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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA AMAZÔNIA – UNAMA SANTARÉM
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
MARGARIDA MARIA DA CRUZ NOGUEIRA
(IM)POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
SANTARÉM
2023
MARGARIDA MARIA DA CRUZ NOGUEIRA
(IM)POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do grau de Bacharel em Direito pelo Centro Universitário da Amazônia – UNAMA Santarém, orientado pelo professor (a) Raquel Flórida Riker Pinheiro.
SANTARÉM
2023
MARGARIDA MARIA DA CRUZ NOGUEIRA
(IM)POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS 
Santarém, XX de novembro de 202x.
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________
 Raquel Flórida Riker Pinheiro
(Instituição de Origem – Orientador)
___________________________________
Nome do Membro 1
(Instituição de Origem – Membro)
___________________________________
Nome do Membro 2
(Instituição de Origem – Membro)
Apresentado em: xx/xx/202x
Conceito: __________
(IM)POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS 
 Margarida M. Da Cruz Nogueira 
 Bacharelando em Direito
 RESUMO
 Esta pesquisa, hora apresentada tem como objetivo propor uma análise no que tange a possibilidade do direito do não genitor quanto a restituição dos valores gastos nos alimentos gravídicos em dos pais biológicos. Para tanto, com o fim de melhor elaboração, foi escolhido utilizar-se o método dedutivo, por meio de uma eficaz pesquisa bibliográfica e de análise jurisprudencial. De início, será analisado os aspectos materiais e processuais dos alimentos gravídicos. Por fim, será analisado de forma precisa os efeitos reais das consequências patrimoniais da não verificação da paternidade de forma precisa e justa. Levando ao suposto pai a possiblidade ou não do direito de restituição por enriquecimento ilícito em face dos verdadeiros pais.
PALAVRAS-CHAVES: Restituição. Alimentos. Gravídicos. Nascituro. Paterno.
ABSTRACT 
This research, time presented, aims to propose an analysis regarding the possibility of the right of the non- parent regarding the restitution of the amounts spent on pregnant foods in the face of the real father. To this end, in order to better elaborate it, it was chosen to use the deductive method, through effective bibliographic research and jurisprudential analysis. At first, the material and procedural aspects of pregnant foods will be analyzed. Finally, the real effects of the patrimonial consequences of not verifying paternity will be accurately and fairly analyzed. Taking to the alleged father the possibility or not of the right of restitution for illicit enrichment in the face of true parents.
KEWORD: Restitution. Foods. Pregnancy. Unborn. Paternal.
1 INTRODUÇÃO 
A problematização da pesquisa aqui apresentada tem como base averiguar as consequências patrimoniais da não confirmação da paternidade, uma vez que, o erro de indicação do verdadeiro pai pode levar a prejuízos financeiros àquele que assumiu tais responsabilidades por apontamento de suposta paternidade, como, o pagamento dos alimentos gravídicos que, decorrem principalmente do direito à vida, para que seja possível que o nascituro tenha um desenvolvimento saudável. Após o nascimento, os alimentos gravídicos se convertem em pensão alimentícia. Portanto, o caso em questão a ser debatido é, em que a paternidade é negada diante da realização do exame de DNA. Levando assim a seguinte problemática: “É possível, ou não, o suposto pai ser restituído dos valores pagos a título de alimentos gravídicos?”
É de suma relevância social debater e pesquisar de forma acadêmica o tema aqui supracitado, ao analisar a questão social e jurídica de casos em que o suposto pai paga alimentos gravídicos por toda gestação, e, ao nascer se descobre que a criança não possui relação sanguínea com o mesmo, passa-se a criar a necessidade, tanto pela jurisprudência quanto pela doutrina a responsabilização civil dos pais biológicos, visto que, estes deixaram de arcar com suas responsabilidades legais. 
Urge destacar que, a importância deste estudo é alcançar a real efetividade dos alimentos gravídicos no que dispõe a resolver os conflitos atuais envolvendo a paternidade na gestação, tendo como base a doutrina de Direito Civil Brasileiro, a fim de demonstrar validade na justificativa e problema proposto por esse Trabalho. 
Se faz necessário, elucidar a responsabilidade civil decorrente de tais alimentos, focando no ordenamento jurídico e suas generalidades. Dessa forma, fica claro a pretensão e necessidade de demonstrar a responsabilidade civil decorrente da não comprovação da paternidade nos casos de alimentos gravídicos, sua evolução bem como o marco teórico que deverá instigar esta pesquisa.
