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6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 1/107 JESSICA MOSELLO - TERCEIRO SEMESTRE PATOLOGIA - RESUMO II Aspectos da Normalidade: o coração é um órgão muscular oco, grosseiramente cônico, formado por três camadas: endocárdio, miocárdio e epicárdio. O epicárdio ou pericárdio visceral é uma membrana serosa que recobre o miocárdio. O miocárdio que constitui o músculo cardíaco, é responsável pela contração do órgão. O endocárdio reveste internamente o miocárdio (endocárdio mural) e forma as valvas cardíacas (endocárdio valvar). Os átrios do coração possuem paredes finas e comportam-se como câmaras de receptação e os ventrículos possuem paredes grossas (VE tem parede mais grossa que a do VD) e funcionam como bombas de propulsão. O coração possui quatro valvas: duas atrioventriculares a tricúspide (direita) e mitral (esquerda) e duas arteriais, a aórtica (esquerda) e pulmonar (direita). Cada valva cardíaca é formada por válvulas (nas atrioventriculares) e folhetos semilunares (nas artérias). A irrigação do miocárdio é feita pelas artérias coronárias. A artéria coronária esquerda origina-se do seio de Valsalva esquerdo e corre lateral e ventralmente entre a raiz do tronco pulmonar e o átrio esquerdo. Logo após sua origem divide-se em: 1. Artéria interventricular anterior (ou ramo descendente anterior ), que irriga a parede anterior do VE, dois terços do septo interventricular e parte da parede anterior do VD; 2. Artéria circunflexa , que irriga a parede lateral do VE. Na maioria dos corações a artéria coronária direita é a dominante e irriga todo o restante do coração, dando origem na face posterior à artéria interventricular posterior (ou descendente posterior ). Os vasos possuem três camadas, túnica íntima, média e adventícia. A túnica íntima é a camada mais interna e é formada pelo endotélio, lâmina basal e lâmina elástica (as artérias apresentam camada subendotelial). As artérias são divididas em elásticas ou musculares, e o que define é a quantidade de fibras elásticas que possui. As artérias elásticas , de maior diâmetro, como a aorta e as artérias pulmonares, têm uma grande capacidade para se expandirem em cada batimento, quando o coração tem uma grande quantidade de sangue no seu interior, para de imediato regressar ao seu diâmetro original à medida que impulsionam a corrente sanguínea até à rede arterial. Graças a este mecanismo, o sangue que sai do coração com grande turbulência transforma-se num fluxo contínuo que chega a todo o organismo. As artérias musculares são vasos de diâmetro mediano, distribuídos por todo o organismo, e contam com uma grande proporção de fibras musculares dispostas de forma concêntrica. Quando estas fibras estão relaxadas, as artérias dilatam-se e, quando se contraem, o diâmetro arterial diminui. Graças a este mecanismo, controlado pelo 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 2/107 sistema nervoso autónomo, o fluxo de sangue pode distribuir-se de várias maneiras às diversas regiões anatómicas, segundo as necessidades de cada momento. As arteríolas são as artérias de menor diâmetro, um pouco como as ramificações finais da rede arterial, que imediatamente se transformam em capilares. Caso clínico de dissecção aneurismática da aorta: Uma dissecção da aorta ocorre quando uma lesão na camada íntima da aorta permite a passagem de sangue entre as camadas da parede da aorta, forçando a separação dessas. Na maior parte dos casos está associada a dor súbita e intensa no peito ou nas costas, muitas vezes descrita como dilacerante. - Se tiver placa de ateroma a doença de base é a doença aterosclerótica - Se não tiver ateroma a doença de base é hipertensão - Depende do quadro clínico ARTERIOSCLEROSE: Endurecimento espessamento e perda da elasticidade da parede arterial. 1. Aterosclerose: vasos de grande e médio calibre. 2. Arterioloesclerose: arteriosclerose de arteríolas 3. Mediosclerose calcificada de Monckeberg Aterosclerose: doença inflamatória de artérias de grande e médio calibre caracterizada por alterações representadas pelo acúmulo intimal de lipídeos, carboidratos complexos, componentes do sangue, células e material intercelular. Artérias mais comprometidas: - Aorta abdominal - Coronárias e seus ramos - Aa ilíacas, femorais e poplíteas 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 3/107 - Arco aórtico e aorta torácica - Carótidas comuns e internas - Círculo arterial do cérebro - Óstio das aa mesentéricas e renais Fatores de Risco - NÃO Modificáveis: idade, sexo masculino, histórico familiar, mutações genéticas - Modificáveis: Dislipidemia, HAS, diabetes, proteína C-reativa, obesidade, stress Função endotelial e resposta ao dano: Patogênese 1. Agentes agressores ou uma disfunção endotelial lesam o endotélio 2. Penetração e acúmulo de LDL na camada íntima 3. O endotélio produz moléculas quimioatratores para chamar monócitos para fagocitar as partículas de gordura na tela subendotelial 4. Adesão de macrófagos e plaquetas ao endotélio com liberação de fatores de crescimento 5. Tela subendotelial aumenta 6. Migração e proliferação de células musculares lisas na íntima 7. Síntese e deposição de MEC (colágeno e proteoglicanos) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 4/107 Placa de ateroma complicada: - Ulceração - trombose - Hemorragia - Calcificação O ateroma pode romper-se expondo substâncias teciduais pró-coagulantes promovendo agregação plaquetária, assim originando um trombo. Os fatores que causam a ruptura de uma placa de ateroma podem ser mecânicos ou químicos. Os fatores mecânicos correspondem sobretudo ao grau de obstrução da luz, pois em locais com maior obstrução da luz o fluxo é mais turbulento causando maior impacto sobre a parede. Os fatores químicos correspondem a ação de enzimas, principalmente as metaloproteases, que degradam o colágeno da capa fibrosa, facilitando a ruptura da placa, com exposição de material subendotelial trombogênico (como o próprio colágeno). 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 5/107 Estria Lipídica Fibroateroma Fibroateroma Complicado Complicações da Aterosclerose: - Isquemia tecidual crônica – atrofia - Oclusão por trombose – infartos - Fragmentação – Êmbolos - Ruptura – aneurismas/ hemorragia ANEURISMAS: dilatação da parede arterial (três camadas) em pontos de enfraquecimento. + Aneurisma falso/Pseudo aneurisma: dilatação de apenas uma camada Patogênese: 1. Alterações estruturais da camada média 2. Redução da resistência da parede vascular 3. Dilatação Evolução: - Organização (trombo arterial mural) - Compressão e deslocamento de estruturas vizinhas - Ruptura com hemorragia e choque (pior quadro) - Tromboembolismo - Infecção + Melhor evolução para um pseudo-aneurisma é trombose 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 6/107 PATOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Aspectos da Normalidade: - Perfusão tecidual: oferta de sangue rico em nutrientes e fatores tróficos e retirada de metabólitos tóxicos para sua excreção - Para que haja perfusão adequada deve haver a circulação do sangue dentro da rede vascular Para tanto, são necessárias: 1. Uma bomba ejetora de sangue, o coração, tanto para o leito sistêmico quanto para o pulmonar e coronariano 2. Vasos por onde o sangue transitará e que manterão a pressão para a perfusão, bem como promoverão o retorno venoso ao coração 3. Sangue, que será o efetor da perfusão - Pressão arterial: pressão que a coluna de sangue exerce sobre a parede das artérias. - Deve ser ideal em cada compartimento do corpo humano. - Para isso, há mecanismos bem regulados que a controlam. - A pressão arterial depende da relação de dois fatores hemodinâmicos e é diretamente proporcional à variação destes fatores: PA = DC x RVP 1. O débito cardíaco (DC) 2. A resistência vascular periférica (RVP) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 7/107 Mediadores que atuam sobre o controle pressórico Mediadores HIPOTENSORES: - Peptídeo Atrial Natriurético - Óxido nítrico - Prostaglandinas - Cininas Mediadores HIPERTENSORES: - Mineralocorticóides - Catecolaminas - Renina - Angiotensina II - Aldosterona - Endotelinas - Insulina - Tromboxanos Parede Miocárdica: - Músculo estriado esquelético (fibras musculares curtas, dicotomizadas, de contração rápida) - Núcleos centrais - Junções intercelulares - discos intercalares (junções comunicantes permitem fluxo iônico entre as células) - Valvas cardíacas impedem refluxo 1. Átrio - ventriculares: impedem retorno para os átrios 2. Semilunares: impedem retorno para os ventrículos 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 8/107 Tecido nodal e o controle da contração cardíaca: - Tecido muscular modificado - Frequência de disparos - ciclo cardíaco - Estão sob controle do SNA - atividade simpática e parassimpática Sistema Renina - Angiotensina - Aldosterona A renina é estocada nas arteríolas aferentes e eferentes das células justaglomerulares. O que leva a liberação de renina é: - Redução da perfusão renal - Aumento do tônus simpático - Queda da carga de cloreto de sódio A renina liberada por essas células funciona como enzima para formação de Angiotensina I , que é convertida em Angiotensina II . A Ang II: - Aumenta a secreção de aldosterona pelas supra-renais. - Aumenta a reabsorção de sódio tubular pelo trocador Na+-H+ O hormônio aldosterona produzido pelas supra-renais, promove a captação de sódio (pelos ductos coletores), e água e excreção de potássio. