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EXECUÇÕES NOVO CPC

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APREENSÃO DO BEM E DEPOSITÁRIO - 839 NCPC
- a apreensão pode ser direta, com a concreta remoção ou desapossamento do bem, ou indireta, com o bem permanecendo com o devedor, embora vinculado à execução.
Se o bem for mantido na posse do devedor, eventual alienação será ineficaz e o devedor será responsável por sua conservação. Caso destrua-o intencionalmente, estará praticando crime (179 CP).
A penhora só se reputa perfeita e acabada quando os bens, móveis ou imóveis, são confiados aos cuidados e à guarda do depositário. 
É o que dispõe o art. 839, "Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia".
No auto de penhora constará a nomeação do depositário, que deverá assiná-lo. Mas o depositário que não deseja o encargo poderá recusar a nomeação. A Súmula 319 do STJ esclarece que ninguém é obrigado a assumi-lo contra a própria vontade.
O art. 840 do CPC estabelece a ordem de prioridade de nomeação do depositário:
Quando se tratar de penhora de dinheiro, papéis de crédito e pedras ou metais preciosos, o depósito será feito no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou no banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais da metade do capital social integralizado. 
Quando se tratar de bem imóvel, semovente, imóvel urbano ou direito aquisitivo sobre imóvel urbano, será feito em poder do depositário judicial.
Caso não haja depositário judicial, os bens ficarão em poder do exequente, mas poderão ficar em poder do executado se forem de difícil remoção ou se o exequente anuir. Os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, ficarão em poder do executado.
Após o aperfeiçoamento do depósito, forma-se um vínculo de direito público entre o Estado e o depositário. A partir de então, o depositário é auxiliar do juízo, longa manus do juiz, passando a desempenhar função pública (139), que envolve direitos e deveres.
DEVERES DO DEPOSITÁRIO:
a)	fica incumbido da guarda e conservação do bem penhorado, não podendo dele dispor, nem usar ao seu bel-prazer. O uso que fizer destinar-se-á à conservação da coisa (ex: fazer funcionar o motor do veículo, manter ativas máquinas que, paradas, se deterioram);
b)	responde por perdas e danos e perde o direito a remuneração, no caso de perecimento total ou parcial do bem, por dolo ou culpa;
c)	no caso de penhora de estabelecimentos comerciais, industriais ou agrícolas, plantações, animais, edifícios em construção e empresas permissionárias ou concessionárias, além de guardar e conservar, deve administrar o bem;
d)	entregar o bem depositado assim que o juiz determinar, sob pena de ser considerado depositário infiel.
No depósito judicial não há necessidade da ação de depósito para se pleitear judicialmente a entrega do bem. Ela pode ser determinada pelo juiz no próprio processo executivo, cominando aí mesmo as sanções pela infidelidade. Neste caso, para que se respeite o devido processo legal, deve ser dado ao depositário a oportunidade do contraditório.
Súmula Vinculante nº 25 – “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. Aprovada por unanimidade pelo STF em 16/12/2009.
noticiar para o juiz fatos que impliquem deterioração da coisa, turbação ou esbulho de sua posse (direta);
receber os frutos e rendimentos do bem para repassá-los ao juízo;
prestar contas em juízo de sua atuação, em qualquer momento determinado pelo juiz ou no final do depósito.
Tanto o credor como o devedor têm legitimidade para propor ação de prestação de contas. Aquele, porque os frutos e rendimentos do bem se destinariam ao abatimento do seu crédito e este, porque é proprietário do bem.
DIREITOS DO DEPOSITÁRIO:
receber remuneração pelo seu trabalho.
depositário público: o valor é objeto da tabela oficial de custas e emolumentos;
depositário particular: o juiz fixa o valor atendendo à situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução (149);
depositário devedor: não tem direito à remuneração, pois o próprio depósito do bem em suas mão já é entendido como benefício.
ter ressarcidas as despesas que tiver no exercício do encargo.
tanto a remuneração como o reembolso poderão ser adiantados, quando necessário, pelo credor, que ao final poderá ressarcir-se junto ao devedor na própria execução. 
AVALIAÇÃO DE BENS
Cumpre ao oficial de justiça, ao realizar a penhora, promover a avaliação do bem, valendo-se de todos os elementos ao seu alcance, como consultas a anúncios e classificados de jornais, pesquisas em imobiliárias, informações de corretores, elementos trazidos pelas próprias partes, ou qualquer outro meio idôneo.
Se ele verificar que não tem condições de fazê-lo, porque a avaliação exige conhecimentos técnicos especializados, fará uma informação ao juízo, que então poderá nomear um perito avaliador.
A hipótese deve ser excepcional, e, ao fazer a informação, o oficial de justiça deve justificar as razões para eximir-se. 
Se houver designação de perito, os seus honorários serão antecipados pelo credor, mas incluídos no cálculo do débito. 
Como não se trata propriamente de prova pericial, não é dado às partes formular quesitos ou indicar assistentes técnicos, uma vez que a finalidade única da diligência é avaliar o bem. O laudo deverá ser entregue no prazo de 10 dias.
As partes poderão impugnar a avaliação, tanto do oficial de justiça quanto do perito, cabendo ao juiz decidir se acolhe ou não o laudo. Se necessário, serão solicitados esclarecimentos ao avaliador.
DISPENSA DE AVALIAÇÃO: O art. 871 do CPC dispensa a avaliação quando:
a) uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
b) tratar-se de títulos ou mercadorias que tenham cotação em bolsa comprovada por certidão ou publicação oficial;
c) tratar-se de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
d) tratar-se de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado.
NOVA AVALIAÇÃO
Não se fará nova avaliação dos mesmos bens, salvo nas hipóteses do art. 873, que são as seguintes:
quando ficar constatado que houve erro na avaliação ou dolo do avaliador; 
se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição do valor dos bens;
quando houver fundada dúvida sobre o valor a eles atribuído na primeira avaliação.
Nos casos em que a penhora for feita por termo nos autos - como a de bens imóveis - será expedido apenas mandado de avaliação, a ser cumprido pelo oficial de justiça.
ATOS SUBSEQUENTES À PENHORA
Intimação do executado:
Formalizada a penhora, o executado será intimado. Ela é necessária para que o devedor possa tomar ciência do bem que foi penhorado, podendo apontar eventuais equívocos, por ter havido, por exemplo, constrição de bem impenhorável.
