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Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Introdução ao pulmão ● O pulmão é um órgão essencial à vida, que realiza as funções de ventilação e hematose, permitindo a troca e difusão de oxigênio e gás carbônico em prol da homeostasia orgânica. Ana����a d� S���em� ���pi���óri� ● Os pulmões humanos são órgãos esponjosos sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. ● O mediastino promove a separação entre o pulmão direito e o esquerdo. ● Segmentação: ➢ Pulmão direito: 3 lobos e 2 fissuras → lobo superior direito é separado pela fissura horizontal do lobo médio e a fissura oblíqua separa o lobo médio do lobo inferior. ➢ Pulmão esquerdo: 2 lobos que são separados pela fissura oblíqua esquerda. O pulmão esquerdo não possui lobo médio. ● A traquéia, na região da carina, se bifurca em brônquio principal direito e brônquio principal esquerdo. ➢ O brônquio direito é mais vertical e mais longo que o esquerdo → quando há inalação de corpos estranhos fica alojado no brônquio direito em função de ser mais vertical. ● Os brônquios principais se dividem em brônquios lobares (secundários) → brônquios segmentares (terciários) → chegando aos segmentos broncopulmonares → bronquíolos condutores → bronquíolos terminais → bronquíolos respiratórios → ductos alveolares → sacos alveolares → alvéolos ➢ Os bronquíolos diferem dos brônquios por não possuírem glândulas em suas paredes. Além disso, seu revestimento epitelial não é tão espesso quanto aquele dos brônquios. Nos ramos maiores é colunar ciliado e nos ramos finais é de tipo não ciliado e cubóide alto. ● Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares. Os alvéolos são delimitados por delgadas paredes alveolares também denominados septos interalveolares → São nos alvéolos que ocorrem as trocas gasosas. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Vas����ri��ção � C�r�u��ção ● A vascularização pulmonar e pleural é realizada pela artéria brônquica. ➢ Pulmão direito é irrigado pela artéria brônquica direita. ➢ Pulmão esquerdo é irrigado pela artéria brônquica esquerda. ● Parte da drenagem venosa é realizada pelas veias bronquiais e o restante pelas veias pulmonares. ● A circulação pulmonar é a interação entre o coração e o pulmão. ● Tronco pulmonar (sai do coração) → Aa.pulmonar direita e esquerda (leva sangue venoso ao pulmão) ● O sangue arterial retorna ao coração através das veias pulmonares ● Obs: Importante lembrar que a circulação pulmonar ocorre de forma inversa ao comum → as artérias carregam sangue venoso e as veias carregam sangue arterial. ● A circulação pulmonar tem baixa pressão, alta capacidade e baixa resistência em comparação a circulação sistêmica. As artérias pulmonares têm paredes mais finas e lúmen maior. ● O sistema linfático pulmonar desempenha papel importante na homeostase → drenando excesso de líquido retido no interstício pulmonar preservando a superfície de trocas gasosas representado pela barreira alvéolo-capilar Com����n�e� d�� ��véol�� ● A membrana basal e o tecido intersticial adjacente, que separam as células endoteliais das células epiteliais do revestimento alveolar. ● Epitélio alveolar, uma camada contínua com dois tipos de células: ● Pneumócitos tipo I: achatados como placas, que revestem 95% da superfície alveolar, ● Pneumócitos tipo II: arredondados e sintetizam o surfactante (responsável por diminuir a tensão superficial) e estão envolvidas no reparo do epitélio alveolar por meio de sua capacidade de originar células tipo macrófagos alveolares Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi His����gi� �� �ul�ão ● Com exceção das cordas vocais, toda a árvore respiratória é revestida por Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes. ● Célula neuroendócrina → intimamente relacionada com terminações nervosas → função sensitiva e secretora. Capaz de responder estímulos como hipóxia, variações de temperatura e modificações de osmolaridade. Atuam predominantemente de forma parácrina. Anomalias congênitas ● Hipoplasia pulmonar → desenvolvimento defeituoso dos dois pulmões, resultando em diminuição do peso, volume e número de ácinos. É causada por anomalias que comprimem o pulmão ou impedem sua expansão, ex.: hérnia diafragmática congênita e oligoidrâmnio. ● Cistos do intestino anterior → separação anormal do intestino anterior primitivo e, na maioria das vezes, estão localizados no hilo ou no mediastino médio. Se manifestam devido à compressão de estruturas próximas ou são encontrados incidentalmente.Dependendo da estrutura da parede, esses cistos são classificados como broncogênicos (mais comuns), esofágicos ou entéricos ● Sequestro pulmonar → se refere a uma área distinta do tecido pulmonar que não tem qualquer conexão com o sistema aéreo (“ectopia”) e tem um suprimento anormal de sangue que vem da aorta e seus ramos. ● Sequestro intralobar (75%) → acontecem dentro dos pulmões. Geralmente, eles se apresentam em crianças mais velhas, frequentemente devido a infecções ou bronquiectasias localizadas recorrentes ● Sequestro extralobar → é externo ao pulmão e é percebido mais comumente em crianças pequenas como lesões com efeito de massa. ● Agenesia pulmonar → é uma anomalia congênita rara. Ausência completa do parênquima pulmonar dos brônquios e vasos pulmonares. Pode ser unilateral (compatível com a vida) ou bilateral (não compatível com a vida). ● Síndrome da angústia respiratória do recém-nascido → distúrbio decorrente da produção insuficiente do surfactante pulmonar → o surfactante reduz a tensão superficial dos alvéolos e permite que os sacos alveolares não colabem, permaneçam com ar. Quanto mais prematuro o recém-nascido, menor a quantidade de surfactante e maior a chance da síndrome ● Membrana hialina formada impede a troca gasosa. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi ● Displasia broncopulmonar → Acomete em geral os recém-nascidos prematuros submetidos a oxigenoterapia e a ventilação mecânica. Multifatorial. ● Patogenia: O tecido delicado dos pulmões pode ser danificado quando os alvéolos são demasiadamente distendidos pelo ventilador ou pela pressão administrada pela CPAP ou quando são expostos a concentrações elevadas de oxigênio por algum tempo. Como resultado, os pulmões podem ficar inflamados e pode haver o acúmulo de líquido adicional neles. Os bebês afetados podem não desenvolver o número normal de alvéolos. ● Deve ser considerado em qualquer neonato que permaneça dependente de oxigênio em concentrações acima de 21% no período maior ou igual a 28 dias. ● Principal característica histológica da DBP → interrupção do desenvolvimento acinar ● Síndrome da aspiração meconial → A aspiração de mecônio intraparto pode causar pneumonite inflamatória e obstrução brônquica mecânica, produzindo uma síndrome de angústia respiratória. O quadro inclui taquipneia, roncos e sibilos e cianose ou dessaturação. Suspeita-se do diagnóstico diante de insuficiência respiratória após o parto e de líquido amniótico meconial, o qual é confirmado pela radiografia de tórax. ● Histologicamente, há partículas de mecônio → gera processo inflamatório intenso que impede a troca gasosa adequada. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Atelectasia (Colapso) ● Refere-se à expansão incompleta dos pulmões (atelectasia neonatal) ou ao colapso do pulmão previamente inflado, produzindo áreas de parênquima pulmonar relativamente sem ar. Pode ser aguda ou crônica. ● Atelectasia primária → pulmão desinflado em consequência da formação insuficiente de surfactante, condição relacionada ao nascimento prematuro. ● Atelectasia secundária → provocada por obstrução das vias aéreas, compressão ou aumento da retração do espaço do pulmão. ● Radiologia: Aumento da densidade focal do pulmão. No colapso do lobo inferior → elevação do diafragma, deslocação homolateral da traqueia. Hiperinsuflação do pulmão normal. ● Dependendo de quantos alvéolos são afetados, a sensação de falta de arpode ser mais ou menos intensa. ● Causas adquiridas: ➢ Por reabsorção ou obstrução: excesso de secreção/exsudato → obstrução completa de uma via aérea ➢ Por compressão: cavidade pleural preenchida por líquido, massa ou ar. Patologia de base vai levar a compressão do tórax. ➢ Por contração: alterações fibróticas no pulmão ou na pleura → expansão incompleta. Resposta inflamatória severa → leva à formação de tecido fibroso que vai limitar a expansibilidade alveolar e diminuir o volume pulmonar. A atelectasia por contração é irreversível. Sinais e sintomas ● Tipicamente assintomática ● Pode causar dispneia intensa, taquipnéia, e hipoxemia no paciente (dependendo da gravidade) ● Pós-operatório pode gerar um processo de atelectasia por hiperventilação. Edema pulmonar ● O edema pulmonar é um vazamento do fluido intersticial em excesso que se acumula nos espaços alveolares e pode resultar de perturbações hemodinâmicas ou de aumentos diretos da permeabilidade dos capilares, como resultado de lesão