Portanto o presente trabalho será pautado em pesquisa bibliográfica a respeito do tema, acompanhado de análise jurisprudencial e legislativa. Dito isto, o enfoque é analisar a (im)possibilidade de restituição dos valores adimplidos em face do verdadeiro genitor
1 A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DO NASCITURO
1.1 CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DA OBRIGAÇÃO DE ALIMENTAR 
 
O entendimento da obrigação de alimentar advém da análise do conceito dos alimentos no ordenamento jurídico. Torna-se necessário examinar a construção doutrinária no que tange o instituto jurídico dos alimentos, desenvolvendo a temática através da interpretação civil – constitucional. 
O conceito jurídico dos alimentos não refere-se apenas ao alimento, abrange um conjunto de tudo que é necessário para assegurar uma vida digna. A noção de subsistência passou a ser compreendida não somente como alimentação, mas, gastos como assistência médica, vestuários, educação e lazer. 
Gonçalves (2009, p. 455) explica: 
O vocábulo “alimentos” tem, todavia, conotação muito mais ampla do que na linguagem comum, não se limitando ao necessário para o sustento de uma pessoa. Nele se compreende não só a obrigação de prestá-los, como também o conteúdo da obrigação a ser prestada. A aludida expressão tem, no campo do direito, uma acepção técnica de larga abrangência, compreendendo não só o indispensável ao sustento, como também o necessário à manutenção da condição social e moral do alimentando.
No entanto com relação ao assunto, os alimentos incluem, assim o indispensável para o sustento, vestuário, habitação, assistência médica, instrução e educação e o que mais for necessário para viver dignamente. 
Ainda sobre o assunto, Dias (2017, p. 582) explica que “a expressão alimento não serve apenas ao controle da fome. Outros itens completam a necessidade humana, que não alimentam somente o corpo, mas também a alma” 
Os termos legais do Código Civil não apresentam um conceito preciso de alimentos entre os artigos 1.694 a 1710, que tratam do tema. Apesar disso, para Venosa (2020), no que tange o artigo 1.920 do Código Civil é possível entender que o conteúdo do termo “A temática de alimentos abrange a subsistência física e terapêutica, bem como a casa, enquanto o beneficiário viver, além da educação, se ele for menor.”
Toda e qualquer decisão acerca de alimentos deve ser precedida pelo (fundamental) princípio da dignidade do homem, respeitando as personalidades do alimentante ou alimentando, sob pena de incompatibilidade com o Texto Magno. Isto posto, assegura o interesse público no cumprimento da obrigação de prover o sustento uns dos outros que parentes, cônjuges e companheiros assumem, tendo em vista o seu reconhecimento entre os direitos sociais:
 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, 1988).
Assim, a solidariedade humana e financeira é o fundamento da obrigação de alimentar (GONÇALVES,2021). Obrigação esta que tem previsão legal no artigo 1.694 do Código Civil:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. (BRASIL, 2002). 
Deste modo, além dos vínculos de parentalidade, da mesma forma os laços afetivos concebem o ônus de assegurar a subsistência daqueles que não possuem condições por seus próprios meios. Portanto, prevalece o dever legal de mútuo auxílio.
1.2 ESPÉCIES DE ALIMENTO
A classificação dos alimentos dar-se-á pela observação dos diversos critérios da doutrina como natureza, causa jurídica, finalidade, momento e modalidade. Adiante, passa-se às classificações.
Quanto ao tipo, um artigo pode ser:
 Quanto a natureza, os alimentos podem ter duas classes sendo, os naturais ou civis. Dito isto, os naturais são aqueles que se restringem ao indispensável à satisfação das necessidades primárias da vida, isto é, suas necessidades básicas. Decorrem de culpa de quem os pleiteia. 
Os alimentos civis, na visão do professor Flavio Tartuce (2016, pág 146, cap. 8. 6. 3.) versam sobre “à manutenção do status quo ante, ou seja, a condição anterior da pessoa, tendo um conteúdo mais amplo”. Os alimentos civis também podem ser chamados de alimentos côngruos, “isto é, convenientes, que incluem os meios suficientes para satisfação de todas as outras necessidades básicas do alimentando, segundo a possibilidade do obrigado”. Dessa forma, não é restrito apenas a manter viva a pessoa, mas de garantir a dignidade e meios de ter uma vida digna, que envolvem educação, cultura, lazer.
Essa diferenciação entre os alimentos naturais e civis está disposta no artigo 1.964 do Código Civil: 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º - Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º - Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Deste modo, compreende-se que o caput do dispositivo trata dos alimentos civis e, o § 2º aborda os alimentos naturais. 
No artigo 1.704 do Código Civil encontra-se também essa diferença. 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial.
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.
Quanto a classe jurídica dos alimentos podem ser: ressarcitórios (indenizatórios), voluntários (convencionais) e legítimos (legais).
Os legítimos ou legais, são regidos pelo Direito de Família. Ocorrem em razão de um vínculo de parentesco ou matrimônio, sendo estabelecida uma prestação em favor de quem necessita, de modo proporcional às possibilidades do devedor. 
