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Alimentos- Direito de Família

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ALIMENTOS
RESUMO
Dentro da sociedade, encontram-se entre os indivíduos diversas relações, como as econômicas, sociais e familiares, e, decorrentes desta última, a solidariedade uns para com os outros, tais quais, a mantença ajuda mútua para o desenvolvimento. A mantença pode ser obtida através de alimentos, que pode ser in natura, como de outras formas, tais quais habitação ou pecuniária. A questão é de relevância para o direito, afim de regular a relação de quem pode requer, como pode requerer, e em que medidas o pode pleitear, bem como de quem deve prestar, e as medidas coercitivas para tal.
O temário, por gerações diversas discutidas, encontra-se extenso trabalho doutrinário, leis regulatórias, e vasta jurisprudência, e sempre possível de novo entendimento, conforme os arranjos familiares.
	Este trabalho, visa enumerar as características e legislações afins, para compreender caráter, importância, e amplitude que tem os alimentos.
Palavras-Chave: alimentos; características; pressupostos objetivos e subjetivos;modalidades.
	
SUMÁRIO
1 CONCEITO DE ALIMENTOS
2 NATUREZA JURÍDICA DOS ALIMENTOS
3 CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS 
4 CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
5 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO A ALIMENTOS
6 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
7 PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS: QUEM PODE PEDIR E QUEM PODE RECLAMAR
8 OUTRAS MODALIDADES DE ALIMENTOS
	8.1 Alimentos decorrentes da dissolução da sociedade conjugal e da união estável
	8. 2 Alimentos Gravídicos
8.2.1 Da natureza jurídica dos alimentos gravídicos
9 MODALIDADE DA PRESTAÇÃO
10. MEIOS DE ASSEGURAR O PAGAMENTO DA PENSÃO
10.1 Ação de Alimentos
10.2 Ação Revisional de Alimentos
10.2 Ação Revisional de Alimentos				
11 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (PROCEDIMENTO)
11.1 Noções Gerais
11.2Foro competente
11.3 Procedimento
12. BIBLIOGRAFIA
1. CONCEITO
A expressão alimentos para o Direito de Família vai muito além do que encontramos nos dicionários brasileiros, os quais restringem seu significado a aquilo que nos servem para o abastecimento de energia corporal.
Para o direito brasileiro, o significado de alimentos vai muito além da comida que colocamos dentro de nossas casas, alimentos é tudo aquilo que é necessário para a manutenção de cada indivíduo, incluindo vestuário, educação, saúde, lazer, etc. Ou seja, alimentos compreende tudo o que o indivíduo necessita para prover a sua subsistência de forma digna. 
A definição de alimento para Gomes (2002, p. 427) “são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário para a sua subsistência. ”
Para Leite (2005, p. 378):
Alimentos, na linguagem jurídica, tem uma conotação amplíssima, que não pode ser reduzida à noção de mero sustento (alimentação) mas envolve, também, vestuário, habitação, saúde, lazer, educação, profissionalização, etc., como prevê, de forma abrangente o novo texto constitucional.
Ainda, o próprio Código Civil, Brasil (2002), em seu art. 1920, elenca o que deve abranger ao se prestar alimentos a alguém: “o legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vestuário, e a casa, enquanto o legatário viver, além da educação, se ele for menor. ”
A obrigação de prestar alimentos também possui como fundamento o princípio da preservação da dignidade humana, conforme dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal e o princípio da solidariedade social e familiar, disposto no art. 3º, por se entender ser um direito personalíssimo, o qual é devido pelo alimentante. Assim, alimentos ultrapassam o limite de alimentação em seu significado restrito, atingindo outros direitos de suma importância para a subsistência humana.
2.NATUREZA JURÍDICA DOS ALIMENTOS
Alguns autores consideram o direito de prestar alimentos como direito extrapatrimonial pelo fato de que o alimentando não tem nenhum interesse econômico, pois o montante recebido serve apenas para suprir suas necessidades de subsistência, não aumentando nem diminuindo o patrimônio do alimentando, nem servindo de garantia a seus credores.
Outros entendem ter o direito um caráter com conteúdo patrimonial e finalidade pessoal (natureza mista), pois apresentam-se como uma relação patrimonial de crédito-débito, e consiste no pagamento contínuo de um certo valor ou no fornecimento de materiais necessários para o alimentando.
Dispõe o art. 1.694 do Código Civil, Brasil (2002) que “podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”. Desta forma, cabe ao Estado decidir quem tem melhores condições e quem deve cumprir com a obrigação de pagar alimentos a aquele que tiver vínculo familiar e que for menos favorecido, tendo ameaçado seus direitos de vida digna e necessária.
Rodrigues, (2002, p. 373) esclarece que: 
A tendência moderna é a de impor ao Estado o dever de socorro dos necessitados, tarefa que ele se desincumbe, ou deve desincumbir-se, por meio de sua atividade assistencial. Mas, no intuito de aliviar-se desse encargo, ou na inviabilidade de cumpri-lo, o Estado o transfere, por determinação legal, aos parentes, cônjuges ou companheiro do necessitado, cada vez que aqueles possam atender a tal incumbência.
