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201301 Caderno de Aula TD

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25 de fevereiro de 2013
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO
ESTADO ROMANO - O que vamos focalizar é o estado-cidade, chamado “civitas”. Primitivamente o estado romano era monárquico, do tipo patriarcal. Sua evolução se operou da realeza hereditária para a república. A origem do estado romano baseava-se na ampliação da família, que era constituída pelo “pater”, seus parentes agnados, os parentes destes, os escravos (servos) e mais os estranhos que se associavam ao grupo (famulus). A autoridade do “pater familia” era absoluta: pontífice, censor dos costumes, juiz e senhor com poder de vida e morte sobre todos os componentes do grupo. Esse poder incontestável do “pater familia” chamou-se “manus” e depois “magestas”. Posteriormente a família assim constituída se dividiu em família propriamente dita, conservada sob o poder do “pater” e gentes (gens), colocada sob o poder público, e que foi o núcleo inicial do estado. Daí a existencia das duas classes em que se dividiu a incipiente população romana a dos “patrícios” que eram os próprios “paters” e seus descendentes formando a nobreza dosada de privilégios e amplas liberdades e a dos “clientes” que eram os servidores das famílias que tinham a posse e o uso das terras que cultivavam, mas não o domínio, reservado ao “patrono” (da classe dos patrícios).
04 de março de 2013
O primitivo estado-cidade dos romanos, portanto, era uma reunião de “gens” (gentes). As gentes reunidas formavam a “cúria”, várias “cúrias” formavam a “tribu” e diversas “tribus” constituíam a “civitas”. Esta possuía um senado cujos membros eram os “pater familias”.
Inferior à classe dos “clientes” e inteiramente fora da comunidade romana existia a “plebe”, formada por elementos provenientes de outras plagas, desgarrados das famílias, até mesmo patrícios decaídos. os quais não tinham família, nem pátria, nem religião, viviam à margem da vida social, eram os “párias”.
Roma, a primeira das cidades itálicas, fundada por Rômulo, no platô do monte Paladino era a cidade dos patrícios e dos clientes, dela não participava nem mesmo de aproximava a plebe.
O estado romano tinha suas características peculiares: distinguia o direito da moral, limitando-se a segurança da ordem pública; a propriedade privada era um direito que o estado tinha empenho em garantir; o homem gozava de relativa liberdade em face do poder estatal, não sendo obrigado praticamente a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; o estado era havido como nação organizada, a vontade nacional era a fonte legítima do direito; a conquista do mundo, sonho dos imperadores, era a diretriz suprema de sua história. Roma a cidade eterna seria a capital do universo.
CONCEITO DE CIVITAS
Não se deve perder de vista que Roma se conservou como estado-municipal (civitas), ainda quando se estendeu chegando quase a realizar “desideratum” (objetivo) que era o domínio do mundo.
11 de março de 2013
O ESTADO MEDIEVAL E SUAS CARACTERÍSTICAS
O Império Romano foi o último dos grandes impérios da antiguidade. O seu desmoronamento em consequência das invasões bárbaras assinala o fim da Idade Antiga e o inicio da Idade Média. Embora não haja termo inicial certo, é geralmente admitido que a Idade Média começa no século V da era cristã, a partir da queda do Império Romano no ocidente, ano de 476, e termina no século XV com o descobrimento da América, ano de 1492. Depois do século XV começa a renascença com as grandes descobertas.
Com a decadência do Império Romano deu-se o eclipse do estado na Europa ocidental. Os bárbaros pelas suas invasões demolidoras apagaram todo o esplendor do cesarismo e fizeram erguer sobre os escombros do paganismo dissoluto de Roma, uma nova ordem estatal segundo o estilo germânico-oriental.
Nessa nova ordem os costumes germânicos substituíram completamente as tradições romanas. Se alguma coisa sobreviveu ou ressurgiu da velha roma, ostentando um caráter vigoroso de eternidade, foi o direito romano. Embora a princípio as hordas invasoras empregassem uma violência extremada, espoliando e massacrando as populações vencidas, inclusive no período de transição, quando procuravam situar-se como exército de ocupação, é inegável que implantaram no ocidente o primado da lei e da razão, contribuindo assim para a nova configuração do estado medieval.