microvascular Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Ede�� P��mo��� H�mo���âmi�� ● Ocorre em razão do aumento da pressão hidrostática, como ocorre mais comumente na insuficiência cardíaca congestiva esquerda e pode ocorrer na obstrução da veia pulmonar. ● Pode ocorrer por diminuição da pressão oncótica (menos comum) por hipoalbuminemia, síndrome nefrótica, doença hepática, etc. ● Aspecto macroscópico → pulmão pesado e úmido, com processo inflamatório → fibrose que gera prejuízo nas trocas gasosas e processos infecciosos de repetição. ● O acúmulo de líquido geralmente ocorre mais nas regiões inferiores em relação às superiores. ● Aspecto microscópico → alvéolos estão pouco expandidos, septos interalveolares estarão espessos devido a congestão, hemácias extravasam para a luz alveolar que serão fagocitadas por macrofagos alveolares → hemossiderina *** Ede�� C�u��d� �o� L�são M�c���as����r (Al�e���r) ● Ocorre devido à lesão do septo alveolar. ● A lesão primária do endotélio vascular ou dano às células epiteliais alveolares produz um exsudato inflamatório que vaza para dentro do espaço intersticial e, em casos mais graves, para dentro do alvéolo. ● Causas: Primárias → exposição a agentes químicos, infecciosos, líquidos ou gases. Secundários: ativação das cascatas bioquímicas sistêmicas, como a geração de agentes oxidantes, mediadores inflamatórios, enzimas com potencial efeito destrutivo da membrana capilar, ex.: pancreatite. ● Quando difuso, o edema alveolar é um contribuinte importante para uma condição séria e muitas vezes fatal, a síndrome da angústia respiratória aguda Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Fis���a��l��i� ��s E�e��s ● Equilíbrio de Starling: em condições fisiológicas espera-se que a pressão hidrostática arteriolar do leito capilar seja maior que a pressão oncótica do plasma. Esse gradiente de pressão faz com que haja um fluxo de líquido de fluido no compartimento intravascular para o interstício. Ao longo do capilar a pressão hidrostática vai se reduzir de forma significativa e a pressão oncótica se torna maior na vênula → o eventual excesso de líquido no espaço intersticial será drenado através dos vasos linfáticos → No edema há desequilíbrio dessas forças Es�ági�� �� Ede�� P��mo��� ● Estágio I - Aumento das câmaras esquerdas do coração, com redistribuição da circulação pulmonar de base para ápice o que sugere o edema pulmonar no paciente. ● Estágio II - Presença de edema intersticial com compressão das vias aéreas menores - nota-se aumento da área cardíaca, aumento dos infiltrados peri-hilares e pequeno derrame pleural. ● Estágio III - Paciente com edema alveolar. As estruturas não são definidas em razão dos infiltrados e das consolidações pulmonares com derrame pleural grande e aumento da área cardíaca. Di�g�ós�i�� d� E�e�� ● Dispneia intensa, insuficiência ventilatória importante, expectoração rosa, dor precordial (pode ocorrer infarto), choque cardiogênico. Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) ● A lesão pulmonar aguda (LPA) é caracterizada pelo início abrupto de hipoxemia significativa e infiltrados pulmonares bilaterais na ausência de insuficiência cardíaca. ● A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma manifestação de LPA grave Pat����i� ● Início: lesão de pneumócitos e do endotélio pulmonar → aumento de inflamação e danos pulmonares ● Ativação endotelial: secreção de mediadores como o TNF faz com que haja ativação das células endoteliais para que expressam níveis aumentados de moléculas de adesão celular, proteínas coagulantes e quimiocinas → Adesão e extravasamento de neutrófilos: neutrófilos aderem ao endotélio ativado onde eles degranulam e liberam mediadores inflamatórios → Acúmulo de fluido intra-alveolar e formação de membranas hialinas: A ativação e a injúria endotelial fazem os capilares pulmonares vazarem, permitindo a formação do fluido do edema intra-alveolar e intersticial Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi ● A resolução da lesão é impedida devido a necrose epitelial, porém se o estímulo inflamatório diminui, os debris intra-alveolares são removidos pelos macrófagos. ● O aspecto morfológico → os pulmões estão pesados, vermelhos escuros, encharcados, volumosos, congestos. ● O quadro histológico característico é o de membranas hialinas revestindo as paredes alveolares. Os septos interalveolares edemaciados, neutrófilos dispersos e macrófagos, além de necrose epitelial, também estão presentes. Hiperplasia dos pneumócitos tipos II. Doenças Pulmonares Obstrutivas ● Doenças Pulmonares Obstrutivas (ou doenças das vias aéreas) → aumento na resistência do fluxo de ar devido à obstrução parcial ou completa → diminuição da complacência pulmonar ● Doenças pulmonares obstrutivas comuns incluem: 1. enfisema, 2. bronquite crônica, 3. asma e 4. bronquiectasia Epi����ol���a ● É a terceira causa mais comum de morte (155.000 mortes em 2015) ● Mais de 97% de todas as mortes relacionadas à DPOC ocorrem em pessoas com mais de 64 anos. ● A DPOC está aumentando no mundo todo → aumento tabagismo e uso difundido de combustíveis de origem vegetal. Qu�d�� �líni�� ● Tosse → podendo ser diária ou intermitente e pode preceder a dispneia ou aparecer junto com ela. ● A dispneia é o principal sintoma associado. ● Produção excessiva de escarro. ● Existem dois estereótipos dos pacientes com DPOC: 1. Pink Puffers: Corresponde aos pacientes enfisematosos. São magros, apresentam pletora e tórax em tonel. A dispneia é tipo expiratória e a ausculta pulmonar revela diminuição dos murmúrios vesiculares. 2. Blue Bloaters: Corresponde aos pacientes com bronquite. Apresentam hipoxemia grave (cianose) associada à cor pulmonar, que leva a insuficiência ventricular direita e edema. A ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 1. Enfisema ● É caracterizado pela dilatação irreversível das paredes alveolares, acompanhada por destruição de suas paredes sem fibrose evidente. Os espaços aéreos dilatam-se e com o tempo desenvolvem vesículas ou bolhas. ● A maioria dos pacientes com enfisema também tem algum grau de bronquite crônica — o que é esperado, já que o tabagismo é um fator de risco para ambos. Tipos de enfisema ● Enfisema centroacinar: dilatação do bronquíolo respiratório e os alvéolos distais são poupados. Tem predisposição a se desenvolver nas regiões apicais do pulmão. *O enfisema centroacinar é a forma mais comum, constituindo mais de 95% dos casos clinicamente significativos. ● No aspecto morfológico desse enfisema as paredes vão apresentar grande quantidade de pigmento antracótico - derivado das toxinas do cigarro. ● Enfisema panacinar: bronquíolos respiratórios e ductos alveolares estão dilatados. Pan = ácino por completo. Tende ocorrer nas bases e margens anteriores do pulmão. ● No aspecto morfológico há comprometimento difuso do lóbulo pulmonar, também há resíduos antracóticos. ● Enfisema parasseptal: a porção proximal do ácino está normal enquanto a porção distal esta comprometida. Esse enfisemaé mais notado em áreas adjacentes à pleura e nas margens dos lóbulos. ● No aspecto morfológico há formação de “bolhas” nas periferias do pulmão. ● Enfisema irregular: o ácino vai ter áreas preservadas e áreas com processo enfisematoso. Geralmente vai se desenvolver adjacente a uma área cicatrial. ● No aspecto morfológico há vários pontos de enfisema com processos cicatriciais adjacentes. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Pat����i� ● A exposição inalatória → resposta inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos. ● O processo é mediado pelo aumento da atividade da protease (devido a deficiencia da alfa-1 antitripsina ou por ação dos neutrófilos) e pela diminuição da atividade da anti-protease. ➢ Em pacientes que desenvolvem o enfisema, há uma deficiência relativa de antiproteases protetoras, o que em algumas instâncias tem uma base genética → A doença genética causadora mais bem definida é a deficiência de alfa-1 antitripsina, que é uma causa importante de enfisema em não tabagistas e aumenta acentuadamente a suscetibilidade à doença em fumantes. ● A inflamação → estreitamento e obstrução das vias respiratórias, além de hipersecreção de muco, espasmo brônquico, fibrose peribrônquica e destruição das pequenas vias respiratórias. ➢ A inflamação crônica resulta na proliferação das células calicinais e hipertrofia das glândulas submucosas, causando assim hipersecretividade de muco e estreitamento das pequenas vias aéreas. ● A hiperinsuflação pulmonar, embora diminua a resistência das vias respiratórias, também aumenta o esforço respiratório.Trata-se do fenômeno do aprisionamento de ar (ocorre por conta da degradação da elastina alveolar por proteases). ➢ A elastina é um componente responsável por resistir à insuflação, auxiliando o esforço expiratório, algo semelhante ao que observamos em uma bola inflável, em que o componente elástico resiste à distensão e busca retornar ao seu estado de repouso. ● A troca