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Taenia solium e Taenia saginata Glêzia Renata da Silva Lacerda Graduada em Biomedicina / ASCES Mestre em Biotecnologia Industrial/ UFPE Doutoranda em Ciências Biológicas/ UFPE A classe Cestoda Compreende parasitos hermafroditas, de tamanhos variados, encontrados em animais vertebrados; Apresentam o corpo achatado, em forma de fita, com órgãos de adesão na extremidade anterior e não possuem sistemas digestório e circulatório; Sistema reprodutor bem desenvolvido hermafroditas; Os cestoides mais frequentes que parasitam humanos pertencem à família Taenidae: Taenia solium e Taenia saginata. A classe Cestoda Taenia sp. não apresenta sistema digestivo. A absorção de nutrientes e a excreção de resíduos metabólicos é realizada pelo tegumento, através de difusão Aumentam a área de contato Taenia solium e Taenia saginata Popularmente conhecidas como “solitárias”; Responsáveis por um conjunto de alterações patológicas causadas pelas formas adultas e larvares nos hospedeiros COMPLEXO TENÍASE-CISTICERCOSE; Grave problema de saúde pública em países com precárias condições sanitárias, socioeconômicas e culturais. TENÍASE ALTERAÇÃO PROVOCADA PELA FORMA ADULTA DA T. solium OU T. saginata NO INTESTINO DELGADO DO HOSPEDEIRO DEFINITIVO CISTICERCOSE ALTERAÇÃO PROVOCADA PELA LARVA DE T. solium OU T. saginata NOS TECIDOS DE HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS T. solium e T. saginata Morfologia – Vermes adultos Cor branca leitosa; Extremidade anterior bastante afilada; Corpo achatado, dividido em: Escólex ou cabeça: pequena dilatação na extremidade anterior, funcionando como órgão de fixação; Colo ou pescoço: porção mais delgada, onde as células estão em intensa multiplicação (zona de formação das proglotes); Estróbilo ou corpo: observa-se a diferenciação tecidual, com o reconhecimento dos órgãos internos e segmentação do estróbilo T. solium e T. saginata Principais diferenças entre T. solium e T. saginata T. solium T. saginata Escólex Globoso Presença de rostro ou rostelo Dupla fileira de acúleos Quadrandular Sem rostro ou rostelo Sem acúleos Proglotes Ramificações uterinas pouco numerosas Saem passivamente com as fezes (3 a 6 anéis unidos) Ramificações uterinas muito numerosas Saem ativamente no intervalo das defecações, separadamente Cisticerco Apresenta acúleos Não apresenta acúleos Capacidade de gerar uma cisticercose humana Sim Não Ovos Indistinguíveis Indistinguíveis Comprimento 800 a 1000 proglotes 2 a 4 metros Mais de 1000 proglotes 8 s 12 metros T. solium e T. saginata Morfologia – Vermes adultos T. solium e T. saginata Morfologia – Vermes adultos Cada proglote é um organismo independente; Existem órgãos masculinos e femininos na mesma proglote; São divididas em proglotes jovens, maduras e grávidas. T. solium e T. saginata Morfologia – Vermes adultos Proglotes jovens: Mais curtas do que largas Início do desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e femininos Proglotes maduras: Órgãos reprodutores completos e aptos para fecundação Proglotes grávidas: Mais distantes do escólex Mais compridas do que largas Órgãos reprodutores sofrem involução Útero ramifica-se ficando repleto de ovos MADURA b: Útero c: Testículos g: Vagina h: Ovário GRÁVIDA Ramificações uterinas repletas de ovos T. solium e T. saginata Morfologia – Vermes adultos Proglotes grávidas de T. solium Quadrangular e útero com 12 pares de ramificações Proglotes grávidas de T. saginata Retangular e útero com no máximo 26 ramificações 12 ramos dendríticos Até 26 ramos dicotômicos Taenia solium Taenia saginata T. solium e T. saginata Morfologia – Vermes adultos Proglotes grávidas de Taenia solium 80 mil ovos/proglote Proglotes grávidas de Taenia saginata 160 mil ovos/proglote Cada cápsula ovígera possui um ou mais ovos T. solium e T. saginata Morfologia – Ovos Esféricos; Morfologicamente indistinguíveis; Medem cerca de 30 µm de diâmetro; Revestidos por uma casca protetora, o embrióforo, que confere resistência no ambiente; Internamente, encontra-se o embrião hexacanto ou oncosfera, com dupla membrana e 3 pares de acúleos. T. solium e T. saginata Morfologia – Cisticerco Vesícula translúcida replete de líquido transparente, apresentando no interior o escólex com quarto ventosas, rostelo (T. solium) e colo; Cisticerco de T. saginata não apresenta rostelo; Quando ingerido pelo hospedeiro definitivo (homem), ocorre a desenvaginação do escólex no intestino delgado; No SNC humano, pode se manter viável durante anos, sofrendo modificações até completa calcificação da larva. T. solium e T. saginata Morfologia – Cisticerco NO INTERIOR EXISTE O RECEPTACULUM CAPITIS (INVAGINAÇÃO MEMBRANA) – CONTÉM O ESCÓLEX INVAGINANDO A FUTURA TÊNIA T. solium e T. saginata Biologia NA FASE ADULTA OU REPRODUTIVA, T. solium