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Mariana Marques – T29 PARASITOSE – HELMINTOS: Teníase e Cisticercose INTRODUÇÃO ▪ Doença: teníase ou cisticercose ▪ Agentes etiológicos: platelmintos T. solium e T. saginata ▪ Essas espécies, popularmente conhecidas como solitárias, são responsáveis pelo complexo teníase-cisticercose, conjunto de alterações patológicas causadas pelas formas adultas e larvares nos hospedeiros ▪ Fatores de virulência: ventosas e acúleos, microvilosidades no tegumento do verme adulto, movimentação do verme, paramiosina – cisticerco e taenistatina (inibem o sist. Complemento), tegumento expesso, excreção de substâncias tóxicas CARACTERÍSTICAS GERAIS Morfologia dos vermes adultos: ▪ A T. saginata e T. solium apresentam corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita, dividido em cabeça, colo e corpo • Cabeça ou escólex: situada na extremidade anterior, funciona como órgão de fixação do cestódeo à mucosa do intestino delgado humano, apresenta quatro ventosas (rostelo com ganchos presente na T. solium), é o meio de diferenciação entre as duas formas de tênia → T. solium: ventosas salientes (fixação) – nutrientes, rostelo ou rostro (proeminência arredondada) e acúloes (formações rígidas em forma de foice) → T. saginata: quadrangular – 4 ventosas, sem rostelo ou acúlelos • Colo ou pescoço: zona de crescimento, quanto mais próximo do colo, mais jovem é a proglote • Corpo ou estróbilo: proglotes jovens, maduras (hermafroditas) e grávidas (proglotes: segmentos corporais que contém órgãos reprodutores e ovos, são liberados nas fezes) → T. solium: proglote quadrangular, com ramificações uterinas pouco numerosas de tipo dendrítico (saem passivamente, junto com as fezes) → T. saginata: proglote retangular, com ramificações uterinas muito numerosas de tipo dicotômico (saem ativamente, no intervalo entre as defecações) Morfologia dos ovos: ▪ Morfologicamente indistinguíveis ▪ Casca protetora: embrióforo (blocos de quitina) – sofre ação do suco gástrico e libera a oncosfera que na circulação, onde os cisticercos são desenvolvidos ▪ Embrião hexacanto ou oncosfera, provido de três pares de acúleos e dupla membrana Mariana Marques – T29 PARASITOSE – HELMINTOS: Morfologia dos cisticercos (larvas): ▪ Estágio vesicular: o cisticerco apresenta membrana vesicular delgada e transparente, líquido vesicular incolor e hialino e cabeça normal, pode permanecer ativo por tempo indeterminado ou iniciar o processo degenerativo a partir da resposta imunológica do hospedeiro ▪ Estágio coloidal: líquido vesicular turvo (gel esbranquiçado) e cabeça em degeneração alcalina ▪ Estágio granular: membrana espessa, gel vesicular apresenta deposição de cálcio e a cabeça é uma estrutura mineralizada de aspecto granular ▪ Estágio granular calcificado: o cisticerco apresenta-se calcificado e de tamanho bastante reduzido ▪ Estágio racemoso: larvas formadas por várias membranas e de aspecto irregular TENÍASE CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS: ▪ A teníase é uma alteração provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da T. saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo, os humanos ▪ O cisticerco é a forma infectante na teníase ▪ Transmissão: • Oral, através da ingestão de carne suína ou bovina, crua ou mal passada, contaminada com cisticercos (na carne suína encontramos cisticercos de T. solium e na carne bovina encontramos cisticercos de T. saginata) CICLO BIOLÓGICO: ▪ O humano com Teníase elimina as proglotes grávidas, pelas fezes, no meio ambiente, que se rompem e liberam os ovos (as proglotes podem se romper ainda no ser humano e os ovos serem eliminados diretamente nas fezes) ▪ No meio ambiente, os ovos podem ser ingeridos por suínos ou bovinos ▪ No intestino dos animais, as oncosferas são liberadas pela ação dos sais biliares, penetram no órgão, através de acúleos e atingem a corrente sanguínea ▪ Na corrente sanguínea, as oncosferas penetram em qualquer tecido e desenvolvem- se em cisticercos (larvas), que permanecem viáveis por alguns meses. O ser humano ingere carne crua ou mal passada, contaminada com cisticercos ▪ No intestino delgado do ser humano, o escólex liberado pelo cisticerco fixa na mucosa e se desenvolve em um verme adulto (tênia adulta). Três meses após a ingestão do cisticerco, as proglotes