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1 Resumo de Anatomia Patológica – Segunda Etapa Flávia Marques Sistema Respiratório Pulmões Órgãos com interação entre os meios externo e interno. Local onde ocorre a troca de gases entre o ar inspirado (oxigênio) e o sangue (gás carbônico) Mais comum dar atelectasia no brônquio direito porque ele é mais reto. O esquerdo da quase 90. Pulmão direito: 3 lobos Pulmão esquerdo: 2 lobos Vias aéreas: Brônquios principais direito e esquerdo Principal músculo respiratório = diafragma. Os intercostais e levantador da escápula ajudam o diafragma. Brônquios principais dividem-se em vias aéreas cada vez menores. Brônquios tem cartilagem, os bronquíolos não têm. Traqueia – brônquio principal (direito e esquerdo) – secundário (lobar) – terciário (segmentar) e quaternário (subsegmentar). O quaternário forma os bronquíolos, que vai até o terminal e abre nos respiratórios. Os respiratórios abrem em ductos alveolares que são cheios que sacos alveolares. Lobar: 3 a direita (superior, médio e inferior) e 2 a esquerda (superior e inferior). Ele vai para os lobos. Segmentar: Tem mais de 20, cada um tem um nome. Ele vai para o segmento. Bronquíolos respiratórios, sacos alveolares e alvéolos são os que respiram. São onde acontece a hematose. O ar que chega nos pulmões é previamente condicionado, sendo aquecido, umidificado e esterilizado. A unidade funcional do território de troca gasosa é o ácino pulmonar, que são as vias aéreas e alvéolos ventilados pelos bronquíolos respiratórios 2 Tuberculose Uma das doenças mais antigas que se tem conhecimento e era associada à pobreza. Advento do esquema tríplice (1950) = erradicada nos países industrializados. No Brasil prevalece. Nas últimas décadas, a tuberculose voltou a ter grande interesse no mundo todo por causa de sua estreita associação com AIDS. É uma doença da imunidade. No Brasil, principalmente em imunodeprimidos e alcoólatras. 90 a 95% são assintomáticos e nem sabem que estão infectados porque geralmente nosso sistema imune consegue conter a infecção, fazendo com que o microorganismo fique em estado latente ou dormente. Se o sistema imune fica ruim por algum motivo (como AIDS, alcoolismo, desnutrição, câncer, drogas imunossupressoras, velhice, etc) a bactéria pode ser ativada (ou reativada) e causar a doença. A tuberculose resulta em emagrecimento, febre + suor intenso vespertino, pneumonia de repetição que não melhora com o uso de ATB. Expectoração com escarros sanguíneos: Hemoptoicos (patognomônico quase, só não é porque alguns tumores podem dar isso também). Mycobacterium tuberculosis Precisa de oxigênio para viver (estritamente aeróbio) Tem forma de bastão Parede celular cerosa (waxy) principalmente por causa do ácido micólico. Elas são “acid-fast”, o que significa que ela pode se corar mesmo sendo exposta ao álcool, tornando-a vermelha quando a coloração é com Ziehl-Neelsen Tem a parede celular mais resistente, o que a torna também mais resistente a desinfetantes mais fracos e pode permanecer vivo em superfícies secas. O Mycobacterium tuberculosis possui três componentes básicos em sua parede: Lipídeos: Responsáveis por ativar monócitos e macrófagos e sua posterior transformação em células epitelióides e células gigantes multinucleadas. Proteínas (tuberculoproteína ou tuberculina): Confere sensibilização ao bacilo e contribui para a formação de células epitelióides e células gigantes. É a proteína do bacilo de Koch. Carboidratos: Responsáveis pela reação neutrofilica. O Mycobacterium tem preferência pelo segmento superior do lobo inferior do pulmão direito, mas pode afetar qualquer área de qualquer pulmão. BCG = Vacina da tuberculose. Bacilo