Já Gonçalves (2012, p. 431), entende que:
O Estado tem interesse direto no cumprimento das normas que impõem a obrigação legal de alimentos, pois a inobservância ao seu comando aumenta o número de pessoas carentes e desprotegidas, que devem, em consequência, ser por ele amparadas. Daí a razão por que as aludidas normas são consideradas de ordem pública, inderrogáveis por convenção entre particulares e impostas por meio de violenta sanção, como a pena de prisão a que está sujeito o infrator.
Temos desta forma, o direito alimentar como ordem pública por prevalecer o interesse social na proteção e na preservação da vida e da família, com a finalidade de manter a condição social e o status da família, em que está compreendida a qualidade do alimentando e os deveres da pessoa obrigada.
3.CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS
	Os alimentos podem ser classificados e levam em consideração diversos critérios:
	Quanto à natureza: podem ser naturais ou civis. Os naturais são aqueles considerados essenciais à satisfação do alimentando, tidos como primários, ou seja, alimentação, vestuário, remédios, etc. Já os civis, são tidos como outras necessidades que não só a básica, como educação e recreação. 
	Quanto a finalidade: podem ser definitivos ou regulares, provisórios e provisionais. Os definitivos são aqueles concedidos em caráter permanente, podendo ser estabelecidos em sentença judicial ou em acordo homologado entre as partes, podendo inclusive serem revistos, conforme disposto no art. 1699 do Código Civil. (BRASIL, 2002).
	Quanto aos provisórios, estes são fixados liminarmente em despacho inicial ou fixados incidentalmente pelo juiz no curso de um processo de cognição, conforme Lei de Alimentos nº 5.478/68. Serve para suprir a necessidade do credor enquanto não ocorre a sentença de mérito.
	Os provisionais são aqueles determinados em medida cautelar, preparatória ou incidental, desde que estejam presentes o periculum in mora e o fumu boni juris, e que visam assistir a parte peticionante os custos processuais e honorários advocatícios.
	Quanto a causa jurídica: dividem-se em legais ou legítimos, voluntários e indenizatórios.
	A causa jurídica legal ou legítima é aquela devida em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer de parentesco, do casamento ou do companheirismo, ou seja, inserem-se no âmbito familiar.
	Os voluntários são aqueles que surgem a partir de uma vontade inter vivos, estes pertencem ao direito das obrigações e são chamados também de obrigacionais, ou de, causa mortis, manifestada em testamento, geralmente em forma de legado de alimentos conforme previsão no art. 1.920 do Código Civil, estes pertencem ao direitodas sucessões.
E por fim, os indenizatórios, que são aqueles destinados a indenizar vítima de ato ilícito, pertencem também ao direito das obrigações e são previstos nos arts. 948, II e 950 do Código Civil.
Quanto ao momento que são reclamados: podem ser pretéritos, atuais e futuros. Os pretéritos são aqueles quando o pedido retroage a data anterior da que foi ajuizada ação. Os atuais são aqueles pleiteados a partir do ajuizamento da ação. E os futuros, são aqueles devidos somente a partir da sentença.
4. CARACTERÍTISCA DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
A obrigação alimentar é um dever familiar, decorrente do próprio Código Civil em seus artigos 1.566, III e IV e 1.724, onde verifica-se que “São deveres de ambos os cônjuges: (...) III – mútua assistência; IV – sustento, guarda e educação dos filhos; (...). ” e “As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. ” (Grifo nosso)
A própria obrigação alimentar apresenta as características da reciprocidade, condicionalidade, transmissibilidade, mutabilidade e divisibilidade. Analisando cada característica, temos que:
I – Reciprocidade: significa dizer que a obrigação de prestação de alimentos é recíproca, pois engloba parentes, cônjuges e companheiros do indivíduo que originalmente tem o dever de prestá-los. Essa característica encontra consonância no artigo 1.696 do Código Civil, que estabelece a relação de reciprocidade entre o credor e devedor
É importante frisar que a característica da reciprocidade tem caráter subsidiário, pois afinal, se um segundo indivíduo, dentro da preferência legal e obrigatória de prestar alimentos, e com capacidade de prestar, deverá presta-los, somente será o credor da então obrigação alimentar, se este segundo individuo não puder prestá-los, e não houver outras pessoas na preferência.
II – Condicionalidade: significa dizer que a obrigação de prestar alimentos é condicional, isto é, somente existirá enquanto perdurarem na situação fática as condições determinantes de sua existência que deu o ensejo ao pedido, sendo este o momento de análise do famoso binômio necessidade-possibilidade, pressuposto da obrigação alimentar.
Nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves (2.012, p. 445) “Se, da aludida fixação, o alimentando adquire condições de prover à própria mantença, ou o alimentante não mais pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento, extingue-se a obrigação. ”
III – Transmissibilidade: o Código Civil, em seu artigo 2.002, expõe que “A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.700”.
