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DOENÇA CELÍACA DEFINIÇÃO Intolerância permanente ao glúten caracterizada por atrofia parcial ou total da mucosa do intestino delgado proximal, com consequente má-absorção de alimentos. DOENÇA CELÍACA • Doença Celíaca - enteropatia mediada por linfócitos T, induzida pelo glúten, que acomete indivíduos geneticamente predispostos • O tratamento consiste na total e definitiva exclusão do glúten da dieta. Prolaminas Gliadina > trigo Secalina > centeio Hordeína > cevada Avenina > aveia QUADRO CLÍNICO FORMA CLÁSSICA: - Diarréia crônica - Vômitos - Irritabilidade - Falta de apetite - Déficit de crescimento - Distensão abdominal - Diminuição do tecido celular subcutâneo - Atrofia da musculatura glútea. CURVA DE CRESCIMENTO QUADRO CLÍNICO FORMA NÃO-CLÁSSICA: Manifestações isoladas - Baixa estatura - Anemia ferropriva - Artralgias ou artrites - Constipação intestinal - Hipoplasia do esmalte dentário - Osteoporose - Esterilidade Hipoplasia do esmalte do dente QUADRO CLÍNICO FORMA ASSINTOMÁTICA: Diagnosticado através de marcadores sorológicos para DC (anticorpos antigliadina, autoanticorpos antiendomísio e antireticulina). DIAGNÓSTICO Avaliação da função digestiva - testes de má absorção: D-xilose Esteatócrito Testes Sorológicos: Anticorpo antitransglutaminase Anticorpo antiendomísio Anticorpo antigliadina Padrão ouro Biópsia intestinal Anticorpo antigliadina (Elisa) ◦ Especificidade 71-97% Anticorpo antiendomísio (imunofluorescência, custo alto e técnica trabalhosa) ◦ Sensibilidade 88-100% em crianças e 87-89% adultos. Baixa sensibilidade em menores de 2 anos Anticorpo antitransglutaminase (Elisa) ◦ Sensibilidade 92- 100% em crianças e adultos Padrão ouro: biópsia intestinal Lesão clássica: Mucosa plana ou quase plana, aumento de mitoses, epitélio superficial cubóide, aumento do número de linfócitos intra-epiteliais e lâmina própria com denso infiltrado de linfócitos e plasmócitos MUCOSA ATROFIADA MUCOSA NORMAL MUCOSA NORMAL E ATROFIADA TRATAMENTO • O tratamento da DC consiste na total e definitiva exclusão do glúten da dieta • A exclusão do glúten da dieta deve ser realizada tanto por pacientes sintomáticos quanto por assintomáticos, para melhorar a qualidade de vida e reduzir os riscos futuros de morbidade e mortalidade • A dieta isenta de glúten deve satisfazer as necessidades nutricionais do paciente com DC, proporcionando nutrição adequada por atender as necessidades de energia, de macronutrientes, de minerais e de oligoelementos A obediência à dieta isenta de glúten requer uma marcante mudança no hábito alimentar dos pacientes com DC. A adesão dietética por parte dos pacientes com DC nem sempre é rigorosa, ocorrendo transgressões frequentes, principalmente na adolescência A aderência à dieta isenta de glúten é um desafio, especialmente porque exige a mudança do hábito alimentar do paciente com DC assim como de toda a família A monotonia na alimentação pode levar a criança à diminuição do apetite ou à recusa alimentar, agravada pela dificuldade de elaboração de preparações sem glúten, o que pode prejudicar o estado nutricional. ATENÇÃO Qualquer quantidade de glúten, por mínima que seja, é prejudicial para o celíaco Lei 10.674 de 16/05/2003, em vigor desde 16/05/2004 institui: Art. 1º Todos os alimentos industrializados deverão conter em seu rótulo e bula, obrigatoriamente, as inscrições "Contém Glúten" ou “Não Contém Glúten", conforme o caso. Proibidos TRIGO = farinha, semolina, germe e farelo AVEIA = em grãos, flocos e farinha CENTEIO CEVADA = farinha MALTE Todos os produtos elaborados com os cereais citados acima DIFICULDADES NO TRATAMENTO 1 - Falta de orientação dos familiares sobre a doença e suas complicações; 2 - Descrença quanto à quantidade dos cereais