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Consumo de Framboesa em Portugal Artigo Científico Mestrado: Gestão e Negócios Disciplina: Projeto Discente: Ercília Henriques Pinho Docente: Dr. João Paulo Peixoto Ano: 2016/2017 Consumo de Framboesa em Portugal 2 Índice Índice de Gráfico ........................................................................................................................... 4 Índice de Tabelas ........................................................................................................................... 4 Índice de Figuras ........................................................................................................................... 4 Resumo .......................................................................................................................................... 5 Abstract ......................................................................................................................................... 6 Abstrait .......................................................................................................................................... 6 Capítulo 1 – Introdução ................................................................................................................. 7 Capítulo 2 – Revisão Teórica ...................................................................................................... 10 2.1 - Consumo ......................................................................................................................... 10 Estudo 1: Tese de licenciatura – Consumo de fruta e hortícolas – um estudo entre crianças com e sem seguimento em consultas de nutrição, por Catarina Monteiro .......................... 10 Estudo 2: Artigo científico Market trends and consumer demand for fresh berries, por Kristina Sobekova, Michael R. Thomsen e Bruce L. Ahrendsen ........................................ 11 2.2 - Saúde ............................................................................................................................... 12 Estudo 3: Estudo - Preocupação com saúde acima da média, realizado pelo Sistema Nacional da Saúde ............................................................................................................... 12 Estudo 4: Estudo - Pequenos frutos são um aliado no combate às doenças respiratórias, realizado pela Plant & Food Research, publicado na revista Marketing Agrícola em 27 de julho de 2016 ....................................................................................................................... 13 Estudo 5: Divulgação – Framboesa Pós colheita, publicada na revista Agro 556 nº 6 2007, sob coordenação de Pedro Brás de Oliveira ........................................................................ 13 2.3 – Comportamento dos consumidores ................................................................................ 14 Estudo 6: Dissertação de mestrado – Consumo de alimentos funcionais – atitudes e comportamentos, por Hélder Paulo da Silva Oliveira, orientação de Prof. Dr. Paulo Cardoso ............................................................................................................................... 14 2.4 – Justificação de escolha ................................................................................................... 16 Capítulo 3 - Análise empírica ...................................................................................................... 18 3.1 – Análise do problema....................................................................................................... 18 3.2 – Dados.............................................................................................................................. 19 3.3 – Metodologia ................................................................................................................... 22 3.4 – Hipóteses ........................................................................................................................ 23 3.5 – Análise dos dados ........................................................................................................... 24 Capítulo 4 – Resultados .............................................................................................................. 25 a) É responsável pelas compras? Caso não seja o responsável, indique por favor a pessoa responsável. ......................................................................................................................... 25 b) Consome o produto frutícola framboesa? ................................................................... 26 Consumo de Framboesa em Portugal 3 c) Qual a razão que o leva a consumir ou não a framboesa? ......................................... 27 d) Com que frequência consome framboesa? ................................................................ 27 e) Qual o preço que normalmente paga por uma embalagem de 125gr.? ..................... 27 f) Conhece os benefícios da framboesa? ......................................................................... 29 g) Pensaria em consumir framboesa se conhecesse os benefícios da mesma? ................ 29 h) Se consome framboesa, quais as razões que o leva a consumir este fruto? ................ 30 Capítulo 5 – Conclusões .............................................................................................................. 32 Capítulo 6 – Limitações e investigação futura ............................................................................ 34 Capítulo 7 – Implicações na Gestão empresarial ........................................................................ 35 Agradecimentos ........................................................................................................................... 36 Referências .................................................................................................................................. 37 Referências Online .................................................................................................................. 37 Anexos ......................................................................................................................................... 38 Apêndice 1: Resumo executivo ................................................................................................... 39 Apêndice 2: Revisão de Literatura .............................................................................................. 44 a) Consumo ..................................................................................................................... 44 a) Saúde ........................................................................................................................... 48 b) Comportamento dos consumidores ........................................................................... 52 Consumo de Framboesa em Portugal 4 Índice de Gráfico Gráfico 1 - Nº de resposta por distrito ............................................................................ 20 Gráfico 2- Intervalos de faixa etária em percentagem .................................................... 21 Gráfico 3- Taxa por escolaridade ................................................................................... 22 Gráfico 4 – Responsável na aquisição dos produtos de consumo doméstico ................. 25 Gráfico 5 - Responsáveis pela aquisição os produtos..................................................... 26 Gráfico 6 - Taxa de resposta sobre o consome de framboesa ........................................ 26 Gráfico 7 - Periocidade de consumo de framboesa ........................................................ 27 Gráfico8 – Valor pago por caixa de 125gr de framboesa .............................................. 28 Gráfico 9 – Conhece os benefícios da framboesa? ......................................................... 29 Gráfico 10 - Pensaria em consumir framboesa se conhecesse os benefícios?................ 30 Gráfico 11 - Razões que levam ao consumo da framboesa ............................................ 31 Índice de Tabelas Tabela 1 - Nº de respostas e taxa por estado civil .......................................................... 21 Índice de Figuras Figura 1 - Distritos Portugueses ..................................................................................... 19 Figura 2 - Pirâmide de necessidades, Maslow ................................................................ 47 Figura 3 - Comparação Teoria de Maslow e Alderfer .................................................... 47 Figura 4 - Variáveis interpessoais influenciadoras do comportamento .......................... 54 Figura 5 - Variáveis Intrapessoais influenciadoras do comportamento ......................... 