normal da tuberculose da pele. Vacina de BCG + imunodeficiência = Doença. Lepra também da BAAR positivo (bacilos vermelhinhos) 3 Transmissão Geralmente por via inalatória, que permite que a bactéria chegue aos pulmões. Nós respiramos todos os tipos de microorganismos o tempo todo, mas temos defesas que cuida da maioria. A tuberculose pode evitar o muco e conseguir chegar as vias aéreas inferiores, onde possuímos macrófagos que vão fagocitar a bactéria, formando um fagossomo. O macrófago junta o fagossomo com o lisossomo, que tem enzimas hidrolíticas que podem matar qualquer molécula. Só que a tuberculose, uma vez dentro do fagossomo, produz uma proteína que inibe a fusão do fagossomo com o lisossomo, o que permite que a bactéria sobreviva e se prolifere, causando uma infecção localizada. E aí a pessoa desenvolve tuberculose primária. Tuberculose Primária (ou Primo-infecção) Acontece em indivíduos que não tiveram contato com o M. tuberculosis (tanto em doença como vacina) Mais comum em crianças, mas pode acometer adultos ou idosos que se mudam da área rural para as cidades, onde há maior risco de contágio. Geralmente é assintomática, e quando tem sintomas, são sintomas tipo gripe. Primeiro contato do bacilo com o indivíduo determina reações: Exsudativa (nódulo exsudativo no pulmão) Produtiva (granuloma duro) Produtivo-caseosa (granuloma com necrose caseosa) Cicatrizante (nódulo calcificado) – Tuberculoma 1. Reação Exsudativa Bacilo inalado chega aos alvéolos Os macrófagos alveolares e neutrófilos são atraídos pela fração de carboidrato do bacilo (1ª linha de defesa do indivíduo). Liberação de substancias oxidantes, hidroxilases e elastases pelos neutrófilos Foco de alveolite aguda exsudativa com necrose dos alvéolos Exsudação (vazamento de fibrinogênio do sangue que vira fibrina) de fibrina, neutrófilos degenerados e grande número de bacilos viáveis (forma anérgica). Enfim, o neutrófilo e o macrófago fagocitam o bacilo, ele não o matou, apenas criou uma reação inflamatória no pulmão. 4 2. Reação Produtiva Quando a resposta exsudativa não é suficiente para conter o avanço do bacilo, é adicionada a segunda linha de defesa Os bacilos viáveis serão fagocitados pelos macrófagos alveolares A fração lipídica e a tuberculoproteína do bacilo se combinam aos receptores dos macrófagos Os macrófagos se tornam ativados e podem apresentar antígenos ao tecido linfoide associado aos brônquios. Os macrófagos ativados voltam para o alvéolo e se acumulam ao redor dos bacilos Macrófagos se transformam em células epitelióides. O macrófago já contou pro linfócito TDC4 que tem proteínas e lipídeos que não são próprios. O T4 analisa a proteína e o lipídeo, parte no meio (vai realizando mitose) e vai gerando células clone. Clones das células T ativadas pelos antígenos do bacilo migram do linfonodo e chegam aos alvéolos As células T formam um manguito periférico ao redor das células epitelióides Quando a função fagocítica acaba, as células epitelióides se aglomeram e originam células gigantes multinucleadas. Essa reação constitui um granuloma, que é uma barreira para impedir que os antígenos se disseminem. Microscopia: Granuloma com células gigantes e escassa necrose caseosa central 3. Reação Produtivo-caseosa As células epitelióides e os clones das células T específicas causam morte dos bacilos no granuloma. Dependendo do número de bacilos e do grau de hipersensibilidade do hospedeiro, surge necrose caseosa no centro do granuloma Quanto mais bacilos e mais hipersensibilidade, maior a extensão da necrose nos granulomas Microscopia: Granuloma com células gigantes e necrose caseosa central. 