gasosa está comprometida → os alvéolos ficam mal ventilados, porém, bem perfundidos (aumento do espaço morto pulmonar). Nesses alvéolos, o sangue venoso passa recebendo pouco O2, um mecanismo denominado shunt parcial. Com isso, a mistura de sangue mal oxigenado produzirá hipoxemia e dessaturação da hemoglobina. ● A DPOC também é uma das principais causas de cor pulmonale (disfunção do ventrículo direito consequente a um distúrbio pulmonar que causa aumento da pós-carga do ventrículo direito) Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 2. Bronquite ● É definida clinicamente como tosse persistente produtiva (escarro) por, no mínimo, 3 meses em pelo menos 2 anos consecutivos, na ausência de qualquer outra causa identificável. Patogenia ● O fator primário ou inicial na gênese da bronquite crônica é a exposição a substâncias nocivas ou irritativas inaladas, como fumaça de tabaco (90% dos pacientes são fumantes) e poeira de grãos, algodão e sílica. ● Substâncias que podem causar irritação em nível brônquico → células residentes (macrófagos alveolares) liberam fatores que recrutam células inflamatórias → liberar proteases e substância oxidantes → degradar a MEC das células alveolares. Características 1. Hipersecreção de muco → hipertrofia e hiperplasia das glândulas submucosas secretoras de muco associadas a um aumento de células caliciformes da mucosa presente principalmente nas vias aéreas proximais; leva a obstrução crônica das vias aéreas. 2. Redução do lúmen das vias aéreas distais devido ao espessamento da parede brônquica por edema e fibrose. 3. Presença de linfocitos TCD8+, macrófagos e neutrófilos → também produzem muco. ● Aspecto histológico → presença de linfócitos (basófilo- infiltrado de células roxas), hiperplasia das glândulas secretoras de muco e aumento das células caliciformes. ● Aspectos clínicos: é uma doença insidiosa inicialmente, com o tempo gera sinais e sintomas como cianose devido a hipóxia e elevação da hemoglobina, tosse com escarro, edema, ausculta com roncos e sibilos. ● Quando a bronquite persiste por anos, ela pode acelerar o declínio da função pulmonar, provocar cor pulmonale e insuficiência cardíaca ou causar metaplasia atípica e displasia do epitélio respiratório - terreno fértil para câncer. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 3. Asma ● É caracterizada pela inflamação crônica eosinofílica e hiper-reatividade brônquica à alérgenos, além de episódios recorrentes de obstrução reversível generalizada das vias aéreas ➢ Em alguns asmáticos a obstrução pode ser irreversível (devido ao remodelamento das vias aéreas) ● O quadro clínico clássico da asma inclui tosse, dispneia e sibilância. Há outras condições clínicas como dificuldade respiratória, inflamação das vias aéreas e remodelamento brônquico. Esse quadro pode variar de pessoa para pessoa, o que caracteriza a asma como uma doença heterogênea. Patogenia ● Existem diversos fatores envolvidos na fisiopatologia da doença: 1. Predisposição genética; 2. Exposição adjuvante (tabagismo, fuligem, poluição); 3. Exposição a alérgenos. → Asma pode não ser desencadeada apenas por alérgenos. ● A principal característica da asma é a inflamação dos brônquios, a mucosa brônquica inflamada gera hiper-reatividade a diversos estímulos. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 1.Asma eosinofílica alérgica (Asma atópica) ● Processo de sensibilização: os alérgenos têm contato com as células dendríticas do epitélio brônquico → apresentam fragmentos dos alérgenos aos linfócitos T auxiliares → produzir citocinas em resposta → citocinas estimulam a produção de IgE, pelos linfócitos B e estimulam produção de mastócitos → os anticorpos produzidos alcançam a circulação e se ligam aos receptores de alta afinidade nos mastócitos. ● Sempre que o indivíduo entrar em contato com o alérgeno que estimulou esse processo, este alérgeno irá se ligar aos IgE nos mastócitos → estes vão liberar mediadores. ● Esses mediadores promovem o broncoespasmo, aumento da permeabilidade vascular, produção de muco e recrutamento de células do sangue ● Já a fase tardia, que ocorre após horas do contato com o alérgeno, tem início com a chegada de leucócitos. É caracterizada pela hipersensibilidade brônquica e pela inflamação eosinofílica. 2. Asma eosinofílica não alérgica (Asma não atópica) ● Existem ainda vias que estimulam os eosinófilos sem contato com aeroalérgenos, gerando quadro clínico asmático. São substâncias irritantes como cigarro, fármacos, poluição atmosférica, alterações climáticas, exercícios, infecções de vias aéreas, exposições ocupacionais e outros agentes físico-químicos. De qualquer forma, há ativação de células locais – especialmente eosinófilos e mastócitos – e pode ocorrer ativação de IgE ou a partir de outros processos, resultando na ação de mediadores de fase aguda 3. Asma neutrofílica ● A asma neutrofílica envolve infiltrado inflamatório atípico, com recrutamento de neutrófilos, participação importante da IL-8 e que frequentemente é resistente ao tratamento com corticóides, bem como associada à asma grave. 4. Asma ocupacional ● Obstrução reversível ou pela hiperresponsividade brônquica devido a substâncias de ambiente de trabalho como: resinas, plásticas, poeiras orgânicas, substâncias químicas, gases, compostos químicos (formaldeído), etc. Exposição repetida a essas substâncias → liberação de substâncias broncoconstritoras. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Alterações fisiológicas ● A obstrução do fluxo de ar → aumento da resistência das vias aéreas e redução da velocidade de fluxo em toda a capacidade vital. ● Efeitos no centro respiratório → aumentando a frequência respiratória e gerando a taquipneia ● Estreitamento da via aérea e o fluxo de ar mais rápido → sobrecarga da bomba ventilatória → necessidade do uso da musculatura acessória. ● O estreitamento focal e heterogêneo da via aérea gera má distribuição da ventilação (V) em relação à perfusão (Q) pulmonar → relação V/Q para valores menores que 1 podem acarretar hipoxemia arterial. Morfologia ● Macroscópico: Pulmão hiperinsuflado das pequenasvias áreas atelectásicas ● Microscópico: vasodilatação e congestão da microvascularização - edema. Infiltrado de células inflamatórias, presença de eosinófilos, linfócitos e macrófagos. Descamação do epitélio brônquico e espessamento da membrana basal. Hiperplasia das glândulas mucosas, aumento das células caliciformes. ● Os tampões mucosos nos bronquíolos podem formar cilindros de mucina, que podem ser expelidos no escarro chamados de “espirais de Curschmann” ● A desgranulação eosinofílica pode ser importante, levando à cristalização dos grânulos (chamados de cristais de “Charcot- -Leyden”) Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Remodelamento da via aérea ● Espessamento das paredes das vias aéreas ● Fibrose abaixo da membrana basal (devido à deposição de colágeno tipos I e III) ● Aumento da vascularização ● Aumento do tamanho das glândulas submucosas e no número de células calciformes das vias aéreas ● Hipertrofia e/ou hiperplasia do músculo da parede brônquica. 4. Bronquiectasia ● Dilatação permanente dos brônquios e bronquíolos → destruição do músculo liso e do tecido elástico por infecções necrotizantes crônicas. ● Em virtude do melhor controle das infecções pulmonares, a bronquiectasia atualmente é incomum. Patogenia ● Obstrução e infecção são as principais condições associadas à bronquiectasia ● Infecções severas dos brônquios levam à inflamação, frequentemente com necrose, fibrose e, finalmente, dilatação das vias aéreas. ● Prejuízo dos mecanismos de defesa ● Uma grande variedade de bactérias pode ser encontrada nos casos comuns de bronquiectasia: estafilococos, estreptococos, pneumococos, organismos entéricos, bactérias anaeróbias e microaerófilas e (especialmente em crianças) o Haemophilus influenzae e a Pseudomonas aeruginosa. Quadro clínico ● A bronquiectasia causa tosse severa e persistente; expectoração de escarro de odor fétido e às vezes sanguinolento; dispnéia e ortopnéia em casos graves; e, ocasionalmente, hemoptise (pequenas quantidades de sangue misturadas com escarro). Doenças Intersticiais Difusas Crônicas (Restritivas) ● Grupo heterogêneo de distúrbios ● Aspecto comum: infiltração do pulmão por células inflamatórias e líquido, levando a retração cicatricial, fibrose e obliteração capilar ● A fibrose pulmonar difusa leva a um aumento da retração elástica pulmonar, à diminuição da complacência e dos volumes pulmonares, e à piora do desequilíbrio , causando um prejuízo da troca de gases, um padrão conhecido como doença pulmonar restritiva. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Fib���� Pul����r I�i��áti�� ● Fibrose pulmonar idiopática (FPI) se refere a uma síndrome clinicopatológica marcada por fibrose intersticial pulmonar progressiva e insuficiência respiratória. ● É o protótipo das doenças pulmonares restritivas ● Caracterizada por fibrose intersticial irregular, focos fibroblásticos e pela formação de espaços císticos (pulmão em favo de mel) → Esse padrão histológico é conhecido como pneumonia intersticial usual. ● Causas: não é conhecida, mas as análises genéticas apontam para: ➢ Envelhecimento dos epitélios alveolares (devido ao encurtamento dos telômeros) ➢ Estresse celular relacionado com defeitos de dobramentos de proteínas, sinalização anormal nos fibroblastos alveolares, e produção alterada de mucina. ● Lesões → aumento da produção local de citocinas fibrogênicas como o TGF-β. ● Aspecto macroscópico: superfícies pleurais aspecto de pedra. ● Aspecto microscópico: fibrose irregular na região subpleural (lado direito da imagem). No achado histológico → as áreas brancas são os alvéolos, o resto é deposição de fibrose e células inflamatórias ● Clínica: ➢ Dispnéia de esforço e tosse seca. ➢ Hipoxemia. ➢ Cianose ➢ Baqueteamento digital. ➢ Pulmão enrijecido (fibrose). ● Transplante de pulmão é a única terapia possível → Principal causa de transplante no BR. Pne����on���e� ● A inalação de poeiras minerais encontradas no local de trabalho ● Agora inclui também doenças induzidas por partículas orgânicas e inorgânicas, vapores e fumaças químicas. ● Os macrófagos alveolares pulmonares desempenham um papel central na patogenia da lesão pulmonar ao promoverem a inflamação e produzir espécies reativas de oxigênio e citocinas fibrogênicas ● A gravidade da doença depende da forma, da quantidade, do tamanho,do tempo de exposição e do potencial fibrogênico do material inalado. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 1. Pneumoconiose dos Mineradores de Carvão ● Causada pela inalação de partículas de carvão e outras formas mistas de poeira. ● Antracose é a lesão pulmonar induzida por carvão em mineradores de carvão e também é observada em algum grau em tabagistas e habitantes de zonas urbanas. ● O pigmento de carbono inalado é fagocitado por macrófagos alveolares e intersticiais, que então se acumulam no tecido conjuntivo ao longo dos linfáticos, incluindo os linfáticos pleurais, ou em um tecido linfóide organizado ao longo dos brônquios ou no hilo pulmonar. ● A pneumoconiose dos mineradores de carvão complicada (fibrose maciça progressiva) geralmente requer muitos anos para se desenvolver. É caracterizada por cicatrizes intensamente escurecidas com mais de 1 cm, algumas vezes com até 10 cm em seu maior diâmetro. ● Microscopicamente → lesões constituem colágeno denso e pigmento. O centro da lesão, muitas vezes, é necrótico. ● Curso clínico: inicialmente: doença benigna com poucas alterações pulmonares → evolução: deterioração da função e da complacência pulmonar. Pode evoluir para hipertensão pulmonar, cor pulmonale, bronquite crônica e enfisema. 2. Silicose ● Pneumoconiose mais comum no mundo, e a sílica cristalina é a principal culpada → Mais de 6 milhões de trabalhadores expostos no Brasil. Fisiopatologia ● Sílica atravessa bronquíolo → Lesão direta aos pneumócitos ou gerar formação de radicais livres que lesam o epitélio → processo inflamatório que recruta células de fibroblastos → produção de colágeno → espessamento da membrana. ● As manifestações de silicose vão desde nódulos silicóticos assintomáticos até grandes áreas de fibrose densa; ● Mais suscetíveis a desenvolverem tuberculose. ● O risco de desenvolvimento de câncer pulmonar aumenta duas vezes. ● Tratamento: controle de sintomas e transplante pulmonar. Morfologia ● Macroscopicamente→ tecido pulmonar acinzentado com aspecto pétreo mais concentrado perto da região pleural. Paquipleuris (fibrose pleural). ● Microscopicamente → nódulos silicóticos, com centro de fibrose intensa norteado de células inflamatórias. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 3. Doenças Relacionadas ao Asbesto ● Asbestos → silicatos hidratados cristalinos (fibra mineral) ● No Brasil há 20 mil trabalhadores expostos ● Asbestose é marcada por fibrose pulmonar intersticial difusa, que é indistinguível da fibrose intersticial difusa resultante de outras causas, exceto pela presença de múltiplos corpos de asbestos. ➢ Os corpos de asbestos são bastões castanho-dourados com centro translúcido, fusiformes ou cobertos por gotículas, e consistem em fibras de asbestos revestidas por um material proteináceo contendo ferro ● O asbesto pode ser um iniciador e produtor de tumores. → radicais livres gerados por fibras de asbesto ● Patogenia: Os asbestos chegam ao aoveolo → macrofagos desencadeiam um processo inflamatório que recrutam fibroblastos - podendo formar fibrose. ● Formas clínicas: doença pleural (derrame, espessamento,placa); atelectasia; asbestose (fibrose pulmonar) OBS: Se não há fibrose pulmonar não é considerada asbestose, denomina-se doença pleural asbesto relacionada. ● Morfologia: asbestose gera uma fibrose ao redor dos bronquíolos → tecido fibroso distorce a arquitetura → aspecto de favo de mel. Asbestose acomete mais os lobos inferiores diferente da silicose que acomete mais os lobos superiores. Do�nças ���m��a��s ���uz���� po� ��d��a��n�� ● Grande número de medicamentos causa uma variedade de alterações, agudas e crônicas → fibrose intersticial, bronquiolite obliterante e pneumonia eosinofílica● Aspirina X broncoespasmo → o bloqueio da via ciclooxigenase pela aspirina gera uma hiperestimulação da via da lipoxigenase → os leucotrienos ativado pela via da lipoxigenase são broncoconstritores. ● Beta bloqueadores (propranolol) X broncoespasmo → Os beta bloqueadores não seletivos (propranolol) diminui o débito cardíaco (diminuindo a PA) nos receptores B1. Os receptores de B2 estão no músculo liso dos bronquíolos, e o seu bloqueio faz com que haja uma broncoconstrição. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Sar����os� ● É uma doença granulomatosa sistêmica de causa desconhecida que se caracteriza pela presença de granulomas no pulmão → pode envolver muitos tecidos e órgãos diferentes Patogenia ● O antígeno (células orgânicas, inorgânicas ou agentes infecciosos) são apresentados aos linfócitos T → recrutam células T CD4+ nos pulmões que secretam citocinas dependentes de TH1, como IFN-γ e IL-2, localmente → Monócito é recrutado para o tecido pulmonar, se transforma em macrófago e ele vira uma célula epitelióide → processo inflamatório para conter o antígeno. Quadro Clínico ● Até 60% dos pacientes podem ser assintomáticos. ● Sintomáticos: aumento dos linfonodos, envolvimento ocular (síndrome sicca [olhos secos],irite ou iridociclite), lesões cutâneas (eritema nodoso, nódulos subcutâneos indolores) e envolvimento visceral (fígado, pele e medula). ● O envolvimento pulmonar ocorre em 90% dos casos, com formação de granulomas (nódulos) e fibrose intersticial. ● O diagnóstico de sarcoidose é por exclusão. ● Os corticoides são a base do tratamento. ● Morfologia microscópica: presença de granulomas não caseosos em vários tecidos. Corpo asteroide → são indicativos da sarcoidose mas pode ser encontrado em outras doenças granulomatosas. Doenças de Origem Vascular Em�o��� Pul����r e I���r�� ● Tromboembolismo pulmonar (TEP) → presença de trombos → ocluem vasos arteriais pulmonares. ● Pacientes com uma condição predisponente, que aumenta a tendência à formação de coágulos. ● Geralmente provenientes das veias profundas dos membros inferiores. ➢ Existem também outros tipos de embolismo pulmonar não causados por trombos, como a embolia gordurosa, gasosa ou tumoral que podem ocorrer apesar de serem muito menos comuns. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi ● Fatores de risco: repouso no leito prolongado, cirurgias nos membros inferiores, trauma severo, insuficiência cardíaca congestiva, uso de contraceptivos orais (em especial aqueles com alto teor de estrogênio), câncer disseminado e doenças genéticas de hipercoagulabilidade ● O TEP é uma condição clínica prevalente e com alta taxa de mortalidade. ● Classificação: 1. TEP agudo, subagudo e crônico → de acordo com o tempo de instalação do quadro, 2. Alto, médio e baixo risco → de acordo com a estabilidade hemodinâmica e presença de sinais de sobrecarga do ventrículo direito. Fisiopatologia da doença ● Tríade de Virchow → teoria da patogênese ● Na maioria dos casos → trombos nos membros inferiores (80%) → vasos venosos íleo-femoral que migram para a veia cava inferior e acessa o coração através do átrio direito, posteriormente vai para o ventrículo direito e chega a circulação pulmonar. ● Os êmbolos têm duas consequências: comprometimento respiratório devido a um segmento pulmonar não perfundido, embora ventilado, e comprometimento hemodinâmico decorrente do aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar causada pela obstrução embólica. ➢ Com a obstrução de um ramo da artéria pulmonar, surge uma área de espaço morto patológico no pulmão, definida como uma área em que há ventilação, no entanto, não há perfusão para que ocorra a troca gasosa. Dessa maneira, há uma alteração na relação ventilação/perfusão (V/Q), o que contribui o desenvolvimento de sintomas