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HISTÓRICO E CENÁRIOS DA ECONOMIA BRASILEIRA

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HISTÓRICO E CENÁRIOS DA ECONOMIA BRASILEIRA
Abordagem histórica da economia brasileira
A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da História do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi privilegiado em detrimento de outros, e provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira.
O primeiro ciclo econômico do Brasil foi a extração do pau-brasil, madeira avermelhada utilizada na tinturaria de tecidos na Europa, e abundante em grande parte do litoral brasileiro na época do descobrimento (do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte). 
O segundo ciclo econômico brasileiro foi o plantio de cana-de-açúcar, utilizada na Europa para a manufatura de açúcar em substituição à beterraba. A agricultura da cana introduziu a modo de produção escravista, baseado na importação e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro. A pecuária extensiva ajudou a expandir a ocupação do Brasil pelos portugueses, levando o povoamento do litoral para o interior.
O terceiro ciclo econômico brasileiro foi o ciclo do ouro, com as expedições chamadas entradas e bandeiras durante todo o século XVII (entre 1709 e 1720), na busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). 
O quarto ciclo econômico brasileiro foi o ciclo do café, produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi introduzida por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa.
O quinto ciclo econômico brasileiro foi o ciclo da borracha, em meados do século XIX, com a descoberta que a seiva da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia, servia para a fabricação de borracha, material que começava então a ser utilizado industrialmente na Europa e na América do Norte. Com isso, teve início o ciclo da borracha no Amazonas (então Província do Rio Negro) e na região que viria a ser o Acre brasileiro (então parte da Bolívia e do Peru).
O chamado desenvolvimentismo (ou nacional-desenvolvimentismo) foi a corrente econômica que prevaleceu nos anos 1950, do segundo governo de Getúlio Vargas até o Regime Militar, com especial ênfase na gestão de Juscelino Kubitschek.
Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentista desde a Era Vargas, na década de 1930, o Brasil desenvolveu grande parte de sua infra-estrutura em pouco tempo e alcançou elevadas taxas de crescimento econômico. Todavia, o governo muitas vezes manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa e desencadeando uma grande onda inflacionária. O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais (ferroviário, hidroviário, naval, aéreo).
Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi a soja, introduzida a partir de sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio de soja foi a monocultura extensiva e mecanizada, provocando desemprego no campo e alta lucratividade para um novo setor chamado de "agro-negócio". O crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na direção da Amazônia, o que por sua vez vem provocando desmatamentos em larga escala. A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de lavradores e o surgimento dos movimentos de sem-terra (MST, Via Campesina).
Entre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústria gerou empregos não-qualificados e ampliou a concentração de renda, o PIB chegou a crescer 14,0%. Em paralelo, na política, o regime militar endureceu e a repressão à oposição (tanto institucional quanto revolucionária/subversiva) viveu o seu auge. A industrialização, no entanto, continuou concentrada no eixo Rio de Janeiro-São Paulo e atraiu para esta região uma imigração em massa das regiões mais pobres do país, principalmente o Nordeste.
Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado de instabilidade monetária e de recessão, com altíssimos índices de inflação (hiperinflação) combinados com arrocho salarial, crescimento da dívida externa.
Já na década de 80, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que visavam o controle da inflação, sem nenhum sucesso. O resultado foi o não pagamento de dívidas com credores internacionais (moratória), o que resultou em graves problemas econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 80, na economia brasileira, ganharam o apelido de "década perdida".
No governo Itamar Franco o cenário começa a mudar. Com um plano que ganhou o nome de Plano Real a economia começa a se recuperar. Pelas mãos do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que elegeria-se presidente nas eleições seguintes por causa disso, alija o crescimento econômico do país em nome do fortalecimento das instituições nacionais com o propósito de controlar a inflação e atrair investidores internacionais.
Reconhecendo os ganhos dessa estratégia, o governo do presidente Lula mantém suas linhas gerais, adaptando apenas alguns conceitos ao raciocínio esquerdista moderado do Partido dos Trabalhadores.
DESIGUALDADES ECONÔMICAS DO BRASIL
Os quatro países emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China;
O Brasil tem apresentado nos últimos anos uma pífia taxa de crescimento econômico anual de 2,5%;
Talvez, a melhor definição para o Brasil seja a de um país de desenvolvimento “tardio”, cuja industrialização e modernização alcançaram somente uma minoria, enquanto a maioria, pobre e culturalmente privada, tem sido contemplada por um assistencialismo populista, sem futuro.
Ambas as sociedades, Brasil e Estados Unidos, foram construídas a partir da escravidão dos negros e o extermínio das populações indígenas;
O Brasil passara para a modernidade capitalista – industrialização e urbanização – sem revolução burguesa capaz de romper os laços com o feudalismo fundiário. Embora a escravatura fosse abolida oficialmente em 1888, as relações patrimonialistas, o preconceito e a exploração dos trabalhadores rurais e urbanos continuam a vigorar, seja nos antigos latifúndios do nordeste, seja nas “modernas” e imensas áreas plantadas de soja, cana, café e nas criações de gado no centro-oeste, cujos donos consideram-se “salvadores da pátria”, devido ao saldo na balança comercial do país, baseada na exportação de produtos de mineração e agroindústrias.