54 Consumo de Framboesa em Portugal 5 Resumo Temos presenciado, nos últimos anos, a um aumento de explorações agrícola dos frutos vermelhos, no entanto não se verifica o aumento do consumo dos mesmos. Os frutos vermelhos dividem-se em mirtilo, morango, amora, groselha e framboesa. A presente dissertação teve como objetivo analisar o comportamento dos portugueses relativamente ao consumo do fruto vermelho – framboesa. Pretendeu-se (1) perceber qual a percentagem de consumidores e qual a frequência de consumo da framboesa por parte dos indivíduos; (2) conhecer quais os critérios que os indivíduos têm em conta no momento da aquisição ou não aquisição do produto frutícola framboesa e (3) saber se os indivíduos conhecem os benefícios salutares que o consumo de framboesa oferece para a saúde. Considerou-se que com a elaboração desta análise esta possa contribuir para uma compreensão das atitudes, comportamentos e expetativas dos consumidores de framboesa. Palavras-chaves: consumo, framboesa, benefícios, pequenos frutos, comportamento, consumidores, saúde Consumo de Framboesa em Portugal 6 Abstract In recent years, we have witnessed an increase in the number of red fruit farms, but there has been no increase in their consumption. The red berries are divided into blueberries, strawberries, blackberries, black currant and raspberries. The objective of this dissertation was to analyze the behavior of the Portuguese in relation to the consumption of red - raspberry fruit. The intention was to understand the percentage of consumers and the frequency of consumption of raspberry by the individuals; (2) to know what criteria individuals take into account when purchasing or not purchasing the raspberry fruit product and (3) whether individuals know the health benefits of raspberry consumption. It was considered that the elaboration of this analysis could contribute to an understanding of the attitudes, behaviors and expectations of raspberry consumers. Keywords: consumption, raspberry, benefits, Small fruits, behavior, consumers, health Abstrait Nous avons été témoins au cours des dernières années, d’une augmentation des exploitations agricoles de fruits rouges et une augmentation de la consommation du même. Les fruits rouges sont divisés en myrtille, fraise, mûre, cassis et framboise. Ce travail visait à analyser le comportement des Portugais par rapport à la consommation de fruits rouges - framboise. Il avait pour but de connaître le pourcentage des consommateurs et quelle fréquence la consommation de framboises par des individus; (2) répondent aux critères que les individus prennent en compte au moment de l'achat ou non achètent le fruit de framboise produit et (3) que les individus connaissent les avantages salutaires que la consommation de framboise offre santé. On considère que le développement de cette analyse peut contribuer à une meilleure compréhension des attitudes, des comportements et des attentes des consommateurs de framboise. Mots-clés: consommation, framboise, avantages, petits fruits, le comportement, les consommateurs, la santé Consumo de Framboesa em Portugal 7 Capítulo 1 – Introdução O presente trabalho nasceu a partir de uma investigação intensiva de um caso prático, acerca de uma empresa produtora de framboesa, desenvolvido durante a frequência da disciplina de Casos de Estratégia Empresarial, no ano de 2015/2016, no Atlântico Business School. Durante essa investigação verificamos que o produto frutícola framboesa apresentava altas taxa de cultivo em terreno português e que cerca de 95% desse produto destinava-se à exportação e os outros 5% destinadas para a utilização na confeção de outros produtos à base deste fruto. Mais apuramos que houve um aumento da área produtiva de framboesa nos últimos cinco anos, passando de 91 para 8931. A Agronegócios (5 de agosto de 2016)2 publicou um artigo sobre o consumo. Neste faz referência ao aumento do consumo de frutas e vegetais em Portugal, mencionando que uma das maiores tendências para o consumo de frutas e legumes são os sumos, os quais têm tido bastante adesão por parte do consumidor. Este é sustentado pelo estudo elaborado pela Marktest, o qual revela que “4175 indivíduos consumiram sumos de fruta ou vegetais líquidos nos últimos 12 meses, o que representa 48,8% dos residentes no Continente com 15 e mais anos”. Nesta balança estão representados 51,6% que diz respeita ao género feminino e 45,6% que diz respeito ao género masculino. O Diário de notícias (23 de junho de 2016) divulgou que “mais de metade dos portugueses consomem fruta e legumes diariamente”, esta informação foi transmitida pelo INE, sobre um estudo – “Inquérito Nacional de saúde de 2014” – elaborado em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Neste inquérito foi divulgado que 4,9 milhões de portugueses, com idade 15 anos e mais consumiam em média 1,8 porções de legumes ou saladas por dia. Este estudo mostrou que, entre a idade 55 e 74 anos, o género feminino (60,7%) é o que mais consumia e que o fazia com frequência contrapondo com o género masculino, o qual apenas 48,8% é que fazia diariamente um consumo de legumes e frutas. Ainda no mesmo estudo foi revelado 1 http://tviplayer.iol.pt/video/579fa0df0cf2edf5f6b5e1a9 2 Anexo 1 Consumo de Framboesa em Portugal 8 que 70, 8% portugueses ingeriram cerca de 2,3 porções, sendo o consumo menos amiudado nas idades 15 a 24 anos. Para Pedro Brás de Oliveira, investigador do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), “a framboesa é a espécie mais cultivada de entre os pequenos frutos. No entanto, é praticamente desconhecida do consumidor português, facto a que não são alheios os hábitos alimentares tradicionais. As framboesas não fazem parte dos frutos habitualmente consumidos pelos portugueses. Das áreas apresentadas não é possível distinguir com rigor quais são as que se dedicam especificamente à cultura da framboesa. No entanto, dada a sua maior divulgação entre o público consumidor, a sua área de cultura deve atingir mais de 50% do valor total. A cultura da framboesa em Portugal deve ser encarada apenas numa perspetiva de exportação dado o baixo consumo no mercado português.” O Jornal de notícias 3 divulgou, em 24 de fevereiro de 2016, que “doenças inflamatórias, retinopatia diabética e cancros sãoalgumas das patologias que podem prevenir-se com a ingestão de framboesa, concluiu um estudo da Universidade do Porto.” Como podemos analisar pelas notícias acima referenciadas, cada vez mais os portugueses demonstram preocupação em ter uma alimentação saudável, com o intuito de prevenir e eliminar enfermidades. Existem diversos estudos que alicerçam a preocupação para uma alimentação saudável, no entanto falam sobre o consumo de legumes, frutas ou alimentos funcionais. Não havendo especificamente uma investigação sobre o consumo de framboesa. Perante este cenário, esta investigação visará a análise do consumo de framboesa em Portugal, através da amostra de reais e potencias consumidores deste fruto no território português, incluindo os arquipélagos. Para tal, procurará (1) perceber qual a percentagem de consumidores e qual a frequência de consumo da framboesa por parte dos indivíduos; (2) conhecer quais os critérios que os indivíduos têm em conta no momento da aquisição ou não aquisição do produto frutícola framboesa e (3) saber se os indivíduos conhecem os benefícios salutares que o consumo de framboesa oferece para a saúde. Nesta perspetiva, foi elaborada a tese “O baixo consumo de framboesa deve-se ao desconhecimento dos benefícios das framboesas, com o intuito de compreender os 33 Anexo 3 Consumo de Framboesa em Portugal 9 motivos para o baixo consumo deste fruto, apesar do aumento das explorações agrícolas do produto frutícola framboesa. De forma a entender a complexidade deste assunto, analisaremos três temas, os quais achamos ser fundamentais para compreensão da tese elaborada. Aliamos os temas consumo, saúde e comportamento dos consumidores, visto que estes caminham de mãos dadas e implicam uma multidisciplinariedade de ciências médicas e sociais. Iremos utilizar uma amostra aleatória por conveniência, já que o objetivo desta investigação é atingir o maior número de consumidores reais e potenciais em Portugal. Consumo de Framboesa em Portugal 10 Capítulo 2 – Revisão Teórica A alimentação saudável consiste em proporcionar uma qualidade de vida a nós mesmos, visto que esta através do bom funcionamento de todas as funções do organismo, pode prevenir e evitar diversas enfermidades. Aliadas à alimentação saudável estão o consumo de qualquer produto, seja ele frutícola ou hortícola ou produtos funcionais, assim como a saúde e o comportamento dos consumidores. O consumo dos produtos naturais e biológicos traz ao consumidor uma boa saúde e para isto o comportamento dos consumidores tem de ser alterado, podendo este ser educado através de campanhas sobre os produtos. Assim, nesta perspetiva, iremos analisar vários estudos, que achamos relevantes para a concretização desta tese. 2.1 - Consumo Estudo 1: Tese de licenciatura – Consumo de fruta e hortícolas – um estudo entre crianças com e sem seguimento em consultas de nutrição, por Catarina Monteiro Catarina Monteiro, estudante do curso Ciências da Nutrição, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto elaborou um estudo sobre consumo de frutas e hortícolas em crianças entre os 5 e os 1 anos de idade. A autora pretendia verificar “se as crianças entre os 5 e os 10 anos seguidas em consultas de nutrição apresentavam diferenças no