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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA – UNIARA
CURSO DE DIREITO
TRABALHO SOBRE O TEMA “COMPARAÇÃO DO MODELO FEDERATIVO BRASILEIRO COM O MODELO DOS EUA”
Trabalho apresentado pela disciplina: Teoria Geral do Estado
Docente: Manoel Ilson Cordeiro Rocha
Nome: Paula Alexandra Hortense N: 01112-143
ARARAQUARA
09/11/2012
1. Tipos de Federação
Quando se estuda o federalismo, é imprescindível ter em mente que os fundamentos sobre os quais o mesmo se erige não se conformam, na prática, de maneira homogênea, pois cada Estado tem um processo histórico de constituição bastante peculiar, o que acaba por determinar o tipo de federação que se desenvolverá no seu território.
Conforme adverte Raul Machado Horta acerca dos pressupostos para a organização constitucional do federalismo, "a reunião desses requisitos não se realiza homogeneamente nas formas reais de Estados Federados. Há os casos em que a lista é integralmente atendida. Há casos de atendimento parcial, com ênfase em determinados requisitos e diluição de outros.”
Portanto, não é necessário que um Estado ostente todas as características elencadas pela doutrina para que seja considerado como uma Federação, mas é indispensável que, para tanto, haja uma autonomia mínima dos entes federados, o que se dá principalmente por meio da repartição de competências. É por meio da análise dessa repartição de competências que se verifica o grau de centralização ou descentralização de um Estado.
Considerando a predominância de atribuições nas mãos da União ou dos Estados-membros, ter-se-á um federalismo centrípeto, voltado para o centro, ou centrífugo, cuja característica é a outorga de maior parcela de autonomia administrativa e política aos Estados-membros.
Há, ainda, a classificação do federalismo segundo a relação estabelecida entre a União e os Estados. De acordo com a criação clássica norte-americana, ligada à noção de Confederação, o federalismo dualista consagra a repartição horizontal de competências constitucionais, pois considera a presença de duas esferas soberanas de poder. Tal concepção foi abandonada em razão de uma ideia de federalismo cooperativo, por meio do qual se busca uma harmonização entre as competências da União e a dos Estados, de modo vertical. Essa classificação ainda abrange o federalismo de integração, que submete a esfera estadual à federal e se apresenta, na prática, apenas como um federalismo nominal.
Diz-se, lado outro, federalismo por agregação quando há a união de estados soberanos pré-existentes, os quais abdicam de sua soberania para a formação do Estado Federal, como no caso da formação dos Estados Unidos da América. Se, ao contrário, um Estado até então unitário se divide em vários Estados-membros, tem-se o federalismo por segregação, como ocorreu no caso do Brasil.
Tal classificação foi bem apresentada pelo constitucionalista Alexandre de Moraes:
“Em relação à formação do Estado Federal, podemos ter o federalismo por agregação, que resulta da reunião de estados preexistentes; e o federalismo por segregação, resultante da descentralização de um Estado Unitário, por razões políticas”.
No modelo federativo norte-americano, o Poder Executivo centraliza a distribuição das receitas da União de forma a fomentar a competição entre os estados membros no Poder Legislativo nacional. Não há, portanto, uma preocupação institucional e constitucional com a equalização regional. Pode-se, ainda, classificar os tipos de federalismo em: dualista, cooperativo, de integração, centrípeto e centrífugo. O federalismo dualista, existente, principalmente, nos séculos XVIII e XIX, foi a criação clássica norte-america e consagrava a presença de duas esferas soberanas de poder, a da União de um lado, a do Estado-membro de outro. Sua grande característica, portanto – em face do paralelismo de poder –, foi a previsão de repartição horizontal de competências constitucionais.
O federalismo cooperativo, portanto, trouxe como ideia central a necessidade de coordenação entre o exercício das competências federais e estaduais, sob a tutela da União. Privilegia-se, portanto, a ideia de competências verticais. A Suprema Corte Americana – não sem antes pretender manter o federalismo dualista, como lembra Bernard Schwartz – decretou o abandono do federalismo duplo, em uma sequência de decisões, relacionadas, principalmente, à competência para legislar sobre comércio interestadual e trabalho infantil.
O federalismo de integração caracteriza-se pela sujeição da esfera estadual (Estados-membros) à federal (União federal). Como ressalta Manoel Gonçalves Ferreira Filho, ‘esse que acentuaria os traços do cooperativo, mas que o resultaria, antes, num Estado Unitário constitucionalmente descentralizado do que num verdadeiro Estado Federal.
O federalismo centrípeto, por sua vez, também surgiu nos Estados Unidos em virtude, principalmente, do crescimento do poder de intervenção econômica federal, caracterizando-se pelo fortalecimento do poder central.
O federalismo centrífugo surge como reação ao exagero centralizador do novo federalismo, pois, como salienta Bernard Schwartz ‘a recente expansão da autoridade federal levou a apelos por mais um novo federalismo – desta vez para inverter a tendência centrípeta. Em particular, tem havido apelos para a diminuição da dependência dos estados em relação às subvenções federais, ou pelo menos, para eliminar algumas das condições que precisam ser satisfeitas antes que os recursos financeiros federais sejam concedidos.
