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PPA 3.3 resenha

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Docente: Elizabeth Reymão
Discente: Ewerton Uchôa
PPA: o que não é e o que pode ser				
								Ronaldo Coutinho Garcia[1: Sociólogo, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea (desde 1978), trabalhou com desenvolvimento regional/rural, bioenergia, avaliação social de tecnologias agrícolas e segurança alimentar. Tem se dedicado à área de processos de governo, planejamento governamental e capacidades de governo.]
O planejamento no brasil a muito vem sendo negligenciado pelos seus gestores, seja por falta técnica, vontade política ou mesmo a dificuldade de se estabelecer um acordo entre os formuladores de política governamental. No texto de Garcia é evidenciado uma variável importante para explicitar o insucesso do planejamento das ações públicas de futuro que é “a falta de clareza sobre qual não quer ser no futuro”. Como não se tem um projeto de nação publicamente debatido pelas autoridades, não se sabe o que, de fato, nossas autoridades querem ou priorizam, torna-se difícil a sociedade se posicionar. Sabe-se que o clamor geral é que o país entre em um processo de desenvolvimento cultural, social e econômico. O autor demonstra através do ornamento jurídico a formação dos principais instrumentos de planejamento da atualidade, ele faz uma breve pontuação sobre os acontecimentos anteriores, período ditatorial. O pós-88 marcado pela Nova Constituição que expressa claramente a função planejamento, o autor ressalta que não houve mudanças significativas ao que tange o planejamento, em razão de que continuar “o viés economicista ao considerá-lo uma técnica para racionalização e aplicação exclusiva de recursos econômicos” (Garcia, 2000, p. 433). O PPA está instituído pela CF de 88 em seus artigos 165 a 169, ele é um instrumento de planejamento de médio prazo, sua vigência é de 4 anos e se inicia no segundo ano de mandato do chefe do poder executivo e termina no primeiro ano de mandato do chefe do poder executivo subsequente. Ele estabelece de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da administração pública, e constitui programas temáticos e gestão e manutenção de serviços. Além de condicionar todos os demais programas de governo, ainda que superiores a 4 anos, a data de envio é 31/08, para ser apreciado pelo poder legislativo e precisa ser devolvido em 22/12. Contudo, esses prazos não são cumpridos à risca [grifo do autor]. [2: PPA: o que não é e o que pode ser, Ronaldo Coutinho Garcia (2000)]
Segundo o autor o PPA é uma programação plurianual das despesas, chamada de plano por descuido ou por influência dos PNDs, como não há clareza dos investimentos, ele supõe os planos ou prioridades do governo. Interessante ressaltar que a princípio o Plano plurianual não estava regulamento por Lei complementar, ou seja, não está formalmente instituído como obrigação, dever do Estado de garantir sua eficácia. Garcia ainda coloca que os PPAs de 1991 a 1999, não foram mais do que cartas de intenções introdutórias, cheio de generosidade e audácia, e ele continua dizendo que não havia logica com relação aos investimentos propostos e as intenções de governo. Claramente, não se tinha parâmetros, métodos, orientações para a efetividade das ações públicas, voltando ao projeto nação, totalmente, obscurecido. Segundo o autor, essa dificuldade metodológica seria em parte suprida com o estabelecimento de leis e conceitos ao qual eram necessários a gestão governamental e que fortalecia o planejamento e, sobretudo dava maior confiabilidade às ações públicas. Obviamente, tais medidas foram instituídas para a superação dos problemas socais a da década de 1990, neste período, foi notório que o pensar governamental era ineficaz a responder as demandas de uma sociedade mais complexa que surgira. Entretanto, o GTI, grupo de trabalho interministerial que contribuiu ao aprimoramento do planejamento, elevando-o a nível estratégico gerencial, com o metodologias e técnicas mais avançadas neste quesito. Com objetivos mais específicos e definidos, tornou-se possível delinear a interação entre os processos envolvidos na elaboração e analise de construção um plano estratégico de governo. O autor retrata que para que esse planejamento funcionasse era preciso um conjunto de variáveis de alta complexidade, destaca-se: conhecimento técnico qualificado, adequada condução dos processos complexos, que talvez ainda não se tinha, porém, poderia ser construído. Nas palavras de Garcia, “ de qualquer forma, construíram-se inovações alvissareiras”. [3: Ibid. p. 435.][4: Ibid. p. 435.][5: Ibid. p. 436.][6: A fim de romper com a inercia do executivo foi constituído um grupo de trabalho interministerial (GTI), responsável pela elaboração de técnicas e sistematizar as prioridades da administração. Muito eficaz segundo Coutinho.][7: Ibid. p. 439.]

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