consumo de frutas e hortícolas em relação às crianças que não têm seguimento em consultas de nutrição”. A amostra utilizada pela autora foi crianças, utentes das consultas de nutrição no Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, e crianças, estudantes no 1º Ciclo do ensino básico de duas escolas do Vale do Côvo e Cruzeiro. Os critérios de seleção foram frequência das consultas de nutrição nos últimos 12 meses, não frequência de consultas de nutrição, exclusão de crianças com doenças como Diabetes Mellitus tipo 1, alergias e intolerâncias alimentares. Consumo de Framboesa em Portugal 11 Para dar seguimento a sua investigação, a autora aplicou um questionário sobre a frequência alimentar, entre os meses de março e junho de 2012, tendo participado quatro turmas de cada escola, nas quais foi incluído os quatro anos de escolaridade. Para poder obter dados estatísticos utilizou o programa SPSS, o Teste Mann-Whitney e o coeficiente de correlação de Spearman. Segundo a autora, as conclusões granjeadas na realização desta investigação foram: As crianças que consomem mais fruta também consomem mais hortícolas; As crianças que frequentavam as consultas de nutrição consumiam mais sopa de hortícolas; As crianças que não frequentavam consumiam tanto fruta como hortícolas; As famílias com maior rendimento consumiam mais hortícolas; O cultivo próprio de hortícolas está negativamente associado ao consumo de frutas e hortícolas nas crianças que não frequentam as consultas de nutrição. Estudo 2: Artigo científico Market trends and consumer demand for fresh berries, por Kristina Sobekova, Michael R. Thomsen e Bruce L. Ahrendsen4 Kristina Sobekova, antiga estudante do curso de graduação em desenvolvimento Rural e Economia Agrícola da EU-US Atlantis Double M.SC.; Michael R. Thomsen, professor associado no departamento de Economia Agrícola e Agronegócio, da Universidade de Arkansas, EUA; e Bruce L. Ahrendsen professor no departamento de Economia Agrícola e Agronegócio, da Universidade de Arkansas, EUA levaram a cabo uma investigação sobre as tendências de mercado e consumo de bagas frescas, como morango, o mirtilo, a amora e a framboesa, nos Estados Unidos durante o período 2008- 2011. Analisaram dados das compras semanais em supermercados, obtidos em 52 cidades. Tinham como objetivo primordial estimar a procura para as bagas frescas e, desse modo, proporcionar uma melhor compreensão do comportamento do consumidor em resposta às alterações de preço e à natureza da concorrência entre estas culturas. 4 Anexo 4 Consumo de Framboesa em Portugal 12 As conclusões obtidas por estes autores foram que: Os morangos frescos são, de longe, a baga fresca mais consumida em volume; O mirtilo é o fruto seguinte a ser o mais consumido em volume; O mirtilo tornou-se bastante popular devido aos aspetos positivos no que diz respeito à promoção na saúde; As amoras e as framboesas são menos consumidas em volume, no entanto experienciam um rápido crescimento. 2.2 - Saúde Estudo 3: Estudo - Preocupação com saúde acima da média, realizado pelo Sistema Nacional da Saúde Segundo um estudo, revelado pela Direção Geral de Saúde5 em 8/9/2016, os portugueses preocupam-se com a saúde, facto este corroborado pelo momento em que os portugueses efetuam a escolha dos produtos alimentares. São várias as conclusões que este estudo revela: A preocupação dos portugueses é superior à média na União Europeia; As substâncias artificiais, corantes e conservantes são amplamente evitadas; 79% acredita que a confeção alimentar em casa é mais saudável que a pré- confeção; 78% dos portugueses estão preocupados com os efeitos a longo prazo dos componentes artificiais; 74% seleciona os alimentos com ponderação na saúde e na prevenção de enfermidades, como a obesidade, a diabetes, o colesterol e hipertensão; A OMS estima que 73% dos falecimentos serão derivados das doenças crónicas (diabetes tipo II, doenças cardiovasculares e cancro); 5 Anexo 5 Consumo de Framboesa em Portugal13 O consumo de açucares (35%) e de gordura (32%) são evitados ou limitados na prática de dietas. Estudo 4: Estudo - Pequenos frutos são um aliado no combate às doenças respiratórias, realizado pela Plant & Food Research, publicado na revista Marketing Agrícola em 27 de julho de 2016 A Marketing Agrícola, em 27 de julho de 20166, divulgou que “um estudo da Plant & Food research sugere que o consumo de frutos com altos níveis de componentes antioxidantes, como os pequenos frutos, reduz o aparecimento de doenças associadas à inflamação das vias respiratórias, como a asma. Através da investigação realizada com pequenos frutos, os cientistas da Plant & Food Research, em conjunto com um Instituto Médico neozelandês, fizeram novas descobertas sobre o papel que os polifenóis 7 desempenham na redução de sintomas associados com a inflamação das vias respiratórias, que causam doenças como a asma. Neste estudo, os investigadores utilizaram a boysenberry, uma baga considerada uma variedade da amora, e que se trata de um cruzamento entre a framboesa europeia, a amora europeia e a framboesa silvestre.” Estudo 5: Divulgação – Framboesa Pós colheita, publicada na revista Agro 556 nº 6 2007, sob coordenação de Pedro Brás de Oliveira Na divulgação Agro 556 nº6 2007, o produto frutícola framboesa é descrito como um fruto com várias qualidades, tais como a nível nutricional, dietético, funcional e terapêutico. A nível nutricional, a framboesa é constituída por uma alta percentagem de água, sendo esta entre 83 a 85%; sais minerais, vitamina C, B1, B2 e B6, assim como provitamina A. A nível dietético, o fruto é descrito como: • baixo valor calórico (49 kcal) que a torna adequada a dietas de emagrecimento; 6 Anexo 6 7 Moléculas que exercem função de fotoproteção, defesa contra microorganismos e insetos, além de serem responsáveis pela pigmentação e por algumas características organolépticas dos alimentos. Consumo de Framboesa em Portugal 14 • apreciável teor em sais minerais: 100g de framboesa fornecem 150-220mg de potássio, 25-41mg de cálcio, 22mg de magnésio e 0,5-1,2mg de ferro; • riqueza em vitamina C: 100g de framboesa fornecem 25mg desta vitamina, ou seja o equivalente a mais de 30% de DDR. (DDR – dose diária recomendada); • elevado teor de fibras, de enorme importância no processo digestivo 4-7g /100g. A nível funcional e terapêutico, este produto frutícola detém um resultado benéfico no que diz respeito à melhoria da situação de saúde, do bem-estar e da restrição do risco das enfermidades. 2.3 – Comportamento dos consumidores O consumo de determinados produtos está associado ao comportamento do consumidor, este é influenciado por várias componentes, como as interpessoais e as intrapessoais, segundo Sandhussen (2000). Estudo 6: Dissertação de mestrado – Consumo de alimentos funcionais – atitudes e comportamentos, por Hélder Paulo da Silva Oliveira, orientação de Prof. Dr. Paulo Cardoso Hélder Paulo da Silva Oliveira, estudante no Mestrado em Ciências da Comunicação, especialização em Marketing e Comunicação Estratégica, na Universidade Fernando Pessoa, elaborou uma dissertação sobre o consumo de alimentos funcionais – atitudes e comportamentos, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Cardoso. Ao elaborar a dissertação, o autor pretendeu analisar o conhecimento, a atitude e comportamento do consumidor em relação aos alimentos funcionais. Como o tema escolhido pelo autor era um tema pouco explorado em Portugal, este optou por realizar uma investigação internacional sobre o assunto. Para levar a cabo a sua pesquisa, o autor começou, em primeiro, por definir o conceito alimentos funcionais, as suas características, a regulamentação e o mercado onde Consumo de Framboesa em Portugal 15 se inserem. Em segundo lugar, explicou o conceito de marketing-mix, como estratégia de posicionamento dos alimentos funcionais por parte das empresas no que diz respeito ao lançamento dos alimentos funcionais. Para dar seguimento à sua pesquisa, o autor dividiu-a em duas fases: 1. Estudo preliminar, com uma amostra de consumidores de reduzidas dimensões; 2. Estudo desenvolvido com uma amostra de maiores dimensões. Na 1ª fase foi realizado um questionário de resposta aberta, no qual procurou saber o que os consumidores percebiam sobre o assunto, testar as questões, nomear dificuldades e obstáculos. A amostra utilizada nesta fase foi constituída por 23 formandos da Escola de Negócios e Administração, compreendeu residentes dos distritos do Porto e Aveiro, cujas idades variaram entre 20 e 46 anos e maioritariamente masculina. Na 2ª fase, os objetivos a observar foram a preocupação com a saúde, o conhecimento dos alimentos funcionais, os hábitos de consumo, quais as crenças e os fatores de decisão na compra. Foi realizado um questionário de resposta aberta e fechada, sendo utilizada uma amostra de conveniência constituída por 233 estudantes dos cursos de formação profissional e do ensino superior. Os resultados obtidos com este estudo foram: - os inquiridos apresentam grande preocupação com a saúde, revelando que a vigiam através de exames de rotina; - face às enfermidades existente no dias de hoje, já é possível verificar que existem medidas de combate, através de uma alimentação saudável e pratica de exercício físico; - os inquiridos mostram ter conhecimento acerca de alimentos funcionais e os benefícios destes na saúde. Contudo existe uma parte dos inquiridos que referiram categorias de produtos funcionais, o que poderá significar que estes desconhecem ou não fazem a ligação deste tipo de produtos com a marca umbrela; - existência de uma prática regular no consumo de alimentos funcionais, nomeadamente no segmento dos lacticínios. Consumo de Framboesa em Portugal 16 - o consumo de frutas e legumes também fazem parte da prática regular dos inquiridos; - Portugal segue tendência dos mercados holandês, espanhol e escandinavo no diz respeito ao consumo de alimentos funcionais; - os inquiridos acreditam que os alimentos funcionais possuem benefícios e que estes atuam em doenças como combate ao colesterol, diabetes, estar em forma e ter uma alimentação saudável, assim sendo estes são vistos como um grande contribuidor na prevenção das enfermidades; - os inquiridos dão grande importância ao consumo de legumes e frutas; - quando os inquiridos têm de comprar qualquer tipo de produto, dão importância à informação facultada nos rótulos da embalagem sobre os benefícios. - também dão relevância, na tomada de decisão, à marca e à sugestão dos amigos. 