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O tempo disponível para a prova é de 5 horas e 30 minutos. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES 1O DIA CADERNO 1 AMARELO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS SIMULADO ENEM 2017 1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém uma prova de Redação e 90 questões numeradas de 1 a 90, dispostas da seguinte maneira: a. prova de Redação; b. as questões de número 1 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 1 a 5 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida. 2 se o seu a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala, para que ele tome as providências cabíveis. 3 Preencha corretamente os seus dados no CARTÃO- -RESPOSTA. 4 ATENÇÃO: após o preenchimento, escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com caneta tinta 5 Marque no CARTÃO-RESPOSTA, no espaço apropriado, o CÓDIGO DA PROVA abaixo. CÓDIGO DA PROVA (INGLÊS): 31004 CÓDIGO DA PROVA (ESPANHOL): 31204 6 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO- -RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. 7 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas com as , , , e . Apenas uma responde corretamente à questão. 8 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço compreendido no círculo correspondente à opção escolhida para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 9 O tempo disponível para esta prova é de cinco horas e trinta minutos. 10 Reserve os 30 minutos para marcar seu CARTÃO- -RESPOSTA. Os rascunhos e as anotações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 11 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue o CARTÃO-RESPOSTA. 12 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação. 13 Você será eliminado do Simulado, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Simulado; c. comunicar-se, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; d. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação após ingressar na sala de provas; e. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Simulado; f. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Simulado; g. ausentar-se da sala de provas levando consigo o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 3 REDAÇÃO INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO • O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. • A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: • tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada • fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo- -argumentativo; • apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos; • apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I Sensacionalismo é o nome que se dá para uma certa postura na comunicação em massa, em que os eventos e assuntos das histórias são exibidos de maneiras muito exageradas, para aumentar a audiência dos telespectadores ou dos leitores. Pode incluir notícias sobre assuntos e eventos a em geral, além de envolver apresentações tendenciosas de temas populares de uma maneira trivial, em formas de tabloide. Algumas táticas conhecidas incluem abordagens insensíveis, apelações emotivas, criação de polêmicas, notícias com fatos intencionalmente omitidos. Basicamente, quaisquer formas de se obter forte atenção popular. Disponível em: www.infoescola.com. TEXTO II A cena é conhecida dos telespectadores brasileiros. Uma mulher está aos prantos por ter perdido alguém da em um vem um um microfone na cara: Como é que a senhora está se sentindo? Costumava-se achar que essa prática, por deselegante era isso antes do advento da internet.(...) O site Catraca Livre, um dos mais populares do Brasil, sentiu na pele. Logo pela manhã, quando a notícia da tragédia [da Chapecoense] ainda estava fresca, publicou uma série de fotos de pessoas que estavam prestes a morrer: vítimas de tiros, quedas, os mais diversos acidentes. A maioria sorrindo alegremente, sem ter ideia do que ia acontecer. Entre as imagens, lá estavam alguns jogadores da Chapecoense, fazendo a bordo da aeronave que cairia pouco depois. Disponível em: f5.folha.uol.com.br. TEXTO III 37% de share cada 100 TVs por assinatura ligadas, estão na Globo (por exemplo) O QUE AS PESSOAS VEEM, NA TV PAGA Os 10 canais mais vistos da TV paga das 7h à 0h, em agosto Fonte: sados de Ibope em oito praças Disponível em: f5.folha.uol.com.br. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os limites para o no proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 4 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 1 a 45 Questões de 1 a 5 (opção Inglês) QUESTÃO 01 Healthy choices How do we reduce waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do? By Telegraph View 22 Aug 2014 Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, suggests that parents feed their children from smaller plates. Photo: Alamy Every new piece of information about Britain’s weight problem makes for ever more depressing reading. Duncan Selbie, the Chief Executive of Public Health England, today tells us that by 2034 some six million Britons will suffer from diabetes. Of course, many people develop diabetes through no fault of their own. But Mr Selbie’s research concludes that if the levels of obesity returned to their 1994levels, 1.7 million fewer people would suffer from the condition. Given that diabetes already drains the National Health Service (NHS) by more than £1.5 million, or 10 per cent of its budget for England, the impact upon the Treasury in 20 years’ time from unhealthy lifestyles could be catastrophic. 1Bad health not only impacts on the individual but also on the rest of the community. Diagnosis of the challenge is straightforward. The tougher question is what to do about reducing waistlines in a country where we traditionally do not like telling individuals what to do. It is interesting to note that Mr Selbie does not ascribe to the Big Brother approach of ceaseless legislation and nannying. 2Rather, he is keen to promote choices – making the case passionately that people should be encouraged to embrace good health. One of his suggestions is that parents feed their children from smaller plates. That way the child can clear his or her plate, as ordered, without actually consuming too much. Like all good ideas, this is rooted in common sense. Disponível em: www.telegraph.co.uk (adaptado). Segundo o texto, a diabetes deve ter suas causas divulgadas, para que as pessoas saibam como curá-la. esgotará os recursos para a saúde em 20 anos nos países desenvolvidos. consome 10% do orçamento do sistema público de saúde na Inglaterra, com tendência a aumentar. precisa ser diagnosticada e tratada rapidamente, para evitar danos futuros à saúde. será responsável por uma catástrofe nas comunidades onde a obesidade prevalece. QUESTÃO 02 Disponível em: keepthemiddleclassalive.com (adaptado). O trecho “What are you, greedy?” indica que o homem rico as reivindicações de 50% da população pobre. não está disposto a abrir mão de sua parte. convenceu os pobres de que 90% da renda é o percebeu as necessidades dos pobres. está aberto a negociações. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 5 QUESTÃO 03 control half of global wealth by 2016 By Patricia Cohen January 19, 2015 The world’s business elite will meet this week at the annual World Economic Forum in Davos, Switzerland. Credit Jean-Christophe Bott/European Pressphoto Agency The richest 1 percent is likely to control more than half of the globe’s total wealth by next year, the anti-poverty charity Oxfam reported in a study released on Monday. The warning about deepening global inequality comes just as the world’s business elite prepare to meet this week at the annual World Economic Forum in Davos, Switzerland. The 80 wealthiest people in the world altogether own $1.9 trillion, the report found, nearly the same amount shared by the 3.5 billion people who occupy the bottom half of the world’s income scale. (Last year, it took 85 billionaires to equal that And the richest 1 percent of the population controls nearly half of the world’s total wealth, a share that is also increasing. The type of inequality that currently characterizes the world’s economies is unlike anything seen in recent years, the report explained. “Between 2002 and 2010 the total wealth of the poorest half of the world in current U.S. dollars had been increasing more or less at the same rate as that of billionaires,” it said. “However since 2010, it has been decreasing over that time.” Winnie Byanyima, the charity’s executive director, noted in a statement that more than a billion