A característica da transmissibilidade, como é prevista legalmente hoje, é uma novidade na legislação, pois permite que a obrigação alimentar seja transferida aos herdeiros, em caso de morte do devedor original.
No entanto, é importante ressaltar que o herdeiro do devedor original, só presta os alimentos com os bens recebidos do autor da herança e não com seus próprios bens, em respeito à regra de que herdeiros não respondem pelos encargos da sucessão.
IV – Mutabilidade: é a possibilidade de haver mudanças na prestação de alimentos, por meio de ação revisional ou de exoneração, pois entende-se que o binômio necessidade-possibilidade é passível de mudanças.
V – Divisibilidade: trata-se do fato de que a obrigação alimentar, ao contrário de outras obrigações no Direito Civil, é divisível e não solidária, sendo que, em um caso em que haja vários devedores responsáveis pela obrigação alimentar, todos deverão fazê-lo, na proporção de seus recursos.
Nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 441),
 A obrigação alimentar é também divisível, e não solidária, porque a solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes (CC, art. 264). Não havendo texto legal impondo a solidariedade, é ela divisível, isto é, conjunta. Cada devedor responde por sua quota-parte. 
5. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO A ALIMENTOS 
Dentre as várias características do direito a alimentos temos que: 
I – É personalíssimo: é um direito pessoal do credor da obrigação alimentar, logo é intransferível a outrem, pois a mesma assegura a subsistência do alimentando.
II – É imprescritível: essa característica se refere ao direito de postular a pretensão de alimentos, e não os alimentos propriamente ditos, pois uma vez os mesmos fixados, e não adimplidos, e a parte não o executar, prescreve em dois anos, segundo Carlos Roberto Gonçalves (2.012, p. 447) 
(...) ao direito de postular em Juízo o pagamento das pensões alimentícias, ainda que o alimentando venha passando necessidade há muitos anos. No entanto, prescreve em dois anos o direito de cobrar as pensões já fixadas em sentença ou estabelecidas em acordo e não pagas, a partir da data em que se vencerem. 
III – É irrestituível/ irrepetível: mesmo que sejam provisórios e que sua prestação seja por meio pecuniário, os alimentos, uma vez pagos, não poderão ser restituídos, pois entende-se que os alimentos são consumidos pelo indivíduo que dele necessitar.
IV – É irrenunciável: a jurisdição tem caráter de inércia, atuando somente quando é provocada e neste caso, apesar do credor que tem direito aos alimentos não exercer pretensão nesse sentido, é vedado ao mesmo renunciá-lo. 
V – É incessível, incompensável e impenhorável: o artigo 1.707 do Código Civil preceitua que “Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. ”. A incessabilidade refere-se ao fato de que os alimentos não podem ser objeto de cessão de crédito; a incompensabilidade refere-se ao fato de que a prestação de alimentos não pode ser extinta realizando-se uma compensação entre a mesma (forma de extinção de obrigação entre sujeitos que são credores e devedores ao mesmo tempo) e outra obrigação; a impenhorabilidade se justifica porque o direito a alimentos possui natureza de direito destinado ao sustento de uma pessoa.
6. PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
A obrigação alimentar derivada da lei, isto é, quanto a fonte legal, está previsto no art. 1.694 do Código Civil, onde o mesmo enumera taxativamente quem são os legitimados objetivamente a pretensão.
No entanto, quanto aos pressupostos objetivos da obrigação alimentar, assevera a doutrina serem quatro os mesmos, sendo eles, o vínculo parental, a necessidade do alimentando, a possibilidade do alimentante, e a proporcionalidade na estipulação do quantum.
Quanto ao vinculo parental, podemos extrair do art. 1694 CC/02, onde o mesmo elenca que o vínculo há entre parentes, cônjuges e companheiros.
Quanto aos parentes, são somente quatro classes de parentes que estão obrigados à prestação de alimentos: pais e filhos, reciprocamente; na falta destes, ascendentes, na ordem de proximidade; descendentes, na ordem da sucessão; irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem distinção ou preferência. 
Importante diferenciar o dever familiar de prestar os alimentos da obrigação alimentar, pois um não se confunde com o outro, uma vez que o primeiro decorre do poder familiar, logo, não é um pressuposto de obrigação alimentar, mas tão somente um dever extraído da relação entre pais e filhos, e, o segundo, de natureza genérica, decorre da relação de parentesco. O dever familiar de prestar os alimentos pode deixar de existir, quando da maioridade, ou da emancipação, já a obrigação alimentar jamais deixa de existir, pois aparecendo os demais pressupostos objetivos da obrigação, o credor poderá pleitear os alimentos do credor.