2.4 – Justificação de escolha Ao efetuar a pesquisa teórica, deparamos com muitos estudos ligados ao consumo, no entanto quisemo-nos aproximar o mais possível da realidade experienciada atualmente pelos consumidores A escolha dos estudos apresentados deveu-se unicamente e exclusivamente ao facto de estes demonstrarem as tendências alimentares, a preocupação com a saúde e os comportamentos dos consumidores na tomada de decisão aquando a compra do produto alimentar, independentemente da categoria em que se insere. Estudo 1: Este estudo foi escolhido devido a amostra utilizada, já que procurou conhecer os hábitos das crianças entre as idades 5 e os 10 anos, demonstrando que estas são incentivadas para o consumo de legumes e frutas, sendo estas influenciadas pelo meio onde estão inseridas e pelos pais. Estudo 2: Consumo de Framboesa em Portugal 17Como em Portugal, não existe estudo em concreto sobre o consumo do produto frutícola framboesa, decidimos mencionar este estudo com o intuito de demonstrar a tendência alimentar nos Estados Unidos da América, referente aos pequenos frutos frescos, nomeadamente morango, mirtilo, amora e framboesa, a qual é idêntica à tendência consumo no Norte da Europa. Estudo 3 e 4: Estes estudos foram escolhidos para demonstrar a preocupação que o Governo tem em saber a cuidado existente por parte dos consumidores no concerne ao consumo de uma alimentação saudável, através do consumo de hortícolas e frutas. Procurando desta forma uma prevenção de enfermidades, como colesterol elevado, hipertensão, doenças cardiovasculares, cancro, … Estudo 5: Esta divulgação foi selecionada devido ao facto de mencionar o produto frutícola framboesa e as suas características, assim como os benefícios para a saúde, quando inseridas numa alimentação saudável. Estudo 6: A razão pela qual se escolheu este estudo como parte integrante foi o facto de analisar as variáveis associadas ao comportamento do consumidor. O comportamento do consumidor está sempre associado e interligado a variáveis interpessoais e intrapessoais, levando a que o consumidor consuma ou não determinado produto. Consumo de Framboesa em Portugal 18 Capítulo 3 - Análise empírica No presente capítulo iremos abordar o problema, os dados a utilizar, as hipóteses que surgiram com o estudo do problema, a metodologia e o modelo de tratamento dos dados escolhido. 3.1 – Análise do problema Em Portugal, as explorações agrícolas aumentaram a superfície de cultivo, conforme os dados lançados pelo Instituto Nacional de Estatística8, estes mostram que entre 2013 e 2015 a superfície passou de 271 ha para 775 ha, tendo a produção do fruto framboesa passado de 2757 toneladas para 12659 toneladas. No entanto, a venda deste fruto é quase exclusivamente para exportação, significando a saída de 95% do fruto para o Mercado do Norte da Europa, como Alemanha9, Reino Unido, Holanda, entre outros destinos. O 5% que não exportados vão para o mercado transformador, como é o caso de algumas marcas existentes no mercado que as transforma em sumos, chás e molhos (topping) para colocar em bolos, doces. Mediante a investigação efetuada, verificou-se que o consumo da vaga fresca – framboesa, é baixo apesar da crescente produção. Perante este cenário articulou-se a tese: “O consumo do produto frutícola framboesa é baixo devido ao desconhecimento dos benefícios do mesmo”. Assim, formularam-se duas hipóteses para compreender o comportamento dos consumidores perante o baixo consumo deste fruto. As hipóteses formuladas são: a) Os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao desconhecimento dos benefícios; b) Os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao preço. 8 Estatísticas Agrícolas 2015. (2016). Instituto Nacional de Estatística, I.P. 9 Anexo 7 Consumo de Framboesa em Portugal 19 3.2 – Dados Para dar iniciar a investigação escolhemos a população portuguesa como universo de estudo. A população atual portuguesa é de 10 274 958, esta está representada por 4 978 560 do género masculino (representa 48,5%) e por 5 296 397 do género feminino (representa 51,5% da população). A pesquisa realizada teve como amostra 363 consumidores, sendo estes reais ou potenciais, de Portugal Continental, desde norte a sul do país e nos arquipélagos portugueses (Madeira e Açores). As respostas abrangeram vários distritos do país (figura1), conforme podemos analisar nos quadros que segue. Apesar de não ser solicitado a identificação do género, a amostra é constituída pelos dois géneros. Figura 1 - Distritos Portugueses No gráfico 1 podemos verificar que o distrito com o maior número de respostas foi o Porto com 100 respostas (representado 27,55% dos inquiridos), seguido de Aveiro com 98 respostas (com 27%) e por Lisboa com 65 respostas (17,91%). Sendo os distritos Açores, Bragança, Castelo Branco com menor resposta, representando 0,28% dos inquiridos. Consumo de Framboesa em Portugal 20 Gráfico 1 - Nº de resposta por distrito A faixa etária cuja resposta tem um maior número é o intervalo entre os 41 e os 50 anos, cujo número é 117 e representa 32,2% do total dos inquiridos, como mostra no gráfico 2. Também podemos verificar que a faixa etária com menor número de resposta é 18 aos 30 anos, com uma percentagem de 12,4% dos inquiridos. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 A Ç O R ES A V EI R O B EJ A B R A G A B R A G A N Ç A C A ST EL O B R A N C O C O IM B R A ÉV O R A FA R O LE IR IA LI SB O A M A D EI R A P O R TA LE G R E P O R TO SA N TA R ÉM SE TÚ B A L V IA N A C A ST EL O V IL A R EA L V IS EU N Ã O ID EN TI FI C A D O 1 98 3 8 1 1 12 2 11 14 65 3 3 100 7 9 4 3 2 16 Nº de respostas 18 - 30 12,40% 31 - 40 26,45% 41 - 50 32,23% 51 - 60 14,05% 61 - 80 14,88% Faixa etária Consumo de Framboesa em Portugal 21 Gráfico 2- Intervalos de faixa etária em percentagem Na tabela 3 estão evidenciados os resultados, identificando o número de respostas e a respetiva percentagem por cada estado civil. O estado civil mais exibido, neste inquérito, é o casado/ união de facto com 227 respostas e representa mais de 50% dos inquiridos. O estado civil solteiro obteve 101 respostas, o que significa que tem o peso de 27,82% no global de respostas. A viuvez é o estado civil com menor participação neste estudo, apenas 8 inquiridos (2,2%). Sendo os restantes inquiridos divorciados (7,44%). Estado Civil Nº Respostas Percentagem Solteiro (a) 101 27,82% Casado/ União de Facto 227 62,53% Viúvo(a) 8 2,20% Divorciado(a) 27 7,44% 363 100% Tabela 1 - Nº de respostas e taxa por estado civil Em relação a escolaridade dos inquiridos, verificamos que os licenciados são os inquiridos com maior taxa de resposta, apresentando uma taxa de 46,8%, seguidos do que possuem a escolaridade entre o 10º e 12º ano com 28,9%. Os inquiridos que possuem 4º ano de escolaridade são o que menos responderam, o que representa 2,55%. No gráfico 3, evidenciamos os dados obtidos. Consumo de Framboesa em Portugal 22 Gráfico 3- Taxa por escolaridade 3.3 – Metodologia Durante a elaboração deste trabalho, analisamos várias teses, relatórios e estudos realizados quer por entidade públicas, privadas ou académicas, para nos auxiliar na compreensão da magnitude que é o tema consumo. Para levar a cabo esta investigação tivemos de selecionar uma amostra. Como afirma Bacelar (1999) a utilização de uma amostra é uma técnica que permite a seleção de indivíduos em determinada população ou universo de forma a representá-la. Esta técnica divide-se em amostragem aleatória e não aleatória, que por sua vez se subdivide, cada uma delas apresenta vantagens e desvantagens na sua utilização. Perante o estudo a realizar ponderamos muito bem sobre que tipo de amostragem aproveitar. Assim, escolhemos a técnica de amostragem não aleatória por conveniência. Por esta apresentar as seguintes caraterísticas: não ser representativa do universo/ populaçãoescolhido; ter a participação voluntária dos inquiridos, ostentar sucesso na captação das ideias gerais e reconhecimento dos aspetos críticos mais que da objetividade científica. A metodologia escolhida foi o levantamento direto de opiniões da população portuguesa, através de um inquérito por questionário. Apesar desta técnica oferecer 2,48% 6,06% 28,93% 46,83% 12,95% 2,75% 4º ano 9º ano 10º ao 12º ano Licenciatura Mestrado Doutoramento Consumo de Framboesa em Portugal 23 vantagens e desvantagens, tem o poder de possibilitar a interpelação das pessoas, cujo juízo desejamos conhecer; a agnição da realidade económica e a célere quantificação, permitindo economizar prazos e recursos, atingir o maior número de sondados. Por esta razão optou-se por empregar este tipo de técnica visando abranger um elevado número de portugueses. A investigação tem um caráter quantitativo, visto que utiliza aspetos quantitativos para conceber em estatísticas apreciações e informações, promovendo a sua observação e categorização. A elaboração do questionário foi realizada pelo próprio na ferramenta da web, designada por Google Forms e os dados obtidos irão ser recolhidos para uma folha de Excel para efetuar o tratamento estatístico. O estudo restringe-se pela perceção que os consumidores fazem em conexão ao produto frutícola framboesa e aos seus benefícios salutares. As circunscrições que interferiram nas exigências deste trabalho de pesquisa, foram: a) Amplitude da pesquisa (população/ universo), limitado ao mercado consumidor de Portugal Continental; b) Caraterísticas consideradas na população/ universo, constituída por consumidores reais e consumidores potenciais do produto frutícola framboesa; c) Emprego da metodologia de recolha de informação – questionário via internet 3.4 – Hipóteses Temos verificado que nos últimos anos, as explorações agrícolas do produto frutícola framboesa têm aumentado significativamente, no entanto não se verifica o aumento do consumo de framboesa na região de Portugal. Verificou-se que cerca de 95% deste produto é usado para exportar para o Norte da Europa. Consumo de Framboesa em Portugal 24 Mediante a enunciação que advém da análise do consumo dos portugueses sobre os pequenos frutos, nomeadamente o produto frutícola framboesa formulou-se duas hipóteses: a) Os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao desconhecimento dos benefícios; b) Os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao preço. 3.5 – Análise dos dados Numa primeira fase, foi pedido a amigos para responderem ao inquérito, com o intuito de fazer um pré-teste, de forma a validar as questões elaboradas e elucidar a metodologia a empregar para a análise dos resultados. Após a fase do pré-teste, o questionário foi divulgado online, através das redes sociais e do e-mail. Durante a análise teórica, verificou-se que as amostra selecionadas situou-se entre os 100 a 500 inquiridos, perante isto optou-se por ter o objetivo de abranger 300 inquiridos, o qual foi superado, afetando 363 indivíduos de ambos os géneros, permitindo assim obter veracidade nas ilações. O questionário foi elaborado na ferramenta online Google forms, a qual permitiu o transporte dos dados para uma folha de Excel. Nesta procedeu-se ao tratamento dos mesmos através de fórmulas estatísticas que o próprio programa oferece, com o intuito de sustentar as hipóteses enunciadas, utilizando-se a estatística descritiva para evidenciar as deduções efetuadas. Consumo de Framboesa em Portugal 25 Capítulo 4 – Resultados Foi definido como objetivo a obtenção de 300 respostas ao questionário e foram conseguidas 363, tendo sido analisadas e validados todas as respostas obtidas. O questionário foi dividido em três secções, as quais diziam respeito aos dados biográficos, ao consumo e aos benefícios do fruto frutícola framboesa. Os dados biográficos foram analisados e utilizados para caraterizar a amostra (pode-se analisar no capítulo 3.2). Os restantes sectores serão analisados no presente capítulo. As questões colocadas no sector consumo tiveram como objetivo entender quem é responsável pelas compras dos produtos, se existe consumo de fruta framboesa e qual a regularidade de consumo da mesma. Iremos de seguida analisar questão a questão. a) É responsável pelas compras? Caso não seja o responsável, indique por favor a pessoa responsável. Podemos verificar que 91,18% dos inquiridos são os próprios responsáveis pela aquisição dos produtos de consumo doméstico e que 8,82% não são os responsáveis, conforme ilustra o gráfico 4. Um dos inquiridos apesar de ser responsável pelas compras, informou que a empregada é que costuma ir aos hipermercados buscar os produtos, que o próprio inquirido requer. Gráfico 4 – Responsável na aquisição dos produtos de consumo doméstico 91,18% 8,82% Compras - Responsável Sim Não Consumo de Framboesa em Portugal 26 Dos inquiridos que informaram não serem responsáveis pela aquisição dos produtos, identificaram os responsáveis pelas compras domésticas. No gráfico 5, apresentamos as várias respostas fornecidas pelos inquiridos. Como podemos averiguar a categoria com maior taxa é esposa/ companheira com 43,75% e as categorias como menor taxa são Pais, Pai e Ambos com 3,13%. Gráfico 5 - Responsáveis pela aquisição os produtos b) Consome o produto frutícola framboesa? Nesta questão, 80,99% dos inquiridos informaram que consumiam framboesa, em contrapartida apenas 19,01% não consomem, conforme está demonstrado no gráfico 6. Gráfico 6 - Taxa de resposta sobre o consome de framboesa 43,75% 6,25%3,13%3,13% 31,25% 3,13% 9,38% Esposa/ Companheira Esposo/ Companheiro Pais Pai Mãe Ambos Não identificado 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% S I M N Ã O 80,99% 19,01% Consumo de Framboesa em Portugal 27 c) Qual a razão que o leva a consumir ou não a framboesa? Verificamos que, dos 363 inquiridos, 251 afirmaram que a razão que os leva a consumir a framboesa é o benefício que a própria tem para a saúde, 43 dizem comprar framboesa devido ao preço e 69 inquiridos não consomem porque acham o fruto muito caro. d) Com que frequência consome framboesa? Quanto à periocidade de consumo do produto frutícola framboesa, verificou-se que o maior consumo é realizado anualmente (35,26%), sendo o período trimestral o seguinte a obter uma taxa de consumo mais elevada (17,91%). No gráfico 7, temos os vários tipos de periocidade de consumo que os inquiridos identificaram, também mostra os 19,01% que não consome. Gráfico 7 - Periocidade de consumo de framboesa e) Qual o preço que normalmente paga por uma embalagem de 125gr.? 3,03% 10,19% 14,60% 17,91% 35,26% 19,01% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% Diariamente Semanalmente Mensalmente Trimestralmente Anualmente Não consome Consumo Percentagem Consumo de Framboesa em Portugal 28 Ao questionar sobre o valor que o inquirido normalmente paga quando adquire uma caixa de 125gr de framboesa, averiguamos que (gráfico 8): € 11,55% dos inquiridos não têm consciência do valor pago por cada caixa de 125gr; € 12,54% dos indivíduos consome framboesa, mas cultivam o fruto; € 0,33% dos inquiridos compram ao produtor dando 8 euros por 12 caixas de 125 gramas; €0,33% paga cerca de 6 euros por caixa; € 0,33% paga 1,79€; € 0,33% paga 1€: € 2,64% compram a caixa ao valor de 2,64€; € 4,62% adquirem a caixa ao valor de 4€; € 14, 52% adquirem ao valor de 3€; € 31,35% compram a caixa a 2,49€; € e, 21,45% compram a 1,99€. Gráfico 8 – Valor pago por caixa de 125gr de framboesa No setor sobre os benefícios, questionamos os indivíduos acerca do conhecimento sobre os benefícios do fruto framboesa e se no caso de não conhecer se pensaria consumi- 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 1,99 € 2,49 € 3,00 € 4,00 € 5,00 € 1 € 1,79 € (+/-)6€ 8€ por 12cx de 125gr Cultivo próprio Não sabe 21,45% 31,35% 14,52% 4,62% 2,64% 0,33% 0,33% 0,33% 0,33% 12,54% 11,55% Consumo de Framboesa em Portugal 29 la, também quisemos saber quais os benefícios que levam o indivíduo a consumir este fruto. f) Conhece os benefícios da framboesa? As respostas obtidas, à questão acerca dos benefícios (gráfico 9), foram 67,49% dos auscultados a responderem positivamente ao conhecimento sobre os mesmos, enquanto que 32,51% informaram não conhecer. Gráfico 9 – Conhece os benefícios da framboesa? g) Pensaria em consumir framboesa se conhecesse os benefícios da mesma? Aos inquiridos que informaram não conhecer os benefícios desta fruta, perguntamos se pensariam em consumir se os conhecesse, nesta questão foram obtidas as seguintes informações (gráfico 10): 90,50% disse que sim contra 9,5% que respondeu que não. 67,49% 32,51% Conhecimento dos benefícios Sim Não Consumo de Framboesa em Portugal 30 Gráfico 10 - Pensaria em consumir framboesa se conhecesse os benefícios? h) Se consome framboesa, quais as razões que o leva a consumir este fruto? Para ajudar os inquiridos nesta questão listamos os vários benefícios da framboesa, para eles identificarem quais os que consideram a razão para eles consumirem este fruto. Os benefícios catalogados são: Fruto rico em vitaminas e fibras; Prevenção do cancro; Auxílio na perda de peso; Combate ao envelhecimento; Combate à perda da visão; Alto valor nutricional; e, fortalecimento do sistema imunitário. Como demonstra o gráfico 11, o benefício sobre o qual os inquiridos ponderam mais é o fortalecimento do sistema imunitário com uma taxa de identificação de 34,57%, acompanhado do benefício fruto rico em vitaminas e fibras com uma taxa de 33,09%. O benefício como menor taxa de identificação como elemento de ponderação no momento da aquisição é o combate à perda da visão, com 0,74%. 