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Fernanda Vandanezi - Plasmodium sp. — Malária: Filo: Apicomplexa; Família: Plasmodiidae. - são conhecidas cerca de 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros vertebrados; - 4 espécies parasitam o homem — P. falciparum, P. vivax (terça benigna - 3 em 3 dias), P. malariae (quartã - 4 em 4 dias) e P. ovale; Distribuição: - ampla distribuição geográfica — especialmente em regiões tropicais e subtropicais; - África, Ásia e América do Sul, incluindo a Amazônia brasileira (99%); - rios, lagos e lagoas; Habitat: - varia para cada fase do ciclo dos plasmódios humanos; - no homem — os esporozoítos (forma infectante) circula brevemente na corrente sanguínea; depois se desenvolvem no interior do hepatócito → e depois nos eritrócitos; - no inseto vetor — as diferentes formas evolutivas se desenvolvem, de forma sucessiva; ∟ no interior da matriz peritrófica → epitélio médio → hemolinfa → glândulas salivares; Morfologia e Biologia: - os plasmódios variam em tamanho, forma e aparência — de acordo com o estágio de desenvolvimento e características específicas; ► formas extracelulares — esporozoítos, merozoítos, oocineto: - são capazes de invadir as células hospedeiras; - possuem um complexo apical — formado roptrias e micronemas; estão diretamente envolvidas no processo de interiorização celular; - apresentam 1 membrana externa simples + 1 membrana interna dupla; ∟ é fenestrada e incompleta na extremidade anterior, onde está localizado o complexo apical; • Esporozoítos: - alongado — medindo cerca de 11µm (comprimento) x 1µm (largura); - apresenta núcleo central único; - estrutura interna — membrana com duas camadas; mais externa formada pela proteína CS — participa de diversas interações celulares durante o ciclo vital do parasito; • Merozoítos: - independente da sua origem (pré-eritrocítica ou sanguínea) — são células similares e capazes de invadir somente hemácias; - estruturalmente assemelham-se aos esporozoítos — sendo menores e arredondados; com 1µm a 5µm (comprimento) x 2µm (largura); - membrana extrema composta por três camadas; • Ocineto: - forma alongada de aspecto vermiforme e móvel; - com comprimento entre 10µm e 20µm; - contendo núcleo volumoso e excêntrico; ► formas intracelulares — trofozoítos, esquizontes e gametócitos: - complexo apical ausente nestas formas; - formas exo-eritrociticas (fora das hemácias): • Trofozoíto: - após a penetração do esporozoíto no hepatócito — ocorre a perda das organelas do complexo apical; parasito se toma arredondado — esta forma é chamada trofozoíto pré-eritrocítico; • Esquizonte/Criptozoíto: - trofozoíto após sucessivas divisões celulares — dá origem ao esquizonte tecidual; - composto por uma massa citoplasmática e milhares de núcleos filhos; - tamanho varia de 30µm a 70µm de diâmetro → provocando o aumento do tamanho do hepatócito infectado; - vão dar origem aos merozoítos; - formas eritrocíticas: • Trofozoítos jovens e maduros: - após a penetração do merozoíto na hemácia — ocorre a perda das organelas do complexo apical; parasito se toma arredondado — esta forma é chamada trofozoíto eritrocítico; • Esquizonte/Criptozoíto: - trofozoíto após sucessivas divisões celulares — dá origem ao esquizonte eitrocítico; - descrição igual ao esquizonte tecidual; - vão dar origem aos merozoítos sanguíneos (já descritos); • Gametócitos: - algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados; ∟ microgameta ♂ — apresenta de 20µm a 25µm de comprimento; constituída de uma membrana que envolve o núcleo e o único flagelo; ∟ macro gameta ♀ — apresenta uma estrutura proeminente na superfície — por onde se dá a penetração do microgameta; ► após reprodução sexuada: • Oocineto: - forma alongada de aspecto vermiforme e móvel; - comprimento entre 10µm e 20µm; - contém núcleo volumoso e excêntrico; • Oocisto: - estrutura esférica de 40 a 80µm; - apresenta grânulos pigmentados em seu interior — caractensticas de cor e distribuição variam entre as espécies; - envolto por uma cápsula (0,1µm de espessura); - apresenta — tamanho único em infecções de baixa densidade; dimensões múltiplas nas infecções intensa; - em infecções antigas a parede do oocisto se mantém aderida ao intestino médio → tomando-se quitinosa; - 1 oocist pode produzir, em média, 1000 esporozoítos; Transmissão: - se dá pelas fêmeas de mosquitos Anopheles — A. darling, A. aquasalis, A. cruzi; ∟ quando estas, parasitadas com esporozoítos em suas glândulas salivares → inoculam estas formas infectantes durante o repasto sangüíneo. fonte de infecção para os mosquitos — pessoas doentes ou mesmo