Quanto aos cônjuges e companheiros, a obrigação alimentar se dá na constância do casamento ou da união estável, que, uma vez encerrados os laços conjugais ou companheirismo, no momentos da dissolução do vínculo, a parte interessada deverá requerer os alimentos para subsistir a sua mantença deste momento em diante, podendo dispensar, porém jamais renunciar. Ainda com relação aos alimentos derivados do Casamentoou União Estável, o código ainda fixa condições em que o mesmo cessa, que a saber é o novo casamento ou união estável, bem como concubinato do credor, ou ainda, se este proceder de maneira indigna com relação ao devedor.
Encerrado o primeiro pressuposto da obrigação alimentar, faremos o estudo a respeito da necessidade do alimentando.
A doutrina elenca como alimentos naturais e cíveis, as naturezas alimentares, podendo ser de forma própria ou imprópria as modalidades à qual serão efetivamente prestadas.
Na averiguação da necessidade do alimentando, deve se observar os alimentos de natureza natural, afim de assegurar o necessário a alimentação, vestimenta, educação, e habitação bem como das condições e necessidades próprias do mesmo, como idade, saúde, estado psicológico e social. Os alimentos, de ordem necessária, devem alcançar estes itens, devendo o quantum suprir os interesses do alimentando.
Deve-se atentar também aos alimentos civis, isto é, aqueles destinados a manter a condição social do mesmo, bem como o próprio status da família, assim como prevê o art. 1694 do CC.
Destarte as proposições, o código civil fixa uma ressalva quanto ao estabelecimento do quantum, limitando apenas a fixação do necessário e indispensável a subsistência, quando a situação que levou a pleitear os alimentos decorreu de culpa do alimentando, assim com isto, podemos dizer que se encontra uma barreira a obtenção de alimentos de natureza civil, ficando apenas resguardados os de natureza necessária.
Outro pressuposto objetivo a ser observado, é a possibilidade do devedor. Apesar da averiguação das necessidades do alimentando, deve-se sopesar as possibilidades de o devedor realizar as prestações alimentares, que pode ser de maneira própria ou imprópria, sem afetar o mínimo necessário a sobrevivência do mesmo.
Muitas vezes a aferição dos rendimentos do alimentante é de difícil constatação, como no caso de autônomos e empresários, devendo para tanto utilizar-se da declaração de imposto de renda, movimentações bancárias, testemunhas, e até a aparência financeira do mesmo, afim de se estabelecer com a mais próxima certeza, qual os rendimentos do mesmo. De melhor percepção, são os alimentantes assalariados, pois do extrato de trabalho mensal do mesmo, prova-se seus rendimentos, logo, a possibilidade de prestar alimentos, apesar desta averiguação não ser a mais completa, em virtude de que o devedor poderá ter outras obrigações alimentares, ou de ordem de subsistência, e que devem ser levadas em conta.
A quantia fixada, pode ser alterada, uma pela característica da reciprocidade, onde o devedor poderá se tornar credor dos alimentos, ou pelas situações fáticas dos rendimentos do devedor, que poderá majorar, diminuir, ou até exonerar os alimentos devidos. Conforme ensina Carlos Roberto Gonçalves “o montante da prestação tem como pressuposto a permanência das condições de necessidade e possibilidade que o determinaram”.
O último, porém, não menos importante pressuposto objetivo da obrigação alimentar, é a proporcionalidade, caracterizando o mesmo uma medida a ser observada na aferição do quantum da prestação alimentar. A proporcionalidade, como pressuposto objetivo, visa equilibrar a necessidade do alimentando, que precisa dos alimentos para a sua mantença, e as possibilidades do alimentante, que não pode dispor o mínimo necessário a sua própria subsistência, pois não seria razoável que o mesmo se sacrificasse a fim de realizar a prestação, pois o mesmo seria prejudicial ao mesmo, ou a até mesmo outros credores alimentares do devedor.
7. PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS: QUEM DEVE PRESTAR ALIMENTE E QUEM PODE RECLAMÁ-LOS
Os artigos 1.696 e 1.697 do Código Civil Brasileiro trazem quem são as pessoas obrigadas a prestar alimentos em razão do parentesco. A redação do artigo 1696 diz que a obrigação de prestar alimentos é recíproca entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. O art. 1.697 estende a obrigação aos irmãos germanos ou unilaterais, na falta de ascendentes e descendentes aptos à prestação.
A doutrina majoritária defende que o rol de pessoas obrigadas, trazido pelos artigos 1.696 e 1.697 é taxativo, não podendo ser estendido aos parentes afins (sogros, cunhados, padrastos e enteados).
Para Gonçalves, somente quatro classes de parentes são obrigadas à prestação de alimentos: pais e filhos, reciprocamente; na falta destes, ascendentes, na ordem de proximidade; descendentes, na ordem da sucessão; irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem distinção ou preferência. 
Com base no Código Civil concluímos que os demais parentes não se acham obrigados a prestar alimentos. Percebemos também que na linha colateral, a obrigação não ultrapassa o segundo grau.
Maria Helena Diniz alega que quem necessitar de alimentos, deverá pedi-los, primeiramente, ao pai ou à mãe. Na falta destes, aos avós, bisavós, e assim sucessivamente. Não havendo descendentes aptos, deverá recorrer aos descendentes, ou seja, aos filhos maiores.
