitude ao bem jurídico protegido, para que se possa concluir por um juízo positivo de 
tipicidade, é imperioso o reconhecimento da ocorrência de circunstância excludente da 
tipicidade penal, caracterizada pelo Princípio da Insignificância das condutas anti-sociais 
narrada na denúncia, com a conseqüente reforma do despacho de recebimento da peça exordial.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado, sejam as presentes alegações iniciais recebidas, por próprias e 
tempestivas, absolvendo-o sumariamente, determinando-se o arquivamento do feito pelo 
reconhecimento da atipicidade do fato, sob o pálio do Princípio da Insignificância, nos termos do 
artigo 397, III, do Código de Processo Penal, pois desta forma Vossa Excelência estará editando 
decisão amparada nos mais lídimos princípios do Direito e da Justiça.
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
OAB
Defesa na Corregedoria de Polícia Civil 
EXMA. SRA. DRA. DELEGADA CORREGEDORA DA SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA 
DE............. .
DD. DRA . .........................
Sindicância Policial nº ................
 ................................... e ............................................, policiais civis, já qualificados 
nos autos da Sindicância Policial em epígrafe, adiante assinados, aqui nominados de Primeiro e 
Segundo Sindicado respectivamente, vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, em 
atendimento ao r. despacho de fls. ......, apresentar defesa, face aos fatos, razões fundamentos 
adiante alinhados:
Os fatos narrados na portaria de fls..........., não ocorreram da forma ali descrita, haja vista 
que não houve qualquer ameaça a funcionários ou atendentes do hospital como descreveram as 
pessoas ouvidas por esta, Egrégia Corregedoria.
No dia ............................, os Sindicados realmente estiveram no Hospital 
Evangélico ............. para dar socorro a uma amiga da família que se encontravam em estado 
comatoso, conforme mencionado no resumo clínico inserto na Guia de Tratamento Ambulatorial 
de fls. ...., e a situação era desesperadora em face de gravidade em se apresentava a paciente 
tendo o Primeiro Sindicado, ............... suplicado aos atendentes que atendessem a paciente com 
urgência, sem contudo ser atendido de imediato em razão de formalidades, tendo naquele 
instante o referido sindicado afirmado que dispunha de numerário suficiente para pagar as 
despesas do atendimento, o que foi feito através de dinheiro e cheque.
Mesmo afirmando dispor de dinheiro para o pagamento, e diante do quadro grave que se 
encontrava ......................, os funcionários do referido nosocômio protelavam o atendimento 
provocando desespero do Primeiro Sindicado, que exasperou com os mesmos apenas com 
palavras sem em nenhum momento se servir da qualidade de policial ou fazer uso da arma que 
portava discretamente sob a camisa.
Conforme depoimentos dos policiais militares de fls. ....... percebe-se que nenhum deles 
afirma que o Primeiro Sindicado estivesse portando arma ostensivamente, e seu estado de ânimo 
era em decorrência da flagrante omissão de socorro por parte dos funcionários do hospital que se 
mostraram indiferentes com a possibilidade de ocorrer óbito da paciente em questão, além do 
que estavam sóbrios.
Se porventura tivesse havido por parte do Primeiro Sindicado eventual transbordamento 
em seu agir, teria sido em função da situação crítica em que encontrava face estar presenciando 
uma pessoa de seu relacionamento definhando em sua existência diante da insensibilidade e 
menosprezo por parte dos funcionários ali presente, porém em nenhum momento agrediu ou 
exibiu arma para quem quer que seja além do que pagou integralmente pelos serviços prestados. 
Registre-se que o próprio funcionário ......... as fls...... afirma que não fornecem recibo ou nota 
fiscal aos pacientes e que somente poderia faze-lo no dia seguinte.
Por outro lado, é oportuno salientar que no Hospital Evangélico de ..............., é comum a 
ocorrência de omissão de socorro como demonstram as cópias do TCO ....... e Boletim de 
Ocorrência nº ......., em a penso, sendo que no primeiro caso a negligência e descaso no 
atendimento por parte dos funcionários e médicos do hospital ocasionaram a morte do 
Sr..................................., logo, percebe-se que a versão apresentada pelos atendentes não possui a 
credibilidade suficiente para, por si só, nortear um juízo de valor em detrimento das pessoas do 
Sindicados.
Verifica-se, ainda que coincidentemente o médico apontado com autor da omissão de 
socorro constante do TCO nº ........, é o mesmo que atendeu a paciente .........................por 
ocasião dos fatos objeto da presente sindicância, vindo a demonstrar que a versão apresentada 
pelos Sindicados é mais consentânea com a verdade.
A estória manipulada pelos funcionários do hospital nada mais representa do que uma 
forma de justificar a desídia, incúria e negligência no atendimento da paciente conduzida pelo 
Primeiro Sindicado, cuja reação foi natural ante o iminente óbito que ocorreria caso não fosse 
atendida com extrema urgência. 
Como demonstram as provas coligidas, o Segundo Sindicado não praticou qualquer ato 
configurativo de eventual transgressão disciplinar devendo ser excluído do pólo passivo do 
presente procedimento administrativo, principalmente quando dos depoimentos dos 
funcionários do hospital em nenhum momento há menção de qualquer conduta imprópria 
atribuída a sua pessoa.
Finalmente, Excelência, há de se ressaltar que os Sindicados servem a nossa honrada e 
gloriosa Polícia Civil desde ....................., sempre atuando com denodo e honestidade, zelando 
para preservar e dignificar a instituição a que pertencem com muito orgulho e satisfação, nunca 
tendo infringido qualquer norma disciplinar como bem aponta as certidões de fls. ......... dos 
autos.
Pelo Exposto, requerem seja a presente defesa recebida, vez que própria e tempestiva e 
final, julgado improcedente a presente Sindicância Policial Disciplinar, absolvendo-os da 
aplicação de qualquer penalidade administrativa, pois assim Vossa Excelência estará decidindo 
conforme os mais elevados ditames do direito da justiça.
Requerem, ainda a juntada aos autos da inclusa documentação.
LOCAL E DATA
......................................... ......................................................
 1º Sindicado 2º Sindicado 
Defesa Preliminar – Tráfico de Drogas
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DE DIREITO DA ...... VARA CRIMINAL DE ............ 
Protocolo ...............
Defesa Preliminar:
Acusado:
......................................., já qualificado, nos autos da ação penal em epígrafe, via 
de seu advogado e defensor in fine assinado, (m.j.) permissa máxima vênia, vem perante 
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, no prazo decendial, nos 
termos do art. 55, da Lei 11.343/06 apresentar
DEFESA PRELIMINAR
face aos fatos e fundamentos a seguir perfilados:
Embora o novo ordenamento procedimental adotado pelo dispositivo ut retro, normatize: 
“Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares 
e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,...” isso na realidade, tem 
pouco efeito prático, uma vez que o Inquérito Policial, pela sua própria essência inquisitorial 
parcial e unilateral, raríssimas vezes produzirá matéria ou elementos capazes de embasar 
eventual tese defensória, levando-se em conta que o indiciado não representa, ali, uma entidade 
apta a exercer qualquer atividade de defesa e produzir eventual prova que lhe favoreça na 
presente fase processual. Tanto é verdade que o inquérito policial, continua tendo como único 
objetivo à formação do opinio delicti.
Como enfrentar o mérito, se todas as diligências, realizadas pela polícia visam criar um 
terreno propício à cultura da pretensão da acusação?. 
O que tempo já vem demonstrando é que a maioria esmagadora das denúncias será 
recebida, e, que somente serão rejeitadas aquelas flagrantemente despropositadas, cuja 
improcedência fique demonstrada estreme de dúvidas, no mais a presente “defesa preliminar” 
continuará, como a defesa prévia, de caráter meramente formal e não substancial ausente de 
conteúdo de mérito, cuja finalidade é a de enfrentar eventuais questões processuais e arrolar 
testemunhas.
No caso em apreço, porém, a defesa não poderá silenciar diante da flagrante improcedência 
do enunciado na exordial acusatória, uma vez que a ínfima quantidade da droga apreendida (..... 
gramas), ser insuficiente para provocar a dependência psíquica ou física, ou configurar o ilícito 
penal denunciado, tornando atípica a conduta atribuída ao Acusado, além de irrelevante na seara 
penal.
“TÓXICOS - Quantidade ínfima.O crime, além da conduta, reclama resultado, 
ou seja, repercussão do bem juridicamente tutelado, que, por sua vez, sofre 
dano, ou perigo. Sem esse evento, o comportamento é penalmente irrelevante. 
No caso dos entorpecentes, a conduta é criminalizada porque repercute na 
saúde (usuário), ou interesse público (tráfico). Em sendo ínfima a quantidade 
encontrada (maconha) é, por si só, insuficiente para afetar o objeto jurídico.”1
“PENAL - Entorpecente - Quantidade ínfima.O crime, além da conduta, reclama 
resultado - no sentido de provocar dano, ou perigo ao bem jurídico. O tráfico e 
o uso de entorpecentes são definidos como delito porque acarretam, pelo 
menos perigo, para a sociedade, ou ao usuário. A quantidade ínfima descrita na 
denúncia, não projeta o perigo reclamado.2
“TÓXICOS - Entorpecente - Quantidade ínfima. O crime, além da conduta, 
reclama resultado, ou seja, repercussão do bem juridicamente tutelado, que, 
por sua vez sofre dano, ou perigo. Sem esse evento, o comportamento é 
penalmente irrelevante. No caso dos entorpecentes, a conduta é criminalizada 
porque repercute na saúde (usuário), ou interesse público (tráfico). Em sendo 
ínfima a quantidade encontrada (maconha) é, por si só, insuficiente para afetar 
o objeto jurídico.”3
Desta forma, não há como receber a denúncia por tráfico de entorpecentes, quando a 
ínfima quantidade de droga apreendida, .... gramas, não tem repercussão penal, à mingua de 
lesão ao bem jurídico tutelado, enquadrando-se o tema no campo da insignificância, sendo, a 
conduta denunciada, penalmente irrelevante.
Em obediência ao dispositivo penal ut retro invocado, a defesa técnica do Indiciado, 
pugna pelo reconhecimento da improcedência dos fatos narrados na denúncia, decretando sua 
absolvição sumária nos termos do negando-lhe recebimento nos termos do inc. III do art. 397, 
do Código de Processo Penal, com nova redação que lhe deu a Lei nº 11.719/2008.
Apresenta, em anexo, o respectivo rol de testemunhas, cujos depoimentos ficam gravados 
pelo caráter de imprescindibilidade, protestando pela produção de todas provas em direito 
permitidas por ocasião da audiência de instrução e julgamento, caso haja a instauração da 
instância.
Pede deferimento.
 Local, data.
__________________
 OAB
Pedido de Habilitação Para Atuar Como Assistente de Acusação
EXM. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DE ......... 
Cartório da Terceira Vara Criminal
 
Protocolo .......
Réu: ..............
................. , (Nacionalidade), (Est.civil), (Profissão), filho de Previsto ...... e ........, 
natural de ........., nascido aos dd/mm/aa, RG ....... , CPF ........, residente na rua ......, n., Bairro, 
Cidade. Via de seu advogado e patrono adiante assinado (m.j.), nos autos da ação penal que a 
Justiça Pública move em desfavor de ......., vem perante a honrosa presença de Vossa Excelência, 
nos termos do art. 268 e seguintes c/c com art. 31, do Código de Processo Penal, REQUERER sua 
admissão como ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO, e que se dê vistas dos autos por três dias.
Pede deferimento.
Local e data
____________________
 OAB
Incidente de Insanidade Mental – Estupro - Pedofilia
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO PRIMEIRO JUIZADO ESPECIAL DE .....................
........................, brasileiro, casado, corretor de imóveis, residente 
nesta cidade, via de seu advogado in fine assinado permissa vêniavem perante a honrosa 
presença de Vossa Excelência, requer que seja instaurado
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL
do Acusado, com fundamento no art. 149 do Código de Processo Penal, pelas razões a 
seguir expostas:
1. Consoante consta dos autos, o Acusado, no presente feito foi denunciado como incurso 
nas penas do art. 217-A, do Código Penal Brasileiro, com a nova redação emprestada pela Lei 
12.015 de 07.08.2009, por ter supostamente mantido relação sexual com uma criança de ..... 
anos
2. Conforme, consta dos autos principais, às fls. ........, o Acusado, respondeu além do 
presente processo, a outros da mesma natureza, sempre envolvendo menores da mesma faixa 
etária, o que denota de forma inequívoca indícios de comprometimento de sua higidez mental.
3. De acordo com Laudo Pericial Psiquiátrico (doc. ....), e Atestado Médico (doc. ....), em 
apenso, o Acusado é portador de distúrbio da saúde mental (pedofilia CID 302.2/8).
2. O entendimento esposado pelos expoentes da Psicopatologia Forense,é que a pedofilia, 
constitui um tipo clínico de Personalidade Psicopática Sexual, que por via de conseqüência 
representa um distúrbio da saúde mental, caracaterizador de diminuição da responsabilidade 
penal. (vide “Psicopatologia Forense Aplicada”, pag. 81, Renato Posterli – Ed. Santa Inês).
Isto Posto, requer a instauração do incidente de insanidade mental do Acusado, 
determinando-se, após os tramites legais que os exames sejam realizados pela Junta Médica do 
Tribunal de Justiça de ............
LOCAL E DATA
_________________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração e Concessão de Prazo Para 
Apresentar Defesa Preliminar
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE .........
PROTOCOLO Nº .........
Código TJ... – ... - JUNTADA DE DOCUMENTOS
...................................... já qualificado, nos autos da ação penal, epígrafe, que lhe move a 
justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, (m.j.), permissa máxima 
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requerer a juntada do 
incluso instrumento procuratório, protestando pelo prosseguimento do feito, abrindo-se vistas 
dos autos para cumprimento do comando normativo insculpido art. 396 do CPP. 
Local, data
 ____________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE ..............
PROTOCOLO Nº ...................
Código TJ.. – ... - JUNTADA DE DOCUMENTOS
............................................. já qualificado, nos autos da ação penal, 
epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, 
permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
requerer a juntada do incluso intrumento procuratório.
LOCAL, DATA.
 
______________________
 OAB
Pedido de Juntada de Procuração e Prosseguimento do Processo
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ...................... .
Ação Penal .....................
................................................... , já qualificado, nos autos da 
ação penal, em epígrafe, via de seu advogado que no final assina (m.j.), vem perante a honrosa 
presença de Vossa Excelência, em atendimento do r. despacho de fls., requerer a juntada da 
inclusa procuração, e que se dê prosseguimento ao feito até seus ulteriores termos.
Local e data
________________________
 OAB
Pedido de Juntada de Procuração e Vistas dos Autos
EXM. SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE .................. 
....................... , já qualificado, nos autos da ação penal que 
lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu advogado e defensor in fine assinado, 
(m.j.), permissa máxima vênia, vem perante conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
requerer a JUNTADA, aos autos, da inclusa procuração e a concessão de vistas dos autos pelo 
prazo de .... (...) dias para análise e estudo..
Pede Deferimento.
LOCAL, DATA
____________________
OAB
Pedido de Juntada de Procuração em Caso de Réu Foragido
EXM. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...............
Ação Penal ..........
............................, brasileiros(as), (est.civil), (Profissão), 
residentes no ......................., respectivamente, via do advogado e defensor comum (m.j.), in fine 
assinado, permissa máxima vênia vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa 
Excelência, nos termos do art. 366 e seguintes do Código de Processo Penal requerer juntada aos 
autos do incluso instrumento procuratório.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local, data.
___________________
 OAB
Pedido de Juntada de Renúncia de Procuração
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE ..................
Protocolo ...................
......................, advogado militante neste foro, com endereço 
profissional abaixo impresso, regularmente inscrito na OAB...... sob o nº ......, vem perante a 
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 5º, § 3º, da Lei 8.906/94, 
c/c art. 45 do CPC e 688 do CC, requerer a juntada aos autos da inclusa notificação, para os 
devidos fins de direito, esclarecendo que estão revogados todos os poderes contidos no 
instrumento procuratório de fls. ....
LOCAL, DATA.
___________________
OAB
Pedido de Juntada de Renúncia de Procuração 
EXM. SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE ........
URGENTE – RÉU PRESO
Protocolo ....................
................................, advogado militante neste foro, com endereço 
profissional abaixo impresso, regularmente inscrito na OAB-.... sob o nº ....., vem perante a 
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, expor o seguinte;
1. Este ilustrado Juízo exarou as fls. o seguinte despacho: “Intime-se o defensor para, no 
lapso IMPRETERÍVEL, de ... horas, manifestar sobre as certidões carreadas as laudas ......, (...).”
2. Conforme cópia da notificação, em apenso, o Peticionário, renunciou ao mandato 
procuratório em ......., tendo o Acusado/cliente exarado seu ciente no dia ......., razão pela qual 
conforme art. 5º, § 3º, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/94), c/c art. 34, 
do Código de Ética e Disciplina da OAB, e ainda, art. 45, do Código de Processo Civil e 688, do 
Código Civil, competia ao réu constituir novo defensor no prazo legal.
Isto posto, levando-se em conta que a relação entre o advogado e o cliente deve ser 
equacionada entre ambos, na forma ditada pela legislação ut retro citada, e, uma vez vencido o 
lapso temporal de dez dias, após a cientificação da renúncia, o causídico não está mais a 
obrigado, contratual ou processualmente, a atuar no processo, pelo que com a devida vênia deixa 
de atender o disposto no supradito despacho.
Local, data
____________________
OAB
Pedido de Juntada de Substabelecimento
EXM... SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CRIMINAL DE .....
PROTOCOLO Nº .........
.........................................., já qualificada, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe 
move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima 
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, requerer a JUNTADA, 
do incluso substabelecimento, e que se dê vistas dos autos, para análise e estudo, pelo prazo 
de ... dias.
Pede deferimento.
 Local, data.
_______________
OAB
Notificação de Renúncia à Procuração
LOCAL, DATA.
Ilmo. Sr. 
...........................
NESTA
Prezado Senhor.
Pela presente, nos termos do art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.906/94, combinado com art.45, do Código de Processo Civil e 688, do Código Civil ,estamos NOTIFICANDO Vossa Senhoria, 
da rescisão do contrato de nº ......, em virtude de descumprimento de sua cláusula ...ª, por parte 
do Constituinte, devendo, assim, constituir novo defensor nos autos ..........., em andamento pela 
segunda vara criminal de ......., no prazo de lei.
Sem mais.
________________________
OAB
Renúncia à Procuração
EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ......................
Protocolo nº ................
Código TJ..... - .... - Renúncia à Procuração
............................, advogado militante nesta comarca, com 
escritório profissional no endereço abaixo impresso, regularmente inscrito na OAB-..... sob o 
nº ......, nos autos da ação penal, em epígrafe, que a Justiça Pública move contra ........................, 
vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, por questão de foro íntimo, 
RENUNCIAR ao patrocínio da defesa do Acusado na presente processo, protestando pela 
notificação para constituir novo defensor no prazo legal. 
LOCAL, DATA
____________________
OAB
Pedido de Proposta Para Suspensão Condicional do Processo
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA NONA VARA CRIMINAL DE ................... .
Protocolo .......................
................................................ , já qualificado, nos autos da ação penal, em 
epígrafe, que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, 
(m.j.), permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
expor e requerer o que segue:
1. O Acusado/requerente, responde a presente ação penal, na qual a denúncia 
imputa-lhe a suposta violação do delito capitulado na norma proibitiva do art. 299, do Código 
Penal Brasileiro, cuja pena in abstrato é de um a três anos de reclusão, portanto, dentro do rol 
daqueles que admitem a suspensão condicional do processo prevista no art. 89, da Lei 9.099/95.
2. Conforme consta dos autos, o Acusado, preenche todos os requisitos para a 
obtenção do benefício acima citado, porém, ao ofertar a denúncia o ilustre representante do 
Parquet silenciou acerca da proposta de suspensão condicional do processo.
Isto Posto, protesta pela oitiva da nobre representante do Ministério Público, sobre a 
possibilidade de apresentar proposta de suspensão do processo, nos termos do dispositivo legal 
ut retro citado, vez que o Acusado já foi devidamente citado nos autos da carta 
precatória ....................., em andamento pela 3ª Vara Criminal de ..............., cujo interrogatório foi 
designado para o dia ................ as .......... horas.
Requer ainda, em caso positivo, Vossa Excelência digne em oficiar ou expedir carta 
precatória estendendo a jurisdição para tal fim, à Ilustre Juíza daquele foro.
 
Pede deferimento.
__________________
OAB 
Alegações Finais Por Memorial - Tráfico de Influência e Associação 
Criminosa - Fraude em Processo Licitatório de Bilhetagem 
Automática - Lei nº 12.850 de 02/08/2013
EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL ________
Ação Penal 
Alegações Finais por Memorial
..........................................., já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via de seus 
defensores in fine assinados, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara 
presença de Vossa Excelência , tempestivamente, nos termos do artigo 403, § 3º, do CPP, 
apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
O Órgão Ministerial editou denúncia de fls. 02/25, em desfavor do Acusado, ora 
defendente, se propondo a provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria ou 
participação nos delitos previstos nos arts. 288, 332 e 29, do Código Penal, sugerindo 
hipoteticamente a prática da conduta delituosa de associar-se de forma livre e consciente com 
unidade de desígnios e repartição de tarefas, com outros denunciados, para o fim de cometer o 
crime de tráfico de influência, no âmbito do Distrito Federal, em especial, no Transportes 
Urbanos do _____, especificamente no sentido de fraudar o processo licitatório do sistema de 
Bilhetagem Automática daquela autarquia, nos seguintes termos in summa:
“(...) O réu _______, Vereador de ________, figurava como interlocutor dos 
representantes da empresa ___________ e valia-se da sua qualidade de Vereador para 
beneficiar a quadrilha.(Fls.08)
(...) Coube ao denunciado e Vereador ____________ recepcionar os empresários em 
______, ciceroneando-os pela capital e custeando suas estadas (vide doc. 6 - em 
anexo) onde o empresário __________ ficou hospedado em ______, e como coube a 
______ realizar a parte do trabalho de convencimento, e levá-los à apresentação 
realizada no Palácio do Buriti ao Secretário de Estado de Transportes no dia 
19.07.2012 (como demonstram os diálogos às fls. 32/33). (Fls.11)
(...) Dentre os meses de junho a agosto de 2011, _______, ex-assessor da Secretaria de 
Planejamento e Gestão, de forma livre e consciente, solicitou e recebeu vantagem 
para si e para outrem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, os denunciados ________, _______ e 
________ de forma livre e consciente, em unidade de desígnios e repartição de 
tarefas, concorreram para a perpetração do delito praticado por _________. (Fls.17)
(...) O acusado _________, Vereador em _________, concorreu para a consumação do 
delito de tráfico de influência perpetrado por ______, na medida em que prestou 
auxílio material e moral para a sua prática, ao exercer importante atuação na 
intermediação entre os dirigentes da empresa _________ e os servidores do ______. 
(Fls.21)
(...) Diante dos fatos acima narrados, estão os denunciados:
(...)
2. ____________, _________ e _________ INCURSOS NAS PENAS DO ARTIGO 288, 
CAPUT, E ARTIGO 332 CAPUT, C/C O ARTIGO 29, TODOS DO CÓDIGO PENAL; (...) 
(Fls.24). “
Durante a instrução criminal foram ouvidas as testemunhas José _________ e Carlos ______, 
arroladas na denúncia, as quais negaram conhecer o acusado ____, ora defendente, bem como 
informaram que nunca mantiveram qualquer tipo de contato direto ou indireto com sua pessoa, 
principalmente, em relação aos fatos descritos na exordial acusatória de fls 02/25.
Na ótica da pretensão deduzida na inicial, a Acusação Oficial, levanta a hipótese de que 
Carlos _____ com comunhão de vontades com outros acusados, pretendia fraudar o certame de 
concorrência pública para garantir que a empresa _________ fosse vencedora na prestação do 
Serviço de Bilhetagem Automática do Transportes Coletivos do Distrito Federal (art. 90 da Lei 
8.666/93) e para isso lançou mão do tráfico de influência (art. 332 do CPB) oferecendo vantagem 
pecuniária ao corréu Valdir dos Reis. 
In summa o acusado Carlos ____ usaria o tráfico de influência (art. 332 CPB) para alcançar 
o objetivo final: fraudar o processo licitatório (art. 90 da Lei 8.666/93). Ou seja o suposto crime 
tráfico de influência configuraria ato preparatório do crime-fim: fraude de licitação, que 
conforme ordenamento jurídico adotado no Brasil, pela Teoria Finalista da Ação o delito 
almejado ou desejado pelo autor do fato absorveria o delito meio.
Por outro lado, não há dentro dos autos nenhuma prova confirmatória da existência da 
suposta organização criminosa com o fim de fraudar o ato licitatório do Sistema de Bilhetagem 
Automática do transporte coletivo do Distrito Federal através da utilização de eventualtráfico de 
influência.
Por outro prisma, a prática do crime de fraude de licitação configura verdadeiro crime 
impossível vez que sequer foi publicado edital licitatório para o Serviço de Bilhetagem 
Automática dos transportes coletivos do _______. 
Do mesmo modo, não foi produzida nenhuma prova em juízo sob o manto do contraditório 
que pudesse confirmar o conteúdo das interceptações telefônicas carreadas para os autos.
Perscrutando detidamente o acervo de interceptações telefônicas é de fácil constatação de 
que o acusado ............................. jamais manteve relacionamento com algum dos acusados, com 
exceção de ____, bem como não existe nenhuma ligação ou contato com qualquer funcionário 
público no âmbito do ___, contrariando o que foi enfatizado pelo MP em seus memoriais de fls., 
que pudesse autorizar a ilação de possível prática do crime de tráfico de influência ou delito 
diverso. 
Por outro lado, conforme patenteou a testemunha José _____, às fls._____, ex secretário de 
transportes do _______, os serviços apresentados pelos coreanos em reunião realizada no dia 
19/06/2011, não se coadunavam com os objetivos e interesses do ____ para implantação do 
Sistema de Bilhetagem Automática, de modo que não havia a mínima possibilidade da empresa 
____ vencer o processo licitatório.
Ressalta ainda a referida testemunha, que reuniões com empresários interessados na 
prestação de serviços ao governo são normais e corriqueiras, antes, durante e depois de qualquer 
processo licitatório, não constituindo fato determinante para a aferição dos delitos objetos do 
presente feito.
O órgão de acusação oficial, em seus quilométricos e prolixos memoriais, de fls. _____, 
limitou-se em repetir os termos da denúncia com a transcrição das interceptações telefônicas que 
não foram reproduzidas ou confirmadas durante a instrução criminal, não servindo, assim, por si 
só, para alicerçar ou sustentar eventual decreto condenatório. O que se tem nos autos é um 
espetáculo pirotécnico engendrado pelo MP sob os holofotes midiáticos da estrela da hora 
“__________” protagonista de um dos maiores escândalos dentro da sociedade política brasileira, 
cuja proposta de instauração de CPI terminou em “pizza”.
O acusado, por seu turno, à míngua de qualquer prova jurisdicionalizada de sua 
participação em eventual prática delituosa usou seu direito constitucional de permanecer silente. 
O fato de ter o acusado ______, na qualidade de membro do Legislativo Municipal de 
_______, atendido a solicitação do co-réu ____, conhecido notoriamente como empresário 
relacionado à empresa _________, para providenciar o encontro do tradutor _________ com os 
diretores da empresa _____ não tem o condão de estender-lhe eventuais interesses daquela 
empresa no processo licitatório dos transportes coletivos do __________, tanto é que nem 
participou da referida reunião conforme registrado no depoimento das testemunhas José 
________ e _______, ouvidos às fls.______, como também não é visto na fotografia apensada as fls. 
271.
Com relação à prática do art. 288 do CP, com nova redação emprestada pela Lei 12.850 de 
02 de Agosto de 2013, a acusação não logrou êxito em carrear para os autos prova de que o 
acusado ________ tenha se associado de forma permanente e estável com identidade de desígnios 
com os demais réus com o fim de cometer crimes, ao contrário, pelo acervo probatório dos autos 
restou constatado que a sua atuação nos fatos narrados na denúncia foi de mero agendamento de 
uma reunião entre empresários e empresa _________.
Em resumo, não foi produzida nenhuma prova durante a instrução criminal que pudesse 
dar amparo à pretensão ministerial deduzida na exordial acusatória, principalmente, de qualquer 
participação do acusado ____________ em qualquer atividade ou conduta criminosa.
Finalizando, Excelência, em caso deste juízo inclinar por entendimento diverso, é 
inquestionável que nos supositícios fatos articulados na denúncia a atuação do acusado 
________, foi de menor relevância, assim sendo o mesmo, no caso de eventual decreto 
condenatório, faz jus ao benefício do § 1º do art. 29 do CP.
Conforme documentação inserta no bojo dos autos, o Acusado, ora, defendente, ocupa 
cargo de vereador na cidade de ________, onde presta relevantes serviços à sociedade, gozando 
de respeito e consideração de seus concidadãos, com família regularmente constituída, nunca 
tendo infringido qualquer norma penal, por mais insignificante que seja.
DO DIREITO
“Um culpado punido 
 é exemplo para os delinquentes
 Um inocente condenado preocupação 
para todos homens de bem.”
 (La Bruyere)
1. Da Atipicidade do Delito de Tráfico de Influência:
Conforme, extemporaneamente levantada questão da atipicidade do crime de tráfico de 
influência, pelos demais acusados ao tempo do art. 396-A do CPP, é patente a constatação se que 
a conduta atribuída aos réus, não se amolda ao tipo penal do art. 332 do Código Penal Brasileiro 
que edita:
Código Penal
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função:
Da simples leitura do dispositivo penal ut retro não surge outra conclusão que não seja 
aquela em o sujeito ativo do referido tipo penal é quem exige, cobra ou obtém a vantagem e não 
quem a paga. 
A peça vestibular, do presente feito, reprisada nos memoriais do MP de fls., afirma que 
hipoteticamente, o corréu Valdir dos Reis exigiu vantagem pecuniária para si ou pra outrem a 
pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário público do __, especificamente diante 
da Secretaria de Transportes, visando favorecer interesses da empresa ___________, na obtenção 
do serviço de sistema de bilhetagem automática do transporte coletivo do _____. 
Se o pagamento da suposta vantagem foi praticado pelo acusado Carlos _______ e os 
demais acusados, com exceção de _________, supostamente comungavam os mesmos interesses 
daquele, é imperiosa a ilação de que não podem figurar coautores do delito previsto no art. 332 
do Código Penal. Na ótica de Damásio E. de Jesus, tanto quem paga como aqueles que anuem ou 
colaboram com o pagamento são tidos como vítimas secundárias do delito em questão, pois agem 
na suposição de estarem realizando um ato de corrupção ativa.
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina no assunto, o art. 332, do 
Código Penal, se aperfeiçoa com prática de algum de seus núcleos verbais, que consistem em: 
solicitar (pedir, rogar, sem imposição), exigir (reclamar, impor, ordenar, não admitindo recusa), 
cobrar (fazer com que seja pago, insinua a existência de um ajuste prévio) e obter (conseguir, 
alcançar, ganhar ou atingir)1.
No mesmo diapasão é o ensinamento de autores consagrados da doutrina penal, como o 
catedrático mestre Paulo José da Costa Júnior quando leciona:
“O sujeito ativo do crime de exploração de prestígio2 (venditor fumi) poderá ser 
qualquer pessoa, como acontece na concussão. Quem promete ou dá a vantagem não 
é punido por falta de previsão legal. Indiferente que a iniciativa tenha partido ou não 
do sujeito agente, desde que tenha concordado com a vantagem. De mais a mais, 
deve-se considerar o comprador de fumaça é vítima de um engano, de um 
verdadeiro estelionato. É a norma visa impedir o descrédito da administração que 
não deriva de sua ação mas sim do sujeito agente.”3
Heleno Fragoso, arremata:
“A pessoa que dá ou promete a vantagem ao agente é lesada e será sujeito passivo 
secundário, embora não aja de boa fé. (não tendo faltado quem pretendesse puni-la 
também). O lesadoestaria eventualmente praticando um crime putativo, que seria o 
de participação em corrupção ativa.”4 
A doutrina penal mais abalizada, de forma uníssona e harmoniosa, esposa o entendimento 
acima amealhado, conforme pontuam: Cézar Roberto Bittencourt (“Comentários ao Código 
Penal”, Saraiva, 2005, fls.1113); Alberto Silva Franco e Rui Stoco (“Código Penal e sua 
interpretação - Doutrina e Jurisprudência”, RT, 8ª Ed., 2007, fls.1553), Magalhães Noronha 
(“Direito Penal”, Saraiva, 20ª Ed., 1995, V.4, fls.314); dentre outros renomados jurisconsultos.
De igual modo, os nossos Pretórios Superiores têm sufragado o entendimento de que aquele 
que paga pela vantagem ao “corretor de ilusões”, no crime de tráfico de influência, é sujeito 
passivo secundário e, portanto, inexiste previsão legal para sua punibilidade pois, embora aja 
com má fé, atente contra a dignidade da administração pública e milite em desacordo com a ética 
profissional, sua conduta é atípica, penalmente irrelevante e fora da órbita de repressão penal. 
Conforme os seguintes arestos:
“PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. ARTIGO 332 DO CP. 
SUJEITO PASSIVO SECUNDÁRIO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.
I - O crime do artigo 332 do CP, tem como sujeito passivo principal o Estado, 
envolvendo o prestígio e credibilidade da Administração Pública e como sujeito 
passivo secundário o indivíduo que pretende “comprar” o prestígio que o sujeito 
ativo diz ter. Para esse sujeito passivo secundário a hipótese é de crime putativo 
quanto à participação na corrupção ativa.
II - Inobstante a imoralidade da postura de quem procura solucionar seus problemas 
dessa maneira, esse espúrio modo de agir não está no âmbito da tipicidade dos 
crimes praticados por particulares contra a Administração Pública. Mantida a 
absolvição pelo artigo 332 do CP. (Grifei).
III - Imputação pelo crime de quadrilha que fica prejudicada, considerando que a 
denúncia amparou-a apenas no contexto de tráfico de influência sem delimitação de 
nenhuma outra sequência de episódios que pudesse compor a elementar numérica 
do artigo 288 do CP.IV - Recurso ministerial não provido.”5
“TRÁFICO DE INFLUÊNCIA - Agente que procura empresa contratada pela 
prefeitura intencionado em receber vantagem para facilitar a liberação da verba - 
Artigo 332 do Código Penal - Presença dos elementos típicos - Configuração do delito 
- Bom nome da administração - Sujeito passivo principal do delito - Empresa/Vítima - 
Sujeito passivo secundário. (Grifei).
Provado que o agente, na qualidade de ex-vereador, procurou a empresa que havia 
sido contratada pela prefeitura para prestação de serviços, intencionado em receber 
vantagem, pretendendo intermediar as negociações e “facilitar” a liberação de verba 
que a mesma teria a receber daquela entidade pública, a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público, fica configurado o crime de tráfico de influência 
tipificado no artigo 332 do Código Penal. Outrossim, não há que se falar em 
descaracterização do ilícito pelo fato de o réu não ter conseguido iludir a empresa, 
em razão de a mesma ter obtido seu crédito sem a intervenção do acusado, uma vez 
que a empresa/vítima é mero sujeito passivo secundário daquele delito, sendo o 
Estado ou a Administração Pública os verdadeiros titulares do interesse penalmente 
tutelado. Assim, ainda que a empresa não tenha contado com a efetiva colaboração 
do réu para o recebimento de seus créditos, inexistindo, portanto, qualquer dano 
aparente à sua pessoa, o Estado foi lesado, pois inconcebível que o particular, 
utilizando-se de prestígio decorrente de amizade, parentesco ou camaradagem 
política, venha a expor a honra e o bom nome da Administração Pública à situação 
de objeto de mercancia, transformando aquele que o representa em indivíduo passivo 
de corrupção.”6
“PENAL - Habeas Corpus - Tráfico de influência - art - 332, CP - Vítima - Sujeito 
passivo secundário - Trancamento ação penal - Inépcia denúncia - Atipicidade da 
conduta - Extinção da punibilidade - Prescrição da pena in abstrato - Crimes 172 e 
299, CP.
I - O ‘comprador de prestígio’, inobstante a imoralidade de sua conduta, é sujeito 
passivo secundário e não co-autor do crime de tráfico de influência.
II - Ocorrência de prescrição da pena in abstrato, quanto aos crimes previstos nos 
artigo 172 e 299, CPB.III - Ordem concedida e extinção da punibilidade decretada.”7
Na mesma trilha de entendimento decidiu o Tribunal Regional Federal – TRF 1ªR. na 
Apelação Criminal Nº 2003.34.00.031124-9/DF., Tribunal de Justiça do Sergipe - TJSEAp. nº 
37/2002 - Câmara Criminal - j. 22.06.2004 - rel. Des. Gilson Góis Soares.8 
Desse modo Excelência, pelos fundamento ut retro alinhavados, torna-se imperiosa 
decretação da absolvição do Acusado ______, pela prática do crime de tráfico de influência (art. 
332 do CPB), por atipicidade do fato.
2. Da Atipicidade do Delito de Associação Criminosa:
O Ministério Público sustenta em seu memorial de fls. _____ a ocorrência do crime de 
formação de quadrilha presente no art. 288 do CP, aduzindo, em resumo, que o acusado Carlos 
____, supostamente, liderou uma associação criminosa com estabilidade e permanência, de mais 
de três pessoas, com a finalidade de cometer crimes contra a Administração Pública do _______, 
no âmbito da Secretaria de Transportes. Porém, a prova produzida durante o persecutio criminis 
in judicio não autoriza o acatamento da pretensão condenatória deduzida pelo parquet.
Sustenta o MP a presença de um delito praticado previsto no artigo 332 e art.288 do CPB 
com a nova definição dada pela Lei 12.850/2013 não integra o requisito típico “para o fim 
específico de cometer crimes”. Restando, assim, a existência no plano processual de uma única 
infração penal (art. 332 do CPB).
Conceitualmente, a nova Lei 12.850/2013, define o crime de associação criminosa 
“associarem-se mais de três pessoas, para o fim de cometer crimes”. 
A nova definição legal guarda as mesmas característica do antigo crime de Bando ou 
quadrilha que conforme preceitua Nelson Hungria, “à quadrilha ou bando pode ser dada a 
seguinte definição: reunião estável ou permanente (que não significa perpétua), para o fim de 
perpetração de uma indeterminada série de crimes. A nota da estabilidade ou permanência da 
aliança é essencial”9.
Para que se configure o delito asocial criminosa é necessária a conjugação do caráter de 
estabilidade e permanência da organização com a predisposição à prática de um número 
indeterminado de crimes. A reunião de três ou mais pessoas para a prática de um único crime, 
ou mesmo dois, em caráter eventual, não importa no reconhecimento desse crime.
Nesse sentido diz a jurisprudência:
“TJSP: Quadrilha ou bando. Descaracterização. Associação que teve caráter 
transitório. Ausência de permanência e estabilidade da associação criminosa, não 
passando de um isolado concurso de agentes. (...) O certo é que o bando ou 
quadrilha, como delito autônomo, só se corporifica quando os membros do grupo 
formam uma associação organizada e estável, com programas preparados para a 
prática de crimes, com a adesão de todos, de modo reiterado” (RT 721/423)
“TJSC: Para a tipificação do delito de quadrilha ou bando, não basta a reunião, de 
mais de três pessoas para a execução de um ou mais crimes. Mister que, além desta 
reunião, ocorra um vínculo associativo permanente para fins criminosos, uma 
predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos 
e uma contínua violação entre os associados para a concretização de um programa 
delinquencial”(JCAT 76/654)
“TJMG: Se a associação se deu para a prática de um crime ocasional e não para a 
formação de um grupo permanente, não se concretiza formação de quadrilha” (RT 
684/350)
“TJSC: Quadrilha ou bando. Descaracterização. Associação que visava à realização de 
um determinado crime. Absolvição com fulcro no art. 386, III, do CPP (...) Não há 
falar em crime de quadrilha quando o acordo é realizado para a prática de um só 
delito. (...) A associação para cometimento de determinado delito, antes individuado 
- ainda que se trate de crime de sequestro - caracteriza apenas mera conduta de co-
delinquência, impunível autonomamente” (RT 725/651).
“TJSC: Crime de quadrilha. Associação destinada ao cometimento de apenas de 
apenas um crime. Inconfiguração do delito. Absolvição decretada. Sentença 
reformada. Não há falar em crime de quadrilha quando o acordo é realizado para a 
prática de um só delito” (JCAT 75/577).
Não há dentro do cartapácio judicial, prova da existência de um vínculo associativo de 
caráter estável e permanente com a finalidade de praticar um número indeterminado de crimes. 
Tanto o é que o Órgão Ministerial empolgou a instauração da presente ação penal imputando aos 
réus a violação de um único dispositivo legal integralizado na descrição típica do art. 332, do 
Código Penal.
Dessa forma, não estão presentes os elementos da definição legal para a configuração do 
crime de formação de “associação criminosa” (antigo bando e quadrilha”, primeiro: não há 
pluralidade de crimes; segundo: não existe prova da união mediante vínculo estável e duradouro 
com o fim de praticar infrações penais. Assim, não há que se falar da existência do delito 
previsto no art.288 do CP, ficando a conduta atribuída aos réus fora de sua tipicidade penal, 
impondo-se suas absolvições, nos termos do art.386 do CPP, como melhor forma de restabelecer 
o império do Direito, da Lei e da Justiça.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais 
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda 
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a 
pena, como consequência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato 
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita 
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí, 
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável, 
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou 
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno, 
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige prova absoluta e incontestável de uma 
conduta violadora da norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir 
contra a ordem social ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a 
aplicação da pena correspondente.
Conforme a melhor doutrina, para as configurações dos crimes contidos na denúncia, 
exige-se uma ação positivada para a realização dos núcleos verbais contidos em suas respectivas 
descrições típicas. Sendo assim, a acusação oficial não se desincumbiu do ônus processual de 
provar a realização, por parte do acusado, _______ da Silva, ora defendente, da conduta descrita 
no tipo penal do art. 332 e 288, ambos do Código Penal.