respiratórios como dispneia e alterações como hipóxia. ● Complicações: hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale) Curso clínico ● Classicamente existe uma tríade da TEP: dispneia, hemoptise e dor pleurítica → Nem todos possuem esses sintomas → Sintomas são inespecíficos ● Sinais: taquicardia, taquipneia, hipotensão, distensão jugular, hiperfonese de B2 na ausculta cardíaca (sugere existência hipertensão pulmonar), e sinais de TVP como edema dos membros inferiores. Morfologia ● Na imagem a direita,os êmbolos obstruem os vasos pulmonares causando um infarto → maioria lobos inferiores. ● Comparativo normal X necrose (infarto) Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Hip����n�ão p����na� ● A hipertensão pulmonar é definida como uma pressão arterial pulmonar média maior ou igual a 25mmHg em repouso ● A principal consequência da hipertensão pulmonar é o aumento da pressão sistólica do ventrículo direito que precisa vencer essa resistência aumentada do pulmão para manter o débito cardíaco Patogenia ● A hipertensão pulmonar pode surgir devido a uma elevação primária da pressão na circulação arterial pulmonar (hipertensão arterial pulmonar) ou secundária a elevações de pressão na circulação venosa e capilar pulmonar (hipertensão venosa pulmonar ou apenas hipertensão pulmonar). ● A principal causa de HP significativa quase sempre é o aumento da resistência vascular pulmonar (RVP). 1. Doenças obstrutivas ou intersticiais crônicas ● A hipóxia crônica derivada da doença obstrutiva ou da fibrose leva a vasoconstrição pulmonar e aumento da RVP pulmonar → desencadeia a HP 2. Doença cardíaca congênita ou adquirida ● Ex.: estenose mitral → dificuldade de saída do sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo → sangue das veias pulmonares vão voltar → aumento da pressão venosa pulmonar → HP 3. Tromboembolismo recorrente ● Obstrução súbita → diminuição do fluxo → aumento da RVP pulmonar → gerando a HP. 4. Doenças do tecido conjuntivo ● Ex. esclerose sistêmica. A inflamação gera uma fibrose da íntima e hipertrofia da média → envolve a vasculatura → pode gerar HP. 5. Apneia obstrutiva do sono ● Faringe obstrui a via aérea → hipoxemia e hipercapnia → alterações estruturais de remodelagem na vasculatura pulmonar → aumento da RVP → HP. Classificação - Etiologia ● GRUPO 1 → Hipertensão arterial pulmonar causas idiopáticas: hereditárias, HIV, drogas (anorexígenos, anfetaminas, cocaína, etc.), doenças do tecido conjuntivo, hipertensão portal. ● GRUPO 2 → HP com cardiopatia esquerda: acometimento de ventrículo esquerdo (VE); ● GRUPO 3 → HP com doença pulmonar crônica e/ou hipoxemia: doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose cística; ● GRUPO 4 → HP decorrente de obstruções da artéria pulmonar: tromboembolismo pulmonar (TEP) crônico; ● GRUPO 5 → HP por mecanismos multifatoriais: doenças hematológicas, metabólicas e sistêmicas como anemia falciforme, doenças mieloproliferativas, amiloidose, sarcoidose. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Morfologia ● Hipertrofia da camada média das artérias pulmonares elásticas e musculares, aterosclerose arterial pulmonar e hipertrofia ventricular direita (aumento da pré-carga) Quadro clínico ● Início: dispneia e fadiga ● Ao decorrer da doença, o paciente pode apresentar dor torácica atípica (angina), síncope, palpitações e congestão. ● Exame físico: ausculta → sopro diastólico em foco pulmonar com B2 aumentado, conhecido como sopro de Graham Steel; anorexia e dor em quadrante superior direito de abdome por congestão hepática também são manifestações possíveis. ● Sinais clínicos de falência de VD: Edema periférico, ascite, derrame pleural, hepatomegalia e turgência jugular. Infecções Pulmonares ● A pneumonia ocorre quando uma infecção do parênquima pulmonar causa sintomas respiratórios inferiores e quando se detecta um infiltrado pulmonar na radiografia de tórax. ➢ Ponto de vista histológico: preenchimento do espaço alveolar por infiltrado necro inflamatório ➢ Ponto de vista clínico: infecção aguda do pulmão decorrente da infecção por algum microrganismo. Mec����mo �� ��fe�� �� pu��ão Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Pne����i�s A���ir���� na C����id��� (PA�) ● Processo agudo e adquirido em ambientenormal (na comunidade), o que difere da pneumonia adquirida no hospital (agentes infecciosos são diferentes). ● Formação de exsudato inflamatório → consolidação (“solidificação”) do tecido pulmonar e quadro hipoxêmico. ● Diagnóstico: identificação do agente etiológico através do cultivo de espécimes como sangue, aspirado pulmonar, líquido pleural, fragmento do pulmão, exames sorológicos ou métodos de biologia molecular. ● As causas de PAC mais comumente identificadas podem ser agrupadas em três categorias: Bactérias típicas ● Streptococcus pneumoniae/ pneumococo (causa bacteriana mais comum) ● Haemophilus influenzae ● Moraxella catarrhalis ● Staphylococcus aureus ● Klebsiella spp e Escherichia coli ● Pseudomonas aeruginosa Bactérias atípicas ● Legionella spp ● Mycoplasma pneumoniae ● Chlamydia pneumoniae ● Chlamydia psittaci ● Coxiella burnetii Vírus respiratórios ● Vírus influenza A e B ● Rinovírus ● Vírus parainfluenza ● Adenovírus ● Vírus sincicial respiratório ● Coronavírus ● Bocavirus humano Agente infeccioso Características principais St�e�t����cu� �n���o���e (p�e���co��) ➔ Diplococo gram-positivo ➔ Causa bacteriana mais comum ➔ Infecção viral prévia propicia infecção bacteriana ➔ Escarro ferruginoso ➔ Vacinação protege de infecções pneumocócicas graves em quase 70 % das pessoas vacinadas. Sta��y����c�u� ��re�� ➔ Cocos gram-positivos (cachos de uva) ➔ Bacteremia secundária após doenças respiratórias virais (influenza) ➔ 2% dos casos de pneumonia comunitária e entre 10% e 15% das pneumonias nosocomiais ➔ Maior virulência → maior mortalidade ➔ Pode causar abscesso (empiema) Ha�m���il�� ��flu�n��e ➔ Cocobacilo gram-negativo ➔ Comum pneumonia em crianças até 5 anos, idosos e DPOC. ➔ Há vacina (crianças), mas ainda acomete muitos pacientes. Mor����la C����r�a��s ➔ Diplococo gram-negativo ➔ Mais comum em pacientes com DPOC (exacerbação) Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Kle����l�a P���mo���e ➔ Bastonete gram-negativo ➔ Pneumonia em alcoólatras (40 a 60 anos) ➔ Pneumonia necrosante cavitária ➔ Mais comum pneumonia hospitalar Pse����on�� �e��g��o��s ➔ Mais comum em pacientes com DPOC, queimaduras, imunodeprimidos, uso de ATB de amplo espectro. ➔ Infecções hospitalares ➔ É comum septicemia Leg���e�l� ���um����la* ➔ Bacilo gram negativo parasita intracelular obrigatório ➔ Legionelose (doença causada por Legionella → pneumonia) ➔ Comum em pacientes imunossuprimidos e com hiponatremia My�o�l���� p�e���ni��* ➔ Bastonete desprovido de parede celular ➔ Dor de garganta (1ª manifestação) Ch�a�y��� �ne����i�� ➔ Afeta primeiramente crianças ➔ Comum infecção entre membros da família e pequenos surtos lugares fechados Patogênese das pneumonias ● Passo 1: Chegada do patógeno no espaço alveolar. ● Passo 2: Multiplicação descontrolada do patógeno. ● Passo 3: Produção local de citocinas principalmente por macrófagos alveolares. ● Passo 4: Recrutamento de neutrófilos para o espaço alveolar e introdução de citocinas na circulação sistêmica. ● Passo 5: Geração do exsudato alveolar. ● Ao contrário da pneumonia bacteriana, o vírus influenza invade diretamente as células do epitélio cilíndrico, originando assim alterações patológicas que vão desde a vacuolização de algumas células epiteliais respiratórias até a descamação de toda a camada epitelial. Essas alterações dispersas que originam o padrão intersticial difuso observado na radiografia de tórax também predispõem a invasão bacteriana secundária. Morfologia ● A pneumonia bacteriana tem dois padrões de distribuição anatômica: broncopneumonia lobular e pneumonia lobar. ➢ Broncopneumonia lobular → consolidação irregular do pulmão com focos múltiplos. ➢ Pneumonia lobar → consolidação uniforme de um lobo inteiro, mais associado aos S. pneumoniae Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Broncopneumonia (1) versus Pneumonia lobar (2) Fases da pneumonia (ATB pode mudar a evolução da doença) ★ Congestão: congestão vascular, exsudato com poucos neutrófilos, possui bactérias. Macroscopicamente se vê pulmões vermelhos, pesados e borrachosos. ★ Hepatização vermelha: exsudato maciço confluente de neutrófilos, hemácias e fibrina. Macroscopicamente ele é não aerado, vermelho, firme (consistência de fígado), exsudato maciço confluente de neutrófilos, hemácias e fibrina. ★ Hepatização cinzenta: desintegração das hemácias, persistência do exsudato fibrino supurativo. Macroscopicamente é castanho-acinzentado e tem aspecto de seco. ★ Resolução: digestão enzimática do exsudato formando massas fibroides (expectoração, reabsorção e fagocitose, organização por fibroblastos e fibrose). Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi ● As complicações da pneumonia incluem: ➢ 1. destruição e necrose dos tecidos, levando à formação de abscesso (particularmente comum em infecções por pneumococos tipo 3 ou Klebsiella); ➢ 2. disseminação da infecção para a cavidade pleural, causando a reação fibrinossupurativa intrapleural conhecida como empiema; ➢ 3. disseminação bacterêmica para valvas cardíacas, pericárdio, cérebro, rins, baço ou articulações, causando abscessos metastáticos, endocardite, meningite ou artrite supurativa. Quadro clínico ● Início súbito, febre, calafrio, dor torácica ventilatório-dependente, tosse (mais comum, porém menos freqüente em idosos) e expectoração purulenta, cefaléia, astenia e anorexia. Entretanto a apresentação clássica não é a mais freqüente. A febre pode estar ausente principalmente em idosos. ● Nos idosos o quadro é mais específico, nota-se queda no estado geral, desorientação, taquipnéia, taquicardia, quedas e estertores. Pode-se também complicar uma doença preexistente como ICC e DPOC. ● Tratamento ambulatorial: as opções são macrolídeos, fluoroquinolonas e betalactâmicos. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Pne����i�s ��ípi��� (Víru� � M��op���m�) ● O termo "atípica" se refere a menor quantidade de escarro que na bacteriana, à ausência de achados físicos de consolidação, elevação moderada da contagem de leucócitos e ausência de exsudatos alveolares. ● As células predominantes são linfócitos → células mononucleadas. → praticamente não há neutrófilos Pne����i� �d�u���da �� ��s�i��l (PA�) ● A pneumonia hospitalar surge após 48 horas de internação hospitalar e pode ser precoce, quando ocorre até o 4º dia de internação, ou tardia, quando ocorre após 5 ou mais dias de internação. ● São comuns em pacientes com doença subjacente grave, imunossupressão, antibioticoterapia prolongada ou dispositivos de acesso invasivos, como cateteres intravasculares. Os pacientes em ventilação mecânica têm particularmente um alto risco ● A PAH de início precoce é frequentemente ocasionada por microrganismos que são associados também à PAC, tais como S. pneumoniae, H. influenzae e anaeróbios. ● A PAH de início tardio é causada principalmente por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA); bacilos Gram-negativos entéricos; P. aeruginosa; não fermentadores, tais como Acinetobacter baumannii e S. maltophilia; e infecções polimicrobianas. Pne����i� p�� A�pi��ção ● Causada pela microaspiração ● A pneumonia por aspiração ocorre em pacientes muito debilitados ou naqueles que aspiram o conteúdo gástrico quando estão inconscientes (p. ex., após um AVC) ou durante episódios repetidos de vômitos. Esses pacientes apresentam reflexos de engasgo e de deglutição anormal, que predispõem à aspiração. ● A pneumonia resultante é em parte química, em razão dos efeitos irritantes do ácido gástrico, e em parte bacteriana (em virtude da flora oral) ● Esse tipo de pneumonia frequentemente é necrotizante, segue um curso clínico fulminante e é uma frequente causa de morte. Naqueles que sobrevivem, o abscesso pulmonar é uma complicação comum Pne����i� p�� �un��� ● As infecções por fungos são predominantemente observadas em indivíduos imunodeprimidos. ● A maioria dos fungos faz parte da flora normal dos solos (Aspergillus) ou é encontrada nas excretas de pássaros (Histoplasma, Cryptococcus). Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Histoplasmose - Hystoplasmacapsulatum ● Histoplasmose pulmonar crônica: comum em pacientes com DPOC e bronquiectasias, tabagistas. Causa infecção brônquica crônica - tosse produtiva, hemoptise, febre e dispneia ● Patogenia: fezes de morcego e pombos abrigam conídios → o homem adquire a infecção pela inalação de conídios - se multiplica no interior dos macrófagos e vai alcançar os linfonodos e circulação sistêmica. O histoplasma pode ficar latente e desenvolver a doença quando há comprometimento da imunidade. ● Morfologia: em adultos saudáveis produzem granulomas, que sofrem necrose caseosa e produzem grandes áreas de consolidação, e podem também formar cavidades (pacientes com DPOC). As lesões podem sofrer fibrose e calcificação concêntrica (aspecto casca de árvore). Paracoccidioidomicose - Paracoccidioides brasiliensis ● Patogenia: inalação dos conídios → transformação do conídio em levedura → fagocitose pelo macrofago → multiplicação do fungo dentro dos macrofagos que não são ativados → podem permanecer em latência. O controle da infecção vai depender da resposta imune eficaz, por isso acomete imunocomprometidos majoritariamente. ● Acometimento dos pulmões e linfonodos → pode evoluir com 1. cura com cicatriz estéril; 2. cura nódulos quiescentes que podem ser reativados; 3. progressão hematogênica para outros órgãos. ● Forma juvenil: não detectada lesões pulmonares ● Forma crônica (adulto): possui evolução lenta, acomete pulmão, mucosas e pele. Acometimento pulmonar em 90% dos casos. Formação de lesões necróticas. Blastomicose - Blastomyces dermatitidis ● É causado por um fungo habitante do solo ● Há três formas clínicas: blastomicose pulmonar, blastomicose disseminada e uma forma cutânea primária rara ● Raio-X: consolidação lobar, infiltrados multilobares, infiltrados peri-hilares, múltiplos nódulos ou infiltrados miliares. ● Os lobos superiores são envolvidos com mais frequência. ● A pneumonia geralmente se resolve de maneira espontânea, mas pode persistir ou progredir para uma lesão crônica. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Coccidioidomicose - Coccidioidomicosis immitis ● Reação de hipersensibilidade tardia ao fungo → C. immitis é que os artroconídios infecciosos, quando ingeridos pelos macrófagos alveolares, bloqueiam a fusão do fagossomo e do lisossomo e, desse modo, resistem ao extermínio intracelular ● Menos de 1% das pessoas desenvolvem infecção disseminada por C. immitis, que frequentemente envolve a pele e as meninges ● As lesões pulmonares primárias e secundárias de C. immitis são semelhantes às lesões granulomatosas por Histoplasma Aspergilose pulmonar ● Acomete principalmente as vias respiratórias dos humanos, sua transmissão é através da inalação dos esporos desse fungo, os pacientes mais acometidos são aqueles imunocomprometidos ou com doença pulmonar prévia. ● Patogenia: As hifas destroem o tecido adjacente à medida que crescem, e destroem vasos sanguíneos, resultando em isquemia local. Após essa destruição, a ação dos antifúngicos nesses locais se torna menos eficiente. ● Aspergiloma pulmonar: A aspergilose geralmente se desenvolve em espaços abertos do organismo, como as cavidades que se formam nos pulmões, causadas por doenças pulmonares preexistentes (tuberculose principalmente). A infecção pode também se desenvolver nos canais auditivos e nos seios paranasais → massa arredondada (aspergiloma) composta de hifas, muco, coágulos sanguíneos,e restos celulares. A massa arredondada aumenta gradualmente, destruindo o tecido pulmonar no processo, mas geralmente não se espalha a outras áreas ● Aspergilose broncopulmonar alérgica: Algumas pessoas que têm asma (1%) ou fibrose cística (10%) desenvolvem uma reação alérgica crônica (hipersensibilidade do tipo 1). Sintomas presentes: tosse, respiração sibilante e febre. ● Aspecto histopatológico: grandes colônias vegetantes dos fungos - hifas septadas. Criptococose pulmonar - Cryptococcus ● Infecção pulmonar ou disseminada, adquirida por inalação de solo contaminado com a levedura encapsulada Cryptococcus neoformans ou C. gattii. ● Após a inalação pode se disseminar, frequentemente para o cérebro e as meninges, tipicamente se apresentando como lesões intracerebrais Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi multifocais microscópicas. Granulomas meníngeos e lesões focais maiores do cérebro podem ser evidentes. Embora o comprometimento pulmonar raramente seja perigoso, meningite criptocócica é potencialmente fatal e exige tratamento agressivo. ● A AIDS associada à infecção pulmonar criptocócica pode se apresentar como pneumonia grave, progressiva, com dispneia aguda ● Aspecto morfológico: área de aspecto esponjoso por dilatação e destruição de alvéolos. Pne����i� n� Ho���d�i�� I��no���p���et��� Citomegalovírus ● O CMV é um vírus de fácil transmissão, pois está presente em quase todos os fluidos, bastante importantes em primo-infecções em gestantes. ● Transmissão: sexual, parenteral, transplacentária, saliva, urina, leite materno, transfusão de sangue e hemoderivados. ● Possui fenômeno de latência (ou reativação) → geralmente ataca indivíduos imunodeprimidos Pneumocystis ● Muito comum em pacientes portadores de HIV ● Forma colônias com aspecto espumoso, paredes dos alvéolos espessadas (pneumonia intersticial), Candidíase pulmonar ● Em pacientes imunodeprimidos, a Candida spp. pode se disseminar para vários órgãos, inclusive para os pulmões. ● Formação de granulomas com supuração. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/meningite/meningite-subaguda-e-cr%C3%B4nica#v8341245_pt Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Ab��es�� P��mo��� ● O termo abscesso pulmonar descreve um processo supurativo local que produz necrose do tecido pulmonar. ● Os abscessos pulmonares geralmente são infecções polimicrobianas. ➢ Os patógenos no abscesso pulmonar geralmente refletem a flora predominantemente anaeróbica da fenda gengival e costumam estar associados à doença da fenda gengival, como gengivite ou periodontite. ● Embora em circunstâncias apropriadas qualquer patógeno possa produzir um abscesso, os organismos comumente isolados incluem estreptococos aeróbicos e anaeróbicos, S. aureus e uma série de organismos Gram Negativos. ● Os organismos causadores são introduzidos pelos seguintes mecanismos: ➢ 1. Aspiração de material infectante (a causa mais frequente) → É particularmente comum no alcoolismo agudo, coma, anestesia, sinusite, sepse gengival-dentária e debilitação física, quando os reflexos da tosse estão suprimidos. ➢ 2. Infecção pulmonar primária antecedente → geralmente está associada a S. aureus, K. pneumoniae e pneumococos tipo 3. ➢ 3. Embolia séptica → Êmbolos infectados da tromboflebite em qualquer porção da circulação venosa sistêmica ou provenientes de vegetações de endocardite bacteriana infecciosa do lado direito do coração são aprisionados no pulmão. ➢ 4. Neoplasia → A infecção secundária é particularmente comum no segmento broncopulmonar obstruído por um tumor maligno primário ou secundário (pneumonia pós-obstrutiva). Morfologia ● Abscessos pulmonares decorrentes de aspiração são mais comuns à direita (em razão de o brônquio principal direito ser mais verticalizado) e na maioria das vezes são únicos. ● A alteração histológica cardinal em todos os abscessos é a destruição supurativa do parênquima pulmonar no interior de uma área central de cavitação. Curso Clínico ● As manifestações dos abscessos pulmonares são muito semelhantes às da bronquiectasia e são caracterizadas, principalmente, por tosse, febre e quantidades copiosas de escarro purulento ou sanguinolento, de odor fétido. Febre, dor torácica e perda de peso são comuns. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Tub����lo�� ● É causada pelo Mycobacterium tuberculosis, um bacilo álcool resistente → aeróbio. ● Mycobacterium → parede celular atípica (corada pelo método de Ziehl-Neelsen) com presença de ácidos micólicos (ácido graxos) → resistência a desinfetantes, ao ressecamento, a vários antimicrobianos, sobrevivencia aosmacrógagos, aderencia e formação de biofilme.s. ● A transmissão se dá através de aerossol de pessoas bacilíferas (tosse, fala, espirro). ➔ A transmissão depende da suscetibilidade do indivíduo exposto, da infecciosidade do doente com TB (tosse, envolvimento respiratório, procedimentos indutores de aerossóis, cavitação, baciloscopia positiva), de fatores ambientais (espaços fechados, pequenos,mal ventilados), e da exposição (proximidade, freqüência, duração). ➔ O bacilo é sensível a luz solar e a circulação de ar → ambientes com luz solar direta e ventilados diminuem risco de transmissão ● 10% dos infectados adoecem → 5% nos primeiros anos e 5% ao longo da vida. ● Fatores de risco: idades extremas, HIV, diabetes mellitus (DM), insuficiência respiratória crônica (IRC), neoplasia, desnutrição, alcoolismo. 1. Tuberculose primária: ● Primeiro contato com o bacilo. Na maioria dos indivíduos é assintomática. ● Pode ser causada pela inalação de aerossóis eliminados a partir da tosse do indivíduo com tuberculose. Patogenia ● Os bacilos inalados se implantam no lobo superior, geralmente, próximo à pleura. 1. Os bacilos inalados chegam aos alvéolos e ativam os macrófagos alveolares. Nas primeiras semanas, resposta inespecífica por macrofagos e neutrófilos (típico de pneumonia). 2. Um dos componentes do bacilo bloqueia a fagocitose pelos macrofagos → bacilos permanecem vivos dentro dos macrofagos. 3. Acionada a 2ª linha de defesa → liberação de interleucinas e TNF pelos macrofágos → Essas citocinas aumentam a inflamação local por meio do recrutamento dos linfócitos T. 4. Sem sucesso, cada vez mais células imunológicas vão se alojar ao redor dos bacilos e causar lesão do alvéolo → Os linfócitos T lisam os macrofágos e liberam os bacilos que ficam dentro desse granuloma → Formação do granuloma com necrose caseosa (tubérculo) → Esse granuloma evita a posterior disseminação da bactéria ao isolar a mesma. 5. Caso a doença seja interrompida (tratamento) as lesões tornam-se calcificadas por um processo de cicatrização desse granuloma 6. Caso não seja interrompida há uma liquefação no centro desse granuloma onde as bactérias são capazes de se multiplicar → a liquefação intensa leva a ruptura do tubérculo → bactérias saem e podem disseminar os bronquíolos adjacentes e atingir corrente sanguínea e linfática. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Morfologia ● Complexo primário (de Ranke): nódulo de Ghon (granuloma parenquimatoso periférico). É uma consolidação inflamatória de coloração branco acinzentada. Comumente localizados perto das pleuras. Se tornam cicatrizados quando há resolução da infecção (95% dos pacientes) ● Lesão em halteres → diz respeito à semelhança da lesão com halteres mostrando a disseminação linfática da doença. Destino da tuberculose primária 2. Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi 2. Tuberculose secundária ou do adulto ● Os pacientes previamente expostos à TB podem desenvolver uma TB “secundária” após reexposição à TB infecciosa ou após a reativação do microrganismo no interior do foco de Ghon (pacientes imunodeprimidos ou portadores de HIV é comum) ● Tuberculose apical → frequentes extensas lesões fibro-caseosas nos ápices pulmonares. ● Tuberculose cavernosa → Quando ocorre necrose extensa nos locais atingidos, o material necrótico se liquefaz e é drenado por um brônquio, dando origem a grandes cavitações conhecidas como cavernas tuberculosas ● Tuberculose ácido-nodosa: O transporte dos bacilos através dos brônquios por ação dos movimentos respiratórios leva ao aparecimento de lesões axiais peribrônquicas que acompanham a histoarquitetura pulmonar → Quando ácinos adjacentes são acometidos, formam-se as lesões em trevo. Se os bacilos atingem a pleura, forma-se pleurite tuberculosa, com derrame pleural. ● Tuberculose miliar → a penetração dos bacilos nos vasos sanguíneos pode levar o agente em outras áreas do pulmão → disseminação hematogênica → pulmão e vários outros órgãos, sobretudo fígado, baço, rins, meninges e medula óssea → grande número de pequenos nódulos inflamatórios nos locais atingidos (nódulos miliares), constituindo a tuberculose miliar. 3. Tuberculose extrapulmonar ● Quando atinge outras áreas que não o pulmão ● Pode acometer vias respiratórias superiores, como a laringe. ● Acometer o trato gastrointestinal (intestino) por disseminação hematogênica. Predileção pelo ceco e íleo terminal pois possui abundante tecido linfático e estase fecal (permite contato mais prolongado do bacilo com mucosa e maior capacidade absortiva) → Formação de úlcera tuberculosas, pode ter linfonodos aumentadas e necrose caseosa. ● Além disso, pode acometer locais como cérebro, baço, rins, suprarrenal, útero, trompas → disseminação hematogênica. ● Pode ocasionar linfadenite cervical Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Tumores de Pulmão ● O câncer de pulmão atualmente é o câncer diagnosticado com maior frequência no mundo entre os tipos principais ● É o 2º tipo de câncer mais comum em homens e o 4º em mulheres. ● Os quatro subtipos histológicos principais são: ➔ adenocarcinomas (mais comuns) ➔ carcinomas de células escamosas ➔ carcinoma de grandes células ➔ carcinoma de pequenas células. Fat���� p�e��s���en��� ● TABAGISMO → fator de risco mais importante para câncer pulmonar; em mulheres e não fumantes, o adenocarcinoma é o câncer mais comum. ➔ 87% dos casos ocorrem em fumantes ativos, mas só 11% (dos 87%) dos fumantes ativos desenvolvem o câncer → Mutações do gene p53 causados pelo benzopireno (componente do cigarro) ● RISCOS INDUSTRIAIS → radiação ionizante em alta dose; urânio; asbesto; partícula do amianto. ➔ Fumantes + expostos ao asbesto = 55 vezes a mais de cancer. ● POLUIÇÃO → provavelmente aumenta o risco nos indivíduos que fumam ou estão expostos a fumaça de tabaco de terceiros. ● LESÕES PRECURSORAS → ➔ displasia escamosa e carcinoma in situ: carcinomas de células escamosas frequentemente são precedidos por metaplasia escamosa ou displasia do epitélio brônquico, que então se transforma em um carcinoma in situ ➔ hiperplasia adenomatosa atípica: pequena lesão (≤ 5 mm) caracterizada por pneumócitos displásicos revestindo paredes alveolares que são levemente fibróticas ➔ adenocarcinoma in situ: lesão de menos de 3 cm, composta inteiramente por células displásicas que crescem ao longo do septo alveolar preexistente, podem ter ou não mucina intracelular Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi ● O pulmão é o local mais comum de neoplasias metastáticas. Tanto carcinomas quanto sarcomas originados em qualquer parte do