proibidos (qualquer quantidade de Glúten é prejudicial e agressiva aos celíacos); 3 - Dificuldades financeiras, pois os alimentos proibidos são os de custo mais baixo; 4 - Hábito do uso de farinha de trigo na alimentação (pão, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos, empanados com farinha de trigo ou de rosca...); 5 - Falta de habilidade culinária para preparar alimentos substitutivos; 6 - Forte pressão em relação às propagandas de alimentos industrializados, que leva ao aumento da ingestão de tais produtos; 7 - Rótulos ou embalagens que nem sempre contêm a composição correta ou bem clara dos ingredientes. Os produtos industrializados devem ser evitados, pois a maioria contém glúten na sua composição; Orientar os pacientes quanto a leitura dos rótulos, pois de acordo com a Lei 10.674 de 16/05/2003: Alimentos Permitidos: Grãos (feijão, lentilha, soja, ervilha, grão-de-bico, milho), arroz, gorduras, legumes, hortaliças, frutas, ovos, carnes e leite. Substitutos do glúten: Amido de milho, canjicas, cuscuz, fubás, creme de arroz, cereal em pó à base de arroz, amido de milho e farinha de arroz, farinhas de mandioca, soja e milho (fubá), polvilhos, araruta, sagu, desde que tenham a inscrição "Não contém glúten“ no rótulo. Arroz, Batata, Milho e Mandioca. Arroz = farinha de arroz, creme de arroz, arrozina, arroz integral em pó e seus derivados. Milho = fubá, farinha, amido de milho (maisena), flocos, canjica e pipoca. Batata = fécula ou farinha. Mandioca ou Aipim = fécula ou farinha, como a tapioca, polvilho doce ou azedo. Macarrão de cereais = arroz, milho e mandioca. Cará, Inhame, Araruta, Sagu, Trigo sarraceno. Sucos de frutas e vegetais naturais, refrigerantes e chás. Vinhos, champagnes, aguardentes e saquê. Cafés com selo ABIC. Proibidos Cerveja, whisky, vodka, gin, ovomaltine, bebidas contendo malte, cafés misturados com cevada. Outras bebidas cuja composição não esteja clara no rótulo Leite em pó, esterilizados (UHT, leite integral, desnatado e semi desnatado), leite condensado, creme de leite, leites fermentados, queijos frescos, tipo minas, ricota, parmesão. Pães de queijo. Para iogurte e requeijão, verifique observações nas embalagens. Proibidos: leites achocolatados que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos, queijos preparados com cereais proibidos. Na dúvida ou ausência das informações corretas nas embalagens, não adquira o produto Açúcar de cana, mel, melado, rapadura, glucose de milho, malto-dextrina, dextrose, glicose. Geléias de fruta e de mocotó, doces e sorvetes caseiros preparados com alimentos permitidos. Achocolatados de cacau, balas e caramelos. Para todos os casos, verifique as embalagens. Todas permitidas, incluindo presunto e lingüiça caseira Proibidos Patês enlatados, embutidos (salame e algumas salsichas) Carnes preparadas à milanesa Sal, pimenta, cheiro-verde, erva, temperos caseiros, maionese caseira, vinagre fermentado de vinhos tinto e de arroz, glutamato monossódico (Ajinomoto) Proibidos Maionese, catchup, mostarda e temperos industrializados podem conter o glúten. Leia com muita atenção o rótulo.PROGNÓSTICO Quanto mais cedo diagnosticada e tratada a doença, melhor o prognóstico. Pacientes com DC têm mais chances de desenvolver: Carcinoma de boca, esôfago e faringe Adenocarcinoma de intestino delgado Esterilidade Osteoporose Distúrbios neurológicos e psiquiátricos Déficit de crescimento Referências Hill ID et al. Diagnosis and treatment of celiac disease in children. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2005; 40(1):1-19. Andreoli C, Cortez APB et al. Avaliação nutricional e consumo alimentar de pacientes com doença celíaca com e sem transgressão alimentar. Rev Nutr. 2013; 26(3):301-311.
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