people lived on less than $1.25 a day. “Do we really want to live in a world where the 1 percent own more than the rest of us combined?” Ms. Byanyima said. “The scale of global inequality is quite simply staggering.” Investors with interests in insurance and health saw the biggest windfalls, Oxfam said. Using data from Forbes magazine’s list of billionaires, it said those listed as having interests in the pharmaceutical and health care industries saw their net worth jump by 47 percent. The charity credited those individuals’ rapidly growing fortunes in part to multimillion-dollar lobbying campaigns to protect and enhance their interests. Disponível em: www.nytimes.com (adaptado). Segundo o texto, o relatório da Oxfam mostra que a pobreza diminuiu em 2014, mesmo que em pequena escala. foi apresentado no Fórum Econômico Mundial na Suíça. prenuncia o aprofundamento da concentração de riquezas no mundo. causou celeuma entre a elite de empresários em Davos. teve o apoio de investidores da área farmacêutica e de saúde. QUESTÃO 04 Body worlds plans cadaver show dedicated to sex German anatomists plan a new show dedicated solely to dead bodies having sex as part of the Body Worlds exhibitions. Gunther von Hagens and his wife Angelina Whalley show corpses prepared using a technique invented by von Hagens called “plastination,” that removes water from specimens and preserves them with silicon rubber or epoxy resin. “It’s not my intention to show certain sexual poses. My goal is really to show the anatomy and the function,” Body Worlds creative director Whalley told Reuters in an interview, adding the sex exhibition may open next year. Body Worlds exhibitions, visited by 27 million people across the world, have been criticized for presenting entire corpses, stripped of skin to reveal the muscles and organs underneath, in lifelike and often the atrical positions. Von Hagens has already triggered uproar with a new exhibit which shows just two copulating corpses. Disponível em: news.yahoo.com. Acesso em: 14 set. 2009 (adaptado). A técnica de plastinação, inventada por Gunther von Hagens, consiste na remoção do líquido dos exemplares de cadáveres, preservando-os com borracha de silicone ou resina epóxi. na retirada de toda a água do cadáver, substituindo-a por uma substância química secreta. na retirada do líquido do cadáver e na remodelação de cada parte do corpo em silicone ou durepoxi. na dissecação do cadáver para a remoção da parte líquida e dos órgãos internos. nadivisão do cadáver em partes para serem e depois montadas para exposições públicas. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 6 QUESTÃO 05 Disponível em: adbusters.org. Acesso em: 12 jun. 2014. O cartaz acima critica, de forma irônica, a utilização excessiva de combustíveis que poluem o meio ambiente. as objeções dos ecologistas ao uso do plástico nas sociedades contemporâneas. o gasto de dinheiro público para projetos que poluem o meio ambiente. o uso irresponsável de materiais descartáveis nas sociedades contemporâneas. a utilização excessiva de combustíveis que contribui com o superaquecimento global. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 1 a 45 Questões de 1 a 5 (opção Espanhol) QUESTÃO 01 Marketing de la emoción La vida tiene momentos increíbles: el primer cruce de miradas entre un hombre y una mujer que se enamoran, el ruido del biberón o del chupete succionados por un bebé, un abrazo fuerte de amigo, una caricia maternal. Pasar por la vida sin conmoverse es como haber nacido muerto. Llorar, reír, alegrarse y entristecerse son tan naturales e imprescindibles para el ser humano como respirar, comer y dormir. Nos conectan con lo más vital que hay dentro nuestro, nos develan el real de la vida. Cuando una cámara de fotos o, mucho peor, una nos apunta, algo inevitablemente se trastoca: un rictus convierte en caricatura lo que hasta un segundo antes había sido fresco y espontáneo. El famoso “pónganse bien para la foto” consigue el efecto inverso: sonrisas acalambradas y poses cargadas de afectación que dentro de cientos de años, si esta actitud generalizada logra ser erradicada, será motivo de curiosidad y estudio. Son excepcionales las veces que actores y directores mancomunados en una pieza artística logran conmovernos profundamente. La maldita cámara,por lo general, suele sustraerle el alma a esos momentos sublimes y sencillos de la vida reduciéndolos a almibaradas cursis o ridículas. Y cuando la televisión entra en escena, la cosa empeora. El indisimulable hambre de rating, la incontinencia acelerada de animadores, la necesidad de impactar a cualquier precio echa a perder casi siempre hasta las mejores intenciones. La cultura del culebrón intenta ahora “abuenar” “talk-shows”, reorientando sus conocidas perversiones amarillas, que ya relajan, hacia costados más “humanos”. Pero lo emotivo manufacturado industrialmente por la TV, suena falso, demagógico, impúdico. SIRVÉN, Paulo. Notícias, Buenos Aires, 2 maio 1998. p. 62. A ideia principal comunicada pelo autor do texto é a de que as emoções encontram, na televisão, o veículo ideal para se propagarem. perdem espontaneidade diante das máquinas que as registram. preenchem os momentos mais da vida humana. são as mais importantes funções vitais básicas do homem. vão ser sempre ao se expressarem publicamente. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 7 QUESTÃO 02 De cómo la tecnología forma lectores más inteligentes y mejores En un artículo publicado en TeleaRead, titulado How eReader technology has made me a smarter reader and learner [Cómo la tecnología aplicada a la lectura han hecho de mí una mejor lectora y una aprendiz más inteligente] y escrito por Joanna, una colaborada habitual de esta página, la redactora detalla cuáles son, en su opinión, los que a ella le ha aportado la lectura digital. Aunque en un principio la periodista que los libros de texto no están tan disponibles en su formato electrónico como en el tradicional o que en ocasiones las versiones electrónicas son limitadas, apunta después cuatro razones que la llevan a declarar que la tecnología ha hecho de ella una persona más inteligente y mejor lectora: 1. Los diccionarios incorporados hacen que aprender un idioma sea una tarea muy sencilla. Joanna explica cómo antes de la aparición de dispositivos de lectura como Kindle o iPad, leer en otro idioma era algo de lo más tedioso. Gracias al desarrollo de ciertas aplicaciones, es posible traducir frases completas sobre la marcha y entender el sentido del texto. 2. La incorporación de Wikipedia en estos dispositivos hace que la lectura de textos de no- Esta periodista que últimamente lee muchos más libros de no ya que con la incorporación de Wikipedia en los lectores electrónicos y tabletas es posible hacer referencias cruzadas sin que esto suponga una molestia. Es posible buscar detalles o explicaciones no sólo dentro del mismo dispositivo, sino incluso sin siquiera salir de la aplicación. 3. La posibilidad de destacar parte del texto permite retener mejor y compartir pasajes importantes. Joanna explica cómo siempre tiene un archivo ePub en su ordenador de mesa, y, cuando acaba de leer un libro, recoge los pasajes que ha destacado y los copia en este archivo. Más adelante, puede convertirlo a formato movi y enviarlo por correo electrónico a su Kindle. 