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22. REsp e RExtr

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Recursos Especial e Extraordinário 
Vamos estudá-los em seu conjunto, comparativamente. Eles são meios extra-
ordinários de impugnação, de fundamentação vinculada, porque o STJ e o STF 
não reexaminam todo o julgamento, limitando-se às questões de direito expres-
samente previstas na CF. Valem os arts. 1.029 a 1.041, NCPC! 
Questões de fato são vedadas (Súms. 7 e 279, STJ e STF, respectivamente), e 
não o regime legal das provas (exs.: regras processuais, princípios, prova ilícita 
e sua derivação, atribuição ao acusado, etc); o que não se admite é um “simples” 
reexame. Daí, nada impede a discussão da qualificação jurídica do fato - o juízo 
de tipicidade dado pelo tribunal a quo, valendo, ainda, a incidência ou não da 
norma penal no caso, a interpretação e os limites semânticos do tipo. 
A distinção é tênue, complexa - a prova (questão fática) pode fazer o pano-de-
fundo sem ser, contudo, o objeto da discussão, permitindo o REsp, como na 
hipótese do acidente de trânsito em que se aborda pronúncia por dolo (eventual) 
ante a tese defensiva de culpa - impossível cuidar do recorte de tais conceitos 
jurídicos sem adentrar na prova. 
Ambos os recursos destinam-se a impugnar decisões proferidas em única (nos 
casos de competência originária dos tribunais) ou última instância - ultima ratio 
do sistema recursal - a pressupor sempre o exaurimento das vias recursais or-
dinárias. 
* Cabimento e adequação no REsp. Ver o art. 105, III, CF: 
a) é mais uma questão hermenêutica - conformidade - entre a interpretação e a 
aplicação (contrariedade e negativa de vigência) de tratado ou lei federal do tri-
bunal a quo com a do STJ. Costuma dar-se em relação às formas processuais, a 
atos judiciais afetos às regras procedimentais ou probatórias. Os tratados que 
dispõem sobre direitos humanos não se incluem aqui! 
b) inaplicável no processo penal. 
c) tem-se um tribunal, ao decidir, a divergir de outro quanto à interpretação e 
aplicação ou não de lei federal. Importante observar § 1.º do art. 1.029, NCPC, 
e, além de mencionar, apontar a divergência, transcrevendo e comparando emen-
tas e analisando os núcleos de fundamentação. 
* Cabimento e adequação no RExtr. Ver o art. 102, III, CF (não há menção a tri-
bunais e a interposição deve ser simultânea (art. 1.031, NCPC), se dupla a vio-
lação no Decisum): 
a) a contrariedade deve ser direta e frontal, não reflexa (exs.: má interpretação, 
aplicação, e mesmo a inobservância de norma infraconstitucional - prova ilícita, 
nos arts. 5.º, LVI, CF, e 157, CPP, após 2008). Mas vale, afinal, o que o STF as-
sim o entender (jurisprudência e precedentes). Tratados internacionais de dire-
itos humanos, incluindo a CADH, devem ser aqui abordados, cf. o disposto nos 
§§ 2.º e 3.º do art. 5.º, CF. 
b) atente-se ao art. 97, CF - havendo declaração de inconstitucionalidade em 
seus termos caberá RExtr; fora deles, Reclamação (art. 102, I, l, CF), direta-
mente no STF. 
c) e d) inaplicáveis no processo penal. 
Outros requisitos: 
Tempestividade - ver os arts. 1.030 e 1.031, § 1.º, NCPC. A impugnação pre-
matura como já visto não causa prejuízo algum. 
Preparo - exigíveis as custas, salvo no caso de dispensa (art. 32, CPP), em ação 
penal de iniciativa privada, pena de deserção (já criticamos isso). 
Legitimidade - ambos podem ser interpostos tanto pelo Ministério Público, o 
querelante, o assistente de acusação (no caso dos arts. 584, § 1.º, e 598, CPP), 
quanto pelo próprio réu (via advogado). 
Interesse recursal - o gravame dá-se ex vi legis, isto é, decorre do simples (efeti-
vo ou até presumido) arranhão a tratado, lei federal ou à CF. 
Prequestionamento - o recorrente ventila, suscita a problemática, mas quem pre-
questiona é o tribunal, no acórdão. Daí as situações da arguição pela parte, sem 
análise na decisão, e da violação surgida no próprio acórdão. Cabível a oposição 
de embargos declaratórios, pois, para o esgotamento dos meios ordinários de 
discussão, ou para iniciar tal debate e a decisão correspondente. 
No prequestionamento explícito, a questão é enfrentada claramente; no implíci-
to, acha-se diluída (não expressa) na fundamentação. Este último só é admitido 
no STJ, mas existem exceções. Na prática, melhor embargar, sempre! 
A repercussão geral - eficiente instrumento de filtragem negativa, instituto ainda 
em construção - encontra disciplina nos arts. 102, § 3.°, CF; 1.035, NCPC; e no 
RI, STF. Destina-se a fazer do STF uma efetiva Corte Constitucional, analisando 
questões relevantes para além de subjetividades, e sem que o tenha de reiterar 
frente a impugnações idênticas. Sua formalização deve ser demonstrada em pre-
liminar perante o tribunal a quo, o qual verifica, concorrentemente com o STF, 
sua existência; no entanto, sua análise compete, exclusivamente, a este. 
Quanto aos efeitos, o devolutivo não apresenta dificuldade, mas o suspensivo 
sim, dada a antecipação de pena, olvidado o direito fundamental da ampla defesa 
e do estado de inocência em relação a um mero “efeito recursal”. O remédio é, 
apesar da “novidade”, o HC. Mas o STJ entende ser cabível o § 5.° do art. 1.029, 
NCPC, para tal fim. 
Como visto, tem-se, portanto, nos dois recursos que proceder em conformidade 
com o disposto nos arts. 1.030 a 1.035, NCPC. Da decisão que denega, na 
origem, a subida dos recursos cabem agravos. 
Meros desdobramentos dos recursos constitucionais, tais agravos estão regula-
dos pelo art. 1.042, CPC. Não se faça confusão com o agravo interno (art. 1.021, 
NCPC). O prazo em ambos é de 15 dias. 
Distribuído o agravo, será ele objeto de apreciação do ministro relator, que, em 
decisão monocrática, poderá conhecer ou não dele (se inadmissível por si mes-
mo ou sem ataque apropriado aos fundamentos da decisão agravada), dando-lhe, 
se for o caso, provimento (decisão agravada em confronto com súmula ou ju-
risprudência dominante na Corte), sendo cabível outro agravo (à turma) em 5 
dias, cf. o art. 258, RISTJ, e 317, RISTF. 
Cabem efeitos regressivo e extensivo, 1.040, caput, II, NCPC, e 580, CPP, re-
spectivamente.

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