A intimação será dirigida ao advogado do devedor, salvo se ele não o tiver, caso em que deverá ser pessoal, de preferência por via postal. 
Caso a penhora tenha sido feita na presença do executado, a intimação é dispensável. 
Reputar-se-á intimado o executado que tiver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo.
Outras intimações de pessoas que não figuram como partes na execução:
 o cônjuge, quando a penhora recair sobre bem imóvel ou direito real sobre bem imóvel (art. 842, do CPC). Mesmo que o bem penhorado pertença só a um dos cônjuges, exceto se o regime de bens de casamento for o da separação absoluta.
o credor com garantia real: (art. 799, I,do CPC), ou seja, pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária. 
A exigência deve ser observada, sob pena de ineficácia da alienação do bem, nos termos do art. 804 do CPC. Sua função é assegurar o direito de preferência ao credor com garantia real sobre o produto da arrematação.
o titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação.
o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada.
o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada.
EXPROPRIAÇÃO
Se a penhora houver recaído sobre dinheiro, decorrido em branco o prazo para interposição dos embargos ou depois da rejeição desses, ou ainda quando eles são opostos, mas não recebem efeito suspensivo, chega-se imediatamente à fase final da execução, com o credor podendo levantar a quantia depositada.
Essa hipótese é incomum e a penhora pode se dar sobre outros bens do devedor, havendo necessidade de se realizar atividades para a concreta satisfação do credor.
Segundo Humberto Theodoro Júnior, pode-se definir a expropriação executiva como “o ato estatal coativo por meio do qual o juiz transfere a propriedade do executado sobre o bem penhorado, no todo ou em parte, independentemente da concordância do dono, e como meio de proporcionar a satisfação do direito do credor”.
MODALIDADES DE EXPROPRIAÇÃO
O ato expropriativo pode ser alcançado de três maneiras diferentes, indicadas pelo art. 825 e que são as seguintes:
pela adjudicação (art. 876);
pela alienação, seja por iniciativa particular, seja em leilão judicial eletrônico ou presencial (arts. 879 e ss.); e
pela apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimento e de outros bens (arts. 825, III,4 e 867).
ADJUDICAÇÃO (876 NCPC):
Trata-se de forma de expropriação preferencial. Permite que o exeqüente (ou credor com garantia real ou que tenha obtido a penhora do bem em outra execução) adquira o bem penhorado, como pagamento do seu crédito.
É ato de expropriação em que o bem penhorado, móvel ou imóvel, se transfere in natura para o credor, a seu requerimento.
CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA A ADJUDICAÇÃO:
que haja requerimento do credor. Poderá ser feita a qualquer tempo, depois de penhorado e avaliado o bem, mas antes que a execução alcance o estágio da alienação por iniciativa particular (art. 880) ou em leilão judicial (art. 881), porque nessa altura já se ultrapassou o tempo útil para requerer a adjudicação; e
que o preço oferecido pelo pretendente não seja inferior ao da avaliação (art. 876, caput).
TEM LEGITIMIDADE PARA ADJUDICAR: (876, par. 5 e 7 + 889, II a VIII NCPC)
o exequente; 
o credor com garantia real ou os credores concorrentes que tenham penhorado o mesmo bem; 
os titulares de direitos sobre o bem referidos nos incs. II a VIII do art. 889 do CPC/2015;
 o cônjuge, o companheiro, os descendentes ou ascendentes do executado (cf. § 5.º do art. 876 do CPC/2015); (antiga remissão de bens)
os sócios ou a própria sociedade, nos casos em que tenha sido penhorada quota da sociedade em execução movida por terceiros contra um ou alguns dos sócios em particular (§ 7.º do art. 876 do CPC/2015; 
CONCORRÊNCIA ENTRE VÁRIOS PRETENDENTES À ADJUDICAÇÃO
Caso mais de uma pessoa manifeste interesse em adjudicar, instaura-se entre elas um concurso, tendo preferência: 
1.º) aquele que apresentar maior oferta (§ 6.º, 1.ª parte, do art. 876 doCPC/2015); 
2.º) se se tratar de penhora de quota em execução movida por terceiro estranho à sociedade, terão preferência os sócios ou a própria sociedade (§ 7.º do art. 876 do CPC/2015); 
3.º) cônjuge ou companheiro, descendente ou ascendente, nessa ordem (§ 6.º, 2.ª parte, do art. 876 do CPC/2015); 
4.º) credores com crédito privilegiado (trabalhista, fiscal, dotado de garantia real etc.), aplicando-se, analogicamente, o disposto no art. 908, § 1.º do CPC/2015, observar-se-á a ordem de preferência; 
5.º) credor em cuja execução ocorreu a primeira penhora, se não houver título legal à preferência, aplicando-se, analogicamente, o disposto no art. 908, § 2.º do CPC/2015.
HIPÓTESES ESPECIAIS DE CONCORRÊNCIA:
cônjuge, companheiro, ou parente do executado, concorrendo com estranhos: gozam de preferência na licitação, de modo que não necessitam de superar o lance do estranho. Bastará equipará-lo, para saírem vitoriosos na disputa pela adjudicação; 
cônjuge, companheiro, ou parente do executado, concorrendo com os sócios ou sociedade em caso de penhora de quota social ou ação de sociedade anônima: a preferência legal é dos outros sócios (876, § 7º), ou, na omissão destes, será da própria sociedade (art. 861, § 1º). Essa preferência garantida pelo NCPC tem o objetivo de permitir que a empresa consiga “manter em seus quadros uma homogeneidade societária, evitando-se o ingresso de terceiros na sociedade”.
DOCUMENTAÇÃO DA ADJUDICAÇÃO:
Havendo um único pretendente ou uma vez resolvido o concurso entre os interessados, a adjudicação será deferida por decisão do juiz e imediatamente será lavrado auto de adjudicação, com o que, após assinaturas, se aperfeiçoará este ato expropriatório (887, par. 1, NCPC)
Lavrado e assinado o auto, a adjudicação está aperfeiçoada e é, em princípio, irretratável. Contudo, se for proposta a ação autônoma do 903, par. 4 do NCPC, o adjudicante poderá dela desistir, reavendo o que houver eventualmente pago. 
Além do auto, quando o bem for imóvel, terá de ser expedida carta de adjudicação, que conterá a descrição do imóvel com remissão a sua matrícula e registros, cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão (art. 685-B, parágrafo único). A carta servirá de título para a inscrição da transferência da propriedade do imóvel no registro imobiliário.