O filho somente poderá pedir aos avós quando for inequívoca a incapacidade ou a ausência dos genitores. Ou seja, a simples má vontade dos pais de prestar alimentos não transfere aos avós a obrigação. Antes de transferir aos avós, devem-se tomar as providencias coercitivas cabíveis em relação aos pais.
Entretanto, decidiu o Superior Tribunal de Justiça, o inadimplemento evidenciado durante meses, equipara-se à “falta” dos pais. Nessa hipótese o dever de alimentos caberá aos avós, ainda que os pais sejam capazes.
Se for evidente que os pais não podem arcar com os alimentos, pode o alimentando propor a ação contra os pais e os avós, em litisconsórcio passivo. Assim, estes são chamados a complementar a pensão. Todavia, se no curso do processo ficar claro que os pais podem prestar alimentos por conta própria, os avós serão excluídos do processo.
O mesmo pensamento exposto acima atinge a hipótese de a obrigação ser estendida aos descendentes e irmãos. 
Segundo o ensinamento de Carlos Roberto Gonçalves, ao pai que abandonou a família, sem manter contato por dezoito anos, não assiste o direito de pedir alimentos, alegando idade avançada ou desemprego.
Discutem os doutrinadores a respeito do direito dos nascituros a alimentos, mas o tema será estudado no decorrer deste trabalho.
8. OUTRAS MODALIDADES DE ALIMENTOS
8.1 Alimentos decorrentes da dissolução da sociedade conjugal e da união estável
	A redação contida no art. 1.694, do Código Civil de 2002, determina a aplicação dos princípios e regras referentes aos alimentos decorrentes da dissolução da união conjugal mesmo em favor do cônjuge considerado culpado, se este não for apto para sustentar-se e nem tiver parentes que possam dar-lhe o sustento.
	Também o cônjuge inocente e desprovido de recursos fará jus ao direito a pensão. Os alimentos serão devidos quando o credor necessitar deles para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
	O próprio Código Civil traz hipóteses que excluem do credor o direito aos alimentos. A primeira hipótese de perda do direito é o casamento, concubinato ou união estável do credor. Também perderá aquele que tiver procedimento indigno contra o devedor. Agora cabe ao magistrado ponderar no momento de aplicar lei, haja vista que a legislação não trouxe quais seriam as hipóteses de “procedimento indigno”.
	O novo casamento do devedor não extingue a obrigação constante da sentença de divórcio. Porém, se desta nova união advêm novos filhos, a obrigação pode ser revista, a fim de que todos possam ter acesso ao necessário para sua subsistência e educação.
8.2 Alimentos Gravídicos
Disciplinados na lei 11.804/2008. Os alimentos gravídicos são os alimentos prestados à mulher gestante, que contém, como disposto no artigo 1° da lei: 
Ou seja, Os Alimentos Gravídicos se destinam a assegurar ao nascituro uma gestação saudável e segura, de modo a garantir a vida e desenvolvimento do feto. 
Os direitosdo nascituro são resguardados pelo código civil em seu artigo 2°, e sendo assim, os alimentos gravídicos são uma forma de efetivar esse direito, pois a prestação destes é uma forma de proporcionar ajuda econômica à gestante pelo pai, durante o período gestacional, afim de garantir o desenvolvimento intrauterino do nascituro, com dignidade, desde que presentes indícios de paternidade.
O parágrafo único do artigo 1°, da referida lei, expressa que os alimentos gravídicos devem ser custeados pelo pai, e também o devem ser pela mulher gravida, na proporção dos recursos de ambos. Delimitando assim, os parâmetros para a fixação do valor dos alimentos a serem estabelecidos pelo juiz. Os alimentos gravídicos deverão contemplar a fase de gestação até o nascimento da criança, considerando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.
Após o nascimento do feto com vida, serão convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até uma das partes pleitear sua revisão ou exoneração, como dispõe o parágrafo único do artigo 6 da referida lei. Exoneração essa, que ocorrerá se o pai provar mediante prova pericial (DNA) que o menor não é seu filho.
O ônus probatório depende de parte autora para que possa ser acolhida a pretensão de ação de alimentos gravídicos. A gestante, ao propor a Ação de Alimentos em face do futuro pai, deve aduzir provas contundentes, que convençam o Juiz da paternidade alegada, e assim, após serem denunciadas as provas, e convencido dos indícios da paternidade, o juiz deverá fixar os alimentos gravídicos. 
8.2.1 Da natureza jurídica dos alimentos gravídicos
A corrente majoritária da doutrina, considera a natureza jurídica dos alimentos gravídicos como sui generis, de caráter de pensão alimentícia e de responsabilidade civil. 
Pois, ao se observar a primazia da tutela em relação a outras obrigações vê-se elemento da pensão alimentícia, e as regras de reparação patrimonial constam como elementos da responsabilidade civil, logo o pagamento é feito para atender as necessidades da gestante, e as despesas adicionais decorrentes da gravidez.