4. Reação de Cicatrização Morte dos bacilos e controleda multiplicação bacteriana O granuloma segue o curso natural de reparação, que é a colagenização induzida pelo fator de crescimento de fibroblastos secretados pelos macrófagos. A lesão entra em processo de cicatrização, hialinização e calcificação. Os granulomas formam-se preferencialmente nas regiões inferiores do lobo superior ou nas superiores do lobo inferior. 5 O conjunto de granulomas formados recebe o nome de nódulo de Ghon. A partir do nódulo de Ghon, os bacilos alcançam o sistema linfático pulmonar e os linfonodos hilares, onde determinam o mesmo tipo de reação inflamatória, constituindo linfangite e linfadenite granulomatosas. Conjunto de nódulos de Ghon, linfangite e linfadenite = Complexo primário ou complexo de Ghon (nódulo + linfonodo calcificado). Complexo primários – Dois sentidos Cura: Ocorre na maioria dos casos e se dá pela eliminação do MO e pelo processo reparativo de cicatrização e calcificação das lesões, deixando apenas uma pequena sequela nos pulmões (carocinho). Tuberculose: Evolução para a doença quando não ocorre a cura. Por incapacidade das defesas do hospedeiro, os bacilos persistem e se multiplicam, dando origem à tuberculose. Tuberculose linfonoidal, macroscopia: Linfonodos hilares aumentados de volume e com necrose caseosa. Tuberculose progressiva da infância Como a primoinfecção tuberculosa ocorre geralmente na infância, a criança acometida pode sofrer progressão do complexo primário sob duas formas principais: 1. Pneumonia caseosa Disseminação dos bacilos para os alvéolos adjacentes através dos poros de Khon, resultando na expansão das lesões exsudativas e dos granulomas. Forma-se uma pneumonia alveolar com distribuição uniforme das lesões nos lóbulos pulmonares. 2. Tuberculose miliar Expansão das lesões destrutivas Bacilos podem penetrar nos vasos sanguíneos e serem levados a outros pontos no próprio parênquima pulmonar e para outros órgãos. Forma-se um grande número de pequenos nódulos inflamatórios nos locais atingidos, constituindo a tuberculose miliar. Macroscopia: Múltiplos micronódulos distribuídos difusamente no parênquima pulmonar Microscopia: Parênquima pulmonar exibindo múltiplos aglomerados de granulomas, distribuídos difusamente. 6 Tuberculose secundária Mais comum em adultos Ocorre no indivíduo que teve anteriormente a primoinfecção Em alguns casos, apesar de haver uma cicatriz, a micobactéria é morta pelo sistema imune. Mas em outros casos, mesmo ela sendo cercada por células imunes, as bactérias continuam viáveis, ou seja, ainda vivas, porém dormentes. Durante a disseminação dos bacilos, muito se retiram a um estado dormente e metabolicamente inerte, localizando-se nos locais mais aerados dos pulmões, como os ápices. Na vida adulta, qualquer coisa que resulte na queda da imunidade, os bacilos dormentes voltam a se multiplicar e dão origem a novos granulomas e novas lesões. Já que a pessoa já havia sido exposta antes, as células T rapidamente liberam citocinas que tentam controlar outro surto, que vai resultar em formação de outras áreas de necrose caseosa, que dessa vez, tende formar cavitações. As cavitações podem permitir que as bactérias se disseminem pelas vias aéreas e canais linfáticos para outras partes do pulmão resultando em broncopneumonia. Ela também pode se espalhar através do sistema vascular, indo para todo o corpo, e é chamada de tuberculose miliária. Outras vezes, quem já teve a primoinfecção curada bacteriologicamente sofre uma nova infecção pelo bacilo. A tuberculose secundária é conhecida como tuberculose de reinfecção ou tuberculose do adulto, e pode ser endógena ou exógena. As lesões da tuberculose secundária apresentam-se sob 3 formas macroscópicas 1. Tuberculose apical fibrocaseosa Reativação dos bacilos que vão dar origem a granulomas produtivos, produtivo-caseosos e nódulos fibrocalcificados, em decorrência de surtos repetidos de ativação Formação de granulomas e neoformação conjuntiva dos mesmos. Nesses casos, são frequentes extensas lesões fibrocaseosa nos ápices pulmonares. 