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 9/107 HIPERTENSÃO: doença crônica, não transmissível de origem multifatorial, frequentemente assintomática, em que há comprometimento do equilíbrio entre fatores vasodilatadores e vasoconstritores, com consequente elevação dos níveis da pressão sanguínea nas artérias capaz, de causar lesões em órgão alvos. Fatores de risco: - Idade - Etnia - Sobrepeso e obesidade - Ingestão de álcool - Fatores socioeconômicos - Fatores genéticos - Sexo HAS Primária (ou essencial): - Mais de 90% dos casos; - Fatores genéticos (defeitos enzimáticos da degradação de aldosterona e mutações que favorecem aumento da reabsorção de sódio, hiperatividade dos corpúsculos carotídeos, entre outros), que favorecem: - Redução da excreção renal de sódio; - Aumento da resistência vascular arterial periférica; - Fatores ambientais; HAS Secundária: a outras doenças pré-existentes, geralmente renais e endócrinas Hipertensão Primária (Essencial): - Aumento da atividade do sistema nervoso simpático; aumento da produção de hormônios retentores de sódio e de vasoconstritores; - Aumento prolongado da ingestão de sódio durante a vida; ingestão inadequada de potássio e cálcio; - Aumento da secreção ou secreção inapropriada de renina, com consequente aumento na produção de angiotensina II e aldosterona; 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 10/107 - Deficiência na produção de vasodilatadores como prostaciclinas, óxido nítrico (NO) e peptídeos natriuréticos; - Alterações na expressão do sistema calicreína-cinina; - Anormalidades dos vasos de resistência, incluindo lesões seletivas da microvasculatura renal; - Diabetes mellitus e resistência à insulina; obesidade; - Aumento na atividade de fatores de crescimento vascular; - Alterações dos receptores adrenérgicos, influenciando a frequência cardíaca, a resposta inotrópica do coração e o tônus vascular; e alterações no transporte iônico celular. + Fatores Genéticos - Polimorfismos em genes que codificam: - Angiotensinogênio - Apo B - a-aducina - Receptores b-adrenérgicos - Subunidades da Prot G - Endotelina 1 - Transportadores de íons monovalentes Hipertensão Secundária: Efeitos da hipertensão arterial sistêmica em órgãos-alvo Artérias de grande e médio calibre: - Doença aterosclerótica; - Dissecções agudas e formação de aneurismas; Doenças de arteríolas e capilares: - Arterioloesclerose (SNC, rins e retina) - Rupturas vasculares (hipertensão maligna) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 11/107 A hipertensão arterial sistêmica, mesmo em níveis pressóricos baixos, é suficiente para gerar lesões catastróficas em órgãos alvos: - Parede arterial: arterioesclerose (ateroesclerose e arterioloesclerose), dissecações agudas e rupturas vasculares (aorta, inclusive) - Arteríolas renais: IRC - Arteríolas do globo ocular (bulbo – fundo de olho, papiledema) - Arteriolas encefálicas: tronco encefálico, centro branco (cápsula, núcleos da base, tálamo) - Doença arterial coronariana - Musculatura miocárdica: cardiopatia hipertensiva – arritmias, ICC Alta morbimortalidade, incapacitando indivíduos em fase produtiva – déficit de bilhões aos cofres com internações e reabilitação, medicamentos. O exame de fundo de olho é um método rápido e fácil para analisar o dano de HAS no paciente. A imagem a esquerda mostra um fundo de olho normal a imagem à direita mostra um fundo de olhosofrendo os efeitos da HAS, já com pequenos infartos visíveis. Se as arteríolas do olho estão assim é provável que as do cérebro também, indicando a seriedade da situação. CARDIOPATIA ISQUÊMICA Desequilibrio entre a oferta sanguínea e a demanda miocárdica metabólica, cursando com hipóxia e/ou anóxia tecidual, tendo como consequência eventos isquêmicos. Redução da oferta de sangue é a causa mais importante de isquemia miocárdica e acontece na grande maioria dos casos por aterosclerose coronariana, com ou sem trombose. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 12/107 Fatores de risco: - Doença arteriosclerótica - Tabagismo - Hiperlipidemia - Hipertensão Arterial Sistêmica - Diabetes Mellitus - Fatores genéticos - Estilo de vida O aparecimento e a evolução da isquemia miocárdica dependem de vários fatores: 1. Velocidade de progressão, extensão, duração e causa da obstrução coronariana 2. Estado do miocárdio (hipertrofia cardíaca, sobrecarga funcional) 3. Circulação colateral 4. Condições circulatórias (pressão arterial) e capacidade de transportar O2 no sangue + Etiologia geral: oclusão do leito coronário Lesão aterotrombótica coronariana - Aterosclerose coronariana - Trombose coronariana - Vasculites - Êmbolos Vasoespasmo: contração súbita das células musculares lisas de um segmento arterial, com redução da luz, é também um mecanismo capaz de provocar manifestações clínicas de isquemia aguda do miocárdio, seja diretamente, seja por facilitar a ruptura da placa ateromatosa e favorecer a trombose. - Diferenças de temperatura - Drogadição - Neuromodulação A lesão isquêmica depende: - Da velocidade de progressão, extensão, duração e causa da oclusão coronariana - Do estado morfofuncional do miocárdio Formas clínicas de apresentação: 1. Angina pectoris 2. Isquemia miocárdica crônica 3. Infarto (agudo) do miocárdio ANGINA PECTORIS: quadro de crise de dor precordial com características de opressão, cortante, causada por isquemia miocárdica de curta duração (poucos minutos). Variantes clínicas: - Angina estável (ou típica): demanda aumentada do miocárdio – oclusão coronariana crônica - Angina de Prinzmetal: acontece em repouso e relaciona-se a vasoespasmo - Angina instável (ou progressiva): instabilidade de placa aterosclerótica, é progressiva, duradoura e geralmente PRECEDE O INFARTO 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 13/107 Isquemia Crônica - Associada a placas de ateroma fixas - Miocardioesclerose e fibrose miocárdica - Relacionado à ICC INFARTO DO MIOCÁRDIO: consiste em área de necrose isquêmica de uma região do miocárdio causada por isquemia prolongada. Diagnóstico: 1. Clínica 2. Alteração do ECG 3. Dosagem de proteínas séricas: CK-MB e troponina – necrose de fibras miocárdicas (a partir de 4h, com pico em 24-48h). Etiologia: - Lesão aterotrombótica coronariana - Êmbolos - Vasoespasmo Topografia do Infarto do Miocárdio: - Artéria coronária esquerda: Ramo interventricular anterior: 40 a 50%. Ramo circunflexo: 15 a 20% - Artéria coronária direita: 30 a 40% Pelo caráter terminal da circulação coronária, existe um gradiente transmural de fluxo sanguíneo, sendo as porções subendocárdicas as menos perfundidas e as que portanto são mais vulneráveis a isquemia. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 14/107 Critérios macroscópicos gerais da lesão instalada Precoces: - Necrose coagulativa central, brancacenta, amolecida - Halo vinhoso ao redor da necrose - hiperêmico - Obs.: necrose hemorrágica se lesão de reperfusão Tardios: - Halo vinhoso torna-se acinzentado (tecido de granulação) - Cicatrização – substituição da área necrótica por tecido esbranquiçado, firme. Complicações: - Bloqueios de condução – morte súbita - Insuficiência cardíaca – edema pulmonar agudo - Trombos murais (embolia arterial sistêmica) - Aneurismas de parede cardíaca - Fistulização da área necrótica, hemopericárdio e tamponamento cardíaco - Pericardite fibrinosa (síndrome de Dressler) CARDIOPATIA HIPERTENSIVA Alterações miocárdicas (remodelamento) decorrentes de aumento do regime pressórico arterial (sistêmico ou pulmonar). Sistêmica: alterações cardíacas decorrentes da Hipertensão Arterial Sistêmica Pulmonar: alterações cardíacas decorrentes da Hipertensão Pulmonar (cor pulmonale) - Aguda: TEP - Crônica: enfisema, TEP de repetição, fibrose pulmonar Patogenia - Hipertrofia: resposta compensatória à sobrecarga pressórica - Remodelamento: aumento de expressão de fibrilas contráteis. Disposição em paralelo (hipertrofia concêntrica) - Evolução para a insuficiência cardíaca e dilatação: + Isquemia por compressão – miocardioesclerose + Indução de apoptose pela hipóxia Morfologia - Aumento do peso (até 1,0 kg) - Coração globoso - Sistêmica: Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (além de 1,5 cm) - Pulmonar: + Cor Pulmonale Agudo: Dilatação do Ventrículo Direito + Cor Pulmonale Crônico: Hipertrofia do Ventrículo Direito 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 15/107 MIOCARDITES, ENDOCARDITES E PERICARDITES MIOCARDITE: Processo inflamatório cardíaco, multifatorial, que atua como causa de lesão a cardiomiócitos (lesão inflamatória a cardiomiócitos com necrose e/ou degeneração dos miócitos adjacentes), com fases evolutivas de atividade e remissão. O Critério de Dallas é quem definiu o diagnóstico de miocardites em 1980, ele é até hoje considerado válido, mas tem sido criticado por não ser capaz de identificar pacientes com formas brandas da doença, em que o processo inflamatório é muito focal e discreto ou não está plenamente desenvolvido. + Formas brandas da doença: - Estado "Pró-inflamatório" → PCR positividade para agentes infecciosos e ausência de infiltrado inflamatório - Aumento de citocinas e AG de histocompatibilidade As miocardites podem ser causadas por: - Infecções: vírus, fungos, bactérias, riquétsias, protozoários, helmintos, etc. - Respostas imunes: febre reumática, lupus, rejeição de transplante, etc. - Unknown: sarcoidosis, miocardite de células gigantes Sinais Clínicos sugestivos: - Febre - IC início súbito - Arritmias início súbito - Assintomático Alterações laboratoriais: elevação de enzimas cardíacas O infiltrado inflamatório varia de acordo com o agente etiológico: - Neutrofílicas - Eosinofílicas - Linfo-histiocitárias (mononucleares) - Granulomatosa - Células gigantes 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 16/107 Evolução da Miocardite: - Cura sem sequelas - Múltiplos focos de fibrose → Fibrose miocárdica → Cardiomiopatia Dilatada / ICC progressiva Morfologia da Miocardite Fase aguda: - Coração globoso - Dilatação de câmaras (4) - Flacidez muscular - TROMBOS MURAIS - Edema - Infiltrado inflamatório: varia conforme agente etiológico - Agressão aos cardiomiócitos pelas células inflamatóriasMiocardite por VÍRUS - Vírus são frequentemente envolvidos em miocardites linfo-histiocitárias - Os principais vírus responsáveis são: Coxsackie B , coxsackie A, ECHO, pólio, influenza, HIV, sarampo, rubéola, etc. - Em geral suspeita-se de comprometimento do miocárdio, quando há descompensação cardíaca e arritmias, dias ou semanas após uma infecção viral em outro órgão como pulmão, vias respiratórias superiores, e sistema digestivo, etc. - Diagnóstico: níveis elevados de anticorpos séricos e biópsia endomiocárdica. - Mecanismos de lesões: consistem em citotoxidade direta pelo vírus ou reação imunitária mediada por linfócitos ou anticorpos - Infiltrado mononuclear inespecífico 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 17/107 Miocardite por BACTÉRIAS - A miocardite bacteriana pode ser causada por: 1. Invasão do miocárdio por bactérias (disseminação hematogênica) 2. Ação dos produtos tóxicos das bactérias 3. Reação imunitária às bactérias 4. Reação de Hipersensibilidade a produtos bacterianos - Miocardites secundária à invasão direta das bactérias é geralmente neutrofílica , à exceção as micobactérias, que é granulomatosa . Miocardite por FUNGOS - São formas raras de miocardites, geralmente associadas a disseminação fúngica a partir de endocardite valvar ou septicemia fúngica. - Endocardite valvar: próteses valvares cardíacas - Septicemia fúngica: indivíduos imunodeprimidos (doenças sistema imune, transplantados, etc.) - Candida e Aspergillus são os agentes mais comuns - O infiltrado inflamatório é tipicamente granulomatoso, com células gigantes, sendo os fungos geralmente identificados em meio à necrose central Miocardite por CAUSAS DESCONHECIDAS - Sarcoidose: atinge o miocárdio em locais circunscritos, determinando lesões macroscópicas de cor amarelada que se assemelha a infarto. Histologicamente, encontram-se granulomas epitelióides sem necrose caseosa , com células gigantes multinucleadas e infiltrado linfocitário em meio a fibrose. - Miocardite de células gigantes / Miocardite de Fielder: caracterizada por intenso processo inflamatório polimórfico, contendo muitos eosinófilos e numerosas células gigantes multinucleadas associadas a extensa lesão e necrose dos miocardiócitos. Contém principalmente: células gigantes multinucleadas, macrófagos, linfócitos e plasmócitos. Miocardites Granulomatosas: - Tuberculose: miocardite bacteriana - Fungos: Aspergillussp, Candida sp; Hystoplasma sp; Paraccocidioidessp - Helmintos: cisticercose; esquistossomose; hidatidose - Sarcoidose: doença granulomatosa multissistêmica de origem desconhecida Miocardites por HIPERSENSIBILIDADE - A miocardite por hipersensibilidade resulta, em geral, por reação a fármacos como: penicilina sulfonamidas, dobutamina , etc. - O quadro histológico é representado por edema , e reação inflamatória polimórfica, principalmente eosinófilos macrófagos e linfócitos, com disposição perivascular e intersticial Miocardite por PROTOZOÁRIOS - São dois protozoários que causam miocardites de importância clínica: T oxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi . Ambos provocam miocardites 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 18/107 linfo-histiocitárias , podendo ser encontrados cardiomiócitos parasitados , típicos para o diagnóstico etiológico. MIOCARDITE CHAGÁSICA A doença de Chagas pode ser transmitida por três quatro vias: Vetorial (mais comum transmitida por meio de contato com fezes ou urina do inseto), Transfusional, Congênita, Oral . A disseminação no hospedeiro começa pela infecção local, depois para nódulos linfáticos e enfim para várias partes do organismo como sistema nervoso central, coração e aparelho digestivo. A doença começa com a infecção do T. cruzi, então passa para a fase aguda que pode ser assintomática ou sintomática (mais frequente em crianças menores de 4 anos). A fase aguda sintomática caracteriza-se por parasitemia elevada, intenso parasitismo tecidual, manifestações de toxemia, processo inflamatório intenso e quadro clínico variável. Nos casos de transmissão vetorial podem surgir sinais de porta de entrada (reação inflamatória) na pele ou em mucosas, sendo mais chamativo o Sinal de Romana (complexo oftalmo linfonodal). Nos casos não tratados a fase aguda dura de 10 a 60 dias. Com o passar dos dias e das semanas a sintomatologia regride, o número de parasitas diminui na circulação e a doença evolui para a fase crônica. Quase sempre a fase crônica se instala como forma indeterminada que se caracteriza por comprovação sorológica da infecção, ausência de sinais da doença e ECG convencional, esta tem um prognóstico muito bom em médio e longo prazo, em 30-50% dos casos, persiste para toda vida. A evolução da forma indeterminada para forma cardíaca, digestiva ou mista ocorre em geral, de maneira insidiosa, 10 a 20 anos após a fase aguda. Na maioria das vezes, as formas crônicas assumem comportamento benigno e de evolução lenta, porém a forma cardíaca pode ser letal em alguns casos. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 19/107 Morfologia Fase Aguda: - Destruição direta de grande número de cardiomiócitos pelo T. cruzi → ICC - Presença da forma amastigota do parasita no interior do cardiomiócito, - Infiltrado celular (macrófagos e linfócitos) número variado de neutrófilos, eosinófilos e mastócitos - Edema: dissociando fibras Morfologia Fase Crônica: - Dilatação global de todas as câmaras, tomando contorno arredondado (moringa) - Reações imunológicas: destruição de miocardiócitos - Lesão de vórtex: afinamento do miocárdio na ponta do VE, acompanhado por fibrose. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 20/107 - A hipocontratilidade do miocárdio gera lentificação de fluxo e favorece trombose nas câmaras cardíacas - Microscopia: linfócitos e eosinófilos, fibrose, sem o parasito Miocardites das SÍNDROMES IMUNOLÓGICAS - Miocardite linfo-histiocitária - Doenças autoimunes: + Lúpus eritematoso sistêmico + Esclerose sistêmica + Polimiosite - Doenças reumáticas - Rejeição celular coração transplantado DOENÇA REUMÁTICA Reação imunomediada, multissistêmica, desencadeada pela infecção prévia pelo Streptococcus b-hemolítico do grupo A da classificação de Lancefield, particularmente em episódios de faringite (mais raramente outros sítios). Na grande maioria das vezes, a primeira manifestação clínica surge na infância , entre 5 e 15 anos (80%). No entanto como a doença tem evolução longa , suas primeiras repercussões aparecem em indivíduos jovens ou adultos . O coração é atingido em grande partedos pacientes gerando alterações cardíacas diversas. Fatores de virulência da Streptococcus: - Proteína M - Proteína F - Hialuronidase - Estreptoquinase - Estreptolisina O Etiopatogênese - A doença reumática é uma complicação tardia mediada por anticorpos de infecções das vias aéreas superiores causadas por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A de Lancefield 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 21/107 - Na história natural da doença o indivíduo inicialmente tem uma infecção da orofaringe seguida, 2 a 4 semanas depois, de episódio da doença reumática (apenas 3%). - Várias infecções estreptocócicas para sensibilizar o indivíduo - Produção de anticorpos - Reação cruzada pós infecciosa (anticorpos anti-estrepto) - Reação auto-imune induzida pelo estreptococo (ativação de células T) - As evidências principais indicam haver reações imunitárias cruzadas com moléculas de partes do próprio organismo, como o coração e as articulações, devido ao mimetismo molecular entre proteínas bacterianas e o hospedeiro. - Proteína M do streptococos assemelha-se a proteínas humanas - Antígenos streptococos mimetizam componentes do sarcolema de miocélulas cardíacas e o hialurona da bactéria é semelhante a compostos glicídios valvares . Aspectos Clínicos: - Surgem 2 a 3 semanas após infecção estreptocócica - Febre, poliartralgia migratória, coreia, comprometimento cardíaco (2/3 casos) - Lesões estéreis (cultura negativa para estreptococo) - Faringite prévia com elevação de ASLO (antiestreptolisina O) - FR recorrente precedida de infecção exames reumatológicos alterados (proteína C reativa, VHS) Evolução: - Crises sucessivas - Remissão entre crises (duração meses ou anos) Diagnóstico: para realizar o diagnóstico seguindo o critério de Jones é preciso ter 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores, e evidências de infecção pelo estreptococo do grupo A. Critérios primários (maiores): 1. Poliarterite migratória 2. Cardite 3. Nódulos cutâneos 4. Eritema marginatum 5. Coréia de Sydenham Critérios secundários (menores) 1. Febre 2. Artralgia 3. Doença reumática prévia Morfologia Fase AGUDA: - Cardiomegalia, flacidez e dilatação das 4 câmaras - Pericardite fibrinosa 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 22/107 - Vegetações fibrinosas ao longo da borda de fechamento valvar . Constituídas de fibrina, plaquetas cél inflamatórias cél do revestimento endocárdio Nódulos de Aschoff: - interstício entre os feixes de miocardiócitos. - Perivascular. - Necrose fibrinóide central (eosinofílico) - Linfócitos, plasmócitos - Células de Anitschkow (macrófagos ativados) - Células de Aschoff (macrófagos multinucleados) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 23/107 Morfologia fase CRÔNICA - Sequelas dos surtos de inflamação aguda: - Valvulite persistente com infiltração mononuclear, angiogênese, fibrose e cicatrização - Espessamento e endurecimento das valvas + Fusão das comissuras (estenose valvar) - lesão em “boca de peixe” + Mitral isolada: 65-70% + Mitral/Ao: 25% - Trombose atrial - Fusão, espessamento e encurtamento das cordas tendíneas + Fibrose deformante valvar mitral (predominantemente) VALVULOPATIAS Estenose: incapacidade de abertura - Mudança adaptativa do coração: hipertrofia parede a montante seguido de dilatação da cavidade se defeito não for corrigido Insuficiência : falta de fechamento completo da válvula (regurgitação) - Repercussão inicial: dilatação a montante acompanhada de hipertrofia Dupla lesão: estenose + insuficiência - Ocorre quase sempre quando há comprometimento valvar Causas - Doença reumática: principal - Endocardite infecciosa e não infecciosa - Valvopatia degenerativa - “desgaste” + Prolapso valvar + Calcificação valvar ENDOCARDITE INFECCIOSA - Inflamação do endocárdio provocada por microorganismos. - Maioria das endocardites ocorre nas valvas previamente lesadas e próteses valvares - Valvas mais atingidas: Mitral e Aórtica Situações que favorecem a instalação: valvas previamente lesadas - Anomalias cardíacas congênitas - orifícios anômalos (comunicações intracavitarias) - Cardiopatia reumática crônica - Prolapso de valva mitral - Estenose calcificada valvar - Valva aórtica bicúspide - Prótese valvar - Cateter de demora - HIV / DM 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 24/107 Aspectos Morfológicos das endocardites INFECCIOSAS: - Formação de vegetações – trombos - Massas pardacentas avermelhadas friáveis de tamanhos variados + Difícil visualização até grandes causando estenose de valva por obstrução mecânica Localização: - Folhetos valvares face atrial valva atrioventricular e face ventricular das valvas arteriais - Cordas tendíneas - Endocárdio mural 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 25/107 Formas Clínicas: - Aguda e Subaguda - Expressa o ritmo e a variação da gravidade da doença determinados pela virulência do MO infectante e pela presença ou não de doença cardíaca subjacente Aguda: destrutiva e purulenta - MO virulentos (Staphylococcus aureus) - Valvas normais, geralmente - Lesões necrosantes, ulceradas, perfurantes, infiltrantes nas cúspides - Vegetações valvares volumosas, de 0,5 a 2,0cm, plenas de microrganismos – fenômenos embólicos sistêmicos - Óbito precoce (dias a semanas) Subaguda: - MO menos virulentos (Streptococcus viridans) - Valvas previamente danificadas - Lesões brandas, de pequenas dimensões - Vegetações valvares pequenas, em média 0,5 cm - Menor taxa de mortalidade - Fatores de virulência adesina Complicações: - Insuficiência cardíaca por falência valvar (valva aórtica) - Abscesso no miocárdio - Ruptura dos músculos papilares - Obstrução valvar por trombose - Êmbolo séptico + Vasculites, infecções órgãos distantes, infarto - Glomerulopatias + Infecção leva formação de imunocomplexos circulantes ENDOCARDITE TROMBÓTICA NÃO BACTERIANA (MARÂNTICA) - Ocorre em indivíduos debilitados (doenças crônicas), sépticos, cancerosos Mecanismo: - Estados de hipercoagulabilidade: deposição de pequenas massas de fibrina, plaquetas , ausência de agente infeccioso e ausência PI Consequências - Disfunção valvar - Embolia Morfologia: - Macroscopia: vegetações de 1 a 5 mm na borda de fechamento das valvas normais - Microscopia: trombos e fibrina SEM inflamação 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 26/107 Doença de Libman Sack - Pacientes com lúpus eritomatoso - Não trombótica e não bacteriana - Provável deposição de imunocomplexo (Ac antifosfolipídicos –ac anticardiolipina) - Vegetações estéreis, pequenas, fibrinosas dos dois lados das valvas - Associadas à necrose fibrinóide e inflamação - Pode levar a deformação e cicatriz semelhante a doença reumática. PATOLOGIA DO PERICÁRDIO - Pericárdio: dupla membrana serosa e fibrosa - Pericárdioseroso: folhetos parietal e visceral - Líquido pericárdico - O pericárdio cumpre duas funções: mecânica e membranosa. A função mecânica impede o deslocamento do coração