Os voluntários, por sua vez, emanam da vontade podendo ser inter vivos ou causa mortis. Inter vivos consiste em obrigação convencionada contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos. Segundo Gonçalves (2021) o primeiro caso ocorre por meio de contrato, encontrando-se na seara do direito das obrigações; os que derivam de declaração causa mortis pertencem aos direitos das sucessões fornece-los e são chamados de testamentários. Gonçalves (2009, p. 458) esclarece: 
Os alimentos voluntários, que resultam da intenção d a uma pessoa os meios de subsistência, podem tomar forma jurídica de constituição de uma renda vitalícia, onerosa ou gratuita; de constituição de um usufruto, ou de constituição de um capital vinculado, que ofereça as vantagens de uma segurança maior para as partes interessadas.
Os doutrinadores consideram que, os alimentos ressarcitório ou indenizatório decorrem da prática de um ato ilícito e constituem forma de indenização do dano ex delicto. Este portanto, pertencem a seara do direito das obrigações.
No que tange, à decretação da Prisão Civil por dívida de alimentos que é cabível, consubstanciada no art. 5º, LXVII, da Constituição Federal de 1988: Art. 5º. LXVII. CF – “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.”
Carlos Roberto Gonçalves ao discorrer sobre o assunto aduziu que: 
Somente os alimentos legais ou legítimos pertencem ao direito de família. Assim, a prisão civil pelo não pagamento de dívida de alimentos, permitida na Constituição Federal (art. 5º, LXVII), somente pode ser decretada no caso dos alimentos previstos nos arts. 1.566, III, e 1.694 e s. do Código Civil, que constituem relação de direito de família, sendo inadmissível em caso de não pagamento dos alimentos indenizatórios (responsabilidade civil ex delicto) e dos voluntários (obrigacionais ou testamentários). 
Entende-se que, a partir dessa peculiaridade, os alimentos encontram justificativas tanto no direito de família quanto no direito das obrigações.
Acerca da finalidade, definem-se em provisórios, provisionais e definitivos ou regulares. 
Os alimentos classificados como provisórios, possuem natureza antecipatória, sendo fixados liminarmente já no despacho inicial proferidos na ação de alimentos (ou em outras ações que tragam um pedido de alimentos de forma cumulativo), este possui rito especial, regulamentado pela Lei nº 5.478/68. Exigem a prova pré-constituída da existência da obrigação alimentícia, ou seja, é preciso comprovar no ato do ajuizamento da ação de alimentos, o parentesco ou união, de acordo com a previsão legal do art. 4º da Lei retro citada:
Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. 
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge, casado pelo regime da comunhão universal de bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor
Por exemplo, pais juntos e casados e, 30 dias após o divórcio, a mulher descobre que está grávida.  O foro competente para a ação de alimentos provisórios é o do alimentando, pois este possui foro privilegiado. Até a sentença, todos os alimentos são provisórios. 
Os considerados provisionais são concedidos em medida cautelar, preparatória ou incidental de acordo com o art. 852 e segs do CPC, estes propiciam meios para que a ação seja proposta e prover a mantença do alimentando e seus dependentes durante o curso do processo. São regulares ou definitivos os alimentos estabelecidos como pensão periódica, ainda que sempre sujeitos à revisão judicial. Estes cessam com a sentença dada no processo principal que fixa alimentos em definitivos.
2 CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO DE ALIMENTAR E SEUS PRESSUPOSTOS
Segundo o doutrinador Gonçalves Dias, a obrigação de alimentar é transmissível, divisível, condicional, recíproca e mutável.
 A transmissibilidade prevista no art. 1.700 do Código Civil, inverteu-se a regra geral, pois caiu o dogma da intransmissibilidade da obrigação de prestar alimentos aos herdeiros do devedor e passou a ser expresso em lei exatamente o contrário: a transmissibilidade aos herdeiros da obrigação de prestar alimentos. A nova regra (transmissibilidade) aplica-se hoje à generalidade das hipóteses de obrigação legal de prestar alimentos entre cônjuges, companheiros e parentes, não sendo mais pertinente a tese de que incidiria apenas no caso de pensões estabelecidas por ocasião da ruptura do vínculo conjugal como argumentavaparte da doutrina com base no art. 23 da Lei do Divórcio.
A obrigação de prestar alimentos é divisível, no entanto inúmeros parentes podem contribuir com determinada obrigação. Não é solidária, pois cada devedor irá arcar por sua cota parte a obrigação, respondendo assim na proporção de sua possibilidade econômica. 
Gonçalves determina em sua doutrina que a eficácia da condicionalidade está correlacionada à subordinação dos alimentos a uma condição resolutiva que preza a existência do binômio necessidade-possibilidade, ou seja, a necessidade do alimentando e as possibilidades do alimentante, estabelecendo uma obrigação equilibrada para ambos.