1.1 Tuberculose apical cavernosa Quando se forma extensa necrose nos locais atingidos, o material necrótico se liquefaz e é drenado por um brônquio, dando origem a grandes cavitações macroscópicas conhecidas como cavernas tuberculosas. Quando há destruição de vasos sanguíneos, surge hemoptise. O ápice do lobo superior mostra cavidades tuberculosas circundadas por tecido fibrosos, além de pequenos nódulos. 7 2. Tuberculose ácino-nodosa A partir da lesão apical ou reativação, pode haver disseminação do bacilo, cujas lesões acompanham a histoarquitetura pulmonar. Liquefação da necrose caseosa e sua eliminação através dos brônquios por ação dos movimentos respiratórios levam ao aparecimento de lesões axiais peribrônquicas, que caracteristicamente assumem a forma ácino-nodosa, comprometendo ácinos pulmonares inteiros. Se as lesões atingem a pleura, forma-se pleurite tuberculosa, com derrame pleural. 3. Tuberculose miliar A penetração dos bacilos nos vasos pulmonares leva ao implante do agente em outras áreas do pulmão e em outros órgãos, formando as lesões miliares. Outras vezes, há disseminação hematogênica resulta na tuberculose de órgãos isolados Rins, ossos, meninges e suprarrenais Tuberculose Pulmonar A tuberculose pode simular praticamente qualquer penumopatia, desde infecções a tumores Ela deve fazer parte do diagnóstico diferencial de praticamente toda doença pulmonar. Diagnóstico PPD (purified protein derivative) intradérmico. A tuberculina é aplicada entre as camadas da derme, e se a pessoa já foi exposta a TB antes, o sistema imune vai reagir e produzir uma reação localizada e pequena entre 48 e 72 horas. Se a reação causar uma área grande o suficiente de endurecimento (e não apenas uma vermelhidão), é considerado positivo. PPD positivo = Quer dizer que em algum momento da vida a pessoa foi exposta a TB. Não fala se é uma infecção ativa, inativa ou se foi por causa da BCG. Outro teste alternativo é o interferon gamma release assay (IGRA), que procura evidência no sangue de exposição prévia às proteínas tuberculosas. Esse teste é mais específico para tuberculose do que para outras infecções causadas por micobactérias e é pouco comum que dê positivo por causa da BCG. BAAR: Pesquisa os Bacilos Álcool-Ácidos Resistentes em esfregaços de amostras preparados e corados com metodologia de Ziehl-Neelsen. Segundo as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, deve ser coletado duas amostras de escarro de cada paciente, aumentando as chances de obter um resultado positivo. Qualquer pessoa com resultado positivo em qualquer um dos testes geralmente deve fazer um raio-x do tórax. Em pacientes com febre, suor noturno, perda de peso, hemoptise é importante coletar escarro ou lavagem broncoalveolar para fazer um PCR, cultura e tal para procurar evidência de infecção por tuberculose. 8 CIRCULAÇÃO PULMONAR Débito: O pulmão contém o único leito capilar através do qual passam 100% do sangue venoso a cada circulação Pressão arterial pulmonar em repouso: 10 a 15mmHg Endotélio metabolicamente ativo e com junções resistentes à abertura por mediadores inflamatórios. Distúrbios vasculares e circulatórios pulmonares Embolia pulmonar Infarto pulmonar Hipertensão pulmonar Edema pulmonar Embolia Pulmonar Conceito: Impactação de partículas sólidas, liquidas ou gasosasdentro do leito vascular pulmonar. Evento freqafouente, muitas vezes não diagnosticado clinicamente. 