9,50% 90,50% Não Sim Consumo de Framboesa em Portugal 31 Gráfico 11 - Razões que levam ao consumo da framboesa 9,67% 0,74% 11,15% 34,57% 33,09% 3,72% 7,06% 0,00% 5,00% 10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00% alto valor nutricional combate à perda da visão combate ao envelhecimento fortalecimento do sistema imunitário fruto rico em vitaminas e fibras perda de peso prevenção de cancro Percentagem B en ef íc io s Consumo de Framboesa em Portugal 32 Capítulo 5 – Conclusões Tendo como campo de análise o consumidor português e como sustentáculo as análises teórica e bibliográfica, suporte necessário para a compreensão e integração das questões examinadas na tese O baixo consumo de framboesa deve-se ao desconhecimento dos seus benefícios e após o exame dos resultados granjeados, tornou- se possível inferir sobre às hipóteses colocadas: a) Os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao desconhecimento dos benefícios; b) Os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao preço. Analisadas todas as informações obtidas nesta investigação, concluímos que o consumo anual de framboesa apresenta uma maior taxa (35,26%), no entanto comparando este consumo com as faixas etárias, verificamos que a faixa etária 61-80 ostenta 59,26% desse consumo. Verificamos, também, que no diz respeito à frequência de consumo por faixa etária a categoria não consumo apresenta uma elevada percentagem, representando, 34,19%, comparativamente às outras categorias de frequência de consumo. Em relação ao conhecimento dos benefícios, concluímos que 67,49% dos inquiridos informaram conhecê-los, no entanto quando questionamos os inquiridos, cuja resposta foi negativa, apuramos que 90,50% gostaria de conhecer os mesmos e que passariam a consumir, enquanto que 9,5% não mostraram qualquer interesse na aquisição desse conhecimento, sendo a faixa etária 61-80 com menos interesse em consumir framboesa mesmo conhecendo os benefícios. Apuramos também que os inquiridos, na faixa etária 61-80, demonstraram uma maior taxa (77,78%), no que concerne ao conhecimento dos benefícios comparativamente com as outras. Quando interrogados sobre o benefício que os leva a consumir apuramos que 34,54% escolheram o benefício fortalecimento do sistema imunitário e que 33,09% escolheram o benefício rico em vitaminas e fibras, o que significa que são estes os dois principais benefícios tidos em consideração no consumo deste fruto. Ao entrelaçar as variáveis faixa etária, frequência de consumo e benefícios, apuramos que o benefício fortalecimento do sistema imunitário é o benefício com maior percentagem na faixa 61- Consumo de Framboesa em Portugal 33 80 e frequência de consumo anual; no que concerne ao benefício fruto rico em vitaminas e fibras, verificamos que as faixas etárias 18-30 (anual), 51-60 (Anual e trimestral) e 61- 80 (anual) são as faixas cuja percentagem é mais alta comparativamente com as outras e igual (42,86%). No que diz respeito ao valor pago na aquisição da framboesa, confirmamos que o valor com mais percentagem é o preço de 2,49€ por cada 125gr, no entanto 12,54% afirmaram não comprar a framboesa porque possuem cultivo próprio. Dentro dos inquiridos com cultivo próprio verificamos que 76,32% consome anualmente, sendo 68,42% pertencente a faixa etária 61-80. As ilações finais retiradas desta investigação foram que a hipótese “os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao desconhecimento dos benefícios” não foi comprovada, visto que 69,15% dos inquiridos afirmaram comprar framboesa devidos aos seus benefícios salutares. Também a hipótese “os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao preço” também não foi comprovada, porque da amostra utilizada nesta investigação apenas 18,73% dos inquiridos referiram não adquirir a framboesa devido ao seu elevado preço de mercado. Os restantes inquiridos (11,85%) disseram comprar framboesa devido ao preço. Temos que salientar que os resultados obtidos não são generalizados ao universo escolhido, devido ao tipo de amostra utilizada, a qual é não aleatória e por conveniência, por esta razão os resultados podem em futura investigação revelar outra tendência. Consumo de Framboesa em Portugal 34 Capítulo 6 – Limitações e investigação futura As principais limitações associadas a esta investigação foram: Generalização do consumo, ou seja, em qualquer estudo efetuado em Portugal acerca do consumo associaram sempre as hortícolas e as frutícolas, sem fazer uma diferenciação entre as frutas consumidas; Ausência de publicações acerca do consumo do produto frutícola fresco– framboesa em Portugal Confusão por parte dos consumidores entre a amora e a framboesa, a framboesa é muitas das vezes identificada comosendo amora. Outras limitações encontradas na elaboração desta pesquisa são: Amplitude da pesquisa (população/universo), restrita ao mercado consumidor de Portugal Continental; Amostra de reduzida dimensão, a qual não permite globalizar resultados; Aplicação de um método de recolha de dados interativos, ou seja, aplicação de um questionário através do mundo digital – internet. Para uma investigação futura, aconselhamos o uso do método qualitativo para melhor compreender a perceção do consumidor em relação ao produto frutícola framboesa, características e benefícios. Consumo de Framboesa em Portugal 35 Capítulo 7 – Implicações na Gestão empresarial Apesar deste trabalho não estar associado ao estudo de marketing para divulgação dos benefícios da framboesa e da mudança dos hábitos dos portugueses no que diz respeito ao consumo do produto frutícola framboesa, as empresas agrícolas devem procurar fazer um investimento na divulgação do produto cultivado e nos benefícios associados ao mesmo. Assim como o governo português, no que diz respeito a fomentação salutar dos cidadãos, através de uma alimentação saudável e equilibrada (incluindo a framboesa na roda dos alimentos), visto que o consumo dos diferentes produtos hortícolas e frutícolas tem na sua constituição componentes essenciais ao organismo humano, permitindo a prevenção de diversas enfermidades. Consumo de Framboesa em Portugal 36 Agradecimentos À minha família pela compreensão, apoio e confiança em todo o esforço aplicado por mim neste percurso. Ao meu sobrinho pela compreensão e respeito pela ausência da tia, na sua jornada de aprendizagem através da brincadeira e do estudo. Ao meu orientador Dr. João Paulo Peixoto pelos conhecimentos impregnados. À Dr. Isabel Barbosa pelo apoio e interesse apresentado durante a elaboração e conclusão deste trabalho. Às minha colegas e amigas Mafalda Antunes, Paula Fleming e Paula Serra pelo companheirismo nesta caminhada. Aos meus colegas de trabalho pela compreensão, respeito e apoio nesta fase. Aos participantes nesta investigação, os quais permitiram concretização da mesma. Consumo de Framboesa em Portugal 37 Referências Barbosa, L. (2004). Sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. Bordalo, A. (2015). A saúde dos portugueses - Perspectiva 2015. Lisboa: DGS. Estatísticas Agrícolas 2015. (2016). Instituto Nacional de Estatística, I.P. Graça, P. (2013). Portugal - Alimentação Saudável em números. Lisboa: DGS. Graça, P. (2015). Portugal - Alimentação Saudável em Números. Lisboa: DGS. Guedes, C. F. (2012). Consumo de frutas e hortícolas - um estudo entre crianças. Porto: Universidade do Porto. Kristina, S. M. (2013). Market Trends and consumer demand for fresh berries. Scientific Papers. Lurdes M. S. Foremming, E. D. (2009). Comportamento do consumidor e do comprar. Brasil: Editora Unijuí. Nava, E. J. (2004). Estratégias de marketing junto do mercado de consumo para aquisição de alimentos orgânicos: uma abordagem do mix de marketing. Florianópolis SC: Universidade Federal de Santa Catarina. Oliveira, H. P. (2008). Consumo de alimentos funcionais - atitudes e comportamentos. Porto: Universidade do Porto. Oliveira, P. B. (2007). Framboesa - Tecnologias de produção. Agro 556. Rui Nunes, G. R. (2003). Afectação de recursos para a saúde:perspectivas para um novo sns. Coimbra: Gráfica de Coimbra, Lda. Sandhussen, R. L. (2000). Sandhussen, Richard L. Em R. L. Sandhussen, Sandhussen, Richard L. (pp. 217 - 228). Business Review Books. Silva, C. L. (2011). Consumo de frutas e hortaliças e conceito de alimentação saudável. Brasília: Universidade de Brasília. Solomon, M. (2009). Os segredos da mente dos consumidores. Famalicão: Centro Atlântico. Sousa, M. B. (2007). Framboesa - Qualidade pós-colheita. Agro 556. Referências Online http://www.lipor.pt/pt/residuos-conceitos-fundamentais/consumo-sustentavel-conceito/ http://cemi.com.pt/2016/03/04/conceito-de-saude-segundo-oms-who/ Consumo de Framboesa em Portugal 38 