Recíproca conforme o art. 1.696 do Código Civil: “O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”
E por fim, variabilidade tende a sofrer alterações quando modificados a necessidade do alimentado quanto do alimentante, como dispõe art. 1.699 do Código Civil: 
  Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
A respeito das características básicas dos alimentos pela ótica doutrinaria são de direito pessoal, irrenunciável, imprescritível, (in)transmissível, incompensável, irrepetível, impenhorável, periódico e divisível. 
No que tange o direito pessoal, “destinados a preservar a integridade física e psíquica de quem os recebe, é intuitivo perceber uma feição personalíssima nos alimentos. Assim sendo, o direito a alimentos não admite cessão, onerosa ou gratuita, bem assim como não tolera compensação, com dívidas de que natureza for Cristiano Chaves et al (2021, pág. 1336)”. Sendo assim, objetiva garantir a vivência do alimentando e preservar a vida. 
O art. 1.707 do Código Civil veda a possibilidade de renúncia, mesmo fator pelo qual, o referido direito é também impenhorável.  Art. 1.707: “Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.”
Os doutrinadores do ramo de Direito de Família acreditam que a irrepetibilidade é um princípio que está em um patamar acima pois, uma vez pago os alimentos, aquele que proveu não poderá pedir de volta. Dimas de Carvalho sobre o assunto argumenta que, não caberá à restituição, em caso algum, mesmo que sejam provisórios ou provisionais durante todo o andamento processual, independente do resultado da demanda.
Portanto os alimentos são irrepetíveis, não é cabível ação de repetição de indébito, ou seja, quem pagou alimentos por erro não vai poder pedir de volta o valor pago, geralmente, por se tratar de prestação pecuniária que tem fundamento na dignidade da pessoa humana. No entanto, havendo comprovação de má-fé do credor é admissível a restituição, vez que a irrepetibilidade não pode ocasionar o enriquecimento injustificado, cabendo assim a ação de repetição de indébito contra o verdadeiro responsável que dolosamente se omitiu. 
Para que possamos compreender o conceito e característica da incompensabilidade da obrigação de alimentar cabe inscrever que para Gonçalves (2018, p.349): 
Compensação é o meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra. Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são, simultaneamente, devedores um do outro. É o modo indireto de extinção das obrigações, sucedâneo do pagamento, por produzir o mesmo efeito deste.
 Prevista no artigo 373, inciso II do Código Civil, na incompensabilidade não é admissível a compensação dos alimentos fixados nem se admite a compensação dos alimentos fixados em pecúnia com parcelas pagas in natura, porque não é possível a alteração unilateral pelo devedor da forma de prestação da obrigação estabelecida na decisão judicial. 
Cristiano Chaves et al (2021, pág. 1341): 
“Por isso se o devedor de alimentos, por outro motivo qualquer, se tornar credor alimentando, não poderá lhe opor esse crédito para abater do quantum devido .. a Sumula 621 do STJ: “Os efeitos da sentença que reduz majoram ou exoneram o alimentante do pagamento retroage a data da citação, vedadas a compensação e a repetibilidade”
 No entanto, a regra não pode ganhar ares absolutos.
O direito de pleitear alimentos é imprescritível, mas, ocorrerá a prescrição no prazo de dois anos o direito de cobrar as pensões, como reconhece o art. 206 §2º do Estatuto do Cidadão.
A transmissibilidade da obrigação de alimentar está prevista no artigo 1.700 do CC sendo admitida por força do texto legal que a obrigação de alimentar é suscita aos herdeiros do devedor. 
A periodicidade trata-se do aspecto periódico ligado ao pagamento mensal para atender as necessidades do alimentado, não sendo possível o pagamento em parcela única/ valor único. 
E por fim, a divisibilidade que possibilita o requerente demande sua mantença de mais de um requerido, na proporção de sua capacidade financeira contribuam com uma quota para os alimentos. 
São pressupostos da obrigação alimentar a existência de vínculo parentesco, necessidade do reclamante, a possibilidade de pessoa obrigada e a proporcionalidade. 
Encontra-se previsão legal no que diz respeito ao vínculo de parentesco e a proporcionalidade no art.1964 §1º da Lei nº 10.406/02: 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Urge salientar que o juiz deve equiponderar a necessidade e possibilidade, para que haja paridade. 
Necessidade do reclamante é caracterizado pela impossibilidade/incapacidade de o alimentado prover recursos próprios para sua mantença, serão devidos apenas os alimentos naturais, ou seja, os necessários a subsistência do alimentado.