ALIENAÇÃO PARTICULAR (879, I + 880 NCPC)
 
A Lei 11.382/2006 instituiu ainda outra modalidade expropriatória. Trata-se da alienação por iniciativa particular.
 
Não havendo adjudicação, o exeqüente pode pleitear que os bens penhorados sejam alienados por sua própria iniciativa ou por intermédio de um corretor credenciado perante o Poder Judiciário. Apenas poderão ser credenciados corretores que já atuem há pelo menos três anos (880, par. 3 NCPC) nessa profissão. 
Nesse caso, procede-se às seguintes etapas:
a) o juiz fixará um prazo em que a alienação pelo próprio credor ou por meio do corretor pode ser realizada. O juiz definirá também a forma de se dar publicidade a essa tentativa de alienação, bem como o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias a serem prestadas pelo adquirente, caso ele não pague à vista. O preço mínimo não poderá ser inferior ao valor atribuído ao bem na avaliação (mas a questão é controvertida, havendo aqueles que sustentam que, à míngua de exigência expressa, a venda poderá ser feita por qualquer preço, desde que não seja vil, devendo o juiz fixá-lo de antemão). Se houver intermediação de corretor, caberá ao juiz definir também a comissão da corretagem. 
b) Uma vez ocorrendo a alienação por iniciativa do exeqüente ou por intermédio do corretor, o ato será formalizado por um termo nos autos. O termo deverá ser assinado pelo juiz, pelo exeqüente, pelo adquirente do bem e, estando presente, pelo executado. (880, par. 2, NCPC)
Uma vez lavrado o termo, a alienação está aperfeiçoada, tornando-se, em princípio, irretratável Contudo, se houver ação autônoma do 903, par. 4 do NCPC, permite-se o arrependimento do adquirente, hipótese em que imediatamente ele receberá de volta o que havia pago, ficando desfeita a alienação.
 
Se o bem for imóvel, depois de lavrado o termo, será expedida uma carta de alienação, que servirá para a realização do registro da transferência do bem na matrícula do imóvel. 
Se for umbem móvel, será expedido o mandado de entrega do bem ao adquirente. 
c) Os Tribunais poderão expedir provimentos administrativos regulamentando detalhes da alienação por iniciativa particular, nos seus respectivos âmbitos de competência. Poderão prever inclusive o emprego de meios eletrônicos. Deverão também disciplinar o modo de credenciamento dos corretores, os quais, reitere-se, precisarão ter um mínimo de três anos de experiência profissional. (880, par. 3, NCPC)
ALIENAÇÃO EM LEILÃO JUDICIAL (879, II + 881 NCPC)
É forma de expropriação executiva pela qual os bens penhorados são transferidos por procedimento licitatório realizado pelo juízo da execução.
Não havendo interessados na adjudicação, nem requerimento do credor para a alienação particular do bem, a expropriação será feita por leilão judicial, a ser realizado por leiloeiro público, à exceção da alienação a cargo de corretores de bolsa de valores. O leilão judicial, quando possível, será realizado por meio eletrônico. Não sendo possível, será presencial.
O CPC de 1973 distinguia dois tipos de hasta pública: a praça, quando a expropriação envolvia bens imóveis; e o leilão, quando todos os bens eram móveis. A hasta pública foi substituída, no atual CPC, pelo leilão judicial, que abrangerá tanto bens imóveis quanto móveis. 
LEILÃO REALIZADO POR MEIO ELETRÔNICO: deverá observar a regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça, observadas as garantias processuais das partes, atendendo-se aos princípios da ampla publicidade, autenticidade e segurança, e com a observância das regras estabelecidas na legislação sobre a certificação judicial.
LEILÃO PRESENCIAL: será realizado no local determinado pelo juiz, e serão designadas duas datas para a sua realização. Na primeira, os bens só poderão ser arrematados pelo preço de avaliação, enquanto na segunda, por qualquer preço, desde que não seja vil.
Nos termos do art. 891, será considerado vil o lance abaixo do valor mínimo fixado pelo juiz. Se o juiz não o fixar, será reputado como vil o inferior a cinquenta por cento do valor de avaliação.
Já, o art. 896 estabelece norma protetiva de incapazes, ao considerar vil o preço inferior a 80% da avaliação. “Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão pelo menos oitenta por cento do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à administração de depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 1 (um) ano.”
Além de fixar o valor mínimo, caberá ao juiz da execução designar o leiloeiro público (881, par. 1, NCPC), que poderá ser indicado pelo exequente, bem como estabelecer as condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante.
Incumbências do leiloeiro público: (884 NCPC)p
realizar o leilão onde se encontrem os bens ou onde o juiz determinar, 
publicar o edital anunciando a alienação,
expor aos pretendentes os bens ou as amostras de mercadorias,
receber e depositar em juízo o produto da alienação, dentro de um dia, 
prestar contas nos dois dias subsequentes ao depósito. 
Por seu trabalho, ele faz jus ao recebimento de uma comissão, na forma fixada em lei ou arbitrada pelo juiz.
ATOS PREPARATÓRIOS
A alienação judicial é antecedida dos seguintes atos: 
avaliação (visto acima); 
publicação de editais: (886 NCPC)
A medida destina-se a conferir publicidade ao leilão, para que o maior número possível de interessados compareça e se obtenha melhor oferta de pagamento, o que interessa ao devedor (pois evita que outros bens seus precisem ser penhorados), ao credor (que logra mais rapidamente satisfazer seu direito) e, em consequência, ao próprio Estado. 
Sua falta gera nulidade absoluta da arrematação. 
O edital deverá indicar:
descrição detalhada do bem, com sua localização,
as duas datas, local e hora em que ele se realizará (primeiro e segundo leilão),
o valor da avaliação,
o valor mínimo de venda, que deverá ser fixado pelo juiz. 
menção à existência de ônus, recurso ou causa pendente sobre o bem.
Nos termos do art. 887:
§ 1º A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da data marcada para o leilão.
§ 2º O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio designado pelo juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível, ilustrada dos bens, informando expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou presencial.
§ 3º Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores ou considerando o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de divulgação é insuficiente ou inadequado, o edital será afixado em local de costume e publicado, em resumo, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local.
§ 4º Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz poderá alterar a forma e a frequência da publicidade na imprensa, mandar publicar o edital em local de ampla circulação de pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão local, bem como em sítios distintos do indicado no § 2º.