9. Modalidades da Prestação
Para CAHALI, em análise do 1701 do Código Civil, podemos definir a prestação de 2 formas: 
Próprias: prestação daquilo que é diretamente necessário à manutenção da pessoa;
Impróprias: fornecimento dos meios idôneos à aquisição de bens necessários à subsistência, como dar abrigo, sustento e fornecer o que for necessário à educação ao menor.
Contudo, podemos utilizar o critério das causas jurídicas para classificar as prestações, que podem ser:
Voluntários: O agente não tem dever legal de pagar alimentos, porém, através de um contrato regulado pelo direito das obrigações, voluntariamente se obriga a prestá-los (inter vivos), ou pelo meio testamentário, disposto no art. 1290 do Código Civil (causa mortis);
Indenizatórios ou ressarcitórios: Para CAHALI, não se confunde com Direito de Família, pois é uma fixação de dano indenizatório decorrente do ato ilícito (Direito das Obrigações). De acordo com o art. 948 do Código Civil, aquele que deu causa ao ato ilícito é compelido, por força de lei, a prestar alimentos (se necessário) à vítima de sua ação.
Legais ou legítimos: Derivam de uma obrigação legal, que podem decorrer do parentesco consanguíneos (iuris sanguines), do casamento ou da união estável. Nesta modalidade o agente é obrigado por lei a prestar alimentos.
10. MEIOS DE ASSEGURAR O PAGAMENTO DA PENSÃO
Após já temos tratado dos Alimentos propriamente ditos, falaremos agora dos meios de assegurar o pagamento da pensão.
O credor dispõe de diversos meios para garantir que seu direito seja cumprido, num primeiro momento pode valer-se da ação para reclamá-los, conforme traz a Lei 5.478/68. Já tendo seu direito decretado, tem as seguintes possibilidades de executá-lo, conforme a situação real em que se encontra:
 
1. Execução por quantia certa (Art. 732, CPC);
2. Penhora direta dos vencimentos de servidores Públicos, Militares e até Parlamentares (Art. 649, IV, CPC);
3. Desconto em folha de pagamento (Art. 734 CPC);
4. Reserva de aluguéis de prédios do alimentante (Lei5.478, Art. 17);
5. Entrega ao cônjuge mensalmente, para assegurar o pagamento de alimentos provisórios de parte dos rendimentos líquidos de bens comuns, administrados pelo devedor, em se tratando de casamento com regime de comunhão universal de bens ( Lei 5.478/68, Art. 4º, Parágrafo Único);
6. Constituição de garantia real ou fidejussória e usufruto (Lei 6.615/77, Art, 21);
7. Prisão do devedor, este sendo o único meio de prisão civil permitido em nosso ordenamento Jurídico.
10.1 Ação de Alimentos
	A Lei 5.478/68 (Lei de Alimentos) estabelece um procedimento especial para a Ação de Alimentos, podendo apenas valer-se desse rito mais célere e concentrado quem puder fazer prova do dever de alimentos, (por meio de certidão de nascimento, ou certidão de casamento ou companheirismo), os casos que não se encaixam devem pleitear seu direito por meio de ação ordinária. Em qualquer das modalidades a legitimidade para propor ação de alimentos é dos filhos, devendo esses ser representados ou assistidos pelos pais, porém o Superior Tribunal de Justiça já entendeu que, o pedido formulado em nome de um dos pais não gera nulidade apenas falha técnica, podendo esta ser sanada em momento oportuno, visto que o pedido está nitidamente formulado e deve ser entendido em favor do filho.
	Em se tratando de ação de investiga a paternidade e tendo sentença de reconhecimento do pedido, nesta deve constar desde logo alimentos provisionais ou definitivos, conforme se prove que deles se necessite. Segundo Súmula 277 do Superior Tribunal de Justiça, os alimentos são devidos desde a citação. O mesmo Tribunal também versa que em não restada comprovada a paternidade o suposto pai, não deve ser preso por falta de pagamento.
A Lei de alimentos possibilita em seu art. 24, ao devedor que intente a ação para visando oferecer os alimentos, no caso de dissolução da união, solicitando a citação do credor para que compareça a audiência de conciliação e julgamento destinada a fixação dos alimentos a que é obrigado, conforme leciona Carlos Roberto Gonçalves.
 Desse modo. Em vez de aguardar a ação de alimentos a ser promovida pelo outro cônjuge, com o risco de ver a pensão fixada em montante acima de suas possibilidades, pode a parte que pretende deixar, ou já deixou a residência comum, antecipar-se e requerer ao juiz, demonstrando o seu ganho efetivo, a fixação da pensão com observância do princípio da proporcionalidade estabelecido no § 1º do art. 1694 do Código Civil.