3 ALIMENTOS GRAVIDÍCOS: ASPECTOS MATERIAIS E PROCESSUAIS.
Para CRISTIANO CHAVES ET AL (2021)“a lei 11.804/08 apelidada de lei dos Alimentos Gravídicos, reconhecendo o direito da personalidade do nascituro a uma gestação saudável e acolhendo, por via oblíqua, a teoria concepcionista. Os alimentos gravídicos dizem respeito a pensão fixada judicialmente, em favor do nascituro, destinada à manutenção da gestante durante o período da gravidez, cobrindo o natural aumento das despesas” 
Em outras palavras, os alimentos gravídicos são valores prestada pelo suposto pai que custeia as despesas durante a gestação e devem abonar as despesas adicionais durante o período, incluindo alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, medicamentos e outras prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico etc. Tais despesas devem ser custeada também pela gestante levando em consideração a possibilidade dela. 
 No Brasil, o Código Civil adota a teoria natalista, também conhecida como teoria natal ou teoria natalícia. De acordo com essa teoria, a personalidade jurídica começa a partir do nascimento com vida.
O artigo 2º do Código Civil brasileiro estabelece que "a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida". Portanto, no contexto jurídico brasileiro, a teoria natalista é a que prevalece, considerando que os direitos e deveres jurídicos são adquiridos no momento do nascimento de um indivíduo.
O entendimento majoritário no Brasil é de que a mulher gestante tem legitimidade para propor ação de alimentos gravídicos. Os alimentos gravídicos referem-se a uma espécie de pensão alimentícia destinada à mulher gestante durante a gravidez, com o objetivo de cobrir as despesas adicionais decorrentes da gestação.
A Lei nº 11.804/2008, que regulamenta os alimentos gravídicos, estabelece em seu artigo 2º que a mulher gestante tem legitimidadepara ajuizar a ação de alimentos gravídicos em face do suposto pai. A mulher pode ingressar com essa ação mesmo que não exista vínculo conjugal ou de união estável entre eles.
É importante mencionar que o entendimento majoritário também reconhece a possibilidade de o Ministério Público, em defesa dos interesses da mulher grávida, ajuizar ação de alimentos gravídicos quando a gestante estiver em situação de vulnerabilidade ou não tiver condições de fazê-lo.
Em resumo, a mulher gestante é considerada a parte legítima para propor ação de alimentos gravídicos, assegurando o apoio financeiro necessário durante a gestação, conforme previsto na legislação brasileira.
A legitimidade (ativa) para a propositura da ação de alimentos gravídicos é o do próprio nascituro, representado pela sua genitora. A legitimidade passiva é do suposto pai, não se exigindo, naturalmente, prova inequívoca da paternidade. São suficientes meros indícios. É possível, ainda, que a ação recaia sobre os (supostos) avós paternos quando provada a incapacidade contributiva do suposto pai. Após a sua fixação, vindo o nascituro a nascer com vida, os alimentos gravídicos ficam, automaticamente, convertidos em pensão alimentícia definitiva, caso não haja pedido de revisão ou exoneração pelo alimentante (CRISTIANO CHAVES ET AL, 2021). 
Por duas razões a competência do foro para propositura da ação dos alimentos gravídicos é no domicílio da gestante por ser a alimentada beneficiada pela lei, e em segundo, por deter da regra, a posse em nome do nascituro.
 A conversão, revisão e extinção dos alimentos gravídicos de acordo com o art. 2º do CC e art.6º da Lei de Alimentos Gravídicos antecipa que os alimentos gravídicos após o nascimento com vida do nascituro se convertem automaticamente em pensão alimentícia em favor do infante, havendo a probabilidade de revisão. 
Nesse sentido também é a jurisprudência do STJ, in verbis: 
“”A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança, pois os referidos alimentos ficam convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em que se solicite a exoneração, redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado em ação de investigação ou negatória de paternidade”. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.423-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/6/2017(Info 606)”
O Ministro Marco Aurélio Bellizze corroborou a proteção do melhor interesse do menor mantendo os alimentos, já outorgados na gestação, enquanto se discute a paternidade na ação investigatória. A conversão automática da obrigação e a transferência da titularidade dos alimentos visam a maior celeridade na prestação jurisdicional.
Sobre a extinção de Ação dos Alimentos Gravidícos, Maria Berenice Dias (2017) assegura de que o indeferimento dos alimentos provisórios, ou acontecendo o nascimento durante o tramite da ação, não suscita a extinção do processo. Isto porque a lei estabelece tal transformação do encargo em favor do infante. A mesma destaca que nas hipóteses do rompimento da gestação como casos de aborto espontâneo, os alimentos serão extintos, não cabendo, no entanto, qualquer restituição ou reembolso dos valores já pago.