§ 5º Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores serão publicados pela imprensa ou por outros meios de divulgação, preferencialmente na seção ou no local reservados à publicidade dos respectivos negócios.
§ 6º O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de uma execução.
Dispensa-se a publicação de edital para bens que valham menos do que sessenta salários mínimos. Nesse caso, por ter havido, ao menos em tese, menor divulgação da hasta, a lei estabelece que o bem não pode ser arrematado senão por valor igual ou superior ao da avaliação. 
Intimações, sob pena de nulidade: (889 NCPC)
I – do executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
 
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constituído, não constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por meio do próprio edital de leilão.
II – do coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
III – do titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV – do proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre tais direitos reais;
V – do credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução;
VI – do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
VII – do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
VIII – da União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
ARREMATAÇÃO:
O bem será arrematado por quem mais oferecer, excetuada a hipótese de a oferta ser vil.
O preço deve ser pago de imediato pelo arrematante, mediante depósito judicial ou meio eletrônico, salvo pronunciamento judicial em sentido contrário.
Se o arrematante for o próprio exequente, sendo ele o único credor, não estará obrigado a exibir o preço, mas se o valor da arrematação exceder o do crédito, ele deverá depositar em três dias a diferença.
Admite-se a aquisição do bem penhorado em prestações, devendo ser apresentada proposta por escrito até o início do primeiro leilão, se a proposta for de aquisição pelo valor de avaliação; e até o início do segundo leilão, se a proposta for de aquisição por valor que não seja vil. (895 do NCPC).LEGITIMIDADE PARA ARREMATAR (890 NCPC)
É admitido a apresentar propostas em leilão "todo aquele que estiver na livre administração de seus bens".
Excluem-se, no entanto: os tutores, os curadores, os testamenteiros, os administradores, os administradores judiciais de falência ou liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda e responsabilidade; os mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados; o juiz, o membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, o escrivão e os demais servidores e auxiliares da justiça envolvidos no processo (depositário, avaliador, oficial de justiça, auxiliares juramentados etc.); os servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; os leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados; os advogados de qualquer das partes.
Também está impedido de participar do procedimento licitatório da arrematação, o ARREMATANTE REMISSO, ou seja, a pessoa que, em hasta anterior, apresentou proposta, saiu vencedora, mas não efetivou o pagamento do preço. O mesmo preceito estende a sanção ao fiador desse arrematante, se também ele não honrar o compromisso de pagar o preço ofertado. 	
DOCUMENTAÇÃO DA ARREMATAÇÃO (901 NCPC)
Realizada a arrematação com sucesso, será expedido de imediato o respectivo auto, assinado pelo juiz, arrematante e leiloeiro.
A partir do aperfeiçoamento da arrematação, que ocorrerá com a assinatura do auto, passará a correr o prazo de dez dias para que se postule a sua invalidade, quando realizada por preço vil ou com outro vício; ou a sua ineficácia, se não observado o disposto no art. 804, ou ainda a sua resolução, se não for pago ou preço ou prestada a caução.
Não sendo impugnada a arrematação no prazo, será expedida a respectiva carta. Ela será levada a registro pelo adquirente, no Cartório de Registro de Imóveis, quando o bem arrematado for imóvel. Se for bem móvel, será expedido o mandado de entrega do bem.
A partir da expedição da carta, a invalidação da arrematação só poderá ser postulada em ação própria, na qual o arrematante figurará como litisconsorte necessário.
O art. 903, § 5°, enumera situações excepcionais em que o arrematante pode desistir da arrematação, postulando a imediata restituição do depósito que tiver feito.
APROPRIAÇÃO DE FRUTOS E RENDIMENTOS DE EMPRESAS OU DE ESTABELECIMENTOS E DE OUTROS BENS (866, 867 a 869, do NCPC)
Outra forma de expropriação, além da adjudicação e arrematação, é a apropriação de frutos e rendimentos de bens móveis ou imóveis e de percentual de faturamento de empresas ou estabelecimentos.
Deferida a penhora sobre eles, o juiz nomeará um administrador, com poderes para gerir a coisa. A ele será dada a posse direta do bem, cabendo-lhe fazer com que produza frutos e rendimentos, que serão utilizados para pagar o credor.
O devedor ficará com a posse indireta do bem e manterá a propriedade, que poderá até ser alienada. Aquele que o adquirir saberá da existência do gravame, que persistirá até que o credor seja pago. Daí a necessidade de averbação da penhora no Cartório de Registro de Imóveis.
ENTREGA DO DINHEIRO AO CREDOR (904 e s. NCPC)
São previstos dois procedimentos para levantamento do dinheiro: 
a) simplificado, quando sobre o bem arrematado não havia nenhuma outra penhora', privilégio nem garantia real. Nessa hipótese, ao receber o mandado de levantamento do dinheiro correspondente ao seu crédito (principal, juros, custas e honorários), o credor assinará termo de quitação, que ficará nos autos (art. 906); 
b) concurso singular de credores, quando, embora o devedor seja solvente, outras penhoras ou direitos reais de garantia recaiam sobre o bem (art. 908). 
Tal concurso destina-se a verificar qual a ordem de preferência para receber o dinheiro obtido com a alienação do bem vinculado também a outras penhoras ou garantias reais. 
No que tange à competência para tal concurso, ela recai sobre o próprio juízo perante o qual tramita a execução em que se obteve o dinheiro. 
Os concorrentes formularão suas pretensões, que versarão unicamente sobre direito de preferência e anterioridade da penhora e, apresentada as razões, o juiz decidirá (art. 909). 
REMIÇÃO DA EXECUÇÃO. (826 NCPC)
A remição da execução está disciplinada no art. 826: ''Antes de adjudicados ou alienados os bens, pode o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios". 
Consiste no pagamento do valor total do crédito objeto da execução, incluindo todos os acessórios. É adimplemento tardio da obrigação, que a extingue e, consequentemente, serve de causa extintiva da execução. 
SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DAS EXECUÇÕES 
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
São variadas as razões pelas quais a execução pode ser suspensa. O art. 921 enumera algumas, em rol que não é taxativo. Suspende-se a execução:
I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber: são as hipóteses de suspensão previstas na Parte Geral do CPC;
lI - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução (art. 919, § 1°). Conquanto excepcional, o efeito suspensivo pode ser concedido, tanto aos embargos quanto à impugnação, caso em que a execução ficará suspensa até que eles sejam julgados;
III - quando o devedor não possuir bens penhoráveis. Essa é a causa mais frequente de suspensão. A execução por quantia só pode prosseguir com a penhora de bens, que serão oportunamente excutidos para pagamento da dívida. Mas se o devedor não tem bens, nada resta senão a suspensão, até que o devedor venha a adquirir algum bem, que possa garantir o pagamento do débito. A falta de bens não ensejará a extinção, mas a suspensão da extinção até que sejam localizados.
Mas o processo ficaria paralisado indefinidamente? E se o devedor nunca adquirir bens, ou o fizer muitos anos depois? Ainda assim, a execução poderia prosseguir? 
Não existindo bens, o processo fica suspenso pelo prazo de um ano, durante o qual não corre o prazo de prescrição intercorrente. Decorrido o prazo, para que a prescrição continue suspensa, é preciso que o exequente se manifeste, realizando as diligências necessárias e tomando as providências para que a execução possa ter andamento. Se ele o fizer, manifestando-se em termos de prosseguimento, a prescrição não corre, ainda que o processo venha a ser suspenso por mais um período, por continuarem inexistindo bens, Todavia se, passado um ano não houver manifestação do exequente, a execução continuará suspensa, mas o prazo de prescrição intercorrente terá início.
Consumada a prescrição, o juiz poderá decretá-la de ofício, depois de ouvir as partes, que terão prazo de 15 dias para manifestar-se. 
IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em quinze dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis. Entretanto, nada impede que o exequente postule, após algum tempo, nova tentativa de alienação dos bens penhorados. Pode ser que a primeira tentativa fracasse, mas as posteriores sejam bem-sucedidas;
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916 (não se aplica à títulos judiciais): é a hipótese de moratória convencional, em que o executado, no prazo de embargos, depositando 30% do valor do débito, poderá requerer o parcelamento do restante em até 6 prestações. Além disso, o art. 922 permite que, convindo às partes, o juiz declare suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.
O rol do art. 921 do CPC não é taxativo. A execução pode ficar suspensa, por exemplo, em razão de ação autônoma, anteriormente ajuizada, na qual se postula a inexigibilidade do título executivo. Ou em razão de ação rescisória da sentença, na qual tenha sido deferidaliminar.
Determinada a suspensão do processo, não serão praticados atos processuais, ressalvadas as providências urgentes, na forma do art. 923 do CPC.
EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO
O art. 924 do CPC enumera, em rol meramente exemplificativo, algumas formas de extinção da execução. Ela ocorrerá quando:
I - A petição inicial for indeferida, o que ocorrerá nas hipóteses do art. 330 do CPC;
II- a obrigação for satisfeita. É a forma natural de extinção, em que a execução alcança o resultado almejado e a pretensão do credor é satisfeita. A lei não distingue entre a satisfação obtida por ato voluntário do devedor, quando ele faz o pagamento; ou obtida coativamente, com a alienação de bens e o pagamento da dívida;
III - o executado obtém, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida. Existem várias formas de obter a extinção de uma obrigação. O pagamento é uma delas e vem mencionado no inciso II. Outras formas poderão ocorrer: compensação, novação, confusão e transação, por exemplo;
IV - o exequente renunciar ao crédito. Se isso ocorrer, nada mais haverá a executar, e cumprirá ao juiz extinguir a execução;
V - ocorrer a prescrição intercorrente.
Essas hipóteses não esgotam as de extinção. É possível, por exemplo, que a execução seja extinta quando do acolhimento de embargos, impugnação ou qualquer outro meio de defesa, nos quais o devedor demonstre que ela não pode prosseguir; ou se inexistir título executivo, ou se ele for inexigível. Ou ainda se faltar uma das condições da ação executiva ou um dos pressupostos processuais da execução. Também pode haver extinção em caso de desistência da execução pelo credor.
A SENTENÇA DE EXTINÇÃO
A extinção da execução será sempre declarada por sentença, esteja ela fundada em título judicial, caso em que a sentença porá fim ao processo sincrético, iniciado com a fase cognitiva, ou em título extrajudicial. Mas ela não pode ser comparada com as proferidas nos processos de conhecimento, que podem ser de extinção com ou sem resolução de mérito. A finalidade dessa sentença é simplesmente encerrar a execução porque alguma das causas extintivas está presente. Ela tem função estritamente processual, de dar por encerrada a execução.
O mérito da execução consiste na pretensão à satisfação do credor, obtida com atos materiais, concretos, como penhoras e expropriações de bens. A execução pode ser extinta tendo o devedor sido satisfeito, como nos casos de pagamento, compensação, transação; ou sem a satisfação do credor, como na desistência, ou verificação da falta de condições da ação executiva ou de pressupostos processuais da execução. Nem por isso a sentença será de mérito, no primeiro caso, e de extinção sem julgamento de mérito, no segundo, porque não é ela que satisfaz ou não o credor, mas os atos que se realizaram no processo.
DEFESA DO DEVEDOR
DEFESA DO DEVEDOR NAS EXECUÇÕES FUNDADAS EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL
Conquanto sem a mesma extensão que nos processos de conhecimento, o princípio do contraditório deve ser observado nas execuções. O executado deve ter oportunidade de defender-se. 
Não há só um mecanismo de defesa, no processo de execução. De várias formas o executado poderá opor-se às pretensões do credor, como as exceções e objeções de pré-executividade e as ações autônomas. Mas há uma por excelência: os embargos do devedor. 
Até a Lei n. 11.232/2005, os embargos também eram a forma de defesa nas execuções de título judicial. A nova lei alterou esse panorama. Como não há mais processo autônomo de execução por título judicial, mas apenas fase de cumprimento de sentença, os embargos não poderão ser mais utilizados. 
O executado poderá apresentar impugnação, que agora se apresenta como forma adequada de defesa nas execuções por título judicial. Os embargos ficaram restritos às execuções por título extrajudicial.
EMBARGOS DO DEVEDOR (914 e parágrafos NCPC)
É uma ação de conhecimento, autônoma e incidente no curso da execução. Neles o devedor suscitará as defesas que tiver, para cognição do juízo. 
Como o processo de embargos é de conhecimento, permite-se a produção de todas as provas para formação do convencimento do juiz. Conquanto ação autônoma, ele não existe senão no contexto da execução, e serve para dar oportunidade de defesa ao devedor. 
