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017 Plasmodium sp.

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Fernanda Vandanezi - Plasmodium sp. — Malária: 
Filo: Apicomplexa; Família: Plasmodiidae. 
- são conhecidas cerca de 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros vertebrados; 
- 4 espécies parasitam o homem — P. falciparum, P. vivax (terça benigna - 3 em 3 dias), P. malariae (quartã - 4 em 4 dias) e P. ovale; 
 
Distribuição: 
- ampla distribuição geográfica — especialmente em regiões tropicais e subtropicais; 
- África, Ásia e América do Sul, incluindo a Amazônia brasileira (99%); 
- rios, lagos e lagoas; 
 
Habitat: 
- varia para cada fase do ciclo dos plasmódios humanos; 
- no homem — os esporozoítos (forma infectante) circula brevemente na corrente sanguínea; 
 depois se desenvolvem no interior do hepatócito → e depois nos eritrócitos; 
- no inseto vetor — as diferentes formas evolutivas se desenvolvem, de forma sucessiva; 
 ∟ no interior da matriz peritrófica → epitélio médio → hemolinfa → glândulas salivares; 
 
Morfologia e Biologia: 
- os plasmódios variam em tamanho, forma e aparência — de acordo com o estágio de desenvolvimento e características específicas; 
 
► formas extracelulares — esporozoítos, merozoítos, oocineto: 
- são capazes de invadir as células hospedeiras; 
- possuem um complexo apical — formado roptrias e micronemas; 
 estão diretamente envolvidas no processo de interiorização celular; 
- apresentam 1 membrana externa simples + 1 membrana interna dupla; 
 ∟ é fenestrada e incompleta na extremidade anterior, onde está localizado o complexo apical; 
• Esporozoítos: 
- alongado — medindo cerca de 11µm (comprimento) x 1µm (largura); 
- apresenta núcleo central único; 
- estrutura interna — membrana com duas camadas; 
 mais externa formada pela proteína CS — participa de diversas interações celulares durante o ciclo vital do parasito; 
• Merozoítos: 
- independente da sua origem (pré-eritrocítica ou sanguínea) — são células similares e capazes de invadir somente hemácias; 
- estruturalmente assemelham-se aos esporozoítos — sendo menores e arredondados; 
 com 1µm a 5µm (comprimento) x 2µm (largura); 
- membrana extrema composta por três camadas; 
• Ocineto: 
- forma alongada de aspecto vermiforme e móvel; 
- com comprimento entre 10µm e 20µm; 
- contendo núcleo volumoso e excêntrico; 
 
► formas intracelulares — trofozoítos, esquizontes e gametócitos: 
- complexo apical ausente nestas formas; 
 
- formas exo-eritrociticas (fora das hemácias): 
• Trofozoíto: 
- após a penetração do esporozoíto no hepatócito — ocorre a perda das organelas do complexo apical; 
 parasito se toma arredondado — esta forma é chamada trofozoíto pré-eritrocítico; 
• Esquizonte/Criptozoíto: 
- trofozoíto após sucessivas divisões celulares — dá origem ao esquizonte tecidual; 
- composto por uma massa citoplasmática e milhares de núcleos filhos; 
- tamanho varia de 30µm a 70µm de diâmetro → provocando o aumento do tamanho do hepatócito infectado; 
- vão dar origem aos merozoítos; 
 
- formas eritrocíticas: 
• Trofozoítos jovens e maduros: 
- após a penetração do merozoíto na hemácia — ocorre a perda das organelas do complexo apical; 
 parasito se toma arredondado — esta forma é chamada trofozoíto eritrocítico; 
• Esquizonte/Criptozoíto: 
- trofozoíto após sucessivas divisões celulares — dá origem ao esquizonte eitrocítico; 
- descrição igual ao esquizonte tecidual; 
- vão dar origem aos merozoítos sanguíneos (já descritos); 
 
• Gametócitos: 
- algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados; 
 ∟ microgameta ♂ — apresenta de 20µm a 25µm de comprimento; 
 constituída de uma membrana que envolve o núcleo e o único flagelo; 
 ∟ macro gameta ♀ — apresenta uma estrutura proeminente na superfície — por onde se dá a penetração do microgameta; 
 
 
 
► após reprodução sexuada: 
• Oocineto: 
- forma alongada de aspecto vermiforme e móvel; 
- comprimento entre 10µm e 20µm; 
- contém núcleo volumoso e excêntrico; 
 
• Oocisto: 
- estrutura esférica de 40 a 80µm; 
- apresenta grânulos pigmentados em seu interior — caractensticas de cor e distribuição variam entre as espécies; 
- envolto por uma cápsula (0,1µm de espessura); 
- apresenta — tamanho único em infecções de baixa densidade; 
 dimensões múltiplas nas infecções intensa; 
- em infecções antigas a parede do oocisto se mantém aderida ao intestino médio → tomando-se quitinosa; 
- 1 oocist pode produzir, em média, 1000 esporozoítos; 
 