No momento de fixar os valores deve o magistrado agir com muita cautela para que não sejam cometidas injustiças neste momento, pois sabe-se que o autor na inicial tem por hábito superestimar os rendimentos do devedor. Pode o magistrado inclusive amparado pelos artigos 19 e 20 da Lei 5.478/68, requisitar informações quanto aos rendimentos diretamente às empresas, e repartições públicas, civis e militares visando assim corrigir as contradições financeiras e econômicas, podendo inclusive utilizar de dados de declaração de impostos, junto as receitas. Ao despachar a inicial do rito especial deve o magistrado desde logo fixar alimentos provisórios, geralmente que se faz na média de um terço dos rendimentos do alimentante, não devendo fazê-lo de oficio e sim quando o pedido consta da própria inicial.
Em relação a estes alimentos provisórios despachados na inicial cabe pedido de revisão de alimentos, caso haja alteração na situação financeira de qualquer das partes, procedimento este que deve correr em apartado.
10.2 Ação Revisional de Alimentos
 Existem inúmeras variáveis capazes de alterar as situações de econômicas de alimentante a alimentado, o que por sua vez leva a necessidade de nova avaliação no valor devido a título de pensão alimentícia. 
Vejamos, devido ao mercado de trabalho excessivamente competitivo em que vivemos é muito comum uma redução ou aumento nos vencimentos de umtrabalhador bem como até mesmo este passar por um período de desemprego onde ficará sem rendimentos.
Para essas circunstâncias existe a Ação Revisional de Alimentos, onde apura-se a necessidade de um e a possibilidade do outro. Nesses casos permite a lei que a pensão já fixada sofra alterações de ordem a aumentar, diminuir ou exonerar do pagamento. Aqui reside motivo em se dizer que a sentença em ação de alimentos não faz coisa julgada material apenas formal, pois sempre está sujeita a reexame por necessidade das partes.
Assim de o alimentante após uma sentença onde fica obrigado a prestar 
Ao oposto também é aceita a revisão, se por algum motivo vier o alimentante a ter considerável diminuição em seus rendimentos, como falência ou seja acometido por patologia que venha a lhe impossibilitar o trabalho, pode este pleitear uma redução no valor estipulado ou até mesmo dado o impacto buscar uma exoneração do pagamento. Tão somente o desemprego não é causa de exoneração da obrigação, ficando está somente postergada para momento oportuno.
A proposta de tal ação pode também ter fulcro no aumento da necessidade do alimentando mesmo sem que haja alteração na situação da parte contrária, visto que é clara a maior necessidade de amparo financeiro quando o filho entra na puberdade, situação ainda mais acentuada em se tratando do sexo feminino, ou até mesmo de ingresso em ensino superior em instituição particular.
É sabido também que o simples fato de o devedor contrair novas bodas não serve de causa para diminuição da pensão já estipulado para com o fruto da união anterior. Porém tal pedido pode ser formulado no caso desta segunda união também frutificar prole, visto que nesse caso teria um aumento nos gastos, e a busca seria em não gerar disparidade entre os filhos advindos do primeiro e segundo casamento.
10.3 Meio de execução da prestação não satisfeita
 A execução pode se dar por várias formas já elencadas anteriormente, inclusive pela prisão civil do devedor conforme prevê a CF em seu art. 5º, LXVII, sendo esse caso a exceção ao princípio no qual não há prisão por dividas, baseado na proporcionalidade entre o interesse individual e público tendo em vista a preservação da vida do necessitado. Porém o cuidado deve ser muito grande na hora de valer-se dessa possibilidade visto que só é cabível em caso de devedor solvente que busca apenas frustrar o recebimento pelo credor. Doutrina e jurisprudência concordam que o devedor que não se encontra possibilitado de efetuar o pagamento não deve sofrer prisão, visto que não faz por impossibilidade e não por opção. Vale lembrar também que o cumprimento de reclusão não extingue as dividas existentes, após a saída da prisão os valores devem ser pagos da mesma forma.
Quanto as demais formas de execução, devemos ainda comentar, que a execução por quantia certa, não é muito comum, sendo usada geralmente nas situações onde mesmo após suportar a pena de reclusão o devedor ainda insiste no não pagamento. Sendo o devedor funcionário público, militar ou empregado sujeito a legislação do trabalho a primeira opção e mais eficaz é o desconto direto em folha. Isto não sendo possível opta-se pelo pagamento por meio de aluguéis de prédios ou outras formas de rendimento.
Assim ficando demonstradas diversas das formas pelas quais pode o credor buscar seu direito a recebimento de valores a título de Pensão alimentícia amparado pelo ordenamento jurídico, o qual sempre busca atualizar-se para que este direito seja garantido.
11 EXECUÇÃO DE ALIMENTOS (PROCEDIMENTO)
11.1 Noções Gerais
Com a inadimplência do devedor, torna-se necessário a ação de execução de alimentos, que diferente das demais ações, pode-se pedir a prisão civil do devedor inadimplente (com o Código de Processo Civil de 2015 é possível com qualquer que seja a natureza do título, e não mais só com Títulos Judicias, como era previsto no Código de 1973). 