dentro da cavidade torácica; a função membranosa atua como barreira contra infecções e facilita o deslizamento do órgão em seus movimentos, impedindo o atrito com as demais estruturas do tórax. Coleções Pericárdicas Hidropericárdio: - Líquido seroso límpido, que se acumula na cavidade do pericárdio (ICC) - Volume máximo: 1500mL–tamponamento (distensão gradual do saco pericárdio) Hemopericárdio: - Sangue na cavidade do pericárdio - Tamponamento com 400mL + Ruptura parede ventricular pós infarto + Ruptura aorta com dissecção para espaço pericárdio + Ruptura aorta e coração por traumas Pneumopericárdio : - Ar na cavidade pericárdica (trauma, caverna tuberculosa, fístula esofágica) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 27/107 PERICARDITES - Quase sempre representam envolvimento secundário de inflamações de estruturas vizinhas como miocárdio, pulmões ou mediastino Pericardites Serosa - inflamatória Causas: - Inflamação não infecciosa + FR, LES, neoplasias - Infecções contíguas (mediastinais) + Pleurite bacteriana-irritação serosa pericardica- derrame seroso estéril Pericardite Fibrinosa - Líquido seroso misturado com exsudato fibrinoso - Forma mais frequente de pericardite Causas principais: - Infarto do miocárdio - Uremia - Radiação no tórax - Doença reumática § Colagenoses - Traumatismo Reorganização pode causar : - aderências - fibrose - pericardite constritiva – restrição movimentos cardíacos Morfologia: - Material fibroso branco-amarelado friável - Aspecto “pão com manteiga” Pericardite Purulenta - Causada Microrganismos piogênicos - Pericárdio recoberto difusamente por exsudato branco amarelado - Os agentes atingem o pericárdio por: 1. Propagação de infecções adjacentes 2. Septicemia 3. Inoculação direta por manipulação cardíaca Pericardite Hemorrágica - Encontrada em associação com as pericardites agudas descritas anteriormente, é aquela caracterizada por componentes hemorrágicos expressivos - Exsudato composto de sangue e derrame fibrinoso ou supurativo Causas principais: - Tuberculose - Infiltração neoplásica - Complicação de cirurgia cardíaca 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 28/107 Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas Doenças pulmonares obstrutivas são entidades clinicopatológicas que têm em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em qualquer nível da árvore respiratória . Muitas destas doenças são preveníveis, os principais fatores de risco são: tabagismo (inclusive fumo passivo), poluição, alérgenos variados, agentes ocupacionais, estados pós-infecciosos, dieta e estados nutricionais. Os representantes principais são: - Bronquite crônica - Enfisema pulmonar - Asma - Fibrose Cística Como o tabagismo é o fator etiológico mais importante para o desenvolvimento tanto da bronquite crônica como do enfisema, muitos pacientes têm sobreposição das duas doenças, com predomínio ora do componente inflamatório das vias aéreas (bronquite/bronquiolite), ora da destruição do parênquima pulmonar (enfisema). As doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC são a Bronquite crônica e o Enfisema pulmonar a asma não se encaixa nas DPOCs, por possuir características diferentes. BRONQUITE CRÔNICA Bronquite crônica é definida clinicamente como tosse persistente com produção excessiva de muco na maioria dos dias de um período de três meses, por pelo menos dois anos consecutivos. Se não houver obstrução de vias aéreas é bronquite crônica simples, se houver obstrução é bronquite crônica obstrutiva. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 29/107 Patogênese Têm a sua patogênese baseada em uma exuberante resposta inflamatória pulmonar frente a estímulos crônicos (tabagismo). Os principais achados que configuram o processo inflamatório são linfócitos, macrófagos, neutrófilos e células epiteliais. - Linfócitos (T CD8+): lesão parenquimal e recrutamento de Nfs (parede) - Macrófagos: liberam TNF-α, IL-8 e LTB4 – quimioatratores de Nfs - Neutrófilos: agressão, liberação de fatores secretagogos (luz) - Epiteliais: sustenta a inflamação (síntese e liberação de citocinas) e favorece o remodelamento (fatores de crescimento) A DPOC favorece o recrutamento neutrofílico: - Mediação química pró-inflamatória (e redução da anti-inflamatória) - Expressão de moléculas de adesão Aspectos Morfológicos Macroscopicamente: - Espessamento da parede brônquica - Acúmulo da secreção esbranquiçada, por vezes com aspecto purulento Microscopicamente: - hipersecreção de muco - hipertrofia das glândulas submucosas - Fibrose - Infiltrado inflamatório - aumento do número de células caliciformes e acúmulo de secreção - Metaplasia escamosa epitelial → Todos essa mudanças morfológicas resultam em estreitamento do bronquíolo com inflamação e fibrose. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 30/107 ENFISEMA PULMONAR Enfisema pulmonar é definido como o aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares associado a destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente. Etiopatogenia: Desequilíbrio protease-antiprotease: - Deficiência congênita de alfa-1-antitripsina - Deficiência adquirida da alfa-1-antitripsina: tabagismo 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 31/107 As proteases são enzimas que quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas, já as antiproteases (sendo a mais importante a alfa-1-antitripsina ) possuem caráter protetor, pois inativam essas enzimas. No enfisema pulmonar ocorre um predomínio de proteases sobre as antiproteases. As principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são neutrófilos que liberam serino-protease e macrófagos alveolares que formam metaloelastases ambas proteases capazes de degradar elastina substância elástica que constitui as paredes dos alvéolos. Os agentes oxidantes presentes no fumo também colaboram muito para a instalação do enfisema pois além de agredirem diretamente os componentes da matriz extracelular, radicais livres de O 2 reduzem a eficiência do sistema antiprotease, por inibirem a ação da - ATα1 1. Inalação de gases e partículas agressoras (tabagismo) 2. Citocinas 3. Inflamação 4. Aumenta estresse oxidativo 5. Aumenta proteases e diminui antiproteases ( - AT)α1 6. Degradação excessiva de elastina 7. Destruição da parede alveolar → Enfisema Patogênese da obstrução: 1. Estreitamento e tortuosidade das pequenas vias aéreas por inflamação e fibrose (bronquiolite), que aumenta a resistência de vias aéreas 2. Perda do ancoramento alveolar e da força de recolhimentoelástico (enfisema), que causa fechamento precoce das pequenas vias aéreas durante a expiração. 3. Tudo isso leva a limitação ao fluxo aéreo → obstrução ao fluxo aéreo Classificação dos Enfisemas: de acordo com a distribuição anatômica das lesões 1. Centroacinar ou Centrolobular 2. Pan-acinar ou Panlobular 3. Parasseptal 4. Irregular 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 32/107 Centroacinar ou Centrolobular - Porções centrais dos ácinos - Preserva alvéolos distais - Lobos superiores e ápice - Tabagismo Tipo mais comum e é consequente à dilatação ou destruição dos bronquíolos respiratórios (setas vermelhas). No enfisema centrolobular há múltiplas pequenas lucências de paredes finas com predomínio nas regiões superiores. Panacinar ou Panlobular - Ácinos aumentados uniformemente (difícil distinguir os alvéolo dos ductos alveolares) - Basais inferiores - Deficiência de alfa-1-AT Parasseptal - Porção distal do ácino - Mais comum em região superior do pulmão - Surge em áreas adjacentes a fibrose, cicatrizes ou atelectasia - Causa frequente de pneumotórax espontâneo em jovens Irregular - Assintomático, envolve o ácino de maneira irregular e está associado a cicatrizes de processos inflamatórios antigos. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 33/107 Aspectos morfológicos Macroscópicos: - Pulmões são aumentados de volume e suas margens anteriores se aproximam - Especialmente nas margens e no ápice, podem existir bolhas às vezes volumosas - O órgão é pálido (contém pouco sangue) e se torna quase completamente inelástico - Na superfície de corte, notam-se as cavidades resultantes da dilatação dos espaços aéreos distais Microscópicos: - Destruição da parede de brônquios e alvéolos que resulta em : + dilatação permanente dos alvéolos, sacos e ductos alveolares formando cavidades de 1mm ou mais facilmente visíveis ao olho nu + perda do componente elástico, que resulta em diminuição da expiração e aumento do ar residual + redução do leito capilar pulmonar, pela destruição dos septos alveolares - Obstrução de bronquíolos que se deve a: + estenoses, deformação e tortuosidades dos bronquíolos + aumento de muco + bronquiolite e bronquite - Alvéolos anormalmente grandes são separados por septos delgados, com fibrose centroacinar apenas focal. - Perda da fixação dos alvéolos à parede externa das pequenas vias aéreas. - Os poros de Kohn são tão grandes que os septos parecem estar flutuando ou sofrem protrusão cegamente para os espaços alveolares. Complicações - Ruptura de bolhas - Pneumotórax - Pneumomediastino - Cor pulmonale crônico 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 34/107 Cor pulmonare crônico: hipertrofia de VD - ↑ shunt pulmonar (lesão enfisematosa e obstrução das vias aéreas de forma heterogênea.) - ↑ da retenção do CO2 por hipossensibilidade do centro bulbar. - ↑ do CO2 estimula a vasoconstrição das arteríolas e pequenas artérias pulmonares como mecanismo compensatório da hipoxemia crônica. - ↑ da vasoconstrição resulta em hipertensão da pulmonar crônica, hipertrofia e remodelamento dos vasos, falência ventricular direita, ↑ da PVC, congestão sistêmica e baixo débito cardíaco. ATIVIDADE CASO CLÍNICO DPOC Explique a fisiopatogenia da tosse com produção de escarro descrita. As alterações inflamatórias causam disfunção ciliar e aumento do tamanho e do número das células caliciformes, ocasionando o excesso de secreção de muco. Essas alterações são responsáveis pela diminuição do fluxo aéreo, hipersecreção e tosse crônica. Explique a fisiopatogenia da cianose e do cansaço fácil apresentados. Lábios ou camas de unha azulados (cianose), devido à circulação de oxigênio no corpo abaixo do necessário. Na DPOC o processo de perfusão e ventilação está debilitado diminuindo o teor de oxigênio no sangue, piorando ainda mais nas periferias do corpo. Conforme a DPOC progride, especialmente se continua exposto ao cigarro, o pulmão perde a capacidade de oxigenar o sangue adequadamente. Explique a fisiopatogenia dos achados do exame físico pulmonar. A hiperexpansibilidade torácica acontece para que o ar seja inalado em maior quantidade. Os murmúrios são produzidos pela passagem do ar em locais em que houve o estreitamento das vias aéreas.. O murmúrio vesicular diminuído à ausculta pulmonar, creptação grosseira e roncos difusos à ausculta indicam esta obstrução nos pulmões também. O paciente também apresentava tiragem intercostal utilizando musculatura acessória a qual permite que o paciente respire mais profundamente e assim tolere a falta de ar. Qual foi a importância em conhecer os níveis normais de alfa-1- antitripsina? Certas células pulmonares produzem uma enzima chamada elastase neutrofílica que destrói a estrutura pulmonar. Na maioria das pessoas, a proteína alfa 1 antitripsina neutraliza esta enzima protegendo conseqüentemente a estrutura pulmonar. Em deficiência de AAT, existe uma diminuição dessa proteína protetora, em conseqüência a elastase neutrofílica ataca e destrói livremente a estrutura pulmonar. Este dano é contínuo e causa desta forma a doença pulmonar obstrutiva crônica. Portanto é importante saber sobre os níveis de alfa-1-antitripsina para saber a causa da DPOC. Explique a fisiopatogenia da policitemia representada pelo Hematócrito>60%. A poliglobulia ou policitemia é uma condição caracterizada por um aumento exagerado na quantidade de glóbulos vermelhos no sangue. A policitemia >55% indica hipoxemia crônica. O aumento de glóbulos vermelhos acontece para tentar reparar a hipóxia. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 35/107 ASMA E BRONQUIECTASIA ASMA Asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias caracterizada por hiper-reatividade brônquica (bronco-constrição) e hipersecreção de muco em resposta a estímulos variados . Clinicamente os pacientes apresentam episódios recorrentes de dispneia, sibilos (chiado) e tosse associados a broncoconstrição , manifestações essas reversíveis pelo menos em parte, espontaneamente ou por tratamento. Entre as crises, os pacientes são assintomáticos. Contudo, em algumas pessoas as crises são persistentes (dias ou semanas) e podem ser fatais, caracterizando a asma grave ou status asmaticus. A asma acomete principalmente crianças e adolescentes mas pode afetar também adultos. Dividida em duas categorias: - Atópica: sensibilização e reposta imune a certos antígenos. Apresenta, geralmente, histórico familiar e está associada à rinite alérgica. - Não atópica: não há identificação de um alérgeno predisponente. Fatores desencadeantes:- infecções respiratórias - poluentes do ar - fumaça de cigarro - estresse - exercício físico Etiopatogenia A inflamação das vias aéreas é o principal fator responsável pela hiper-reatividade brônquica (bronco-constrição) e pela cronicidade da doença. Estudos mostram que a inflamação é constante e está presente inclusive nos intervalos entre as crises. A inflamação atinge todo o trato respiratório, até o parênquima alveolar. Asma Atópica - Nas pessoas predispostas geneticamente, alérgenos inalados (pó doméstico, pelos de animais, pólen, alguns alimentos, etc) entram em contato com a mucosa respiratória e são capturados por células dendríticas , que reconhecem o antígeno, o processam e apresentam seus fragmentos ligados a moléculas MHC II a linfócitos auxiliares. - Estes produzem citocinas, sobretudo IL-3, IL-4, IL-5, IL-10, e IL-13, levando a uma resposta humoral com proliferação de linfócitos T auxiliares do tipo 2 ( resposta Th2 ). - IL-5 é quimiotática para eosinófilos , enquanto IL-4 induz a síntese de IgE , que se liga à superfície de mastócitos. Surge assim uma reação de hipersensibilidade do tipo I. A IL-13 ativa a LyB que aumenta a produção de muco. - Quando mastócitos revestidos por IgE são expostos ao antígeno sensibilizante, há a dimerização da IgE, que induz desgranulação de mastócitos e liberação de vários produtos que: 1. Causam broncoconstrição, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e aumento da produção de muco (crise aguda de asma) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 36/107 2. Recrutam e ativam outras células, como eosinófilos, linfócitos, neutrófilos, basófilos e macrófagos para o sítio de inflamação, os quais são capazes de perpetuar a resposta inflamatória mediante a liberação de novos mediadores pró-inflamatórios. Há duas formas de resposta aos alérgenos: a. reação imediata, que surge minutos após o estímulo e desaparece em 30 a 60 minutos espontaneamente ou após tratamento b. reação tardia, que aparece em cerca de 60% dos pacientes e se manifesta 6 a 8 horas após como nova crise de broncoconstrição, edema e hipersecreção. A resposta tardia é mediada pela chegada de células inflamatórias recrutadas na fase anterior. Células epiteliais: liberam citocinas (IL-1, IL-6, IL-8, GM-CSF, TGF-beta), fibronectina e derivados do ácido araquidônico. Células dendríticas: são responsáveis por capturar, processar e apresentar os antígenos aos linfócitos T. Linfócitos: o número de linfócitos T ativados correlaciona-se com a gravidade da doença. A maioria dos linfócitos tem padrão Th2 , os quais liberam IL-4, IL-5, IL-6, TNF-alfa e GM-CSF (linfócitos de padrão Th1 liberam IL-2, TNF-alfa e IFN-gama) Mastócitos: quando mastócitos revestidos por IgE são expostos ao antígeno ao antígeno sensibilizante, há dimerização da IgE, que induz desgranulação de mastócitos e liberação de: a. histaminas b. fatores quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos c. mediadores lipídicos da inflamação (prostaglandinas e leucotrienos) Eosinófilos: recrutados na fase tardia da inflamação, sobretudo por IL-5, os eosinófilos estão presentes em número variado nas vias respiratórias (em pessoas normais, são praticamente ausentes). Seus grânulos contêm várias substâncias, entre elas a proteína básica principal (MBP) que é capaz de lesar o epitélio brônquico, expondo terminações nervosas sensitivas subepiteliais que respondem com broncoconstrição, vasodilatação e hipersecreção de muco. Além disso a ativação de eosinófilos