Os usos e costumes foram as fontes principais do direito, em consonância com as regras superiores do direito natural, de fundo eminentemente cristão, prescrevendo como deveres do homem, a união com Deus e a fraternidade com seus semelhantes. O direito natural é a própria lei eterna, imutável, que Deus inseriu na consciência de todos, tendo como preceito basilar que o homem não deve fazer aos outros, o que não quer que lhe façam. De conformidade com esse pensamento dominante, o rei ou legislador na Idade Média é , antes de tudo, um servo da lei.
18 de março de 2013
O estado medieval caracterizava-se, ainda, pela confusão que se fazia entre os direitos público e privado. Dessa confusão resultava que os proprietários de terras se investiam de direitos soberanos sobre todas as pessoas residentes nos seus domínios. O direito patrimonial das grandes famílias foi pouco a pouco assimilando o poder administrativo do estado, surgindo daí uma entidade intermediária entre o rei e o indivíduo, o “feudo” ou “comuna”.
Resumindo, são características fundamentais do estado medieval:
A forma monárquica de governo;
Supremacia do direito natural;
Confusão entre o direito público e o privado;
Descentralização feudal;
Submissão do estado ao poder espiritual representado pela Igreja Romana;
FEUDALISMO
A descentralização feudal foi uma das mais notáveis características do estado na Idade Média. O estado medieval que se ergueu sobre os escombros das invasões bárbaras recebeu a influencia preponderante dos costumes germânicos. Os reis bárbaros, francos, godos, lombardos, e vândalos, uma vez completado a invasão dos vastos territórios que integravam a órbita da hegemonia do extinto Império Romano, passaram a distribuir cargos, vantagens e privilégios aos seus chefes guerreiros, resultando daí a fragmentação do poder. E como fossem imensos os territórios e impossível a manutenção de sua unidade sob um comando central único, criaram uma hierarquia imperial de condes, marqueses, barões e duques, os quais dominavam determinadas zonas territoriais como concessionários do poder jurisdicional do rei. Em compensação tais concessionários se comprometiam a defender o território, prestar ajuda militar, pagar tributos, e manter o princípio da fidelidade de todos os súditos do rei.
O senhor feudal era o proprietário exclusivo das terras sendo todos os habitantes seus vassalos. Exercia o senhor feudal as atribuições de chefe de estado, decretava e arrecadava tributos, administrava a justiça, expedia regulamentos e promovia a guerra. Era uma espécie de rei em seus domínios. Seu reinado porém repousava sob um conceito de direito privado, não de direito público. Desse fato resultaram anomalias , tais como a jurisdição privada, a cunhagem privada, a guerra privada, etc. A posse das terras era vitalicia e hereditária. (continua)
01 de abril de 2013
operando-se a sucessão “causa-mortis” pelo direito de progenitura: a senhoria feudal passava automaticamente ao mais velho herdeiro varão do feudatário falecido.
O regime feudal generalizou-se inclusive entre o clero, o qual, por seus altos dignatários, adquiria vastos latifúndios, adotando idêntica ordem hierárquica e instituindo o sistema dominial como condição de vida. A crescente multiplicação dos feudos, a reação dos populares escravizados, o desenvolvimento da indústria e do comércio, e as pregações das novas idéias racionalistas minaram os alicerces e abriram profundas brechas na estrutura da velha construção feudal, dando lugar ao nascimento das nacionalidades e a restauração do Estado como base do direito público. As próprias populações sacrificadas por aquele longo regime de vassalagem procuram refúgio na unidade do Estado, na centralizaçãodo poder e no fortalecimento do governo.
O ESTADO MEDIEVAL E A IGREJA ROMANA
O estado medieval que emergiu das invasões bárbaras cristalizou-se em torno da igreja romana. Sobreviveu esta à ruína do poder temporal, ostentando, vigorosa, a força do seu prestígio, como refúgio para o espírito dos homens nos momentos mais graves da história da humanidade. Assim, toda a história política da Idade Média gira em torno das relações entre o estado e a igreja romana.
Nos seus primeiros tempos os cristãos não se interessaram pelo poder temporal. Esse desinteresse em verdade resultava dos ensinamentos de Jesus Cristo, que disse que seu reino não era deste mundo, bem assim quando estabeleceu a última distinção entre os dois poderes, dizendo que se deveria dar a césar o que é de césar e a Deus o que é de Deus, isto é, ao estado, o governo do corpo, e a Deus, o governo do espírito.