Desta forma, as condutas descritas na denúncia tipicamente definidas sob os rótulos de 
tráfico de influência e formação de quadrilha, não restaram provadas em nenhum elemento 
colacionado durante a persecutio criminis in juditio que pudesse ancorar ou servir de 
fundamento para eventual sentença condenatória impondo-se, deste modo, a absolvição do 
acusado nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal.
A Constituição Federal assegura o princípio da presunção de inocência, figurando, agora, 
verdadeiro direito público subjetivo constitucional do acusado. O ônus da prova da ocorrência 
do crime cabe ao órgão da acusação. Não logrando obter êxito, a absolvição torna-se imperativo 
de ordem pública. 
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia, 
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, situação inaceitável no processo penal, 
onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do réu. 
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão 
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da 
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à 
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o 
verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, 
absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, 
e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a 
tranqüilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse 
punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas 
de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, 
da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande 
perturbadora daquela mesma tranquilidade para cujo restabelecimento foi 
constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por 
sua vez, esmagar o direito indébil”10 
Consoante magistério iluminado do jurista Ricardo Jacobsen Gloeckner:
“A natureza da presunção de inocência é de verdadeiro direito fundamental do 
acusado, que significa a não possibilidade de condenação do mesmo se não houver 
prova robusta de sua culpabilidade”. 11 (...) “Em nenhum momento processual poderá 
imputar-se ao acusado, cargas processuais, diante do princípio da presunção de 
inocência. Em caso contrário, uma tese, por exemplo, acerca da negativa de autoria 
de um delito, conduziria à necessidade da prova por parte do réu desta 
circunstância, como se verifica na jurisprudência majoritária do Brasil. Se tal tese 
defensiva não se comprova, a carga processual continua nas mãos do autor”. 12
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana, 
representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro 
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. 
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão 
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre 
desativada de dúvidas”.
Na mesma trilha é o brilhante ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a 
condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossa 
mente em torno da existência de certa realidade13. Mesmo a íntima convicção do juiz, como 
sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza, 
mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a 
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, não existe qualquer prova jurisdicionalizadano sentido de que o 
Acusado, ora defendente, tenha praticado os ilícitos penais contidos na exordial acusatória que 
possa dar suporte ou servir de alicerce para eventual decreto condenatório, impondo-se sua 
absolvição nos termos do art. 386, do CPP, com a nova redação que lhe deu a Lei nº 11.690/08.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado ......................................, sejam as presentes alegações finais por 
memoriais recebidas, vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, 
julgado improcedente a denúncia, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, 
decretando a absolvição do Acusado/defendente, pois desta forma Vossa Excelência estará, como 
de costume, editando decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da 
JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local e Data
__________________
OAB
Alegações Finais por Memorial - Organização Criminosa Lei nº 
12.850 de 02 de Agosto de 2013 - Tráfico de Influência
EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DE ________
Ação Penal 
Alegações Finais por Memorial
................................................, já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via de 
seus defensores in fine assinados, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara 
presença de Vossa Excelência , tempestivamente, nos termos do artigo 403, § 3º, do CPP, 
apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
O Órgão Ministerial editou denúncia de fls. 02/25, em desfavor do Acusado, ora 
defendente, se propondo a provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria ou 
participação nos delitos previstos nos art. 2º da Lei nº 12.850 de 02/08/2013, combinado com art. 
332 e 29, do Código Penal, sugerindo hipoteticamente a prática da conduta delituosa de associar-
se 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenadas e caracterizada pela divisão de tarefas, com o 
objetivo de obter vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais, para o 
fim de cometer o crime de tráfico de influência, no âmbito do ....., em especial, no ...., 
especificamente no sentido de fraudar o processo licitatório do sistema de Bilhetagem 
Automática daquela autarquia, nos seguintes termos in summa:
“(...) O réu ........, empresário, figurava como interlocutor dos representantes da 
empresa coreana.........e valia-se da sua qualidade..........r para beneficiar a associação 
criminosa.(Fls.08)
(...) Coube ao denunciado e empresário.......................... recepcionar os empresários 
sul-coreanos em Brasília, ciceroneando-os pela capital e custeando suas estadas (vide 
doc. 6 - em anexo) onde o empresário sul-coreano ......................... ficou hospedado 
em Brasília, e como coube a ................... realizar a parte do trabalho de 
convencimento, e levá-los à apresentação realizada no Palácio do .................i ao 
Secretário de Estado ................. no dia ............. (como demonstram os diálogos às fls. 
32/33). (Fls.11)
(...) Dentre os meses de junho a agosto de 2011, ...................., ex-assessor da 
Secretaria de ................, de forma livre e consciente, solicitou e recebeu vantagem 
para si e para outrem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público 
no exercício da função.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, os denunciados, de forma livre e 
consciente, em unidade de desígnios e repartição de tarefas, concorreram para a 
perpetração do delito praticado por ................................... (Fls.17)
(...) O acusado .................................., empresário em .......................s, concorreu para a 
consumação do delito de tráfico de influência perpetrado por ........................, na 
medida em que prestou auxílio material e moral para a sua prática, ao exercer 
importante atuação na intermediação entre os dirigentes da empresa 
coreana ............................... e os servidores do...................... (Fls.21)
(...) Diante dos fatos acima narrados, estão os denunciados:
(...)
2. ......................................, ........................................, ..................................., .................
.................. ,..............................., ......................................., .................................... 
e .............................................. INCURSOS NAS PENAS DO ARTIGO 2º, da Lei 
12.850/2013, , E ARTIGO 332 CAPUT, C/C O ARTIGO 29, TODOS DO CÓDIGO 
PENAL; (...) (Fls.24). “
Durante a instrução criminal foram ouvidas as testemunhas 
..........................e .................................., arroladas na denúncia, as quais negaram conhecer o 
acusado ..........................., ora defendente, bem como informaram que nunca mantiveram 
qualquer tipo de contato direto ou indireto com sua pessoa, principalmente, em relação aos fatos 
descritos na exordial acusatória de fls 02/25.
Na ótica da pretensão deduzida na inicial, a Acusação Oficial, levanta a hipótese de 
que ........................................ com comunhão de vontades com outros acusados, pretendia 
fraudar o certame de concorrência pública para garantir que a empresa ................................. fosse 
vencedora na prestação do Serviço de Bilhetagem Automática do Transportes Coletivos 
de ........................... (art. 90 da Lei 8.666/93) e para isso lançou mão do tráfico de influência (art. 
332 do CPB) oferecendo vantagem pecuniária ao corréu ............................... 
In summa o acusado ...................................usaria o tráfico de influência (art. 332 CPB) para 
alcançar o objetivo final: fraudar o processo licitatório (art. 90 da Lei 8.666/93). Ou seja o suposto 
crime tráfico de influência configuraria ato preparatório do crime-fim: fraude de licitação, que 
conforme ordenamento jurídico adotado no Brasil, pela Teoria Finalista da Ação o delito 
almejado ou desejado pelo autor do fato absorveria o delito meio.
Por outro lado, não há dentro dos autos nenhuma prova confirmatória da existência da 
suposta organização criminosa com o fim de fraudar o ato licitatório do Sistema de Bilhetagem 
Automática do transporte coletivo de.......................... através da utilização de eventual tráfico de 
influência.
Por outro prisma, a prática do crime de fraude de licitação configura verdadeiro crime 
impossível vez que sequer foi publicado edital licitatório para o Serviço de Bilhetagem 
Automática dos transportes coletivos de............................... 
Do mesmo modo, não foi produzida nenhuma prova em juízo sob o manto do contraditório 
que pudesse confirmar o conteúdo das interceptações telefônicas carreadas para os autos.
Perscrutando detidamente o acervo de interceptações telefônicas é de fácil constatação de 
que o acusado ............................. jamais manteve relacionamento com algum dos acusados, com 
exceção de ......................., bem como não existe nenhuma ligação ou contato com qualquer 
funcionário público no âmbito de........................, contrariando o que foi enfatizado pelo MP em 
seus memoriais de fls., que pudesse autorizar a ilação de possível prática do crime de tráfico de 
influência ou delito diverso. 
O órgão de acusação oficial, em seus quilométricos e prolixos memoriais, de fls. 2831/2948, 
limitou-se em repetir os termos da denúncia com a transcrição das interceptações telefônicas que 
não foram reproduzidas ou confirmadas durante a instrução criminal, não servindo, assim, por sisó, para alicerçar ou sustentar eventual decreto condenatório. O que se tem nos autos é um 
espetáculo pirotécnico engendrado pelo MP sob os holofotes midiáticos da estrela da hora 
“.............................” protagonista de um dos maiores escândalos dentro da sociedade política 
brasileira, cuja proposta de instauração de CPI terminou em “pizza”.
O acusado, por seu turno, à míngua de qualquer prova jurisdicionalizada de sua 
participação em eventual prática delituosa usou seu direito constitucional de permanecer silente. 
O fato de ter o acusado .............., na qualidade de empresário, atendido a solicitação do co-
réu ............................, conhecido notoriamente como empresário relacionado à 
empresa ......................................., para providenciar o encontro do tradutor 
coreano ................................. com os diretores da empresa .............................. não tem o condão 
de estender-lhe eventuais interesses daquela empresa no processo licitatório dos transportes 
coletivos de.........................., tanto é que nem participou da referida reunião conforme registrado 
no depoimento das testemunhas ................................ e ....................................., ouvidos às 
fls.1276/1280, como também não é visto na fotografia apensada as fls. 271.
Com relação à prática do art. 2º da Lei 12.850 de 02/08/2013, a acusação não logrou êxito 
em carrear para os autos prova de que o acusado .......................... tenha se formado com os 
demais acusados associação criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de 
tarefas, com o objetivo de obter vantagem mediante a prática de infrações penais, cujas penas 
sejam superiores a 4 anos, ao contrário, pelo acervo probatório dos autos restou constatado que a 
sua atuação nos fatos narrados na denúncia foi de mero agendamento de uma reunião entre 
empresários e empresa coreana.................., sem nenhuma intenção de angariar alguma vantagem 
econômica ou financeira.
Em resumo, não foi produzida nenhuma prova durante a instrução criminal que pudesse 
dar amparo à pretensão ministerial deduzida na exordial acusatória, principalmente, de qualquer 
participação do acusado....................... em qualquer atividade ou conduta criminosa.
Finalizando, Excelência, em caso deste juízo inclinar por entendimento diverso, é 
inquestionável que nos supositícios fatos articulados na denúncia a atuação do 
acusado ................................, foi de menor relevância, assim sendo o mesmo, no caso de eventual 
decreto condenatório, faz jus ao benefício do § 1º do art. 29 do CP.
Conforme documentação inserta no bojo dos autos, o Acusado, ora, defendente, é 
empresário na cidade de ...................., onde presta relevantes serviços à sociedade, gozando de 
respeito e consideração de seus concidadãos, com família regularmente constituída, nunca tendo 
infringido qualquer norma penal, por mais insignificante que seja.
DO DIREITO
“Um culpado punido 
 é exemplo para os delinquentes
 Um inocente condenado preocupação 
para todos homens de bem.”
 (La Bruyere)
1. Da Atipicidade do Delito de Tráfico de Influência:
Conforme, extemporaneamente levantada questão da atipicidade do crime de tráfico de 
influência, pelos demais acusados ao tempo do art. 396-A do CPP, é patente a constatação se que 
a conduta atribuída aos réus, não se amolda ao tipo penal do art. 332 do Código Penal Brasileiro 
que edita:
Código Penal
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou 
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público no exercício da função:
Da simples leitura do dispositivo penal ut retro não surge outra conclusão que não seja 
aquela em o sujeito ativo do referido tipo penal é quem exige, cobra ou obtém a vantagem e não 
quem a paga. 
A peça vestibular, do presente feito, reprisada nos memoriais do MP de fls., afirma que 
hipoteticamente, o corréu Valdir dos Reis exigiu vantagem pecuniária para si ou pra outrem a 
pretexto de influir em ato a ser praticado por funcionário público do ........., especificamente 
diante da Secretaria de ........., visando favorecer interesses da empresa .............................., na 
obtenção do serviço de sistema de bilhetagem automática do transporte coletivo de............. 
Se o pagamento da suposta vantagem foi praticado pelo acusado .............................. e os 
demais acusados, com exceção de ......................, supostamente comungavam os mesmos 
interesses daquele, é imperiosa a ilação de que não podem figurar coautores do delito previsto no 
art. 332 do Código Penal. Na ótica de Damásio E. de Jesus, tanto quem paga como aqueles que 
anuem ou colaboram com o pagamento são tidos como vítimas secundárias do delito em questão, 
pois agem na suposição de estarem realizando um ato de corrupção ativa.
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina no assunto, o art. 332, do 
Código Penal, se aperfeiçoa com prática de algum de seus núcleos verbais, que consistem em: 
solicitar (pedir, rogar, sem imposição), exigir (reclamar, impor, ordenar, não admitindo recusa), 
cobrar (fazer com que seja pago, insinua a existência de um ajuste prévio) e obter (conseguir, 
alcançar, ganhar ou atingir)1.
No mesmo diapasão é o ensinamento de autores consagrados da doutrina penal, como o 
catedrático mestre Paulo José da Costa Júnior quando leciona:
“O sujeito ativo do crime de exploração de prestígio2 (venditor fumi) poderá ser 
qualquer pessoa, como acontece na concussão. Quem promete ou dá a vantagem não 
é punido por falta de previsão legal. Indiferente que a iniciativa tenha partido ou não 
do sujeito agente, desde que tenha concordado com a vantagem. De mais a mais, 
deve-se considerar o comprador de fumaça é vítima de um engano, de um 
verdadeiro estelionato. É a norma visa impedir o descrédito da administração que 
não deriva de sua ação mas sim do sujeito agente.”3
Heleno Fragoso, arremata:
“A pessoa que dá ou promete a vantagem ao agente é lesada e será sujeito passivo 
secundário, embora não aja de boa fé. (não tendo faltado quem pretendesse puni-la 
também). O lesado estaria eventualmente praticando um crime putativo, que seria o 
de participação em corrupção ativa.”4 
A doutrina penal mais abalizada, de forma uníssona e harmoniosa, esposa o entendimento 
acima amealhado, conforme pontuam: Cézar Roberto Bittencourt (“Comentários ao Código 
Penal”, Saraiva, 2005, fls.1113); Alberto Silva Franco e Rui Stoco (“Código Penal e sua 
interpretação - Doutrina e Jurisprudência”, RT, 8ª Ed., 2007, fls.1553), Magalhães Noronha 
(“Direito Penal”, Saraiva, 20ª Ed., 1995, V.4, fls.314); dentre outros renomados jurisconsultos.
De igual modo, os nossos Pretórios Superiores têm sufragado o entendimento de que aquele 
que paga pela vantagem ao “corretor de ilusões”, no crime de tráfico de influência, é sujeito 
passivo secundário e, portanto, inexiste previsão legal para sua punibilidade pois, embora aja 
com má fé, atente contra a dignidade da administração pública e milite em desacordo com a ética 
profissional, sua conduta é atípica, penalmente irrelevante e fora da órbita de repressão penal. 
Conforme os seguintes arestos:
“PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. ARTIGO 332 DO CP. 
SUJEITO PASSIVO SECUNDÁRIO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA.
I - O crime do artigo 332 do CP, tem como sujeito passivo principal o Estado, 
envolvendo o prestígio e credibilidade da Administração Pública e como sujeito 
passivo secundário o indivíduo que pretende “comprar” o prestígio que o sujeito 
ativo diz ter. Para esse sujeito passivosecundário a hipótese é de crime putativo 
quanto à participação na corrupção ativa.
II - Inobstante a imoralidade da postura de quem procura solucionar seus problemas 
dessa maneira, esse espúrio modo de agir não está no âmbito da tipicidade dos 
crimes praticados por particulares contra a Administração Pública. Mantida a 
absolvição pelo artigo 332 do CP. (Grifei).
III - Imputação pelo crime de quadrilha que fica prejudicada, considerando que a 
denúncia amparou-a apenas no contexto de tráfico de influência sem delimitação de 
nenhuma outra sequência de episódios que pudesse compor a elementar numérica 
do artigo 288 do CP.IV - Recurso ministerial não provido.”5
“TRÁFICO DE INFLUÊNCIA - Agente que procura empresa contratada pela 
prefeitura intencionado em receber vantagem para facilitar a liberação da verba - 
Artigo 332 do Código Penal - Presença dos elementos típicos - Configuração do delito 
- Bom nome da administração - Sujeito passivo principal do delito - Empresa/Vítima - 
Sujeito passivo secundário. (Grifei).
Provado que o agente, na qualidade de ex-vereador, procurou a empresa que havia 
sido contratada pela prefeitura para prestação de serviços, intencionado em receber 
vantagem, pretendendo intermediar as negociações e “facilitar” a liberação de verba 
que a mesma teria a receber daquela entidade pública, a pretexto de influir em ato 
praticado por funcionário público, fica configurado o crime de tráfico de influência 
tipificado no artigo 332 do Código Penal. Outrossim, não há que se falar em 
descaracterização do ilícito pelo fato de o réu não ter conseguido iludir a empresa, 
em razão de a mesma ter obtido seu crédito sem a intervenção do acusado, uma vez 
que a empresa/vítima é mero sujeito passivo secundário daquele delito, sendo o 
Estado ou a Administração Pública os verdadeiros titulares do interesse penalmente 
tutelado. Assim, ainda que a empresa não tenha contado com a efetiva colaboração 
do réu para o recebimento de seus créditos, inexistindo, portanto, qualquer dano 
aparente à sua pessoa, o Estado foi lesado, pois inconcebível que o particular, 
utilizando-se de prestígio decorrente de amizade, parentesco ou camaradagem 
política, venha a expor a honra e o bom nome da Administração Pública à situação 
de objeto de mercancia, transformando aquele que o representa em indivíduo passivo 
de corrupção.”6
“PENAL - Habeas Corpus - Tráfico de influência - art - 332, CP - Vítima - Sujeito 
passivo secundário - Trancamento ação penal - Inépcia denúncia - Atipicidade da 
conduta - Extinção da punibilidade - Prescrição da pena in abstrato - Crimes 172 e 
299, CP.
I - O ‘comprador de prestígio’, inobstante a imoralidade de sua conduta, é sujeito 
passivo secundário e não co-autor do crime de tráfico de influência.
II - Ocorrência de prescrição da pena in abstrato, quanto aos crimes previstos nos 
artigo 172 e 299, CPB.III - Ordem concedida e extinção da punibilidade decretada.”7
Na mesma trilha de entendimento decidiu o Tribunal Regional Federal - TRF1ªR. na 
Apelação Criminal Nº 2003.34.00.031124-9/DF., Tribunal de Justiça do Sergipe - TJSEAp. nº 
37/2002 - Câmara Criminal - j. 22.06.2004 - rel. Des. Gilson Góis Soares.8 
Desse modo Excelência, pelos fundamento ut retro alinhavados, torna-se imperiosa 
decretação da absolvição do Acusado .............................., pela prática do crime de tráfico de 
influência (art. 332 do CPB), por atipicidade do fato.
2. Da Atipicidade do Delito de Organização Criminosa:
O Ministério Público sustenta em seu memorial de fls. 2831/2948 a ocorrência do crime de 
Organização Criminosa inserto na norma proibita do Art. 2º da Lei 12.850 de 02 de Agosto de 
2013, em resumo, que o acusado ............................., supostamente, comandava uma organização 
criminosa com estabilidade e permanência, estruturalmente organizada e caracterizada pela 
divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagem no certame licitatório do serviço de 
bilhetagem automática do transporte coletivo de............. mediante a prática do crime de tráficod 
e influência, porém, a prova produzida durante o persecutio criminis in judicio não autoriza o 
acatamento da pretensão condenatória deduzida pelo parquet.
Sustenta o MP a presença de um delito praticado previsto no artigo 332 do CPB e outro 
cogitado, que eventualmente teria previsão na Lei 8.666/93. Ressalvando a realização do delito 
previsto neonata Lei 12.850/2013 não integra o requisito típico “mediante a prática de infrações 
penais”. Restando, assim, a existência no plano processual de uma única infração penal (art. 332 
do CPB).
Conceitualmente, a lei define “organização criminosa” nos seguintes termos: “Considera-se 
organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoa estruturalmente ordenada e 
caracterizada pela divisão de tarefas , ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou 
indiretamente, vantagem de aulquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas 
penas máxima sejam superiores a 4 (quatro) anos ou que sejam de caráter transnacional”.9 
A Organização Criminosa definida pela nova Lei guarda harmonia com o antigo delito de 
bando e quadrilha que segundo preceitua Nelson Hungria, “à quadrilha ou bando pode ser dada 
a seguinte definição: reunião estável ou permanente (que não significa perpétua), para o fim de 
perpetração de uma indeterminada série de crimes. A nota da estabilidade ou permanência da 
aliança é essencial”10.
Portanto é necessário para a configuração de eventual “organização criminosa” a 
conjugação do caráter de estabilidade e permanência da organização com a predisposição à 
prática de um número indeterminado de crimes. A reunião de 4 (quatro) ou mais pessoas para a 
prática de um único crime, ou mesmo dois, em caráter eventual, não importa no reconhecimento 
desse crime.
Nesse sentido diz a jurisprudência:
“TJSP: Quadrilha ou bando. Descaracterização. Associação que teve caráter 
transitório. Ausência de permanência e estabilidade da associação criminosa, não 
passando de um isolado concurso de agentes. (...) O certo é que o bando ou 
quadrilha, como delito autônomo, só se corporifica quando os membros do grupo 
formam uma associação organizada e estável, com programas preparados para a 
prática de crimes, com a adesão de todos, de modo reiterado” (RT 721/423)
“TJSC: Para a tipificação do delito de quadrilha ou bando, não basta a reunião, de 
mais de três pessoas para a execução de um ou mais crimes. Mister que, além desta 
reunião, ocorra um vínculo associativo permanente para fins criminosos, uma 
predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos 
e uma contínua violação entre os associados para a concretização de um programa 
delinquencial” (JCAT 76/654)
“TJMG: Se a associação se deu para a prática de um crime ocasional e não para a 
formação de um grupo permanente, não se concretiza formação de quadrilha” (RT 
684/350)
“TJSC: Quadrilha ou bando. Descaracterização. Associação que visava à realização de 
um determinado crime. Absolvição com fulcro no art. 386, III, do CPP (...) Não há 
falar em crime de quadrilha quando o acordo é realizado para a prática de um só 
delito. (...) A associação para cometimento de determinado delito, antes individuado 
- ainda que se trate de crime de sequestro - caracteriza apenas mera conduta de co-
delinquência, impunível autonomamente” (RT 725/651).
“TJSC: Crime de quadrilha. Associação destinada ao cometimento de apenas de 
apenas um crime. Inconfiguração do delito. Absolvição decretada. Sentença 
reformada. Não há falar em crime de quadrilha quandoo acordo é realizado para a 
prática de um só delito” (JCAT 75/577).
Não há dentro do cartapácio judicial, prova da existência de um vínculo associativo de 
caráter estável e permanente com a finalidade de praticar um número indeterminado de crimes. 
Tanto o é que o Órgão Ministerial empolgou a instauração da presente ação penal imputando aos 
réus a violação de um único dispositivo legal integralizado na descrição típica do art. 332, do 
Código Penal.
Dessa forma, não estão presentes os elementos da definição legal para a configuração de 
eventual “organização criminosa”, na definição dada pela nova Lei 12.850/2013 primeiro: não há 
pluralidade de infrações penais, segundo: não existe prova da união mediante vínculo estável e 
duradouro com o fim de praticar infrações penais. Impondo-se a absolviçãoi, nos termos do 
art.386 do CPP, como melhor forma de restabelecer o império do Direito, da Lei e da Justiça.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais 
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda 
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a 
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato 
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita 
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí, 
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável, 
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou 
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno, 
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige prova absoluta e incontestável de uma 
conduta violadora da norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir 
contra a ordem social ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a 
aplicação da pena correspondente.
Conforme a melhor doutrina, para as configurações dos crimes contidos na denúncia, 
exige-se uma ação positivada para a realização dos núcleos verbais contidos em suas respectivas 
descrições típicas. Sendo assim, a acusação oficial não se desincumbiu do ônus processual de 
provar a realização, por parte do acusado, ............................., ora defendente, da conduta descrita 
nos tipos penais contidos na denúncia.
Desta forma, as condutas descritas na denúncia tipicamente definidas sob os rótulos de 
tráfico de influência e “integrar” organização criminosa, não restaram provadas em nenhum 
elemento colacionado durante a persecutio criminis in juditio que pudesse ancorar ou servir de 
fundamento para eventual sentença condenatória impondo-se, deste modo, a absolvição do 
acusado nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal.
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório, operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem 
nada deva.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão 
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da 
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à 
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o 
verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, 
absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, 
e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a 
tranqüilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse 
punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas 
de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, 
da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande 
perturbadora daquela mesma tranqüilidade para cujo restabelecimento foi 
constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por 
sua vez, esmagar o direito indébil”11 
Consoante magistério iluminado do jurista Ricardo Jacobsen Gloeckner:
“A natureza da presunção de inocência é de verdadeiro direito fundamental do 
acusado, que significa a não possibilidade de condenação do mesmo se não houver 
prova robusta de sua culpabilidade”.12 (...) “Em nenhum momento processual poderá 
imputar-se ao acusado, cargas processuais, diante do princípio da presunção de 
inocência. Em caso contrário, uma tese, por exemplo, acerca da negativa de autoria 
de um delito, conduziria à necessidade da prova por parte do réu desta 
circunstância, como se verifica na jurisprudência majoritária do Brasil. Se tal tese 
defensiva não se comprova, a carga processual continua nas mãos do autor”. 13
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana, 
representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro 
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. 
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão 
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre 
desativada de dúvidas”.
Na mesma trilha é o brilhante ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a 
condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossa 
mente em torno da existência de certa realidade14. Mesmo a íntima convicção do juiz, como 
sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza, 
mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a 
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, não existe qualquer prova jurisdicionalizada no sentido de que o 
Acusado, ora defendente, tenha praticado os ilícitos penais contidos na exordial acusatória que 
possa dar suporte ou servir de alicerce para eventual decreto condenatório, impondo-se sua 
absolvição nos termos do art. 386, do CPP, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.690/08.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado ........................................, sejam as presentes alegações finais por 
memoriais recebidas, vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, 
julgado improcedente a denúncia, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, 
decretando a absolvição do Acusado/defendente, pois desta forma Vossa Excelência estará, como 
de costume, editando decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da 
JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Data
____________
OAB
Recurso - Revisão Criminal - Nulidade Absoluta do Processo - Lei nº 
12.850 02/08/2013
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DE GOIÁS
Colenda Câmara,
Eminente Relator,................................., brasileiro, casado, lavrador, residente na Rua ___________, Bairro 
______, ________, permissa máxima vênia vem perante a esta Egrégia Corte, com fundamento no 
artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal, combinado com artigo 621 e seguintes do Código de 
Processo Penal, interpor o presente recurso de 
REVISÃO CRIMINAL
Face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
SÚMULA DOS FATOS
1 Conforme cópia integral da ação penal 9600844763, em apenso, que tramitou pela 
primeira vara criminal da comarca de Anápolis-Go., o Recorrente foi denunciado e final 
condenado à pena de 12 (doze) anos e 10 (dez) meses de reclusão, a ser cumprida integralmente 
no regime fechado, como incurso nas sanções do art. 213 e 214 c/c 69 e 65, I, todos do Código 
Penal Brasileiro, cuja sentença condenatória transitou em julgado em dezembro de 1.998 com se 
vê nas certidões exaradas as fls. 99 e 103.
2Ao Recorrente, foi nomeado defensor dativo ao tempo de seu interrogatório judicial (fls. 
_____), o qual exerceu papel meramente decorativo durante a instrução criminal, não tendo 
sequer comparecido a audiência de inquirição de testemunhas (fls. ____), além do que, em suas 
alegações finais (fls. ____), promove uma verdadeira barafunda jurídica chegando ao cúmulo de 
sustentar que o crime de estupro não estaria configurado uma vez que ausente a prova da 
“inexperiência” e “justificável confiança” da vítima, confundindo, assim, os delitos denunciados 
“estupro e atentado violento ao pudor” com o crime de sedução. É óbvio que o 
Condenado/recorrente esteve indefeso durante todo processado e que houve indisfarçável afronta 
a Súmula 523 do STF, devendo ser reconhecida a nulidade absoluta do processo a partir da 
nomeação do advogado dativo.
3É de se ressaltar, também, que ocorreu notório cerceamento dos meios defensórios 
quando o Juiz presidente do feito as fls. 63, determinou a abertura de vistas dos autos ao 
Ministério Público para manifestar acerca das testemunhas faltosas, e, não o fazendo com relação 
à defesa, violou a garantia constitucional do tratamento isonômico entre as partes, a ampla 
defesa, e, por via de conseqüência o respeito ao princípio do contraditório e do devido processo 
legal.
4Por outro lado a sentença abjurada atuou contra legis e à evidência dos autos ao 
condenar o Recorrente pela prática do delito de atentado violento ao pudor, que se 
eventualmente tivesse ocorrido o coito anal constante da denúncia, haveria de representar mero 
ato preparatório do crime de estupro (prelúdio coiti) devendo ser por este absorvido, e não 
concurso material com consta no decisório questionado. A própria vítima ao narrar os fatos 
assim se reporta as fls 15;
“A declarante desmaiou e mesmo nesta situação, sentiu muitas dores, pois um dos 
rapazes penetrou em seu anus e pouco depois foi virada de bruços e penetrada em 
sua vagina”
DO DIREITO
Dos Pressupostos de admissibilidade, legitimidade e fundamentos.
Consoante os entendimentos doutrinários1 extraídos do art. 621 e seguintes, do Código de 
Processo Penal, o pedido revisional tem escopo quando haja sentença criminal condenatória 
transitada em julgado (certidão em apenso), e, presente algum dos seguintes fundamentos:
a) violação ao texto expresso da lei;
b) contrariedade à evidência dos autos;
c) sentença fundada em depoimentos, exames ou documento comprovadamente falso;
d) descoberta de novas provas de inocência do condenado ou de circunstâncias que 
determine ou autorize a diminuição de sua pena; e
e) configuração de nulidade do processo.
A legitimidade postulatória do Recorrente ressai da própria condição de parte sucumbente 
na decisão condenatória atacada, nos termos do art. 623 do CPP.
O presente recurso extremo tem como fundamento a tríplice justificativa, insertas no art 
621 do CPP, de ter a sentença condenatória violado o texto expresso da lei, aliada a 
contrariedade a evidência das provas contidas nos autos, e, ocorrência de nulidades processuais, 
cujos objetivos estão delineados no art. 626 do mesmo Codex, em se julgando procedente a 
revisão, Este Egrégio Tribunal haverá como justo alterar a classificação da infração, absolver o 
réu, modificar a pena ou anular o processo.
Superados os pressupostos de admissibilidade, e condições de ação insta-se de forma 
impreterível o conhecimento do pedido presente revisional.
Na sempre abalizada lição de Eduardo Espínola Filho, a circunstância de, com a revisão 
criminal, buscar o reexame de um processo findo, sobre o qual existe sentença definitiva, 
passado em julgado, focaliza a necessidade de assentar o fundamento de um instituto que erige 
contra a autoridade da coisa julgada, sob o pretexto de haver erro judiciário, injustiça de decisão, 
a corrigir,2 viabiliza a pretensão do Recorrente perante Este Egrégio Sodalício.
CONFIGURAÇÃO DE NULIDADES DO PROCESSO
a) Violação da Súmula 523 do STF
O direito de defesa transcende a própria origem da humanidade, porque inato ao próprio 
homem, que no dizer de Faustin Helie, não constitui um privilégio, tampouco uma conquista da 
humanidade . É um verdadeiro direito originário, contemporâneo do homem e por isso 
inalienável. 
Discorre Paulo Vicente de Azevedo que “Já nas primeiras páginas da Bíblia, no Velho 
Testamento, encontramos esta lição admirável: no primeiro julgamento que se realizou na Terra, 
ao réu foi garantido o direito de defesa: Deus não condenou Adão sem ouvi-lo... Sêneca, que 
viveu e floresceu três séculos antes de Cristo, deixou, entre outros, este pensamento admirável: 
julgar alguém sem ouvi-lo é fazer-lhe injustiça, ainda que a sentença seja justa”.3
O direito de defesa vem expressamente garantido na Constituição Federal pelo inciso LV, do 
art. 5º, que assegura “aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Entende-se com 
isso que para a observância desse comando, deve a proteção derivada da cláusula constitucional 
exigir que a defesa técnica vez que indeclinável e necessária, se apresente de modo efetivo, pleno 
e real, não se contentando que se realize de forma virtual, aparente e decorativa apenas para, 
formalmente, atender o disposto no art. 261 do Código de Processo Penal.
O processo penal, numa visão mais moderna e garantidora, constitui-se em verdadeiro 
instrumento de auto-limitação do poder de imperium do Estado. Atualmente, inegável é a 
influência da corrente italiana, liderada por FERRAJOLI, com a denominada teoria do garantismo 
penal. Vale dizer, reforça-se a idéia do uso do Direito Penal como ultima ratio, e mais, dá-se vigor 
ao fato de que o imputado, dentro do processo criminal é efetivamente sujeito de direitos, 
servindo tal conjunto de atos coordenados com o fim de preservar o legado constitucional de 
salvaguarda do status libertatis (com respeito aos direitos fundamentais) como técnica de 
bloqueio do arbítrio do Estado (seja o Estado-acusador, seja o Estado-juiz), coagindo este ente à 
observância da legalidade estrita. O processo em verdade é garantia da coletividade. 
Daí, a conclusão de que a defesa não constitui mera exigência formal dentro do processo 
penal, devendo para suprir a exigência da Lei Maior ser efetiva.
Importante, ainda, acompanhar o raciocínio de Paulo Rangel, ao mencionar que a “defesa 
técnica efetiva é direito e garantia individual não só em decorrência da própria Constituição, 
mas, principalmente, da Convenção Americana sobre os Direitos Humanos (Pacto de São José da 
Costa Rica), que foi ratificado pelo Brasilpelo Decreto Legislativo nº 27, de 25/09/92 e que tem 
patamar de norma constitucional (cf. art. 5º, § 2º da CRFB)”.4 
Nesses lindes, a efetividade da defesa, entre nós, deveria decorrer de um raciocínio lógico, 
de árdua construção doutrinária e jurisprudencial imposta ao longo das décadas, afinal omisso é 
o art. 261, CPP... No entanto, com a proximidade da reforma do Caderno Processual Penal, 
através dos ataques pontuais (como preferiu a celebrada Comissão), tratamento especial mereceu 
a efetividade do direito de defesa. 
“Convien decidersi a una riforma fondamentale o rinunciare alla speranza di un serio 
progresso”.5 
O Projeto de Lei nº 4.204/2001, que rege o Capítulo III do CPP, prevê expressamente, dando 
nova disciplina ao art. 261, a efetividade do direito de defesa, nestes termos: 
Art. 261 - Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou 
julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, 
será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (Parágrafo acrescentado 
pela Lei nº 10.792, de 01.12.2003 - DOU 02.12.2003)
Além disso, consagra com outras alterações a efetividade, alterando o ritual para o 
interrogatório do acusado.
Não é suficiente apenas a presença física de um defensor. Imprescindível é a concretização 
do comando constitucional da amplitude de defesa, com todos os recursos a ela inerentes. É 
dizer, o defensor deve mostrar-se combativo, esgotando os meios plausíveis de impugnação da 
acusação, durante todo o desenvolver do processo. 
Vale, por derradeiro a lição de GRINOVER : 
“A defesa concreta e efetiva é um dos principais requisitos do devido processo legal. 
Sem o pleno exercício do direito de defesa, não pode haver processo e muito menos 
condenação”.
A inexistência ou deficiência da defesa no processo penal deu origem ao prefalado 
enunciado 523 da Corte Excelsa: a defesa virtual; já a não-nomeação de defensor ao réu presente, 
que não o tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de vinte e um anos, foi sancionada pelo 
legislador com pena de nulidade (cf. art. 564, III, c, CPP). 
No caso em apreço a deficiência da defesa dativa e o prejuízo provocado aos interesses do 
Recorrente, salta aos olhos, visível até mesmo pelos neófitos e menos afeitos a atividade forenses. 
Pois vejamos:
O Defensor nomeado além de não se fazer presente na audiência de inquirição de 
testemunhas (fls.61/63), ao tempo do art. 499 do CPP, silenciou acerca de eventuais diligências 
que pudessem favorecer a situação do réu.
Em suas alegações finais, a defesa dativa, destoa completamente da versão apresentada 
pela defesa pessoal do Acusado, que negou a prática do fato denunciado, quando as fls. 81 chega 
a concordar com a pretensão acusatória admitindo implicitamente a autoria criminosa, como se 
vê no trecho adiante transcrito in verbis:
“Todavia, não padece dúvida, sobre a materialidade do fato criminoso, eis que ficou 
afirmado o defloramento.
Sabido e ressabido, que o bem jurídico que o artigo 213 protege é a liberdade sexual 
da mulher é o direito de dispor o corpo, é a tutela do critério de eleição sexual de que 
goza na sociedade. É um direito seu que não desaparece, mesmo quando se dá a uma 
vida licenciosa , pois, nesse caso, ainda que mercadejando com o corpo, ela conserva 
a faculdade de aceitar ou recusar o que a solicita.” 
Às fls. 82, a defesa técnica passa a beira de uma confissão expressa quando afirma:
“É de trivial erudição, quase sempre, testemunhas de vista são impossíveis. O 
delinqüente e a vítima procuram lugares desertos, ocasiões favoráveis, longe dos 
olhares indiscretos.”
Como se não bastasse a incoerência daquelas desarticuladas alegações finais, a defesa 
dativa, passa a confundir de forma imperdoável, os crimes de estupro e atentado violento ao 
pudor suscitados na exordial acusatória, com o delito de sedução quando pugna pela absolvição 
do Acusado ante a carência de provas da inexperiência e justificável confiança, elementos 
típicos do art. 217 do Código Penal que em momento algum do processado foi argüido pela 
Acusação.
É do escólio do festejado Fernando de Almeida Pedroso6 que a defesa técnica não há de 
figurar no processo penal como simples fantasia legal, colocada em ângulo sombrio e a título de 
mera espectadora. Deve ser efetiva , real, como uma entidade presente. Isso não significa, porém, 
deva ser erudita e brilhante, mas não se limite a expressões vagas e de nenhum conteúdo, como 
nada a requerer ou aguarda-se justiça ou que chegue ao extremo de, analisando a prova, concluir 
deva o réu ser condenado,7 pois nada há para aduzir em seu favor. Ainda que ocorra em última 
hipótese, impende-lhe não a sustentação de alegações inverossímeis e absurdas, com o 
comprometimento, até, da reputação e cultura de quem exerce,8 mas fiscalizar a regularidade da 
relação processual e trazer à tona as circunstâncias favoráveis ao acusado, como verbi gratia , sua 
primariedade, a adoção de corrente jurisprudencial, em questões controvertidas, que o favoreça.
Deste modo, se o defensor dativo se limita a concordar platonicamente com a pretensão 
acusatória imperioso que se proclame a nulidade absoluta do processo, consoante entendimento 
esposado pelos seguintes arestos:
“O STF tem proclamado, em diversos e luminosos arestos, que a amplitude da defesa 
não se satisfaz com a mera observância das respectivas formalidades extrínsecas; mas 
através de efetiva atividade defensória...” (trecho do acórdão relatado pelo Juiz 
Francis Davis, no HC 69.640, da Capital, TACrimSP na RT 498/298-299).
“O processo penal, pela relevância do interesse que nele está em jogo, a liberdade do 
acusado, pelas gravíssimas consequências que acarreta uma decisão condenatória, 
não pode se satisfazer com uma simples aparência de defesa. Esta deve ser real, 
concreta, efetiva, atuante e combativa, pouco importando a condição sócio-
econômica do acusado ou, mesmo, a natureza do delito” (RT 519/383).
“No processo penal, quando a defesa é de tal modo omissa e deficiente, em condições 
que não asseguram o mínimo de diligência e de iniciativa, incorrendo em prejuízo do 
interesse processual do acusado, a situação deve ser equiparada à falta de defesa, 
com a consequente nulidade absoluta, nos termos da Súmula 523” (RT 542/438 e 
JTACrimSP 60/366).
A atuação da defensoria dativa foi tão perniciosa aos interesses da defesa do Recorrente, 
que se sucumbiu diante de uma condenação cuja pena foi extremamente exacerbada, sem, 
contudo empolgar recurso de Apelação, deixando o destino do réu à deriva e indefeso. Portanto, 
Excelências, deve a presente preliminar de nulidade ser reconhecida com a decretação da 
nulidade do processo a partir da nomeação do advogado dativo às fls. 52.
b) Cerceamento de defesa por desobediência ao art. 405 do CPP.
Tanto a Jurisprudência hodierna, quanto a doutrina dominante esposa o entendimento de 
que a falta de intimação do defensor, parar manifestar acerca das testemunhas não encontradas, 
constitui notório cerceamento de defesa acarretando a nulidade do processo em obediência ao 
comendo normativo inserto nos arts. 405 e 564, III, do Código de Processo Penal.
No caso em pauta, o juiz presidente do feito, deu por encerrada a instrução criminal sem 
que a defesa fosse instada a manifestar acerca da testemunha faltosa arrolada na defesa prévia, 
fazendo-o tão somente com relação ao Ministério Público, com isso inquinando de nulidade o 
processo afrontando assim, a garantia constitucional da ampla defesa, do contraditório e do 
devido processo legal.
Em recente julgado o Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, em consonância coma 
jurisprudência de ponta, que o prazo que a lei confere ao acusado para substituir testemunhas 
arroladas pela defesa e que não foram encontradas pelo oficial de justiça. Sua omissão ou 
redução acarreta a nulidade do processo, nos termos do art. 564, III, e, do Código de Processo 
Penal, pouco importando esteja o processo prestes a alcançar o lapso prescricional.9
Na lição de Eduardo Spínola Filho, proclama “por isso em nosso juízo, nunca satisfizemos 
coma certidão do oficial de justiça , participando o insucesso de sua diligência ; fazíamos intima 
r a parte interessada a esclarecer o destino da sua testemunha, cuja localização , também, 
pedíamos a polícia”.10.