e T. saginata vivem no intestine delgado humano; CISTICERCO DE T. SOLIUM é encontrado em tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e ocular de suínos e acidentalmente em humanos e cães; CISTICERCO DE T. SAGINATA é encontrado no tecido de bovinos. Ciclo Biológico Parasito Heteroxeno 1 Proglotes grávidas repletas de ovos são eliminadas para o exterior e rompem-se através da contração muscular ou degeneração de membrana; 2 Hospedeiros intermediários (suínos ou bovinos) ingerem ovos através de água ou alimentos contaminados; 3 No intestino desses hospedeiros, as oncosferas sofrem ação dos sais biliares, sendo liberadas dos ovos; Penetração das oncosferas nas vilosidades intestinais com auxílio dos acúleos; Após alguns dias, penetram nos vasos sanguíneos, sendo transportadas a vários tecidos; Oncosferas transformam-se em cisticercos preferência por tecidos com alta oxigenação; 4 Homem ingere carne de porco ou boi crua ou mal cozida; 5 e 6 Cisticerco evagina-se e fixa-se por meio de escólex na mucosa intestinal, transformando-se em tênia adulta. Transmissão Teníase Ingestão de carne suína ou bovina , crua ou mal cozida, infectada, respectivamente, pelo cisticerco de cada espécie de Taenia. Transmissão Cisticercose Ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium que foram eliminados nas fezes de indivíduos portadores de teníase; Os possíveis mecanismos são: Autoinfecção externa ingestão de ovos ou proglotes de sua própria T. solium (falta de higiene mãos contaminadas ou coprofagia); Autoinfecção interna proglotes grávidas retornam para o estômago através de vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino. O suco gástrico libera oncosferas que voltam ao intestino delgado; Heteroinfecção ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos de T. solium disseminados no ambiente em fezes de outro indivíduo. Patogenia Teníase Fatores Patogênicos: Cepa do Parasito Carga Parasitária Adquirida (pode ser observado pessoas infectadas com mais de uma tênia) Idade Estado Nutricional Resposta Imunológica do Indivíduo A RELAÇÃO DE PARASITISMO LEVA À TONTURAS, NÁUSEAS, VÔMITOS, APETITE EXCESSIVO, ALARGAMENTO E DORES ABDOMINAIS E PERDA DE PESO. Pode causar Fenômenos tóxicos alérgicos Hemorragias Destruição doepitélio e inflamação Patogenia Cisticercose Homem é o hospedeiro intermediário acidental; Cisticercos podem se alojar nos tecidos subcutâneo ou muscular, base da lingua, glândulas mamárias, globo ocular e sistema nervoso central; Ação mecânica: deslocamento e compressão tecidual dor, fadiga e cãimbras (cisticercose muscular e subcutânea); palpitações e ruídos (cisticercose cardíaca); descolamento e perfuração da retina (cisticercose ocular); Ação inflamatória: infiltrado de células inflamatórias como macrófagos, linfócitos e eosinófilos. Patogenia Cisticercose Processo inflamatório; Perda parcial ou total da visão; Exame de fundo de olho: cisticercos desenvaginado no interior do humor vítreo. Patogenia Neurocisticercose Processo inflamatório inicia após a instalação da larva e acentua-se após a morte da mesma; Cisticerco: Absorvido; Calcificado (15%), permanecendo por anos. Cefaleia intensa, hipertensão intracraniana, crises convulsivas epilépticas, pertubações mentais, paralisias, obstrução da passagem de líquido cefalorraquidiano com consequente hidrocefalia. Patogenia Neurocisticercose Diagnóstico – Teníase Parasitológico Parasitológico de fezes: Métodos rotineiros Método da fita adesiva ou método de Graham PESQUISA DE PROGLOTES E, MAIS RARAMENTE, DE OVOS DO PARASITO NAS FEZES DO HOSPEDEIRO MICROSCOPICAMENTE, OS OVOS DAS DUAS ESPÉCIES DE TÊNIAS SÃO IGUAIS, PORTANTO PARA FAZER O DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO, HÁ NECESSIDADE DE REALIZAR A TAMIZAÇÃO (FILTRAR AS FEZES) PARA RECOLHIMENTO DAS PROGLOTES E IDENTIFICAÇÃO PELA MORFOLOGIA DAS RAMIFICAÇÕES UTERINAS Diagnóstico – Teníase Parasitológico MÉTODO DE GRAHAM Diagnóstico – Cisticercose Imunológico: pesquisa de anticorpos anticisticercos no soro, LCR e humor aquoso; Fixação do complemento / ELISA / Imunoeletroforese; Ultrassonografia, Tomografia, Ressonância Magnética e Radiografia. Profilaxia Não comer carnes, linguiças e outros produtos feitos com carnes malpassados; Consumir, apenas, carnes ou produtos que tenham sido liberados pela inspeção sanitária; Ter hábitos higiênicos; Construir privadas ou instalações sanitárias com fossa séptica; Impedir o acesso de suínos e bovinos às fezes humanas; Inspecionar rigorosamente as carnes e fiscalizar os matadouros. Tratamento Teníase: Praziquantel Niclosamida Imobilização da tênia e eliminação nas fezes. Cisticercose: o Neurocisticercose Cirurgia Praziquantel / Albendazol + Corticosteroides + Anticonvulsivantes o Ocular Cirurgia.
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