Anexos Anexo 1 – artigo científico “Market Trends and consumer demand for fresh berries” Anexo 2 – artigo de jornal “Consumo de frutas e vegetais aumenta em Portugal” Anexo 3 – Artigo de Jornal “Mais de metade dos portugueses consomem fruta e legumes diariamente” Anexo 4 – Artigo da DGS “Preocupação com saúde acima da média” Anexo 5 – Artigo “Pequenos frutos são um aliado no combate às doenças respiratórias” Anexo 6 – Artigo “Framboesas ajudam a cancro e inflamações” Consumo de Framboesa em Portugal 39 Apêndice 1: Resumo executivo Enquadramento Temos presenciado, nos últimos anos, a um aumento de explorações agrícolas dos frutos vermelhos – nomeadamente da framboesa, no entanto não se verifica o aumento do consumo deste fruto. A framboesa, de todos os frutos vermelhos, é o fruto com menos indicadores de estudo. Os dados revelam que cerca de 95% desse produto destinam-se à exportação, nomeadamente para o Norte da Europa e os outros 5% destinam-se para a utilização na confeção de outros produtos à base deste fruto. Perante este cenário, questionamo-nos sobre o consumo de framboesa em Portugal e sobre que indicadores são apresentados no consumo deste fruto. Com o intuito de responder a esta questões elaboramos a presente investigação que teve como objetivo analisar o comportamento dos portugueses relativamente ao consumo do fruto vermelho – framboesa. Pretendeu-se (1) perceber qual a percentagem de consumidores e qual a frequência de consumo da framboesa por parte dos indivíduos; (2) conhecer quais os critérios que os indivíduos têm em conta no momento da aquisição ou não aquisição do produto frutícola framboesa e (3) saber se os indivíduos conhecem os benefícios salutares que o consumo de framboesa oferece para a saúde. Revisão teórica Sobekova, K. et al. Investigaram o consumo das pequenas vagas frescas nos EUA e chegaram a conclusão que os morangos são as vagas mais consumida em volume, o mirtilo é o segundo fruto mais consumido em volume, sendo este o mais popular no que diz respeito à promoção da saúde e que as amoras e framboesas são as menos consumidas em volume, mas que experienciam um rápido crescimento. A DGS elaborou estudos com o intuito de verificar o interesse e a preocupação dos portugueses com a sua própria saúde. Este interesse e preocupação, segundo esta entidade, é tida em consideração desde do momento da tomada de decisão sobre determinado produto alimentar. Concluindo que: os portugueses demonstram maior preocupação que à média da União europeia, é evitado o consumo de substâncias artificiais, corantes e conservantes, 79% acreditam que a confeção alimentar em casa é mais saudável que a pré-confeção, 74% seleciona os alimentos ponderando sobre os seus efeitos na saúde e na prevenção de doenças e quando os portugueses praticam dieta evitam os açucares, gorduras. A Plant & Food sugeriu, no seu estudo sobre o consumo de frutos com altos níveis de componentes antioxidantes – como a boysenberry (uma variedade da amora), que estes contribuem para a redução do aparecimento de doenças associadas à inflamação das vias respiratórias, como a asma, através do polifenóis, tendo estes um papel fundamental na redução de sintomas. Consumo de Framboesa em Portugal 40 Oliveira, Pedro descreveu o produto framboesa como uma fruta com variadas qualidades,como a nível dietético, nutricional, funcional e terapêutico, revelando que este (1) é um fruto com baixas calorias, (2) rico em sais minerais (potássio, cálcio, magnésio, ferro), (3) rico em vitaminas, nomeadamente a C, (4) rico em fibra, componente de extrema importância no processo digestivo e (5) o seu contribui para a melhoria da saúde, do bem-estar e de restrições de doenças. Oliveira, Hélder, numa perspetiva de marketing, revela que fatores contribuem para o comportamento do indivíduo e como este pode ser influenciado para a mudança de hábitos e comportamento dos consumidores. Dando importância ao consumo de alimentos funcionais, quer seja frescos quer sejam transformados, mas os quais têm contribuições saudáveis para o organismo quando consumidos. Monteiro, Catarina, analisando o consumo de hortícolas e frutícolas num grupo de crianças entre os 5 e os 10 anos (frequentadores de consultas de nutrição e não frequentadoras), demonstrou que não existe diferença no consumo de hortícolas e frutícolas entre os grupos de crianças, famílias com maior rendimento têm tendência a consumir mais hortícolas e que estes grupos são influenciados pelos progenitores para o consumo de alimentos salutares. Análise empírica Em Portugal, as explorações agrícolas aumentaram a superfície de cultivo, conforme os dados lançados pelo Instituto Nacional de Estatística, estes mostram que entre 2013 e 2015 a superfície passou de 271 ha para 775 ha, tendo a produção do fruto framboesa passado de 2757 toneladas para 12659 toneladas. No entanto, a venda deste fruto é quase exclusivamente para exportação, significando a saída de 95% do fruto para o Mercado do Norte da Europa, como Alemanha, Reino Unido, Holanda, entre outros destinos. O 5% que não exportados vão para o mercado transformador, como é o caso de algumas marcas existentes no mercado que as transforma em sumos, chás e molhos (topping) para colocar em bolos, doces. Mediante a investigação efetuada, verificou-se que o consumo da vaga fresca – framboesa, é baixo apesar da crescente produção. Perante este cenário articulou-se a tese: “O consumo do produto frutícola framboesa é baixo devido ao desconhecimento dos benefícios do mesmo”. Esta tese deu origem a duas hipóteses: (a) os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao desconhecimento dos benefícios e (b) os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao preço. Para dar seguimento ao estudo, analisamos o consumidor português, utilizando uma amostra não aleatória por conveniência composta por 363 inquiridos e cujas respostas foram obtidas através de questionário disponibilizado online. A idade dos inquiridos abrangia desde dos 18 e aos 80 anos. Como o intervalo de idades era muito grande, optamos por dividir em classes, observando os seguintes resultados de resposta: 18-30 (12,40%), 31-40 (26,45%), 41-50 (32.23%), 51-60 (14,05%) e 61-80 (14,88%). Os Consumo de Framboesa em Portugal 41 inquiridos abrangeram os vários distritos portugueses e arquipélagos, apresentando com maior taxa o distrito do Porto com 27,55% de adesões, seguindo pelo distrito de Aveiro com uma taxa de resposta de 27%. Em relação ao estado civil, apuramos que 27,82% eram solteiros, 62,53% eram casados/ união de facto, 2,20% eram viúvos (as) e 7,44% eram divorciados. No que diz respeito à escolaridade, a categoria com maior taxa de resposta foi a dos licenciados com 46, 8%, seguidos dos indivíduos na categoria 10º ao 12º ano com 28,9% e a com menos taxa de resposta foi inquiridos com o 4º ano (2,55%). Para melhora compreender os resultados obtidos, procedemos à análise estatística descrita, cujos cálculos foram efetuados numa folha de excel. Resultados No que diz respeito, aos responsáveis pelas compras, 91,18% dos inquiridos dizem ser os próprios responsáveis, enquanto que os restantes: 43,75% afirmam que são as esposas/ companheiras, 31,25% afirmam que são a mãe e 6, 25% que são o esposo/ companheiro. No concerne ao consumo de framboesa, 80, 99% revelam que consomem e 19,01% que não. Os que consomem este fruto revelaram que fazem o consumo anual (35,26%), trimestral (17,91%), mensal (14,60%), semanal (10,19%) e diário (3,03%). Quanto ao valor despendido para a compra da framboesa, 31,35% indicou que paga 2,49€ por cada cx de 125gr, 21, 45% paga 1,99€, 12,54% diz não despender dinheiro para a compra porque possuem cultivo próprio e 11,55% diz não saber qual o valor despendido. Sobre o conhecimento dos benefícios da framboesa, obtivemos 67,49% de respostas positivas e 32,51% negativas. Aos inquiridos que informaram não conhecer os benefícios desta fruta, perguntamos se pensariam em consumir se os conhecesse, nesta questão foram obtidas as seguintes informações: 90,50% disse que sim contra 9,5% que respondeu que não. Quando pedimos para identificar que benefício tinham em maior consideração aquando a aquisição da framboesa, os benefícios mais escolhidos foram o de fortalecimento do sistema imunitário (34,57%) e fruto rico em vitaminas e fibra (33,09%). Conclusões As ilações finais retiradas desta investigação foram que a hipótese “os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao desconhecimento dos benefícios” não foi comprovada, visto que 69,15% dos inquiridos afirmaram comprar framboesa devidos aos seus benefícios salutares. Também a hipótese “os portugueses não consomem o produto frutícola framboesa devido ao preço” também não foi comprovada, porque da amostra utilizada nesta investigação apenas 18,73% dos inquiridos referiram não adquirir Consumo de Framboesa em Portugal 42 a framboesa devido ao seu elevado preço de mercado. Os restantes inquiridos (11,85%) disseram comprar framboesa devido ao preço. Outra ilação debandada neste estudo foi que dos indivíduos que responderam não conhecer os benefícios da framboesa, disseram não pretender passar a consumir o fruto framboesa devido