11.2Foro competente
Com base no art. 516 do Código de Processo Civil, nos cumprimentos de sentença, a fase de execução deverá ocorrer no juízo que decidiu a causa em primeiro grau, ademais, o credor também pode optar pelo foro do atual domicílio do executado ou pelo local onde se encontrem os bens sujeitos à execução. No nosso caso, por ser obrigação alimentícia, além das citadas acima, abre-se a possibilidade de o credor optar pelo foro de seu domicílio (art. 528, §9º, CPC). A competência de cumprimento de sentença de título judicial em regra é absoluta. Já nos títulos extrajudiciais, é relativa e observa-se o art. 781 do Código de Processo Civil, onde o juízo competente para execução será: a) domicílio do executado, de eleição constante no título, ou de situação dos bens a ele sujeito; b) sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, poderá ser no local onde for encontrado ou no domicílio do exequente. 
11.3 Procedimento
De acordo com o Código de Processo Civil temos 4 Ritos, são eles: a) cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para a cobrança de alimentos pelo rito da prisão (CPC 528/533); b) cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para a cobrança dos alimentos pelo rito da expropriação (CPC 528, §8º); c) execução de título executivo extrajudicial, mediante ação judicial visando a cobrança pelo rito da prisão (CPC 911); d) execução de título executivo extrajudicial, pelo rito da expropriação (CPC 913).
Cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para a cobrança de alimentos pelo rito da prisão: Previsto nos art. 528 a 533 do CPC, é o mais comum, pois prevê a possibilidade de prisão do devedor inadimplente. Contudo, esta cobrança só se dá às últimas três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo (art. 528, § 7º, do CPC), mas não é necessário que estejam 3 prestações vencidas, bastando apenas uma para iniciar a fase de execução.
A requerimento do exequente, o executado será intimado pessoalmente para, no prazo de 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. Caso o executado não cumpra as obrigações ou não forem aceitas as suas justificativas, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, e decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses;
Cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para a cobrança dos alimentos pelo rito da expropriação (art. 528, §8º, do CPC): Previsto no art. 528, § 8º, do CPC, “...remete o exequente ao procedimento denominado ‘cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa’... “ (ARAUJO JÚNIOR, 2016, p. 105), no qual não será admissível a prisão do executado, sendo intimado para pagar sob pena de penhora de seus bens. 
O executado é intimado para pagar em 15 dias voluntariamente, sob pena de incidir multa de 10% e honorários advocatícios em igual percentual (art. 523, § 1º, do CPC), além de se sujeitar à penhora (art. 523, § 3º, do CPC). Contudo, transcorrido o prazo de pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado apresente nos próprios autos sua impugnação (art. 525 do CPC);
Execução de título executivo extrajudicial, mediante ação judicial visando a cobrança pelo rito da prisão: O executado será citado pelo juiz para efetuar o pagamento, em 3 dias, das parcelas anteriores a execução (até 3 parcelas) e das que vencerem no seu curso, provar que já fez o pagamento ou justificar a impossibilidade de fazê-lo (art. 911 do CPC). Não cumprida as obrigações ou não forem aceitas as suas justificativas, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, e decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses (art. 911, Parágrafo Único, c/c art. 528, §§2° ao 7°, ambos do CPC);
Execução de título executivo extrajudicial, pelo rito da expropriação: dependerá da propositura de execução judicial (art. 913 do CPC) por quantia certa (art. 824 e seg.do CPC). Ao despachar a inicial é fixado honorários advocatícios de 10% (art. 827 do CPC), e o executado é citado para em três dias efetuar o pagamentoda dívida. Caso isso ocorra, o valor dos honorários é reduzido pela metade (art. 827 § 1º, do CPC). Não efetuado o pagamento, o oficial de justiça procede à penhora e à avaliação dos bens. O executado pode oferecer embargos à execução, que se rejeitados poderão elevar os honorários em até 20% (art. 827 § 2º, do CPC).
12. BIBLIOGRAFIA
ARAUJO JÚNIOR, Gediel Claudino de. Prática no direito de família. 8.edição, rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2016. p. 103-105.
CAHALI, Yussef Said. Dos alimentos. 6ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
Fernandes, Fernanda Sell de Souto Goulart. Prisão ou expropriação: os procedimentos para cobrança de alimentos no Novo CPC. 2016. Disponível em: <http://emporiododireito.com.br/prisao-ou-expropriacao-os-procedimentos-para-cobranca-de-alimentos-no-novo-cpc-por-fernanda-sell-de-souto-goulart-fernandes>. Acessado em: 16 jun. 2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil Brasileiro - Volume 6: Direito de Família. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, v. 5. 30.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015;
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v. 5. 5ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008;
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BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro; vol. 6, Direito de Família. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
GOMES, O. Direito de família. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
LEITE, E. de O. Direito Civil Aplicado: Direito de Família. Vol.5. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
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RODRIGUES, S. Direito civil. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRASIL. Lei nº 5.478/68, de 25 de julho de 1968. Lei de Alimentos.

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