 
Transmissão: 
- se dá pelas fêmeas de mosquitos Anopheles — A. darling, A. aquasalis, A. cruzi; 
 ∟ quando estas, parasitadas com esporozoítos em suas glândulas salivares → inoculam estas formas infectantes durante o repasto sangüíneo. 
 fonte de infecção para os mosquitos — pessoas doentes ou mesmo indivíduos assintomáticos (formas sexuadas do parasito); 
 primatas não-humanos podem funcionar como reservatórios de P. malariae; 
- acidentalmente — por transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas e acidentes em laboratório (infrequentes); 
- congênita — tem sido também raramente descrita → nestes casos, o ciclo exo-eritrocítico não é observado; 
- cadeia de transmissão: 
 FPI (fonte primária de infecção) — (homem) gametócitos no sangue; 
 VT (via de transmissão) — pele, pela picada do mosquito Anopheles; 
 MT (meio de transmissão) — inoculação dos esporozoítos; 
 VP (via de penetração) — pele, sangue; 
 HS (hospedeiro susceptível) — homem; 
 
Patogenia: 
- a passagem do parasito pelo fígado (ciclo exo-eritrocítico) não é patogênica e não determina sintomas; 
- apenas o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária; 
- destruição dos eritrócitos e liberação dos parasitos e de seus metabólitos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro; 
 ∟ determinando alterações morfológicas e funcionais observadas no indivíduo com malária; 
- ação espoliativa — absorção de nutrientes e sangue do hospedeiro; 
- ação irritativa — presença constante do parasito irrita o local parasitado — fígado, baço e MO; 
- ação obstrutiva — obstrui as hemácias; 
 ∟ destruição de eritrócitos não-parasitados pelo sistema imune ou por aumento da eritrofagocitose esplênica; 
 participação de auto-anticorpos com afinidades tanto para o parasito como para o eritrócito; 
 disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas (diseritropoiese). 
- ação tóxica — toxicidade em função da liberação de citocinas; 
 
Manifestações Clínicas: 
- período de incubação da malária — varia de 1 a 6 semanas; de acordo com o plasmodio; 
 P. falciparum — 9 a 14 dias; P. vivax — 12 a 17 dias; P. malariae — 18 a 40 dias; P. ovale — 16 a 18 dias; 
- assintomáticos; 
- fase sintomática inicial — mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia, febre da malária; 
 ∟ não permite um diagnóstico clinico seguro; 
- acesso malárico (ataque paroxístico agudo) — coincidente com a ruptura das hemácias ao final da esquizogonia; 
 acompanhado — calafrios, sudorese, convulsão, intensa debilidade física, náuseas e vômitos; 
 dura de 15 minutos a 1 hora — seguida por febre de até 41 graus; 
 após 2 a 6 horas — sudorese profunda e fraqueza intensa; 
- anemia — apesar de frequente, apresenta-se em graus variáveis, sendo mais intensa nas infecções por P. falciparum; 
- hepatoesplenomegalia — é o aumento do tamanho do fígado e do baço; 
- quadros prolongados de infecção podem produzir manifestações crônicasda malária; 
 ∟ apresentando volumosa esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia; 
- indicadores de pior prognóstico — hipoglicemia, convulsões, vômitos repetidos, hiperpirexia, icterícia e distúrbio da consciência; 
 ∟ e podem preceder aos seguintes sintomas clínicos da malária grave e complicada: 
 cefaleia, mialgia, febre, epigastralgia, lernbalgia, tonteira, náusea e calafrio; 
 
Diagnóstico: 
• clínico: 
- em áreas de dificil acesso da população aos serviços de saúde, indivíduos com febre são considerados portadores de malária; 
- os sintomas da malária são inespecíficos, não se prestando a distinção entre a malária e outras infecções agudas do homem; 
- o elemento fundamental no diagnóstico clínicoda malária, tanto nas áreas endêmicas como nas não-endèmicas: 
 ∟ é sempre pensar na possibilidade da doença; 
 
 
• laboratorial: 
- esfregaço sanguíneo ou método da gota espessa — coletando sangue periférico; 
 ∟ estas técnicas baseiam-se na visualização do parasito através de microscopia ótica — todas as formas; 
 após coloração com corante vital (azul-de-metileno e Giemsa); 
 são os únicos métodos que permitem a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise da sua morfologia; 
 
• imunológico — imunofluorescencia, ELISA; 
 IgM = crônica; IgG = aguda; 
 
Reações Tardias: 
- reativação dos sintomas — devido formas adormecidas no fígado; 
 Plasmodium sp vivo — 2 a 4 anos; 
 Plasmodium sp morto — 40 anos (baixa parasitemia); 
- recrudescência (renovação com maior intensidade) — devido falha terapêutica; 
 volta dos sintomas 30 a 40 dias após o tratamento; 
 
Tratamento: 
- o tratamento da malária visa à interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção; 
 ∟ mefloquina — para P. falciparum; 
 claroquina — , P. vivax, P. malariae e P. ovale; 
 
 
Profilaxia: 
- tratar os indivíduos parasitados; 
- melhoria das condições de habitação; 
- combate ao inseto — com telas, repelentes, etc. 
 medidas de combate as larvas e ao vetor adulto; 
- saneamento básico; 
 
Ciclo Biológico:

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