Eles têm todas as características dos processos de conhecimento. O contraditório é pleno, a possibilidade de provas é ampla, os atos do procedimento são encadeados para chegar a uma sentença de mérito, que, esgotados os recursos, revestir-se-á da autoridade da coisa julgada material. 
A ação de execução e a de embargos de devedor são distintas, como são diferentes os processos e os procedimentos. Mas aquilo que for decidido nos embargos poderá repercutir profundamente na execução, determinando o seu prosseguimento, sua eventual extinção ou a modificação de atos que nela tenham sido praticados. 
COMPETÊNCIA 
Os embargos de devedor devem ser apresentados, em regra, no juízo onde corre o processo de execução. A distribuição será feita por dependência, e eles serão autuados em apartado com cópias das principais peças da execução (a não ser que seja atribuído efeito suspensivo cautelar, caso em que poderão ser apensados). Trata-se de competência funcional absoluta. 
O art. 914 § 2° , traz uma exceção na execução por carta. Quando a penhora houver sido feita por precatória, os embargos de devedor podem ser apresentados no juízo deprecante ou no juízo deprecado, "mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação de bens". 
Se o devedor alegar tais vícios, mas também invocar outras defesas, quando os embargos tiverem mais de um fundamento, a competência torna a ser do juízo deprecante. 
DESNECESSIDADE DA GARANTIA DO JUÍZO (914 NCPC)
A prévia garantia do juízo, pela penhora ou depósito de bens, deixou de ser requisito para a oposição dos embargos. Trata-se de uma das principais inovações trazidas pela Lei n. 11.382/2006: até então, sem a penhora, não havia embargos, e o prazo para sua oposição contava-se da data em que as partes eram intimadas da constrição. Agora, mesmo sem a penhora, o prazo para embargos correrá a partir da citação. 
Mesmo que a execução não possa seguir adiante, até a fase de expropriação, sem bens, os embargos serão recebidos, processados e julgados. Com isso, se mais tarde forem localizados e penhorados os bens, eles já poderão estar decididos, passando-se à fase de expropriação.
A penhora e a avaliação dos bens poderão ocorrer somente depois que os embargos já tiverem sido julgados. Isso não impedirá que o devedor alegue vícios de uma e outra, por simples petição, no prazo de 15 dias, como determina o art. 917, § 1°, do CPC.
PRAZO DOS EMBARGOS (915 NCPC)
Os embargos deverão ser opostos no prazo de quinze dias, observado o disposto no art. 231 do CPC, que fixa o termo inicial da contagem. 
Caso se trate de execução por carta, o prazo para embargos, que permanece de quinze dias, será contado ha forma do art. 915, § 2°.
§ 2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
I – da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;
II – da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo.
§ 4º Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.
Não se aplica ao prazo dos embargos o art. 229 do CPC. Ele não se modifica se houver litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, porque os embargos são nova ação, e não incidente da execução.
Também não se aplica o art. 231, § 1°, do CPC: havendomais de um executado, o prazo correrá para cada qual independentemente, conforme forem sendo citados e o comprovante da citação for sendo juntado aos autos. Para que o prazo tenha início, não é necessário que todos os executados já tenham sido citados. O prazo para cada um será autônomo. 
Há, no entanto, uma exceção a essa regra: se os executados litisconsortes forem cônjuges ou companheiros, o prazo de embargos contar-se-á da juntada aos autos do último comprovante de citação (art. 915, § 1°, do CPC).
O PRAZO PARA EMBARGOS E O PEDIDO DE PAGAMENTO PARCELADO DO ART. 916 e parágrafos CPC 
Trata-se de uma espécie de moratória concedida ao executado: no prazo dos embargos, o devedor que reconhecer o débito pode, depositando 30% do valor da execução, incluindo custas e honorários advocatícios, postular o pagamento do saldo em até seis parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1 % ao mês. 
O art. 916, par. 7 não admite para títulos judiciais – cumprimento de sentença.
É direito do devedor, não podendo ser recusada pelo credor. Este será ouvido, mas apenas sobre o preenchimento dos requisitos, no prazo de cinco dias.
Deferido o pedido do devedor, os atos executivos ficarão suspensos, até que o pagamento se complete, ficando autorizado ao credor o imediato levantamento dos valores depositados. 
Caso não haja o pagamento, as parcelas restantes vencerão antecipadamente, e a execução prosseguirá acrescida de multa de 10% sobre o saldo restante, vedada a oposição de embargos. 
TÊM LEGITIMIDADE PARA OS EMBARGOS: 
a) o executado que figurar no polo passivo da execução. Isso abrange o devedor contra quem a execução foi ajuizada e aqueles que tenham passado a integrar o polo passivo posteriormente, como os responsáveis patrimoniais, e os cônjuges, quando a penhora recair sobre bens imóveis.
b) os sócios, em caso de desconsideração da personalidade jurídica, e o adquirente, na fraude à execução. 
c) Também pode opor embargos de devedor o curador especial, nomeado em favor do executado citado por edital ou com hora certa. 
OBJETO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO (917, I a VI CPC)
O art. 917, I a VI do CPC não deixa dúvida: "Nos embargos, poderá o devedor alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento"
A execução por título extrajudicial não é precedida de processo de conhecimento. Por isso, o devedor não terá tido oportunidade anterior para apresentar as defesas em relação ao título extrajudicial. A lei lhe assegura então a plenitude de defesa nos embargos e cognição ampla do juiz. 
PROCEDIMENTO DOS EMBARGOS
Petição inicial:
Deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC, cumprindo ao embargante formular a pretensão e os fundamentos que a embasam.
Deve, ainda, indicar o valor da causa, que corresponderá ao benefício econômico que se pretende auferir com os embargos e que nem sempre coincidirá com o valor da execução. Pode ocorrer, por exemplo, que o devedor impugne apenas uma parte do débito, caso em que os embargos terão o valor apenas do montante controvertido.
O embargante deve, ainda, postular que o embargado seja intimado a apresentar impugnação.
Se o fundamento dos embargos for excesso de execução, a inicial deve indicar o valor que o embargante entende correto, apresentando memória de cálculo, sob pena de indeferimento (art. 917, § 3°, do CPC).