Durante os primeiros cinco séculos os imperadores detinham o poder temporal e o poder espiritual, mas este era um poder anticristão. Consolidado o estado medieval, depois das invasões bárbaras, o Papa São Gelásio I formulou a teoria da separação e coexistência dos dois poderes no fim do século V. Sustentou este pontífice que Deus quis separar o poder espiritual do poder temporal para evitar os abusos que decorreriam fatalmente da acumulação dos dois poderes e acentuou que no domínio eclesiástico, o Bispo é superior ao Imperador, no domínio das coisas laicas, o Imperador é superior ao Bispo. No ano de 590 o Papa Gregório I assumiu o governo civil de Roma, que a igreja governaria até 1870, época em que se deu a unificação dos estados italianos, com a incorporação de Roma, estabelecendo-se o dissídio que terminou com a concordata de 1929, instituindo-se dentro da antiga Santa-Sé, o estado do Vaticano. A partir do século VII começou a desenvolver-se a doutrina da supremacia do poder espiritual sobre o poder temporal. O rei cristão da idade média recebia o poder das mãos do bispo, era consagrado no ato da sua investidura e ungido ao pé do altar. Daí a sua subordinação ao poder espiritual considerado originário e superior.
A partir do século XI a Igreja firmou uma completa supremacia do poder espiritual sobre o poder temporal, pela ação vigorosa de Hildebrando, o Papa Gregório VII, que foi o maior pontífice de toda idade média. Essa supremacia positivou-se a partir do famoso caso de Canossa. Obstinado e tirano, o imperador Henrique IV recusou-se a reconhecer os direitos da igreja no tocante a nomeação dos bispos, insistindo em manter o processo de “investidura secular” que vigorava há dois séculos. Hildebrando o excomungou e o declarou deposto do trono. Henrique IV resisitiu, mas premido pela crescente revolta dos nobres teve que se submeter ao Papa. Tentando livrar-se da excomunhão empreendeu uma longa e penosa viagem com a Rainha e o filho menor, atravessando os alpes nevados num rigoroso inverno até o castelo de Canossa, na lombardia, para implorar o perdão ao Papa. Assim mesmo Hildebrando recusou-se a recebê-lo durante três dias. Finalmente o imperador sujeitou-se a uma extrema humilhação: numa madrugada foi descalço até o portão do castelo onde continuou batendo durante todo o dia e implorando misericórdia, só depois de dois dias o Papa aquiesceu em discutir as condições do perdão. Ficou estabelecido que o monarca do santo império romano submeteria sua coroa à decisão dos nobres, e se caso permanescesse com ela, submeter-se-ia ao Papa em tudo que fosse de interesse da Igreja.
Com essa vitória do Papa sobre o poderoso Imperador ficou firmado o principio de que a investidura dos reis dependeria sempre do exame e da confirmação da Igreja. Hildebrando destituiu e nomeou imperadores exercendo inteira soberania sobre o poder civil, o que perdurou por cerca de três séculos, ou seja, até o fim da Idade Média.
08 de abril de 2013
ASPECTOS HISTÓRICOS, POLÍTICOS E LEGAIS DA INQUISIÇÃO
Pode se dizer de forma segura, que o fenômeno da inquisição é um dos fatos históricos mais controvertidos entre os estudiosos do período em que ela se desenvolveu. Inicialmente a grande cruzada religiosa empreendida pela Igreja Católica contra os hereges nos séculos XII e XIII - a denominada inquisição medieval - também é sinonimo da grande caça às bruxas e hereges que ocorreu principalmente entre os séculos XV e XVII em toda Europa ocidental e em suas colônias. Sob a influencia da Igreja, todo um sistema de direito penal (o acusatório) foi alterado, para que os crimes de heresia e bruxaria pudessem ser eficazmente combatidos. Novas regras para o processo, que lhe conferiam feição inquisitória, aliados à reintrodução da tortura como meio de extrair a confissão, redundavam num processo do qual dificilmente o acusado escapava sem condenação. Essas questões fizeram da inquisição uma operação essencialmente judicial.