grávidas são liberadas para o meio ambiente, através das fezes Mariana Marques – T29 PARASITOSE – HELMINTOS: MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ▪ Assintomático (maioria) ▪ Sintomático: sintomas - dor abdominal, náuseas, vômitos, fraqueza, perda ou aumento do apetite • Os sintomas, estão associados ao rápido crescimento do parasito e sua necessidade por nutrientes • Ação espoliativa: o acelerado crescimento do verme adulto requer muito suplemento nutricional, que leva a uma competição com o hospedeiro • Morfologia responsável pelas manifestações clínicas: verme adulto • Habitat do verme adulto: intestino delgado DIAGNÓSTICO: ▪ Clínico: inconclusivo ▪ Laboratorial: • Pesquisa de ovos nas fezes – eliminação irregular (3 amostras) • Tamização (peneirar as fezes) – caso se observem vermes adultos (microscopia) • Detecção de antígenos de ovos de Taenia sp nas fezes (ELISA de captura: coproantígenos) TRATAMENTO: ▪ Praziquantel, Albendazol, Niclosamida e Mebendazol • Morte de tênias inteiras: evita auto-infecção interna por T. solium e a Cisticercose PROFILAXIA ▪ Não ingerir carne suína ou bovina crua ou mal passada, qualidade nos criadouros dos animais de consumo, tratamento do indivíduo infectado, educação em saúde CISTICERCOSE CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS: ▪ É a alteração provocada pela presença da larva (popularmente conhecida como canjiquinha) nos tecidos de hospedeiros intermediários normais, respectivamente suínos e bovinos ▪ Os ovos são a forma infectante da cisticercose ▪ Transmissão: • ingestão de alimentos e água contaminados com ovos de T. solium de outro indivíduo ou contato direto com fezes contaminadas de outro indivíduo ou dele mesmo (auto- infecção) • Heteroinfecção: ingestão de alimentos e água contaminados com ovos de T. solium de outro indivíduo ou contato direto com fezes contaminadas de outro indivíduo • Auto-infecção externa: homem elimina proglotes grávidas e os ovos da sua própria tênia são levados • à boca, através das mãos contaminadas • Auto-infecção interna (menos comum): durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, as proglotes de T. solium poderiam ir até o estômago e depois voltariam ao intestino delgado, liberando as oncosferas Mariana Marques – T29 PARASITOSE – HELMINTOS: CICLO BIOLÓGICO: ▪ Homem ingere ovos viáveis de T. solium (3 formas de transmissão) ▪ No estômago, embrióforo (camada externa do ovo) sofre ação da pepsina. No intestino, oncosfera sofre ação dos sais biliares, se liberta do embrióforo e penetra no intestino, através de acúleos. A penetração continua, atingindo a corrente sanguínea, e podendo assim atingir qualquer tecido ▪ Em tecidos, como olhos, cérebro, coração e fígado, a oncosfera se transforma em larva (cisticerco) e se aloja MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ▪ Morfologia responsável pelas manifestações clínicas: cisticerco (larva) ▪ Local do cisticerco no homem: tecidos (muscular, cardíaco, nervoso, ocular) • Neurocisticercose - substância cinzenta: processo inflamatório (eosinófilo e neutrófilo) e calcificação → Sintomas: dores de cabeça com vômitos, ataques epileptiformes, delírio, prostração, alucinações, hipertensão intracraniana (visão pode ser afetada) • Cisticercose cardíaca: → Sintomas: palpitações, ruídos anormais ou dispneia • Cisticercose ocular: → Crescimento da larva: deslocamento da retina ou perfuração dela (parasito não atinge o cristalino, mas pode causar catarata - opacificação) → Sintomas: reações inflamatórias, perda parcial ou totalda visão • Cisticercose muscular: reação inflamatória local e calcificação (após morte) → Sintomas: dor (calcificados ou não) em pernas, região lombar e nuca, fadiga e cãibras DIAGNÓSTICO: ▪ Clínico: inconclusivo ▪ Laboratorial: • Exame de imagem (cisticerco calcificado) • Sorológico (pesquisa de anticorpos) TRATAMENTO: ▪ Praziquantel, Albendazol • Morte do cisticerco: liberação de líquido antigênico - reação inflamatória • Uso de corticoide • Cirurgias e tratamento específico (anticonvulsivantes, antiarrítmicos) PROFILAXIA ▪ Lavagem e higienização dos alimentos ingeridos crus, lavagem e higienização das mãos, saneamento básico, controle de vetores mecânicos, tratamento de indivíduos com Teníase, educação em saúde
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