3 AS CONSEQUÊNCIAS PATRIMONIAIS DA NÃO VERIFICAÇÃO DA PATERNIDADE DO ALIMENTANTE 
3.1 A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS GENITORES E IMPUTAÇÃO DE FALSA PATERNIDADE 
No que diz respeito a responsabilidade civil da genitora urge destacar que o art. 10º da Lei 11.804/08 que previa responsabilidade objetiva nos casos de danos morais e materiais foi vetado por tratar-se apenas da responsabilidade objetiva e há possibilidade e entendimento da subjetiva. Madaleno (2020) defende que, uma vez provado dolo ou culpa ao apontar de forma errônea o genitor como sendo o verdadeiro é possível ser apurada a responsabilidade da autora da ação. Ainda sobre a responsabilidade, são necessários os elementos na ação ou omissão: violação do dever jurídico, dano causado a vítima, a ação ou omissão seja culposa, esteja presente nexo de causalidade. 
Ressalta-se que o dano moral é um direito garantido pela  Constituição, tendo a sua aplicação, a efetivação de uma reparação econômica. A responsabilidade civil é derivada da violação de uma norma jurídica, ensejando dessa forma a obrigação de repará-lo, como bem salienta o Código Civil.
Há um consenso no entendimento que o abuso de direito está correlacionado a violação do princípio que assegura a boa-fé. Quando a paternidade não é confirmada, deve-se considerar que é a postura maliciosa da gestante na imputação da falsa paternidade que configura ato abusivo e não apenas a improcedência da ação em face do suposto pai com quem manteve relações sexuais no período da concepção, em outras palavras, quando a gestante não exerce seu direito regularmente e aproveita-se dos alimentos gravídicos para gozar auxílio financeiro de terceiro saber que não é o pai, fica configurado o abuso de direito, que no art. 927 do CC configura ato ilícito. Se existe a possibilidade da paternidade não há que se falar em indenização. 
Portanto é cabível a indenização por danos morais quando comprovada a má-fé na imputação de falsa paternidade, como se verá a seguir.
3.2 DIREITO DO ALIMENTANTE DE PLEITEAR DANOS MORAIS E MATERIAIS
Simas Filho (199, p. 464) entende que há caracterização do dano moral conforme exposto a seguir: 
 [...] a comunicação enviada pelo juiz ao suposto pai é pública e, só por esse fato, coloca o destinatário em má posição. Considerem-se que se for homem casado, sua família logo inquirirá a respeito do que, seu pai ou esposo, andou fazendo para ser chamado pelo juiz. Se for solteiro empregado ou funcionário, e recebe uma comunicação no emprego, poderá haver suspeitas provenientes de companheiros de trabalho e até do chefe. Notem bem que há a possibilidade de o destinatário não ser o pai da criança, contudo, a suspeita, por parte de familiares e colegas de trabalho, permanecerá. E. nesse caso, de quem esse homem se ressarcirá?
Caso a falsa paternidade tenha causado danos morais ou materiais ao homem que foi equivocadamente identificado como pai, ele pode buscar reparação por meio de uma ação de responsabilidade civil. Os danos morais referem-se ao sofrimento psicológico e emocional decorrente da falsa paternidade, enquanto os danos materiais podem envolver gastos financeiros relacionados à criação e educação da criança.
Por este entendimento que também é predominante nos Superiores Tribunais, conclui-se que há possibilidade do pleito pela indenização por danos morais em face da genitora nos casos em que o resultado do DNA é negativo, bem como da condenação da genitora aos referidos pagamentos de danos, ou seja para que haja responsabilização subjetiva da autora e arque com os danos materiais e morais, é necessário que se comprove de forma efetiva, que ela agiu de má-fé ao eleger o suposto pai para prestar alimentos, atuando com dolo ou culpa ao promover a ação de alimentos gravídicos, caracterizando abuso de direito 
 No texto magna em seu art 5 incisos V e X elevou a garantia fundamental a reparabilidade do dano moral. 
Nesse sentido, a decisão da 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:
APELAÇÃO. Ação de indenização. Negativa de paternidade após o registro. Ilícito
configurado pela conduta omissiva da rê. Inteligência do artigo 186 do Codigo CIV1.
Conduta ilicita que impoe o dever de indenizar. Valor fixado que atende aos princiDios pedagógico e indenizatório. Sentença mantida. Recurso desprovido (TJ-SP - AC:
10071726020168260019 SP 1007172-60.2016.8.26.0019. Relator: Rogério Murillo
Pereira Cimino. Data de julgamento: 27/07/2020. 9ª Câmara de Direito Privado. Data de Publicação: 27/02/2020).
3.3 O DIREITO DO SUPOSTO PAI DE PLEITEAR A RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS Á TÍTULO DE ALIMENTOS GRAVIDICOS EM FACE DO VERDADEIRO GENITOR
Os alimentos são irrepetíveis, disto isto, fica o questionamento: é possível a restituição dos valores já pagos em título de alimentos uma vez que a má-fé se faz presente? 