É pacífico o entendimento jurisprudencial as testemunhas de defesa que não forem 
encontradas, deve o juiz conceder ao Acusado o direito de, no prazo de três dias, indicar outras 
em substituição sob pena de acarretar a nulidade do processo. 
No presente caso, o Juiz ao determinar o prosseguimento do processo, sem que a defesa 
fosse intimada para substituir a testemunha não encontrada, violou a garantia constitucional da 
ampla defesa e provocou a nulidade do feito, pelo que deve Este Egrégio Tribunal, reconhecer 
através do presente pedido revisional.
EX POSITIS,
Espera o Recorrente seja o presente recurso de Revisão Criminal conhecido, vez que 
próprio à espécie, preenchidos todos requisitos legais e pressupostos de legitimidade e 
admissibilidade, final dado provimento pelos fatos, razões e fundamentos que o sustentam, pois 
desta forma este Egrégio Sodalício estará, como de costume, editando decisão amparada nos mais 
elevados e lídimos princípios da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Termos em que pede e espera deferimento.
Data.
____________________
OAB
Alegações Finais por Memorial - Sonegação de Verba 
Previdenciária - Responsabilidade Objetiva
EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 5ª VARA CRIMINAL DA SEÇÃO DE _____
PROTOCOLO 
Alegações Finais por Memorial
..............................., já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via 
de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara 
presença de Vossa Excelência , tempestivamente, nos termos do artigo 403, § 3º, do CPP, 
apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
O Órgão Ministerial editou denúncia em desfavor do Acusado, ora defendente, se 
propondo em provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria do delito previsto no art. 
337-A, incisos I e II, c/c art. 71, ambos do Código Penal, nos seguintes termos in verbis:
“Consta dos inclusos autos inquisitoriais que o denunciado, na qualidade de sócio-
gerente (Contrato Social - fls.90/105) e, portanto, responsável pela gestão e 
administração da pessoa jurídica denominada ...................., ..................., CNPJ 
nº ..........., estabelecida na Rodovia BR ....., Km ...., nº ....., Setor Aeroporto, 
Anápolis/GO, omitiu de folha de pagamento da indigitada empresa, remunerações 
pagas a segurados contribuintes individuais (trabalhadores autônomos), no período 
de maio de 1996 a junho de 2000, fato este que importou um prejuízo de R$ 
99.841,91 (noventa e nove mil, oitocentos e quarenta e um reais e noventa e um 
centavos) ao Instituto Nacional do Seguro Social, consoante a NFLD de nº .........
Consta, outrossim, que o denunciado, no período de fevereiro de 1996 a agosto de 
1997, deixou de lançar mensalmente na contabilidade da empresa, e também na 
forma de pagamento, remunerações pagas a segurados, a título de horas extras, ato 
que totalizou um dano de R$ 174.676,38 (cento e setenta e quatro mil, seiscentos e 
setenta e seis reais e trinta e oito centavos), à indigitada autarquia previdenciária 
conforme se extrai da NFLD de nº ..............
Os fatos foram constatados em fiscalização efetivada na referida empresa pela 
Divisão de Arrecadação e Fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, 
o que motivou a lavratura das retromencionadas Notificações Fiscais de Lançamentos 
de Débitos.”
A Ação Penal foi instaurada em razão de suposta sonegação de contribuição previdenciária 
constante da NFLD .......... e .......... acostadas às fls. 108 e 220 dos autos em apenso, tendo sido 
declarada a extinção da punibilidade com relação ao débito relativo à NFLD .......... em função da 
liquidação da dívida, prosseguindo o feito tão somente em relação à NFLD 35...........
Durante a instrução criminal, foram ouvidas duas testemunhas arroladas pela acusação, às 
fls. 143/144, e uma testemunhas arrolada pela defesa, às fls. 208.
Inobstante a existência da pendência do débito previdenciário ut retro mencionado, da 
empresa .............., ..........., da qual o Acusado era sócio proprietário, conforme contrato social de 
fls.92/107, os serviços de contabilidade eram exercidos por departamento autônomo cuja 
responsabilidade pelos lançamentos contábeis referentes à remuneração, recolhimento de 
impostos e tributos estava fora do conhecimento e vigilância por parte do Acusado, embora fosse 
administrador da empresa, porém nunca deteve conhecimento acerca de escritas fiscais, que 
pudesse viabilizar irregularidades naquele departamento.
Em suas alegações finais de fls. 261/267, o órgão ministerial, tergiversa e distorce a 
realidade quando afirma que a responsabilidade penal é evidente e recai de forma incontestável 
sobre o sócio gerente ________, sustentando sua alegativa nos termos do contrato social de fls. 
92/107 dos autos em apenso e em depoimentos dos demais sócios ouvidos no Inquérito Policial, 
às fls. 20,56 e/57, vez que, na verdade, a cláusula quinta do contrato social (fls. 95) dos autos em 
apenso, bem como os depoimentos dos demais sócios proprietários em nenhum momento 
afirmam que o acusado era responsável pelos lançamentos contábeis da empresa, e, sim, que o 
mesmo era exercia a administração da mesma.
No interrogatório judicial, ao responder “sim” ao ser indagado se é verdadeira a imputação 
que lhe é feita, o acusado se referiu à existência dos débitos fiscais referentes às duas NFLD’s, ou 
seja, do fato é verdadeiro, não querendo com isso implicitamente admitir a prática do ilícito 
penal contido na denúncia, cujo ônus probatório da autoria incumbe à Acusação Oficial.
Desse modo, a autoria do fato não restou provada por nenhum elemento de convicção 
produzido durante o persecutio criminis in juditio. Nesse particular, convém destacar que uma 
coisa é dirigir e ficar responsável pelos pagamento dos encargos da empresa e outra é executar os 
lançamentos contábeis que demandam conhecimento técnico para tal mister. Não existe também, 
em todo o processado, nenhuma prova de que o acusado tenha determinado à sua sessão de 
contabilidade a sonegação da verba tributária objeto da NFLD ...........
Em que pese a existência de débito previdenciário, a empresa gerida pelo Acusado sempre 
honrou seus compromissos trabalhistas, tributários e previdenciários, exercendo relevante papel 
dentro da sociedade anapolina, gerando significativa receita para os erários federal, estadual e 
municipal, sendo responsável pela implementação de mais de 500 (quinhentos) empregos 
diretos.
DO DIREITO
“Um culpado punido 
É exemplo para os delinquentes,
Um inocente condenado 
Preocupação para todo homem de bem.”
(La Bruyere)
A denúncia imputa ao acusado a prática de sonegação de contribuição previdenciária 
inserto na norma incriminadora do art. 337-A, incisos I e II, do Código Penal que edita:
Código Penal
“Sonegação de contribuição previdenciária
Art. 337-A - Suprimirou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes condutas: (Artigo 337-A acrescentado pela Lei nº 
9.983, de 14.07.2000 - DOU 17.07.2000. (Obs.: Esta Lei entrou em vigor noventa dias 
após a data de sua publicação).
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações 
previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem 
serviços;
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa 
as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo 
tomador de serviços;”
Verifica-se que a NFLD .........., refere irregularidades contáveis ocorridas no período de 
fevereiro de 1996 a agosto de 1997, período em que vigia a Lei nº 8.137/90, que definia os crimes 
contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo que enumerava, em seu 
art. 1º, os crimes daquela natureza, descrevendo em seus cinco incisos a tipificação dos referidos 
delitos.
Com o advento da Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, que introduziu, no Código Penal, o 
art. 337-A, cujo caput veicula descrição de conduta similar àquela anteriormente tipificada no 
art. 1º, caput, da Lei nº 8.137/90, ou seja, a evasão tributária mediante fraude que recebe a 
denominação vulgar de “Sonegação Fiscal”.
Porém, o tipo descrito no art. 337-A, caput, é especial em relação ao art. 1º, caput, da Lei 
8.137/90, pois, além de indicar a elementar “contribuição social previdenciária”, delimitando a 
natureza jurídica do objeto material sobre o qual recai a conduta nuclear do tipo, prevê (em seus 
incisos) de forma específica, as condutas instrumentais mediante as quais o agente deve realizar 
a fraude por intermédio da qual viabilizará o resultado (evasão tributária).
É assente o entendimento doutrinário de que o sujeito ativo do delito em questão é a pessoa 
que pratica comportamento descrito na lei penal (tipo) ou possui o domínio do fato 
determinando explicitamente explícita e diretamente a execução do ilícito penal.
Devido às características da atividade econômica no âmbito empresarial, geralmente a 
prática dos atos que implicam a ocorrência de fatos imponíveis de gravames tributários é de 
responsabilidade dos encarregados pelos lançamentos contábeis (responsabilidade penal 
pessoal), cuja função é executada pelo contador da empresa ou encarregado pelo departamento 
de contabilidade.
Atribuir a responsabilidade pela supressão, omissão ou redução de contribuição 
previdenciária ao sócio proprietário é desvirtuar o ordenamento jurídico adotado pela legislação 
pátria cuja responsabilidade penal é pessoal não vigorando a perniciosa teoria da 
responsabilidade objetiva. Daí a impossibilidade de responsabilizar penalmente o sócio da 
empresa por ato praticado por terceira pessoa.
No caso vertente, não foi objeto de levantamento durante o ato fiscalizatório contido nos 
autos em apenso, quem seria o responsável pela contabilidade da empresa da qual o acusado era, 
por ocasião dos fatos, sócio proprietário pelo que se deduz que a autoria do fato contido na 
denúncia ficou pendente de comprovação, impondo-se a aplicação do non liquet, com sua 
conseqüente absolvição.
Recentemente, O STJ, no informativo 493, a Sexta turma do STJ, em decisão louvável, de 
relatoria da Ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, afastou a incidência do “princípio” 
do in dubio pro societate. 
Esse malfadado expediente – que muitos chamam de princípio, mas que, em verdade, não 
passa de uma deturpação das efetivas garantias constitucionalmente previstas – é aceito pela 
jurisprudência na fase inicial do processo, determinando que o Magistrado, na dúvida, receba a 
exordial acusatória. Em outros termos, a utilização desse expediente determinava que fossem 
recebidas denúncias e inauguradas ações penais em desfavor de acusados sem que se houvesse 
delimitação concreta da autoria, e, sobretudo, sem que o órgão Ministerial realizasse uma 
individualização das condutas de cada acusado. 
Assim, presente a materialidade de um crime, sujeitos poderiam ser acusados, responder 
um processo crime em seu desfavor, sem que soubessem, previamente, qual a parcela de 
responsabilidade que lhe era imputada naquele caso concreto. Esse expediente é facilmente 
verificável nos crimes societários, nos quais a mera condição de sócio faz presumir a autoria, de 
sorte que qualquer modificação de entendimento deveria ser provada no curso da ação penal. 
A fundamentação para esse “princípio” é a de que, na fase inicial do processo, “não seria 
razoável exigir que o MP descrevesse de forma minuciosa os atos atribuídos a cada um dos 
denunciados, sob pena de adentrar-se num cipoal fático” (Trecho da ementa do Inq. 2471, STF, 
noticiado no informativo 642). 
No caso em apreço, já suplantada a fase de recebimento da denúncia, se torna oportuno o 
questionamento e a exigência de prova da conduta apontada na inaugural acusatória, de forma 
minuciosa, para dar como certa e inquestionável a autoria do crime previdenciário, em comento.
Nossa jurisprudência hodierna de teto tem sufragado o entendimento de que não se pode 
presumir a responsabilidade penal, devendo o órgão de acusação demonstrar de forma 
inequívoca o liame subjetivo entre a conduta criminosa e o acusado, principalmente nos crimes 
societários, conforme remansosa jurisprudência formada no STJ:
“Não se presume responsabilidade penal; a denúncia deve demonstrar a existência 
de algum vínculo subjetivo ou objetivo, entre a conduta criminosa e o agente.”1
“PENAL - Recurso Especial - Descaminho - Configuração - Tipo Subjetivo - Ônus 
Probandi. 
I - O delito de descaminho, no tipo subjetivo, exige o dolo de iludir o pagamento do 
tributo devido, não podendo tal situação ser desprezada confundindo-a com matéria 
de interesse extrapenal ou, o que seria pior, aceitando eventual responsabilidade 
objetiva (precedentes).
II - Ainda, na maioria das vezes, conforme dicção da doutrina, o dolo vem a ser 
demonstrado com o auxílio de raciocínio, tal não se confunde com mera presunção 
que possa excepcionar o disposto no art. 156 do CPP. Recurso desprovido”.2
“HABEAS CORPUS - Crime contra a ordem tributária e sonegação fiscal - 
Responsabilidade Penal Objetiva - princípio nullum crimem sine culpa - 
Trancamento da Ação Penal.
1 - Desprovida de vontade real, nos crimes em que figure como sujeito ativo da 
conduta típica, a responsabilidade penal somente pode ser atribuída ao Homem, 
pessoa física, que como órgão da pessoa jurídica, a presentifique na ação qualificada 
como criminosa, ou concorra para sua prática;
2 - Em sendo fundamento para a determinação ou a definição dos destinatários da 
acusação, não há prova da prática ou da participação da ou na ação criminosa, mas 
apenas a posição dos pacientes na pessoa jurídica, faz-se definitiva a ofensa ao 
estatuto da validade da denúncia (CPP, art. 41), consistente na ausência da 
obrigatória descrição da conduta de autor ou de partícipe dos imputados.
3 - Denúncia inepta à luz dos próprios fundamentos.
4 - Habeas Corpus concedido para trancamento da ação penal”.3 
Nesse diapasão, muito embora o Acusado, ora Defendente, por ocasião dos fatos descritos 
na denúncia, era sócio proprietário da empresa autuada pela NFLD .........., pelo conjunto 
probatório carreado para os autos, não restou demonstrada a descrição de eventual conduta 
caracterizadora de sua responsabilidade penal pela sonegação da verba previdenciária, objeto da 
presente Ação Penal, o que impõe sua prontaabsolvição.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais 
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda 
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a 
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato 
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita 
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí, 
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável, 
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou 
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno, 
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige prova de uma conduta violadora da 
norma penal que atente de forma significativa e suficiente para repercutir contra a ordem social 
ou administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a aplicação da pena 
correspondente.
Conforme a melhor doutrina toda conduta criminosa exige um uma ação positivada na 
realização de um tipo penal, ativa ou omissiva, o que resta dizer que nosso ordenamento jurídico 
não contempla nem adota a teoria da responsabilidade objetiva, vez que o fato das 
irregularidades nos lançamentos contábeis foram perpetrados pelos responsáveis do 
departamento de contabilidade da empresa, estando fora da ação gerencial do Acusado. 
Conforme a melhor doutrina, para a configuração do crime de sonegação de contribuição 
previdenciária consistente em “omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;”, II - 
deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias 
descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços” 
demanda comprovação sob o manto do contraditório, de conduta subsumível no tipo, a qual 
somente pode ser atribuída a quem exerça atividade profissional de contabilista. 
Desta forma, a autoria do fato criminoso descrito na denúncia, não restou provada em 
nenhum elemento de convicção colacionado durante a persecutio criminis in juditio, com o 
condão de ancorar ou servir de fundamento para eventual sentença condenatória impondo-se, 
deste modo, a absolvição do Acusado nos termos do art. 386, VII do Código de Processo Penal.
A Constituição Federal assegura o princípio da presunção de inocência, figurando, agora, 
verdadeiro direito público subjetivo constitucional do acusado. O ônus da prova da ocorrência 
do crime, suas circunstância e autoria, cabe ao órgão da acusação. Não logrando obter êxito, a 
absolvição torna-se imperativo de ordem pública. 
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova da autoria direta dos fatos 
alegados na denúncia, e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, situação 
inaceitável no processo penal, onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do 
réu, ou o nexo causal de sua conduta com o resultado finalístico a dispositivo penal 
supostamente violado. 
Conforme nossa melhor doutrina e jurisprudência dominante, no direito penal da culpa 
não há espaço jurídico para a presunção de culpabilidade. O ônus processual da prova pertence 
à acusação e não ao sujeito defesa, que de forma alguma precisa demonstrar a veracidade de suas 
desculpas, vez que o que impera é a tutela do silencio. Vale dizer, o acusado não está obrigado a 
provar que é inocente.
No caso em tela, há um fato provado - único - nos autos: A EMPRESA 
“_________________________,TRANSPORTE E _______________.DEIXOU DE INCLUIR NAS 
FOLHAS DE PAGAMENTOS +REMUNERAÇÕES PAGA A FUNCIONÁRIOS..”, o que por si só, 
não tem o condão de dar como certa a autoria do crime de sonegação de contribuição 
previdenciária estampado na denúncia, em detrimento da pessoa do Acusado _____________.
 É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o 
agente ativo da conduta fática só pode ser punido por fato cuja autoria restasse provada estreme 
de dúvida. Jamais pela presunção da culpabilidade, assim sendo a absolvição do acusado 
__________________________, se impõe diante da fragilidade da prova coligida nos autos, no que 
pertine a autoria do fato narrado na denúncia.
O Órgão Ministerial, em suas perfunctórias alegações finais de fls. 261/297, sustenta sua 
pretensão condenatória referente a autoria do fato, exclusivamente, aportado em deduções e 
elementos existentes na esfera administrativa do inquérito policial, Porém, impera o 
entendimento doutrinário e jurisprudencial de que quando existe a participação imediata e 
direta da própria autoridade policial, na produção da prova, o caráter inquisitivo, que tem a 
persecução administrativa, torna imprescindível a judicialização ulterior do ato probatório para 
que a instrução ali contida se apresente com o valor de prova, e seja utilizado como elemento na 
formação da convicção judicial, no momento de decidir a causa penal.
 Verifica-se, assim, que a prova penal é objeto de duas operações distintas: a investigação 
(inquérito policial) e a instrução. Aquela, por ser extrajudicial, não pode servir de base ao 
julgamento final da pretensão punitiva, pelo que só a instrução, como elemento integrante do 
processo, fornece ao julgador os dados necessários sobre a quaestio facti da acusação a ser 
julgada.
“É evidente que o conjunto probante do inquérito, por não obedecer aos preceitos 
constitucionais da amplitude da defesa e de instrução contraditória, há de ser 
encarado como qualquer outra prova extrajudicial e, portanto, não leva a coisa 
alguma útil se não é confirmado, ao menos quantum satis, pela prova colhida no 
ambiente judicial, este saudavelmente arejado pelo oxigênio do Direito”.4
“O inquérito policial está, por definição, arredio aos preceitos constitucionais de 
amplitude de defesa e de instrução contraditória. Bem por isso é elementar na 
jurisprudência que a prova do inquérito, como a generalidade das provas 
extrajudiciais ou extrajudicialiformes, só produz efeito no pretório quando neste fica 
atestada a veracidade do seu teor ou, ao menos, a conformidade deste remanescente 
do conjunto probante útil”.5
Outrossim, nem cabe assertar que posicionamento diverso seria possível, por força do livre 
convencimento ou íntima convicção do Juiz, que não sofre limitações, importando pois, 
preponderantemente, a realidade dos fatos que entreveja nas provas, e não o lugar onde estas 
foram colhidas. Concessa vênia daqueles que assim sustentam, sufragar-se tal escólio implicaria 
postergar-se, de maneira flagrante, o princípio basilar do contraditório e da ampla defesa, 
fazendo-se dele tabula rasa e simples quimera, com sua colocação no esquecimento.
Outra não é a lição de Frederico Marques: embora o princípio do Livre convencimento não 
permita que se formulem regras apriorísticas sobre a apuração e descoberta da verdade, certo é 
que traz algumas limitações a que o Juiz não pode fugir; e uma delas é a de que, em face da 
Constituição, não há prova (ou como tal não se considera), quando não produzida 
contraditoriamente”
Se a Constituição solenementeassegura aos acusados ampla defesa, importa violar essa 
garantia valer-se o Juiz de provas colhidas em procedimento em que o réu não podia usar do 
direito de defender-se com os meios e recursos inerentes a esse direito. 
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para 
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e 
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o 
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
“INSUFICIÊNCIA DOS ELEMENTOS DO INQUÉRITO PARA LASTREAR 
CONDENAÇÃO. POR VEEMENTES QUE SEJAM.
Por mais veementes que sejam os elementos constantes do inquérito, tão só nos 
mesmos não pode basear-se sentença condenatória e. pois fugiria ao contraditório, 
assegurado por princípio constitucional”6 
“ O inquérito policial é peça meramente informativa, destinada, apenas, a autorizar o 
exercício da ação penal. Não pode servir, por si só, de alicerce à sentença 
condenatória, pois viria infringir o princípio do contraditório, garantia 
constitucional.”7
“Prova - Inquérito policial - Insuficiência à condenação - Voto vencido.
- As provas constantes de inquérito policial não bastam, por si só, à prolação de 
decreto condenatório8
“Prova - Inquérito policial - Insuficiência à condenação.
- O inquérito policial é peça meramente informativa, destinada, apenas, a autorizar o 
exercício da ação penal. Não pode servir, por si só, de alicerce à sentença 
condenatória, pois viria infringir o princípio do contraditório, garantia 
constitucional.”9 
“ Prova - Inquérito policial - Insuficiêneia à condenação.
- Prova colhida somente em inquérito policial não basta, por si só, para embasar 
decreto condenatório”10
“Prova - Conjecturas ou probabilidades - Insuficiência à condenação.
- O Direito Penal não opera com conjecturas ou probabilidades. Sem certeza total e 
plena da autoria e da culpabilidade, não pode o Juiz criminal proferir condenação”11
“Sem que exista no processo uma prova esclarecedora da responsabilidade do réu, 
sua absolvição se impõe, eis que a dúvida autoriza a declaração do “non liquet”, nos 
termos do artigo 386, inciso VI, do Código do Processo Penal.”12
“Prova - Inquérito Policial - Insuficiência à condenação.
- As provas colhidas em inquérito policial, por si só, não bastam à prolação de 
decreto condenatório”13
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório, operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem 
nada deva.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão 
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da 
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à 
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o 
verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, 
absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, 
e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a 
tranqüilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse 
punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas 
de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, 
da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande 
perturbadora daquela mesma tranqüilidade para cujo restabelecimento foi 
constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por 
sua vez, esmagar o direito indébil”14 
Consoante relatado, Ricardo Jacobsen Gloeckner, acentua que:
“A natureza da presunção de inocência é de verdadeiro direito fundamental do 
acusado, que significa a não possibilidade de condenação do mesmo se não houver 
prova robusta de sua culpabilidade”.15 (...) “Em nenhum momento processual poderá 
imputar-se ao acusado, cargas processuais, diante do princípio da presunção de 
inocência. Em caso contrário, uma tese, por exemplo, acerca da negativa de autoria 
de um delito, conduziria à necessidade da prova por parte do réu desta 
circunstância, como se verifica na jurisprudência majoritária do Brasil. Se tal tese 
defensiva não se comprova, a carga processual continua nas mãos do autor”.16
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana, 
representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser 
claro como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza 
algébrica. Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o 
processo na precisão morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar 
ainda: a verdade sempre desativada de dúvidas”.
Na mesma trilha é o iluminado ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a 
condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossa 
mente em torno da existência de certa realidade17. Mesmo a íntima convicção do juiz, como 
sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza, 
mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a 
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, não existe qualquer prova jurisdicionalizada de que o acusado tenha 
motu próprio ou determinado a sonegação da contribuição previdenciária levantada na 
NFLD ............., não havendo qualquer suporte probatório jurisdicionalizado,para servir de 
alicerce para eventual decreto condenatório, impondo-se sua absolvição nos termos do art. 386, 
do CPP, com a nova redação que lhe deu a Lei nº 11.690/08.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado ................................, sejam as presentes alegações finais por memorial 
recebidas, vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, julgado 
improcedente a denúncia, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, decretando a 
absolvição do Acusado/defendente, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de costume 
editando decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local e data
____________________
 OAB
Alegação Final Por Memorial - Estupro de Vulnerável - Hiperemia 
Vulvar - Condição de Padrasto - Exclusão de Majorante
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DE _____
Ação Penal ............. (.............)
Alegações Finais por Memorial
............................, já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via de seus 
defensores in fine assinados, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara 
presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do parágrafo 3º do artigo 403, do 
CPP, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
O Órgão Ministerial editou denúncia de fls. 02/04, em desfavor do Acusado, ora 
defendente,se propondo a provar durante o persecutio criminis in judicio a materialidade e 
autoria do delito previsto no art. 217-A, c/c art. 226, II, ambos do Código Penal, sugerindo 
hipoteticamente a ocorrência da conduta delituosa consistente na prática de ato libidinoso com 
menor de 14 anos, nos seguintes termos in summa:
“Segundo apurado, o denunciado mantém união estável com a senhora ............., 
genitora da criança .............. No dia dos fatos, ............. e o denunciado retornaram 
para casa, ocasião em que ............. foi trocar as fraldas da filha e preparar sua 
mamadeira. Nesse instante, o denunciado se ofereceu para ajudar ............. e afirmou 
que poderia passar um lenço umedecido na genitália da criança. Em razão da 
confiança existente entre o casal, ............. aceitou a ajuda do denunciado e foi 
preparar a mamadeira da criança.
Todavia, o denunciado aproveitou o momento em que estava sozinho com .............e 
introduziu um dedo na vagina da criança. ............. apresentou sangramento na 
vagina, o que levou ............. a descobrir os fatos. ............. questionou os fatos ao 
denunciado, que se irritou e saiu de casa, após entrarem em vias de fato.
No dia seguinte, ............. levou a filha ao Hospital Municipal e de lá foi encaminhada 
para o Conselho Tutelar. O Relatório Médico acostado aos autos indica a presença de 
lesões na genitália de ............., dentre elas: rotura himenal.
A polícia foi acionada e efetuou a prisão do denunciado conduzindo-o à Delegacia.”
Durante a instrução criminal foram ouvidas as testemunhas ............., (mídia fls. 
205) ............. e o ............., arroladas na denúncia, bem 
como ............., ............., ............., ............., ............., ............., e ............., conforme mídias 
apensadas as fls. 162, 182 e 205.
As testemunhas arroladas pela de defesa foram unânimes ao afirmar que o Acusado era 
zeloso, cuidadoso e responsável no trato para com a criança, tratando-a como verdadeira filha, ao 
passo que a mãe (.............) era desleixada, negligente e desatenciosa pouco se preocupando com 
a segurança e cuidados para com a infante.
Em seu depoimento, ............. afirmou que, no momento em que o Acusado percebeu o 
sangramento na genitália de ............., de pronto teve a iniciativa de levá-la ao hospital conforme 
depoimento de ............. (mídia de fls. 205, 12’56"), porém, não foi atendido, sendo que, somente 
no dia seguinte, a desidiosa mãe da suposta vítima procurou atendimento médico, demonstrando 
descaso para com a saúde da própria filha, confirmando a versão apresentada pelas testemunhas 
ouvidas em juízo neste sentido. A iniciativa do Acusado em providenciar atendimento médico 
à ............. demonstra claramente que o mesmo ficou surpreendido e preocupado com o 
sangramento, por ele constatado, conduta incompatível com aqueles que praticam ato criminoso 
de tamanha relevância.
A séria preocupação com o estado de saúde de ............., por parte do Acusado, fica patente 
em depoimento de sua patroa à época dos fatos, Sra. ............., que em juízo noticiou que o 
mesmo, no dia seguinte ao fato, logo pela manhã, a procurou indagando se era normal crianças 
apresentarem sangramento vaginal, sendo percebido pela interlocutora que o Acusado assim 
procedeu com semblante de quem realmente estava preocupado com a saúde de ..............
É de se observar, conforme consta do prontuário médico de fls. 174, no momento 
que ............. foi atendida no Hospital Municipal de Anápolis, ............. informou à médica 
atendente:”Refere queda há 1 dia às 14:00h (mãe não estava junto)”; (Grifo nosso), o que 
demonstra que, conforme relatado pelas testemunhas arroladas pela defesa, a mãe sempre 
deixava a filha com estranhos. Neste ponto, a testemunha ............., aos 4’16"/5’58" de seu 
depoimento em juízo, (mídia de Fls.205), confirma que era usual, por parte de ............., deixar a 
filha aos cuidados de outras pessoas, versão também confirmada pela testemunha ............. 
(1’34"/1’55").
A genitora de .............demonstra em juízo, em seu depoimento, sua total confiança na 
pessoa do réu, informando que este jamais havia tido ou manifestado qualquer comportamento 
desrespeitoso em relação à sua pessoa e de sua filha, sendo que, inclusive, a testemunha ............. 
(4’30"/5’42") informou que a mesma já houvera deixado a filha em seu carrinho de bebê no 
serviço do Acusado para que este cuidasse da mesma. 
Conforme documentação acostada aos autos (Fls. 204), e depoimentos constantes dos 
autos, informa que a vítima já fora hospitalizada por diversas vezes, tendo, em uma das ocasiões, 
caído de um sofá onde fora deixada sem vigilância pela mãe, e fraturado o ombro, o que 
confirma a falta de zelo e preocupação da mãe para com a filha.
Com relação à prova da autoria do fato, os elementos de convicção coligidos para os autos 
são insuficientes para apontar o acusado como provocador das lesões descritas no laudo pericial 
de fls. 52/53, mormente quando a testemunha ............. reporta em juízo que no dia posterior a 
prisão do Réu, ............. procurou uma senhora de nome “Cida” questionando acerca de quem 
teria adentrado em sua residência e lesionado sua filha, pois seu marido (o Réu) estava preso por 
um fato que não praticara (mídia de fls. 205, 4’14"/5’60").
Fazendo um confronto das declarações da mãe de ............. com as lesões descritas no laudo 
de conjunção carnal de fls. 52/53, verifica-se que seria impossível, mediante uma ação rápida, 
conforme descrito na denúncia, ocorrer a “hiperemia vulvar” que demandaria a provocação de 
atrito ou pressão prolongada nos tecidos da mucosa vaginal para sua ocorrência. 
Se não, vejamos:
Nas declarações de ______ (mídia de fls. 205, 6’32"/6’43") “foi muito rápido, eu tava... ora 
que eu coloquei o leite na mamadeira, coloquei no microondas, ela já gritou...” . Como se vê, o 
fato conforme relatado pela mãe de __________, ocorreu em frações de segundos, tempo 
insuficiente para provocar “hiperemia vulvar” ou até mesmo “edema” na região genital.
Conceitualmente, a “hiperemia” é o aumento da quantidade de sangue circulante em 
determinado local, provocando vermelhidão (heritema) na área afetada pelo acúmulo de sangue 
venoso. Este fenômeno decorre da redução da drenagem venosa, que provoca distenção das veias 
distais, vênulas e capilares; por isso mesmo, a região comprometida adquire a coloração 
vermelho vivo, devido à alta concentração de hemoglobina desoxigenada.1
Deste modo, na ação repentina e rápida supostamente atribuída ao acusado, do ponto de 
vista médico-científico, seria impossível provocar as lesões de “hiperemia” e “edemas” na vulva 
da pretensa vítima, vez que este tipo de lesão, conforme já dito, demandaria um contato mais 
prolongado, tipo pressão ou atrito no tecido lesionado.
Não foi produzida qualquer prova em juízo que possa sustentar pretensão ministerial 
deduzida na exordial acusatória, uma vez que a testemunha arrolada pela acusação, tia da 
vítima, ............., trouxe a lume apenas que houve a lesão, não sabendo-se quem fora seu autor, 
tendo em vista que a mesma sequer presenciou os fatos, e não trouxe à baila qualquer 
comportamento anterior do Acusado que possa levar a crer ser o autor das supracitadas lesões.
O enfoque dado pela defesa, com relação à forma relapsa que ________ tratava sua filha, 
não se trata de campanha de caráter difamatório para denegrir sua imagem, mas sim objetiva dar 
ao juízo uma dimensão da forma irresponsável com que portava-se na qualidadede mãe, que 
poderia ter propiciado a ocorrência das lesões descrita no laudo de fls. 52/53, principalmente 
diante do fato de que em nenhum momento de seu depoimento prestado no Auto de Prisão em 
Flagrante (fls. 10/11), na narrativa do prontuário médico (fls. 174), bem como nas declarações 
prestadas em juízo (fls. 205), há a afirmação de que tenha presenciado o suposto ato libidinoso 
eventualmente praticado pelo Acusado na forma sustentada pela Acusação Oficial.
O Órgão Ministerial em suas alegações finais de fls. 207/211, alicerça sua pretensão 
condenatória na versão de Danielle, que declara não ter visto e sim presumido a conduta 
atribuída ao acusado, e nos depoimentos de ............. e ............., que declararam nada saberem 
acerca de como os fatos ocorreram, o que vale dizer que a parte da acusação oficial não se 
desincumbiu do ônus processual de provar o fato com todas as circunstâncias e a autoria da 
ocorrência do ilícito penal constante na denúncia. O que impõe a decretação da absolvição do 
réu como forma de fazer a devida Justiça.
O que se tem nos autos é a prova inequívoca de lesões na genitália da infante que pela sua 
sede presumir-se-ia serem provocadas por suposto ato libidinoso, porém a autoria das lesões não 
restou demonstrada de forma cabal e incontroversa, tendo o Ministério Público alicerçado sua 
pretensão condenatória no terreno movediço das presunções e conjecturas, situação inconcebível 
no Estado Democrático de Direito que é o esteio mestre do Direito Penal do fato.
DO DIREITO
“O peso da dúvida é insuportável às mentes honestas - 
especialmente naquelas que tem o dever de 
julgar o seu semelhante.” 
(Morris West)
A denúncia imputa ao Acusado a suposta violação do art. 217-A do CP, cujo ilícito recebe o 
título de estupro de vulnerável, consistente em “ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”; cujo tutela penal se estende à proteção de pessoas, 
no campo sexual, incapazes de externar consentimento válido ou que por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem necessário discernimento para a prática de atos sexuais.
O elemento subjetivo do tipo penal em comento é o dolo específico, consistente na vontade 
livre e consciente do agente do fato em satisfazer sua lascívia e concupiscência.
Conforme a doutrina dominante, a denúncia, como porta de entrada do processo penal, 
traduz uma hipótese sugerida pelo Ministério Público diante de um fato tido como violador da 
norma penal substantiva, se comprometendo a provar o fato e sua autoria durante o 
desenvolvimento da instrução criminal sob o manto da garantia constitucional do contraditório, 
prevista no inciso LV, do art. 5º da Constituição Federal.
Ensina o ilustre Desembargador gaúcho Amilton Bueno de Carvalho que “o judiciário 
penal não pode ser conivente com prova insegura, frágil, desleixada, pena de ser autofágico - 
destruir a razão pela qual existe: garantir ao cidadão que não irá a presídio ‘sem a certeza 
razoável a respeito da autoria do crime’ (Adauto Soanes, “Os Fundamentos Éticos do Devido 
Processo Penal)’ (RT, 1999, p. 131).”2
No caso em apreço, evidenciadas pelo laudo pericial de fls. 52/53, a presença de lesões na 
genitália da pretensa vítima, competia ao Órgão de Acusação Oficial trazer a juízo prova 
inequívoca da autoria do fato, ônus processual não suprido pelo parquet, que erigiu seu pedido 
de condenação baseado exclusivamente em conjecturas e presunções, situação inaceitável no 
processo penal, onde a condenação exige a certeza inabalável da culpabilidade do réu. 
A Constituição Federal assegura o princípio da presunção de inocência, figurando, agora, 
verdadeiro direito público subjetivo constitucional do acusado. O ônus da prova da ocorrência 
do crime cabe ao órgão da acusação. Não logrando obter êxito, a absolvição torna-se imperativo 
de ordem pública. 
Conforme nossa melhor doutrina e jurisprudência dominante, no direito penal da culpa 
não há espaço jurídico para a presunção de culpabilidade. O ônus processual da prova pertence 
à acusação e não ao sujeito defesa, que de forma alguma precisa demonstrar a veracidade de suas 
desculpas, vez que o que impera é a tutela do silencio. Vale dizer, o acusado não está obrigado a 
provar que é inocente.
Do magistério de Gustavo Henrique Righi Ivahy Badaró:
“No processo penal condenatório o acusado não tem qualquer ônus probatório, 
porque a regra constitucional da presunção de inocência assegura que qualquer 
dúvida sobre fato relevante deve ser resolvida em favor do acusado. Não há para o 
acusado, seque, o ônus de gerar dúvida sobre a ocorrência dos fatos que lhes sejam 
favoráveis, tendo em vista que tal posição equivale a afirmar que, para a condenação, 
o Ministério Público tem o ônus levar ao juiz a certeza da ocorrência de tais fatos.”3
É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o 
agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato existente na realidade. Jamais pela 
presunção, assim sendo a absolvição do acusado .........................., se impõe diante da fragilidade 
da prova coligida nos autos, no que pertine a autoria do fato delituoso narrado na denúncia.
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório, operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem 
nada deva.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão 
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da 
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à 
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o 
verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, 
absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, 
e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a 
tranqüilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse 
punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas 
de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, 
da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande 
perturbadora daquela mesma tranqüilidade para cujo restabelecimento foi 
constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por 
sua vez, esmagar o direito indébil”4 
Consoante magistério iluminado do jurista Ricardo Jacobsen Gloeckner:
“A natureza da presunção de inocência é de verdadeiro direito fundamental do 
acusado, que significa a não possibilidade de condenação do mesmo se não houver 
prova robusta de sua culpabilidade”. 5 (...) “Em nenhum momento processual poderá 
imputar-se ao acusado, cargas processuais, diante do princípio da presunção de 
inocência. Em caso contrário, uma tese, por exemplo, acerca da negativa de autoria 
de um delito, conduziria à necessidade da prova por parte do réu desta 
circunstância, como se verifica na jurisprudência majoritária do Brasil. Se tal tese 
defensiva não se comprova, a carga processual continua nas mãos do autor”.6
Arremate-se com a velha e atualíssima lição do esteio mestre da escola penal italiana,representa pelo insuperável CARRARA, que assim ensina com luminescência:
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro 
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. 
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão 
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre 
desativada de dúvidas”.
Na mesma trilha é o brilhante ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a 
condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossa 
mente em torno da existência de certa realidade7. Mesmo a íntima convicção do juiz, como 
sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza, 
mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a 
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso vertente, não existe qualquer prova jurisdicionalizada no sentido de que o 
Acusado, ora defendente, tenha praticado o ilícito penal contido na exordial acusatória que possa 
dar suporte ou servir de alicerce para eventual decreto condenatório, impondo-se sua absolvição 
nos termos do art. 386, do CPP, com a nova redação que lhe deu a Lei nº 11.690/08.
De outro prisma, conforme alinhavado em linhas volvidas, não há coerência com as 
declarações da mãe da suposta vítima, que afirma que a ação supostamente atribuída ao acusado 
ocorreu de forma extremamente rápida e imediata, em questão de segundos, não coadunando 
com as lesões apresentadas no laudo pericial de conjunção carnal de fls. 52/53 que descreve a 
presença de edema e hiperemia vulvar.
A hiperemia, que consiste no aumento de sangue dentro dos vasos na região ou território 
orgânico por intensificação do aporte sanguíneo ou diminuição do escoamento venoso, para 
perdurar durante período longo, necessitaria que o tecido fosse submetido a pressão ou atrito por 
tempo prolongado, obstruindo algum vaso sanguíneo, provocando irritação e vermelhidão na 
zona afetada, conforme estudos científicos sobre o assunto,8 ou por patologia infecciosa ou 
inflamatória aguda.
Alguns precedentes judiciais de nossos tribunais superiores têm proclamado pela 
absolvição do réu por não terem caráter conclusivo de criminalidade a detecção de hiperemia 
vulvar na suposta vítima, conforme os seguinte julgado:
Ementa: APELACAO CRIMINAL CRIME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR 
ART. 214 DUAS VEZES, ART. 224, ALINEA A E C, ART. 226 , II , NA FORMA DO 
ART. 69 , TODOS DO CÓDIGO PENAL PENA FIXADA EM DEFINITIVO 18 ANOS DE 
RECLU SÃO ABSOLVICAO LAUDO DE CONJUNCAO CARNAL VITIMA KASTER 
HIPEREMIA VULVAR POR SECRECAO DE MA HIGIENE LOCAL AMBOS OS 
LAUDOS IMPOSSIBILIDADE DE CONCLUSOES RESISTENCIA DAS PACIENTES 
AUSENCIA DE PROVA MATE RIAL INCERTEZA E DUVIDA RECURSO DADO 
PROVIMENTO ABSOLVICAO ART. 386 , VI DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL”.9
Deste modo, restou extremamente duvidoso o momento exato e quem teria provocado as 
lesões descritas no laudo pericial de conjunção carnal de fls. 52/53, uma vez que não estão em 
harmonia com a narrativa da mãe da suposta vítima, impondo-se, como forma de fazer a devida 
Justiça, a decretação do non liquet com a consequente absolvição do Acusado, nos termos do art. 
386, IV e VII do CPP.
É entendimento pacífico na doutrina e jurisprudência que não existe limitação ou restrição 
na produção de prova dentro do processo penal, com exceção das provas relativas ao estado das 
pessoas, que deverão obedecer às restrições estabelecidas na lei civil, conforme parágrafo único 
do art. 155 do CPP. A qualidade da situação de padrasto está condicionada às prescrições ditadas 
pelo Código Civil Brasileiro. Assim, considera-se padrasto, para os fins penais, pessoa casada 
com a mãe.
O entendimento de nossos superiores pretórios, é de que a lei não comporta interpretação 
extensiva, não podendo a majorante prevista no inciso III do art. 226 do CP ser aplicada ao 
agente que vive em condição more uxorio, conforme o seguinte julgado:
“Causa específica de aumento de pena, prevista no art. 226, III, do CP, que não é de 
ser considerada, na espécie, por não se tratar de agente juridicamente casado, não 
sendo lícito assemelhar-se ao mesmo o que vive maritalmente com outra mulher, 
visto que a lei penal não comporta interpretação extensiva”.10
Em conclusão, reitera o Acusado, ora Defendente, que o Ministério Público não trouxe a 
colação elementos de convicção robustos relativos à existência do fato criminoso descrito na 
denúncia, nem tampouco referente à autoria, impondo-se, via de consequência, a edição de édito 
absolutório. Em caso de pensamento divergente, é imperiosa a extirpação da majorante prevista 
no inciso III do art. 226 do CPB.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado ............., sejam as presentes alegações finais por memoriais recebidas, 
vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, julgado improcedente a 
denúncia, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, decretando a absolvição do 
Acusado/Defendente, pois desta forma Vossa Excelência estará, como de costume, editando 
decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local e Data
_____________________
OAB
Desaforamento Criminal – Defesa
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE 
_____.
Desaforamento Criminal
Protocolo nº .............