indivíduos assintomáticos (formas sexuadas do parasito); primatas não-humanos podem funcionar como reservatórios de P. malariae; - acidentalmente — por transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas e acidentes em laboratório (infrequentes); - congênita — tem sido também raramente descrita → nestes casos, o ciclo exo-eritrocítico não é observado; - cadeia de transmissão: FPI (fonte primária de infecção) — (homem) gametócitos no sangue; VT (via de transmissão) — pele, pela picada do mosquito Anopheles; MT (meio de transmissão) — inoculação dos esporozoítos; VP (via de penetração) — pele, sangue; HS (hospedeiro susceptível) — homem; Patogenia: - a passagem do parasito pelo fígado (ciclo exo-eritrocítico) não é patogênica e não determina sintomas; - apenas o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária; - destruição dos eritrócitos e liberação dos parasitos e de seus metabólitos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro; ∟ determinando alterações morfológicas e funcionais observadas no indivíduo com malária; - ação espoliativa — absorção de nutrientes e sangue do hospedeiro; - ação irritativa — presença constante do parasito irrita o local parasitado — fígado, baço e MO; - ação obstrutiva — obstrui as hemácias; ∟ destruição de eritrócitos não-parasitados pelo sistema imune ou por aumento da eritrofagocitose esplênica; participação de auto-anticorpos com afinidades tanto para o parasito como para o eritrócito; disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas (diseritropoiese). - ação tóxica — toxicidade em função da liberação de citocinas; Manifestações Clínicas: - período de incubação da malária — varia de 1 a 6 semanas; de acordo com o plasmodio; P. falciparum — 9 a 14 dias; P. vivax — 12 a 17 dias; P. malariae — 18 a 40 dias; P. ovale — 16 a 18 dias; - assintomáticos; - fase sintomática inicial — mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia, febre da malária; ∟ não permite um diagnóstico clinico seguro; - acesso malárico (ataque paroxístico agudo) — coincidente com a ruptura das hemácias ao final da esquizogonia; acompanhado — calafrios, sudorese, convulsão, intensa debilidade física, náuseas e vômitos; dura de 15 minutos a 1 hora — seguida por febre de até 41 graus; após 2 a 6 horas — sudorese profunda e fraqueza intensa; - anemia — apesar de frequente, apresenta-se em graus variáveis, sendo mais intensa nas infecções por P. falciparum; - hepatoesplenomegalia — é o aumento do tamanho do fígado e do baço; - quadros prolongados de infecção podem produzir manifestações crônicasda malária; ∟ apresentando volumosa esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia; - indicadores de pior prognóstico — hipoglicemia, convulsões, vômitos repetidos, hiperpirexia, icterícia e distúrbio da consciência; ∟ e podem preceder aos seguintes sintomas clínicos da malária grave e complicada: cefaleia, mialgia, febre, epigastralgia, lernbalgia, tonteira, náusea e calafrio; Diagnóstico: • clínico: - em áreas de dificil acesso da população aos serviços de saúde, indivíduos com febre são considerados portadores de malária; - os sintomas da malária são inespecíficos, não se prestando a distinção entre a malária e outras infecções agudas do homem; - o elemento fundamental no diagnóstico clínicoda malária, tanto nas áreas endêmicas como nas não-endèmicas: ∟ é sempre pensar na possibilidade da doença; • laboratorial: - esfregaço sanguíneo ou método da gota espessa — coletando sangue periférico; ∟ estas técnicas baseiam-se na visualização do parasito através de microscopia ótica — todas as formas; após coloração com corante vital (azul-de-metileno e Giemsa); são os únicos métodos que permitem a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise da sua morfologia; • imunológico — imunofluorescencia, ELISA; IgM = crônica; IgG = aguda; Reações Tardias: - reativação dos sintomas — devido formas adormecidas no fígado; Plasmodium sp vivo — 2 a 4 anos; Plasmodium sp morto — 40 anos (baixa parasitemia); - recrudescência (renovação com maior intensidade) — devido falha terapêutica; volta dos sintomas 30 a 40 dias após o tratamento; Tratamento: - o tratamento da malária visa à interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção; ∟ mefloquina — para P. falciparum; claroquina — , P. vivax, P. malariae e P. ovale; Profilaxia: - tratar os indivíduos parasitados; - melhoria das condições de habitação; - combate ao inseto — com telas, repelentes, etc. medidas de combate as larvas e ao vetor adulto; - saneamento básico; Ciclo Biológico:
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