4. Crear recopilaciones mediante las herramientas de auto-creación de forma sencilla. Aunque comenta que le gustan las novelas, no son las únicas lecturas que emocionan a esta periodista. que también le atrae la poesía, pero las antologías que se ofrecen hasta el momento en formato digital le parecen un “totum revolutum” que no le acaba de satisfacer. Ella elegir aquellas cosas que más le han gustado o llamado la atención y crear sus propias colecciones. Joanna, para opina que las limitaciones que tiene el actual sistema de libros de texto electrónico son parte de lo que ella denomina “ecuación de aprendizaje”. aprender mucho de los libros que lee por diversión y declara que la lectura digital ha supuesto para ella un auténtico regalo. Disponível em: www.queleer.com.ve. Acesso em: 29 jul. 2012 (adaptado). A dos quatro aspectos listados pela colunista é a melhora na habilidade leitora manifestada pelos participantes da pesquisa em questão. fundamentar a declaração pessoal da autora do artigo acerca da relação tecnologia e leitura. informar sobre os aplicativos disponíveis para criação de textos digitais e divulgação no meio digital. organizar e sequenciar procedimentos para uma leitura eletrônica mais prazerosa e a visão da autora sobre a superioridade de retenção de informações por meio da leitura digital. QUESTÃO 03 La TV pública debe apostar por la ciencia La televisión, nacida como un medio de comunicación y entretenimiento más, se ha convertido en el vehículo fundamental no solo de información y de distracción sino también en un poderoso medio de educación y formación cultural de la gran mayoría de la ciudadanía. No hay duda de que su omnipresencia en nuestras vidas determina unos valores por encima de otros y un modelo de sociedad muy concreto, en el que predomina el espectáculo y la búsqueda de emociones por encima de la y el debate de ideas. Los datos son elocuentes. Según el eurobarómetro dado a conocer en diciembre por la Comisión Europea sobre “Europeos, ciencia y tecnología”, no hay duda alguna de que la mayoría de la población se informa y forma sobre temas por la vía de la televisión (más de 60 por 100 de los europeos), quedando muy lejos de esta cifra cualquier otro medio difusor del conocimiento Aunque no existe por ahora un estudio cuantitativo y cualitativo de cuánta y qué ciencia ofrecen los canales de televisión en los diferentes estados europeos, parece bastante evidente que la divulgación es el patito feo en casi todos los países – quizás con una ligera excepción en Francia, Alemania y Gran Bretaña. Por ello el recientemente promulgado programa de “Ciencia y Sociedad” de la Comisión Europea recomienda que los diferentes gobiernos se tomen en serio la adopción de decisiones políticas destinadas a paliar este grave cultural, como mínimo allí donde tienen una clara responsabilidad: las televisiones públicas. Hemos de pensar que no solo está en juego el reequilibrio cultural de nuestra sociedad en época en la que el desarrollo es crucial para el futuro, sino también el promover una ciudadanía capaz de tomar decisiones ante los retos éticos que nos plantea el avance además de corregir graves como la clara disminución de vocaciones entre la juventud europea. Muy Interesante, n. 254, jul. 2002. O texto tem como objetivo apresentar um novo projeto de televisão pública. uma crítica à televisão pública espanhola. uma defesa do programa “Ciencia y Sociedad”. um confronto entre diferentes tipos de televisão. uma proposta de mudança para a TV pública europeia. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 8 QUESTÃO 04 Año Internacional de la Astronomía: “El Universo para que lo descubras” Este año ha sido elegido el Año Internacional de la Astronomía, al conmemorarse el IV centenario del primer uso de un telescopio para observar el cielo realizado por Galileo Galilei y que marcó el inicio de la era moderna. Esta celebración representa una oportunidad única para transmitir a los ciudadanos la emoción del descubrimiento, el placer de compartir el conocimiento básico del Universo y la importancia de la cultura Los organizadores se proponen, entre otros objetivos, fomentar el crecimiento de comunidades astronómicas en países en vías de desarrollo; apoyar y mejorar la educación en Ciencias tanto en las escuelas como a través de los centros de investigación, planetarios y museos. Esta efeméride pretende también ofrecer una imagen moderna de la ciencia y los con el de despertar el interés del cosmos en los niños, y estimular la presencia de jóvenes en carreras y tecnológicas. “La Astronomía es una ciencia que todo el mundo puedeentender”, asegura el Premio Nobel de Física, Robert W. Wilson. Por todo ello, el lema escogido para este Año Internacional de la Astronomía ha sido: “El Universo para que lo descubras”. Vivimos todos bajo un mismo cielo. Pero lo cierto es que, a lo largo de miles y miles de años, ha habido gente que miró ese mismo cielo y aprendió a contar el tiempo, a ordenar los días, meses y años, a medir las horas, a seguir el curso de los astros o a imaginar cómo era todo aquello. Es un paisaje común, parte de nuestra herencia y de nuestro futuro. Enigmas por resolver. Ese es el sino de la Astronomía. Disponível em: www.radiovaticana.org. Acesso em: 20 jan. 2009 (adaptado). O autor do texto se propõe a informar e destacar a importância da Astronomia. comparar a Astronomia com outras ciências exatas. analisar novas tecnologias para o conhecimento do Universo. recomendar o estudo da Astronomia nos países menos desenvolvidos. explicar as tarefas que desempenham os cientistas no âmbito da Astronomia. QUESTÃO 05 Conciencia ambiental A medida que avanza el tiempo vemos cómo se acelera la destrucción de nuestro medio ambiente. Tenemos menos selvas, menos bosques con madera preciosa, más montañas despaladas, más ríos secándose, mayor erosión de las capas de tierra y nutrientes; aire y mares más contaminados, fuentes de agua subterránea y disminuyendo su capacidad de abastecimiento y vida útil. El deterioro de los recursos naturales es alarmante, constituyéndose una consecuencia de la arrasadora acción humana que sobreexplota sin misericordia y sin visión de futuro, dejando su huella degradante en su falta de conciencia ambiental. Aunque se hacen muchas actividades para revertir esta situación, es aún para detener el daño; si no veamos que el patrón de invierno en Nicaragua ha cambiado, con inviernos poco copiosos y lluvia irregular. Abunda la sequía o lo contrario, la inundación. Todo se resume en una despreocupada y cómoda cultura de inconsciencia y falta de higiene colectiva, por eso es que nos atacan más feroces enfermedades, las que son cada vez más resistentes a los medicamentos. Tomemos conciencia ambiental ya que si destruimos nuestro medio estamos destruyendo a la larga nuestra vida y condenamos a desaparecer las maravillas que hoy contemplamos de nuestra tierra y que a su vez ayudan a satisfacer nuestras necesidades de sobrevivencia. ESPINOZA, M. J. N. Disponível em: www.laprensa.com.ni. Acesso em: 18 jan. 2017. O texto de Marlon José Navarrete, publicado em um jornal eletrônico, tem caráter expositivo-argumentativo. O tema da consciência ambiental, tal como está enfocado, cumpre o papel de condenar a humanidade imprudente. descrever os fenômenos naturais. cobrar medidas por parte dos governos. listar as consequências da contaminação. discursar para o povo nicaraguense. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 9 Questões de 6 a 45 QUESTÃO 06 Leia o texto a seguir de um reconhecido grande poeta da nossa literatura: A rosa de Hiroxima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada. MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa, 2a ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1981, p. 265. Esse poema, assim como alguns outros do mesmo autor, revela a preocupação do escritor com seu momento histórico, evidenciando seu comprometimento social. A mensagem do texto está preponderantemente construída a partir da função da linguagem denominada emotiva, pela tentativa de despertar a emoção alheia com a menção às consequências da bomba atômica. poética, pela valorização expressiva que confere à bomba atômica, em inusitada visão contrária ao senso comum. apelativa, pelos reiterados elementos de persuasão dos leitores, presentes na exortação à sobre os efeitos da bomba. metalinguística, pela inusitada adjetivação conferida à bomba atômica, conferindo-lhe surpreendente referencial, pelo caráter didático que o poema assume, ao explicar, com exemplos, os efeitos nocivos da bomba. QUESTÃO 07 de cabelo, que crescem aproximadamente 1 centímetro por mês. Quando a perda o organismo não consegue repor a queda um homem sem problema de calvície perde por dia Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia Veja, out. 2003. Textos não se escrevem “no vazio”. De forma implícita ou bem direta, eles possuem uma motivação, uma intenção. No caso do texto acima transcrito, pode-se reconhecer que está voltado para objetivos de prevenção, instruindo os homens sobre as providências a tomar quanto à calvície. busca elencar informações sobre o processo da calvície dos homens, valendo-se de dados de natureza estatística. procura a calvície como um fenômeno natural e, como tal, de natureza irreversível. padece de credibilidade uma vez que se insere tão somente no âmbito jornalístico. tenta, com uso de linguagem de caráter conotativo, abrandar as consequências do processo de calvície masculina. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 10 QUESTÃO 08 (...) Toda mata tem caipora para a mata vigiar veio caipora de fora para a mata e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar pra o dragão cortar madeira e toda mata derrubar: se a meu amigo, tivesse pé pra andar eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha lá O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar? depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar Mas o dragão continua a devorar e quem habita essa mata, pra onde vai se mudar? corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá tartaruga, pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura No lugar que havia mata, hoje há perseguição grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão castanheiro, seringueiro já viraram até peão afora os que já morreram como ave-de-arribação Zé de Mata tá de prova, naquele lugar tem cova gente enterrada no chão Pois mataram índio que matou grileiro que matou posseiro disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro roubou seu lugar (...) Saga da Amazônia, música de Vital Farias. Esse é um trecho de música do cantor e compositor paraibano Vital Farias, que tem como pano de fundo, em especial, o problema agrário na nossa região amazônica. A leitura do fragmento permite a percepção de que, para o seu autor, o “caipora de fora” que chega à Amazônia dá continuidade às ações originais predatórias do “caipora da mata”. a imagem do “dragão-de-ferro” retrata a força e a pujança do progresso que chega à região amazônica. a a fauna, a natureza em geral e os nativos da região estão seriamente ameaçados, em função da devastação promovida por grileiros e madeireiros. à exceção dos elementos estrangeiros que atuam no processo descrito, todos os demais estão contribuindo para a destruição da há uma sequência de elementos responsáveis pela processo de devastação tendo como primeiro deles o índio da Amazônia. QUESTÃO 09 Em 1958, a Seleção Brasileira foi campeã mundial pelo primeira vez. O texto a seguir foi extraído da crônica “A alegria de ser brasileiro”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal Última Hora. “Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a Seleção as merece. Merece por tudo: nãosó pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. Só o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no e chorar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos.” Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do campo foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da Copa do Mundo. mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, principalmente nos ingleses. ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos europeus, o que os impediu de revidar as agressões sofridas. mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros. mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não respeitavam os limites da esportividade. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 11 QUESTÃO 10 Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último parágrafos: “Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. (...) Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidade básicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais? UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17 set. 2001. Apresentam-se, abaixo, algumas também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é “tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque”. “ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas”. “a Europa nos explorou vergonhosamente”. “o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve”. “os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa”. QUESTÃO 11 Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer, mesmo, é isto: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda. O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. Textos guardados acabam cheirando mal, disse Silvia Plath, (...) que, com essa frase, deu testemunho das dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora? Moacyr Scliar. . Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para sobre uma etapa da criação literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons resultados está sugerida na seguinte frase: “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.” “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.” “O período de maturação na gaveta é necessário, (...).” “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isto: ver o seu texto em letra de forma.” “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.” QUESTÃO 12 Destes penhascos fez a natureza o berço, em que nasci: oh quem cuidara, que entre penhas tão duras se criara uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vences os Tigres, por empresa tomou logo render-me, ele declara contra o meu coração guerra tão rara, que não me foi bastante a fortaleza. Por mais que eu mesma conhecesse o dano, a que dava ocasião minha brandura, nunca pude fugir ao cego engano; Vós, que ostentais a condição mais dura, temei, penhas, temei; que Amor tirano, onde há mais resistência, mais se apura. Cláudio Manuel da Costa Os poetas árcades viveram numa época de conspirações e perseguições políticas. Entretanto, escreviam sobre a vida simples, os sentimentos dóceis, a tranquilidade, o que se nos seguintes versos: “contra o meu coração guerra tão rara, / que não me foi bastante a fortaleza.” “que entre penhas tão duras se criara / uma alma terna, um peito sem dureza!” “a que dava ocasião minha brandura, / nunca pude fugir ao cego engano;” “Por mais que eu mesma conhecesse o dano, / a que dava ocasião minha brandura,” “vós, que ostentais a condição mais dura, / temei, penhas, temei; que Amor tirano,” LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 12 QUESTÃO 13 Vinte e seis letras, não mais 23. O “k”, o “w” e o “y” novamente fazem parte do alfabeto. Trema? Esqueça. Já o hífen aparece com novas particularidades. Apesar de as mudanças causarem um certo estranhamento, apenas 0,43% das palavras do alfabeto do Brasil sofrerá alterações a partir de 2009 com o acordo E o decreto presidencial prevê quatro anos para adaptação. O acordo é a da língua portuguesa no mundo. Dessa forma, todos os países lusófonos terão a mesma De acordo com o escritor e presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação (MEC), Godofredo de Oliveira Neto, os sotaques, a sintaxe e as características lexicais são mantidos. Os regionalismos são respeitados, por exemplo, “sandália”, no Nordeste, permanece como o termo para designar qualquer tipo de calçado. No Sul, namorar “com” alguém persiste, enquanto que cariocas, por exemplo, continuam namorando alguém. Paragem de ônibus em Portugal continua a ser parada de ônibus no Brasil. E o António português continuará convivendo com o Antônio brasileiro. “Com o acordo, os países de língua portuguesa terão uma identidade mais forte e a língua portuguesa sai fortalecida. Haverá maior circulação de livros entre os países lusófonos. Com uma tiragem maior, a expectativa é que o livro saia mais barato, o que vai contribuir para a diminuição do analfabetismo”, analisa Godofredo. A sétima língua mais falada do mundo ainda não conseguiu entrar para o rol das de órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). Todos os documentos publicados em português têm que ser disponibilizados em duas vias: português do Brasil e português de Portugal. De acordo com Godofredo, apesar de, em outras línguas, também não existir uma total combinação – como é o caso do inglês falado nos Estados Unidos e na Inglaterra, e do espanhol na Espanha e na Argentina –, essas diferenças são vistas como variações, e não como erros. “A vai reforçar a da língua portuguesa na comunidade internacional. A produção dos países lusófonos vai poder ser veiculada mais facilmente e criará um bloco mais coeso na políticaglobal.” Disponível em: opiniaoenoticia.com.br (fragmento). Segundo depoimento transcrito no fragmento acima – texto que antecedia, há alguns anos, a então provável entrada em vigor das alterações na língua portuguesa –, a concretização do Acordo provocaria alteração substancial nas palavras que compõem o léxico português. mudanças de vocabulário, anulando peculiaridades regionais. posição da língua portuguesa junto aos órgãos internacionais. postura discriminatória, ao considerar erros as variações do português. redução do movimento editorial, com o consequente encarecimento dos livros. QUESTÃO 14 Criança Cabecinha boa de menino triste, de menino triste que sofre sozinho, que sozinho sofre, – e resiste. Cabecinha boa de menino ausente, que de sofrer tanto, se fez pensativo, e não sabe mais o que sente... Cabecinha boa de menino mudo, que não teve nada, que não pediu nada, pelo medo de perder tudo. Cabecinha boa de menino santo, que do alto se inclina sobre a água do mundo para mirar seu desencanto Para ver passar numa onda lenta e fria a estrela perdida da felicidade que soube que não possuiria. Cecília Meireles O poema acima tem como tema, a partir da de uma criança, a própria vida, suas angústias e infelicidades. Em sua construção, esse tema se organiza e se estrutura, entre outros recursos, com adjetivação expressiva em processo no qual se pode reconhecer o emprego pejorativo, porque irônico, do diminutivo “cabecinha” reforçado pelo adjetivo “boa”. o uso reiterado dos adjetivos “triste” e “sozinho”, na primeira estrofe, de sentido anulado, em seguida, pelo vocábulo “ausente”. o uso, no segundo verso, das palavras “não” e “nada”, que, junto ao adjetivo “mudo”, reforçam as carências de ordem emotiva e material da criança. o emprego do adjetivo “pensativo” como designativo de uma característica que é causa do sofrimento da criança. a gradação, na caracterização da do menino, do âmbito espiritual para o material, com o uso sucessivo dos adjetivos “triste”, “mudo”, “ausente” e “santo”. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 13 QUESTÃO 15 Epígrafe1 Murmúrio de água na clepsidra2 gotejante, L Lentas gotas de som no relógio da torre, Fio de areia na ampulheta vigilante, Leve sombra azulando a pedra do quadrante3 Assim se escoa a hora, assim se vive e morre... Homem, que fazes tu? Para que tanta lida, Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça? Procuremos somente a Beleza, que a vida É um punhado infantil de areia ressequida, Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa... Eugênio de Castro. Antologia pessoal da poesia portuguesa. 1 Epígrafe: inscrição colocada no ponto mais alto; tema. 2 Clepsidra: relógio de água. 3 Pedra do quadrante: parte superior de um relógio de sol. A imagem contida em “lentas gotas de som” (verso 2) é retomada na segunda estrofe por meio da expressão “tanta ameaça”. “som de bronze”. “punhado de areia”. “sombra que passa”. “somente a Beleza”. QUESTÃO 16 A escola precisa recuperar a liberdade de movimentos que a vida na cidade grande e seu respectivo modelo de funcionamento escolar restringiram, impedindo as mais simples e fundamentais manifestações, como correr, pular, saltar, etc. “(...) Tudo isto traz também uma redução da no próprio corpo e uma certa sensação de impotência que é difícil de erradicar, apesar de muitas vezes tentar-se compensar a criança dando-lhe maior estimulação de sua fantasia ou de sua inteligência, através de tantos meios de que dispomos atualmente, conseguindo assim que o centro intelectual supra uma carência que na verdade não pode cumprir porque corresponde a outros níveis de existência” (Palcos, 1998, p. 2). De acordo com Palcos (1998), a falta de liberdade de movimentos vai formando travas que impedem as crianças de fazer um crescimento harmônico. Como todo movimento se inicia ou deveria iniciar-se com um movimento aqueles se perdem na medida em que estes inibidos. As escolas, enquanto espaços de educação integral das crianças, devem constituir-se como ambientes que contribuam para evitar o surgimento de travas, ou mesmo eliminar as que já tiverem se instalado, contribuindo para construir ou mesmo recuperar a liberdade e a no corpo. Esta é uma das responsabilidades do educador que assume a educação integral das crianças, porque a no próprio corpo está relacionada ao sentimento de na vida. (...) Para assumir esta tarefa – de abrir a escola para a expressão do corpo – é importante que o professor de sala de aula estimule as crianças a descobrirem os espaços que a escola proporciona, não restringindo seu uso aos momentos de recreio. O pátio, a própria sala e os demais espaços podem e devem ser explorados para brincadeiras, jogos e até mesmo para propostas de pesquisa e estudo, relacionando conteúdos das diversas disciplinas por meio das atividades corporais. Desta forma, o professor estará contribuindo para ultrapassar os obstáculos que a escola reproduz em seu meio e ensinar também pelos gestos, pelas músicas, pelo corpo. Conhecer os gestos e as expressões corporais de cada criança é uma forma de conhecê-la integralmente, estreitando nossos laços com ela e ampliando nossa possibilidade de comunicação e troca. Ano XVIII boletim 04 Abr. 2008 – Secretaria de Educação a Distância – Ministério da Educação. Disponível em: www.tvbrasil.org.br. A ideia central defendida no texto acima é a de que cumpre à escola fazer com que as crianças possam no próprio corpo, possibilitando-lhes espaços mais amplos para jogos e estudos que envolvam a expressão corporal. transformar as salas de aula em espaços lúdicos em que predominem atividades ligadas à expressão corporal, em detrimento das demais atividades escolares. possibilitar às crianças, como mecanismo de compensação, a ampliação de seu campo de fantasia, único capaz de suprir a sua falta de expressão corporal. estimular atividades ligadas à expressão corporal, como forma de compensar o baixo aproveitamento intelectual de algumas crianças. imprimir maior dinamismo às atividades desempenhadas no chamado “recreio”, tornando-o a fonte maior do conhecimento da expressão corporal das crianças. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 14 QUESTÃO 17 Leia os versos a seguir, da composição “Construção”, de Chico Buarque de Holanda: Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego. Um dos aspectos que faz dessa composição uma “construção” requintada decorre da do tipo de rima escolhido pelo autor, formada com palavras de determinada tônica. Esse emprego particular, porque inusitado, também foi observado nos seguintes versos do mesmo compositor: Levou os meus planos Meus pobres enganos Os meus vinte anos O meu coração E além de tudo Me deixou mudo Um violão” A Rita. “Parece que dizes Te amo, Maria Na Estamos felizes Te ligo afobada E deixo No gravador Vai ser engraçado Se tens um novo amor” Anos Dourados. “Quando olhaste bem nos olhos meus E o teu olhar era de adeus Juro que não acreditei,eu te estranhei Me debrucei sobre teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos No teu peito, teu pijama Nos teus pés ao pé da cama” Atrás da Porta. “Quero no teu corpo Feito tatuagem Que é pra te dar coragem Prá seguir viagem Quando a noite vem...” Tatuagem. “E do amor gritou-se o escândalo Do medo criou-se o trágico No rosto pintou-se o pálido E não rolou uma lágrima Nem uma lástima Pra socorrer” Rosa dos Ventos. QUESTÃO 18 VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois contraria o uso previsto para o registro oral da língua. contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto. gera inadequação na concordância com o verbo. gera ambiguidade na leitura do texto. apresenta dupla marcação de sujeito. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 15 QUESTÃO 19 Os doutores Há muita gente especializada que, sem ser sábio, sabe alguma coisinha. O diabo é que, quanto mais aprofundam no saber do que sabem, mais ignorantes no resto. Os advogados sabem como enrolar as leis para defender criminosos e ladrões. Vez por outra, defendem um inocente também. Os médicos sabem algumas das doenças, mas ignoram as outras todas. São muito sujeitos à moda. Quando dão de operar as amígdalas, arrancam as amígdalas de todo mundo. O mesmo fazem quando a moda é operar apêndice. Agora, acham que todo mundo está loucão e precisa de pílulas tranquilizantes ou psico-qualquer-coisa. Para procurar médico, a gente precisa, primeiro, prestar atenção para ver que doença tem, senão gasta muito dinheiro à toa. Ir a um otorrinolaringologista com dor nos rins é perda de tempo: eles só sabem de otites, dor de garganta e espírito desenfreado. Os ortopedistas encanam perna quebrada direitinho, mas não sabem nada de quem sofre do coração. Os engenheiros também são especializados demais: o que sabe fazer pontes só faz pontes; o que sabe fazer casas só faz casas. Às vezes, até penso que quem sabe mesmo é o povo, ou as pessoas que não sabem nada. Mas cada um se vira com o pouco que sabe para ganhar a vida. Se todos os sábios do mundo desaparecessem amanhã, não faria muita falta. Se o povo acabasse, isso sim seria um desastre. Os sábios morreriam de fome e sede. Trate de aprender tudo o que puder. Saber demais não ocupa lugar. Ignorância, sim. A sabedoria anda solta por aí, para a gente aprender o que quiser. Darcy Ribeiro. Noções das Coisas. Muitas vezes, como ocorre no texto acima, o uso de palavras ou expressões típicas de variante que predomina na oralidade do discurso concorre para a maior aproximação entre o autor e o público leitor. Entre os inúmeros exemplos de registros informais constantes do texto, um deles está presente em “Vez por outra, defendem um inocente também”. “Os médicos sabem algumas das doenças, mas ignoram as outras