ao elevado preço e nem sequer queriam conhecer os benefícios do mesmo. Limitações e Investigação futura As principais limitações associadas a esta investigação foram: (1) generalização do consumo, ou seja, em qualquer estudo efetuado em Portugal acerca do consumo associaram sempre as hortícolas e as frutícolas, sem fazer uma diferenciação entre as frutas consumidas; (2) ausência de publicações acerca do consumo do produto frutícola fresco– framboesa em Portugal; e (3) confusão por parte dos consumidores entre a amora e a framboesa, a framboesa é muitas das vezes identificada como sendo amora. Outras limitações encontradas na elaboração desta pesquisa são amplitude da pesquisa (população/universo), restrita ao mercado consumidor de Portugal Continental; amostra de reduzida dimensão, a qual não permite globalizar resultados; e aplicação de um método de recolha de dados interativos, ou seja, aplicação de um questionário através do mundo digital – internet. Para uma investigação futura, aconselhamos o uso do método qualitativo para melhor compreender a perceção do consumidor em relação ao produto frutícola framboesa, características e benefícios. Implicações na gestão empresarial Apesar deste trabalho não ser um estudo de marketing para definir qual a melhor divulgação dos benefícios da framboesa e da mudança dos hábitos dos portugueses no que diz respeito ao consumo do produto frutícola framboesa, as empresas agrícolas devem procurar fazer um investimento na divulgação do produto cultivado e nos benefícios associados ao mesmo no mercado português. Assim como o governo português, no que diz respeito a fomentação salutar doscidadãos, através de uma alimentação saudável e equilibrada (incluindo a framboesa na roda dos alimentos), visto que o consumo dos diferentes produtos hortícolas e frutícolas tem na sua constituição componentes essenciais ao organismo humano, permitindo a prevenção de diversas enfermidades. Referências Barbosa, L. (2004). Sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. Bordalo, A. (2015). A saúde dos portugueses - Perspectiva 2015. Lisboa: DGS. Estatísticas Agrícolas 2015. (2016). Instituto Nacional de Estatística, I.P. Consumo de Framboesa em Portugal 43 Guedes, C. F. (2012). Consumo de frutas e hortícolas - um estudo entre crianças. Porto: Universidade do Porto. Kristina, S. M. (2013). Market Trends and consumer demand for fresh berries. Scientific Papers. Lurdes M. S. Foremming, E. D. (2009). Comportamento do consumidor e do comprar. Brasil: Editora Unijuí. Nava, E. J. (2004). Estratégias de marketing junto do mercado de consumo para aquisição de alimentos orgânicos: uma abordagem do mix de marketing. Florianópolis SC: Universidade Federal de Santa Catarina. Oliveira, H. P. (2008). Consumo de alimentos funcionais - atitudes e comportamentos. Porto: Universidade do Porto. Oliveira, P. B. (2007). Framboesa - Tecnologias de produção. Agro 556. Sandhussen, R. L. (2000). Sandhussen, Richard L. Em R. L. Sandhussen, Sandhussen, Richard L. (pp. 217 - 228). Business Review Books. Silva, C. L. (2011). Consumo de frutas e hortaliças e conceito de alimentação saudável. Brasília: Universidade de Brasília. Solomon, M. (2009). Os segredos da mente dos consumidores. Famalicão: Centro Atlântico. Sousa, M. B. (2007). Framboesa - Qualidade pós-colheita. Agro 556. Consumo de Framboesa em Portugal 44 Apêndice 2: Revisão de Literatura Ao iniciar esta investigação, procurou-se conhecimento sobre o que está na iminência do consumo, como o consumo em si não é propriamente justificável, aprofundou-se mais o núcleo da questão. Quais as razões que leva alguém a consumir este ou aquele produto? e O que influencia o consumo do indivíduo? São duas questões que estão na base do consumo, assim estudou-se a saúde e o comportamento dos consumidores para dar resposta as questões. Os três conceitos CONSUMO, SAÚDE e COMPORTAMENTO estão intrinsecamente ligados, pois o consumidor procura consumir os produtos saudáveis de forma a promover e proteger a sua saúde, respeitando crenças, motivações e necessidades. São estes conceitos que abordaremos neste capítulo. a) Consumo “O comportamento de consumo é definido como comportamento de procura, busca, compra, uso e avaliação de produtos e serviços para satisfazer necessidades.” (Gade,1998) Presentemente, o conceito consumo está interligado à economia. Mas o que é o consumo? Para falarmos em consumo temos de falar no ato de consumir. Este é, antes demais, um ato de compra, um desembolsar de um valor monetário para a aquisição de determinado produto ou serviço, fazendo com que a economia de determinado país ou região cresça, por esta razão são vários os autores que afirmam que quanto mais o indivíduo consome mais moeda circula, permitindo a criação de emprego e capitais. Este aspeto leva a que a sociedade consuma mais do aquilo que necessita, pois atualmente é incrustado no indivíduo que consumir/ adquirir determinado produto traz felicidade. Ao analisar o consumo verificamos que este tem merecido atenção por parte dos investigadores. Estes diferenciam diferentes tipos de consumo, como: consumo privado versus público, consumo individual versus coletivo e consumo final versus intermédio. Consumo de Framboesa em Portugal 45 O consumo privado está relacionado com o consumo que é efetuado por cada um de nós, como por exemplo adquirir um livro ou outro tipo de produto, enquanto que o consumo coletivo está associado ao consumo da diligência da corporação pública, como as forças armadas, autarquias, e outros organismos. Este consumo patenteia as despesas originadas na Administração pública, as quais são realizadas ao longo do ano e traduzem- se nos vencimentos, nas reformas, nos subsídios, nos rendimentos mínimos atribuídos, assim como no pagamento para aquisição de outros bens ou serviços. O consumo individual versus consumo coletivo assenta no usufruidor do consumo. Ou seja, o consumo individual está relacionado com o consumo que cada um de nós efetua, impossibilitando o consumo por outro, isto é, ao vestir um casaco neste momento só nós é que podemos fazê-lo. Enquanto, o consumo coletivo está atribuído ao consumo de um convencionado de serviços cujo valor é gratuito ou simbólico, como é o caso dos Serviços Nacionais de Saúde, Serviços Educacionais ou de Justiça. O consumo final ou intermédio firma-se no destino do consumo em si. Este está dependente da satisfação de uma necessidade específica, enquanto o consumo individual de um produto não é objeto de nenhuma transformação industrial, ou seja, o indivíduo adquire uma vaga fresca framboesa com o intuito de a consumir conforme ela está, já o consumo intermédio implica uma transformação de um produto, ou seja, o indivíduo pode adquire um produto transformado com o sabor framboesa (por exemplo sumo, iogurtes, doce). Atualmente, além de se falar nestes tipos de consumo, também se fala no consumo sustentável e no consumo de alimentos funcionais. O consumo sustentável “baseia-se na ideia de que o planeta não pode suportar os velhos padrões utilizados nas últimas décadas para a extração, produção, comercialização e eliminação de bens. Consumir de maneira sustentável significa consumir melhor e consumir menos, levando em consideração os impactos ambientais, sociais e económicos das empresas e dos seus produtos (cadeias produtivas). Este consumo precisa ser sustentável em todos os sentidos: desde a compra, uso e até à eliminação. É importante questionar-se sempre sobre o consumo pessoal, como pode ser reduzido e como pode ser melhorado. O Consumo Sustentável é, assim, um conjunto de práticas relacionadas com a aquisição de produtos e serviços que visam diminuir ou até mesmo eliminar os impactos no meio ambiente. São atitudes positivas que preservam Consumo de Framboesa em Portugal 46 os recursos naturais, mantendo o equilíbrio ecológico no nosso planeta. Estas práticas estão relacionadas com a diminuição da poluição, o incentivo à reciclagem e eliminação do desperdício. Através delas poderemos, um dia, atingir o sonhado desenvolvimento sustentável do nosso planeta.”10 O Consumo de alimentos funcionais é um conceito com a sua origem no Japão na década de 80, o seu surgimento tem como intuito uma nova categoria de alimentos a FOSHU (Foods for specific health use), cujo objetivo era o de minimizar os custos graduais existentes na área da saúde, assim estipularam que teria de haver prova dos efeitos benefícios de determinada alimento para a saúde quando consumidos e também não poderiam ser considerados como suplemento nutricional, só assim é que o Ministério da Saúde e Bem-estar Japonês os consideraria como alimentos reconhecidamente funcionais. Nos Estados Unidos, existem duas associações que marcaram posição em relação a este tipo de alimentos, são elas: a American Dietetic Association (ADA), no ano de 2006, a qual legitimou a importância dos benefícios deste tipo de alimento na saúde quando consumidos periodicamente e fazendo parte de uma dieta equilibrada, e a Food and Drug Administration, cujo comprometimento é o de promover a proteção da saúde pública, a qual concordou com a ADA, no que
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