O número de condenados por heresia variou conforme a área geográfica, tendo sido a inquisição muito mais intensa em algumas regiões do que em outras. Em virtude da destruição de muitos registros judiciais, é impossível determinar precisamente o numero total de julgamentos e execuções realizadas. As cifras variam entre os historiadores. Alguns chegam a afirmar a ocorrência de nove milhões de execuções, outros em um milhão, a metade delas concentrou-se em terras germânicas pertencentes ao sacro Império Romano. A outra metade dividiu-se entre os territórios em que hoje se situam a Itália, a França, a Suíça, a Polônia, Portugal e Espanha.
ASPECTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS
No apagar das luzes da antiguidade a religião pregada por Cristo impôs-se ao Império Romano tornando-o cristão. O cristianismo intitulava-se a única religião verdadeira para a universalidade dos homens, mas a Igreja só começou a desempenhar um papel importante na vida política e social do Império Romano em 313 d.c. com o “Édito de tolerância de Milão”. A partir desta data pouco tempo transcorreu até o cristianismo tornar-se a religião oficial do estado, transformando a Igreja em uma de suas principais instituições.
Foi no período da baixa idade média (século XII e XIII) que o poder eclesiástico atingiu o seu apogeu; os reis recebiam o seu poder da Igreja, que os sagrava e podia excomungá-los.
O termo heresia englobava qualquer atividade ou manifestação contrária ao que havia sido definido pela Igreja em matéria de fé. Dessa forma na qualificação de hereges encontravam-se os mouros, os judeus, os cátaros e albigenses no sul da França, bem como os supostos praticantes de bruxaria. Na sua origem, a inquisição foi denominada de inquisição medieval e consistia na identificação, julgamento e condenação de indivíduos suspeitos de heresia. Essa tarefa primordialmente desempenhada por membros do clero, no inicio da Idade Moderna já se encontrava dividida entre tribunais eclesiásticos e tribunais seculares. Os dois tipos de tribunais adotaram o mesmo procedimento: aprisionavam as pessoas com base em meros boatos, interrogavam-nas fazendo o possível para conseguir-lhes a confissão que ao final levava a condenação. Variando conforme a gravidade do crime a condenação consistia na execução dos condenados pelo fogo, banimento, trabalho nas galeras de navios, prisão e invariavelmente, no confisco de bens.
A inquisição medieval penetrou em vários países da Europa ocidental, chegando a muitos países da Europa Oriental, mas foi na época moderna, nos séculos XVI, XVII e XVIII que ela atingiu o seu apogeu. No fim da Idade Média e Inicio da Idade Moderna, ocorreu na Europa uma explosão demográfica violenta, que levou ao aumento da pobreza e a uma pressão crescente sobre a oferta limitada de recursos. (continua no livro de Wolkmer, Antonio Carlos)
22 de abril de 2013 - Segundo Bimestre (G2)
DAS MONARQUIAS MEDIEVAIS ÀS MONARQUIAS ABSOLUTISTAS
Quando a Igreja Romana, já no ocaso da idade Média, começou a sofrer os ataques do liberalismo religioso e da filosofia racionalista reagiu de maneira rigorosa, enquanto o governo temporal, por sua vez, entrou em luta aberta contra o papado.
Um dos principaisexpoentes do absolutismo monárquico que se inicia no século XV foi Luiz XII, Rei da França, o qual anexou à coroa os feudos, subjugou a nobreza guerreira e pôs em prática uma violenta política unificadora que seria sustentada por Richelieu e Mazarin, até atingir o seu apogeu com Luis XIV. O absolutismo monárquico que compõe o período de transição para os tempos modernos teve suas fulgurações produzidas pelo verniz teórico dos humanistas da renascença, os quais afastando os fundamentos teológicos do estado, passaram a encarar a ciência política por um novo prisma, exageradamente realista.
OS ILUMINISTAS - RAZÃO E REVOLUÇÃO
O Iluminismo, também conhecido como “A Idade da Razão”, correspondendo aproximadamente ao século XVIII na Europa, foi a culminância natural do renascimento e da revolução científica. Tinha se tornado quase universal entre as classes intelectuais, uma oposição aos métodos de pensamento teológico. Por volta de 1650, dois conceitos principiavam a vigorar entre as pessoas cultas: Primeiro - Os notáveis progressos científicos tinham-nas convencido de que se poderia reduzir toda a natureza a uma série de leis matemáticas; e, Segundo - Já que o homem possuía um processo infalível de chegar a verdade, poderia, através da razão, alcançar progresso infindo.