Para Dias(2017) trata-se de um princípio que tem fundamento na natureza da verba, tal princípio visa proteger o alimentando de eventual devolução de prestações alimentícias que porventura tenham sido pagas em duplicidade. Apesar disso, o princípio da irrepetibilidade não é absoluto, pois a devolução é possível quando ficar comprovado a má-fé ou postura maliciosa do credor. 
O fato de alguém beneficiar-se dos proventos de outrem sem justa causa, constitui enriquecimento ilícito, razão pela qual impõe-se a restituição, ainda que se trate de relações familiares, é importante que se admita que as relações familiares também emergem a necessidade impa de justiça, licitude e bom sendo, ou seja, mesmo em face do pagamento indevido, inexiste a obrigação de restituição, vez que o oposto geraria manifesto desequilíbrio patrimonial. (REZENDE,2009)
São dois o fundamento da viabilidade da devolução. O primeiro é a vedação ao enriquecimento sem causa, haja vista o pai biológico não poder se beneficiar financeiramente por ter tido uma dívida adimplida por terceiro, quando este deveria ter arcado com despesas. O segundo é a aplicação, por analogia, do art. 871 do CC que garante o direito e reembolso em favor daquele que paga alimentos que eram devidos por outro (OLIVEIRA, 2020) 
4 DIREITO RESTITUITÓRIO 
Expresso nos nos artigos 884 a 886 do Código Civil, com regras gerais expressas ou no caso de pagamentos indevidas com regras específicas (MICHELON, 2007).
De acordo Madaleno (2020), quando alguém paga alimentos de forma indevida a uma pessoa que não tinha direito a recebê-los, o verdadeiro devedor fica obrigado a reembolsar esses valores. Caso contrário, configuraria enriquecimento ilícito. Por exemplo, se um suposto genitor arcou com todas as despesas durante a gravidez e após o nascimento, mas posteriormente é comprovado por meio de um teste de DNA que ele não é o pai biológico, ele poderá cobrar do verdadeiro genitor os valores que desembolsou.
Ressalta-se que a obrigação de restituir os valores pagos indevidamente não depende de qualquer conduta ilícita ou comportamento inadequado por parte da pessoa que recebeu os alimentos de forma indevida. Em outras palavras, mesmo que o beneficiário não tenha agido de má-fé, a obrigação de devolver os valores persiste.
Nesse sentido, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu:
ALIMENTOS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. INDUÇÃO EM ERRO. Inexistência de filiação declarada em sentença. Enriquecimento sem causa do menor inocorrente. Pretensão que deve ser deduzida contra a mãe ou contra o pai biológico, responsáveis pela manutenção do alimentário. Restituição por este não é devida. Aquele que fornece alimentos pensando erradamente que os devia pode exigir a restituição do seu valor do terceiro que realmente devia fornecê-los. (SÃO PAULO, TJ, Apelação 248/25 Luiz Antônio de Godoy. 1ª Câmara de Direito Privado. 24 /01/2017).
Essa restrição do reembolso ao montante que o verdadeiro responsável pelos alimentos deveria pagar, levando em consideração a relação entre necessidade e capacidade, é conhecida como "reembolso qualificado". Portanto, a não reembolsabilidade dos alimentos não impede que aquele que foi erroneamente obrigado a pagá-los obtenha um "reembolso qualificado" do verdadeiro responsável pelos alimentos (OLIVEIRA, 2020).
Nesse sentido, Fernando Noronha (2013) argumenta que as obrigações de enriquecimento sem causa protegem o interesse do credor em se apropriar de tudo o que represente um aproveitamento de bens ou valores de sua esfera jurídica e desempenham uma função de restituição: devolvendo ao patrimônio do credor os acréscimos que indevidamente estão em outro patrimônio.
Conclui-se, portanto, que o suposto pai tem o direito de ser ressarcido pelo verdadeiro pai, uma vez que sofreu uma diminuição indevida de seu patrimônio, enquanto aquele que deveria fornecer os alimentos obteve vantagem econômica.
A doutrina do direito restituitório busca estabelecer os fundamentos e princípios que regem a obrigação de restituir algo que foi obtido de forma injusta ou indevida. 
5 CONCLUSÃO 
Com base nas informações apresentadas, é possível concluir que o suposto pai tem o direito de buscar a restituição dos valores pagos ao verdadeiro genitor, uma vez que sofreu uma diminuição injusta de seu patrimônio, enquanto aquele que deveria ser responsável pela obrigação se beneficiou economicamente.
Para que a responsabilidade de reparação do dano seja evidente, é necessário comprovar a má-fé da gestante ao atribuir falsa paternidade, caracterizando o abuso do direito de ação. Nessas circunstâncias, o suposto pai pode pleitear danos morais em face da genitora.