organismo podem se disseminar para os pulmões pelo sangue ou linfáticos ou por contiguidade. O crescimento de tumores contíguos para os pulmões ocorre mais frequentemente nos carcinomas esofágicos e linfomas mediastinais. Ade����r�i��m� ● Mais prevalente ● Acomete mais mulheres (47%) e associação com tabagismo é menos evidente ● Neoplasia maligna com diferenciação glandular ou produção de mucina ● Em geral, periféricos podem ocorrer próximos ao hilo. ● A maioria expressa o fator de transcrição da tireoide-1 identificado primeiramente na tireoide, esse fator é necessário para o desenvolvimento normal do pulmão ● Adenocarcinomas mucinosos tendem a se espalhar pelos espaços aéreos, formando tumores satélites. ● ORIGEM: Hiperplasia adenomatosa atípica → adenocarcinoma in situ → adenocarcinoma minimamente invasivo → adenocarcinoma invasivo Car����ma �� �élu��� �s�a��s�� ● Conhecido como carcinoma epidermóide ou espinocelular ● Mais comum em homens, possui crescimento lento e compromete principalmente os brônquios principais. ● Tumor derivado da transformação do epitélio respiratório em um epitélio metaplásico escamoso → tabagismo ● ORIGEM: Metaplasia escamosa → displasia → carcinoma in situ → carcinoma invasivo ● Epidermóide gera cavitações por necrose – quanto mais rápido ele cresce, falta suprimento sanguíneo no meio do tumor e faz necrose ● Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Car����ma� �� p��u���s �élu��� “o�t-ce��s” ● Altamente malignoscom uma forte relação com o tabagismo (99%) ● Podem surgir nos brônquios principais ou na periferia do pulmão. ● Não há fases pré-invasivas conhecidas. ● Esses são os tumores pulmonares mais agressivos, amplamente metastáticos, e virtualmente sempre provam ser fatais. ● Morfologia: células relativamente pequenas com citoplasma escasso, bordas celulares pouco definidas. As células crescem em grupamentos que não exibem nem organização glandular nem diferenciação escamosa. A necrose é comum e frequentemente extensa. Car����ma �� �élu��� g���de� ● Menos frequente ● Tumor epitelial maligno indiferenciado → sem as características citológicas ou outras formas de câncer de pulmão. ● Tem comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para óbito. ● Células tumorais: Pleomorfas → As células tipicamente apresentam núcleos grandes, nucléolos proeminentes e quantidade moderada de citoplasma ● Diagnóstico de exclusão. Car����ma ���c��a���de ● 2 a 3% das neoplasias pulmonares, sobretudo em fumantes, com localização preferencial periférica e nos lobos superiores ● Constituído por células fusiformes e células gigantes Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Tum�� ��r�i�óid� ● Originado de células neuroendócrinas do pulmão, o tumor carcinoide constitui menos de 5% dos tumores pulmonares. ● A lesão é mais comum até 40 anos de idade e não tem preferência por gênero, nem guarda relação com tabagismo. ● Tumor carcinóide típico: Grupos de células pequenas, redondas e uniformes, separadas por delicado estroma vascular; ausência de necrose e mitoses. Tum���� me���táti��� ● Os pulmões são sede frequente de metástases, sobretudo de carcinomas do estômago, cólon, mama e próstata, tumores ósseos, sarcomas, melanoma e coriocarcinoma. ● Na imagem → Numerosas metástases no pulmão de um carcinoma de células renais. Sín��om�� ��ra����lási��� ● Células tumorais produzem peptídeos → principalmente hormônios. ● EX.: ADH, ACTH, paratormônio, calcitonina, serotonina e bradicinina. ● Os tumores que produzem ACTH e ADH predominantemente são carcinomas de pequenas células, enquanto aqueles que produzem hipercalcemia na maioria das vezes são carcinomas de células escamosas. Cur�� �líni�� ● Num caso usual, ele é descoberto em pacientes por volta dos 50 anos de idade ou mais, cujos sintomas têm vários meses de duração. As principais queixas de apresentação são tosse (75%), perda de peso (40%), dor torácica (40%) e dispneia (20%). ● Síndrome da veia cava superior → invasão do tumor na veia cava superior → obstrução faz com que haja formação de circulação colateral. ● Síndrome de Horner → Conjunto de sinais e sintomas causados por comprometimento da via simpática cervical, que vai do hipotálamo até o olho → gera miose, ptose e anidrose. Pode estar associado a invasão do tumor. ● Tumor de pancoast → Sinais e sintomas decorrentes do acometimento do ápice pulmonar e estruturas adjacentes do tumor (pleural parietal, 1º e 2º arcos costais, vasos subclávios, plexo braquial, corpos vertebrais, gânglio estrelado). Está relacionado com a Síndrome de Horner. Di�g�ós�i�� ● Broncoscopia: amostra de tecido (biópsias) ● Exame de imagem: raio-x dos pulmões pode revelar uma massa ou nódulo ● Citologia: análise dos componentes celulares Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Doenças da Pleura Der���� Ple���� ● Definição: desequilíbrio entre a produção e a reabsorção de líquido pleural ● EUA: mais de 1 milhão de casos por ano ● Causas mais comuns: 1. Insuficiência cardíaca, 2. Pneumonia, 3.Câncer de pulmão 4. Tuberculose. ● Sintomas: Dor pleurítica, dispnéia e tosse Fisiopatologia ● O pulmão é revestido pela pleura visceral (mais interna) e pleura parietal (mais externa). Entre essas duas pleuras há o espaço pleural, um espaço virtual que possui o líquido pleural. As pressões hidrostática e coloidosmótica mantém esse espaço pleural em equilíbrio. ● O aumento da formação do líquido pleural pode ser causado em duas diferentes situações: (1) desequilíbrio nas pressões hidrostáticas e/ou oncóticas pleurais e (2) alteração da permeabilidade capilar pleural. Classificação ● Derrame transudativo → líquido com baixa concentração proteica → insuficiência cardíaca, cirrose hepática, síndrome nefrótica e desnutrição. ● Derrame exsudativo → líquido rico em proteínas (purulento) devido a uma inflamação → câncer, pneumonia, tuberculose, doenças do tecido conectivo (lúpus e artrite reumatoide) e pancreatite. Efeitos fisiológicos ● Disfunção ventilatória restritiva ● Afeta função diafragmática ● Hipoxemia (shunt intrapulmonar direita-esquerda, alteração da relação ventilação-perfusão, redução na difusão pulmonar) ● Após toracocentese pode apresentar piora na PaO2 ● Pequena melhora da oxigenação quando o paciente se deita sobre o lado não afetado Causas não inflamatórias: ● Hemotórax → Sangue na cavidade pleural, em decorrência de ruptura de aneurisma, trauma (perfuração) ou após cirurgias. ● Quilotórax → Acúmulo de líquido linfático - quilo. Causado por trauma ou obstrução do ducto torácico, o que causa secundariamente ruptura dos ductos linfáticos principais Patologia do Pulmão Rafaela Pelloi Pne����óra� ● Pneumotórax é a presença de gás no espaço pleural, podendo ser: ➔ Espontâneo, ocorrendo na ausência de evento externo, subdividido em primário e secundário → é mais comumente associado ao enfisema, asma e tuberculose. ➔ Adquirido, podendo ser iatrogênico, quando causado por procedimento médico, ou traumático Fisiopatologia ● Os pulmões, em condições normais, tendem ao colapso e isto só não acontece devido à ação das pressões atmosférica e pleural. ● A pressão no interior dos brônquios > pressão intrapleural → penetração do ar alterando todo esse equilíbrio pressórico torna a pressão na cavidade pleural positiva. A interposição de ar entre as pleuras caracteriza o pneumotórax, que pode ter origem a partir de rotura da pleura visceral, parietal ou por descontinuidade da pleura mediastinal, na lesão do esôfago ou de vias aéreas. Classificação ● Pneumotórax espontâneo primário → Aquele que se apresenta na ausência de doença pulmonar clínica. ● Pneumotórax idiopático espontâneo → Essa entidade é encontrada em pessoas relativamente jovens, parece ser decorrente da ruptura de pequenas bolhas subpleurais periféricas, geralmente apicais, e comumente cede espontaneamente à medida que o ar é reabsorvido. Ataques recorrentes são comuns e podem ser bastante incapacitantes. ● Pneumotórax espontâneo secundário → Aquele que se apresenta como complicação da doença pulmonar subjacente. ● Pneumotórax adquirido → Pode ser subdividido em iatrogênico, quando resulta de um procedimento médico, mais comumente acesso venoso central ou não iatrogênico (traumático), quando surge em consequência a um trauma aberto ou fechado. ● Pneumotórax hipertensivo → é aquele que cursa com aumento exagerado da pressão intrapleural que empurra as estruturas contralaterais e mediastinais e, eventualmente, pode evoluir com parada cardiorrespiratória Ne�p���i�s P��u���s ● Mesotelioma Maligno → apesar de raro, apresenta íntima relação com exposição ao asbesto. ● Seu aspecto é firme e restritivo da lesão com invasão pulmonar. ● 90% dos casos relacionados à asbestose. ● Queda vertiginosa da função pulmonar. ● A grande maioria dos pacientes não sobrevive até dois anos após o diagnóstico. ● Tumor fibroso solitário → Tumor de partes moles com uma propensão para ocorrer na pleura, menos comum no pulmão.
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