29 de abril de 2013 (digitado por Márcio Bringhetti)
O iluminismo resultou da fusão de três correntes intelectuais. Uma delas, o racionalismo cartesiano, pregava que se devia duvidar de todo o conhecimento que não fosse adquirido em primeira mão. Seu criador, Renê Descartes, afirmava que o método matemático fornecia um instrumento para a reavaliação de tudo que o gênero humano julgava saber. O segundo fator importante foi o humanismo e o ceticismo dos pensadores, influenciado pela filosofia de John Locke, pela ciência de Isaac Newton e pelas tradições do constitucionalismo inglês. Na Inglaterra, a liberdade política e religiosa conquistada através da revolução de 1688 estabeleceu um modelo para todos aqueles que por ela lutavam em outros países.
Bayle, conhecido como o pai da incredulidade moderna foi um dos primeiros filósofos a aplicar às crenças aceitas o espírito cartesiano da duvida; seu importante “dictionaire historique et critique” tornou-se, especialmente na frança, uma das principais fontes de inspiração para os filósofos, cujas obras forneceram os princípios fundamentais da revolução francesa. Bayle afirmava que só através da razão poderia provar a verdade e duvidava da possibilidade de milagres divinos, por estar convencido que não se podia alterar as leis naturais.
Afirmava, além disso, que se deviam tolerar todas as crenças, mesmo as aparentemente heréticas, pois nenhuma verdade era suficientemente segura para justificar um erro, através da força e da perseguição. Segundo Bayle, a força não poderia convencer ninguém da falsidade do que sua razão lhe transmitia; poderia, isto sim, torná-lo hipócrita. “Temos direitos inalienáveis, de professar as doutrinas que acreditamos estarem de acordo com a verdade pura”, insistia.
Influenciados por Bayle e Locke, outros pensadores do iluminismo se uniram em defesa dos ideais de tolerância, apesar de nem sempre praticá-los em situações especificas, no principio do século XVIII, uma considerável parte da literatura defendia a idéia de que se deviam tolerar as diferenças religiosas e separar a igreja do estado. Na França, país ainda predominantemente católico, haviam várias centenas de milhares de protestantes, ateus e céticos, razoavelmente livres para seguirem suas próprias crenças ou viver sem elas.
	UM DOS PRINCIPAIS TEMAS DO ILUMINISMO, É, PORTANTO, O DESEJO DE ESTENDER AO HOMEM E À SOCIEDADE, OS MÉTODOS E AS LEIS DAS CIÊNCIAS NATURAIS.
Acreditava-se que a razão, se seguida lógicamente se oporia à tradição, à autoridade e à revolução. Era inevitável que os novos conceitos da ciência e da razão fossem aplicados as teorias de governo.
A teoria medieval do direito divino dos reis não sobreviveria a uma análise nessa atmosfera criada pela ciência. Os governos existentes só eram defensáveis se justificáveis à luz da ciência e da razão, déspotas esclarecidos como Frederico o grande, da Prússia, a imperatriz Catarina, da Rússia e o imperador José, da Áustria tinham suficiente percepção para reconhecer as novas tendências. Os soberanos da frança e da Inglaterra não compreenderam a onda de progresso e não tentaram proporcionar a seus povos os benefícios de um governo esclarecido. A inflexível, ignóbil e insensata resistência à mudanças demonstradas por Jaime I e Carlos II na Inglaterra e por Luis XIV e seus sucessores na França, forçaram virtualmente, seus súditos a atitudes de reformas muito mais drásticas.
A Inglaterra encontrou a solução na reforma constitucional por meio da qual na carta de direitos de 1689, (Bill of Rights), o parlamento assumiu os poderes do Rei, apesar de não abolir a monarquia como instituição foi necessária revolução na sua forma mais violenta para conseguir-se a reforma na França.
06 de maio de 2013
Além de Pierre Bayle, quatro nomes se destacaram entre os escritores cujas teorias forneceram a base filosófica para um dos mais importantes e marcantes levantes da história da humanidade. Montesquieu, Rousseau, Voltaire e Diderot.