Ilustre Desembargador Relator
Trata-se de pedido de Desaforamento de Julgamento pelo tribunal do Júri, empolgado pela 
juíza da 4ª Vara Criminal de Anápolis, alegando in summa que o Pronunciado .........................., é 
indivíduo de alta periculosidade, respondendo por dois processos de homicídio “conforme 
comentários no meio policial de que a sessão do julgamento pelo Júri não se realizaria, já que 
circulavam boatos de que as testemunhas estavam sendo ameaçadas e provavelmente não 
compareceriam” (fls. 04).
Alega, também, que durante o julgamento havia uma platéia de aproximadamente 200 
pessoas, dentre as quais, 50 supostamente vinculadas a pessoa do pronunciado e que agiam de 
modo anormal vez que entravam e saíam do plenário constantemente, fato que causou 
preocupação da magistrada, ora, Representante.
Conforme versão apresentada pela autoridade Representante, no decorrer dos trabalhos um 
jurado se dirigiu a ela “afirmando categoricamente ter sido ameaçada por gestos por uma pessoa 
que estava no plenário, e que sendo conhecedor da fama do pronunciado, estava com medo de 
participar do julgamento”.
Ato seguinte, em sala secreta, na presença dos sujeitos processuais foi indagado aos jurados 
o seguinte quesito: “Os Senhores se sentem livres para proferir julgamento imparcial acerca dos 
fatos narrados na denúncia?”. Na verdade, 4 jurados responderam “SIM” e 3 jurados 
responderam NÃO, sendo que o escore contido na representação não está invertido, embora o 
erro também tenha sido transcrito na ata de julgamento, por um descuido (?) da Juíza Presidente. 
Pouco importa, porque uma resposta NÃO já seria suficiente para contaminar o Conselho de 
Sentença e provocar sua dissolução.
Ocorre, Senhor Desembargador e Colenda Turma, datíssima vênia, que os fatos não se 
deram da forma narrada na Representação. Nem a defesa, nem o Réu e tampouco a assistência do 
público contribuiu para o encerramento prematuro da sessão, com quer fazer crer a Magistrada 
postulante.
De início, em que pese o zelo pela segurança do recinto do júri e dos participantes, o 
aparato policial montado foi espalhafatoso eassustador, com inúmeros policiais munidos de 
armas pesadas no interior dentro provocando um clima hostil e intolerável para o membros do 
Conselho de Sentença, que de regra não estão acostumados com o ambiente forense. 
Os trabalhos transcorreram de forma normal, sem incidentes que pudessem comprometer o 
bom andamento e a continuidade do julgamento, inclusive o MP, em sua primeira sustentação 
oral, pugnou pela absolvição do Réu em relação a duas tentativas brancas de homicídio, ou seja, 
o julgamento caminhava para uma decisão favorável ao réu. Não havia interesse da parte da 
defesa, do réu ou da assistência ameaçar quem quer que seja.
Com relação à alegação de supostas ameaças dirigidas às testemunhas que deporiam em 
plenário, é despropositada e supositícia, vez que todas as testemunhas arroladas pela Acusação 
se fizeram presentes na sessão do júri, inclusive, ao serem indagadas sobre eventuais ameaças 
negaram de forma peremptória e veemente, conforme cópias dos depoimentos em apenso (Doc. ). 
Em resumo: as supostas ameaças à testemunhas foram fruto de boatos inverídicos ou da 
imaginação fértil do julgador que presidiu o feito.
Na verdade, ao que tudo indica, existe uma franca e indisfarçável prevenção de ordem 
negativa da Juíza Presidente para com a pessoa do Réu, pois as medidas de segurança sugeridas e 
tomadas estão em franca colidência com a realidade dos fatos e provocaram uma imagem 
distorcida com relação à pessoa do Acusado.
Ao bem da verdade, na sala secreta, o defensor concordaria com a dissolução do Conselho 
de Sentença, mesmo que a reclamação tivesse partido de apenas um jurado, vez que, neste caso, 
não se trata de maioria e sim de isenção por parte do Júri como um todo.
O pedido de desaforamento é baseado única e exclusivamente de suposições, boatos, 
acerca de uma alegada hiper periculosidade do Pronunciado. Que poderia comprometer e 
colocar em dúvida a imparcialidade dos Jurados.
A dúvida quanto a imparcialidade do Júri, conforme a doutrina mais abalizada deve se 
sustentar em fatos concretos e que desabonem a conduta dos jurados convocados, por flagrante 
parcialidade pró ou contra o réu, não sendo suficiente meras conjecturas e suposições de que 
estariam intimidados pela má fama do réu, o alarido feito pela mídia, ou a presença numerosa do 
público em plenário.
A jurisprudência hodierna tem proclamado que “a mera alegação de parcialidade dos 
jurados, desacompanhada de qualquer comprovação idônea e eficaz não basta para justificar o 
desaforamento”1. Assim, a representação da magistrada de piso não merece vingar, pois seus 
argumentos não encontram guarida nos motivos taxativos previstos no art. 427 do CPP, 
mormente quando a suposta parcialidade do jurado não passa de uma quimérica e artificiosa 
imaginação da autoridade representante.
É princípio basilar da instituição do Júri garantir ao Réu ser julgado pelos seus pares, como 
forma de dar amparo a sua eleição de Juízo Natural para apreciar julgar o crimes dolosos contra 
vida ex vi inciso XXXVIII, do artigo 5º, da Constituição Federal, sendo que a derrogação de sua 
competência só poderá ocorrer excepcionalmente quando se fizerem presentes, de forma clara e 
transparente, os motivos exigidos pela lei processual (art. 427, CPP).
O Estado, no exercício da monopólio do jus puniendi e jus persequendi, em matéria 
criminal, detentor do supremo poder na administração da justiça, jamais poderá se curvar diante 
de questiúnculas e abrir mão de sua supremacia no comando das relações sociais e interpessoais 
que porventura possam ocorrer no desempenho de seu dever de prestar a jurisdição a todo e 
qualquer cidadão, principalmente quando este tem o direito de ser julgado pelos seus pares, nos 
crimes dolosos contra a vida.
Em conclusão, espera o Pronunciado seja mantido o foro de Anápolis para a realização da 
sessão de julgamento pelo Tribunal do Júri, por via de consequência indeferido o presente 
pedido de desaforamento, como forma de sacramentar o princípio constitucional do juízo 
natural. 
Pelo indeferimento do presente pedido de desaforamento.
Local e data
__________________ 
OAB
Recurso - Contra Razões - Tribunal do Júri - Impossibilidade de 
Recorrer Pela Segunda Vez Sob o Mesmo Motivo
CONTRA RAZÕES RECURSAIS
Autos nº 
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO
Apelado: 
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara,
Versa o presente recurso do segundo inconformismo do Órgão de Acusação Oficial com o 
veredicto soberano proferido pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de ................, com 
supedâneo nas alíneas “a e d” do inciso III, do artigo 593, do Código de Processo Penal, sob o 
argumento de ter o Conselho de Sentença proferido decisão “manifestamente contrária as provas 
dos autos”. 
PRELIMINARMENTE
A parte final do § 3º do art. 593, do CPP, veda a interposição de segunda apelação com base 
no inciso III, alínea “d” (decisão manifestamente contrária à prova dos autos), mesmo que a 
primeira apelação tenha sido interposta pela parte ex adversa. 
A Acusação Estatal e sua nababesca assistência particular interpuseram recurso de 
Apelação às fls. 775 e 776, (Vol. 04), com fulcro no art. 593, § 3º, “a” e “d” do CPP, por ocasião do 
primeiro julgamento, do Apelado, pelo Júri de ................. Novamente levado a julgamento foi 
absolvido pelo Conselho de Sentença, tendo o Órgão Ministerial interposto novo recurso 
apelatório (fls. 1.016) com base nos mesmos dispositivos legais e fundamentos: “decisão dos 
jurados manifestamente contrária à prova dos autos”. 
Conforme entendimento já sedimentado nos nossos tribunais de teto, notadamente o 
Supremo Tribunal de Justiça, esse novo inconformismo do apelante, no entanto, justamente por 
se amparar no referido dispositivo da Lei de Ritos, encontra óbice na regra do artigo 593, 
parágrafo terceiro, do mesmo Código de Processo Penal. A norma impede a interposição de 
segunda apelação pelo mesmo motivo. Aqui entendida esta como o recurso interposto com base 
na mesma hipótese de cabimento, ou seja, na disposição relativa à Decisão do Conselho de 
Sentença manifestamente contrária à prova dos autos.1
A fundamentação do julgado retro citado reverbera que a norma do artigo 593, parágrafo 
terceiro, do CPP, ao impedir que a parte se utilize do recurso de apelação para exame do mesmo 
propósito de anterior apelo interposto, prima pela segurança jurídica, porquanto impede a 
utilização do expediente recursal como forma de eternizar a lide criminal.
No caso em apreço poder-se-ia, içar o argumento de que embora tenha a parte sucumbente 
utilizado do mesmo dispositivo legal no recurso original, este aspecto não fora apreciado pelo 
órgão revisor, porém, o objeto que se pretendia no primeiro apelo: submissão do réu a novo 
julgamento fora plenamente alcançado tendo sido absolvido novamente pelo Júri. 
Este Egrégio Sodalício por sua Primeira Câmara Criminal, já se posicionou em caso análogo 
na Apelação Criminal Nº 32.657-0/213 (200705200978), de Luziânia.GO. exarando a seguinte 
Ementa:
“(...) 6. HOMICÍDIO QUALIFICADO. JULGAMENTO CONTRÁRIO À PROVA DOS 
AUTOS. SEGUNDA APELAÇÃO PELO ‘MESMO MOTIVO’ QUE EQUIVALE A 
EXPRESSÃO ‘PELO ANULAÇÃO. MESMO FUNDAMENTO’. INVIABILIDADE. 
Cuidando-se de julgamento pelo Júri, inviável segunda apelação, fundada no ‘mesmo 
motivo’ (manifesta contrariedade do julgado à prova dos autos), que equivale a 
expressão ‘pelo mesmo fundamento’, ainda que interposta pela parte ex-adversa. 
Interpretação do artigo 593 parágrafo terceiro (in fine) do Código de Processo Penal. 
(...)”APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.”2
É no mesmo sentido o entendimentoadotado pelos demais tribunais regionais:
Tribunal de Justiça de São Paulo - TJSP.
“JÚRI - Decisão contrária à prova dos autos - Hipótese de segunda apelação pelo 
mesmo motivo ou fundamento legal - Mérito reapreciado pelos jurados - Pretendida 
anulação do julgamento sem amparo legal para uma nova anulação em respeito ao 
princípio da soberania do júri - Recurso parcialmente conhecido e na parte 
conhecida improvido.”3
Tribunal de Justiça do Distrito Federal - TJDF.
“DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL - Homicídio - Preliminar - Nulidade 
posterior à pronúncia - Uso de data show - Violação do artigo 475, do CPP - Mérito - 
Decisão manifestamente contrária à prova dos autos - Segunda apelação pelo mesmo 
motivo.
Preliminar: o uso na sessão de julgamento de projeção de fotografias dos autos, 
mediante o sistema denominado data show, não constitui surpresa, prova nova, 
vedada no artigo 475, do CPP, vez que não se pode ampliar o âmbito do que constitui 
documento; mérito: ainda que manejado pela parte contrária, o fundamento que 
ensejou a cassação do veredicto. Decisão manifestamente contrária à prova dos autos 
-, constitui óbice processual que impede a renovação do recurso pelo mesmo motivo. 
Rejeitar a preliminar e quanto ao mérito negar provimento, tudo à unanimidade.”4
Tribunal de Justiça do Paraná - TJPR.
“JÚRI - Segunda apelação pelo mesmo motivo - Decisão que se diz manifestamente 
contrária à prova dos autos - Inadmissibilidade - Inteligência do artigo 593, parágrafo 
3º, do Código de Processo Penal - Não conhecimento do recurso. 1. Não cabe segunda 
apelação por estar a decisão contrária à prova dos autos, qualquer que seja a parte 
recorrente na primeira oportunidade, porque a expressão contida no artigo 593, 
parágrafo 3º, do Código de Processo Penal “pelo mesmo motivo” tem também o 
significado de “pelo mesmo fundamento”.2. Seria ilógico, incongruente e até mesmo 
absurdo que o acórdão do Tribunal acolhesse a apelação para submeter o réu 
condenado a novo julgamento, se no primeiro julgamento recursal entendeu que a 
absolvição fora conferida em decisão manifestamente contrária ao acervo probatório 
analisado nos autos.5
Desse modo, com o não conhecimento do apelo, fica respeitado o princípio da soberania do 
Júri, tão constitucional quanto o da isonomia, evitando-se com a aplicação da norma em exame 
que a sentença proferida pelo Tribunal do Júri seja sempre objeto de ataque pelo mesmo 
fundamento, causando insegurança jurídica que o processo busca impedir além de vedar a 
utilização do expediente recursal como forma de eternizar a lide criminal, com inequívoco 
prejuízo ao status libertatis do cidadão.
Não é muito rememorar que nossas Constituições Federais de 1946 e de 1988 asseguraram 
ao Tribunal Popular a soberania dos veredictos, extirpando do ordenamento constitucional o 
vetusto e nefando Tribunal de Apelação, responsável pelo maior erro judiciário de nosso país, 
que sob a égide do Decreto Lei nº 167 de 05 de Janeiro de 1937, condenou os Irmão Naves 
quando o Júri de Araguari-MG., já os havia absolvido por duas vezes. Justamente como no 
presente caso.
Portanto, Excelência deve a presente preliminar ser acatada negando-se conhecimento ao 
apelo pela violação da norma incrustada na parte final do § 3º do art. 593, do Código de Processo 
Penal, consagrando a garantia constitucional da soberania dos veredictos proferido pelo Tribunal 
do Júri, conforme dispõe a alínea “b” do inciso XXXVIII do art. 5º da Carta Cidadã.
DO PREQUESTIONAMENTO
Em eventual manejo de recurso constitucional, em atendimentos às diretrizes de natureza 
regimentais, notadamente do art. 101, III e 105, III da Constituição Federal, suscita a defesa do 
Apelado, a título de prequestionamento, o não conhecimento do recurso, em razão do despacho 
que o recebeu ter negado vigência a Lei Federal, qual seja, o Código de Processo Penal, que na 
parte final do § 3º do art. 395, proíbe seu exercício pelo mesmo motivo, além de ter dado 
interpretação divergente atribuído outros tribunais que de forma unânimes rechaçam o 
prosseguimento do apelo em casos análogos..
1O Apelado foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no artigo 121, § 2º, 
inciso IV (última figura), do Código Penal. Pronunciado, libelado e submetido a julgamento pelo 
júri por homicídio qualificado pelo uso meio que dificultou ou tornou impossível a defesa da 
vítima, na modalidade da surpresa.
2No primeiro julgamento o Conselho de Sentença no uso do monopólio constitucional, 
para julgar os crimes dolosos contra a vida e sob o manto da soberania de seus veredictos, 
rechaçou as teses acusatórias operando a desclassificação para delito culposo, fora da órbita da 
competência do Júri. 
3Irresignado o Parquet e sua luxuosa assistência, empolgou recurso de apelação visando a 
anulação do julgamento, sob a pecha de ocorrência de nulidade posterior a pronúncia e decisão 
manifestamente contrária as provas do autos. Submetido a segundo julgamento pelo Júri, o 
Apelado foi absolvido tendo o Conselho de Sentença acatado a tese esposada pela defesa técnica 
da descriminante putativa, prevista no parágrafo primeiro do art. 20, do Código Penal. 
4Todo conjunto probatório carreado para os autos, inclusive produzido no decorrer dos 
julgamentos, em plenário, dá conta de que a vítima era pessoa belicosa e violenta e que por 
várias vezes havia ameaçado o acusado, caso o mesmo fosse à casa de sua mãe, onde também 
residia a vítima. Inclusive a vítima já havia agredido com golpes de cabo de revólver o Sr. João 
_______, (Fls. 765) cunhado do réu, por uma questão irrelevante, e espancado o Sr. _______, na 
porta do BEG da Avenida ________ no centro da cidade de _________ (fls. 56).
5O fato ocorreu quando o Apelado, ia se retirar da sala da residência de sua mãe e ao 
aproximar do sofá onde a vítima se encontrava, há mais ou menos um metro e meio de distância, 
esta fez menção de se levantar, tendo o Réu, receoso de a mesma iria cumprir suas promessas de 
agressão e imaginando que assim o fazia para cumprir suas ameaças, sacou de uma arma de fogo 
e disparou em direção às pernas da vítima, saindo do local logo em seguida.
6Exigir a exteriorização inequívoca de uma atitude agressiva e violenta por parte da vítima 
seria, sepultar o instituto da descriminante putativa, que tem sua sede e essência justamente na 
má apreciação dos fatos, ou seja, num erro plenamente justificado pelos antecedentes fáticos. 
7Consta ainda, dos autos, que o Apelado, através de seu irmão ................, autorizou a 
tomada de todas e quaisquer providências no sentido de salvar a vida da vítima, tendo custeado 
com todas despesas hospitalares, inclusive, determinou que a removesse para __________, ou 
outro local onde pudesse ser melhor atendida pelos médicos, sugestão repelida 
peremptoriamente pelos familiares da vítima, que não permitiram sua remoção do hospital onde 
se encontrava. 
8 Dizem as testemunhas:
Fulano de tal:
“Fls. 17 - QUE, fincando de fato, digo, quando do fato não houve nenhum 
desentendimento entre os protagonistas, por pequeno que fosse, pois ele não 
chegaram nem mesmo a conversar, contudo, já uma certa animosidade entre ambos, 
que vinha aumentando em decorrência de fuxicos de ................ e ................ , 
respectivamente, peões de ................ e ................, originada em decorrência de uma 
dívida de ................ para ................, sócio de ................, que era o avalista, mas 
posteriormente conseguiu a transferência do aval para ................, o que gerou um 
certo rancor entre os dois ( ................e ................ ), tornando mais acentuado depois de 
uma discussão entre seus irmãos ................ e ................ , esposa de ................ , 
contudo, conforme já disse em linhas atrás, acredita o depoente que os referidos 
peões foram os que mais influíram para a tragédia finalmente acontecesse; QUE, após 
a discussão havida entre ................ e ................, ................ procurou o depoente 
bastante contrariado com certas coisas ditas por .........., à sua esposa (da vítima), o 
que não teria ficado bem se estivesse presente, pois ele iria fazer com ele (.............) o 
mesmo que havia feito com seu concunhado .............., ou talvez ainda pior, pois se 
o ............. era tão valente um dos dois tinha que “ir”, oportunidade em que o 
depoente a mudar de opinião, inclusive nem iria levar aquelas conversas ao 
conhecimento de ................ para não piorar as coisas, não sabendo contudo precisar 
se ................., realmente não se inteirou do assunto;” (Grifei).
Em Juízo:
“Fls. 224v. – que, certa vez sua irmã ............... discutiu com o acusado porque este 
teria aconselhado sua mãe a não fazer uma reforma ou construção, fato que 
irritou ............; que, por isso ................. conversou com o depoente que aquela 
discussão só não deu em nada porque estava ausente que a partir daquela 
data ............. não conversava mais com o acusado; ... que ............. lhe pediu que 
falasse ao acusado que quando voltasse na casa de sua mãe, para pisar mais macio, 
ou melhor quando fosse para o lado de ..................; ” (Grifei).
Em Plenário
“Fls. 762 que o relacionamento da vítima com o declarante era muito bom, sendo que 
nunca tiveram desavenças; além do episódio envolvendo o ........., a vítima tinha um 
atrito com o ........, inclusive ele tinha pedido ao declarante para dizer para ele 
(...........) para não ir na casa de sua mãe, tudo em razão de uma discussão do acusado 
com a esposa da vítima;”
Fs. 762 o declarante e o acusado, a pedido de sua mãe (do declarante), foram até a 
casa do ............ e ele (...........) disse que se o ......... não retirasse a queixa ele mataria o 
.........., pois na veia dele (........) não corria sangue de barata; tentaram
Fls. 762 que o sofá em que a vítima estava localizava-se na saída obrigatória do 
recinto para quem fosse sair do ambiente, ou seja, quem fosse sair tinha que passar 
em frente ao ............; por esse local o acusado entrou também; quando o acusado 
despediu-se do declarante ele o fez em voz alta, anunciando que iria embora; (… ) 
o ............ saiu, levou uma menina no quarto e voltou;(…) que a vítima estava meio se 
levantando e estava a mercê do acusado; a vítima era alta e forte; a vítima estava há 
um metro e meio mais ou menos do acusado;” (Grifei)
Fls. 763 quando deu socorro à vítima o diagnóstico foi de tiros na perna, sem maiores 
consequências, razão porque ficaram tranquilos; quando saíram do hospital a vítima 
estava fora de perigo de morte e isso foi dito ao declarante pelo médico, razão porque 
ficaram absolutamente tranquilos; dias depois infeccionou a perna e generalizou pelo 
corpo; o declarante estava autorizado pelo acusado para fazer o que fosse preciso para 
que a vítima fosse tratada com todos os recursos e da melhor maneira possível, 
inclusive, se necessário, vender gado dele (acusado); quando conversou com o 
acusado acerca do fato ele disse que não tinha intenção de matar a vítima e que 
queria apenas imobilizá-la;”
JOSÉ...............
“Fls. 56 – QUE, na ocasião dessa agressão, a vítima .............. se encontrava armada, e, 
todos sabem que andava sempre armado; QUE, nesta mesma data ......... lhe disse que 
se fosse preciso mataria o declarante e até ..........., pois tinha batido em .........., e que 
não gostava de preto, preto não era gente, preto era a raça mais atoa que tinha no 
mundo;” (Grifei)
FERREIRA...............
“Fls. 760 que quando sentava naquele sofá ele abaixava, de maneira que para se 
levantar obrigatoriamente projeta-se os braços para frente, como se tivesse fazendo 
um abdominal”
JOÃO ...................
“Fls. 765 quer acrescentar que a ocorrência não teve seguimento por ameaças da 
vitima; o declarante foi ao delegado e pediu o arquivamento da queixa por temer as 
ameaças. (...) no entrevero entre o declarante e a vítima ocorrido por causa do desvio 
de uma água, o declarante procurou a vítima para resolver a situação e em nenhum 
momento foi mal educado com a vítima; a vítima disse que resolveria isso com uma 
bala na cabeça do declarante; o declarante disse que iria procurar um advogado; a 
vítima foi ao filtro, bebeu um pouco, retornou a água para o copo e jogou o resto no 
declarante; a vítima pegou um revólver e deu uma coronhada na cabeça do 
declarante, empunhando-lhe uma arma direcionada para sua cabeça, dizendo para o 
declarante não prosseguir com aquela ocorrência; a vítima era maior que o 
declarante; ela era alta e forte.”
MACEDO..............
Fls. 262 “Que certa vez se encontrava na casa de Jose ......, irmão do acusado e se 
recorda que lá apareceu a vítima chamando o acusado (..........) para conversar; Que 
viu os dois conversando, mas não pareceu que estava brigando; Que após a saída da 
vítima o depoente perguntou ao ............ sobre o que a vítima tinham conversado; 
quando ................ lhe disse que a vítima deu o seguinte recado ao acusado “Quando 
o ........ fosse na casa de sua mãe era pra falar baixo e pisar macio” não explicando o 
motivo e nem as consequências da desobediência; Que não ficou sabendo o motivo 
que levou a vítima a ter este comportamento; (...) “Que não ouviu falar de nenhum 
outro crime praticado pela acusado; 
Em Plenário
“Fls 764 - que na ocasião em que a vítima havia agredido o ............ o declarante 
estava no BEG, quando chegou o ..........; quando saíam dalì o ............ montou na 
moto e a vítima atravessou na frente, dizendo para o ................ “vamos acertar 
agora, preto safado. Eu bato em você, no ..........., no seu patrão e em quem achar 
ruim”; o depoente atravessou na frente e disse para não brigarem; no local havia 
dois soldados que se aproximaram, ao que a vítima disse para não se chegarem 
até ela e o .......; alguém puxou a traseira da moto, mas não sabe quem o fez, 
sendo que o ......... foi-se embora; o declarante estava de frente ao .......... para 
evitar que ele agredisse o .............; a vítima estava armada, pois sempre andava 
armada; quando falou que batia no patrão do ............. ele não falou o nome do 
acusado;” Grifei).
9Os jurados tomaram a decisão mais condizente aos fatos, ao sufragar a tese da legítima 
defesa putativa na conduta do Réu, haja vista não ser necessário um exercício mental acrobático, 
para se chegar à conclusão de que uma pessoa que depara com um indivíduo, sabidamente de 
espírito beligerante e violento, que o houvera ameaçado anteriormente, ao mínimo esboço de 
aproximação se disponha em assumir uma posição de defesa, mesmo que o ataque não passe de 
uma falsa impressão, decorrente de um erro plenamente justificável.
10 A versão apresentada pelo réu, e sustentada pela defesa técnica por ocasião do 
julgamento, está em perfeita sintonia e concordância com todo conjunto de provas produzido 
nos autos, tanto na fase administrativa quanto judicial, principalmente no Plenário do Júri, não 
havendo qualquer indicativo de que o Conselho de Sentença tomado a decisão manifestamente 
contrária as provas dos autos.
11 Decisão manifestamente contrária à prova dos autos é aquela que não encontra 
qualquer respaldo no processo. Havendo o mínimo de respaldo nas provas apresentadasno 
processo, não será manifestamente contrária.
“CRIMINAL. HC. JÚRI. DECISÃO ABSOLUTÓRIA. RECURSO MINISTERIAL. 
PLEITO DE NOVO JULGAMENTO. CONTRARIEDADE À PROVA DOS AUTOS. 
INOCORRÊNCIA. EXISTÊNCIA DE DUAS VERSÕES A RESPEITO DO CRIME. 
ORDEM CONCEDIDA.
I. Não se caracteriza como manifestamente contrária à prova dos autos a 
decisão que, optando por uma das versões trazidas aos autos, não se encontra 
inteiramente divorciada da prova existente no processo.
II. Ordem concedida para cassar o acórdão proferido pelo e. Tribunal de Justiça do 
Estado da Paraíba, determinando-se o restabelecimento da decisão proferida pelo 
Tribunal do Júri.” (Habeas Corpus nº 21503 – PB, 5ª Turma, Rel. Min. GILSON DIPP, j. 
12/11/2002, D.J.U. de 03/02/2003, p. 326)
III.
CRIMINAL. RECURSO ESPECIAL. JÚRI. NOVO JULGAMENTO. CONTRARIEDADE 
À PROVA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I. Não se caracteriza como manifestamente contrária à prova dos autos a 
decisão que, optando por uma das versões trazidas aos autos, não se encontra 
inteiramente divorciada da prova existente no processo.
II. A decisão que anula o julgamento do Tribunal Popular, porque contrário à 
prova existente no feito, deve fundamentar devidamente tal contrariedade.
III. Recurso conhecido e provido a fim de restabelecer a decisão condenatória 
proferida contra o recorrido. (RESP 163760 – DF, 5ª Turma, Rel. Min. Gilson Dipp, j. 
11/04/2000, D.J.U. de 15/05/2000, p. 00178).
12 Segundo decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça do Paraná, em v. aresto relatado 
pelo Desembargador MÁRIO LOPES:
“Não se pode falar em decisão contrária à prova dos autos se os jurados apreciaram os 
elementos probantes e firmaram seu convencimento adotando a versão que lhes 
pareceu mais convincente” (RT 590/405).
“Decisão contrária à prova dos autos. Caracterização de nulidade somente quando for 
manifesta a contrariedade, ressurgindo de análise não aprofundada dos elementos 
dos autos. Necessidade de estudo acurado para a conclusão que configura invasão da 
competência privativa do Tribunal do Júri, cuja soberania dos veredictos é 
estabelecida no art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF” (RT 658/323).
13 Como leciona ARY AZEVEDO FRANCO:
Que se poderá entender por manifesto, por evidente, senão aquilo que se impõe à 
percepção de todos, que todos vêem necessariamente, e sobre o que não é admissível, em sã 
consciência, e possibilidade de afirmações díspares?
14 Onde exista, porém, matéria sujeita ao critério da observação pessoal do julgador, 
dependente, para firmar-se, não da força dominadora da realidade indubitável, mas da 
apreciação subjetiva de cada um - não se pode cogitar de evidência.
Assim, sempre que o fato se apresente suscetível de ser divisado à luz de critério 
divergentes, capazes de lhe emprestarem diversa fisionomia moral ou jurídica, qualquer que seja 
a orientação vencedora, refletida na decisão do Tribunal Popular, não poderá ser havida como 
manifestamente contrária à prova”6 
Para Hermínio Marques Porto:
 
 “o critério atual, que limita impugnações às decisões populares sem amparo em 
contingente qualquer das provas, merecendo prevalecer decisão dos jurados que 
encontre amparo em parcela de prova, embora contrastante com versões outras.”7
Mais recentemente, JÚLIO FABBRINI MIRABETE adverte:
 
“somente é viável a repetição do julgamento, pelo mérito, em que o ‘error in 
judicando’ é reconhecido somente quando a decisão é arbitrária, porque se dissocia 
integralmente da prova dos autos, é contrária manifestamente à verdade apurada no 
processo e representa uma distorção da função judiciária do Conselho de Sentença”8
 De fato, em qualquer processo há duas versões sendo apresentadas. Optando o jurado por 
uma delas, não há que se falar que sua decisão é nula, pois tenha decidido contra texto de lei ou 
prova dos autos.
“O êxito da apelação fundada no argumento de decisão manifestamente contrária 
destoante do acervo probatório, vincula-se à arbitrariedade do júri, quando este, ao 
apreciar a causa, desvia-se dos fatos apurados para impor solução sem apoio em 
elementos de convencimento idôneos. Pressuposto expressamente reconhecido pelo 
tribunal de origem.”9
Há que se observar a flagrante violação do citado inciso III, alínea “d” do artigo 593 do 
Código de Processo Penal, pois o mesmo prevê o cabimento da apelação quando a decisão dos 
jurados for manifestamente contrária à prova dos autos. E tal somente se consubstanciará 
quando os jurados decidirem levando em consideração versão que não apresente qualquer 
subsídio nos autos do processo, e não quando optarem por versão apresentada e regularmente 
sustentada em juízo.
Somente quando a decisão do Júri se evidencia clara e nitidamente dissonante do acervo 
probatório é que se justifica a renovação do julgamento; deve ser manifestamente contrária à 
prova; se os julgadores de fato optarem por uma das versões plausíveis para o fato, não haverá 
como reconhecer-se que o veredicto é afrontoso da prova.
A apelação de mérito contra a decisão dos jurados é recurso, não apenas de efeito restrito à 
cassação de julgado, mas também de devolução incompleta de conhecimento da causa, que deve 
cessar, se e quando baste o exame para verificar que o veredicto não é manifestamente contrário 
à prova dos autos, e, sim, que, ex informata conscientia, escolheu uma dentre as versões 
plausíveis que o conjunto contraditório da prova admita; esse, porém, não é o caso se, ao 
veredicto, não se opõe apenas outra versão dos fatos, acaso melhor, mas a frontal 
incompatibilidade da decisão com circunstâncias objetivas evidenciadas por prova material 
inequívoca (HC 68.047-0 - MS - 1ª T. - Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - DJU 105/4932, 1/6/90).
No que concerne à abrangência do presente recurso há que se entender que pode ser 
utilizado para os casos em que há total discrepância entre o que foi colhido nos autos e aquilo 
que foi decidido pelo conselho leigo quando agiu sem a menor concordância com a logicidade 
presumida em situações idênticas. Isso não significa que o conselho de sentença não possa dar 
interpretação que considera conveniente. Pode, desde que essa interpretação esteja em 
consonância com as provas dos autos, como no caso vertente.
O Apelado foi submetido a julgamento pelo Egrégio Tribunal Popular por duas vezes e em 
ambas teve veredicto favorável, de modo que, vale dizer: a Acusação vergou-se vencida diante de 
dois Conselhos de Sentença diversos, que à toda evidência não vislumbraram presença de provas 
suficientes para condenar o réu, forma sugerida pelos Acusadores.
EX POSITIS,
espera o Apelado, sejam as presentes contra-razões recebidas, vez que tempestivas e 
próprias, porém, acatada a preliminar para negar conhecimento do apelo nos moldes da parte 
final do § 3º do art. 593 do CPP, quanto ao mérito seja negado provimento, para confirmar a 
decisão proferida pelo Conselho de Sentença, pois desta forma este Egrégio Sodalício, estará, 
como de costume, garantindo o império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Local e data.
___________________
OAB
Recurso - Embargos de Declaração - Sentença Que Deixa de 
Mandar Expedir Guia de Execução Provisória, Mudança do Local 
Para Cumprimento de Pena
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE ___________.
 
Protocolo:
Pelo Acusado: 
Embargos de Declaração
...............................já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a 
justiça pública desta comarca, via de seus advogados in fine assinados, permissa máxima vênia 
vem perante a conspícua epreclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, com 
supedâneo no art. 5º, inc. LVII da Constituição Federal, Súmulas 716 e 717 do Supremo 
Tribunal Federal, art. 382, do Código de Processo Penal, art. 1º e 86 da LEP e Resolução nº 
113/2.010 do CNJ, opor 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
à sentença condenatória de fls., por omissão da determinação de expedição de Guia de 
Execução Provisória, antes do trânsito em julgado do decisium de mérito, pelos seguintes 
fundamentos:
1A sentença condenatória prolatada por este Juízo as fls., publicada no Diário da Justiça nº 
2761, pág. 34, disponibilizado em 08.11.2011, em sua parte ordenatória, deixou de determinar a 
expedição Guia de Recolhimento para Execução Provisória, conforme determina o art. 8º do 
Provimento nº 113/2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), configurando invencível 
omissão a ser sanada via do presente embargo de declaração.
3 Por outro lado, o decisório abjurado embora reconheça que o Embargante reside e possui 
vínculo familiar e social na cidade de _________., deixou de determinar, expressamente, que o 
cumprimento da pena se dê naquela comarca, conforme faculta o art. 1º e 86 da Lei de Execução 
Penal.
Como as omissões objeto dos presentes embargos representam, meramente, erro material 
passivo de corrigenda através do presente recurso, protesta o Embargante pelo seu conhecimento 
e deferimento na forma do dispositivo ut retro citado.
EX POSITIS, 
com fundamento nos dispositivos legais ut retro alinhados, ouvido o ilustre Representante 
do MP, espera seja dado conhecimento ao presente recurso dando-lhe provimento em todos seus 
termos, pois desta forma Vossa estará editando decisão compatível com os mais elevados 
princípios do Direito e da Justiça. 
Pede Deferimento.
Local e data
__________________
OAB 
Recurso - Razões de Apelação - Erro na Dosimetria da Pena - 
Corrupção de Menores Para o Cometimento de Crimes ECA - 
Extorsão Mediante Sequestro
RAZÕES DE RECURSO 
Apelante: 
Protocolo:
 
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
O presente recurso foi manejado em razão do inconformismo, do Apelante com a sentença 
condenatória proferida pelo Juízo da Única Vara Criminal da comarca de ................., que o 
condenou nas penas do art. 244-B do ECA contra a evidência do conjunto probatório constante 
dos autos e injustificadamente impôs uma sanção penal acima do mínimo legal de forma 
exacerbada, face aos motivos, razões e fundamentos a seguir expostos.
SÚMULA DOS FATOS
1 A exordial acusatória de fls. 02/05, imputa ao Acusado, a suposta prática do ilícito penal 
previsto nos art. 159, § 1º, art. 29 ambos do Código Penal, c/c art. 244-B, da Lei nº 8.069/90.
2A Acusação Oficial, no pórtico primeiro da presente ação penal, se propôs a provar 
durante o persecutio criminis in juditio, que o Acusado, em concurso de pessoas, praticou o 
delito de sequestro qualificado em razão da duração superior a 24 horas e de ser, a suposta 
vítima, menor de 18 anos (art. 159, § 1º CPB), em combinação com a corrupção de menor para 
com ele praticar infração penal (art. 244-B do ECA).
3Durante a instrução criminal, além da suposta vítima e seus familiares, foi ouvida a 
testemunha ................, frentista do posto de gasolina de propriedade do pai de ................, além 
de três policiais civis que participaram das diligências que culminaram com as prisões dos 
Acusados, em nenhum momento qualquer elemento probatório foi produzido no sentido de 
comprovar a prática do ilícito penal incrustado no art. 244-B do Estatuto da Criança e do 
Adolescente.
4Ao ser apreendido, o menor ................, prestou declarações em Delegacia de Polícia, 
afirmando nada saber acerca do fato delituoso, tendo sido informado apenas de que tomaria 
conta do suposto sobrinho de ................, ora apelante, pela noite para que ele e ................ 
pudessem ir a uma festa, conforme consta dos autos, às fls. 28:
“Que indagado respondeu que não sabia nada acerca do sequestro da vítima; Que foi 
a casa onde funcionava o cativeiro na data de ontem, quinze de abril, por volta de 
22h a pedido de seu irmão........, que lhe levou ao local. Neste local ........ lhe pediu 
para que olhasse a casa e seu sobrinho, enquanto ................ e .......... iam para uma 
festa, como não estava fazendo nada aceitou o encargo”
 5 O Ministério Público manifestou-se pelo relaxamento da apreensão em flagrante 
do menor, tendo em vista não ter a autoridade policial lhe encaminhado-o como determina o art. 
175 do ECA, aduzindo ainda que nos autos não há indícios suficientes da participação do menor 
no delito.
6Tendo em vista que o menor sequer chegou a ter contato com a vítima, afirmando esta, 
inclusive, que não ouviu outras vozes no local do cativeiro se não de ................ e ................ 
(conforme declarações emitidas em Delegacia de fls.20), o Exmo. Sr. Juiz Dr. .................. acolheu 
o pleito do parquet, relaxando o auto de apreensão, e deixando ainda de decretar a internação 
provisória do menor, em face da ausência de indícios suficientes de sua participação na 
empreitada delitiva.
“Destaco também que o menor apreendido negou ter conhecimento do seqüestro, 
aduzindo ter sido convidado para ficar na casa a pedido de ............., que afirmou que 
no local estava um sobrinho seu, fato este ocorrido a noite. Pois bem, o fato de o 
menor apreendido ter chegado no local à noite, de não ter visto a vítima, conclusão 
esta que decorre dos termos do depoimento da vítima, e de ter permanecido no local 
por pouco tempo após a saída dos seqüestradores, indica, pelo menos no presente 
momento, que a tese do menor é verossimilhante. Para efeito de esclarecimento, ........ 
permaneceu no local por pouco tempo, tendo em vista ter chegado por volta das 
22:00 horas, conforme interrogatório de fls.11/12, e pouco tempo após a polícia ter 
chegado no cativeiro.” (Decisão de fls.
7A sentença hostilizada é suicida em sua conclusão ao condenar o Apelante pelo delito de 
corrupção de menor, quando categoricamente afirma que não basta a prova da prática do crime 
junto como adolescente ou criança inimputável, sendo imperioso que fique demonstrada a 
efetiva corrupção do adolescente, vez que trata-se de crime material, sendo que dos autos não 
consta qualquer indício de que o menor restou corrompido com a ação do Apelante, conforme o 
seguinte fragmento de fls. 516 in verbis: 
“O órgão acusatório, na peça inicial, incriminou, também, os acusados como 
incursos nas penas do art. 244-B da Lei n° 8.069/90, que tipifica o crime de 
corrupção de menores, consistente na prática de corromper ou facilitar a 
corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo a 
praticá-la.
O tipo legal consiste em criminalizar a conduta de pessoa adulta e capaz que 
exerça uma influência sobre jovens e adolescentes em pleno desenvolvimento de 
sua personalidade, levando-os a adentrar na prática de crimes. Visa o 
ordenamento impedir a inserção precoce do menor no mundo da criminalidade, 
com a deturpação de sua conduta através da associação com pessoa amadurecida 
afeita a transgressões.
Para que se configure o crime em tela é necessária a demonstração de que o sujeito 
maior corrompeu, ou influiu para que o menor cometa ou o induza a cometer o 
crime, eis que se trata de crime material em que há necessidade da ocorrência do 
resultado para a consumação, para tanto exige-se a prova efetiva de que o menor 
tenha se corrompido, não bastando a prova da prática do crime junto com o 
adolescente ou criança inimputável. (Grifei).Ora, percebe-se pelas testemunhas coligidas que os acusados corromperam o 
Adolescente ................, haja vista que eles o induziram a permanecer no cativeiro, 
em constante, vigília à vítima que, diga-se de passagem, também era um 
adolescente, isso para impedi-lo de fugir do local do cativeiro, enquanto os Réus 
se ausentavam daquele local, por algum motivo.
Nesse contexto, percebe-se que o adolescente ................ tinha conhecimento de 
toda situação e sabia que se tratava de um sequestro, mormente, por ser irmão de 
um dos Réus, não convencendo o seu depoimento colhido na fase policial, pois 
destoa do conjunto probatório inserido ao processo.”
8A decisão conspurcada é, também, contraditória ao realizar a operação da dosimetria das 
penas impostas ao Apelante, vez que, com relação ao crime de extorsão mediante seqüestro que é 
gravíssimo (art. 159 § 1º do CPB), ao sopesar as questões judiciais, estabeleceu uma pena-base 
rente ao mínimo legal, ou seja, 12 anos e 6 meses de reclusão cuja pena mínima em abstrato é de 
12 anos; ao passo que sopesando as mesmas questões judiciais aplica uma pena-base na média 
de 2 anos de reclusão quando o mínimo estabelecido para o crime mais leve (corrupção de 
menores) em lei é de 1 ano, assim deve o decisório de piso ser retificado com relação a pena 
imposta para o delito prescrito no art. 244-B do ECA, ancorando-a ao mínimo legal.