90% dos êmbolos pulmonares é resultante de tromboses venosas 95% veias dos membros inferiores 10% das mortes agudas em hospitais “Cor pulmonale’’- insuficiência aguda do lado direito do coração. Ocorre em obesidade - cirurgia - câncer – varizes Infarto por alteração circulatória prévia é: Hemorrágico: lobo inferior. Aspecto piramidal Evolui para cicatriz ou abscesso. Origem do Trombo: Veias profundas dos MMII: ilíacas, femoral, femoral profunda, poplítea, etc. Coração direito: Válvulas cardíacas, endocardite Cateteres venosos centrais Imobilização prolongada Hipercoagulabilidade (neoplasias malignas), poliglobulia 9 Trombos são junções de hemácias com plaquetas e fibrinas. Trombos são causados por fluxo sanguíneo anormal (ausência de fluxo sanguíneo), hipercoagulabilidade e parede venosa alterada. Depois que o trombo é formado ele tem 5 caminhos: 1. Podem desaparecer sozinhos 2. Propagação 3. Formação de êmbolo 4. Recanalização, mudando sua estrutura, criando buracos 5. Organização (o trombo vai pra dentro da parede da veia) O trombo viaja e vai para a veia cava, alcançando o ventrículo direito e pode ir para o tronco pulmonar e pode ir para as artérias pulmonares, obstruindo um dos ramos da artéria pulmonar. Fisiopatologia 1. Aumento da pressão vascular pulmonar 2. Fluxo retrógado para o lado direito do coração 3. Aumento da pressão ventricular direita 4. Dilatação do ventrículo 5. Insuficiência cardíaca direita 6. Diminuição do volume sistólico, débito cardíaco e pressão arterial. O que quer que aconteça do lado direito do coração vai acabar afetando o lado esquerdo, então vai ter 1. Diminuição do débito cardíaco 2. Receptores vão detectar isso e receptores vão avisar isso ao sistema simpático 3. Taquicardia e vasoconstrição para tentar aumenta PA. Não funciona. Nos pulmões: 1. O embolo vai causar inflamação e troca de gases anormal. 2. A inflamação resulta em citocinas que levam a broncoconstrição 3. Diminui o oxigênio entrando (causa hipóxia) 4. Essa diminuição de oxigênio vai causa hiperventilação 5. Hipocapnia (diminuição de CO2) 6. Alcalose respiratória. 10 Fatores de risco Cirurgia (principalmente abdominal e ortopédicas) Gravidez Problemas cardiorrespiratórios: DPOC e insuficiência cardíaca congestiva Problemas nos MMII: Veias varicosas e fraturas Doenças malignas Velhice Imobilização Principais repercussões A embolia pulmonar entope os capilares alveolares então não tem oxigenação do sangue. • Morte súbita por hipóxia aguda: obstrução de grandes ramos da artéria pulmonar ou embolia maciça • Comprometimento hemodinâmico: devido a obstrução embólica há maior resistência do fluxo sanguíneo pulmonar. Esse pode levar a hipertensão pulmonar e ICD. • Infarto pulmonar • Comprometimento respiratório: o segmento é ventilado, mas não é perfundido. • Hipertensão pulmonar: episódios repetidos de embolia • Alterações subclínicas • Após 1º embolo: 30% de chances para o 2º • Morte súbita por falência aguda do ventrículo direito (cor pulmonale agudo) Repercussão e evolução: Dependem de fatores do indivíduo, das características do êmbolo, da terapêutica instituída (anticoagulação) e controle da doença de base. Prevenção: Deambulação precoce, meias elásticas, fisioterapia e anticoagulantes. Sintomas Dispneia, tosse e dor torácica Hipotensão arterial Derrame pleural Taquicardia Sinais de TVP (pernas inchadas e dor nas pernas) 11 Infarto Pulmonar Conceito: Necrose isquêmica do parênquima pulmonar. Classicamente hemorrágico (dupla circulação pulmonar: artérias brônquicas e pulmonares) Morfologia Forma de cone ou cunha Base voltada para a pleura Ápice voltado para o vaso obstruído Necrose do parênquima Estruturas fantasmas de alvéolos, bronquíolos e vasos (imagens alveolares na pleura após necrose das estruturas). Localização: Lobos inferiores, 50% são múltiplos Infarto séptico Mais grave O êmbolo é bacteriano Pode evoluir para abcesso pulmonar Pelo fato de os pulmões serem muito vascularizados as chances de ocorrer septicemia são grandes; Coagulação intravascular disseminada (Cid ou CIVD): Sangue coagula dentro das artérias Êmbolo em sela: Apoiado na bifurcação do tronco pulmonar e invadindo as duas artérias. 