libera leucotrienos (broncoconstritores) e fator ativador de plaquetas (PAF, broncoconstritor) e aumenta a hiper-reatividade brônquica. PAF é também quimiotático para eosinófilos, o que cria um mecanismo de retroalimentação positiva, perpetuando a reação inflamatória. Macrófagos: em asmáticos macrófagos pulmonares têm maior número de receptores IgE e liberam citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6 e TNF-alfa) Neutrófilos: em alguns pacientes, especialmente na forma não atópica da asma, a inflamação das vias aéreas é rica em neutrófilos, que liberam enzimas lisossômicas, leucotrienos e fator liberador de histamina (HRF), que pode amplificar a reação alérgica. Elastase neutrofílica, que induz secreção nas células caliciformes e glândulas submucosas, contribui para a hipersecreção brônquica (nesses paciente a obstrução brônquica é mais intensa) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 37/107 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 38/107 Sistema nervoso autônomo (SNA): nos pulmões existem as fibras nervosas colinérgicas que causam broncoconstrição e adrenérgicas que causam broncodilatação. - Taquicininas: produzidas por fibras não adrenérgicas e não- colinérgica. Capazes de manter a resposta inflamatória → broncoconstrição, vasodilatação, edema e secreção de muco. Remodelamento brônquico: a persistência da inflamação brônquica pode provocar alterações estruturais irreversíveis nas vias aéreas de asmáticos (remodelamento), as quais são responsáveis pela piora progressiva e irreversível da função respiratória em alguns pacientes. Inflamação persistente causa agressão e reparo inadequado, resultando em espessamento da parede, o que pode contribuir para a hiper-reatividade brônquica. Manifestações Clínicas: - Episódios recorrentes de sibilância, falta de ar, opressão torácica e tosse - Queda de saturação de oxigênio Obstrução de vias aéreas devido: - Broncoconstrição - Inflamação da mucosa brônquica - Hipersecreção de muco 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 39/107 Como reverter: - Broncoconstrição → Broncodilatadores - Inflamação da mucosa brônquica → Corticosteróides - Hipersecreção de muco → Fluidificação das secreções Na crise: - Beta-agonistas de curta duração - Corticosteróide oral - Oxigênio (sn) → Aspectos Morfológicos Macroscopicamente - Pulmões hiperinsuflados com secreção espessa que obstrui os brônquios e bronquíolos 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 40/107 Microscopicamente - Secreção abundante na luz das vias respiratórias - Descamação epitelial - Espessamento da membrana basal - Edema da submucosa - Hipertrofia da musculatura lisa - Infiltrado inflamatório de mononucleares e eosinófilos - Células epiteliais descamadas misturadas com a secreção formam arranjos conhecidos como espirais de Curschmann. Quando ocorre Remodelamento Brônquico aparecem ainda: - Fibrose abaixoda membrana basal - Espessamento da submucosa - Hipertrofia e hiperplasia das glândulas mucosas e aumento das células caliciformes - Espessamento da adventícia por infiltrado inflamatório - Alterações em fibras elásticas (elastose e fragmentação das fibras oxitalânicas) BRONQUIECTASIA A bronquiectasia é a doença caracterizada por dilatação permanente dos brônquios e bronquíolos , provocada em geral por obstrução e infecção necrotizante pulmonar que levam na destruição de músculo e tecido elástico pulmonar provocando enfraquecimento da parede brônquica . Alguns fatores predisponentes são doenças pulmonares na infância, principalmente infecções virais e bacterianas, como fibrose cística, anormalidades dos batimentos ciliares ou malformações do sistema respiratório. Etiopatogênese Não é totalmente conhecida. Na maioria dos casos, as lesões parecem resultar de infecção e obstrução dos brônquios, por fatores diversos. Classifica-se a doença em tipos obstrutivos e não obstrutivos: Padrão obstrutivo: - Obstrução, por qualquer causa, de um segmento da árvore brônquica - Retenção de muco no segmento distal à obstrução - Favorece infecções - As infecções repetidas favorecem o enfraquecimento da parede brônquica, levando a sua dilatação - Causa de obstruções externas: linfonodos hilares aumentados (exemplo: Tuberculose), neoplasias de crescimento lento. Em crianças pode ocorrer por aspiração de corpo estranho. - O lobo médio por ter a luz brônquica mais estreita do que os outros segmentos pulmonares, está mais sujeito a obstrução → síndrome do lobo médio Padrão não-obstrutivo: - Etiopatogenia pouco conhecida. - Pode ser congênita ou associar-se a outras doenças. Pode associar a fibrose cística, doenças pulmonares que favoreçam enfraquecimento pulmonar. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 41/107 Manifestações Clínicas: - Tosse - Febre - Roncos e sibilos - Expectoração abundante (geralmente malcheirosa) - Dispneia (lesões mais graves) - Insuficiência respiratória (lesões extensas) Tratamento - Clínico: antibióticos - Fisioterapia respiratória - Cirúrgico: remoção da obstrução, segmentectomia, lobectomia → Aspectos Morfológicos Macroscópicos: Os brônquios dilatados são em geral de tamanho médio. As dilatações podem ser cilíndricas , quando o brônquio é uniformemente dilatado em toda a sua extensão, saculares , se a dilatação é maior na porção distal do brônquio, ou varicosa , quando apenas alguns segmentos mostram-se dilatados. A bronquiectasia também pode ser seca ou úmida dependendo da quantidade de secreção produzida. Microscópicos: - Luz brônquica dilatada contém secreções, polimorfonucleares, macrófagos e células epiteliais descamadas - O epitélio mostra-se muitas vezes ulcerado, outras vezes com metaplasia escamosa e hiperplasia de células basais - Nas fases tardias: fibrose peribrônquica, formação de anastomoses dos vasos bronco-pulmonares que podem fazer hemorragia por lesão vascular e causar hemoptise. 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 42/107 DOENÇA DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA Bronquite crônica Tosse persistente com produção excessiva de muco (DPOC) Resposta inflamatória pulmonar frente a estímulos crônicos (tabagismo). Enfisema pulmonar Aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares (DPOC) Desequilíbrio protease-antiprotease (alfa-1-antitripsina) Asma Doença inflamatória crônica das vias respiratórias A inflamação das vias aéreas é causada por alérgenos inalados em pessoas predispostas e é o principal fator responsável pela hiper-reatividade brônquica (bronco-constrição) e pela cronicidade da doença. Hipersensibilidade tipo I Bronquiectasia Dilatação permanente dos brônquios e bronquíolos Obstrução e infecção necrotizante pulmonar que levam na destruição de músculo e tecido elástico pulmonar provocando enfraquecimento da parede brônquica CÂNCER DE PULMÃO Epidemiologia: mundialmente em homens o câncer de pulmão atinge o primeiro lugar e em mulheres fica entre o segundo e terceiro câncer com maior mortalidade. No Brasil o câncer de pulmão em homens está no segundo lugar e em mulheres em terceiro. - Risco estimado de 18,16 casos novos a cada 100 mil homens, sendo o segundo tumor mais frequente - Risco estimado de 11,81 casos novos para cada 100 mil mulheres, ocupando a quarta posição - Mais frequente entre 40-70 anos, com o pico de incidência entre 50-60 anos - Sobrevida relativa em 5 anos: 19% (16% para homens e 22% para mulheres) - 16% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em um estágio localizado, para o qual a taxa de sobrevida em 5 anos é de 56% Etiologia: a etiologia mais associadas a câncer de pulmão é o TABACO , (85%-90% dos casos) comprovado por evidências estatísticas, clínicas e experimentais que estabeleceram correlação positiva indiscutível. - Aproximadamente 80% → tabagistas ativos ou que pararam recentemente 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 43/107 - Correlação entre a frequência do câncer e a quantidade de maços/ano consumidos: o risco é 60x maior entre fumantes pesados habituais (2 maços/dia por 20 anos) comparado com não fumantes - Estudos retrospectivos - associação da frequência do câncer de pulmão com: Quantidade diária de cigarros, tendência em tragar (inalar) e duração do hábito - As mulheres têm maior suscetibilidade aos carcinógenos da fumaça do