9Neste passo conclui-se que a sentença recorrida não se sustenta por seus próprios 
argumentos e fundamentos, razão pela qual este Egrégio Sodalício deve cassá-la, efetivando as 
devidas corrigendas.
DO DIREITO
Para que seja consubstanciada a prática do ilícito penal de corrupção de menores nos 
termos do estatuto da Criança e do Adolescente, é sabido que o menor deva ter consciência da 
prática da infração e que seja efetivamente induzido a praticá-la, conforme previsão no art. 244-B 
do referido Codex : 
“Art. 244-B - Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com 
ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.”
No caso em apreço, embora o menor ................, irmão do acusado ................, tenha sido 
apreendido no local do cativeiro, não foi o mesmo assediado a praticar qualquer crime, pois sem 
ter ciência do que realmente se passava, foi convidado por seu irmão a cuidar de um sobrinho do 
co-réu .................
Destarte, ausente o elemento subjetivo consubstanciado no dolo para configuração do 
ilícito penal de corrupção de menores nos moldes do art. 244-B do ECA., pois, constitui conditio 
sine qua non que o corruptor instigue ou ordene, induzindo o menor à prática do crime, e, no 
caso em comento, a suposta vítima simplesmente foi encontrada no local onde teria consumado 
o delito, insciente de que ali se encontrava uma pessoa sequestrada em cativeiro. 
Ao ser interrogado na esfera policial, quando da prisão em flagrante dos Apelantes, o 
referido infante patenteou que ignorava a existência de qualquer prática delituosa, conforme 
consta dos autos às fls.34 e SS, afirmando:
“Que indagado respondeu que não sabia nada acerca do sequestro da vítima; (...) 
Nesse local ............. lhe pediu para que olhasse a casa e seu sobrinho, a vítima, 
enquanto ................ e ................ iam para festa, como não estava fazendo nada, 
aceitou o encargo.”
 Observa-se que Lucas, desde o princípio, afirmou que nada sabia acerca do seqüestro, não 
tendo cometido crime algum, ficando ausente nos autos sequer indícios de sua participação na 
execução do crime, restando somente o fato de ter sido encontrado no local dos fatos, 
O Exmo. Sr. Juiz substituto Dr. Fabiano Ribeiro desta comarca de ................ reconheceu a 
inexistência de indícios suficientes da participação do menor na empreitada delitiva, 
determinando o relaxamento do Auto de Apreensão, e deixando de decretar sua internação 
provisória, às fls. 83/88, nos seguintes termos:
“No caso dos autos, o parquet a quem cabe analisar, prima facie, possibilidade de 
remissão ou legalidade do ato, entende não se fazer presente indícios suficientes da 
participação do menor na empreitada delitiva, razão pela qual também pugnou pelo 
relaxamento do Auto de Apreensão. (...)
ISTO POSTO, procedo ao relaxamento do AUTO DE APREENSÃO, determinando a 
imediata soltura do adolescente ................. Deixo de decretar a internação provisória 
do menor em face da ausência de indícios suficientes de sua participação na 
empreitada delitiva. Encaminha-se o menor ao domicílio de seus genitores, 
localizado na cidade de ................, devendo participar da diligência um dos 
Conselheiros Tutelares desta Comarca.”
A pretensa vítima, asseverou desde o início que não tinha consciência do que se passava, 
afirmando acreditar que se encontrava no local para tomar conta do sobrinho do 
acusado ................, sendo indispensável para a existência do ilícito penal de corrupção de 
menores que a vítima tenha pleno conhecimento da atividade criminosa em andamento, sem 
esta peculiaridade não há que se falar em participação do menor ou adolescente na prática 
delituosa.
Este assunto já foi objeto do crivo judicial, tendo a autoridade judiciária, acolhendo pedido 
do Ministério Público, decidido de que menor não cometera nenhuma conduta subsumível na 
descrição de eventual ato infracional determinando o arquivamento do feito. 
Por outro prisma, é pacífico, na doutrina dominante, que a corrupção de menores trata-se 
de crime material, que só se aperfeiçoa com a positivação do resultado como característico do 
tipo penal, com a objetiva lesão do bem jurídico tutelado. O que vale dizer: que para sua 
consumação é imperioso e indispensável que a vítima efetivamente fique corrompida em sua 
conduta moral.
Conforme se verifica em recente decisão deste Tribunal:
APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO QUALIFICADO. FIXAÇÃO DA PENA-BASE ACIMA 
DO MÍNIMO LEGAL. IMPOSSÍVEL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS REANALISADAS 
TODAS FAVORÁVEIS. CORRUPÇÃO DE MENORES. CRIME MATERIAL. 
ABSOLVIÇÃO MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. PRESCRIÇÃO RETROATIVA 
DECLARADA DE OFÍCIO. 1 - Na dosimetria da pena, o magistrado ao analisar as 
circunstâncias judiciais, valorou negativamente a culpabilidade, conduta social e 
motivos sem apresentar qualquer elemento concreto que ultrapassasse o próprio tipo 
penal, bem como os antecedentes sem sentença condenatória transitada em julgado, 
de modo que com a reanálise delas, a pena-base deve ser mantida no mínimo legal. 2 
- O crime de corrupção de menores é de natureza material, ao passo, que exige a 
prova cabal de que o menor envolvido no crime, tenha sido corrompido pelo réu, e 
na espécie, não há provas de que a conduta do apelado tenha deturpado a moral dele, 
sendo impositiva a manutenção de sua absolvição. 3 - Considerando que o recurso do 
Ministério Público foi improvido, é imperioso o reconhecimento, de ofício, da 
prescrição retroativa. Recurso desprovido. (335746-64.2005.8.09.0126 - APELACAO 
CRIMINAL; DJ 842 de 17/06/2011; 1A CAMARA CRIMINAL).
Verifica-se, assim, que a descrição legal do crime, possui dois núcleos alternativos: 
corromper, que tem o significado de perverter, viciar, depravar, etc, e facilitar a corrupção, que é 
tornar mais fácil, prestar auxílio à iniciativa do menor, para que a vítima seja corrompida 
incitando ou estimulando para que precocemente enverede na senda da criminalidade. Situações 
inexistentes no caso em apreço.
Pelos argumentos ut retro estendidos impõe-se que seja a sentença recorrida deve ser 
cassada no que concerne a condenação do Apelante nas penas do art. 244-Bda Lei 8.069/90, 
decretando sua ABSOLVIÇÃO, como forma de restaurar o império da legalidade e da justiça.
Caso assim não entenda, Este Colegiado, incontestável se torna a ilação de que a pena 
imposta pelo magistrado da instância singela, para o delito do art. 244-B do ECA., foi 
demasiadamente exacerbada, ao ser fixada no seu patamar médio, enquanto que o crime de 
seqüestro teve a a mesma aferição das questões judiciais e sua reprimenda penal foi delimitada 
próximo ao mínimo legal.
A fixação da pena dentro das balizas estabelecidas pelas margens penais constitui, 
conforme o art. 59 da Parte Geral do Código Penal, de 1984, uma tarefa que o juiz deve 
desempenhar de modo discricionário, mas não arbitrário. O juiz possui, no processo 
individualizador da pena, uma larga margem de discricionariedade, mas não se trata de 
discricionariedade livre e sim, como anota Jescheck1 de discricionariedade juridicamente 
vinculada, posto que esteja preso às finalidades da pena e aos fatores determinantes do quantum 
punitivo.
Além de ser indispensável fundamentar, de modo preciso, a razão pela qual condena, está 
o juiz, ainda na obrigação tornar claro e evidente por que aplica determinada sanção penal, 
especialmente no que diz respeito ao seu quantum. Na abalizada lição de Hélio Tornaghi, o juiz 
tem que dizer não somente porque razão condena, mas também porque aplica determinada 
pena, especialmente no que diz respeito a quantidade2.
Neste particular, diz a Exposição de Motivos do Código de Processo Penal: A sentença deve 
ser motivada. Com o sistema do relativo arbítrio judicial na aplicação da pena, consagrado pelo 
novo Código Penal, e do livre convencimento do juiz, adotado no presente projeto, é motivação 
da sentença que oferece garantia contra os excessos, os erros de apreciação, as falhas de 
raciocínio ou de lógica ou os demais vícios de julgamento. Assim, no dizer de Nucci, trata-se de 
um processo judicial de discricionariedade vinculada visando à suficiência para a prevenção e 
reprovação da infração penal3, e não um instrumento de arbítrio e prepotência. 
Já não há espaço, dentro do panorama atual do mundo jurídico, para aqueles que encaram 
a pena simplesmente como instrumento de caráter retributivo e expiatório, atuando como meio 
de intimidação, incutindo o medo nas pessoas (prevenção geral). A pena deve atender também a 
ponderações de prevenção, para fortalecer o sentimento jurídico e a fé da sociedade no direito, e, 
ainda, ser suficiente para criar condições que permitam a harmônica integração do condenado na 
sociedade. 
Com efeito, um direito penal que se quer democrático deve utilizar a pena aferindo no caso 
concreto a sua real necessidade e eficácia, tanto para o agente do delito, quanto para sociedade 
que sofreu o prejuízo com a infração. Para tanto, o legislador e o juiz devem estar atentos aos 
princípios norteadores da sanção penal em um Estado Democrático de Direito, principalmente na 
imposição da pena privativa de liberdade, que é a que menos tem auferido resultados no sentido 
de satisfazer as aspirações de um moderno Direito Penal Democrático.
Consoante o entendimento adotado pela doutrina e jurisprudência dominante, o objetivo 
da pena não é eternizar ou infernizar a situação do apenado. Para reintegrá-lo ou reinseri-lo no 
convívio social torna-se fundamental dinamizar o tratamento prisional, utilizando-se de critérios 
repressivos, mais salutares que a prisão, para a ajustar a pena ao seu fim de profilaxia social.
“Na fixação da pena o juiz deve pautar-se pelos critérios legais e recomendados pela 
doutrina, para ajustá-la ao seu fim social e adequá-la ao seu destinatário e ao caso 
concreto”4 
“Na fixação da reprimenda o Magistrado deve atender e buscar o equilíbrio 
necessário entre o interesse social e a expiação, sempre visando ao sentido binário da 
pena, verdadeira pedra de toque do direito penal moderno: reinserção social e 
expiatório-aflitivo, afeiçoando-se ao princípio da humanidade da pena, finalidades 
atribuídas pelo estatuto repressivo pátrio”5
“O Juiz não pode, sem nenhum dado concreto, carregar na dosimetria da pena, 
arbitrariamente e segundo sua opinião pessoal a respeito de um determinado tipo 
penal, mormente depois de ter considerado a primariedade do agente6” 
Com relação a questão judicial da personalidade, o juiz sentenciante assevera que o 
acusado “denota má índole e perversão, mormente por introduzir um adolescente no submundo 
do crime”, porém não há registros de que o ilustre magistrado tenha formação técnica para aferir 
peculiaridade da psicologia humana.
A doutrina de vanguarda7 afirma que a análise da personalidade e conduta social realizadas 
pelos juízes de direito, representa pura retórica, vez que os mesmos não possuem habilitação 
técnica para proferir juízos de natureza antropológica, psicológica ou psiquiátricas, além do 
processo judicial não dispor de elementos hábeis (condições mínimas) para o julgador proferir 
“diagnóstico” desta natureza. Por isso, devem sempre ser analisadas de forma favorável ao réu. 
Na lição de Saulo de Carvalho8 não basta, pois, o magistrado suscitar um elemento 
categórico, encobrindo-o por termos vagos e imprecisos. O requisito constitucional da 
fundamentação das decisões impõe a explicação dos critérios, métodos e conceitos utilizados. 
Inadmissível, assim, que se possa auferir juízo negativo de personalidade sem demonstrar a base 
conceitual e metodológica que possibilitou a enunciação.
Embora tímida, a jurisprudência já caminha em direção do entendimento de que a noção 
de personalidade do acusado auferida pelo magistrado, padece de profunda anemia significativa 
não podendo assim ser considerada de forma prejudicial ao réu conforme o seguinte julgado do 
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
“Pena. Dosimetria. Circunstâncias Judiciais da Personalidade e Conduta Social. 
Impossibilidade de Agravar a Punição.
As circunstâncias judiciais da conduta social e personalidade, previstas no art. 
59 do CP, só devem ser consideradas para beneficiar o acusado e não para lhe 
agravar mais a pena. A punição deve levar em conta somente as circunstâncias 
e conseqüências do crime. E excepcionalmente minorando-a face a boa conduta 
e/ou a boa personalidade do agente. Tal posição decorre da garantia 
constitucional da liberdade, prevista no artigo 5º da Constituição Federal. Se é 
assegurado ao cidadão apresentar qualquer comportamento (liberdade 
individual), só responderá por ele, se a sua conduta (lato senso) for ilícita. Ou 
seja, ainda que sua personalidade ou conduta social não se enquadre no 
pensamento médio da sociedade em que vive (mas seus atos são legais), elas 
não podem ser utilizadas para o efeito de aumentar sua pena, prejudicando-o.”9
Na lição de Aníbal Bruno, as questões judiciais “são condições acessórias, que 
acompanham o fato punível, mas não penetram na sua estrutura conceitual e, assim, não se 
confundem com seus elementos constitutivos. Vem de fora da figura típica, como alguma coisa 
que acrescenta ao crime já configurado, para impor-lhe a marca de maior ou menor 
reprovabilidade.”10 
É inadmissível que, no mesmo processo, haja duas imputações, gerando a análise de 
questões idênticas que produzem, por fim, resultados diferentes.
O magistrado ao analisar as questões judiciais previstas no art. 59, do CPB., no momento da 
dosimetria da pena a ser imposta pela prática do delito de extorsão mediante seqüestro concluiu 
que a pena-base suficiente para a reprovação e prevenção fosse fixada próxima ao mínimo legal, 
tal raciocínio também deveria ser aplicado quanto ao crime de corrupção de menores,uma vez 
que a análise das questões judiciais são idênticas em ambos os casos. 
Por se tratar de direito do acusado previsto constitucionalmente, ainda que o magistrado 
tenha discricionariedade na aplicação da pena, tal não se pode transformar em arbitrariedade, de 
modo que a mesma se dê ao bel prazer do julgador, sem que se encontre nos autos causa 
justificadora da elevada fixação.
“Sendo uma garantia constitucional do apenado, é necessário que se exija, quanto à 
pena, o máximo de legalidade e de objetividade no seu cálculo, a fim de que o poder 
discricionário do julgador não se transforme em arbitrariedade. Ao estabelecer a 
pena-base, goza o magistrado de relativo arbítrio; exerce, ele, um poder 
discricionário, sendo-lhe permitido optar entre o mínimo ou o máximo, caso não se 
coloque em posição intermediária. Entretanto, poder discricionário não é poder 
absoluto, totalitário, e a pena imposta sem as cautelas do art. 59 do CP é causa de 
nulidade do ato sentencial.” (JTAERGS 66/21) (Grifei)
Deste modo, avultadas as irregularidades da sentença recorrida, quanto a condenação do 
Apelante pelo crime do art. 244-B da Lei 8.069/90 (ECA) e no critério adotado no momento da 
fixação da reprimenda penal, impõe-se a decretação de sua nulidade, por falta de fundamentação 
para a imposição de uma pena demasiadamente exacerbada, devendo, pois, 
Este Tribunal cassar a sentença recorrida e fazer a devidas emendas e reparos.
EX POSITIS
espera, o Acusado ................, sejam as presentes RAZÕES DE APELAÇÃO, recebidas, vez 
que próprias e tempestivas, final conhecido do apelo e dado provimento em todos seus termos, 
decretando a absolvição do Apelante ou corrigindo a decisão recorrida, pois desta forma Este 
Egrégio Sodalício, estará como de costume editando decisório compatível com os mais elevados 
ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local e data
_________________
OAB
Alegações Finais por Memorial– Favorecimento a Prostituição
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ........ VARA CRIMINAL DE ..............
Protocolo...............
Alegações Finais Por Memorial
......................., qualificada nos autos, via de seu procurador, (m.j.), vem a presença de 
Vossa Excelência, com fulcro do artigo 403, do Código de Processo Penal, com redação dada pela 
Lei nº 11.719, de 20.06.2008 apresentar, no prazo legal, ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL, 
nos seguintes termos:
DOS FATOS
A Acusada, foi denunciada como incursa nas penas do artigo 228, do Código Penal, com 
redação dada pela Lei nº 12.015, de 07.08.2009 - DOU 10.08.2009 sob acusação de induzir e 
atrair a pretensa vítima à prostituição, pelo fato de ter sido surpreendida, no interior do 
Motel ......, no dia ........, na companhia da mesma, e do co-réu ..................
Conforme, depoimento, de fls.376, da testemunha ......................., (doc......), a acusada, foi 
vítima de uma ação policial, ardilosa, preparada, ILÍCITA e ilegal, vez que sua autuação em 
flagrante foi precedida de ajuste da vítima, que se encontrava coagida por um comissário de 
nome ..........., que atua no Setor Palmares no posto do “Juizado de Menores”, e os agentes 
policiais da Infância e juventude. Diz a testemunha:
“que sua amiga conhecida como ......, lhe contou que uma pessoa 
chamada ......................, do Juizado de Menores do Setor ............, havia armado um 
flagrante para o acusado ........... e que o mesmo a ameaçara dizendo que se ela não 
mantivesse relação sexual com o ......., este iria contar para sua mãe que a menor saía 
com esse senhor; que ........ não manteve relações sexuais com o .......; que não sabe 
de onde ....... tirou essa ideia e nem se o mesmo conhecia ou não o ..........; que não 
sabe de nenhuma pessoa que tenha sido convidada por ........ , para sair com 
homens;” (GRIFEI)
A versão de que o flagrante foi preparado ardilosamente, pelos policiais, encontra respaldo, 
também, no depoimento da testemunha ........................, em apenso, (doc. .......), assim como a 
suposta vítima realizava programas espontaneamente:
“que conhece o ......, que este é um agente do Juizado de Menores do Setor; que o 
mesmo disse para ....... marcar um encontro como ............, pois ia armar o flagrante 
que também o ...... ainda tentou agarrar a ..... que ..... agarrou a ....... dizendo que se a 
mesma não cedesse ia contar alguma coisa para a mãe dela” (grifei)
A própria mãe da suposta vítima Sra. ............., (doc.......), reconhece e declara que sua filha 
jamais foi induzida ou atraída a prostituição pela Acusada, em seu depoimento, incluso, com as 
seguintes palavras:
“Que sua filha lhe contou depois que havia ido ao motel com o médico porque o ..... 
morador do setor tinha combinado com a mesma para pegá-lo em flagrante que não 
sabe porque o ...... queria o flagrante; que não sabe porque sua filha resolveu ir...”
Incontestável que se tratou de um “flagrante preparado”, e não “esperado, portanto nulo 
como instrumento legal de coerção da liberdade pessoal.
O auto de Prisão em Flagrante, além de preparado, o que vale dizer nulo e ilícito, não 
obedeceu as prescrições legais, uma vez que o crime atribuído a Acusada, é do rol daqueles que 
exigem a representação do ofendido ou seu representante legal para legitimar a ação da 
autoridade policial, conforme o próprio Órgão Ministerial o admitiu em sua cota, nos autos em 
apenso, de pedido de relaxamento de prisão em flagrante, nos seguintes termos:
“Na verdade, o objetivo principal da prisão em , flagrante é a segurança da 
culpabilidade do acusado, entretanto, no presente feito, tratando-se de crime que se 
apura mediante ação penal privada, a prisão só perdura quando a pessoa interessada 
manifesta a vontade de ser processado o autor do crime, mas tal manifestação deve 
ocorrer no prazo de vinte e quatro horas, o que não ocorreu. Sendo assim somos pelo 
relaxamento da prisão em , flagrante ora requerido.”
É, pois, notório que a sustentação da pretensão Acusatória, se baseia única e 
exclusivamente em provas extrajudiciais, obtidas ilicitamente pelas autoridades policiais durante 
a fase inquistorial.
A denúncia, referindo-se as declarações de outras menores, na promotoria da infância e 
juventude, acostadas as fls. ......, afirmou:
“Além da vítima ......, os denunciados ........ e ...... ainda induziram outras menores à 
prostituição atraindo-as com oferta de R$ ........ por cada programa, menores estas 
constantes nas declarações, anexadas ao inquérito.”
As menores apontadas na denúncia são: ............... (fls. .....); ................ (fls. ...); ................ 
(fls. ...); e ............................. , (fls. .....), que ouvidas perante a ilustre juíza da comarca de ......, em 
deprecata da comarcas de ...................., nos autos nº ...................., conforme documentação, em 
apenso, (doc. .... ) negaram peremptoriamente e de forma unânime a veracidade das referidas 
declarações, assim se pronunciaram: 
1) ......: “...que nunca teve intimidade e nunca conversou com ....... que; que não sabe 
de nenhuma pessoa que tenha sido convidada por ...... , para sair com homens;” 
2) .....: “...conhece ........... apenas de vista não pode dar informações sobre o 
comportamento e vida passada dela; que nunca soube que ela tivesse praticado ato 
desabonador e nunca soube que ela tivesse intermediado menores para o acusado;”
3) ................: “que não sabe se ........... fazia programas; que a mesma nunca lhe 
propôs fazer programa;”
4) ..............: “Que .............. nunca a convidou para sair com pessoa alguma”
Nenhuma das testemunhas arroladas na denúncia, afirmou tera Acusada, induzido ou 
atraído, a vítima à prostituição, corrompido ou tentado corrompe-la, inclusive, a mesma já é 
casada civilmente com o irmão da Acusada: ........................, desde ..............., conforme cópia da 
certidão de casamento em apenso. (doc....)
DO DIREITO
No caso em apreço, a Acusada, foi vítima de uma prisão engendrada artificiosamente pela 
polícia, que de maneira ilegal e ilícita, forçou a suposta vítima a provocar uma situação, 
supostamente flagrancial, geradora do presente feito, obtendo prova por meio ilícito, 
inadmissível no processo, conforme garantia constitucional estampada no artigo 5º, LVI, de nossa 
Constituição Federal e Art. 157, do Código de Processo Penal, com redação dada pela Lei nº 
11.690, de 09.06.2008 - DOU 10.06.2008, em juízo, sob o crivo do contraditório nada de positivo 
conseguiu, a Acusação, no sentido de provar o alegado na denúncia, a não ser os depoimentos 
contraditórios dos policiais, que efetuaram a diligência, que por si só, não tem a força para 
amparar uma possível decisão condenatória. 
Ressalte-se, também, que após sua prisão, a Acusada, foi objeto do sensacionalismo e 
execração pública por parte da mídia selvagem, e principalmente, do Ministério Público da 
Infância e Juventude que a transformou num monstro execrável, violando o seu direito de 
respeito a sua dignidade e integridade moral e a preservação de sua imagem de cidadã, que 
embora pobre e miserável: é humana, como também expôs de forma irresponsável a imagem das 
menores cujos direitos e prerrogativas tinha o dever de zelar.
A denúncia, imputou, ter a acusada infringido, o seguinte dispositivo penal:
Código Penal:
Art. 228 - Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração 
sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (“Caput” com 
redação dada pela Lei nº 12.015, de 07.08.2009 - DOU 10.08.2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
A conduta da Acusada não se enquadra no tipo penal acima descrito, pois a suposta vítima, 
a acompanhou por livre e espontânea vontade, sem qualquer ato que pudesse designar 
induzimento ou atração, como bem esclarece a testemunha ...............; além do que, a condição 
de prostituta da vítima, que é elemento sine qua non, não restou demonstrado nos autos, muito 
pelo contrário, ela afirma ter perdido a virgindade com seu namorado, com o qual se casou 
civilmente (doc.), comportamento incompatível com a de uma prostituta.
É corrente o entendimento de que o crime só se consuma quando o agente preenche todos 
os elementos de composição de um tipo penal, e, o objeto jurídico tutelado é atingido, ou como 
conceitua Anibal Bruno:
“É a fase última do atuar do criminoso. É o momento em que o agente realiza em 
todos os seus termos o tipo legal da figura delituosa, e em que o bem jurídico 
penalmente protegido sofreu a lesão efetiva ou a ameaça que se exprime no núcleo do 
tipo. É em face do tipo legal do crime que se pode concluir se o atuar do agente 
alcançou a fase de consumação” (in “Direito Penal, Parte Geral, 4ª ed., tomo. II, pág. 
254, 1984).
O Crime previsto, no artigo 228, do Estatuto Substantivo Penal, é crime instantâneo - sua 
consumação é constatada em um só instante, e se exaure num só momento; é também crime 
material – que só se aperfeiçoa com a positivação do resultado previsto no tipo legal, sendo 
portanto, por conseqüência, crime de dano – que só se considera consumado com a lesão efetiva 
do bem jurídico tutelado. Portanto, se não ficou provado a realização da conduta típica e se o 
resultado prostituição não ocorreu, obviamente, não se pode falar em conduta criminosa ou 
típica, ou de crime consumado.
Poder-se-ia, ad argumentandum, afirmar que o caso caracteriza-se em crime impossível, 
pois a polícia, sob coação, obrigou a suposta vítima a provocar uma situação de flagrante delito, 
e, impediu uma possível consumação delitual por ineficácia absoluta do meio ou absoluta 
impropriedade do objeto., consoante disposto no artigo 17 do CPB.
Na forma típica, induzir ou atrair alguém a prostituição, haveria a acusação de demonstrar 
durante a instrução criminal, qual foi a atividade ou conduta da Acusada que comprovasse ter 
induzido alguém, quer dizer: (incutido, instigado, incitado, persuadido, arrastado, etc.), ou 
atraído que é: (puxado, prendido, seduzido, etc.), à prostituição, pois o ônus da prova da 
existência do fato, da autoria, como também do elemento subjetivo, compete ao órgão acusador, 
pois em favor do réu vige o princípio constitucional da presunção de inocência. Logo, sendo a 
prova acusatória frágil, e controvertida, impõe-se a absolvição da acusada, conforme 
entendimento jurisprudencial dominante:
“A prova da acusação para ter conseqüência jurídica, deve conduzir a certeza da 
criminalidade (RF 69/604).
“A sentença condenatória há de se apoiar em prova inequívoca de autoria.” (TJRJ – 
Ap. Crim. Nº 57.925/72 – 2ª C. – Rel. Des. Wellington Pimentel).
Restou à acusação única e exclusivamente a palavra da suposta vítima (hoje cunhada da 
ré), de que ............, teria aliciado, também, as menores ..........................., o que foi prontamente 
desmentido pela primeira, em seu depoimento prestado perante a ilustre juíza de ...... as fls. ......
Embora a Jurisprudência tem atribuído relevante valor probante nas declarações da 
ofendida, nos crimes contra a liberdade sexual. nossos Tribunais Superiores, de forma uníssona 
firmaram o entendimento, de que isoladas e sem harmonia com o conjunto probatório, por si só, 
não são suficientes para amparar ou alicerçar decreto condenatório, como se vê nos arestos a 
seguir expostos
“Embora verdadeiro o argumento de que a palavra da vítima, em crimes contra os 
costumes, tem relevância especial, não deve, contudo, ser recebida sem reservas, 
quando outros elementos probatórios se apresentam em conflito com suas 
declarações” (TJSP - AC - Rel. Adalberto Spagnoulo - RTJSP 59/404).
“As vacilações da ofendida em caso de estupro deitam a perder a prova, já que, em 
tema de crimes contra os costumes, fundamental é a sua palavra”(TJSP - AC - Rel. 
Dirceu de Mello - RT 566/308);
No caso em apreço, as declarações das supostas vítimas não se harmonizam, com os 
demais elementos probatórios dos autos,, sendo pois contaminados pela contraditoriedade e 
inverossimilhança, não comportando, credibilidade suficiente para amparar decreto 
condenatório.
A Acusada, é pessoa humilde, simples e pobre, tecnicamente primária, possui bons 
antecedentes, embora responda a outras duas ações penais, o que não podem ser consideradas 
em seu prejuízo por força do princípio constitucional da presunção de não culpabilidade, como é 
o entendimento dominante de nossa jurisprudência
“Não devem ser considerados como maus antecedentes, prejudicando o réu
Processos em curso (TACrimSP, RvCrim 124.212, JTACrimSP, 78:14; STF, HC 68.641, 
1ª Turma, rel. Min. Celso de Mello, RT, 690:390; STJ, RHC 2.702, 6ª Turma, DJU, 28 
jun. 1993, p. 12901; STF, HC 68.742, 1ª Turma, RT, 698:448 e 453, voto do Min. Celso 
de MelloHC 70.993, 1ª Turma, DJU, 2 dez. 1994, p. 33198).” ( in “Código Penal 
Anotado, pág. 140, Damásio E. de Jesus).
EX POSITIS, 
Espera, a Acusada, sejam as presentes Alegações Finais por Memorial recebidas, com a 
juntada aos autos da inclusa documentação (doc. 1/9), julgando-se improcedente a denúncia de 
fls......., e decretando em consequência, sua absolvição, pois desta forma Vossa Excelência, como 
de costume, estará editando decisão compatível com os mais elevados ditames da JUSTIÇA.
Local, data
___________________
OAB
AlegaçõesFinais por Memorial – Homicídio Pedido de Absolvição 
Sumária – Legítima Defesa
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE .................. 
“Um momento da conduta humana não
revela o conhecimento de um homem.”
Protocolo nº ..........
Alegações Finais por Memorial
............................ , já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública 
desta comarca, via de seu advogado e defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem 
perante conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do art. 
415, inc. IV, do Código de Processo Pena, com a nova redação dada pela Lei 11.689/2008, 
apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
SÚMULA DOS FATOS
Conforme restou demonstrado de forma plena e cabal, pela prova coligida durante o 
judicium acusationnes, no momento do fato a vítima, além de dirigir palavras ofensivas, passou 
a agredir fisicamente o Acusado fazendo uso de uma cadeira de ferro contra sua pessoa, tendo, 
aquele, lançado mão do único meio de defesa de que dispunha, para fazer cessar a injusta e 
atual agressão sofrida. 
Consta ainda, dos autos, que a vítima era de caráter e temperamento beligerante, agressiva, 
e que constantemente provocava outras pessoas, sendo tida como arruaceira no meio em que 
vivia.
O Acusado, é pessoa honesta, pacata e trabalhadora, bom pai de família, radicado na 
cidade de ...... há mais de .... anos, gozando de respeito consideração naquela comunidade, é 
tecnicamente primário.
DO DIREITO
Ensina o festejado e saudoso .............., que muitos advogados abstêm-se de apresentar 
alegações finais nos processos de competência do Tribunal do Júri. Outros as fazem bem 
sucintas, apenas para tornar efetiva sua presença nos autos. Casos há, porém, em que se deve 
lutar até pela absolvição sumária ou impronúncia, e, nesses casos as alegações devem ser bem 
deduzidas e fundamentadas.
Sabe-se que a decisão intermediária da pronúncia, não comporta análise aprofundada de 
mérito, vez que constitui ato processual de caráter meramente formal e não substancial, possui 
feição de despacho interlocutório por não se revestir de força de decisão terminativa, 
proclamando, assim, simples admissibilidade da acusação uma vez provada a materialidade do 
fato e indícios de sua autoria. 
Neste sentido é o magistério do ilustre processualista José Frederico Marques, que assim 
leciona:
“A pronúncia é sentença de conteúdo declaratório, em que o juiz proclama admissível 
a acusação para que esta seja decida no plenário do júri” (in: Elementos de Processo 
Penal, Vol. III, pág. 181, Ed. 1,997).
: 
 No mesmo diapasão, é a advertência de Adriano Marrey, quando ensina:
“na fundamentação da sentença de pronúncia deve o juiz usar de prudência, 
evitando manifestação própria quanto ao mérito da acusação. Cumpre-lhe abster-se 
de refutar , a qualquer pretexto, as teses de defesa, contra-argumentando com dados 
do processo, nem mesmo para acolher circunstâncias elementares do crime.
Devem ser abolidas expressões como: “o réu é culpado”, “O réu agiu em legítima 
defesa”, “O réu agiu com torpeza...”, “O réu provocou a vítima...”, “O réu confessou 
plenamente o delito, tanto na polícia quanto em juízo...”, e outras que conduzem a 
prejulgamento, em prejuízo da defesa em plenário.” (in: Teoria e Prática do JÚRI, 
pag. 261, 7a Ed., 2000).
Reside, pois, esta preocupação doutrinária, justamente, na garantia e preservação da 
soberania do Tribunal do Júri, como Juízo Constitucional, para a apreciação e julgamento dos 
crimes dolosos contra a vida, bem como, que lhe seja assegurada a proteção contra a ação de 
qualquer espécie de influência em seus veredictos, sejam absolutórios ou condenatórios.
Porém, no presente caso, s.m.j., entende a defesa do Acusado, que o conjunto probatório é 
suficiente para a prolação de uma sentença terminativa, pois conforme unanimidade da prova 
carreada para autos, ficou provado estreme de dúvidas que o Acusado agiu sob o pálio protetor 
da excludente de ilicitude prevista no art. 23, II, e 25 do Código Penal Brasileiro.
 Na presente fase processual, quando a prova contida judicium accusationis, se apresenta 
estreme de dúvida, no sentido de ter o acusado agido amparado por causa excludente de ilicitude 
ou dirimente de culpabilidade, seria uma incoerência, deixar o processo se arrastar até o 
dispendioso, complexo e mortificante julgamento pelo júri, principalmente, quando o 
prosseguimento do feito ou a condenação do réu não representará qualquer avanço na busca do 
ideal de justiça almejado pela sociedade.
Finalmente, como expressam as provas do processo, o Acusado é pessoa de excelente 
antecedente, trabalhador, com família regularmente constituída que depende de seu lçabor para 
a subsistência, gozando de respeito e admiração entre seus familiares e no meio social onde 
reside.
EX POSITIS,
espera o Acusado ................................, ora defendente, sejam as presentes alegações 
recebidas, vez que próprias e tempestivas, decretando sua ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, nos termos 
do art. 415, inc. IV, do Código de Processo Penal, com a nova redação dada pela Lei 11.689/2008, 
pois desta forma, Vossa Excelência, estará editando decisão compatível com os mais elevados 
ditames do da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL, DATA.
__________________
OAB
Alegações Finais por Memorial – Justiça Militar
EXMA. SRA. DRA. JUÍZA-AUDITORA DA AUDITORIA DA ......º CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA 
MILITAR.
Processo 
.....................................,
já qualificado nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe move a Justiça Militar desta CJM, via 
de seu Advogado, in fine assinado, premissa máxima vênia vem, tempestivamente, perante a 
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 428 CPPM., apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos seguintes fatos, razões e fundamentos:
PRELIMINARMENTE
Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, ou seja: a) possibilidade 
jurídica da pretensão (consistente na previsão legal do pretendido através dela); b) o interesse de 
agir ou processual (que se traduz na adequada necessidade de se ir a juízo para obtenção da 
devida providência ou solução da lide); c) a legitimatio ad causam que corresponde a legitimação 
subjetiva a sua titularidade ativa (autor/MPM) e passiva (réu)1, a presente ação penal deve ser 
submetida ao crivo jurisdicional, com a análise do meritum causae.
A priori não se vislumbra a presença de eventual nulidade ou mácula processual.
SÚMULA DOS FATOS
“O Ministério Público editou denúncia em desfavor do Acusado .........., ora defendente, por 
ter, em co-autoria com os soldados .............................., supostamente infringido a norma 
incriminadora insculpida no art. 195 do Código Penal Militar, ns seguintes termos;
“No dia ..................., durante o período compreendido entre as ............ e a .............. 
HS, o soldados ....................., mesmo estando de serviço, conforme escala publicada 
no Boletim Interno Ostensivo ....., de ............. (fls.........), ausentaram-se da Base Aérea 
de .......... para comprar bebidas alcoólicas na cidade de ............, sem autorização do 
Oficial –de-dia e com a anuência do Comandante-da-Guarda, 3o Sargento ..............., 
que participava da conduta delituosa.
Cumpre esclarecer que os militares Denunciados se cotizaram e, durante os serviços 
para os quais escalados, organizaram um “churrasco”, contando com a presença, 
inclusive, de pessoas que pertenciam aquela Unidade Militar.
As condutas delituosas acima descritas econfessadas pelos ora denunciados 
(fls.......), subsumem-se ao tipo penal previsto no art. 195 – Abandono de posto, do 
Código Penal Militar, pois esses militares, agindo e em co-autoria, abandonaram, sem 
ordem superior os serviços que lhes cumpria antes de termina-lo, sendo que o 
Sargento .......... possibilitou esse abandono.
Durante a instrução os Denunciados foram interrogados e inquiridas ......... testemunhas 
arroladas pela Acusação, cujas declarações confirmaram os fatos ventilados na denuncia, 
acrescentando ainda que a conduta delituosa atribuída aos denunciados, não provocou prejuízo 
à ordem administrativa militar, dano ou perigo apta a configurar o crime capitulado no art. 195 
do CPM.
Instado a emitir suas alegações derradeiras, as fls. ........, o ilustre e zeloso representante do 
Ministério Público Militar, em bem lançadas argumentações pugnou pela absolvição dos 
Acusados, reconhecendo que os fatos narrados na denúncia possuem feição e adequação 
nitidamente de transgressão disciplinar, fora da órbita jurisdicional desta Egrégia Corte 
castrense, posicionamento ao qual se comunga e adere integralmente a defesa técnica do 
Acusado, ora defendente.
DO DIREITO
“Um momento da conduta humana não revela o 
conhecimento de um homem.“
A escassa doutrina penal castrense define o crime militar, (art. 9o. CPM), como sendo a 
grave e acentuada violação ao dever militar e aos valores das instituições militares.Distingue-se 
da transgressão disciplinar porque esta embora constitua a mesma violação, sua manifestação 
elementar é mais simples2 e sua ofensividade aos bens juridicamente tutelados de menor 
gravidade.
Examinando o crime sob um ângulo estritamente técnico e formal, em sua aparência mais 
evidente de oposição a uma norma jurídica, várias definições podem ser lembradas: toda 
conduta que a lei proíbe sob a ameaça de uma pena (Carmingnani); fato a que a lei relaciona a 
pena, como conseqüência de Direito (Von Liszt); toda ação legalmente punida (Maggiore); fato 
jurídico com que se infringe um preceito jurídico de sanção específica, que é a pena (Manzini).
Estas definições, porém, são insuficientes para a dogmática penal moderna, que necessita 
colocar mais à mostra os aspectos essenciais ou elementos estruturais do conceito de crime. Daí, 
dentre as definições analíticas que têm propostas por importantes penalistas a mais aceitável, 
atualmente, é a que considera o fato-crime: uma ação (conduta) típica (tipicidade), ilícita ou 
antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). (esta definição é adotada por Aníbal Bruno, 
Magalhães Noronha, Heleno Fragoso, Wessels, Baumann, etc.).
De forma mais singela, a concepção de crime exige uma conduta violadora da norma penal 
que atente de forma significativa e suficiente para repercutir contra a ordem social ou 
administrativa. O que vale dizer comprometa de tal forma que exija a aplicação da pena 
correspondente.
No ordenamento jurídico norteador da legislação militar, surge para mesma conduta 
increpada, diferentes interpretações no plano de aplicação da norma in abstrato, ao caso 
concreto, como no presente feito, onde o abandono do local de serviço tanto poderá corporificar 
o delito previsto no art. 195, do Código Penal Milita,r como as transgressões disciplinares 
previstas nos itens 17 e 19, do Regulamento Disciplinar Aeronáutica (RDAER), aprovado pelo 
Decreto 76.322/75, porém, como bem salientou o ilustre Representante do Ministério Público em 
suas alegações escritas de fls. 251/254, “o abandono do serviço praticado pelos acusados não 
corresponde ao fato típico, ilícito e culpável”,ou seja, não teve a gravidade suficiente para atingir 
o patamar de um crime militar, mas tão só, de eventual transgressão disciplinar.
As condutas atribuídas e confessadas pelos acusados violaram o dever militar, sem contudo 
colocar em perigo a segurança ou administração da OM3, estando, portanto, dentro da esferas das 
transgressões disciplinares previstas no Decreto supracitado, e não a tipificação como o crime 
militar insculpido no art. 195, do CPM, que exigiria maior gravidade 
Pelo Exposto, espera o Acusado _________, sejam as presentes alegações recebidas, vez que 
próprias e tempestivas, final acatando perecer do Ministério Público Militar, exarado as 
fls. ........., Este Egrégio Conselho Permanente de Justiça para a Aeronáutica, julgue improcedente 
a denúncia de fls. ......, para absolve-lo, pois desta forma estará restabelecendo o império do 
direito, da Lei e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL E DATA
___________________
 OAB
Alegações Finais por Memorial – Porte Ilegal de Arma de Uso 
Proibido
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ............ .
RÉU PRESO - URGENTE
Protocolo .............
Alegações Finais Por Memorial
.................... , já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta 
comarca, via de advogado in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e 
preclara presença de Vossa Excelência, em tempo do artigo 403, do Código de Processo Penal, 
com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados;
SÍNTESE DOS FATOS
O Ministério Público aportou nos cancelos deste Juízo, ação penal em desfavor do 
Acusado, imputando-lhe a prática delituosa inserta na norma proibitiva do artigo 14, da Lei 
10.826/2003, se propondo, na proemial acusatória, provar durante o persecutio criminis in 
judicio a prática dos seguintes fatos in verbis as fls. 02/03: 
“consta do incluso inquérito policial, que no dia .............................., por volta 
das ............ horas, na Rua ......................... Bairro ..............., nesta cidade, o 
denunciado portava arma de fogo, de uso permitido, sem autorização e em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar, consistente em um revolver marca ........, 
calibre ......, talas de madeira, sem numero de identificaçao e 10 (dez) munições 
intactas, conforme Termo de Exibição Apreensão de fls. ....
Segundo o procedimento investigatório, no dia e hora acima mencionados, a 
Sra. ............................, esposa do denunciado, temendo eventual atitude agressiva por 
parte deste, que vinha a ameaçando de morte, ao perceber a sua presença nas 
proximidades de sua residência acionou a policia militar, que por sua vez, se dirigiu 
ao referido local. Sendo que, o denunciado ao verificar a aproximação dos policiais 
militares, jogou a aludida arma de fogo, em baixo do veiculo de sua propriedade, a 
qual foi devidamente apreendida pelos policiais militares.