Como os embargos são autuados em apartado, o embargante deve instruí-los com cópias das peças processuais relevantes do processo de execução, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
O efeito suspensivo:
Os embargos, como regra, não têm efeito suspensivo e permitem o prosseguimento da execução até os seus ulteriores trâmites. Excepcionalmente, o juiz pode concedê-lo, mas é preciso que: haja requerimento do embargante, já que o juiz não pode concedê-lo de ofício; o juiz verifique que estejam preenchidos os requisito para a concessão da tutela provisória; que a execução esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. 
A prévia penhora ou depósito de bens não é condição para que os embargos sejam recebidos, mas para que lhes seja outorgado efeito suspensivo, mesmo porque, sem que tenha havido constrição de bens, inexiste perigo de prejuízo irreparável ao devedor, já que a execução não poderia prosseguir.
O pedido de efeito suspensivo pode ser feito na inicial dos embargos, ou a qualquer tempo, durante o seu processamento. É possível que o juiz o negue de início, verificando que os requisitos não estão preenchidos. Mas, com prosseguimento da execução, a situação de risco de prejuízo, que antes inexistia pode aparecer. Ele, então, concederá o efeito suspensivo anteriormente negado.
Da decisão do juiz que defere ou não efeito suspensivo, cabe agravo de instrumento (art. 1.015, X).
Se os embargos forem parciais ainda que o juiz conceda efeito suspensivo, a execução prosseguirá sobre a parte incontroversa. Se houver vários devedores que embarguem, e for concedido efeito suspensivo a apenas um, os outros não serão beneficiados, quando o fundamento for exclusivo do primeiro; mas serão, se o fundamento for comum.
Mesmo com efeito suspensivo, não haverá óbice à prática de atos relacionados à penhora ou avaliação de bens. Se, por exemplo, se verificar, feita a penhora e avaliação, que os bens são manifestamente insuficientes, o juiz poderá determinar o reforço. Concedido o efeito, se os embargos forem julgados improcedentes, a execução poderá prosseguir ainda que haja apelação, uma vez que esta não tem efeito suspensivo.
O indeferimento da inicial dos embargos:
O juiz examinará a petição inicial dos embargos e verificará se têm ou não condições de serem recebidos. Se houver algum vício sanável, determinará que seja emendada no prazo de quinze dias.
O art. 918 do CPC estabelece quais as situações em que eles devem ser indeferidos
liminarmente:
quando intempestivos;
nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido;
quando manifestamente protelatórios.
A possibilidade de rejeição liminar dos embargos quando manifestamente protelatórios pressupõe que, primafacie, se possa verificar a impertinência dos argumentos apresentados pelo embargante. Na dúvida, se o juiz verificar que há· ao menos um fundamento que possa ser considerado, deverá recebê-los.
IV) Intimação e resposta do embargado:
Recebida a inicial dos embargos, o juiz determinará a intimação do credor embargado para apresentar impugnação no prazo de quinze dias. 
Não há necessidade de citação porque o credor-embargado é o autor da execução: basta intimá-lo na pessoa do advogado para que ofereça resposta. 
O prazo para opor embargos é sempre simples, já que eles são uma nova ação. Mas aos prazos internos nos embargos aplica-se o art. 229 do CPC.
Não cabe reconvenção porque nos embargos o executado está limitado a defender-se da execução e a reconvenção extrapola os limites de mera defesa.
Pela mesma razão, não cabem as formas de intervenção de terceiros previstas na Parte Geral do CPC, exceto a assistência, já que é possível que terceiro tenha interesse jurídico.
A falta de impugnação:
Uma vez que os embargos têm natureza de ação, a falta de impugnação do credor implicará revelia. Questão mais complexa é a de saber se ela produz os seus efeitos tradicionais, sobretudo a presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial.
A questão é complexa porque o título que embasa a execução, e contra o qual o embargante pugna, goza de certeza, liquidez e exigibilidade. Bastaria a falta de impugnação para retirar-lhe tais qualidades?
O melhor entendimento é o de que a falta de impugnação fará presumir a veracidade dos fatos alegados na petição inicial, que não sejam contrariados por aquilo que consta do título executivo. 
 Prosseguimento dos embargos:
Apresentada impugnação, o juiz ouvirá o embargante nos mesmos casos em que, no processo de conhecimento, ele intimao autor para réplica. Em seguida, verificará se há ou não necessidade de provas. Se não, julgará antecipadamente os embargos, se sim, determinará as necessárias, designando audiência de instrução e julgamento, se for o caso. Não há restrição a provas nos embargos de devedor. Antes de determiná-las, o juiz determinará as providências saneadoras, indispensáveis para o bom andamento do processo.
Sentença e recursos:
Como os embargos constituem um processo de conhecimento, ao final, o juiz proferirá sentença, que poderá ser de extinção sem resolução de mérito, presentes as hipóteses do art. 485 do CPC, ou com resolução de mérito, nos casos do art. 487.
Julgados improcedentes, a execução prosseguirá, pois a apelação não tem efeito suspensivo. A procedência dos embargos pode implicar a extinção da execução, a redução do valor ou a modificação ou desconstituição de algum ato processual, como, por exemplo, a penhora.
Se o juiz considerar os embargos manifestamente protelatórios, haverá conduta atentatória à dignidade da justiça e ele imporá ao embargante multa de até 20% do valor da execução, que reverterá em favor do exequente (art. 774, parágrafo único, do CPC).
DEFESA DO DEVEDOR NAS EXECUÇÕES FUNDADAS EM TÍTULO JUDICIAL
IMPUGNAÇÃO (art. 525, I a V)
Nesta espécie de execução, a forma de defesa do executado, por excelência, é a impugnação. 
A defesa do devedor no cumprimento de sentença não é feita pela ação autônoma de embargos, mas por meio da impugnação. 
A impugnação, não é ação incidental, como os embargos, mas incidente processual, julgado por decisão interlocutória. 
Exceção: Será, contudo, ação incidental decidida por decisão interlocutória, no caso do art. 525, VII, quando tiver por objeto a declaração de inexistência ou extinção do débito.
Seja uma coisa ou outra, o seu processamento far-se-á nos autos da execução, e não em apenso ou em apartado.
Prazo:
O prazo para que o devedor apresente impugnação é de 15 dias, a contar do transcurso in albis do prazo de 15 dias para pagamento voluntário, independentemente de penhora ou nova intimação. 
