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201302 Caderno de Aula 2 Penal II

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18 de outubro de 2013
CONCURSO DE PESSOAS
Em regra a forma mais simples de conduta delituosa consiste na intervenção de uma só pessoa por meio de uma conduta positiva negativa. Entretanto, o crime pode ser praticado por duas ou mais pessoas, todas concorrendo para a consecução do resultado. Existem basicamente três teorias, sobre o concurso de pessoas:
a) Teoria pluralista: Segundo a qual existem tantos crimes quanto forem os participantes do fato criminoso, ou seja, a cada participante corresponde uma conduta individual.
b) Teoria Dualista: Segundo a qual o crime praticado pelo autor difere daquele praticado pelo partícipe. Há um crime único para o autor, ou autores, e um crime único para os partícipes.
c) Teoria Unitária: Também chamada de Teoria Monista, ou Teoria Igualitária. Segundo a qual no concurso existe um só crime, em que todos os participantes respondem por ele. Essa foi a teoria adotada pelo nosso código penal, que no art. 29 “caput”, diz: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a ele cominadas, na medida de sua culpabilidade.
CONCURSO NECESSÁRIO E EVENTUAL
Quanto ao numero de pessoas os crimes podem ser classificados em:
a) Monossubjetivos, que podem ser cometidos por um só sujeito.
b) Plurisubjetivos, que exigem pluralidade de agentes para sua prática. Ex.: Rixa (art.137 do CP)
Em face do modo de execução, os crimes plurisubjetivos podem ser classificados em:
A) de condutas PARALELAS, quando há conduta de auxílio mútuo, tendo os agentes a intenção de produzir o mesmo evento. Ex.: Bando ou Quadrilha (art. 288 do CP).
B) de condutas CONVERGENTES, quando as condutas de manifestam na mesma direção e no mesmo plano, mas tendem a encontrar-se com o que constitui a figura típica. Ex.: Bigamia (art. 235 do CP)
c) de condutas CONTRAPOSTAS, quando os agentes cometem condutas contra a pessoa que por sua vez comporta-se da mesma maneira e é também sujeito ativo do delito. Ex.: Rixa (art.137 do CP).
Assim existem duas espécies de concurso:
1) Concurso Necessário, no caso dos crimes Plurisubjetivos;
2) Concurso Eventual, no caso dos crimes Monosubjetivos.
25 de outubro de 2013
FORMAS DE CONCURSO DE AGENTES
a) Coautoria,
b) Participação.
São necessários os seguintes requisitos para que haja o concurso de agentes:
A) Pluralidade de condutas;
B) Relevância causal de cada uma;
C) Liame subjetivo entre os agentes;
D) Identidade de infração para todos os participantes;
Com relação ao liame subjetivo entre os agentes, deve haver, homogeneidade de elemento subjetivo. Somente se admite participação dolosa em crime doloso. Assim, não se admite participação dolosa em crime culposo, nem participação culposa em crime doloso. Nesses casos, cada qual será responsável por sua conduta.
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
Segundo à qual, autor é aquele que tem domínio final sobre o fato, ou seja, é o senhor do fato, nas palavras do penalista alemão Hans Welzel. Esta teoria é dominante na doutrina, tendo além do próprio Welzel, entre seus adeptos Roxin e Wessels. O grande mérito da toria do domínio do fato é conseguir satisfatóriamente a a autoria mediata, que ocorre quando o agente realiza a conduta típica através de outra pessoa.
Merece ser destacado que o Código Penal brasileiro adotou a teoria restritiva da autoria, atrelada à teoria objetivo-formal, distinguindo autor de partícipe. Não obstante, a teoria do domínio do fato vem recebendo a referencia da doutrina e de parcela da jurisprudência pátria, não sendo incomum encontrar seus postulados acolhidos em diversas decisões de nossos tribunais.
08 de novembro de 2013
CONCURSO EM CRIME CULPOSO
Embora possa parecer difícil imaginar uma hipótese concreta, é admitido o concurso de pessoas em crime culposo. Pode-se citar como exemplo, já bastante difundido na doutrina, o do acompanhante que instiga o motorista a empreender velocidade excessiva em seu veículo, atropelando e matando um pedestre. Também o caso dos obreiros que, do alto de um edifício em construção arremessam uma tábua que cai e mata um transeunte.
Entretanto, nas hipóteses de crime culposo somente é admitida a co-autoria em que todos os concorrentes, à vista da previsibilidade da ocorrência do resultado, respondem pelo delito, deixando de observar o dever objetivo de cuidado. Ao não observar o dever de cuidado os concorrentes realizaram o núcleo da conduta típica culposa, daí porque não há de se falar em participação no sentido estrito.
PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS
Todos os participantes do crime responderão igualmente na medida de sua culpabilidade, segundo o disposto no art. 29, “caput”, do Código Penal.
O §1º do art. 29 se refere à “participação de menor importância”, que deve ser entendida como quela secundária, dispensável, que embora tenha contribuído para a realização do tipo penal, não foi imprescíndivel para a prática do crime. Nesse caso o partícipe terá a pena diminuída de um sexto (1/6 = 0,16666) a um terço (1/3 = 0,33333).
O §2º do art.29 trata da chamada “cooperação dolosamente distinta”, onde um dos concorrentes “quis participar de crime menos grave”. Nesse caso, a pena será do crime que idealizou. Se era previsível ao participante o resultado mais grave, a pena que lhe será aplicada consistirá naquela cominada ao crime menos grave que idealizou, aumentada até a metade (1/2 = 0,5).

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