Portanto, o direito do suposto pai à restituição encontra respaldo no ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que é proibido o enriquecimento sem causa. A lei condena aqueles que obtêm vantagens patrimoniais às custas de terceiros sem justificativa, obrigando-os a restituí-las. Isso se configura como uma fonte autônoma de obrigação.
Para a caracterização do enriquecimento sem causa, é suficiente a constatação da exigência de conduta ilícita, que está no âmbito da responsabilidade civil.
Portanto, o direito de restituição do suposto pai em relação ao verdadeiro genitor é justificado, uma vez que aquele que efetuou o pagamento dos alimentos não era o devedor, sendo a dívida uma obrigação do pai biológico. Ficou claro também que aquele que paga uma dívida indevidamente cria a obrigação de restituição, o que significa que aquele que forneceu os alimentos pode cobrar do indivíduo que deveria ter arcado com tais despesas.
Analítico: descreve, classifica e define o assunto, levando em conta a forma e o objetivo que se tem em vista. Sua estrutura é a seguinte: define o assunto, apresenta os aspectos relevantes e irrelevantes, as partes e as relações existentes.
Classificatório: ordena os aspectos de determinado assunto e a explicação de suas partes. Sua estrutura é a seguinte: definição do assunto, explicação da divisão, tabulação dos tipos e definição de cada espécie.
1’1’Argumentativo: apresenta o enfoque de um argumento e, depois, apresenta os fatos que provam ou refutam o foco factual. Sua estrutura é a seguinte: exposição da teoria, apresentação dos fatos, síntese dos fatos, análise argumentativa e conclusão.
A redação do artigo deve considerar o público ao qual se destina. A linguagem será gramaticalmente correta, precisa, coesa, coerente e, preferencialmente, em terceira pessoa ou utilizando a impessoalização textual. O estilo deve ser claro, conciso e objetivo, como em qualquer trabalho técnico-científico. Devem ser evitados adjetivos supérfluos, repetições redundantes, explicações desnecessárias, rodeios sem atingir o objetivo. Por outro lado, deve-se lembrar de que um excesso de concisão pode prejudicar a compreensão do texto ou do que se pretende dizer. Ao escrever, não se deve ficar determinado em demonstrar erudição e cultura gramatical ou discursiva e, sim, chegar-se a uma comunicação correta que deixe claro ao leitor as idéias expostas.
Sempre que possível, devem ser evitadas as notas de rodapé ou notas de final de texto, bem como a separação de partes do texto em anexos ou apêndices.
As citações literais deverão aparecer sempre entre aspas, indicando a fonte. 
CUIDADO COM O PLÁGIO! As citações devem seguir as normas estabelecidas pela ABNT.
3 CONCLUSÃO
Aqui se destacam os principais resultados conclusivos quanto ao assunto abordado no artigo, podendo, se for o caso, propor recomendações.
4 BIBLIOGRAFIA OU REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Citar a bibliografia utilizada para a elaboração do artigo: livros, artigos, monografias, material da internet, apostilas etc. Atenção para a ordem alfabética na organização das referências. As referências bibliográficas deverão ser feitas de acordo com as regras da ABNT 6023.
EXEMPLOS:
 
De livros
LAKATOS, Eva e Marconi, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. SP: Atlas, 1992.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica. Guia para eficiência nos estudos. 4. ed. SP:Atlas, 1996.
De artigos de revistas
AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro. V.38, n. 9, set.1984. Edição Especial.
TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex. Brasília, DF, ano 1, n. 1, p. 18-23, fev. 1997.
De artigo na Internet
SILVA, M.M.L. Crimes da era digital. NET, Rio de Janeiro, nov.1998.Seção Ponto de Vista. Disponível em <http://www.brasilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm> Acesso em: 28 nov.1998.
 
5 DIGITAÇÃO
· Utilizar papel branco, A4.
· Fonte Arial, ou Times New Roman, estilo normal, tamanho 12.
· Todas as letras dos títulos devem ser escritas na margem esquerda de cada página, em negrito e maiúsculas, tamanho 12. No caso de seções, dar um espaço duplo antes de começar a seção seguinte na mesma página.
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· O número da página deve aparecer na borda superior direita, em algarismos arábicos, inclusive das Referências Bibliográficas, somente a partir do início do artigo.
· O artigo deverá conter em torno de 17 a 25 laudas (INCLUINDO TODAS AS LAUDAS DO ARTIGO).
ANEXOS
(Os anexos não são elaborados pelo autor. Servem para fundamentar, comprovar ou ilustrar o texto. Exemplo: Leis, mapas, portarias, autorizações etc.)
APÊNDICES
 (Os apêndices, são elaborados pelo próprio autor da pesquisa, tem como objetivo reforçar a sua argumentação. Geralmente são textos adicionais. Exemplo: formulários, questionários, tabelas, gráficos, quadros, etc.).
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