Serão dois prazos de 15 dias distintos: primeiro, o de 15 dias para o pagamento voluntário do débito - nesse momento, não teve início ainda a fase de cumprimento de sentença, que nem sequer começará se houver o pagamento voluntário - e o segundo prazo, também de 15 dias, para oferecer impugnação, já iniciada a fase de cumprimento de sentença, quando não houve o pagamento voluntário. 
O requerimento do exequente, a que alude o art. 523 e que deve preencher os requisitos do art. 524 deverá anteceder a intimação do executado para pagamento voluntário em 15 dias. Vencido esse prazo, automaticamente e sem necessidade de novo requerimento ou intimação, será expedido mandado de penhora e avaliação e passará a correr o prazo de 15 dias para impugnação.
O art. 229 do CPC, que determina a dobra de prazo em caso de litisconsórcio com advogados diferentes aplica-se ao prazo de impugnação. Não ao de embargos, que é sempre simples, porque eles têm natureza de ação autônoma e criam novo processo. O prazo não é interno à execução, mas externo. 
A situação é diferente na impugnação que não constitui ação, nem processo autônomo, mas incidente (ou ação incidente, na hipótese do art. 525, VII). O prazo para apresentá-la é sempre interno ao processo, o que justifica que o dispositivo supramencionado se aplique.
Não há necessidade, para a impugnação, de prévia garantia do juízo, pela penhora ou pelo depósito do bem, como estabelece expressamente o art. 525, caput, do CPC.
Efeito suspensivo:
Em regra, a impugnação, tal como os embargos, não é dotada de efeito suspensivo. Enquanto ela se processa, a execução prossegue e pode alcançar a fase de expropriação.
No entanto, excepcionalmente, o juiz pode concedê-lá. Os requisitos são os mesmos para que ele o conceda nos embargos:
 que haja requerimento do impugnante;
que o juízo esteja garantido com penhora, caução ou depósito suficientes;
que seja relevante a sua fundamentação, isto é, que sejam verossímeis as alegações;
que o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
A concessão de efeito suspensivo não impede a efetivação de atos de substituição, reforço ou redução de penhora e avaliação de bens.
Restrição às matérias alegáveis:
Na execução por título extrajudicial, não há restrições às defesas alegáveis nos embargos, o que se justifica porque ela não foi precedida de processo anterior. O mesmo não ocorre com a impugnação, na qual a cognição é restrita, no plano horizontal: existem limitações quanto às matérias alegáveis. O rol de "defesas alegáveis está no art. 525, § 1°, do CPC. 
O legislador enumera os temas que podem ser objeto da impugnação, e o devedor não pode fundá-la em outros, não previstos, sob pena de ser rejeitada de plano. A fase executiva foi precedida de fase de conhecimento, e não seria razoável admitir que o devedor pudesse alegar defesas que ou já foram apreciadas na fase cognitiva, ou deveriam ter sido alegadas e não o foram.
Rol taxativo ou exemplificativo?
Discute-se se o rol do art. 525, § 1°, que enumera as matérias alegáveis em impugnação, é taxativo ou exemplificativo. É temerário considerá-lo taxativo, porque não é possível privar o devedor da possibilidade de alegar outras defesas, que não tenham sido imaginadas pelo legislador.
A limitação imposta por lei às matérias alegáveis tem por finalidade evitar que, em cumprimento de sentença, o devedor tenha oportunidade de rediscutir coisas que, ou já foram discutidas na fase de conhecimento, ou deveriam ter sido deduzidas e não o foram. Mas não impede que o devedor apresente defesa superveniente, ainda que não prevista expressamente no rol.
PROCEDIMENTO DA IMPUGNAÇÃO:
A impugnação é formulada por petição dirigida ao juízo da execução. É indispensável que o impugnante formule com clareza a sua pretensão e os fundamentos que a embasam e que devem enquadrar-se nas hipóteses do art. 525, § 1°, do CPC. Cumpre ao impugnante requerer, se o desejar, a concessão de efeito suspensivo, que não poderá ser concedido de ofício pelo juízo. Como se trata de mero incidente, não haverá recolhimento de custas.
Intimação do exequente:
Recebida a impugnação, o juiz intimará o impugnado (exequente) para, querendo, apresentar resposta, no prazo de quinze dias. Conquanto a lei não mencione o prazo, por aplicação do princípio da isonomia, há de presumir-se que seja o mesmo que para o oferecimento da impugnação (15d).
 Julgamento, decisão e recurso:
Em seguida, o juiz verificará se está ou não em condições de julgar o incidente. Em caso afirmativo, ele o fará; em caso negativo, determinará as provas necessárias.
O incidente é sempre julgado por decisão interlocutória, salvo se, do acolhimento das alegações do devedor, resultar a extinção da execução. Se ele alegar alguma causa extintiva, como pagamento ou prescrição, e o juiz a acolher, a consequência inexorável será a extinção da execução, e então o ato decisório haverá de ser qualificado como sentença. 
Do contrário, se a execução ainda prosseguir, será decisão interlocutória, e o recurso adequado será o agravo de instrumento.
Honorários advocatícios:
O juiz só fixará honorários advocatícios na impugnação se ela for acolhida, com a consequente extinção da execução, pois, se desacolhida, não haverá novos honorários, além daqueles fixados em favor do credor no início da fase de cumprimento de sentença. 
Nesse sentido, decidiu a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, ao examinar recursos repetitivos no REsp 1.134.186, de 3 de agosto de 2011, Rei. Min. Luiz Felipe Salomão, o que culminou com a edição da Súmula 519, que assim dispõe: "Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios".
A Súmula 50 da ENFAM dispõe que "o oferecimento de impugnação manifestamente protelatória ao cumprimentode sentença será considerado conduta atentatória à dignidade da Justiça (art. 918, III, parágrafo único, do CPC/2015), ensejando a aplicação da multa prevista no art. 774, parágrafo único".
Matéria superveniente:
A lei não exige, como condição para o oferecimento da impugnação, que tenha havido prévia penhora ou avaliação. Também não prevê a possibilidade de nova impugnação, caso a penhora ou a avaliação venham a ocorrer posteriormente à apresentação da impugnação oferecida nos 15 dias contados a partir do vencimento do prazo para pagamento voluntário. 
A solução, caso isso ocorra, é dada pelo art. 525, § 11:"As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato". 
As matérias alegáveis são aquelas relativas ao cumprimento de sentença, que não puderam ser alegadas em impugnação porque supervenientes a ela. Esse será também o mecanismo para o executado alegar vícios relativos à adjudicação, alienação ou arrematação de bens.

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