tabaco do que os homens - Interrupção do tabagismo por 10 anos: ↓ o risco (porém não mais aos níveis dos não fumantes) - Alterações genéticas que antecedem o desenvolvimento do câncer podem persistir por anos no epitélio brônquico de ex fumantes - Apenas 11% dos tabagistas pesados desenvolvem câncer de pulmão - Associação com outros carcinomas: boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, colo uterino, rim, fígado, bexiga urinária, etc. Fumantes Passivos: - Não há nível seguro de exposição aos carcinógenos do tabaco - Estima-se que 3.000 adultos não fumantes morram de câncer pulmonar como resultado da inalação passiva da fumaça do tabaco Outros fatores de risco: poluição do ar, níquel, gás pimenta, asbesto, enriquecimento do urânio Quadro Clínico Sintomas mais comuns e vários meses de duração: - Tosse + Sempre investigar: > 3 semanas, fumante, idosos + Principalmente em tumores centrais - Perda de peso (40%) - Dor torácica (40%) + Causas: Acometimento de pleura e mediastino - Dispneia (20%) - Hemoptise + 20-50% ao diagnóstico + Sinal de alerta + Principalmente tumores centrais - Descoberto pela disseminação secundária Classificação Histopatológica 1. CARCINOMAS (90-95%) + Carcinoma de não pequenas células - Carcinoma de células escamosas - Adenocarcinoma + Carcinoma de pequenas células 2. CARCINÓIDES BRÔNQUICOS (5%) 3. TUMORES MESENQUIMAIS E OUTROS (2-5%)6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 44/107 Carcinoma de Células Escamosas ou Epidermóide - Forte associação ao tabagismo - Acomete preferencialmente homens (H 33% x M 25%) - Localização central (grandes brônquios) - Crescimento mais lento - Metástases em linfonodos regionais - Metástase hematogênicas (tardios) Lesões Precursoras - Correlação → intensidade da exposição X gravidade das alterações epiteliais - Alterações histológicas sequenciais no epitélio respiratório de fumantes habituais Nos fumantes ocorre uma metaplasia de células escamosas, levando a uma displasia leve, displasia severa e por fim câncer. Presença de queratina no meio de células escamosas do pulmão ( pérolas córneas ) é muito característico em carcinoma de células escamosas. Outro fator histológico que indica carcinoma de células escamosas são as pontes intercelulares . 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 45/107 Biomarcadores e análise molecular - Imuno-histoquímica + Positivo para p63 + Negativo para TTF-1 (fator 1 de transcrição da tireóide) - Deleções cromossômicas: 3p, 9p e 17p (eventos iniciais da evolução do tumor) Síndrome Paraneoplásica - Ocorre quando uma neoplasia desenvolve uma substância que resulta em um efeito que não está diretamente relacionado ao crescimento, invasão ou metástase do próprio tumor. Ex: produção de leite em caso de tumor de hipófise (produção de prolactina/ocitocina) - No caso do carcinoma de células escamosas a hipercalcemia é a síndrome paraneoplásica presente - Às vezes, o aparecimento da síndrome paraneoplásica pode preceder o diagnóstico da neoplasia e pode dar uma pista para a sua presença HIPERCALCEMIA - PTHrt - peptídeo relacionado ao paratormônio - aumenta os níveis de cálcio no sangue Adenocarcinoma - Neoplasia pulmonar mais prevalente - Menor associação ao tabagismo - Acomete preferencialmente mulheres - Origina-se nas vias respiratórias periféricas, a partir de células caliciformes e pneumócitos do tipo II - Localização periférica predominante (muitas vezes envolve a pleura visceral) - Disseminação hematogênica e linfonodal precoces Lesões precursoras - Hiperplasia adenomatosa atípica → Caracterizada por pneumócitos displásicos revestindo paredes alveolares - Adenocarcinoma “in situ” → células displásicas que crescem ao longo do septo alveolar preexistente 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 46/107 Paredes alveolares normais Adenocarcinoma bronquioalveolar (Lepídico) Biomarcadores e análise molecular - Imuno-histoquímica + Negativo para p63 + Positivo para TTF-1 (thyroid transcription factor 1) - EGFR (receptor de fator de crescimento epitelial) - ALK; ROS; MET; RET - KRAS RESUMO CARCINOMA DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS Carcinoma de Células Escamosas Adenocarcinoma Forte associação ao tabagismo Menor associação ao tabagismo Acomete preferencialmente homens Acomete preferencialmente mulheres Localização central (grandes brônquios) Localização periférica predominante Metástase hematogênicas (tardios); metástase em linfonodos regionais Disseminação hematogênica e linfonodal precoces Metaplasia de células escamosas, pérolas córneas e pontes intercelulares Hiperplasia adenomatosa atípica, caracterizada por pneumócitos displásicos revestindo paredes alveolares Positivo para p63 - Negativo para TTF-1 Deleções cromossômicas: 3p, 9p e 17p Positivo para TTF-1 - Negativo para p63 EGFR, ALK, ROS, MET, RET, KRAS 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 47/107 Carcinoma de pequenas células - Predomina entre 60 e 70 anos - Forte associação ao tabagismo - Acomete preferencialmente homens - Localização central - Apresenta o pior prognóstico entre os tumores pulmonares - Rápida disseminação com metástase linfonodais e na medula óssea (frequentemente ao diagnóstico) Características Histopatológicas Muita anaplasia. Apresenta várias células proliferativas sem contorno definido, pequenas e muito escuras (grande núcleo com pouco citoplasma). As células são denominadas células de Kulchitsky - Oat Cell - pequenas células azuis . Na macroscopia o tumor apresenta-se mais escuro. Biomarcadores e análise molecular - Marcador tumoral de diferenciação neuroendócrino + Cromogranina A (CgA ) Síndromes Paraneoplásicas associadas a carcinomas de pequenas células: - SÍNDROME DE CUSHING: hormônio adrenocorticotrófico - ACTH - SIADH (hiponatremia): secreção inapropriada do hormônio antidiurético - ADH - SÍNDROME MIASTÊNICA DE LAMBERT-EATON(LEMS): distúrbio neuromuscular causado por anticorpos contra os canais de cálcio pré-sinápticos, inibindo a liberação de acetilcolina - SÍNDROME DE HORNER: + Envolvimento da cadeia simpática paravertebral + Pupila contraída (miose) + Pálpebra superior caída (ptose parcial) + Transpiração diminuída (anidrose) - SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR: + Compressão da VCS → Estase sanguínea + Veias cervicais e torácicas dilatadas + Dispneia + edema facial e de membros superiores Disseminação Local e a Distância Extensão direta, linfática e hematogênica - Pleura - Linfonodos regionais (>50%) - Adrenais (>50%) - Fígado (30-50%) - Cérebro (20%) - Ossos (20%) 6/17/2019 PATO RESUMO II - Documentos Google https://docs.google.com/document/d/1xLR0YAVK02efNfEoWwRkdlPSa1dygf77GYA5U03e7UE/edit 48/107 Estadiamento: - Aplicativo: Lung cancer (AJCC 8 a Edição) - TNM - Estágio geral de classificação Fatores Prognóstico - Tipo histológico + Tumor de pequenas células tem pior prognóstico - Estadiamento - Caquexia tumoral - Performance status PERGUNTAS ORIENTADORAS - CÂNCER DE PULMÃO What are the main characteristics of bronchogenic carcinomas? - The vast majority (90%–95%) of lung cancers are bronchogenic carcinomas. Others are bronchial carcinoids, mesenchymal, and other miscellaneous neoplasms. The term bronchogenic refers to the origin of the bronchial (and sometimes bronchiolar) epithelium. - It is the second most frequent malignancy in Western countries. - It is the most frequent fatal malignancy. - It occurs most often between ages 40 and 70 years, with a peak incidence in the 50s and 60s. Which etiologic agents have been known to promote lung cancers? - Tobacco smoking - An invariable statistical association between the frequency of lung cancer and the amount of daily smoking, the tendency to inhale, and the duration of the smoking habit is well documented - Eighty percent of lung cancers occur in smokers - Industrial hazards - All types of radiation may be carcinogenic, such as an atomic bomb blast and uranium (particularly in smokers) - The risk is increased with exposure to asbestos (particularly in smokers) and among people who work with nickel, chromates, coal, mustard gas, arsenic, beryllium, and iron, as well as newspaper workers and African gold miners - Air pollution: Radon List the main histologic
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