12 Hipertensão Pulmonar Conceito: Pressão arterial pulmonar acima de 25mmHg em repouso e 30mmHg no exercício Hipertensão pulmonar grave: > 40mmHg. Significa que há aumento da resistência na área de circulação, no caso, nos pulmões. Causas Doenças pulmonares obstrutivas ou intersticiais: há hipóxia, destruição do parênquima pulmonar deixando poucos capilares alveolares, causando aumento da resistência pulmonar arterial, elevando a pressão. Cardiopatia congênita/adquirida: Ocorre devido a uma estenose mitral. Trombo-embolia recorrente: a obstrução de uma área leva ao aumento da resistência vascular pulmonar. Distúrbios autoimunes: envolvem a vasculatura pulmonar, levando a inflamação, fibrose da intima, hipertrofia medial e hipertensão pulmonar. Idiopática (primária) - é rara. Insuficiência respiratória progressiva e hipertrofia ventricular direita. 1. Hipertensão pulmonar arteriolar ou primária: É idiopática, mais comum em mulheres jovens e não há uma razão para a pressão da artéria pulmonar estar aumentada As formas secundárias têm a ver com doenças vasculares do colágeno, HIV, hipertensão portal, esquistossomoses, anemia hemolítica, doença pulmonar obstrutiva. 2. Causada por insuficiência cardíaca esquerda. 3. Relacionada a doenças pulmonares (DPOC, fibrose pulmonar) que geralmente causam hipoxemia. 4. Causadas por embolia pulmonar Patogenia – Disfunção Endotelial Lesão endotelial = liberação de fatores para vasoconstrição + adesão e ativação de plaquetas + depósitos de fibrina. Liberação de fatores de crescimento com aumento da musculatura e colágeno. 13 Morfologia Grande vasos aterosclerose Pequenos vasos hiperplasia e hipertrofia da média + fibrose da íntima Redução da luz Evolução clínica “Cor pulmonale” crônico( diminuição do funcionamento da câmaras cardíacas direita por doença pulmonar. Sintomas Dificuldade para respirar Intolerância ao exercício físico Formação de tecido cicatricial e tosse Hipertrofia do ventrículo direito Insuficiência cardíaca direita Edema de membros inferiores Tonteira Desmaios 14 Edema Pulmonar Conceito: Acumulo de fluidos no interstício pulmonar em consequência do desequilíbrio dos mecanismos de absorção e drenagem linfática de fluidos (do liquido do interstício). O mecanismo hemodinâmico é a principal causa e ocorre por aumento da pressão hidrostática. O capilar não consegue jogar mais líquido no interstício, então joga no alvéolo. Classificação patogênica 1. Cardiogênico ou hidrostático 2. Aumento da permeabilidade da barreira alvéolo-capilar 3. Diminuição da pressão intersticial pulmonar (colapso alveolar, prematuridade) 4. Neurogênico (rápido aumento da PIC, descarga adrenérgica,com aumento abrupto da pressão nos capilares). 1. Cardiogênico Razão do edema pulmonar é disfunção do lado esquerdo do coração, que leva ao aumento da pressão hidrostática capilar pulmonar. Paciente com insuficiência cardíaca esquerda: Pressão no VE e AE vai aumentar Aumento da pressão nas veias pulmonares Aumento da pressão hidrostática dos capilares pulmonares. A pressão capilar hidrostática aumentada força o fluido para o interstício, e depois para os alvéolos. Aumento agudo ou crônico da pressão hidrostática dos capilares pulmonares Desequilíbrio entre o débito cardíaco VD e a capacidade de propulsão do VE (ex: ICC, estenose mitral, IAM com falência do VE) Fatores: Quantidade de fluido extravasado e capacidade de adaptação dos linfáticos. Presença de hemossiderina é patognomônico de edema pulmonar cardiogênico. 