Consta ainda, que a policia militar ao proceder na busca pessoal no denunciado 
encontrou em seu poder, 01 (um) par de algemas e cinco munições calibre ...., 
consoante Termo de Exibição e Apreensão de fls. .........
Diante do exposto, o denunciado ...................................... incorreu nas penas do art. 
14 (conduta portar) da Lei 10.826/03, pelo que se requer, seja o mesmo citado, 
interrogado e processado pelo rito pertinente e, confirmada esta, condenado na forma 
da lei.”
A instrução criminal transcorreu na forma preconizada pela legislação vigente, tendo ao 
tempo do art. 499, do CPP, o Órgão de Acusação Oficial, aditado a denúncia, modificando a 
imputação original, para o art. 16, do mesmo Codex, em função da arma apreendia estar com a 
numeração raspada.
É de se observar que embora o Acusado tenha respondido por vários TCOs. na comarca 
de ............, conforme demonstram os IACs., de fls. ....., trata-se depessoa que exerce profissão 
lícita, vez que é comerciante naquela urbe, com excelente conduta social, possui residência fixa, 
com família regularmente constituída, conforme noticiam a documentação acostado nos 
autos .............., (fls. ........), em apenso, não havendo nenhuma ordem judicial restritiva de seu 
status libertatis, que poderia constituir óbice para o restabelecimento de sua liberdade, além do 
que é acadêmico do curso de Direito na Faculdades Integradas ...........
DO DIREITO
Por imposição legal, e que não ocorra violação da Súmula 523, do STF, a defesa técnica do 
Acusado, protesta pela edição de decreto absolutório nos termos do art. 386, VII do CPP, pelos 
seguintes motivos.
A Acusação Oficial alicerçou seu pedido de condenação, em suas alegações derradeiras de 
fls., única e exclusivamente nos depoimentos da esposa do réu, que notoriamente é sua desafeta 
em virtude do rompimento da relação conjugal e fugurar como suporta vítima em outra ação 
penal andamento nesta Corte, constituindo, assim, prova inidônea para sustentar eventual 
decreto condenatório. 
Além do mais, nossos tribunais pátrios tem repudiado a adoção dos depoimentos de 
policiais que efetuaram a prisão como razão de decidir, vez que representam apenas uma forma 
de justificar suas atuações arbitrárias, como ocorreu no presente feito.
Justamente porque carece o inquérito do contraditório penal, nenhuma validade tem, para 
amparar um decreto condenatório, por colocar em ângulo sombrio o princípio do contraditório e 
por transportar, para a fase judicial, a feição inquisitiva do caderno administrativo, onde o 
depoimento foi carreado sem o descortino da defesa do acusado.
“INSUFICIÊNCIA DOS ELEMENTOS DO INQUÉRITO PARA LASTREAR 
CONDENAÇÃO. POR VEEMENTES QUE SEJAM. Por mais veementes que sejam os 
elementos constantes do inquérito, tão só nos mesmos não pode basear-se sentença 
condenatória e. pois fugiria ao contraditório, assegurado por princípio 
constitucional” (Ac. un. de 6.7.78 da 4º Câm., na Ap. n 178.595, de Guarulhos, Rel. 
SILVA LEME, que no aresto remarcou: - remansosa nesse passo a jurisprudência (RT 
369/70; 479/359; 448/334; 436/378; 426/395; 397/278; 393/343; 386/249; 360/241; 
356/93; 350/342; 305/ 463; RF 175/336; 135/438, etc.(“Apud” rolo n 146. flash nº 318, 
do serviço de microfilmagem ‘ do TACRIM-SP).
“ O inquérito policial é peça meramente informativa, destinada, apenas, a autorizar o 
exercício da ação penal. Não pode servir, por si só, de alicerce à sentença 
condenatória, pois viria infringir o princípio do contraditório, garantia 
constitucional.” (Ac. un. da 4ª. Câm., de 1°.-9-77, na Ap. n.° 165.733, de São Paulo, 
rel. GONÇALVES SOBRINHO. “Apud” rolo n.° 128, flash n° 135, do serviço de 
microfilmagem do Trib. de Alçada Criminal de São Paulo)”
Caso prevaleça no espírito de Vossa Excelência o entendimento de que o acusado deva ser 
condenado, é indeclinável a conclusão de que, o mesmo preenche todos os requisitos para 
exercer o direito de recorrer em liberdade, uma vez que demonstrou através da juntada de vasta 
documentação, que embora tenha antecedentes judiciais de pequeno porte, regulados pela Lei 
9.099/95, é pessoa trabalhadora, com residência fixa, estudante do curso de direito, com família 
regularmente constituída, sendo que sua liberdade não importará em prejuízo da harmonia 
social.
É neste mesmo sentido que se posicionam nossos mais elevados Tribunais Pátrios, 
consoante os seguintes arestos:
“PROCESSUAL PENAL – HABEAS CORPUS – ART. 10, CAPUT, DA LEI Nº 9.437/97 
– DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE – ART. 594 DO CPP – FALTA DE 
DEMONSTRAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ART. 312 DO CPP – O direito do réu de 
apelar em liberdade, assegurado pelo art. 594 do CPP, não lhe pode ser denegado, se 
permaneceu solto durante a instrução criminal e não evidenciadas qualquer das 
hipóteses previstas no art. 312 do CPP, quando da prolação da r. Sentença 
condenatória. (Precedentes). Writ concedido.” (STJ – HC 32000 – SP – 5ª T. – Rel. 
Min. Felix Fischer – DJU 31.05.2004 – p. 00336)
“PROCESSUAL PENAL – RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS – ART. 121, 
§ 2º, INCISO IV, DO CÓDIGO PENAL – DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE – 
ART. 594 DO CPP – FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DAS HIPÓTESES DO ART. 312 
DO CPP – CRIME CLASSIFICADO COMO HEDIONDO – I - O direito do réu de apelar 
em liberdade, assegurado pelo art. 594 do CPP, não lhe pode ser denegado, se 
permaneceu solto durante a instrução criminal e não evidenciadas qualquer das 
hipóteses previstas no art. 312 do CPP, quando da prolação da r. Sentença 
condenatória. (Precedentes). II - Ainda que se trate de condenação por crime 
classificado como hediondo, a negativa do direito de apelar em liberdade exige 
motivação concretamente vinculada, não sendo por si só suficiente a mera alegação 
genérica de que se trata de delito equiparado a hediondo. Recurso provido.” (STJ – 
RHC 15729 – SP – 5ª T. – Rel. Min. Felix Fischer – DJU 31.05.2004 – p. 00329) 
JCP.121 JCP.121.2.IV JCPP.594 JCPP.312)”
EX POSITIS,
espera o Acusado, ...................................., ora defendente, sejam as presentes alegações 
finais de defesa recebidas, vez que tempestivas e próprias, para final julgar improcedente a 
denúncia, com sua consequente absolvição, nos termos da legislação pertinente, pois desta 
forma Vossa Excelência, estará editando decisório carregado de equidade, restabelecendo o 
império da Lei, do Direito de Excelsa JUSTIÇA. 
LOCAL E DATA.
___________________________
OAB
Alegações Finais por Memorial – Roubo – Falta de Reconhecimento 
da Vítima
EXMA. SRA. DRA. JUIZA DE DIREITO DA COMARCA DE ...............
PROTOCOLO ............
Alegações Finais Por Memorial
...................................., já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via de seu 
defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença 
de Vossa Excelência, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
tempestivamente, nos termos do artigo 403, do Código de Processo Penal, com a redação que lhe 
inovou a Lei 11.719/2008, apresentar
 ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
O Órgão Ministerial editou denúncia de fls. ........, em desfavor do Acusado, ora defendente, 
se propondo em provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria do delito previsto no 
art. 157, do Código Penal, nos seguintes termos in verbis:
“Narra inclusa peça informativa que, no dia ............... do ano fluente (.....), por volta 
das ....... horas, na ......, próximo ao .............., neste município, o denunciando 
subtraiu, para si, mediante grave ameaça, com emprego de um revólver, .......... (...) 
pares de ....., no valor aproximado de R$ ........... (............), imobilizando, para tanto, 
as vítimas .................. e ...............
Verificou-se que a vitima ............. encontrava-se em sua residência, onde estavam 
depositados os ......... pares de sapatos, pois que desativado seu estabelecimento 
comercial, quando apareceu o denunciando interessado em adquirir todo o estoque.
Por ser o denunciando pessoa conhecida da vítima ..........., com quem negociara 
anteriormente, esta vendeu-lhe a mercadoria por R$ .......... (............).
Encerrada a transação, o denunciando pediu a ......... que o acompanhasse até ..........., 
onde pegaria o numerário para pagar-lhe. Este, sem prever a intenção do 
denunciando, prontificou-se a ir e convidou a vitima .....para acompanhá-los.
Aproximadamente, a .... quilômetros do trevo ......, o denunciando simulou defeito no 
veículo que conduzia, parando-o. Em seguida, apontou um revólver para as vítimas e 
determinou que saíssem do veículo e permanecessem no local, empreendendo fuga 
rumo à Capital deste Estado e levando consigo a mercadoria.
Destarte, está o denunciando incurso as sanções do art. 157, 2°. incisos I (emprego de 
arma) do Código Penal Pátrio...”.
A denúncia foi recebida, tendo o Réu na ocasião de seu interrogatório negou a autoria do 
fato nos seguintes termos:
“Que alega que nunca esteve nesta cidade, sendo esta a primeira vez que aqui vem; 
Que alega que não conhece as vítimas; Que alega que nunca esteve no Trevo ......, 
na ....., e que nunca saiu do município de ........., onde nasceu e se criou; Que nunca 
negociou com a vítima ........, dizendo que não a conhece; Que o interrogando é 
portador da Carteira de Identidade n° .............., expedida em .........., pela .....; Que 
alega que nunca foi proprietário de um veículo .....; Que desconhece o motivo pelo 
qual as vítimas e as testemunhas mencionadas na denuncia estão lhe imputando 
autoria do delito descrito na inicial. (…) Que o interrogado alega que na data do fato 
mencionado na denuncia não possuía habilitação para conduzir o veículo e nem era 
proprietário de veículo; Que tomou conhecimento dos fatos mencionados na 
denuncia há cerca de ... mês, alegando que antes nunca tinha sido procurado pela 
Polícia pelos fatos já mencionados; Que alega que tomou conhecimento do decreto de 
prisão preventiva através de seus familiares e que aqui compareceu, mesmo ciente de 
que poderia ser preso, porque disse que não cometeu o crime e nada tem a temer.”
Durante a instrução criminal foram ouvidas a suposta vítima, mais três testem unhas do rol 
da denúncia e duas arrolada pela defesa, destacando-se de seus depoimentos o seguinte:
................ (vítima?)
“Que o (...) quando ali chegou o acusado em um ...... (...) Que no dia dos fatos, o 
depoente chegou a anotar a placa do carro em que o acusado estava, mas a polícia 
constatou que a placa era fria; sendo que o depoente também conseguiu anotar o 
nome do acusado olhando seu carteira de identidade quando ele desceu do veículo 
tratando-se de ....................; Que o depoente na ..... foi descrevendo as características 
do acusado e foi feito o retrato falado do mesmo; Que o depoente embora não possa 
afirmar com absoluta certeza reconheceu, o acusado nesta data por fotografia 
consoante cópias constante as fls...... dos autos” (Grifei).
...................... 
Em Juízo:
“que o depoente na data dos fatos, encontrava-se na residência de seu amigo ......... 
(...) quando ali chegou o acusado em um ......, de cor ....., salvo engano, dizendo que 
estava interessado emcom0prar o restante do estoque de uma loja de sapatos 
que ........ possuía e havia fechado.” (grifei).
.......................................
Na Delegacia:
“QUE, quando foi por volta das ...... horas, .............. e ........... chegaram em casa 
muito apavorados e comunicando que após o Trevo ....... neste município, ......... 
apontou um revólver para eles, fizeram com eles descessem do veiculo” (grifei).
Em Juízo:
“Que ............... e ............... retornaram a noite à pé, dizendo a depoente que seguiram 
para ........... no veículo ...... do acusado, e no trajeto o acusado parou o veículo e disse 
a eles que havia um defeito na roda, e pediu a eles que descessem e olhassem o 
defeito, mas quando ............... foi entrar novamente no carro, o acusado 
obrigou .............. e ................ a descerem...” (grifei).
É indiscutível que o fato imputado ao acusado constitui uma farsa, engendrada pela 
suposta vítima e sua mãe, em conluio com as duas testemunhas e a polícia civil, basta observar 
que o delegado endereçou o ofício nº ......., no dia ....., (fls.....) ao Diretor do Instituto de 
Identificação da ......, e, pasme, no mesmo dia, às ....... hrs., (fls...), foi expedida a cópia do 
prontuário requerida, a qual foi objeto de reconhecimento de fls.... Tamanha rapidez, que só seria 
possível se a Delegacia de ....... estivesse on line com o Instituto de Identificação, fato este que 
na data de hoje não existe.
O referido procedimento policial falacioso, apresenta outras facetas de caráter sui generis, 
pois vejamos: da data do fato ao relatório que concluiu o inquérito, demandaram apenas .... dias, 
nenhuma diligência foi realizada no sentido de localizar o “assaltante”, e o que é mais fantástico: 
o acusado, que é ...., foi reconhecido através de uma fotocópia de sua fotografia, na qual só se vê 
apenas um tição1 no local do rosto. 
Na realidade, o Acusado, foi vítima de um ato indecoroso, obsceno e vergonhoso, 
arquitetado pela suposta vítima, o que é mais revoltante: com o apoio da própria polícia, que 
cuidou da formalização do fictício assalto, por motivos até então ignorados.
Por outro lado o Acusado afirmou em seu interrogatório judicial de fls., que nunca esteve 
em ........, e que desde adolescente se dedica a profissão de marceneiro, jamais possuiu veículo de 
marca ........., inclusive, na ocasião do suposto crime, não possui habilitação para dirigir, o que 
foi confirmado pelas testemunhas arroladas na defesa prévia, e documentação acostada aos autos 
de nº ....... de Pedido de Revogação de Prisão Preventiva.
O Ilustre Representante do Ministério Público, em suas alegações finais de fls., fez jus ao 
papel institucional de atuar como custus legis, pugnando pela improcedência da denúncia, 
demonstrando elevado senso de justiça e imparcialidade, virtudes que enobrece e dignifica sua 
gloriosa instituição, 
DO DIREITO
“Um culpado punido 
É exemplo para os delinquentes,
Um inocente condenado 
Preocupação para todo homem de bem.”
(La Bruyere)
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório, operando com uma margem de risco mínima que seja de condenar quem 
nada deva2.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão 
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da 
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à 
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o 
verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, 
absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, 
e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a 
tranqüilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse 
punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas 
de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, 
da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande 
perturbadora daquela mesma tranqüilidade para cujo restabelecimento foi 
constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por 
sua vez, esmagar o direito indébil3” 
Na mesma trilha é o iluminado ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a 
condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossamente em torno da existência de certa realidade4. Mesmo a íntima convicção do juiz, como 
sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza..., 
mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a 
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, os reconhecimentos da suposta vítima e testemunhas arroladas na 
denúncia, não podem, servir de alicerce para eventual decreto condenatório, porque foram 
realizados ao arrepio das exigências contidas no art. 226 do CPP, principalmente quando é 
realizado, precariamente, através de fotocópia de uma fotografia.5
O reconhecimento fotográfico procedido na Polícia constitui elemento precário de prova, 
principalmente, quando os fatos se deram a noite e o meliante agiu com o rosto parcialmente 
encoberto, de forma que a vítima que mais se aproximou do bandido afirmar, categoricamente, 
não poder efetuar um reconhecimento seguro da pessoa do réu. 
“O reconhecimento fotográfico somente deve ser considerado como forma idônea de 
prova, quando acompanhada de outros elementos aptos a caracterizar a autoria do 
delito.6
“PROVA - Reconhecimento de pessoas - Nulidade - Suspeito não colocado ao lado de 
outros que com ele guardem semelhança - Hipótese em que o reconhecimento em 
juízo não sana a falta da formalidade - Inteligência do artigo 226 do CPP. As 
formalidades previstas no artigo 226 do CPP são essenciais à valia do 
reconhecimento, que, inicialmente, há de ser feito por quem se apresente para a 
prática do ato, a ser iniciado com a descrição da pessoa a ser reconhecida. Em 
seguida, o suspeito deve ser colocado ao lado de outros que com ele guardem 
semelhança, a fim de que se confirme o reconhecimento. A cláusula “se for possível”, 
constante do inciso II do artigo de regência, consubstancia exceção, diante do 
princípio da razoabilidade. O vício não fica sanado pela corroboração do 
reconhecimento em juízo, também efetuado sem as formalidades referidas”.7
“O reconhecimento fotográfico dos acusados produzido na fase de inquérito policial, 
com a inobservância dos requisitos do artigo 226 do CPP, é meio extremamente 
precário para embasar decreto condenatório, mormente se inexistirem outros meios 
de prova juridicamente idônea a ratificar a sentença.”8
É óbvio, que o reconhecimento do acusado não obedeceu a regras estabelecidas na lei 
processual penal vigente, não podendo servir de amparo e embasamento a decreto condenatório, 
face de sua indiscutível inidoneidade e ilegalidade formal.
A presunção de honestidade é patrimônio inalienável de todo cidadão de bem, porém, por 
tudo que dos autos consta é nítida e inarredável a conclusão, de que tanto a suposta vítima 
como polícia civil, engendraram uma manobra fraudulenta e covarde, imputando ao Acusado a 
autoria de um crime grave inexistente, que poderia em caso de condenação, destruir-lhe toda 
sua existência, que sempre foi pautada no trabalho, dedicação à família e respeito ao direito 
alheio.
EX POSITIS,
espera o Acusado, ...................., ora defendente, sejam as presentes alegações de defesa 
recebidas, vez que tempestivas e próprias, para final, acolhendo parecer ministerial, julgar 
improcedente a denúncia, com a consequente absolvição, nos termos da legislação pertinente, 
pois desta forma Vossa Excelência, estará editando decisório carregado de equidade, 
restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa JUSTIÇA. 
Local, data
_________________
OAB
Alegações Finais Por Memorial– Roubo – Insuficiência de Provas 
Para a Condenação
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA TERCEIRA VARA CRIMINAL DE ..........
Protocolo nº ..............
Alegações Finais Por Memorial
Acusado:................
............................................, já qualificado, nos autos da ação penal, em epígrafe, que lhe 
move a justiça pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima 
vênia, vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 403 
do CPP, com a redação dada pela Lei 11.719, de 20/06/2008 tempestivamente, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
SÚMULA DOS FATOS
1 A exordial acusatória, de fls......, imputou ao acusado, ora defendente, a prática do ilícito 
penal incrustado na norma proibitiva do artigo 157, do Código de Processo Penal, nos seguintes 
termos in verbis:
“No dia ............, por volta das ... horas, na ....., ... km antes do Bairro ......, nesta 
cidade, os denunciados em comunhão de desígnios e mediante violência subtraíram 
para si um celular marca ........, dois capacetes, uma motocicleta ..........., placa ...... 
de .......... uma carteira contendo documentos pessoais, talonário de cheques e 
quantia de R$ ........ em dinheiro da vítima ..................
Ressai dos autos que a vítima e sua namorada trafegavam em uma motocicleta no 
local acima mencionado, quando os denunciados em outra motocicleta abordaram-
nos anunciando o assalto. Simulando estarem armados, os denunciados fizeram com 
a vítima parasse a moto e, violentamente, revistaram ele e a namorada, subtraindo-
lhes tudo que de valor tinham, ou seja, a carteira do bolso, os capacetes e a moto.
Após tomarem a motocicleta da vítima, os denunciados evadiram-se do local em 
alta velocidade Fernando que pilotava a moto da vítima, distanciou-se de .......... 
Então, perseguido por uma viatura policial, não conseguiu fazer uma curva e caiu, 
sem tempo para levantar a moto, a abandonou e continuou a fuga a pé. Na queda o 
denunciado ainda deixou para trás um capacete onde constava escrito a placa da 
motocicleta de ......
Na sequência os policiais perseguiram .............., logrando prende-lo chegando em 
sua residência.
Assim agindo, o denunciado ................ e ............... encontram-se incursos nas 
sanções do artigo 157, § 2º, II, do Código Penal Brasileiro.
Ante o exposto, requer esta Promotoria de Justiça, que após o recebimento e 
autuação da presente denúncia seja o réu citado para interrogatório e apresentação 
de defesa, bem como para se ver processar até final julgamento, com ulterior 
condenação, notificando-se as vítimas e as testemunhas do rol abaixo a 
comparecerem em Juízo, em dia e hora a serem designados, sob as cominações 
legais..”(fls. ........)
Durante a fase inquisitiva, bem como na instrução criminal, nenhum elemento de 
convicção foi coletado em detrimento da pessoa do Acusado, ora defendente, ficando a pretensão 
ministerial ancorada única e exclusivamente nas declarações do co-réu .................., o que por si 
só não é suficiente para alicerçar ou sustentar eventual decreto condenatório.
DO DIREITO
A legislação ordinária complementa a norma constitucional atinente à garantia do devido 
processo legal. Quase todas as Constituições modernas trazem fundamentos e garantias ao 
processo e, principalmente, ao instrumento próprio para a realização da Justiça Penal, eis que, 
nele, há intenção estatal de comprometer o ius libertatis, bem jurídico maior ao cidadão. E é 
inegável que de nada adiantaria a previsão constitucional, se a legislação processual não lhe 
complementasse, como bem assinalado no magistério de JOÃO MENDES JÚNIOR, na seguinte 
ordem:
“As leis do processo são o complemento necessário das leis constitucionais, e as 
formalidades do processo, as atualidades das garantias constitucionais”1
No mesmo diapasão tem sido o entendimento esposado pelo Tribunalde Justiça goiano, na 
venerável decisão proferida no Habeas Corpus nº ............., da comarca de Jaraguá, cuja ementa 
assim dita: 
“O processo penal moderno exige o máximo de proteção à regular marcha 
procedimental, posto que, cabendo ao Estado o direito de punir, só o faz deduzindo 
sua intenção ao órgão jurisdicional, a fim de que este também ingresse no trinômino 
descrito por Búlgaro - judicium est actum trium personarum: iudicis, actoris et rei. 
Todavia, a eventual punição só pode advir após a irrestrita observância do modus 
procedendi, para o qual a norma processual, constitucional e ordinária, prevê a 
amplitude da defesa”.
A Constituição Federal assegura o princípio da presunção de inocência, figurando, agora, 
verdadeiro direito público subjetivo constitucional do acusado. O ônus da prova da ocorrência 
do crime cabe ao órgão da acusação. Não logrando obter êxito, a absolvição torna-se imperativo 
de ordem pública. 
No descortino da lei processual penal, edita o artigo 156 do CPP “A prova da alegação 
incumbirá a quem a fizer; mas o juiz poderá, no curso da instrução ou antes de proferir sentença, 
determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.”
No caso em apreço, a Acusação, competia o ônus da prova dos fatos alegados na denúncia, 
e nada conseguiu provar durante a instrução criminal, erigindo sua pretensão condenatória 
única e exclusivamente na versão apresentada pelo co-réu ........... , cuja pessoa não pertence ao 
circulo de conhecidos do Acusado, ora defendente.
Conforme nossa melhor doutrina e jurisprudência dominante, no direito penal da culpa 
não há espaço jurídico para a presunção de culpabilidade. O ônus processual da prova pertence 
à acusação e não ao sujeito defesa, que de forma alguma precisa demonstrar a veracidade de suas 
desculpas, vez que o que impera é a tutela do silencio. Vale dizer, o acusado não está obrigado a 
provar que é inocente.
O juiz decide pelo princípio da não culpabilidade, mesmo que vigorosas sejam a s 
presunções e ilações. Como no caso em apreço, em que se poderia indagar, sem sucesso, se o 
Acusado/defendente teria ou não conhecimento da existência de droga no interior de seu carro, 
quando o suporte probatório não traz prova robusta neste sentido.
É correto afirmar que o NULLUM CRIMEN SINE ACTIO seja o reitor do direito penal. E o 
agente ativo da conduta fática só pode ser punido pelo fato existente na realidade. Jamais pela 
presunção, assim sendo a absolvição do acusado ............................, se impõe diante da 
fragilidade da prova coligida nos autos, no que pertine a sua suposta participação no fato narrado 
na exordial acusatória.
 A jurisprudência dominante, principalmente a do Tribunal de nosso Estado, tem 
repudiado a adoção de prova não jurisdicionalizada como suporte para sentença condenatória 
conforme o seguintes arestos:
“APELAÇÃO - Roubo - Tentativa - Absolvição - Insuficiência de provas.
Se não existe prova jurisdicionalizada suficiente para a condenação do acusado, 
impõe-se, de pronto, a manutenção da sentença que o absolveu nos termos do artigo 
386, inciso VI, do CPP. Apelo improvido.”2
“APELAÇÃO - Furto - Tentativa - Prova da Autoria - Dúvida - Absolvição Mantida.
Se não existe prova jurisdicionalizada suficiente para condenação do acusado, 
aplica-se o princípio in dubio pró reo, de acordo o comando normativo do artigo 386, 
inciso VI, do Código de Processo Penal, como o fez o dirigente procedimental. 
Recurso de apelação improvido.”3
“Apelação, Insuficiência de provas. Não existindo provas suficientes para embasar 
um juízo condenatório impõe-se, de pronto, a manutenção da sentença que absolveu 
o réu ( art. 386, inc. VI, do CPP). Apelo Provido”4
Consoante magistério iluminado do jurista Ricardo Jacobsen Gloeckner:
“A natureza da presunção de inocência é de verdadeiro direito fundamental do 
acusado, que significa a não possibilidade de condenação do mesmo se não houver 
prova robusta de sua culpabilidade”.5 (...) “Em nenhum momento processual poderá 
imputar-se ao acusado, cargas processuais, diante do princípio da presunção de 
inocência. Em caso contrário, uma tese, por exemplo, acerca da negativa de autoria 
de um delito, conduziria à necessidade da prova por parte do réu desta 
circunstância, como se verifica na jurisprudência majoritária do Brasil. Se tal tese 
defensiva não se comprova, a carga processual continua nas mãos do autor”.6
Efetivamente, todavia, não há nos autos prova da suposta participação do 
Acusado ........................, no fato descrito na denúncia. E bem assim são inconsistentes os demais 
indícios, porque não evidenciam de forma clara e conclusiva acerca de sua responsabilidade 
penal, impondo-se sua absolvição nos termos do art. 386, VII, do CPP com a nova redação dada 
pela Lei nº 11.690, de 09.06.2008 - DOU 10.06.2008).
Consoante o insuperável magistério do ilustre jurisconsulto peninsular CARRARA, 
“O processo penal é o que há de mais sério neste mundo. Tudo nele deve ser claro 
como a luz, certo como a evidência, positivo como qualquer grandeza algébrica. 
Nada de ampliável, de pressuposto, de anfibológico. Assente o processo na precisão 
morfológica legal e nesta outra precisão mais salutar ainda: a verdade sempre 
desativada de dúvidas”.
In summa não restando provada de forma absoluta e indiscutivel a eventual participação 
do Acusado ...................., ora defendente, imperioso se torna a aplicação do non liquet com a sua 
conseqüente absolvição, nos termos do artigo 386, VI do Código de Processo Penal, ao passo que 
uma possível condenação seria temerária, ante a precariedade e a fragilidade da prova deduzida 
em juízo.
EX POSITIS,
Espera o Acusado, ......................., sejam as presentes Alegações 
Finais, recebidas, vez que próprias e tempestivas, julgando improcedente a denúncia nos 
termos das argumentações ut retro invocadas, decretando-se sua ABSOLVIÇÃO, pois desta forma 
Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Termos em pede e espera deferimento.
Local, data.
_________________
OAB
Alegações Finais Por Memorial – Roubo – Reconhecimento 
Defeituoso
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ............
PROTOCOLO ...............
Cód. TJ.... – ... -Alegações Finais por Memorial
......................................, já qualificado, nos autos da Ação penal em epígrafe, via de seu 
defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua e preclara presença 
de Vossa Excelência,vem perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, 
tempestivamente, nos termos do artigo 403, do Código de Processo Penal, com a redação que lhe 
deu a lei 11.719/2008, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
O Órgão Ministerial editou denúncia em desfavor do Acusado, ora defendente, se 
propondo em provar durante o persecutio criminis in judicio a autoria do delito previsto no art. 
157, do Código Penal, nos seguintes termos in verbis:
“I Narram às peças do caderno informativo, que o denunciado, em comum acordo e 
previamente ajustado com mais ... (...) indivíduos ainda não identificados, portando 
cada qual armas pretas, no dia ............ do corrente ano, deliberaram subtrair para os 
mesmos, mediante grave ameaça e violência, ... (...) camioneta ......; ... (....) aparelho 
de DVD; ... (...) latas de tinta; ... (...) lata de verniz; ... (...) lata de selador; ... (...) 
barraca; ... (...) aparelhos celulares; e ... (...) anel de formatura pertencente 
à ................; ......peças de roupas; ..... (...) ; ... (...) aliança e R$ ..... (.........) de 
propriedade do ofendido .....................; ... (...) veículo ..... e R$ ...... (..........) 
de .................. ; ... (....) anel e ... (...) pulseira de prata de ............; R$ ...... (.......) 
de ...............; R$ ..... (.......) de .........
II- Segundo a peça evidenciada, no dia indicado em linhas recuadas, o denunciado 
juntamente com ... (...) comparsas não individualizados, por volta das .... h., 
invadiram a residência situada na .........................., e renderam primeiramente a 
pessoa de ................., bem como toda sua família (esposa e filhos), subtraindo 
mediante grave ameaça e violência vários bens (anteriormente descritos), entre 
eles .... (...) camioneta ........, veículo com o qual o denunciado colocou os demais 
objetos na carroceria, bem como constrangeu a vitima juntamente com sua, esposa 
e ... (...) filhas a embarcarem.Nesta oportunidade, foram até a confecção ....., de 
propriedade da vítima ............., situada na Rua ................ nesta. Entrementes, ao se 
dirigiram até esta localidade, também mediante agressão, roubaram em concurso 
formal vários bens, dentre eles o total de ...... peças de roupas prontas, maquinários 
da citada confecção, como também diversos outros móveis pertencentes aos 
funcionários da empresa nos termos precedentemente alinhados.
III- Consta no intróito, que na mesma contemporaneidade, o denunciado, juntamente 
com seus cúmplices, subtraíram, usando dos mesmos elementos de violência e grave 
ameaça, ... (...) veículo ..., bem este pertencente à vítima ...... que estava estacionado 
nas imediações da empresa anteriormente apontada
IV- É dos elementos primários, que o acusado concertado com terceiros, provenientes 
da Cidade de ...... vieram para estas plagas intencionados a cometerem crimes 
patrimoniais. Aqui chegando, portando armas pretas e capuzes, observaram 
atentamente as vítimas com bens de valores consideráveis, razão pela qual, pegaram 
de assalto primeiro o veiculo utilitário e utilidades várias do seu senhor, para, depois, 
invadirem a confecção apoderando-se injustamente das peças de vestuário e outros 
móveis, colocando-as na carroceria do veículo e saindo em carreira desabalada. 
Ainda levaram outro automóvel que se encontrava estacionado nas cercanias.
V- Verifica-se que ocorreram duas séries de crimes patrimoniais(concurso material), 
com ambas as cadeias em concurso formal, considerando que houve vários vitimados 
em cada “conduta” do grupo malfeitor.
VI- Emergiu por fim, que todo os crimes ocorreram mediante o concurso de várias 
pessoas, com utilização de armas pretas para aumentar o poder intimidativo, ,como 
também, mediante a restrição da liberdade das vítimas, quando os assaltantes 
mantiveram por período considerável os ofendidos sob seus jugos.
Neste proceder, realizando os fatos descritos em linhas volvidas, está incurso o 
denunciado nas sanções do art. 157, § 2°, I, II e V, c/c art. 70, todos do Código Penal 
(referente ao roubo ocorrido na residência de ..................) bem como, art. 157 § 2º I, 
II, e V, c/c art- 70 do Código Penal(referente ao roubo ocorrido na confecção Pio X), 
todos combinados com artigo 69, Caput, do Estatuto Principal, pelo que requer o 
Ministério Público o recebimento e autuação desta denúncia, citando o acusado para 
o interrogatório e demais atos processuais (art. 395/405 e 498 e seguintes do CPP), 
sob pena de revelia, até que jurisdicionados os elementos de convicção, será 
condenado nos preceitos secundários das normas evidenciadas.”
Durante a instrução criminal foram ouvidas seis vítimas, e muito embora algumas tenham 
afirmado ter reconhecido a pessoa de ..................., como sendo um dos meliantes que executaram 
o assalto, seus reconhecimentos foram inconsistentes, incoerentes e insuficientes para alicerçar 
eventual decreto condenatório, além do que, não obedeceram a exigências legais, ao ponto de 
caracterizar prova penal válida.
Eis alguns fragmentos dos depoimentos prestados em Juízo:
...................... (fls. .........):
“que um destes assaltantes não estava usando capuz estava apenas com uma 
camiseta tentando encobrir o rosto; que este assaltante entrou no escritório onde 
estava e deu voz de assalto e lhe dizendo que não era para olhar para ele pois senão o 
mataria” (...) que o rosto do acusado ....... estava parcialmente coberto pela camiseta 
estando do lado de fora o olho, as orelhas e costeleta e a nuca; que esteve com o 
acusado ......... por aproximadamente um minuto; que não ficou nervoso e nem as 
outras vítimas; que o .............. e ............. não reconheceram o acusado .............; que a 
vítima ....... não chegou sequer a olhar para o acusado ....... pois quando tentou fazer 
isto ele lhe deu uma coronhada na cabeça; que a vítima ....... também não olhou para 
o acusado .......; QUE O ÚNICO QUE OLHOU PARA O ACUSADO ......... FOI A 
VÍTIMA .......; QUE A VÍTIMA ......... AFIRMA QUE NÃO TEM CERTEZA SE É O 
ACUSADO ....... O AUTOR DO DELITO mas reconhece que o acusado ....... é muito 
parecido com um dos autores do delito; que a vítima ......... também reconheceu o 
acusado como sendo o autor do delito; que quando viu a foto do acusado ........ pela 
televisão já o reconheceu como sendo um dos autores do delito; que o 
reconhecimento feito na delegacia de polícia no município de ......... foi feito somente 
pela foto; que não viu o acusado .............. naquela oportunidade; que também não 
foram colocadas outras pessoas do lado do acusado” (Grifei).
..................... (Fls. .......):
“que todos os assaltantes estavam encapuzadas e sabe dizer que o acusado ....... é 
forte mas não capaz de reconhecê-lo pois não chegou a ver o seu rosto.”
..................... (Fls. .........)
“que não viu os outros assaltantes mas o único que viu estava com a camiseta 
encobrindo parte do rosto; (...) que não se recorda se o acusado ....... estava usando 
boné”
......................... (Fls. .....):
“que não viu quantos assaltantes eram; que somente viu um deles; que este 
assaltante que viu estava apenas com a camiseta encobrindo parte do rosto (...) que 
não foi até o município de ....... fazer o reconhecimento dos assaltantes; que foi até a 
delegacia de polícia para reconhecer um dos assaltantes mas não teve certeza; que 
lhe mostrado a foto de fls... dos autos o declarante reconheceu o assaltante de 
camiseta preta como sendo um dos autores do delitos; que não confirma este fato 
com certeza; que as características são semelhantes; (...) que o assaltante que fez a 
abordagem dando voz de assalto não estava de boné; que não sabe dizer quais das 
vítimas ficou mais próxima do assaltante; que chegou a ficar bem próximo do 
assaltante; que o assaltante chegou inclusive a tocar nele” (Grifei).
É evidente que os reconhecimentos das testemunhas .... (fls...) e ............. (fls....), não 
possuem qualquer validade, como elemento de prova, eis que são flagrantemente forjados, pois 
o próprio ........... é categórico quando afirma que a única pessoa que olhou para o rosto do 
assaltante foi .... (fls...), e, esta vítima afirma não ser possível afirmar com certeza de que o 
meliante se tratava da pessoa do réu.
Do mesmo modo, inadmissível consubstanciar, o Termo de Reconhecimento de Pessoas, 
(fls...) realizado na ......, onde compareceram as vítimas ............. e ..........., quando se trata de uma 
peça imprestável, falsa e até vergonhosa, uma vez que os próprios Reconhecedores, afirmaramem juízo (fls.........), jamais terem participado daquele fraudulento ato administrativo policial. 
Por outro lado o Acusado afirmou em seu interrogatório judicial de fls..., que no dia e hora 
apontados na denúncia estava na Exposição Agropecuária de ..., onde realizava um show ..., com 
o cantor ......, na companhia de seu amigo ......., que em Juízo as fls...., assim se posicionou: 
“(...) a última vez que esteve em companhia do Acusado foi no Show ....” de ....., na 
pecuária, no final de ......; chegou por volta das .... horas e encontrou-se com ele pó 
volta das ... as ... horas naquele local; assistiu todo show na companhia de sua 
namorada e também do acusado, sendo que no final o depoente foi embora, mas ele 
(acusado) continuou no local; soube a data específica do show por intermédio do pai 
do acusado, podendo dizer que era dia ..... e esclarece que disse ao mesmo (pai do 
acusado) tinha estado juntos durante todo show (...)” 
A versão apresentada pelo réu e confirmada pela testemunha ...., está condizente com a 
programação oficial da ..... – Exposição Agropecuária de ...., realizada entre .... à .... de ...., 
publicada no Jornal “.......” edição de ...º a ........, (cópia em anexo) onde consta no rol de atrações: 
...................
Deste modo o Acusado, cumpriu seu encargo processual de provar o alegado, quando 
afirmou que na data e horário em aconteceram os fatos narrados na denúncia, estaria assistindo 
ao Show do cantor .........., na exposição Agropecuária de ............
O acusado, embora responda a outra ação penal, conforme depoimentos prestados pelas 
testemunhas arroladas na defesa prévia, exerce ocupação lícita, vive em ambiente familiar 
exemplarmente constituído na companhia de seus pais, que no decorrer do presente se fizeram 
atuantes na luta pela prova de sua inocência porque ciosos que o mesmo não possui 
personalidade voltada para a senda criminosa, sendo primário, gozando de respeito e admiração 
no meio social onde vive.
DO DIREITO
“Um culpado punido 
É exemplo para os delinquentes,
Um inocente condenado 
Preocupação para todo homem de bem.”
(La Bruyere)
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório, operando com uma margem de risco mínima que seja de condenar quem 
nada deva1.
Quando se tem presente, salientou Malatesta, que a condenação não pode basear-se senão 
na certeza da culpabilidade, logo se vê que a credibilidade razoável - também mínima - da 
inocência, sendo destrutiva da certeza da culpabilidade, deve, necessariamente, conduzir à 
absolvição. É o ensinamento do mestre peninsular:
“O direito da sociedade só se afirma racionalmente como direito de punir o 
verdadeiro réu; e para o espírito humano só é verdadeiro o que é certo; por isso, 
absolvendo em caso de dúvida razoável, presta-se homenagem ao direito do acusado, 
e não se oprime o da sociedade. A pena que atingisse um inocente perturbaria a 
tranquilidade social, mais do que teria abalado o crime particular que se pretendesse 
punir; porquanto todos se sentiriam na possibilidade de serem, por sua vez, vítimas 
de um erro judiciário. Lançai na consciência social a dúvida, por pequena que seja, 
da aberração da pena, e esta não será mais a segurança dos honestos, mas a grande 
perturbadora daquela mesma tranqüilidade para cujo restabelecimento foi 
constituída; não será mais a defensora do direito, e sim a força imane que pode, por 
sua vez, esmagar o direito indébil2” 
Na mesma trilha é o iluminado ensinamento de Heleno Cláudio Fragoso, que obtempera: a 
condenação exige certeza e não basta a alta probabilidade, que é apenas um juízo de nossa 
mente em torno da existência de certa realidade3. Mesmo a íntima convicção do juiz, como 
sentimento de certeza, sem o concurso de dados objetivos, não é verdadeira a própria certeza..., 
mas simples crença, conforme a ponderação de Sabatini, citado pelo mestre Heleno Fragoso.
Assim, a condenação somente será admitida quando o exame sereno da prova conduzir a 
exclusão de todo motivo para duvidar.
No caso em apreço, os reconhecimentos das vítimas, não podem por si só, servir de alicerce 
para eventual decreto condenatório, porque foram realizados ao arrepio da exigências contidas 
no art. 226 do CPP, além das circunstâncias como ocorreram os fatos, quando o meliante atuou 
com o rosto parcialmente coberto com uma camiseta e no período noturno, condições que 
avultam a possibilidade erros na apreciação e fixação das imagens no subconsciente. 
Os reconhecimentos realizados na Delegacia de Polícia de ..... (fls....) representam um 
simulacro que vem contaminar os demais atos processuais de identificação do autor do fato 
criminoso, subseqüentes, haja vista que são meramente a confirmação daquele efetuado 
ardilosamente pela Polícia Civil daquela urbe.
A jurisprudência tem rechaçado a validade do Reconhecimento do acusado feito pela 
vítima, na Polícia e em Juízo, sem observância das cautelas determinadas pelo artigo 226 do CPP, 
principalmente quando há direta influência desse reconhecimento na condenação que, em face 
das circunstâncias, pode ter sido fruto de equívoco causador de possível erro judiciário.4
O reconhecimento fotográfico procedido na Polícia constitui elemento precário de prova, 
principalmente, quando os fatos se deram a noite e o meliante agiu com o rosto parcialmente 
encoberto, de forma que a vítima que mais se aproximou do bandido afirmar, categoricamente, 
não poder efetuar um reconhecimento seguro da pessoa do réu. 