todas”. “Ir a um otorrinolaringologista com dor nos rins é perda de tempo”. “Mas cada um se vira com o pouco que sabe para ganhar a vida”. “Os sábios morreriam de fome e sede”. QUESTÃO 20 Consequências de uma brincadeira [...] Seo Ornelas relatou à gente diversos casos. E o que em mente guardei, por esquipático mesmo no simples, foi o seguinte, conforme vou reproduzir para o senhor. O qual se deu da parte da banda de fora da cidade da Januária. Seo Ornelas, nessa ocasião, tinha amizade com o delegado dr. Hilário, rapaz instruído social, de muita civilidade, mas variado em sabedoria de inventiva, e capaz duma conversação tão singela, que era uma simpatia com ele se tratar. — “Me ensinou um meio-mil de coisas... A coragem dele era muito gentil e preguiçosa... Sempre só depois do acontecido era que a gente reconhecia como ele tinha sido homem no acontecer...” Ao que, numa tarde, Seo Ornelas – segundo seu contar – proseava nas entradas da cidade, em roda com o dr. Hilário mais outros dois ou três senhores, e o soldado ordenança, que à paisana estava. De repente, veio vindo um homem, viajor. Um capiau a pé, sem assinalamento nenhum, e que tinha um pau comprido num ombro: com um saco quase vazio pendurado da ponta do pau. – “... Semelhasse que esse homem devia de estar chegando da Queimada Grande, ou da Sambaíba. Nele não se via fama de crime nem vontade de proezas. Sendo que mesmo a miseriazinha dele era trivial no bem-composta...” Seo Ornelas departia pouco em descrições: — “... Aí, pois, apareceu aquele homenzém, com o saco mal-cheio estabelecido na ponta do pau, do ombro, e se aproximou para os da roda, suplicou informação: — O qual é que é, aqui, mó que pergunte, por osséquio, o senhor doutor delegado? – ele extorquiu. Mas, antes que um outro desse resposta, o dr. Hilário mesmo indicou um Aduarte Antoniano, que estava lá – o sujeito mau, agarrado na ganância e falado de ser muito traiçoeiro. — O doutor é este, amigo... — o dr. Hilário, para se rir, Apre, ei – e nisso já o homem, com insensata rapidez, desempecilhou o pau do saco, e desceu o dito na cabeça do Aduarte Antoniano — que nem questão de aleijar ou matar... A trapalhada: o homenzinho logo sojigado preso, e o Aduarte Antoniano socorrido, com o melor e sangue num quebrado na cabeça, mas sem a gravidade maior. Ante o que, o dr. Hilário, apreciador dos exemplos, só me disse: — Pouco se vive, e muito se vê... Reperguntei qual era o mote. — Um outro pode ser a gente; mas a gente não pode ser um outro, nem convém... — o dr. Hilário completou. Acho que esta foi uma das passagens mais instrutivas e divertidas que em até hoje eu presenciei...” ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 9 ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974, p. 347-8. Guimarães Rosa terá sido, talvez, o mais “revolucionário” de nossos escritores. Uma das marcas de sua linguagem, e que mais se evidencia no texto acima, é o apuro e a insistência no uso do discurso culto. a utilização de de estilo na descrição da cena e do cenário. a expressão coloquial e a regional em seu uso indiscriminado para caracterizar personagens. a metalinguagem do discurso como elemento facilitador do entendimento do percurso narrativo. a inovação e a alteração do código linguístico tradicional. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 16 QUESTÃO 21 (As paráfrases) são extremamente úteis, por um lado, para trabalhar as diferentes nuances que uma ideia pode apresentar em função de suas múltiplas e possíveis formulações e, por outro lado, para ajudar a compreender bem determinadas noções complexas: se o aluno decora um conteúdo ou simplesmente copia um texto para “responder” a uma questão, não “reagiu” verdadeiramente ao conteúdo e não se pode dizer que o assimilou; no entanto, esforçando- -se para parafrasear o que estuda, ou seja, dizer com outras palavras o que lê ou ouve, converte o material percebido em estruturas pertencentes ao conhecimento armazenado – quando consegue explicar o que entendeu com suas palavras, o aluno mostra, também, que entendeu. E pode empregar esse conhecimento pré-construído, que agora é “seu”, para gerar novos conhecimentos. RICHTER, Marcos Gustavo. Focalizando a gramática na pedagogia de projeto. BEVILAQUA, Ceres et al. Leitura e produção de textos. Santa Maria: Ed. da UFSM, 1999. p.82. O texto acima refere-se à construção de paráfrases como instrumentos pedagógicos. Sobre esse tipo de produção textual, é possível inferir que parte de um texto original para subvertê-lo, em face de uma nova ótica. transcreve um texto-base, com críticas. possibilita a intertextualidade entre ideias que se opõem. promoveuma espécie de “tradução” dentro da própria língua. recria um texto anterior, alterando-lhe o conteúdo essencial. QUESTÃO 22 AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65 × 70, IEB//USP. O Modernismo brasileiro teve forte das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira Tomando como referência o quadro O mamoeiro, se que, nas artes plásticas, a imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas. forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. natureza passa a ser admirada como um espaço utópico. imagem privilegia uma ação moderna e industrializada. forma apresenta contornos e detalhes humanos. QUESTÃO 23 Nel mezzo del camin... Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma de sonhos povoada eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha. Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. Poesias, Sarças de fogo, 1888 A respeito do poema de Olavo Bilac, pode-se inferir, com relação às funções de linguagem, que o texto apresenta apenas a função apelativa, marcada pelo destaque que se confere ao interlocutor, com a presença de verbos e pronomes de segunda pessoa. a função emotiva, centrada no eu lírico; a apelativa, presente na valorização do interlocutor; a poética, no uso sugestivo de palavras e construções. a preponderância da função metalinguística, pela menção a um hipotético diálogo entre o eu lírico e sua interlocutora. o emprego exclusivo da função referencial, pois o que pretende o eu lírico é prestar esclarecimento ao interlocutor sobre determinadas manifestações. a presença mais marcante da função fática, já que, permanentemente, o eu lírico coloca em destaque a comunicação entre ele e uma interlocutora. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 17 QUESTÃO 24 O texto abaixo é trecho de um comentário sobre conteúdo constante do livro Por uma vida melhor, da Coleção Viver, Aprender, 2o segmento do Ensino Fundamental, na seção de Língua Portuguesa, publicada pela Editora Global e aprovado pelo Ministério da Educação. O livro provocou estranhamento, há alguns anos, entre professores e não professores. O fragmento corresponde ao capítulo 1, “Escrever é diferente de falar”. O comentário é feito pela autora do livro, Heloísa Cerri Ramos. Na p. 15, continua: “Você pode estar se perguntando: “Mas eu posso falar ‘os livro’?”. Claro que pode. Mas atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas.” Aqui, o importante é chamar a atenção para o fato de que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa. Como se aprende isso? Observando, analisando, e praticando a língua em diferentes situações de comunicação. Quando há conhecimento das muitas variedades da língua, é possível escolher a que melhor se encaixa a um contexto comunicativo. Aprende-se a falar e a escrever a norma de prestígio praticando-a constante e intensamente. Decorar regras ou procurar palavras no dicionário têm importância para determinadas situações pontuais, mas não garantem que alguém aprenda a escrever com e adequação, em diferentes situações comunicativas. É dever da escola e direito do aluno aprender a escrever, a ler e a falar os diversos gêneros textuais que circulam na sociedade em que vivemos. O mundo contemporâneo exige pessoas capazes de usar a língua para ler, escrever e falar tanto nas relações interpessoais, como no trabalho, nos estudos, nas redes sociais, na defesa de direitos, nas práticas culturais e até no lazer. É um direito de todos os cidadãos ter essa formação linguística competente. É dever da escola a responsabilidade de promover tal formação, especialmente dos do ensino da alfabetização e da Língua Portuguesa. Podemos concluir que, para a autora, são manifestações linguísticas da mesma natureza as construções “os livro ilustrado” e “livros os ilustrado”. a variedade popular da língua, pela sua simplicidade, acaba sendo mais efetiva, como instrumento de comunicação. deve ser estimulado o preconceito linguístico diante de construções provenientes de falantes não escolarizados. o contexto é que deve determinar, não a correção de uma ou outra construção, mas a sua adequabilidade. à escola cabe privilegiar os gêneros textuais em que o uso da norma culta esteja presente, sem preocupações com as demais variedades. QUESTÃO 25 A leitura do poema “Descrição da guerra em Guernica” traz à lembrança o famoso quadro de Picasso. Entra pela janela o anjo camponês; com a terceira luz na mão; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utensílios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais não compreendem bem os símbolos desta colheita: hélices, motores furiosos; e estende mais o braço; planta no ar, como uma árvore a chama do candeeiro. (...) OLIVEIRA, Carlos de. in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999. Uma análise cuidadosa do quadro permite que se as cenas referidas nos trechos do poema. Pablo Picasso, Guernica, 1937. Museu Nacional Centro de Arte Reina Madri. Podem ser relacionadas ao texto lido as partes a1, a2 e a3. f1, e1 e d1. e1, d1 e c1. c1, c2 e c3. e1, e2 e e3. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 18 QUESTÃO 26 Lisbon Revisited (1923) (...) Que mal eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus! Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos? Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! (...) Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo… E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho! Álvaro de Campos / Fernando Pessoa. Nesse fragmento, percebe-se, por parte do eu lírico, um posicionamento voltado para a do sentimento coletivo. o repúdio a conduções de ordem ideológica. o respeito ao consenso geral. o destaque de valores de convivência. a demissão de valores de personalidade. QUESTÃO 27 I – “Minha vida era um palco iluminado Eu vivia vestido de doirado Palhaço das perdidas ilusões Cheio dos guisos falsos da alegria Andei cantando a minha fantasia Entre as palmas febris dos corações” Orestes Barbosa II – “O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora no Brás Nós fumo e não encontremos ninguém Nóis vortemo cuma baita de uma reiva Da outra veiz nóis num vai mais Nóis não semos tatu!” Adoniram Barbosa O confronto dos dois textos apresentados, do cancioneiro popular brasileiro, permite-nos inferir que o segundo deve ser totalmente desconsiderado como manifestação popular.são distintos os registros linguísticos em que as letras se produziram. ambos observam a informalidade do discurso e a inobservância à norma culta. só o segundo merece registro como produção vinculada à música popular. só o primeiro observa as construções típicas dos segmentos mais populares. QUESTÃO 28 “E se tu queres, donzela, Sentir minh’alma vibrar Solta essa trança tão bela Quero nela suspirar! Descansa-me no teu seio Ouvirás no devaneio A minha lira cantar!” Álvares de Azevedo Os versos acima reproduzem um momento da nossa literatura marcado pelo ideário romântico. um aspecto formal que alicerça esse ideário, a utilização do verbo “descansar” como transitivo direto permite uma caracterização do eu lírico, nos versos acima, como alguém que, em postura típica do ultrarromantismo, se posiciona como o sujeito ativo na relação amorosa. objeto de uma ação carinhosa da amada. disposto a acolher em seus braços a mulher amada. emissor de uma mensagem de amor à interlocutora. refratário a uma mulher que aparentemente o despreza. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 19 QUESTÃO 29 Charge de Amâncio. Disponível em: essaseoutras.xpg.uol.com.br. As charges, em muitos momentos, cumprem missões de denúncia de posturas do cotidiano, que podem envolver âmbitos de cunho existencial, político, social, etc. No texto acima, o autor se vale do recurso da intertextualidade, com alusão a conhecido quadro expressionista, como elemento a serviço de uma visão crítica voltada para a impunidade garantida por ações judiciais. a inutilidade do sistema eleitoral vigente. o entre as manifestações artísticas e as políticas. injustiças que caracterizam a rotulação de políticos. um atentado à liberdade de manifestação do pensamento. QUESTÃO 30 Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Na charge acima, pela interação dos seus elementos verbais e não verbais, pode-se inferir que o seu autor pretende mostrar como os meios tecnológicos têm melhorado a qualidade de vida das pessoas. valorizar a amplitude dos conhecimentos que a internet traz para facilitar as relações pessoais. provocar a sobre possíveis efeitos negativos da excessiva presença da internet no dia a dia das pessoas. criticar o crescente individualismo das pessoas, em decorrência da presença da tecnologia no mundo atual. apresentar a internet como um instrumento capaz de permitir a todos informação sobre todas as coisas e pessoas. QUESTÃO 31 TEXTO I O Brasil sempre deu respostas rápidas através da solidariedade do seu povo. Mas a mesma força que nos motiva a ajudar o próximo deveria também nos motivar a ter atitudes cidadãs. Não podemos mais transferir a culpa para quem é vítima ou até mesmo para a própria natureza, como se esta seguisse a lógica humana. Sobram desculpas esfarrapadas e falta competência da classe política. Cartas. Isto É. 28 abr. 2010. TEXTO II Não podemos negar ao povo sofrido todas as hipóteses de previsão dos desastres. Demagogos culpam os moradores; o governo e a prefeitura apelam para as pessoas saírem das áreas de risco e agora dizem que será compulsória a realocação. Então, temos a realocar o Brasil inteiro! Criemos um serviço, similar ao SUS, com alocação obrigatória de recursos orçamentários com rede de atendimento preventivo, onde participariam arquitetos, engenheiros, geólogos. Bem ou mal, esse “SUS” organizaria brigadas nos locais. Nos casos da dengue, por exemplo, poderia as condições de acontecer epidemias. Seriam boas ações preventivas. Carta do Leitor. Carta Capital. 28 abr. 2010 (adaptado). Os textos apresentados expressam opiniões de leitores acerca de relevante assunto para a sociedade brasileira. Os autores dos dois textos apontam para a necessidade de trabalho voluntário contínuo para a resolução das mazelas sociais. importância de ações preventivas para evitar catástrofes, indevidamente atribuídas aos políticos. incapacidade política para agir de forma diligente na resolução das mazelas sociais. urgência de se criarem novos órgãos públicos com as mesmas características do SUS. impossibilidade de o homem agir de forma ou preventiva diante das ações da natureza. LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 20 QUESTÃO 32 No site TechTudo, vinculado ao portal Globo.com, em 13 de dezembro de 2016, lia-se a seguinte notícia: Bully, o jogo polêmico, ganha versão para Android e iPhone Bully, jogo polêmico conhecido como de “GTA na escola”, recebeu versão repaginada. Desta vez, a Rockstar lançou uma versão do game para celulares e tablets com Android e iOS em homenagem aos dez anos do jogo. Além de todo o conteúdo lançado para o título, incluindo as novas missões e itens da Scholarship Edition, lançados posteriormente, a versão de Bully para celulares traz, ainda, um modo multiplayer inédito. Bastante simples, ele consiste em uma série de minigames baseados em jogos clássicos de arcade, que contam com painéis de pontos para que os jogadores possam comparar sua performance. Na história, controlamos Jimmy, um aluno problemático que acaba na Bullworth Academy, uma das escolas mais prestigiosas, mas também cheia de segredos, dos Estados Unidos. Ao longo do game, o jogador deve trabalhar para se enturmar com os diferentes grupos de alunos, participar de aulas, praticar esportes e, claro, pregar peças e agir como a rebeldia do protagonista exige. A propósito dessa matéria – que vinha acompanhada de foto cuja legenda informava que o jogo “chegou a ser proibido no Brasil por causa de seu conteúdo abusivo e violento”, muitos internautas formularam comentários, entre os quais, mantidos incógnitos os seus autores, destacamos: R : DICAS PRA JOGAR um jogo proibido? O jornalismo da Rede Globo não tem mais editoria? RM: proibido kkkkkkk todo mundo jogou esse jogo, reportagem coco. LS: eh pq pra eles a pirataria nao existe e a internet nao tem seu lado obscuro pra eles eh tudo respeitado por todos kkkkkkk LA: O fato de vc achar maconha com relativa facilidade, não faz com que ela deixe de ser proibida. O fato da pirataria rolar solta, não tornava o jogo legal V: Peguei meu jogando esse jogo, eu já tinha falado pra não jogar por causa da violência, eu avisei, bati tanto nele, tanto, que no outro dia as tias da escola perguntaram pq