2. Não cardiogênico Causado por dano no epitélio alveolar ou no endotélio capilar. Aumento da permeabilidade da BAC (barreira alvéolo-capilar). Exógenas: Aspirações, inalar substancias nocivas e trauma. Cada umas dessas causa dano direito ao epitélio alveolar, levando a entrada de fluido do alvéolo. Endógenos: Pneumonia e sepse. A sepse causa dano ao capilar alveolar, os neutrófilos vazam para o interstício, que causam danos a membrana alveolar. 15 Edema grave com extravasamento de componentes do plasma para a luz alveolar e fibrose intersticial de instalação rápida, potencialmente fatal. Muito comum na sepsemia Dano alveolar difuso Síndrome da angustia respiratória aguda Principais causadores Inalação de gases Aspiração de líquidos (refluxo) Por lesão microvascular (aumento da permeabilidade) Septicemia Leptospirose Ventilação mecânica (com altos picos de pressão positiva ou altas frações inspiradas de O2) Politraumatismo Afogamento Circulação extracorpórea Pancreatite aguda Agentes físico-químicos * Lesão direta do endotélio ou dos pneumócitos; lesão indireta por estímulos inflamatórios ou diminuição da atividade anti-inflamatória. Morfologia Pulmão fica pesado e úmido Ocorre inicialmente nos lobos inferiores Congestão dos capilares e liquido interalveolar Há micro hemorragias alveolares- hemossiderinose “Endurecimento castanho” é devido à presença de macrófagos com hemossiderina e fibrose e espessamento da parede alveolar. Não cardiogênico (fase exsudativa): 4 a 7 dias – pulmões pesados, de consistência borrachosa, com diminuição da aeração e coloração vinhosa. Membranas hialinas (exsudato proteico revestindo internamente as paredes alveolares), espessamento dos septos alveolares. Não cardiogênico (fase proliferativa): Fim da primária semana, pulmão mais pesado, coloração vermelho- acinzentada, consistência mais firme, áreas de oclusão/dilatação dos espaços aéreos. Organização do exsudato por fibrose. 16 Carcinoma Broncopulmonar Importante problema de saúde publica Causa mais comum de morte por câncer em homens nos EUA Pico entre 55 e 65 anos Vários tipos histológicos A frequência de cada tipo histológico varia de país para país Carcinoma Broncogênico - Causas Gênese: Interação de fatores ambientais com alterações genômicas múltiplas. Fumo: Principal fator (exposição a asbesto e radicais livres) Responsável por 80% dos casos em homens e 75% dos casos em mulher Relação com a carga diária de fumo, duração do hábito e tendência a inalar Cessação do fumo reduz o risco de ter câncer de pulmão Causa alterações no epitélio respiratório Radiação ionizante, bombas, minas, acidentes Asbesto, níquel, cromatos Carvão, gás mostarda Arsênico, berílio, fero Poluição do ar, fumantes passivos Evolução clínica Muito semelhante a tuberculose. Emagrecimento Tosse com escarro sanguíneo (hemoptoico = escarro comsangue) Dor torácica Dispnéia É insidioso (crescimento lento e progressivo) Diagnóstico precoce é muito importante O prognóstico é sombrio Índices de sobrevivência são baixos. Principais Classificações Carcinoma de células escamosas (muito comum em vários órgãos) Adenocarcinoma Carcinoma de pequenas células Carcinoma de grandes células 17 Carcinoma de células escamosas Células escamosas: tecido epitelial de revestimento. Tipo mais frequente de câncer do pulmão Mais comum em homens Localização mais central, costuma ter que tirar o