“O reconhecimento fotográfico somente deve ser considerado como forma idônea de 
prova, quando acompanhada de outros elementos aptos a caracterizar a autoria do 
delito.5
“PROVA - Reconhecimento de pessoas - Nulidade - Suspeito não colocado ao lado de 
outros que com ele guardem semelhança - Hipótese em que o reconhecimento em 
juízo não sana a falta da formalidade - Inteligência do artigo 226 do CPP. As 
formalidades previstas no artigo 226 do CPP são essenciais à valia do 
reconhecimento, que, inicialmente, há de ser feito por quem se apresente para a 
prática do ato, a ser iniciado com a descrição da pessoa a ser reconhecida. Em 
seguida, o suspeito deve ser colocado ao lado de outros que com ele guardem 
semelhança, a fim de que se confirme o reconhecimento. A cláusula “se for possível”, 
constante do inciso II do artigo de regência, consubstancia exceção, diante do 
princípio da razoabilidade. O vício não fica sanado pela corroboração do 
reconhecimento em juízo, também efetuado sem as formalidades referidas”.6
“O reconhecimento fotográfico dos acusados produzido na fase de inquérito policial, 
com a inobservância dos requisitos do artigo 226 do CPP, é meio extremamente 
precário para embasar decreto condenatório, mormente se inexistirem outros meios 
de prova juridicamente idônea a ratificar a sentença.”7
É óbvio, que o reconhecimento do acusado não obedeceu a regras estabelecidas na lei 
processual penal vigente, não podendo servir de amparo e embasamento à decreto condenatório, 
face de sua indiscutível inidoneidade e ilegalidade formal.
A presunção de honestidade é patrimônio inalienável de todo cidadão de bem. A defesa 
não tem a pretensão de macular a honra das vítimas, elevando seus reconhecimentos a pecha de 
falácia ou patranha, porém, invoca-se a devida e redobradacautela na aferição da validade dos 
referidos reconhecimentos, levando-se em conta as circunstâncias em que os fatos ocorreram, 
para que não incidir em um juízo condenatório iníquo e malévolo, capaz de gerar lamentável e 
irreparável erro judiciário.
Consoante a autorizada lição do mestre Enrico Altavilla: o reconhecimento é resultado de 
um juízo de identidade entre uma percepção presente e uma passada; Naturalmente, no 
reconhecimento refletem todas as imprecisões de percepção anterior, de sua recordação, de sua 
evocação e, finalmente os erros de julgamento que podem derivar da comparação das duas 
percepções.8
Argumenta, ainda: a maior parte dos erros de reconhecimento é devida às condições em 
que se deu a primeira percepção: distância, rapidez, condições de luz, falta de atenção, 
perturbação emotiva, (...) é diferente a percepção de uma pessoa à noite ou de dia, numa zona 
de luz difusa ou apanhada por um facho luminoso. Quando menor é a luz, menos seguro é o 
reconhecimento. (...) Não somente a emoções, mas também qualquer perturbação dos processos 
psíquicos, pode determinar erros no reconhecimento.9 
Assim sendo, Excelência, é oportuno ressaltar que o fenômeno psicológico do 
reconhecimento, para determinação da verdade real, é acompanhado de extremo perigo, porque 
frequentemente o reconhecedor, não se dá conta do processo interior, que em casos como este, 
pode ser levado por um verdadeiro fenômeno ilusório, ao afirmar ter reconhecido o réu, quando, 
na verdade não teve oportunidade de visualizar com clareza e totalidade o rosto do agressor, 
que estava parcialmente encoberto, pela insuficiência de claridade, como também pela confusão 
psicológica, pânico e medo, emoções que sempre desencadeiam no espírito de quem se vêm, 
inesperadamente, agredido, comprometendo, assim, a percepção da realidade e o valor do 
reconhecimento.
Observa-se que, na confecção, apenas duas vítimas afirmam ter reconhecido o réu, assim, 
vale relembrar o trecho do depoimento da vítima .......... (fls...): que o rosto do acusado ..... estava 
parcialmente coberto pela camiseta estando do lado de fora o olho, as orelhas e costeleta e a 
nuca; que esteve com o acusado ......... por aproximadamente ....minuto; (grifei). Do mesmo modo 
asseverou a testemunha/vítima ...... (fls....): que não viu os outros assaltantes mas o único que viu 
estava com a camìseta encobrindo parte do rosto; (…) saiu pela porta e olhou para ver quem era, 
ocasião em que viu o acusado ........ que estava dirigindo a caminhonete; que quando olhou o 
acusado .......... já havia descido da camínhonete mas a porta estava aberta; que o 
acusado ............. já estava com a camiseta encobrindo o rosto. (grifei).
Percebe-se claramente que os estigmas e traços corporais do assaltante que estavam 
visíveis, são por demais insignificantes, para a realização de um reconhecimento seguro, preciso 
e indiscutível, aliado a precariedade de iluminação, tempo de percepção e estado emocional de 
todos que estavam sendo assaltados.
Embora a jurisprudência e a doutrina dominante, têm atribuído relevante valor probante às 
declarações das vítimas, nesta modalidade criminosa, porém, não é menos verdade que isoladas, 
sem sintonia com os demais elementos do conjunto probatório, se tornam insuficientes para 
alicerçar decisão condenatória, como se vê nos arestos a seguir expostos:
“A palavra da ofendida, quando isolada no processo, não pode autorizar uma 
condenação, máxime se ela é desmerecida e desacreditada por uma série de 
circunstâncias, de mais relevância umas, de menos intensidade outras, mas 
convergindo na mesma rota de de fragilidade, de inoperância.”10
“A sentença condenatória há que se apoiar em prova inequívoca de autoria,”11
“A prova da cusação pata ter conseqüência jurídica, deve conduzir à certeza da 
criminalidade.”12
A prova da acusação referente a autoria do fato denunciado, restou imbele e frágil, vez que 
fundamentado exclusivamente nos reconhecimentos da vítimas, nada foi apreendido em poder 
do Acusado, que o ligasse ao crime, nenhum outro indício foi gerado durante a fase instrutória, 
que pudesse corroborar, fortalecer ou confirmar os citados reconhecimentos.
Por outro lado, o Réu, ao negar a autoria do fato, alegou que no dia e hora em que houve a 
perpetração do crime estava na Exposição Agropecuária de ......., assistindo um show de 
música ......., quando ali se apresentava o cantor ............., versão esta confirmada pela 
testemunha: ........., ouvido as fls......, conforme trecho de seu depoimento retro transcrito, assim 
como, na cópia do Jornal “.......” de Anápolis, em apenso.
Neste ponto, Excelência, é inarredável o entendimento de que o Acusado cumpriu, a 
contento e satisfatoriamente, o comando normativo inserto no art. 156, do Código de Processo 
Penal, que atribui o encargo processual de provar aquilo que foi alegado em suas declarações. 
No caso em apreço, o Acusado .............., ora defendente, tem ótimo relacionamento no 
meio familiar e social, o que implicaria na imposição, por via de regra, a fixação da reprimenda 
penal ancorada no mínimo legal.
EX POSITIS,
Espera, o Acusado ..........................., sejam as presentes alegações finais defensivas 
recebidas, vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos consta, julgado 
improcedente a denúncia, nos termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, decretando a 
absolvição do Acusado/defendente, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de costume 
editando decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Requer ainda, nos termo do art. 231 do CPP, a juntada, aos autos, da inclusa cópia da capa 
do jornal “........”, edição ..º de ...............
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local, data
__________________
 OAB
Alegações Finais Por Memorial – Tentativa de Homicídio – 
Absolvição Sumária – Desclassificação para Lesão Corporal
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DE ..................... 
“Um momento da conduta humana não 
revela o conhecimento de um homem.”
Protocolo ...................
Código TJ... – ..... - Alegações Finais
......................................................., já qualificado, nos autos 
da ação penal que lhe move a justiça pública desta comarca, via de seu advogado e defensor in 
fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante conspícua e preclara presença de Vossa 
Excelência, tempestivamente, nos termos do parágrafo Quarto do artigo 411 do Código de 
Processo Penal, com a nova redação dada pela Lei 11.689/2008, apresentar:
ALEGAÇÕES FINAIS DE DEFESA POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
SÚMULA DOS FATOS
Conforme restou demonstrado de forma plena e cabal, pela prova coligida durante o 
judicium acusationnes, principalmente pelos depoimentos prestados pelos familiares da dupla 
penal, no momento do fato o acusado estava sendo agredido verbal e fisicamente pela vítima, 
tendo lançado mão do único meio de defesa de que dispunha, naquele momento, para fazer 
cessar a injusta e atual agressão sofrida. 
Consta ainda, dos autos, que a vítima é pessoa beligerante, agressiva, e que constantemente 
agredia a própria mãe como também já houvera agredido o pai, e, há muito tempo vinha 
impondo toda sorte de provocações contra a pessoa do Acusado, ora apossando-se de suas 
roupas, dinheiro e até mesmo chamando-lhe de “viado”, inclusive já houvera agredido 
fisicamento com um soco no rosto. (fls. ......).
O Acusado, embora jovem, sempre foi dedicado aos estudos e ao trabalho, gozandono seio 
familiar e social de respeito e admiração, inclusive, foi obrigado a se exilar fora das fronteiras de 
nosso país, para obter meios de concluir o curso de engenharia aeronáutica interrompido por 
falta de recursos financeiros.
DO DIREITO
O fato objeto do presente feito, é ímpar e singular nas raias dos tribunais, uma vez que 
representa o retrato de uma tragédia urbana intra familiar a exigir do Órgão Judicante um 
posicionamento que talvez deva transcender os princípios regularmente aplicados no dia a dia 
da prestação jurisdicional, para proferir uma decisão mais consentânea, adequada e conveniente 
para realização dos ideais da Justiça.
Ensina o saudoso e festejado Evandro Lins e Silva, que muitos advogados abstêm-se de 
apresentar alegações finais nos processos de competência do Tribunal do Júri. Outros as fazem 
bem sucintas, apenas para tornar efetiva sua presença nos autos. Casos há, porém, em que se 
deve lutar até pela absolvição sumária ou impronúncia, e, nesses casos as alegações devem ser 
bem deduzidas e fundamentadas.
Sabe-se que a decisão intermediária da pronúncia, não comporta análise aprofundada de 
mérito, vez que constitui ato processual de caráter meramente formal e não substancial, possui 
feição de despacho interlocutório por não se revestir de força de decisão terminativa, 
proclamando, assim, simples admissibilidade da acusação uma vez provada a materialidade do 
fato e indícios de sua autoria. 
Porém, no presente caso, s.m.j., entende a defesa do Acusado, que o conjunto probatório é 
suficiente para a prolação de uma sentença terminativa, pois como a própria Acusação 
reconheceu em suas alegações finais de fls..., e estreme de dúvidas que o Acusado não agiu 
animus necandi pugnando pela desclassificação do fato imputado para o de lesão corporal leve. 
Embora a ilustre Representante do Ministério Pública tenha se inclinado par a 
desclassificação do fato, na verdade, pela prova coligida durante o judicium acusationis, o que se 
tem é um quadro inequívoco da presença da excludente de ilicitude prevista no art. 23, II, e 25 
do Código Penal Brasileiro.
Na presente fase processual, quando a prova contida judicium accusationis, se apresenta 
estreme de dúvida, no sentido de ter o acusado agido amparado por causa excludente de ilicitude 
ou dirimente de culpabilidade, seria uma incoerência, deixar o processo se arrastar até o 
dispendioso, complexo e mortificante julgamento pelo júri, principalmente, quando o 
prosseguimento do feito ou a condenação do réu representará, única e simplesmente, a 
decretação da aniquilação de uma família que já se encontra com seus laços afetivos corroídos 
impossibilitando qualquer chance de reestruturação. 
Finalmente, como expressam as provas do processo, o Acusado é pessoa de excelente 
antecedente, sem qualquer antecedente judicial, trabalhador, estudioso gozando de respeito e 
admiração entre seus familiares e no meio social onde.
EX POSITIS,
espera o Acusado .........................., ora defendente, sejam as presentes alegações recebidas, 
vez que próprias e tempestivas, decretando sua ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, caso assim não 
entenda, proceda a desclassificação do fato para o art. 129, “caput´do Código Penal, nos termos 
do artigo 383, do Código de Processo Penal pois desta forma, Vossa Excelência, estará editando 
decisão compatível com os mais elevados ditames do da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
LOCAL, DATA.
_________________
OAB
Alegações Finais – Violação de Domicilio – Estupro
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ........... VARA CRIMINAL DE ...............
Protocolo nº .................
Cód. TJ.... – ..... - - Alegações Finais
................................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública 
desta comarca, via de seu advogado in fine assinado, permissa máxima vênia vem perante a 
conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos do artigo 403, 
do CPP inovado pela Lei 11.719/2008, apresentar
 ALEGAÇÕES FINAIS
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir expostos:
SÚMULA DOS FATOS
A inaugural acusatória de fls......, imputa ao Acusado, a prática dos ilícitos penais previstos 
nos arts. 150, 213 e 344 do Código Penal.
A Acusação Oficial se propôs a provar durante o persecutio criminis, que o Acusado, 
constrangeu a suposta vítima a manter atos de libidinagem diversos da conjunção carnal, quais 
sejam beijos e braços lascivos, em duas ocasiões distintas, nos seguintes termos: 
“Consta do incluso inquérito policial (autos n.° .............) que, no período 
compreendido entre o mês de ................... e o mês de ............., o acusado, por 
algumas vezes, constrangeu a adolescente ..............., à época com .... anos de idade, a 
permitir que praticasse com ela atos libidinosos diversos da conjunção carnal, quais 
sejam, abraços e beijos lascivos.
“.Consta, ainda, que no dia ........., após entrar astuciosamente na residência da 
vítima, sem o consentimento da genitora desta, o acusado levou a mesma até um 
quarto e passou a acaricia-la de forma lasciva, tentando convence-la a manter , com 
ele, conjunção carnal.” (fls. ...).
E ainda: 
“que ao descobrir que havia sido instaurado inquérito policial para apurar o fato, o acusado 
passou a proferir ameaças contra a mãe da vítima e sua família , através de recados para vizinhos 
e telefonemas...”(fls...)
Nas declarações da mãe da suposta vítima extrai-se, que a mesma tinha conhecimento do 
fato e de quem era seu autor desde .........., quando assim se expressa às fls...:
“QUE, a comunicante esclarece que já desconfiava que o ................ estava tentando 
aproximar da ........., sempre conversando com ela, desde o mês de .............., quando 
a comunicante mudou o citado apartamento;” (Grifei).
Mais adiante esclarece:
“QUE, a comunicante esclarece que já desconfiava de algo entre o ............ e ..........., 
desde quando mudou para o citado apartamento no mês de ................., pois percebia 
que o ............ tinha muitas intimidades com a ........., ficava empurrando e brincando 
com a ....... (tipo assim brincadeiras extrovertidas, empurrões, dava chocolates, 
balinhas, uma vez deu dinheiro (..... Reais), esclarecendo ainda que quando 
perguntou de onde era os ..... reais para ........., a mesma disse que tinha achado o 
dinheiro, isto o ....... tinha mandado ela falar que achou, em outras ocasiões, a 
comunicante, presenciou o ........ jogar beijos para sua filha ........., do pátio do prédio 
para cima (do seu apartamento), não lembrando a época pois era de tempo a tempo, 
esclarecendo que no mês de ................., não lembrando o dia exato, em uma reunião 
que ........... fez no apartamento dela, convidando a comunicante, e o ....... para uma 
reunião, para esclarecimento, por volta das ...... horas, a comunicante aproveitou a 
oportunidade para chamar a atenção do ..................., que não estava gostando dos 
fatos.” (Grifei)
Durante a instrução criminal, o Estado-Acusador não se desincumbiu do ônus probandi, 
quando os próprios depoimentos da suposta ofendida, foram unânimes em afirmar que o 
Acusado em nenhum momento tentou manter consigo conjunção carnal ou qualquer espécie de 
ato libidinoso, quando assim relata:
Na delegacia Fls......:
“passado um pouquinho, o ...... pegou em sua mão, normalmente, levando a mesma 
para o quarto da sua mãe, onde ficaram conversando mais ou menos uns .... minutos, 
, o qual ficava calado um tempão, e que a declarante ficou com as pernas trêmulas, 
pois a declarante ficou com muito medo do ................., pois eleficava olhando 
demais para a declarante, sem falar nada a ela, e que a declarante disse ainda que , o 
que o ....... fez foi ficar pegando em sua mão, não tentando nada mais com a 
declarante, nem beijos e nem abraços “ (grifei).
Em Juízo Fls.......:
“que, no dia em que o acusado entrou no apartamento, passaram-se uns quarenta 
minutos dede a chegada dele até a de sua mãe, sendo que nesse meio tempo ele 
ficava pegando em sua. mão e tentando se aproximar, ao passo que a declarante 
ficava sempre se afastando dele; que, a mãe da declarante falou que, se ela não 
chegasse, ele tentaria fazer alguma coisa a mais com a mesma; que, nesse dia ele não 
chegou a beijar nem a tentar beijar a declarante.” (Grifei).
A versão apresentada pela suposta vítima está em harmonia com os demais depoimentos
Ficou também cabalmente demonstrado que o acesso do Acusado ao apartamento foi 
franqueado pela suposta vítima que como moradora daquele imóvel era detentora do direito de 
permitir a entrada de qualquer pessoa, pelo que denota não ter havido qualquer violação de 
domicílio como pretende Acusação Oficial.
Neste ponto, é de se ressaltar que o depoimento da genitora da suposta vítima assim se 
pronuncia às fls. 09:
“QUE, a comunicante esclarece ainda que antes deixava a chave com a ........., e 
soube através dela que no dia ................., a ............. tinha dado uma cópia da chave 
do apartamento para o ............., não sabendo a época..” (Grifei).
O Acusado é pessoa trabalhadora, com família regularmente constituída que depende 
exclusivamente de atividade laborativa, tecnicamente primário, de bons antecedentes e boa 
conduta social.
 DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
Conforme o entendimento unânime da doutrina processual, tanto a ação civil como a 
penal, o direito de se exigir, legitimamente, o provimento jurisdicional, está condicionado ao 
cumprimento de determinadas condições de ação, que genericamente são: a legitimidade da 
parte (ad causam), o interesse de agir e a possibilidade jurídica. Especificamente, no processo 
penal, acrescenta-se outras condições de procedibilidade, dentre as quais figura a representação 
do ofendido, em determinados crimes, legitimando o Ministério Público para assumir o polo 
ativo do processo penal.
 Assim ensina a festejada doutrinadora Ada Pellegrini Grinover, em sua obra “As 
Nulidades no Processo Penal”, 2ª Edição, pag. 57:
“Quando faltar uma só que seja das condições da ação ou de procedibilidade, diz-se 
que o autor é carecedor desta. A consequência é que o juiz, embora exercendo a 
função jurisdicional, não chegará a apreciar o mérito.
É dever do juiz a verificação da presença das condições da ação e de procedibilidade 
o mais cedo possível e de ofício. Nesse caso, trancará a ação, por ser o autor dela 
carecedor. Se, no entanto, não o fizer, nem na sentença final (lembrando que não há 
preclusão, nem mesmo pro judicato, para a reapreciação da matéria), o processo será 
nulo “ab initio” (art. 564, II, do CPP)”.
A dependência da representação do ofendido ou seu representante legal, para legitimar a 
atuação do Ministério Público, é abordada com muita propriedade pelo insigne doutrinador 
Eugênio Raúl Zaffaroni, nos seguintes termos:
“A ação penal pública condicionada é regida pela regra - para muitos, princípio - da 
oportunidade. É que razões sobram para que assim procedesse o legislador, pois, 
muitas vezes, pode ter o ofendido um legítimo interesse em que o fato não ganhe o 
publicidade, e, nesse caso, o interesse do ofendido se sobrepõe ao estatal, na 
repressão do ato criminoso. Por tal razão, a lei faz a atuação do Ministério Público 
ficar na dependência da manifestação do ofendido, mas, uma vez oferecida a 
denúncia, a representação torna-se irretratável, prosseguindo a ação penal 
condenatória até o seu final.(grifei)
A representação, em tal situação, possui uma dupla vantagem, pois, enquanto 
resguarda o interesse privado, permite que, uma vez satisfeita a condição de 
procedibilidade, por ser pública, apresente-se como mais idônea para se efetivar o 
processo de repressão do crime”. (in “Manual de Direito Penal Brasileiro, Parte 
Geral, Ed. 1997 -Pág. 775).
O exercício da ação penal é de natureza pública, consoante dispõe a regra do artigo 100, do 
Código Penal. Tratando-se, porém, de crime contra os costumes (art. 213 à 221 CP), a ação penal 
só se procede mediante queixa. Na hipótese do § 1 °, do artigo 225, I, do Código Penal a ação 
penal será pública mas condicionada à representação de quem de direito, obedecendo ao 
princípio da conveniência, que é absoluto, e da disponibilidade, que é relativo, posto que ao 
titular do direito a representação, como condição da ação, lhe é facultado a retratação da delação 
(art. 25, do CPP e 102 do CP), desde que o faça anteriormente a denúncia. 
Embora a representação não exija rigor formalístico, no caso em apreço, com relação ao 
delito tipificado no art. 213, do CPB, não restou inequívoco o interesse do representante da 
suposta vítima em ver instaurado o persecutio criminis, com relação a suposta prática do delito 
do art. 213, do CPB, vez que o Boletim de Ocorrência de fls...., não possui o condão de assumir o 
papel da representação criminal, porque a delação ali contida diz respeito única e 
exclusivamente a uma possível violação de domicílio.
A Delegada de Polícia baixou a Portaria de fls...., de forma arbitrária e distorcida da 
verdade, uma vez que recebeu o Boletim de Ocorrência delatando a prática de uma suposta 
violação de domicílio, e deu-lhe outra interpretação, inclusive afirmando literalmente “..o qual 
teria pedido a ........ que com ele tivesse relação sexual...”, fato inexistente naquele Boletim, como 
também não foi apurado durante o contraditório. Logo, o presente feito teve seu nascedouro no 
terreno decomposto da mente da autoridade policial, que acresceu voluntária e conscientemente 
uma violação de direito não suscitada e nem requerida pela representante legal da suposta 
vítima.
Mesmo considerando, o B.O, como uma possível representação, é de convir que, conforme 
fragmentos dos depoimentos retro alinhados, percebe-se claramente que a presente ação penal 
deve referir-se exclusivamente aos fatos supostamente ocorridos no dia ......., uma vez que 
aqueles citados na exordial acusatória que teriam ocorrido em datas pretéritas à reunião 
realizada no apartamento da testemunha ........., foram alcançados pela preclusão, uma vez que a 
própria genitora da suposta vítima firma, taxativamente, ter conhecimento dos fatos e sua autoria 
desde .................., (Fls....) sem contudo exercitar seu direito a representação no prazo legal.
É imperativo legal contido no Art. 28 do Código de Processo Penal, que salvo disposição em 
contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá do direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de ... (...) meses, contado do dia em que vier a 
saber quem é o autor do crime, ora, se a genitora da suposta vítima em .................. já tinha 
conhecimento da conduta do Acusado, deveria exercer seu direito de representação dentro 
daquele lapso temporal, e, não o fez.
Deve, assim, a presente preliminar ser reconhecida, e por força do que dispõe o inciso II, 
do Art. 564, ser decretada a nulidade processo com relação ao delito tipificado no art. 214 do 
CPB, pois assim Vossa Excelência editará decisão inspirada nos mais lídimos princípios do 
direito.
DO MÉRITO
Com referência aos fatos ocorridos em ..........., não há como sustentar ter havido qualquer 
ato libidinoso como pretende aAcusação Oficial, pois a própria vítima é segura em afirmar que 
“; que, nesse dia ele não chegou a beijar nem a tentar beijar a declarante.” E ainda a declarante 
disse ainda que , o que o ..... fez foi ficar pegando em sua mão, não tentando nada mais com a 
declarante, nem beijos e nem abraços.. Considerar os fatos acima descritos como aqueles atos 
libidinosos, previstos no tipo penal sugerido pela Acusação, suscetíveis de grave apenação, é 
ferir o bom senso e agredir de forma voraz o princípio da proporcionalidade.
Embora, a conduta atribuída ao Acusado, possa ser censurável do ponto de vista ético, 
moral ou religioso, é óbvio que ela está fora da órbita da proibição penal, na forma sugerido pelo 
Ministério Público.
Em conclusão, tem-se que a conduta descrita na denúncia por ocasião dos fatos ocorrido no 
apartamento da mãe da suposta vítima é penalmente atípica. 
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem 
nada deva.
No caso em apreço, as declarações da suposta vítima é no sentido de que o Acusado não 
praticou nenhum ato de libidinagem consigo, e se encontram em harmonia com as demais 
provas coligidas, pelo que devem ser acolhidas com a conseqüente absolvição do Acusado.
Deve-se ressaltar, também, que a suposta vítima esclareceu em Juízo que permitia que o 
Acusado buscasse no colégio e espontaneamente se dava ás possíveis carícias e beijos, e visando 
fugir a fiscalização da mãe pedia que lhe deixasse no ponto de ônibus afastado de sua residência. 
A própria genitora declara que a suposta vítima ardilosamente forneceu uma cópia da chave do 
apartamento para o Acusado, além do que “...... “acoitava” muita coisa que ele fazia” (fls.....).
caso já apontadas. 
É patente, que a conduta atribuída ao acusado está longe de alcançar a gravidade dos atos 
elencados no artigo 213 do CPB, pelo que reverteria em notória injustiça, em caso de 
condenação, que sua reprimenda penal fosse alçada nos parâmetros definidos na norma 
incriminadora ali inserta: ..... (...) a (...) anos de reclusão, o que exige do Ilustre Julgador critérios 
redobrados e sopesando-se as diretrizes do princípio da proporcionalidade.
Daí, que no caso em apreço, o Princípio da Proporcionalidade deve nortear a conduta do 
juiz frente ao caso concreto, pois deverá ponderar a gravidade da medida imposta com a 
finalidade pretendida, sem perder de vista o fumus delicti e o perigo ao normal 
desenvolvimento do processo. Deverá valorar se esses elementos justificam a gravidade das 
conseqüências do ato e a estigmatizarão jurídica e social que irá sofrer o acusado.
Com relação a imputação do Acusado ter infringido o suposto delito de violação de 
domicílio, previsto no artigo 150 do Código Penal, é improcedente, pois como dos autos consta 
ele adentrou no apartamento da suposta vítima com a anuência desta, que era, moradora daquele 
imóvel era detentora do direito de permitir a entrada de qualquer pessoa. É indispensável que o 
agente, ao adentrar na casa alheia, o faça contra a vontade deste e tenha o propósito de cometer o 
delito fim contra o proprietário.
É assente na jurisprudência dominante, que a violação de domicílio, como crime 
subsidiário que é, também requisita para sua integração o dolo específico. Se a finalidade do 
agente não foi a de violar o domicílio, como propósito único da ação, não configura o crime (RT 
432/346).
Assim sendo, se a parte Acusação afirma in tese, que o intuito do Acusado era a prática de 
crime contra liberdade sexual, a violação de domicílio passou a ser delito-meio pelo que fica 
absorvido pela conduta proibida de maior relevo em obediência ao princípio major absorbet 
minorem.
No que pertine a acusação de ter o Réu usado de grave ameaça, com o fim de favorecer 
interesse próprio conra parte ou qualquer pessoa que funcione ou é chamada a intervir em 
processo judicial ou policial, contida na exordial, não ficou cabalmente demonstrado durante a 
instrução criminal, razão que exige ser a denúncia ser julgada improcedente neste particular.
Consoante, o entendimento esposado pela melhor doutrina, o referido crime tem como 
objeto material o emprego de violência ou grave ameaça. A primeira é representada pela vis 
corporalis, consistente no uso de força física contra a pessoa da vítima, enquanto que a grave 
ameaça é representada pela vis compulsiva, que é a violência moral, a qual a lei exige que seja de 
natureza grave, capar de incutir justificável temor, o que não se confunde com a atuação do 
Acusado que num momento de desespero implorou a vítima que se abstivesse de dar 
prosseguimento ao persecutio criminis.
A Leitura das transcrições da fitas de áudio de fls....., demonstra nas palavras do Acusado 
mais um teor de angústia e medo do que ameaças contra os familiares da suposta vítima. 
Observando-se, ainda, que todas expressões naquele sentido eram instigadas pelos seus 
interlocutores.
Assim sendo Excelência, deve o Acusado ser absolvido da referida imputação, por ausência 
do elemento subjetivo e do objeto material da imputação, por um princípio de Justiça.
O Acusado, ora defendente, conforme declarações de fls......, é pessoa honesta, 
tecnicamente primário, portador de excelente antecedentes, que em função dos fatos geradores 
do presente processo se encontra encarcerado, deixando seus filhos menores à margem da 
miserabilidade, além do que sua esposa encontra-se gravemente enferma, necessitando todos de 
sua assistência.
EX POSITIS,
Requere a juntada aos autos da inclusa documentação, com fulcro no artigo 231 do Código 
de Processo Penal, e, espera o Acusado, ora defendente, sejam as presentes alegações recebidas, 
vez que próprias, e, tempestivas, por tudo o mais que dos autos conste, seja acatada a preliminar 
suscitada e julgado improcedente a denúncia, nos termos do artigo 386, do mesmo Estatuto, pois 
desta forma Vossa Excelência, estará, como de costume, editando decisório compatível com os 
mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
Local, data 
 ____________________
 OAB
Alegações Finais – Estelionato - Associação Criminosa - Uso de 
Documento Falso - Falta de Prova pericial - Absorção do Falso 
Pelo Estelionato
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE .......
ESCRIVANIA DO CRIME
Protocolo .................
................................, já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a Justiça 
Pública desta comarca, via de seu defensor, in fine assinado, permissa máxima vênia, vem 
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, com supedâneo no art. 403, do 
Código de Processo Penal, com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS por memorial
Face aos seguintes fatos razões e fundamentos: 
SÚMULA DOS FATOS
1Na exordial acusatória, de fls ....., o órgão da Acusação Oficial, imputou ao acusado, ora 
defendente, a prática do ilícito penal incrustado na norma proibitiva do artigo 171, “caput”, 288 
e 304, em concurso de pessoas com os co-réus ..........., ................ e ...................., nos seguintes 
termos in verbis:
“Consta do incluso Inquérito Policial registrado sob o nº ........, oriundo da Delegacia 
de Polícia local, que os denunciados, já qualificados nos autos, utilizando-se demeios fraudulentos, induzindo e mantendo outrem em erro, obtiveram vantagens 
ilícitas em prejuízo alheio, quando também denotou-se que de forma organizada, 
estiveram associados formando quadrilha ou bando para o fim de cometer infrações.
 Que segundo consta, no dia ......... do corrente ano, o primeiro denunciado, 
utilizando-se de diversos documentos falsificados, adquiriu junto a ............. 
– .........................., localizada nesta cidade, uma moto ......, no valor de R$ ....... 
(..............), emitindo, para pagamento, quatro cheques “clonados” da conta ........., 
agência ........., ..........., cujo titular, na verdade, era ...................., conforme apuração 
feita junto â Instituição Financeira.
 Que alguns dias depois, o primeiro denunciado retornou até a referida empresa e 
apresentou o segundo denunciado, que utilizando também de documentos 
falsificados, adquiriu uma moto ....... Fazer, no valor de R$ ....... (...........................), 
cujo pagamento fora feito através da emissão de ..... cheque, também “clonados” da 
conta ....., agência ......, Banco ........, cujo titular, segundo apurado, seria na 
verdade, ............................
 Que poucos dias antes dos cheques inicialmente apresentados vencessem, o 
primeiro denunciado novamente contactou os funcionários da ........., indicando o 
terceiro e o quarto denunciado como possíveis compradores, sendo que, nesta 
oportunidade desconfiando que algo estaria errado, pela semelhança da 
documentação apresentada, a vítima, por meio de seus administradores, passou a 
investigar a origem dos documentos, o que frustou as duas últimas negociações.
 Assim, não obtendo êxito na tentativa de receber o prejuízo sofrido e diante das 
informações de que o primeiro denunciado teria utilizado dos mesmos artifícios em 
outras oportunidades, a vítima procurou a Delegacia de Polícia local para a adoção da 
providencias cabíveis. (...)”
A denúncia foi recebida as fls. ......; ocasião em decretou-se a prisão preventiva; citado via 
editalícia (fls. ........), não compareceu para ser interrogado, tendo sido determinada a suspensão 
do processo (fls.....). 
Com o cumprimento do mandado de prisão em desfavor do co-réu .................... (fls........), 
prosseguiu a instrução criminal com relação a este, com a ...... (...) testemunhas arroladas na 
denúncia (fls........); e, via deprecata ..... (...) testemunhas de beatificação, arroladas pelo 
Acusado .........., além da genitora do, ora defendente, (fls. .....).
As fls. o Acusado, ora defendente fez juntar instrumento procuratório aos autos, pugnando 
pelo prosseguimento do feito se a sua presença física, pedido que foi indeferido nesta instância 
singela e deferido pelo TJ... através do HC ................).
Retomado o andamento do persecutio criminis, a defesa técnica do Acusado as fls., 
ratificou e convalidou o conjunto probatório carreado para os auto na sua ausência. 
A prova coligida durante a instrução criminal, é insuficiente para embasar eventual decreto 
condenatório, vez que todas testemunhas ouvidas em Juízo são empregados da suposta vítima, e 
por isso indignos de valor probante são seus depoimentos.
De outro prisma verifica-se que com a absolvição do co-réu ...................., inviável o 
reconhecimento do crime de bando ou quadrilha (art. 288 do CPB) vez que restaram apenas ... 
acusados, número aquém daquele exigido no referido dispositivo legal para a configuração do 
delito.
Com relação ao crime de tipificado no art. 304 do Código Penal Brasileiro, insta a 
conclusão, como delito-meio, de que o mesmo restou absorvido pelo crime de estelionato, que no 
presente feito, representa o delito-fim.
Embora o Acusado, ora defendente, responda outro processo criminal na comarca 
de ................, é tecnicamente primário, possui residência na cidade de Ceres, e em caso de 
eventual condenação deve sua reprimenda pena ser ancorada no mínimo legal, a ser cumprida 
no local onde reside.
DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
O Código de Processo Penal, no Livro que trata das nulidades processuais impõe o 
seguinte comando normativo:
Art. 564 - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
(...) 0missis
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
(...) omissis
b) O Exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o 
disposto no artigo 167.
Nosso Estatuto de Ritos Processuais Penais, no artigo ut retro citado, dispõe que ocorrerá 
nulidade no caso de falta de termos ou fórmulas, dentre os quais a realização de exame de corpo 
de delito nos crimes que deixam vestígios, como no caso em pauta, por corporificar e 
instrumentalizar a materialidade dos fatos objeto da persecução judicial. Isso, porque a Justiça 
Criminal, principalmente, deve exteriorizar-se através de formas, absolutamente cogentes e 
inalteráveis ao arbítrio das partes. Assim, sua falta já traduz nulidade por si mesmo, 
independentemente da ocorrência ou não de prejuízo.
Oportuna a lição do eminente jurisconsulto pátrio JÚLIO FABBRINI MIRABETE, quando 
assim leciona: 
“Causa nulidade absoluta a ausência do exame de corpo de delito nos crimes que 
deixam vestígios. Na hipótese de delicta lactis permanentis é por ele que se 
comprova a existência do crime quando este deixa vestígios, sob pena de nulidade, 
para evitar-se acusações infundadas. Ressalva o artigo 167, porém, que não sendo 
possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova 
testemunhal pode suprir-lhe a falta.” 1(Grifei).
Diz a jurisprudência
“A não realização de exame de corpo de delito direto, que dá maior credibilidade e 
confiança ao julgador, por incúria da autoridade policial, que, por comodismo, realiza 
o exame indireto, sem especificação de sua fonte, implica comprometimento da 
prova da materialidade do delito, impondo-se a absolvição” (RT 637/267). No mesmo 
sentido, (TJSP: RT 553/339; TACRSP: RT 548/339; TJMG: RT 534/416.)
Correta a advertência de que quando o ilícito penal deixa vestígios torna-se necessária e 
imprescindível a realização do exame de corpo de delito. Desta ótica, destina-se a comprovação 
por perícia da existência dos elementos objetivos do tipo, os quais são aferidos, principalmente, 
ao resultado produzido pelo atuar reprovável, de que houve o evento, do qual depende a 
existência objetiva do crime, ex vi do artigo 13, do Código Penal. 
Incensurável é o posicionamento de que configura-se nulidade absoluta a ausência do 
exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, e no caso sub examine, trata-se de 
delicta factis permanentes, sendo por ele que se comprova a existência típica só quando há 
vestígios positivados, sempre sob o crivo da nulidade absoluta. Neste sentido é pacífica a 
orientação pretoriana já apontada.2
É preciso insistir, no entanto, que se trata de nulidade absoluta e não relativa, que por força 
do que dispõe normativamente o artigo 573, do CPP, e pela ausência de dispositivo que lhe 
outorgue qualquer sanatória (v. por falta do exame de corpo de delito, direto ou indireto, nos 
crimes que deixam vestígios, ex vi do artigo 564, III, letra b do CPP. 
 No caso em tela, a documentação acostada aos autos, pela suposta vítima, constitui talvez 
ou simplesmente, mero indício da ocorrência de possível ilícito penal, não podendo ser elevado 
a categoria de prova da materialidade de um delito, que por sua natureza e sede deixa vestígios 
constatáveis através de elaboração de Laudo Pericial em documentos que se submetidos ao crivo 
dos senhores peritos poderiam comprovar a existência ou não da alegadafraude ou artifício. 
A evidência do aspecto ora suscitada encontra eco nas próprias palavras das testemunhas 
ouvidas em Juízo, que de forma uníssona declaram que o Acusado teria utilizado de documentos 
falsificados para a aquisição dos bens da suposta vítima. 
Excelência é flagrante e incontestável a incidência da nulidade do processo por falta de 
prova da materialidade dos fatos descritos na denúncia de fls., por infringência do disposto no 
artigo 564, III, “b” do Código de Processo Penal, impondo-se o reconhecimento da preliminar 
suscitada com o julgamento do feito sem apreciação do mérito, determinando-se o arquivamento 
da presente ação penal para todos os fins de direito. 
DO MÉRITO
A denúncia imputa ao Acusado a conduta descrita no art. 288, que assim preconiza 
“associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometerem crimes”. 
O referido dispositivo, trata-se crime coletivo, plurissubjetivo, que exige um número 
mínimo de quatro agentes para sua configuração típica, o que vale dizer que com a absolvição do 
co-réu ........................., restaram apenas três acusados, número inferior ao exigido legalmente, 
para a configuração do ilícito penal denunciado. Logo, por falta de elementar do tipo impõe-se 
sua absolvição.
A jurisprudência hodierna comunga o entendimento acima alinhado conforme o seguinte 
julgado:
“A absolvição, com provimento da apelação, de um dos quatro réus que se associaram 
para cometer crimes, descaracteriza o delito de quadrilha ou bando, pela falta, em 
relação aos demais, do quorum mínimo de quatro”3
Assim sendo, dever o Acusado, ora defendente, ser absolvido da imputação prevista no art. 
288 do CPB.
De igual modo não merece prosperar a acusação referente o delito previsto no art. 304, do 
Código Penal Brasileiro, vez que, no presente caso, a suposta falsidade configurou ato 
meramente preparatório do crime de estelionato, pelo que dever por este ser absorvido, conforme 
inteligência do art. 14 do mesmo Codex.
A doutrina mais abalizada tem proclamado que os atos preparatórios, quais sejam aqueles 
que representam a forma de atuar, que criam condições prévias para a realização do delito 
planejado, não são puníveis. Assim sendo, aquela conduta que precede, sob o prisma temporal, a 
execução do fato criminoso, é meramente uma fase do iter criminis, ou seja ato preparatório 
indiferente ao nosso direito penal, que pune a cogitação e a preparação.
No caso em apreço, a suposta falsificação de documentos configurou ato preparatório do 
delito de estelionato, conforme entendimento esposado pela jurisprudência majoritária:
“tentativa cometida mediante uso de documento falso - Pune-se somente o 
crime de estelionato,que absorve a falsidade, quando este foi o meio 
fraudulento empregado para a prática.”4
“Uso de documento falso – Crime-meio para a obtenção da indevida vantagem 
econômica – Absorção pelo crime-fim, no caso estelionato. Inteligência da 
Súmula 17 do STJ - Se o uso de documento falso foi endereçado à obtençaão de 
indevida vantagem econômica, o falso constitui-se em crime-meio, que fica 
absorvido pelo crime-fim no caso estelionato.”5
“A utilização de documento falsificado como meio para a prática de estelionato, 
resulta na absorção, por este, do delito previsto no art. 304 do CP.”6
É, assim, caso de uso de documento falso – delito-meio - para a consumação do verdadeiro 
objetivo do agente, o estelionato – delito-fim, há pluralidade de normas e unidade de crimes, 
onde nasce a consunção, com que se procura resolver o problema de conflito aparente de 
normas.
Segundo o princípio da consunção, a norma incriminadora de um fato, que é meio 
necessário ou normal fase de preparação ou execução de outro crime, é excluída pela norma a 
este relativa. Assim sendo, no magistério de Heleno Fragoso “há consunção quando um crime é 
meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro crime”.7 
Deste modo, imperioso que se proceda a absolvição do Acusado, ora defendente com 
relação ao delito do art. 304 do Código Penal Brasileiro, vez que pelo princípio da consunção este 
foi absorvido pelo delito de estelionato.
O Acusado, embora responda por outra ação penal na comarca de................ é primário, 
possui endereço certo e sabido na cidade de Ceres, onde reside em companhia de sua mãe, pelo 
que, no caso de eventual condenação deve sua pena ser cumprida naquela urbe conforme lhe 
faculta o art. 86, da Lei de Execução Penal.
 
EX POSITIS,
Espera o Acusado, ......................, sejam as presentes Alegações finais, recebidas, vez que 
próprias e tempestivas, julgando procedente a preliminar suscitada, com a decretação da 
nulidade absoluta do processo nos termos do art. 564, III, “b”, do Código de Processo Penal, em 
caso de análise de mérito, julgada improcedente a denúncia e todos seus termos, decretando-se 
sua ABSOLVIÇÃO, pois desta forma Vossa Excelência estará restabelecendo o império da Lei, do 
Direito e da Excelsa JUSTIÇA.
Termos em pede e espera deferimento.