Montesquieu pertence à primeira fase do iluminismo, a mais moderada, foi o verdadeiro cientista político, jamais manifestando, em relação ao governo, o espírito doutrinário ou emocional dos outros teóricos ao tempo. Sua grande obra, o espírito das leis, resultou de anos de dedicada pesquisa histórica. Pré requisito indispensável em sua opinião para o estudo científico da sociedade e para uma verdadeira filosofia política. Inúmeras gerações posteriores de legisladores consideraram seu livro uma fonte inesgotável de informação e sugestões úteis. Franco admirador da constituição inglesa, Montesquieu impressionou-se principalmente com o valor de seu sistema de equilíbrio e harmonia de poder, usado para evitar tanto a tirania quanto um governo demagógico.
O teórico Jean Jacques Rousseau exerceu influência muito mais direta e profunda na estrutura da revolução francesa, seu livro, o contrato social, pregava duas doutrinas radicalmente novas: a da soberania do povo e a intangibilidade da vontade geral. Afirmava que uma estrutura política e social construída através da vontade da maioria do povo asseguraria igualdade, liberdade e harmonia a todos.
A concepção de um governo baseado nas decisões da maioria tem naturalmente enorme importância histórica por causa de sua subsequente adoção em todo o mundo, a despeito das costumeiras restrições constitucionais.
Em notável contraste com Rousseau, o ídolo das massas, estava Voltaire, o preferido dos intelectuais. Para Voltaire a razão e a humanidade significavam uma só coisa. Mesmo em vida Voltaire tornou-se uma lenda: símbolo da luta pela liberdade de pensamento. Os três anos que passou na Inglaterra, observando o funcionamento do governo constitucional, fortificaram sua convicção na importância da liberdade intelectual e tornaram-no um propagandista da razão. Uma prolífica produção de peças de teatro, poemas, sátiras e artigos, deu-lhe a liderança intelectual do iluminismo. Contribuiu enormemente para solapar o velho regime francês, através de seus ataques frontais à superstição religiosa e à tirania política desde o século XVIII até os nossos dias, Voltaire projeta-se como uma figura heróica na luta sem fim pela liberdade civil e pela tolerância.
Denis Diderot, o último do famoso quarteto, possuía dons de outra natureza. Fascinado pela ciência e pela tecnologia, coloca-se entre os principais expoentes do método experimental da idade da razão. Seu livro “Pensamentos sobre a interpretação da natureza” é um clássico do método científico. Coube-lhe maior fama, no entanto, como editor da monumental “Enciclopédia” (1751). A obra destinava-se, segundo declarações do próprio editor, a tentar reunir em um só corpo, com a perspectiva do iluminismo, um resumo do saber humano, dandoampla divulgação às teorias políticas, ao progresso industrial e as descobertas científicas. Diderot esperava por esse meio, difundir as idéias de progresso e de reforma. Apesar de repetidas investidas da censura da época a Enciclopédia publicou vários artigos assinalando atrasos políticos na França, e tornou-se um dos maiores meios de difusão das novas idéias do iluminismo.
13 de maio de 2013 (palestra Ranolfo Vieira Junior - Inquérito da Kiss)
20 de maio de 2013
Embora sem a força e a Pujança de seus contemporâneos franceses, observadores do ambiente social do século XVIII, escreveram, em vários outros países, obras destinadas a marcar indelévelmente o espirito moderno.
Em resumo – os filósofos e pensadores do iluminismo dificilmente poderiam prever ou desejar uma revolução, mas suas cáusticas críticas às condições da época e sua insistência na urgência de melhorias sociais foram sem dúvida, fundamentais para a criação de uma mentalidade revolucionária.
As reformas provocadas pela revolução francesa realizaram apenas parcialmente seus sonhos e esperanças, mas o fermento do iluminismo deixou sua marca indelével no mundo ocidental. Implantou-se firmemente entre os povos de todo o mundo o desejo da independência nacional, de um governo constitucional e de liberdade pessoal. As idéias liberais puderam desenvolver-se mais livremente e com poucas restrições principalmente no novo mundo. Pode considerar-se com justiça que a idade da razão fez ressurgir a fé no destino dos homens.
A DOUTRINA DE MAQUIAVEL
Nicolau Maquiavel, nascido em florença em 1469 foi o mais avançado dos escritores da renascença. Sua obra principal, denominada “O Príncipe”, foi publicada em 1531, quatro anos depois de sua morte.
Nessa obra Maquiavel se desliga de todos os valores morais, tradições, princípios éticos, para pregar o oportunismo desenfreado e o cinismo como arte de governar. Analisando friamente as qualidades que devem orientar a ação do “príncipe” aconselha-o a mentir, a praticar toda sorte de crueldade e ao mesmo tempo dissimular e fazer crer que a conduta é virtuosa.