Com base nesse breve panorama, passa-se à análise do federalismo no Brasil e suas peculiaridades, especialmente no que diz respeito à presença do Município como ente federado autônomo.
É possível diferenciar as federações também no que tange à órbita de competências do órgão central da Federação em contraposição aos demais entes federados. Nos Estados Unidos, os entes federados tem amplo poder e autonomia irrestrita. Já no Brasil, pretende-se simetria entre cada um dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Algumas federações são denominadas assimétricas porque alguns entes possuem maior autonomia que outras. Um exemplo deste tipo de Federação é a Malasia, onde whichSarawak e Sabah se uniram a federação em termos e condições distintas dos demais Estados da Península.
1.2 O Federalismo no Brasil
No Brasil, o federalismo surgiu com a Proclamação da República em 1889 e, a partir da Constituição de 1891, sempre foi adotado como forma de Estado, ainda que em determinados períodos – como durante a ditadura militar dos anos 70 –, a centralização de poder tenha sido tão grande que se convencionou chamar de federalismo nominal o que se vivia nessa época.
Antes de se tornar uma Federação, o Brasil era um Estado Unitário, dividido em regiões administrativas não dotadas de autonomia, com centralização absoluta de poder nas mãos do Imperador. Com a decisão política de adoção da forma de governa federalista, o País percorre o caminho inverso daquele traçado pelos Estados Unidos da América para a formação da Federação.
Enquanto os Estados norte-americanos, originariamente soberanos, reuniram-se para a formação de uma Confederação e, posteriormente, de uma Federação, o movimento no Brasil partiu de um Estado Unitário, já consolidado e soberano, que se dividiu geograficamente em inúmeros territórios, e entregou a tais entes parcelas de autonomia, a fim de repartir o poder político (federalismo por desagregação).
O federalismo vigente nos Estados Unidos, portanto, é centrípeto, voltado para o centro, o que evidencia uma tendência de centralização de poder na União. Centralização essa, entretanto, que não pode ser considerada como uma característica marcante da forma de governo, pois os Estados norte-americanos detêm competências legislativas, administrativas, jurisdicionais e políticas extremamente amplas, advindas da antiga soberania que tais Estados detinham antes da formação de uma Confederação. Logo, embora haja uma tendência à centralização – porisso federalismo centrípeto – o grau de descentralização é enorme e predominante.
A inversão desse processo de formação do federalismo no Brasil explica, a princípio, o alto grau de centralização do seu modelo de governo. É que os Estados brasileiros nunca foram soberanos como os norte-americanos e só conquistaram autonomia ao longo de um lento e gradual processo histórico de desagregação. As competências constitucionais no Brasil foram historicamente entregues de forma predominante à União, relegando-se aos Estados uma competência suplementar, restrita e residual.
Logo, o federalismo no Brasil é centrífugo e, embora haja um ranço cultural centralizador, tende ao fortalecimento das competências dos Estados-membros, em um movimento manifestamente descentralizador. O Federalismo no Brasil, portanto, não foi instituído com a Constituição da República de 1988, mas, sim, faz parte de um processo histórico oriundo da Proclamação da República e consolidado com a Carta Constitucional de 1891. A partir de então, embora em um processo avesso à formação do federalismo clássico (norte-americano), o país vem desenvolvendo sua forma de Estado em consonância com a evolução de suas próprias instituições.
Atualmente, a Constituição declara o Brasil como uma República Federativa e já em seu art. 1º, caput, lança a controvérsia acerca da natureza do vínculo federativo existente, ao prever que Federação é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.
Realmente, o federalismo clássico é aquele formado por duas esferas de poder distintas, autônomas e hierarquicamente independentes, quais sejam a União e os Estados. Nesse modelo, é por meio da junção dos Estados-membros que se forma a União (pessoa jurídica de direito público interno) e o Estado Federal (pessoa jurídica de direito público internacional). Eventuais divisões geográficas dentro desse federalismo clássico constituem, apenas, unidades administrativas, não dotadas de autonomia e competências exclusivas.
Tal padrão, entretanto, não foi adotado no Brasil pela Constituição da República de 1988, que de forma inovadora erigiu o Município à categoria, nominalmente expressa no texto constitucional, de ente federativo, atribuindo-lhe competências somente concebíveis, em um federalismo clássico, a Estados-membros. Instituiu-se, pois, um federalismo de três níveis– União, Estados e Municípios.
A posição do Município dentro da República Federativa do Brasil não é, entretanto, plenamente aceita pela doutrina.
No modelo federativo norte-americano, o Poder Executivo centraliza a distribuição das receitas da União de forma a fomentar a competição entre os estados membros no Poder Legislativo nacional. Não há, portanto, uma preocupação institucional e constitucional com a equalização regional.

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