ele tinha tanto roxos na perna. P.L: Esquenta a cabeça não, V. Eu na idade do seu também apanhei muito da minha mãe por fazer diversas coisas erradas. Aprendi, cresci e hoje sou um homem decente e de caráter. Não ligue para as críticas da geração MI-MI-MI. V: Eu sempre escrevo pra testar a capacidade dos leitores, obvio que eu não tenho Obvio que foi ironia. Com esse post podemos concluir que nessa geração de analfabetos funcionais, todo mundo quer ter opinião sobre tudo. Parabéns a todos que perderam tempo criticando, agora estou na praia comentando com os meus amigos sobre vcs todos que devem estar presos em escritórios. Fica a lição. A respeito dos comentários formulados, é possível observar- -se que na opinião de “L.S.”, a pirataria e as transgressões na internet um sadio desrespeito à proibição do jogo. “L.A.” tem posição e argumentação que fortalece os posicionamentos anteriores, que ridicularizam a propalada proibição do jogo. “V” intervém no debate para dar um exemplo claro de como os pais devem agir diante dos perigos que o contato com jogos violentos traz para os “P.L.”, não percebendo o tom irônico da intervenção anterior de “V”, reforça-lhe as palavras com seu exemplo pessoal. “V”, em sua segunda intervenção, esclarece a ironia inicial e abandona esse tipo de discurso para congratular- -se com a participação de todos no debate. QUESTÃO 33 [...] Por que quatro ou cinco? Rigorosamenteeram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e cinquenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que os e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna. Como desse esta mesma resposta naquela noite, contestou-lha um dos presentes, e a demonstrar o que dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele) um instante, e respondeu: — Pensando bem, talvez o senhor tenha razão. [...] Machado de Assis. O espelho. Diversos elementos contribuem para a progressão de um texto, articulando-o e conferindo-lhe o sentido pretendido. Na passagem acima, podemos considerar que o pronome demonstrativo “esse”, nas linhas iniciais do texto, é usado indevidamente para recuperar elemento mencionado anteriormente. a forma de gerúndio “dizendo” acrescenta uma circunstância de oposição à ação de defender-se, mencionada antes. o termo “aliás”, na parte do texto, contribui para a introdução de elemento que reforça ideia anteriormente apresentada. a conjunção “como”, no penúltimo período, introduz oração que, em relação à que se lhe segue, traz a ideia de comparação. a forma “lha”, ainda no do texto, é elemento de natureza pronominal e anafórica, retomando tão somente o personagem Jacobina. de adquirir consciência ambiental, expõe diversas consequências da contaminação ambiental, mecanismo que Na tentativa de convencer os interlocutores (os leitores), convidando-os a pensar, o autor dirige-se a eles de maneira incisiva, utilizando-se de verbos no imperativo, índice da Registre-se que, a despeito de se perceberem, no poema, as intenções apresentadas na opção A, elas não constituem marca da função emotiva, que privilegia o foco na primeira no texto, a expressividade típica da função poética , não uma que o posicionamento sobre os seus efeitos negativos reitera esse tangenciem o entendimento do poema, não constituem preponderância de O texto tem natureza jornalístico-informativa, apresentando, como elemento que fortalece a informação, dados estatísticos. Não apresenta mensagem voltada para a prevenção da calvície, não se refere à irreversibilidade do seu processo. Com relação à forma como o texto se desenvolve, não se (já que a fonte é a Sociedade Brasileira de dermatologia) nem em Muitos versos do fragmento comprovam o acerto dessa alternativa. Um exemplo: “O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar / e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar? / depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar / igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar / Mas continuidade ás elemento do folclore nativo que não devasta, mas protege a mata. Também não se pode admitir que a visão do autor veja, na Com relação às duas últimas opções, entre os atores da “saga elementos desse processo, como os nativos que veem sua terra destruída. No texto, efetivamente, Nelson Rodrigues contrapõe duas posturas do brasileiro: a primeira diz respeito a um posicionamento, anterior a 1958 (primeira conquista do Brasil na Copa do Mundo de Futebol), segundo o qual havia um sentimento de inferioridade, por parte dos nossos cidadãos, em relação aos estrangeiros, particularmente os ingleses; a segunda, a ela oposta, surgida com a vitória na Copa, em que os brasileiros se perceberam iguais aos europeus, ou Todas as perguntas formuladas pelo autor dizem respeito a aspecto planetários, envolvendo diferentes povos de regiões bem distintas. Daí, a frase objeto da alternativa-resposta, atender perfeitamente ao que se solicitaa no comando da LG – 2o dia | Caderno 1 - Amarelo - Página 21 QUESTÃO 34 O sistema artístico de comunicação – e, dentro dele, as suas diversas manifestações na literatura – apresenta variados recursos expressivos como elementos caracterizadores. O texto abaixo aborda o tema do negro em sua problemática social e histórica. Negro forro minha carta de alforria não me deu fazendas, nem dinheiro no banco, nem bigodes retorcidos. minha carta de alforria costurou meus passos aos corredores da noite de minha pele. Adão Ventura. Os cem melhores poemas brasileiros do século, organizado por Italo Moriconi. Rio de Janeiro, Ed. Objetiva, 2001, p. 275. Considerando o sentido dos versos que compõem o poema, podemos concluir que, na escolha do título, o autor se utilizou da linguagem por meio do recurso denominado ironia. metáfora. eufemismo. antítese. QUESTÃO 35 I – “Ô, esse Brasil lindo e trigueiro É o meu Brasil brasileiro Terra e samba e pandeiro.” II – “Risque meu nome do seu caderno Pois não suporto o inferno Do nosso amor fracassado” III – “O nego tá moiado de suó Trabaia, trabaia nego As mão do nego tá que é calo só” Transcrevem-se, acima, três passagens que integram diferentes composições musicais, todas de autoria de Ari Barroso (1903/1964), expressão consagrada na história de nosso cancioneiro. Sobre elas, podemos que ilustram a permanência da linha temática de diferentes escolas no movimento literário brasileiro, todas posteriores ao Realismo, embora tenham sido produzidas em pleno domínio do Modernismo. retomam a temática de uma escola do movimento literário brasileiro, o Realismo, por apresentar a pátria, o amor e o negro segundo ótica plenamente objetiva. são representativas da chamada poesia engajada, ou seja, aquela que se caracteriza pela denúncia crítica de realidades pessoais ou sociais marcadas pela injustiça. pela linha temática que apresentam, revelam a permanência, em produções poéticas do século XX, de diferentes aspectos temáticos do Romantismo e suas três gerações. privilegiam, quanto à forma, um tipo de linguagem inadequada, porque totalmente afastada do registro culto da língua. QUESTÃO 36 Língua rica é a nossa! Há quem pense que seria bom se todos os brasileiros dispusessem de apenas uma palavra ou expressão para designar determinado fato, pessoa ou circunstância. Mas não é bem assim; aliás, não é nada assim. Imagine, por exemplo, as possibilidades que a nossa língua oferece quando se quer dizer que uma coisa é muito boa. Não precisamos apelar para o arcaico “supimpa” para engrossar o número de expressões capazes de traduzir essa ideia. Podemos, quando muito, elogiar a turma da melhor idade com “bacana”, reconhecendo, porém, que a palavra “legal” tem, hoje, uma amplitude tal de emprego que também atinge os mais velhos. Quanto aos mais novos, não abandonaram o “legal”, mas vivem usando por aí o “barato”, o “maneiro”, o “irado”, o “máximo”, o “demais”... Os baianos gostam de usar “massa”, os gaúchos apelam para o “trilegal”, muita gente emprega o “da hora” e há até quem use o “animal”... Mas isso é ruim? Claro que não. Situações como essa, pelo contrário, revelam a imensa versatilidade oferecida pela língua, a criatividade dos seus falantes e a do conceito da “diversidade na unidade” que a existência de variantes linguísticas, sejam elas de cunho histórico, regional ou social. R.M. Lima No texto acima, seu autor, a partir de um determinado exemplo, pretende, basicamente, que se reconheça a nossa língua como dinâmica, pela possibilidade de sepultar determinados vocábulos. organismo vivo, capaz de estimular a inventiva dos usuários. instável, propiciando substituições voca-
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