27 de maio de 2013
Segundo Maquiavel, o cuidado maior de um príncipe deve ser o da manutenção do seu estado; os meios que ele utilizar para esse fim serão sempre justificados e terão o louvor de todos, porque o vulgo se deixa impressionar pelas aparencias e pelos efeitos - e o vulgo é que faz o mundo. O “Principe”, diz Maquiavel, deve ser ao mesmo tempo amado e temido, mas, como isso não é sempre possível, é melhor que se faça temido, isto porquê, dos homens em geral se pode dizer que são ingratos, volúveis, falsos, tementes do perigo e ambiciosos de ganho. Enquanto se lhe fazem benefícios são todos fidelíssimos: oferecem seu sangue, seu dinheiro, sua vida, seus filhos, contando que a necessidade esteja longe, mas quando esta chega, então se revoltam. O príncipe que confia na palavra dos homens sem procurar se garantir por outro lado, está perdido: porque as amizades que se conseguem não por grandeza d’alma, mas por dinheiro ou favores, são, embora merecidas, amizades falsas, que não podem ser levadas em conta na hora da adversidade. 
“...acima de tudo deve-se evitar despojar as pessoas dos seus bens, pois o homem esquece mais depressa a morte do seu pai do que a perda do seu dinheiro.”
“... se é preciso ofender alguém, que a ofensa seja de tal forma que não possibilite vingança.”
“... quando um Príncipe está a frente do seu exército, com uma multidão de soldados às suas ordens, então é absolutamente necessário que ele não dê a menor importância a pecha de cruel.”
“... é bom que se saiba que existem dois modos de combater: pela Lei ou pela força; o primeiro é próprio dos homens, o segundo, das feras; mas como sucede que o primeiro muitas vezes não basta, convém recorrer à segunda.”
DIREITO POSITIVO
Os elementos do Direito - Fato, valor e norma - coexistem numa unidade concreta. É mediante normas que o direito pretende obter o equilíbrio social, impedindo a desordem e os delitos, procurando proteger a saúde e a moral pública, resguardando os direitos e as liberdades das pessoas. A tarefa do jurista é interpretar as normas jurídicas, embora deva estudá-las em atenção à realidade social subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, técnico, etc.) e ao valor que confere sentido a esse fato, regulando a ação humana para a construção de uma finalidade. Tem-se um fato econômico que se liga a um valor de garantia para se expressar por meio de uma norma legal que atende as relações que devem existir entre aqueles dois elementos. Portanto o jurista deve ter uma atitude compreensivo-teorética ao estudar as normas postas pelo poder político, cujo valor deve procurar captar e atualizar, em razão do fato que lhe é subjacente, com isso, poder-se-á definir o direito como uma ordenação heterônoma das relações sociais, baseadas numa integração normativa de fatos e valores.
03 de junho de 2013
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
Costuma-se distinguir o Direito objetivo do subjetivo. O direito objetivo é o complexo de normas jurídicas que regem o comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. O Direito subjetivo é a permissão dada por meio da norma jurídica válida,para fazer ou não fazer alguma coisa, para ter ou não ter algo, ou ainda, a autorização para exigir, por meio dos órgãos competentes do poder público ou através dos órgãos (legais) competentes do poder público ou através dos processos legais, em caso de prejuízo causado por violação de norma, o cumprimento da norma infringida ou a reparação do mal sofrido. Por exemplo, são direitos subjetivos as permissões de casar e constituir família, adotar pessoa como filho, ter domicílio inviolável, vender os seus pertences, usar, gozar e dispor da propriedade, alugar uma casa sua, exigir pagamento do que lhe é devido, mover ação para reparar as consequências de ato considerado ilícito. Tais permissões dadas por meio de normas jurídicas podem ser:
a) explícitas, se as normas de direito as mencionam expressamente, por exemplo, o consentimento dado a maior de idade para praticar atos da vida civil (CC, ART. 5º) a permissão aos nubentes, para estipularem, antes da celebração do matrimônio, quanto a seus bens, o que lhes aprouver (CC, ART. 1.639, “caput”); e
b) implícitas, quando as normas não se referem a elas de modo expresso, mas regulam o seu uso, por não proibido ou melhor, serão implícitas as permissões de fazer, de não fazer, de ter e de não ter, o que a norma jurídica não proíbe que se faça ou que não se faça, que se tenha ou não se tenha. Exemplificativamente: a permissão de casar (implícita nos Artigos 1.517 a 1.564 do CC, que embora não a mencionem, dispõem sobre formalidades, capacidade, impedimentos, celebração, provas, nulidades e efeitos jurídicos do matrimônio). Todas essas permissões explícitas ou implícitas, fundam-se no princípio da legalidade (CF/88, ART. 5º, II). 