Na primeira fase da industrialização brasileira faltaram os recursos para financiar e sustentar o crescimento industrial. Os lucros auferidos com a exportação do café e cacau foram vertidos para a construção de palacetes, o envio dos filhos para estudar em países europeus e no consumo de bens importados de luxo.
A industrialização do Brasil e de outros países latino-americanos processou-se numa época de crescente centralização econômica e de mercado cada vez mais controlado por oligopólios e conglomerados. O custo elevado de tecnologia e dos investimentos iniciais manteve afastadas do processo de industrialização as elites tradicionais agro-exportadoras, enquanto fosse favorável ao ingresso de capital estrangeiro.
A consequente fraqueza do empresariado nacional exigiu a participação, em escala crescente, do Estado, não somente como agente fiscalizador, mas também na própria função empresarial, concomitantemente, com sai ação empresarial em grande escala, o Estado passou a organizar e fiscalizar as massas de operários, manipulando-os, freqüentemente, com fins políticos próprios. Finalmente, os mercados internos estreitos, em virtude da não distribuição de renda e da baixa produtividade dos sistemas de transporte e de comunicação, limitaram as possibilidades de expansãodas indústrias.
Nessas circunstâncias, as “elites” industrializantes, para serem bem sucedidas em seus empreendimentos econômicos, teriam de tornarem-se também “elites” políticas. A fraqueza e a inexpressividade de atuação política dos empresários industriais, como classe social coesa e consistente de sua missão histórica deixaram marcas profundas em toda a evolução política e econômica das sociedades latino-americanas.
Crescimento econômico é função de investimento e, à medida do progresso técnico, eleva-se a razão de capital/produto, com variações setoriais, numa média de 5:1. Em outras palavras, para fazer o PIB crescer 5% ao ano, seria necessário investir pelo menos 25% do PIB.
Enquanto a China investiu, nas últimas duas décadas, invariavelmente entre 45-50% do PIB ao ano, no Brasil, esta taxa não tem ultrapassado 16-18% do PIB ao ano.
Enfrentando a concorrência das empresas estrangeiras transnacionais, os obstáculos criados pela burocracia e as pressões dos sindicatos amparadas pela legislação trabalhista, os empresários capitalistas preferem investir em títulos do governo ou em especulações financeiras que proporcionam renda relativamente estável e segura, contra as incertezas dos setores produtivos.
As poucas indústrias de tamanho médio que sobreviveram à “internacionalização” da economia brasileira, dificilmente consegue competir nos mercados externos (taxa de câmbio irreal) e no mercado interno inundado por produtos importados.
O Brasil continua sendo um país profundamente dividido entre ricos e pobres, O Brasil atinge anualmente índices bastante elevados de desigualdade na distribuição de renda (em torno de 0,6 – índice Gini – varia entre 0, distribuição perfeita de renda e 1,0, alta concentração de renda numa pessoa). O Brasil é um país com sérias distorções em relação à distribuição da renda, com enorme contingente da população vivendo abaixo da linha da pobreza, graves problemas sociais nas áreas de saúde, alimentação e educação.
A mortalidade infantil é escandalosamente alta (33 por mil). Entretanto, o projeto da Lei de Saneamento Básico foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 13/12/2006, após tramitar por duas décadas... Os problemas mais sérios de saúde que afetam a população brasileira são desnutrição, parasitoses e doenças infecto-contagiosas geralmente associadas à pobreza e falta de saneamento básico. 
O saneamento é serviço essencial e monopolista, devendo ser prestado pelo setor público pois dele depende diretamente a saúde da população do país e a preservação do meio ambiente. A falta de saneamento repercute na economia, afastando empresas exportadoras e inibindo o turismo, além das conseqüências gravíssimas na saúde pública.
Estudo feito pelo BNDES em 1998 revela que 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão associadas à falta de saneamento básico. 
O tão aclamado agronegócio, responsável pelo superávit da balança comercial, resulta em uso predatório das terras e a expulsão da população rural para as metrópoles. 
As novas tecnologias poupadoras de mão de obra e ‘minimizadoras’ dos custos de produção têm resultado em lucros fabulosos dos fazendeiros que pratiquem a monocultura em larga escala, o que não os impede de pressionar o governo para obter isenção de ICMS para seus produtos exportados. 
A desigualdade na distribuição de renda no Brasil faz com que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011 do país fique 27,7% menor. Conforme ranking divulgado hoje (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil registrou IDH de 0,718 neste ano, marca que situa o país no grupo dos países com desenvolvimento humano elevado.
O IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD) foi criado pelo Pnud em 2010 para retratar como as desigualdades internas podem limitar o desenvolvimento humano nos países. Enquanto o IDH clássico é um índice potencial, o Idhad retrata melhor a situação real de um país.
De 2003 a 2011, 40 milhões de pessoas em todo o Brasil saíram da classe D e E e chegaram a classe C. Mesmo com todas essas boas notícias, o Brasil ainda é um dos países com maiores índices de desigualdade do mundo.

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