pulmão todo (ele fica no brônquio, na raiz do pulmão) Associado diretamente ao tabagismo (inclusive a fumante passivo, mas menos comum). Melhor prognóstico Crescimento mais lento, com metástases para linfonodos regionais Disseminação hematogênica tardia Microscopia: Proliferação de células escamosas (epiteliais) com mitoses atípicas, formando massas ou ninhos infiltrados na cartilagem, no parênquima pulmonar e nos linfonodos. Podem ser bem diferenciado, moderado ou pouco diferenciado. Macroscopia: Tumor de tamanho e forma variável. Pode exibir áreas de necrose e hemorragia ou ser de coloração firme e branca. Adenocarcinoma Mais frequente em mulheres Menos associação ao tabagismo Localiza-se na periferia dos pulmões Origina-se nas vias aéreas periféricas (é um câncer mais periférico, é de glândula, não precisa tirar o pulmão todo) Microscopia: Proliferação de células atípicas formando estruturas glandulares ou papilares. Macroscopia: Tumor de aspecto homogêneo, brilhante e sólido. 18 Infecções respiratórias Infecções do aparelho respiratório: mais frequentes que de qualquer outro sistema. Acometem mais trato respiratório superior Vários agentes etiológicos envolvidos: entretanto predominam infecções por bactérias. Quando infeccioso desenvolve-se pela falência dos mecanismos de defesa pulmonar. Infecções respiratórias - PNEUMONIA Infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica variável Vários agentes etiológicos evolvidos: entretanto, predominam infecções por bactérias A doença depende da patogenicidade do microorganismo x sistema imune do paciente = vários quadros clínicos (relação hospedeiro x agente etiológico). Os bronquíolos respiratórios são preenchidos por exsudato inflamatório: consequência é alteração na função de troca gasosa. Infecções respiratórias – BRONCOPNEUMONIA OU PNEUMONIA LOBULAR Doença comum em crianças e idosos. É em qualquer pedacinho do pulmão Apresenta-se como focos múltiplos de inflamação, que acometem lóbulos pulmonares, o que caracteriza a disseminação do agente. Podem acometer os dois pulmões os vários lobos de um mesmo pulmão. Microscopia: Exsudato inflamatório na luz dos alvéolos e brônquios (pus dentro dos alvéolos), acompanhado de edema e destruição da parede dessas estruturas 19 Infecções respiratórias – PNEUMONIA LOBAR Disseminação mais uniforme nos lobos acometidos. Aspecto mais uniforme. 90 a 95% têm como agente etiológico pneumococos Observa-se exsudação mais extensa com disseminação rápida do patógeno Vias aéreas maiores e as estruturas dos septos alveolares estão preservadas. Fases: 1. Congestão: Septos alveolares congestos e com edema, há poucos neutrófilos e várias bactérias na luz alveolar. 2. Hepatização vermelha: Alvéolos com exsudato inflamatório, fibrina, bactérias. Coloração vinhosa, consistência aumentada semelhante ao fígado. 3. Hepatização cinzenta:Reduz a congestão, o edema e o número de bactérias. Aumento de leucócitos e fibrina. 4. Resolutiva: Ocorre a lise do exsudato intra-alveolar, com reabsorção dos restos celulares. Reinicia a penetração de ar nos alvéolos. Macroscopia: Lobo acometido apresenta aspecto consolidado e homogêneo. Há substituição do ar dos alvéolos e sacos alveolares por exsudato inflamatório (pus) Infecções respiratórias – PNEUMONIA INTERSTICIAL Agentes etiológicos: Vírus Reação inflamatória que afeta sobretudo o interstício pulmonar Septos interalveolares alargados e edematosos, geralmente apresentam infiltrado inflamatório mononuclear. Acometimento pulmonar pode ser difuso ou zonal, por vezes, bilateral. Não se observa consolidação de lobos pulmonares e a pleura, na maioria das vezes, é lisa.
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