Infere-se daí que duas são as espécies de direito subjetivo: 
a) comum da existência, que é a permissão de fazer ou não fazer, de não fazer, de ter ou não ter alguma coisa, sem violação de preceito normativo, v.g., o direito de ter um nome, de domicílio, de ir e vir, de casar, de trabalhar, de alienar bens, etc.
10 de junho de 2013 (Confraternização)
17 de junho de 2013
b) o de defender direitos ou de proteger o direito comum da existência, ou seja, a autorização de assegurar o uso do direito subjetivo, de modo que o lesado pela violação da norma está autorizada por ela a resistir contra a ilegalidade, a fazer cessar o ato ilícito, a reclamar reparação pelo dano e a processar criminosos, impondo-lhes pena. Essas autorizações são permissões concedidas pela coletividade, por meio de normas e garantias, que são as normas jurídicas.
O Direito subjetivo é subjetivo porque as permissões com base na norma jurídica e em face dos demais membros da sociedade, são próprias das pessoas que as possuem, podendo ou ser usadas por elas. É comum dizer-se que o direito subjetivo é “facultas agendi”.Porém, as faculdades humanas não são direitos, e sim qualidades próprias do ser humano que independem da norma jurídica para sua existência. Compete à norma jurídica ordenar tais faculdades humanas, logo, o uso destas faculdades é lícito ou ilícito, conforme for permitido ou proibido. Portanto, o direito subjetivo é a permissão para o uso das faculdades humanas. Exemplificando: todos nós podemos ser proprietários, porém esta faculdade não é o direito de propriedade, já que este direito não é mera faculdade de ser proprietário, mas a permissão dada a quem detém a posse de gozar e dispor de seus bens (CC, ART. 1.228). Nenhum dos cônjuges, segundo o ART. 1.647, I e II do Código Civil, pode, sem o consentimento do outro, salvo se o regime de bens for o de separação absoluta, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis, ou pleitar, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos (CPC, ARTs. 10 e 11, § Único) o cônjuge não tem o direito de alienar sem outorga uxória ou marital. O Direito objetivo é sempre um conjunto de normas imposta ao comportamento humano, autorizando o indivíduo a fazer ou não fazer algo. Estando, portanto, fora do homem, indica-lhe o caminho a seguir, prescrevendo medidas repressivas em caso de violação de normas. O Direito subjetivo é sempre a permissão que tem o ser humano de agir conforme o direito objetivo. Um não pode existir sem o outro. O Direito objetivo existe em razão do subjetivo para revelar a permissão de praticar atos. O Direito subjetivo, por sua vez, constitui-se de permissões dadas por meio do direito objetivo.
Direito Público e Direito Privado
A Clássica divisão do Direito em Público e Privado é oriunda do Direito Romano. O Direito Público era aquele concernente ao estado dos negócios Romanos; O Direito Privado, o que disciplinava os interesses particulares. Esse critério da utilidade ou interesse visado pela norma é falho, porque não se pode afirmar, com segurança se o interesse protegido é do estado ou dos indivíduos, pois nenhuma norma atinge apenas o interesse do estado ou da particular. Há uma correlação de modo que a norma jurídica que tiver por finalidade a utilidade do indivíduo visa também a do estado e vice-versa. Há casos em que é nítida a interpretação, digo, interpenetração dos interesses individual e social, como v.g., no direito de família, pois não há tema de índole mais individual do que o casamento; entretanto, não também, assunto de maior relevância para a sociedade do que a estabilidade da família . Hordiernamente, o Direito Público é aquele que regula as relações em que o estado é parte. O Direito Privado é o que disciplina as relações entre particulares, nas quais predomina, de modo imediato, o interesse de ordem privada, como compra e venda, doação, usufruto, casamento, testamento, empréstimo, etc.

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