LOCAL, DATA.
_____________
OAB
Alegações Finais – Estupro – Falta de Dissenso da Vítima - Relação 
Sexual consentida
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA TERCEIRA VARA CRIMINAL DE ....................
Protocolo ................
Alegações Finais
Acusado:..............
...................., já qualificado, nos autos da ação penal que lhe move a justiça pública desta 
comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem perante a conspícua 
e preclara presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 403, do Código de Processo Penal 
com a redação que lhe deu a Lei 11.719/2008, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados:
 SÚMULA DOS FATOS 
1O Acusado foi denunciado como incursos na penas do art. 213, do Código Penal 
Brasileiro, com a nova redação que lhe emprestou a Lei 12.015/2009, sob a suposta prática do 
seguinte fato delituoso in verbis (Fls........).
“Infere-se dos autos, que na madrugada do dia ........ a vítima dirigiu-se ao 
“..................”, onde ficou conhecendo o denunciado e ficaram conversando, sendo ao 
anunciar que iria para a sua casa, o mesmo lhe ofereceu carona e foi aceita. No 
caminho para a casa da vítima, o denunciado mudou o percurso e após passarem por 
outro bar e dar voltas pela cidade a levou par a sua (dele). Nesse local, sob violência 
física e ameaças a obrigou a manter consigo conjunção carnal e atos libidinosos, 
permanecendo com a vítima cerca de três horas.
Após satisfazer sua irrefreada lascívia, o denunciado adormeceu e a vítima 
conseguiu deixar o local, sendo socorrida por um rapaz que a levou até a delegacia 
da mulher, onde registrou ocorrência e foi requisitado o exame de conjunção carnal , 
que foi realizado e comprovada a cópula vagínica e a violência.”
2Ao prestar suas declarações perante a autoridade policial, a suposta vítima afirma que 
mesmo, o Acusado sendo pessoa desconhecida, aceitou de bom grado a carona oferecida, e que 
embora o mesmo tenha tomado um caminho diferente ao que levaria até sua residência, não 
tomou nenhuma providencia enérgica que denotasse indignação, descontentamento ou 
dissidência, deixando-se levar de forma livre e voluntariamente, noite a dentro, perambulando 
por bares da cidade até a madrugada:
Fls. ......: 
“ QUE, o ... falou para a declarante , você está com fome ?, então vamos sair para 
comer alguma coisa, a declarante respondeu para o ...., não! Não vou não! Nem te 
conheço e ..... falou então eu te levo na sua casa, que ficava duas quadras acima onde 
a declarante estava;(...) QUE a declarante, esclarece que aceitou a carona do rapaz, a 
qual pediu para ir embora para casa, e o mesmo concordou em levar a declarante 
para casa, porém, o ....... ainda falou então a gente vai dar umas voltinhas e depois eu 
te levo para sua casa, até então a vítima ainda estava fora da ............, não anotando a 
placa, e resolveu entrar no carro, e QUE ........ virou o carro e rumo ao centro da 
cidade; QUE, a declarante esclarece ainda que o ........... passou no Churrasquinho 
do ......., situado nas proximidades da ............., nesta cidade, esclarecendo ainda que 
comeu ....... ......., e que a declarante sempre pedindo para o .......... para ir embora 
para casa o qual falava a gente já vai “
Fls. ...
“QUE a declarante disse que o ........ parou em um ......... situado na ......... , o qual 
ficou uns minutinhos só, e saindo de lá por volta das ..... horas, e que o ........ falou 
que ia passar na casa da mãe dele, por perto da praça ..........., não sabendo o 
endereço e nem lembrando o local, pois o ........ deu muitas voltas para ir até a casa 
da mãe dele, onde ele parou em um local perto da praça, não lembrando onde, vendo 
a declarante que o ......... apertou um interfone, não ouvindo o que ele conversou” 
(Grifei)
Em Juízo a suposta vítima confirma que em nenhum momento tentou desvencilhar da 
companhia do Acusado:
Fls. .....:
“aceitou a carona, mais assim que entrou na camionete o acusado pegou um outro 
caminho, pediu para ir embora para casa que não queria ir em outro lugar, ele disse 
que ia ali e logo a levaria para casa, passou no ...................., foi agressivo com 
o ..........., depois tornou a entrar no carro e a declarante sempre pedindo para ir 
embora, que a deixasse em casa, ele disse que ia ali e logo a levaria, ficou dando 
volta, passou na ........... na cassa da mãe dele, entrou na casa da mãe e sai passarem 
em outro ......................e a declarante sempre pedindo para que a levasse em casa e 
ele disse que já ia leva-la; que ao invés de leva-la para casa levou para casa dele 
no ............; que continuou insistindo que queria ir embora, mais ele trancou o 
portão” (Grifei)
A adesão aos intuitos lascivos do Acusado está bem estampado no trecho das declarações 
da suposta vítima quando, naquele fantasioso momento de opressão, ela aconselha que o mesmo 
ao menos use camisinha:
Fls. 
“esclarece a declarante que já que ele estava fazendo isto tudo, podia usar uma 
camisinha, o qual respondeu que não ia usar, pois “puta ele gostava de comer 
daquele jeito mesmo” 
Está claro que a suposta vítima opôs uma simulada resistência, ao voluptuoso enlace 
sexual, com aspecto meramente formal, platônico, e frágil, quando diz:
Fls. ...:
“...e depois jogou na , fazendo sexo de todas as maneiras, oral, penetrava, 
tirava, colocava o pênis, ora em sua boca, ora em sua vagina, não fazendo sexo 
anal , pois a declarante conseguiu não deixar...” 
O congresso sexual foi tão espontâneo que, conforme a própria “vítima” afirmou em juízo 
às fls. 351: “que surgiu um boato no bairro depois do estupro que a declarante namorava com o 
Acusado”, é óbvio, que para que surgisse um boato desta natureza é necessário que houvesse um 
relacionamento, no mínimo, amistoso ou afetuoso entre ambos.
Outro fator relevante, é que pela narrativa da suposta vítima, e pelas agressões que alegou 
ter sofrido, haveria de constar no laudo de exame de corpo de delito, de fls. 29/31, lesões de 
grandes proporções, tais como hematomas, equimoses, principalmente queimaduras, uma vez 
que alegou ter sido queimada com cigarro, do seguinte modo:
Fls. 350:
“que ao invés de leva-la para casa levou para casa dele no Anápolis City; que 
continuou insistindo que queria ir embora, mais ele trancou o portão e começou a 
ficou muito agressivo com a declarante, que lhe puxava o cabelo, batia no chão e 
esfregava seu rosto por diversas vezes, depois de bater muito no declarante que se 
debatia sempre, ele a violentou, queimou com cigarro,” (Grifei)
Conforme laudo de exame de corpo de delito – “conjunção carnal”, foi constatado apenas 
“escoriações finas na região mamária”, estigmas próprios de uma relação sexual normal e 
consentida. Não foi detectado nenhuma queimadura, ou escoriações no rosto, o que vale dizer, se 
realmente a suposta vítima tivesse sido agredida os Senhores Peritos teriam consginado no laudo 
a existência dos referido vestígios ou lesões. 
Por seu turno, o Acusado, ao ser interrogado em juízo, (fls. ..), não negou ter mantido 
relação sexual com a suposta vítima, inclusive confirmou que estiveram em vários “bares” da 
cidade, antes de irem para sua residência de forma livre e espontânea.
Como pode ser visto, a violência ou grave ameaça foram frutos da imaginação da suposta 
vítima. É obvio, que jamais prestaria um depoimento sincero diante da conduta pouco 
recomendável que assumiu ao se entregar sexualmente ao acusado _______ por livre e 
espontânea vontade.
 DO DIREITO
No caso em apreço, o Julgador, deverá edificar seu juízo com redobrada cautela e 
parcimônia, com a necessária e acurada análise de todo conjunto dos fatos, para aferir se dentro 
do contexto estão contidas todos os elementos e circunstâncias que integram a definição legal 
típica. Principalmente quando a suposta vítima traz para o bojo dos autos uma versão 
inverossímil e carregada de contradições.
Edita o artigo 213, de nosso Código Penal, com a nova redação dada pela Lei 12.015 de 07 
do agosto de 2009:
“Art. 213 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
(“Caput” com redação dada pela Lei nº 12.015, de 07.08.2009 - DOU 10.08.2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Como crime comissivo e material, sua consumação depende da realização da conduta 
contida na norma proibitiva, aqui representada pelo verbo “constranger mediante violência ou 
grave ameaçar”, que conceitualmente representa cópula vagínica, contra a vontade da vítima, 
utilizando-se de violência (vis corporalis illata), que é o emprego de força física, com a 
necessidade para sua configuração de que haja, pelo menos, lesões leves (HUNGRIA)1 , ou, a 
grave ameaça (vis compulsiva), consistente na violência moral, que é a promessa idônea do 
agente de causar mal sério e grave ao á vítima, (ANIBAL BRUNO)2, sendo, fundamental e 
indispensável que ocorra o dissenso da vítima, pois sua concordância acarreta a atipicidade do 
fato. É preciso que a falta de consentimento da ofendida seja sincera epositiva, que a resistência 
seja inequívoca, demonstrando vontade de evitar o ato desejado pelo agente, que será quebrada 
pelo emprego pela violência física ou moral. (DAMÁSIO)3. 
Nossa doutrina é uníssona em afirmar que nesta modalidade delituosa, o dissenso da 
vítima deve ser sincero e positivo, manifestando-se uma inequívoca e real resistência. Ensina o 
festejado NELSON HUNGRIA, que não basta uma platônica ausência de adesão, uma recusa 
meramente verbal, uma oposição passiva e inerte. É necessário uma vontade decidida e 
militantemente contrária, uma oposição que somente a violência física ou moral consiga vencer. 
Sem duas vontades embatendo-se em conflito, não há crime. Nem é de confundir a efetiva 
resistência com a instintiva ou convencional relutância do pudor, (MANFREDINI), ou como o 
jogo de simulada esquivança ante uma vis grata, como daquelas ninfas de que fala CAMÕES (Os 
Lusíadas, canto IX, estrofe LXX4): 
“Fugindo as ninfas vão por entre os ramos,
Mas,mais industriosas que ligeiras,
Pouco a pouco sorrindo, e gritos dando,
Se deixam ir dos galgos alcançando...”. 
Logo, Excelência, a resistência ativa da vítima é a contraprova da ameaça como elemento 
integrante do crime de estupro, existindo, a adesão e anuência por parte da vítima, e sem ela não 
há que falar tipicidade delituosa, como pretendeu o Órgão Ministerial em sua perfunctórias e 
desarrazoadas alegações finais. A anuência está estampada na própria versão da suposta 
ofendida, quando categoricamente admite categoricamente que “..passou no ................,(...) 
entrou na casa da mãe e sai passarem em outro .............. (...)a declarante tomou um copo de 
cerveja; que ele parou na casa da mãe por um ou dois minutos.” A situação de comodidade e 
aderência é ainda mais flagrante quando, durante a sessão de orgias genésicas a suposta 
violentada, solicita que o agressor “ que pelo menos usasse camisinha” (fls.). 
Pelos fragmentos acima citados, denotam que a suposta vítima estava bastante à vontade, 
que em nenhum momento pediu socorro, ou tentou fugir do suposto algoz.
Diz a jurisprudência a cerca do dissenso da vítima com relação aos crimes desta natureza:
“Uma jovem estuprada há de opor-se razoavelmente à violência, não se podendo 
confundir como inteiramente tolhida nessa repulsa quem nada faz além de tentar 
gritar e nada mais. A passividade, que muitas vezes se confunde com a tímida 
reação, desfigura o crime, por revelar autentica aquiescência” (TJSP - AC - Rel ODYR 
PORTO - RT 429/400) 
O festejado mestre em medicina legal, HELIO GOMES, assim discorre sob o tema:
“A violência física consiste no emprego de meios materiais que anulem a resistência da 
ofendida, obrigando-a à conjunção carnal. Sendo, via de regra, muscularmente mais forte do que 
a mulher, o homem pode, em determinadas condições vencer-lhe toda a resistência e submetê-la 
ao congresso sexual. O assunto, entretanto, comporta algumas observações no terreno da 
Medicina Legal. Discutem realmente os legistas se é possível a um homem manter cópula carnal 
com a mulher, oferecendo esta ´seria resistência. Autores como HOFMANN e LACASSAGNE, 
negam essa possibilidade. Entendem ser impossível, porque a resistência da vítima, os 
movimento da bacia, a junção dos membros inferiores, tudo isso impediria a introdução do pênis 
na vagina5.” (Grifei)
A versão apresentada pela suposta vítima além de incoerente, é contraditória, pois nas 
declarações prestadas tanto na fase policial quanto judicial, afirma que foi vítima de violenta 
sessão espancamento, inclusive, queimadura com cigarro, porém, em seu corpo não foi 
detectado nenhuma lesão, principalmente na área genital, coxas, braços, pois a pressão 
provocada pelas agressões indubitavelmente provocaria hematomas, ou outra lesão provocada 
por instrumento contundente:
HELIO GOMES é taxativo quando leciona;
“No caso de violência física, ficarão vestígios: contusões, escoriações, estigmas 
ungueais (lesões de defesa da vítima encontráveis no agressor)6,”
A jurisprudência dominante, também, se posiciona no sentido de que em havendo 
violência física, inevitavelmente, haverá lesões corporais:
“Posto de lado a questão da possibilidade de um só agressor consumar a conjunção 
carnal contra a vontade da mulher, em caso de resistência havrá, inevitavelmente, 
vestígios, por lesões características, de que foi empregada violência efetiva para a 
prática do ato sexual”7 
“Tem-se como descaracterizar o estupro típico quando a vítimanão ostenta qualquer 
lesão a evidenciar a resistência”8
“Mera menção à existência de lesão grave não faz presumível o emprego de força, 
que a ofensa física pode decorrer da própria cópula, realizada sob precárias 
condições ambientais”9 
O argumento de que a vítima se entregou lascivamente, ao Acusado, de forma consensual, 
está no fato de que o exame de corpo de delito foi realizado, há poucas horas após a prática da 
suposta ocorrência das agressões, e não foi constatado nem ao menos uma leve tumefação ou 
hiperemia na mucosa vaginal ou equimoses em suas parte íntimas, estigmas que 
indubitavelmente deveriam estar presentes no caso da ocorrência de coito violento.
Ressalte-se, finalmente excelência, que a vítima acompanhou o Acusado, por sua livre e 
espontânea vontade, permanecendo em sua companhia sem qualquer consternação, ou 
constrangimento, agindo com desembaraço, sem timidez ou acanhamento, tomando cervejas em 
bares, conduta que não coaduna com a de que está sob coação, ou contra sua vontade.
 É assente, que no ordenamento jurídico adotado no Brasil, mormente no processo penal, 
que não existe hierarquia de provas, em virtude da aplicação do sistema da livre apreciação 
motivada, porém, já se consolidou no meio jurídico de que, a palavra da vítima, nos crimes 
contra os costumes, surge com um coeficiente probatório de ampla valoração10. No entanto, não é 
menos verdade, de a jurisprudência tem fixado que, as palavras da ofendida, para serem cridas, 
devem ser verossímeis e uniformes, além de concordante e harmoniosas com os demais 
elementos indiciários11, principalmente, com ensina NELSON HUNGRIA, “quando a queixosa, 
isenta de qualquer lesão corporal, afirma ter sido violentada por um só agente suas declarações 
devem ser recebidas com a máxima reserva ou desconfiança porque o êxito da violência física, 
com unidade de agente, não é crível ou, pelo menos rarissime accidit12.”
No caso em apreço, as declarações da suposta vítima são, não merecem credibilidade, uma 
vez que falseou a verdade acerca de fatos relevantes com o intuito de incriminar a pessoa do 
acusado, pelo que devem ser analisadas com redobrada cautela.
Em conclusão, ficou demonstrado pelo conjunto de provas abalizadas nos autos que a 
palavra da suposta vítima restou carregada de vícios, contradições e embustes, trazendo para os 
autos uma versão enganosa e pérfida, sendo, pois insuficientes para alicerçar qualquer decreto 
condenatório. Diz a Jurisprudência:
“Inexistindo outro elemento adverso de convicção, o antagonismo entre as versões da 
vítima e do réu impõe-se a decretação do non liquet” (Ap. 182.367 – TACrimSP – Rel. 
Valentim Silva).
“Sendo conflitante a prova e não se podendo dar prevalência a esta ou aquela, é 
prudente a decisão que absolve o réu” (Ap. 29.889 – TACrimSP – Rel. Lauro Alves).
“Sentença Absolutória. Para a condenação do réu a prova há de ser plena e 
convincente, ao passo que para absolvição basta a dúvida, consagrando-se o 
princípio “in dúbio pro réo”, contido no art. 386, VI do CPP” (JTACcrim, 72/26 – Rel. 
Álvar Cury).
Consoante o entendimento esposado pela melhor doutrina processual penal, sentença de 
conteúdo condenatório exige, para sua prolação, a certeza de ter sido cometido um crime e de ser 
o acusado o seu autor. A menor dúvida a respeito acena para a possibilidade de inocência do réu, 
de sorte que a Justiça não faria jus a essa denominação se aceitasse, nessas circunstâncias, um 
édito condenatório, operando com uma margem de risco - mínima que seja - de condenar quem 
nada deva.
A respeito, obtempera Heleno Cláudio Fragoso que:
“a condenação exige certeza e não basta, sequer, a alta probabilidade, que é apenas 
um juízo de nossa mente em torno da existência de certa realidade”. Mesmo a íntima 
convicção do Juiz - pondera Sabatini -, como sentimento da certeza, sem o concurso 
de dados objetivos de justificação - , não é verdadeira e própria certeza...”; “no lugar 
da certeza, em espécie tal, tem-se a simples crença.’’ “Dessa forma, uma condenação 
somente terá lugar quando o exame sereno da prova conduza à exclusão de todo 
motivo sério para duvidar.” (in –“Jurisprudência Criminal, Borsoi, 1973, vol. II, pág. 
389)
Deste modo a palavra da vítima deixou de possuir aquela credibilidade, sustentada pela 
jurisprudência dominante, vez que está contaminada pela inverossimilhança, razão pelas qual 
impõe-se a decretação do non liquet, com a consequência absolvição do réu nos termos do art. 
386, VII, do Código de Processo Penal, com a nova redação que lhe deu a Lei 11.690/2008.
Caso prevaleça no espírito de Vossa Excelência o entendimento de que o acusado deva ser 
condenado, é indeclinável a conclusão de que, o mesmo preenche todos requisitos para exercer o 
direito de recorrer em liberdade, uma vez após a revogação de sua custódia, nenhum fato novo 
ocorreu a ponto de obstacularizar a concessão do benefício de exercitar recurso voluntário em 
liberdade.
EX POSITIS, 
espera o Acusado ..........................., sejam as presentes alegações finais, recebidas, vez que 
próprias e tempestivas, julgado improcedente a denúncia de fls. 02/04, com a decretação da 
absolvição do Acusado, pois desta forma Vossa Excelência, como de costume, estará editando 
decisório compatível com o mais elevado senso de JUSTIÇA.
Nestes Termos
Pede deferimento.
Local, data.
______________________
 
OAB
Alegações Finais – Estupro de Vulnerável – Depoimento Infantil 
Fantasioso
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .......... VARA CRIMINAL DE ..............
Protocolo nº ...................
Alegações Finais 
Acusado: ...............
....................................., já qualificado, nos autos da ação penal, que lhe move a justiça 
pública desta comarca, via de seu defensor in fine assinado, permissa máxima vênia, vem 
perante a conspícua e preclara presença de Vossa Excelência, ao tempo do artigo 403, do Código 
de Processo Penal com a redação dada pela Lei 11.719/2008, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAL
face aos fatos, razões e fundamentos a seguir perfilados;
SÍNTESE DOS FATOS
O Ministério Público chancelou ação penal em desfavor do Acusado, imputando-lhe a 
prática de conduta subsumível na norma proibitiva dos artigos 217-A, do Código Penal 
Brasileiro, com a nova redação dada pela Lei 12.015 de 07.08.2009, se propondo, na vestibular 
acusatória, a provar durante a instrução criminal os seguintes fatos delituosos in verbis:
“Consta do incluso inquérito policial (autos .................) que, no dia ......., por volta 
das ......, em sua residência, o acusado constrangeu a menor ........... (... anos de 
idade), a permitir que praticasse com ela ato libidinoso.
 
Segundo se apurou, no dia dos fatos, .................., mãe da vítima deixou a mesma na 
casa do acusado, enquanto ajudava a esposa do mesmo, a levar a empregada desta ao 
Hospital.
Apurou-se, ainda, que no momento em que a vítima dormia, o acusado puxou sua 
calcinha e ficou passando a língua em sua vagina. Momento em que a vítima acordou 
e o acusado disse a mesma que não contasse a ninguém o ocorrido, pois se o fizesse 
ele negaria. 
Ao chegar em casa, a vítima contou todo o ocorrido a sua mãe, a qual levou o fato a 
conhecimento da Autoridade Policial.”
Ao ser submetida a exame de corpo de delito, (fls. ...) logo em seguida a suposta ocorrência 
do fato, os senhores peritos não encontraram qualquer vestígio, como mancha de saliva na 
calcinha nem na vulva da infante periciada, como também não houve constatação de 
edemas,hiperemia vulvar ou eventual irritação de pele ou mucosa próxima a genitália da 
pretensa vítima, pois consoante depoimentos das testemunha ouvidas em juízo, naquela época, o 
Acusado encontrava-se com sua barba por fazer, a qual é crespa, o que induvidosamente irritaria 
a pele sensível da criança caso houvesse um contato direto com ela. 
É importante salientar que conforme noticiou a testemunha ............, ouvido as fls........, o 
perito que realizou o exame de corpo de delito, foi categórico em dizer que se eventualmente 
houvesse acontecido os fatos noticiados pela suposta vítima, inevitavelmente haveriam vestígio 
detectáveis, o que não ocorreu:
“Que, conversou com o perito por ocasião da realização do exame de corpo de delito; 
que, o perito disse para o declarante que não havia nenhum tipo de sinal na criança, 
esclarecendo que foi informado que não haviam trocado a roupa dela, nem lhe dado 
banho, tendo ele dito que, se houvesse algum tipo de contato, ainda que fosse um 
beijo, seria possível constatar a presença de saliva, o que ele não encontrou durante o 
exame, tendo dito, ainda, que ela não apresentava nenhum tipo de sinal; que, ao 
acompanhar o exame, sua intenção não era proteger o acusado, porque se houvesse a 
constatação de alguma coisa seria o primeiro a acusa-lo e ficar do outro lado, uma 
vez que o seu relacionamento com os familiares da vítima era muito bom,...” 
Por outro lado, no relatório de avaliação social de fls..., a própria mãe da pretensa vítima, 
relata para a Assistente Social “que os familiares não acreditam que ......... foi abusada, dizem 
que a menina inventou toda a história”, dando mostras de que embora muito nova a vítima teria 
capacidade suficiente para fantasiar os fatos atribuídos ao Acusado narrados na denúncia.
Pelo conjunto de provas coligido para os autos percebe-se que não há provas suficientes 
para a condenação do Acusado.
O Acusado, trata-se pessoa de excelente conduta social e familiar, é tecnicamente primário, 
possui bons antecedentes, é trabalhador conforme noticiaram todas testemunhas ouvidas por 
este Ilustrado Juízo.
DO DIREITO
Consoante o entendimento doutrinário-jurisprudencial dominante, a hipótese levantada na 
proemial acusatória para que tenha repercussão jurídica deve ser amplamente provada durante a 
instrução criminal desenvolvida sob o manto da garantia constitucional do contraditório, da 
ampla defesa e do devido processo legal assumindo a acusação oficial o ônus probandi da 
autoria, da materialidade e de todas as circunstâncias do fato. 
Na lição sempre abalizada de Maria Lúcia Karam,1 pode-se conceituar a prova como um 
instrumento de demonstração da veracidade de afirmações feitas a propósito da ocorrência ou da 
inocorrência de fatos, em que alegadamente fundamentada uma pretensão exposta no processo, 
de modo que o juiz, formando seu convencimento, esteja apto a resolver as questões àquelas 
relativas (isto é, as questões de fato), sobre as quais controvertem as partes. Assim entendida a 
prova, é fácil perceber que a distribuição do ônus a ela relativo, tanto no processo penal como no 
processo civil, deverá partir da premissa de que é sobre a parte que alega um direito que irá 
recair a incumbência de demonstrar a existência dos fatos dos quais o pretende fazer derivar. É o 
que dispõe a regra contida no art. 156 do CPP, ao estatuir que “a prova da alegação incumbirá a 
quem a fizer”,regra que, como já advertia Frederico Marques, a rigor, não apresenta diferença 
substancial com as que norteiam a matéria no processo civil.2
Originando-se dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, tanto a garantia da 
presunção de inocência ou de não-culpabilidade quanto o princípio in dúbio pro reo dela 
derivado, rigorosa e efetivamente aplicados, constituem importantíssimos instrumentos de 
contenção do poder de punir e, assim, de contenção do Estado policial.
A garantia da presunção de inocência ou de não-culpabilidade e o princípio in dúbio pro 
reo dela derivado implicam na atribuição ao autor da ação penal condenatória - isto é, àquele que 
ocupa a posição da Acusação - do ônus de demonstrar, de forma induvidosa, a existência da 
infração penal e de sua autoria, na medida em que somente a certeza quanto a esta existência 
poderá conduzir a um pronunciamento de procedência dopedido de condenação.
Como assinala aqui também, Julio Maier, a ausência da certeza representa a 
impossibilidade do Estado de destruir a situação de inocência, construída pela lei (presunção), 
que ampara o acusado, razão por que conduz à absolvição qualquer outra posição do juiz a 
respeito da verdade, a dúvida, ou mesmo na probabilidade, impedindo a condenação e havendo 
de desembocar na absolvição.3
Esta exigência da certeza para a condenação, materializadora do princípio in dúbio pro reo, 
vem preconizada, em nosso ordenamento jurídico, nas regras que asseguram a efetividade da 
garantia constitucional inscrita no inc. LVII, do art. 5º, da Constituição Federal, bem como no 
inciso VII do artigo 386, do Código de Processo Penal determinam que seja o réu absolvido 
quando , “não existir prova suficiente para a condenação”. (Inciso acrescentado pela Lei nº 
11.690, de 09.06.2008 - DOU 10.06.2008)
A respeito obtempera Heleno Cláudio Fragoso4, que a condenação exige certeza e não basta, 
sequer, a alta probabilidade , que é apenas um juízo de nossa a mente em torno da existência de 
certa realidade. Mesmo a íntima convicção do Juiz – pondera Sabatine – como sentimento da 
certeza, sem o concurso de dados objetivos de justificação, no lugar da certeza, em espécie tal, 
tem simples crença . Desta forma, uma condenação somente terá lugar quando o exame sereno 
da prova conduza a exclusão de todo motivo sério para duvidar.
Assim, durante a instrução criminal, quando se realiza reconstituição dos fatos alegados 
pela parte autora da ação penal, que se pode chegar a uma conclusão de certeza da prática da 
infração penal imputada ao réu ensejando a imposição da pena respectiva, ou, caso contrário, 
quando pela prova ali produzida, se estabeleça uma dúvida e acenar uma possibilidade de 
inocência, por mínima que seja, impõe-se a absolvição.
No caso vertente, a versão apresentada pela suposta vítima, que de acordo com a 
jurisprudência dominante, possui acentuado relevo e valor probante quando plausíveis, 
coerentes, equilibradas, harmônicas e apoiadas em outros elementos ou circunstâncias que 
direcionem quanto a pratica delituosa. Porém, aqui se mostrou inverossímil e fantasiosa, além do 
que, a defesa do Acusado, demonstrou com os depoimentos das testemunhas inquiridas na 
instrução criminal e o exame de corpo de delito, a impossibilidade do Acusado ter agido da 
forma descrita na denúncia. colocando em dúvida razoável a existência e a autoria do fato 
denunciado.
Caso fosse verdadeira a estória apresentada pela pretensa vítima, da ação atribuída ao 
Acusado, haveriam de ser detectados vestígios da prática delituosa, por mínimos que fossem, 
porém, nada foi constatado, colocando por terra a versão por ela apresentada, tornando-a 
insuficiente para ancorar decreto condenatório.
Neste sentido é o entendimento jurisprudencial dominante no Tribunal de Justiça de Goiás:
 “EMENTA: “APELAÇÃO CRIMINAL - ESTUPRO - PALAVRA DA VITIMA RESERVA - 
ABSOLVIÇÃO - INSUFICIÊNCIA DE PROVAS’.I - A PALAVRA DA VITIMA DE 
CRIMES SEXUAIS REPRESENTA A VIGA MESTRA DA ESTRUTURA PROBATÓRIA. 
E EXATAMENTE PELA SUA RELEVÂNCIA, ESSA PROVA DEVE REVESTIR-SE DE 
CREDENCIAIS IDÔNEAS PARA AFIRMAR O JUÍZO DE CERTEZA, POIS SE EXISTIR 
DUVIDA, AINDA QUE ÍNFIMA, NO ESPÍRITO DO JULGADOR, DEVE, 
NATURALMENTE, SER RESOLVIDA EM FAVOR DO RÉU. II - RECURSO 
IMPROVIDO.” (Grifei)
“EMENTA: “APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO 
PUDOR. PRELIMINARES DE NULIDADE. DENUNCIA NÃO RATIFICADA NO JUÍZO 
COMPETENTE. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO PARA A ACUSAÇÃO. UNIDADE E 
INDIVISIBILIDADE DOS ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PUBLICO. NULIDADE NÃO 
CONFIGURADA. SENTENÇA SEM FUNDAMENTAÇÃO. FUNDAMENTOS 
CONCISOS E SUFICIENTES. MÉRITO. PROVAS. NEGATIVA DE AUTORIA. ATO 
SEXUAL CONSENTIDO. PALAVRA. CONTRADIÇÕES. INSUFICIÊNCIA 
PROBATÓRIA. IN DÚBIO PRO REO. INCIDÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. I - O MINISTÉRIO 
PUBLICO E UNO E INDIVISÍVEL NADA IMPEDINDO O PROCESSAMENTO, NO 
JUÍZO COMPETENTE, DE AÇÃO INTENTADA POR DENUNCIA OFERECIDA EM 
OUTRA COMARCA, MORMENTE SE PREJUÍZO ALGUM EXPERIMENTOU A 
ACUSAÇÃO. II - INCABÍVEL A ANULAÇÃO DE JULGADO QUE, EMBORA 
SUCINTAMENTE, FACA A INDICAÇÃO CLARA DOS MOTIVOS DE FATO E DE 
DIREITO QUE SUSTENTAM A DECISÃO. III - APALAVRA DA VITIMA EM CRIMES 
SEXUAIS, CONSTITUI EXCELENTE MEIO DE PROVA, MAS, ISOLADA E 
CONTRADITÓRIA, NÃO AUTORIZA A EDIÇÃO DE DECRETO CONDENATÓRIO. IV 
- IMPÕE-SE A APLICAÇÃO DO PRINCIPIO IN DÚBIO PRO REO SE NÃO SE TEM, 
NOS AUTOS, PROVAS SUFICIENTES PARA A CONDENAÇÃO. V - RECURSO 
PROVIDO”.
Da forma preconizada pela jurisprudência dominante, a palavra da vítima para assumir o 
papel preponderante na escala da valoração da prova deve sempre se apresentar de forma 
verossímil, coerente, segura e harmônica com os demais elementos de convicção produzidos na 
instrução criminal, o que não aconteceu no presente caso, em que a pretensa vítima, traz à lume 
uma versão fantasiosa dos fatos, impossível de existir no campo e na esfera da realidade.
Por outro lado, Excelência, a doutrina especializada tem de forma contundente, 
proclamado que o depoimento infantil deve ser analisado com redobrada e elevada cautela 
devido vários fatores de ordem psico-fisiológicos, próprios da falta de amadurecimento, 
sugestionabilidade, fertilidade da imaginação, percepção distorcida e fantasiosa, etc., comumente 
verificadas nas primeiras fases da vida humana.
Conforme circunspeta monografia de José Carlos G. Xavier de Aquino, leciona que as 
legislações de outrora já traziam consigo o direito de testemunhar. O Código de Manu, o direito 
romano, bem como o direito bárbaro prescrevia que os menores eram absolutamente incapazes 
de prestar testemunho, nesse caso seus testemunhos eram equiparados aos alienados mentais 
(Código de Manu, Liv.III).
As Ordenações Filipinas, germe do direito penal brasileiro, em seu Livro III titulo 56, nº 6, 
já proclamava essa incapacidade: 
“Os menores de 14 anos não podem ser testemunha em nenhum feito.”
O motivo que levou os legisladores a considerar os menores absolutamente incapazes de 
depor e não permitir que se defira compromisso aos seus depoimentos é de fácil compreensão. 
As crianças, como é notório, não têm ainda uma total percepção dos fatos e a devida 
compreensão das coisas, em função do seu incompleto desenvolvimento orgânico. Além do mais 
não tem noção da importância do ato que irão praticar diante do magistrado. Como bem observa 
Binet, a criança “avalia mal a exatidão do que diz e do que faz; é tão inábil no espírito como o é 
nas mãos; é notável sua facilidade em satisfazer com palavras, ou em deixar de perceber que não 
está compreendendo. Sua inteligência se assemelha à de um imbecil adulto”5.
É nesse mesmo sentido que o insuperável mestre germânico Mittermayer:6 
“Por maior que seja o valor que se dê a candura, nas suas ingênuas palavras, que, 
sem macular as consequências , só exprimem o que realmente caiu sob os seus 
sentidos, o legislador deverá recear da leviandade natural de seu espírito, da falta de 
seus meios de observação, do seu hábito de só verem as coisas superficialmente e se 
contentarem-se com as primeira impressões”. 
Além dos enganos inerentes à idade, em que a criança pode incorrer, salienta-se que a 
facilidade ser enganada constitui outro motivo para que sempre se recebam com redobradas 
cautelas seus testemunhos. Acrescenta-se a isto tudo, poder de imaginação do infante. Como é 
sabido, fortis imaginatio generat casum (uma robusta imaginação cria acontecimentos por si 
mesma).
No caso em preço a vítima, de apenas quatro anos de idade atribui, ao Acusado, um fatode 
extremo relevo na resposta penal imposta pelo Estado, porém, sua versão restou isolada no 
contexto probatório, portanto insuficiente, por si só, para lastrear eventual decreto condenatório.
A Jurisprudência hodierna também tem reconhecido a fragilidade do depoimento prestado 
por crianças, como elemento único gerador da convicção judicial, principalmente para condenar, 
conforme os seguintes arestos:
“ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR – NÃO CARACTERIZAÇÃO – DEPOIMENTO 
INFANTIL – Hipótese em que as informações ofertadas pelo menor na polícia e em 
juízo, não imprimem inteira confiança para efeito de incriminação e devem ser 
recepcionadas com cautela – Apresentação de versão diferente em cada uma das 
vezes em que ouvido – Prova recepcionada que não leva a certeza de ocorrência do 
crime, nem da culpabilidade do acusado – Réu absolvido com base no artigo 386, VI, 
do Código de Processo Penal. Embora verdadeiro o argumento de que a palavra da 
vítima, em crimes sexuais, tem relevância especial, não deve, contudo, ser recebida 
sem reservas, quando outros elementos probatórios se apresentam em conflito com 
suas declarações. Assim, existindo dúvida, ainda que ínfima, no espírito do julgador, 
deve, naturalmente, ser resolvida em favor do réu, pelo que merece provimento seu 
apelo para absolvê-lo por falta de provas.” (TJSP – ACr 231.148-3 – General Salgado – 
3ª C.Crim. – Rel. Des. Marcos Zanuzzi – J. 05.04.2000 – m.v.)
“ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR – PROVA – DEPOIMENTO INFANTIL – O 
TESTEMUNHO INFANTIL, DE UMA GAROTA DE APENAS DOIS ANOS DE IDADE, 
MERECE ANÁLISE CRITERIOSA, TENDO EM VISTA A TENDÊNCIA À 
FABULAÇÃO E O PREDOMÍNIO DO IMAGINÁRIO NO PSIQUISMO DA CRIANÇA – 
Seu relato, para merecer credibilidade, há de ancorar-se, de forma sólida, nos demais 
elementos de convicção. – Não havendo a certeza de que os fatos imputados ao réu 
são verdadeiros, de rigor a absolvição.” (TJMG – ACr 100.031/4 – 2ª C.Crim. – Rel. 
Des. Alves de Andrade – J. 06.08.1998)
Desta forma, a aplicação do non liquet, ao que tudo indica, seria decisão mais sensata e de 
elevada lucidez, a ser aplicada ao caso em apreço, relambrando a sempre preciosa lição de La 
Bruyere: “Um culpado punido é exemplo para os delinqüentes; Um inocente condenado, 
Preocupação para todos homens de bem.” 
O Acusado, conforme depoimentos das testemunhas ouvidas em juízo, demonstrou ser 
pessoa trabalhadora, com família regularmente constituída, sustentada exclusivamente com os 
frutos de seu labor, goza no meio social em que vive do respeito e consideração de todos, não 
tendo personalidade voltada para senda criminosa, é radicado nesta cidade desde criança.
EX POSITIS,
espera o Acusado, ........................, ora defendente, sejam as presentes alegações recebidas, 
vez que tempestivas e próprias, para final reconhecer as preliminares suscitadas e julgar 
improcedente a denúncia, decretando sua ABSOLVIÇÃO, nos termos da legislação pertinente, 
pois desta forma Vossa Excelência, estará como de costume editando decisório carregado de 
equidade, restabelecendo o império da Lei, do Direito de Excelsa JUSTIÇA. 
Local, data.
_____________________
 
OAB
Alegações Finais – Roubo – Participação de Menor Importância
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA TERCEIRA VARA CRIMINAL DE .........
 ......................, pelo seu defensor que esta subscreve, vem no prazo legal, apresentar 
alegações finais, contestando de forma veemente a denúncia de fls. ........ e alegações finais de 
fls., do ilustre Representante do Ministério Público, pelos fatos e fundamentos que passa a 
escandir:
Preliminarmente
A mecânica processual até aqui funcionou normalmente.
O Inquérito Policial iniciou através de Auto de Prisão em Flagrante. (fls......), onde foram 
ouvidos os policiais que efetuaram a detenção, e a vítima do fato narrado na denúncia de fls. ...., 
a qual imputou ao Acusados e os demais co-réus a pratica do ilícito penal estampado no art. 157, 
§ 2º, inc. I, II e V do Código Penal brasileiro, sob a pretensa acusação de terem, no dia ................, 
por volta da .... horas, subtraíram da vítima ........... os bens móveis descrito as fls......, mediante 
uso de arma, em concurso de pessoas e com restrição da lliberdade da vítima.
Porém, não se apurou durante o contraditório, acerca da suposta participação do 
Acusado/defendente na prática do ilícito penal denunciado, ficando a autoria com relação a sua 
pessoa carente de prova suficiente para embasar um decreto condenatório.
A versão apresentada pelo acusado não foi contrariada em todo seu conteúdo pela prova 
produzida no processo, devendo assim prevalecer no momento da decisão de mérito no presente 
feito, de forma que está claro e evidente que não participou ativamente dos fatos narrados na 
denuncia que teve como mentor e executor o menor de idade ...........
Em momento algum o Acusado, que ora se defende, teve premeditação ou a intenção de 
agir da forma preconizada na denúncia, nem assumiu a direção dos atos objeto do presente 
processo.
Ademais, a versão apresentada pela vítima não aponta com exatidão qual foi o grau de 
participação do Acusado, razão pela qual nada impede de dar azo aos fatos da forma narrada em 
seu interrogatório de fls. ..............
 No caso vertente, o conjunto de provas dá conta de que a parte ex adversa, não se 
desincumbiu do ônus probandi, de trazer para os autos provas da realidade dos fatos deduzidos 
na pretensão punitiva o que impõe a prolação de decreto absolutório consoante entendimento 
esposado pela jurisprudência hodierna, conforme os seguinte arestos:
“Não se presumindo a culpa, deve ser cumpridamente provada, dentro dos elementos 
de sua configuração, desprezadas as deduções e as ilações ou a conclusões que não 
se assentem em prova concreta, acima de qualquer dúvida” (Revista Forense 
175/375).
“Ônus da prova. As alegações relativas ao fatos objeto da pretensão punitiva têm de 
ser provadas pelo acusador , incumbindo ao acusado, demonstrar apenas os fatos 
impeditivos e extintivos” (JTACrim – 72/243). 
“Culpa. Presunção. A culpa não se presume em nosso ordenamento jurídico penal, 
devendo ser demonstrada de maneira positiva e cabal para justificar uma 
condenação” (JTACrim – 73/364).
“Ao Ministério Público cabe o ônus da prova acusatória, ou seja, da materialidade do 
fato e sua autoria . Ao acusado tão-só incumbe a prova de eventuais fatos 
impeditivos ou extintivos da imputação” (EI 174449 – TACrimSP – Rel. Weiss de 
Andrade).
“a favor de o réu é presumida a inocência, até que se demonstre o contrário. Assim, 
basta à acusação não promover prova capaz de infundir a certeza moral no espírito 
do julgador para que obtenha decreto absolutório” (Ap.1987.889 – TACrimSP – Rel. 
Weiss de Andrade).
Vale Frisar que o Acusado, é pessoa de excelente relacionamento com sua família e sua 
conduta social está integrada dentre da normalidade, é tecnicamente primário, devendo em caso 
de condenação ter sua pena fixada no mínimo legal. 
Pelo exposto, Espera sejam as presentes argumentações recebidas, por estarem dentro do 
prazo legal, e por tudo o mais que dos autos consta, julgado improcedente a denúncia, nos 
termos do artigo 386, do Código de Processo Penal, decretando a absolvição do 
Acusado/defendente, pois desta forma Vossa Excelência, estará como de costume editando 
decisório compatível com os mais elevados ditames do direito e da JUSTIÇA.
Nestes termos 
Pede deferimento.
LOCAL, DATA.
_____________
OAB
Alegações Finais - Estelionato - Ausência de Exame de Corpo de 
Delito - Atipicidade - Ônus da Prova
EXMO.. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA PRIMEIRA

Mais conteúdos dessa disciplina