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OLHO VERMELHO Olho vermelho ou hiperemia ocular é uma condição bastante comum , respondendo por cerca de um terço dos casos de urgência em oftalmologia. Na maioria dos serviços de urgência não ha um oftalmologista de plantão, cabendo ao clinico triar e iniciar tratamento nos casos mais simples e encaminhar os mais complexos ao especialista. Portanto, o clinico deve ser capaz de: Realizar o diagnóstico diferencial das causas de olho vermelho Identificar pacientes com risco para condições ocular potencialmente graves e que necessitem de avaliação de especialista Saber conduzir um paciente com olho vermelho não grave Entender os princípios do tratamento clínico e cirúrgico das principais causas de olho vermelho QUAIS OS SINAIS DE ALERTA EM PACIENTES COM HIPEREMIA OCULAR? DOR INTENSA- o paciente com patologias simples em geral queixam de desconforto ocular e apresentam-se em bom estado geral. Patologias mais graves como uveite anterior tendem a causar dor mais importante que comprometem o sono e o bem estar dos pacientes. Nos casos de glaucoma agudo a dor é tão intensa que chega a provocar vômitos. COMPROMETIMENTO DA VISAO- A acuidade visual deve ser sempre checada em casos de hiperemia ocular, pois é comum a presença de déficit visual em pacientes com ceratites, traumatismo ocular ou glaucoma agudo. FOTOFOBIA- raramente ocorre em casos de conjuntivite e quando esta presente é bem discreta. Geralmente esta presente nos casos de uveíte, ceratite e glaucoma. AVALIAR PUPILA- pacientes com glaucoma agudo apresentam a pupila fixa em midríase média. Pacientes com uveíte podem apresentar pupila miótica ou irregular por sinéquias posteriores (aderências entre a íris e o cristalino) OPACIDADE CORNEANA- A presença de edema ou infiltrados coreanos frequentemente podem ser percebidos a olho nu. Se houver abrasão, desepitelização ou ulcera na córnea as vezes não detectamos ao exame desarmado. Um teste importante pode ser realizado com a instilação de fluoresceína no olho afetado seguido de iluminação do mesmo com uma luz azul (presente no oftalmoscópio direto). Qualquer lesão do epitélio ficará evidente, impregnado com a cor amarela. (TESTE DA FLUORESCEINA) Casos que necessitam avaliação especializada: Entre os casos que devem ser avaliados pelo oftalmologista, alguns são muito óbvios porque a etiologia esta bem clara na historia do paciente, o que facilita muito a avaliação clinica. CORPO ESTRANHO- paciente sabe exatamente quando ocorreu o acidente e qual a característica do corpo estranho. Por exemplo paciente usando esmeril (fagulha de ferro), que estava podando planta (corpo estranho orgânico) ou lixando madeira. CERATITE (ACTINICA/QUIMICA)- O paciente refere uso de solda elétrica entre 6 e 12 horas antes do inicio das queixas (ceratite actínica) ou manuseio de cal ou soda (álcalis), ou produto ácido (limpa pedras). Lembrar que nesses caso a irrigação abundante dos olhos com soro fisiológico (ou qualquer líquido neutro) deve ser realizado imediatamente. As ceratites por substâncias alcalinas tendem a ser mais graves do que aquelas por substâncias ácidas. ULCERA DE CORNEA (TRAUMA/LENTE DE CONTATO)- historia de traumatismo ocular ou de uso prolongado (geralmente noturno -durante o sono) de lente de contato. TRAUMA- historia de trauma. Pode ocorrer traumatismo fechado, ou perfuro-cortante. ENDOFTALMITE- consiste em uma infecção intraocular grave que geralmente sucede a um procedimento cirúrgico, traumatismo com perfuração ocular ou uma infecção dos tecidos da órbita. Ocasionalmente pode ser endógena (sem causa externa detectável) Na maioria dos casos, a causa do olho vermelho não e tão clara não sendo possível realizar o diagnóstico diferencial sem exame especializado: GLAUCOMA AGUDO Ocorre elevação súbita da pressão intraocular secundária a um fechamento do ângulo da câmara anterior - dor ocular acentuada associada a vômitos e cefaléia - Opacificação da córnea por edema - íris não responsiva em midríase média UVEITE ANTERIOR OU IRIDOCICLITE inflamações da íris e do corpo ciliar que se manifesta por exsudação proteica, dentro da câmara anterior (hipópio). Pode ocorrer como consequência de traumas contusos. Pode também estar associada a doenças sistêmicas como artrite reumatoide juvenil, espondilite anquilosante e doença de Behçet. Apresenta dor que piora à palpação. A dor se origina do espasmo do músculo ciliar e por isso, melhora com uso de colírio que promovem a cicloplegia (atropina/cicloplegico/tropicamida) -Ausência de secreção - Fotofobia intensa -Pode haver sinéquias - aderências entre a íris e o cristalino por episódio anterior CERATITE INFECCIOSA Manifesta-se por dor aguda, sensação de corpo estranho, lacrimejamento e blefarospasmo. Melhora após instilação de colírio anestésico, o que não ocorre na iridociclite e no glaucoma. Pode haver baixa da acuidade visual. CONJUNTIVITE Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente superficial que recobre a parte anterior do olho. Ela se inicia na parte interna das pálpebras e se rebate para envolver a porção anterior do olho até a córnea, formando um fundo de saco. Os principais sinais e sintomas são vermelhidão, secreção, sensação de corpo estranho e coceira. Pode ter várias causas: alergias, traumas, irritação química (exemplo protetores solares que com o suor irritam os olhos) e infecções por vírus, bactérias ou fungos. VIRAL Etiologia mais comum das conjuntivites infecciosas. Esta frequentemente associada ou precedida por uma infecção de vias aéreas superiores e pode cursar com adenopatia pré-auricular. A grande maioria dos casos bilateral. Paciente apresenta quadro arrastado que dura aproximadamente 15 dias e cursa com hiperemia ocular, lacrimejamento , sensação de corpo estranho, secreção mucóide mais presente pela manhã (pode estar ausente). A etiologia mais frequente é o adenovirus que pode cursar com infiltrado corneano (ceratite intersticial) BACTERIANA Presença de secreção mucopurulenta durante todo o dia, mais freque ntemente unilateral, paciente queixa hiperemia e sensacao de corpo estranho. Curso clinico de 3 a 5 dias. Melhora com antibiótico tópico em 48h. Etiologia: Recém nascido: Gonococcus, Clamidia, Adultos: Streptococcus e Stafilococcus (em crianças pode ser Haemophilus e Moraxella) ALERGICA Ocorre mais frequentemente em crianças com outros tipos de alergia associados (rinite/broncoespasmo). O prurido ocular é a manifestação mais importante. O quadro é bilateral, geralmente crônico e o paciente não apresenta secreção TRATAMENTO Conjuntivite bacteriana: Antibiótico tópico de amplo espectro durante 7 dias de 4/4 horas Cloranfenicol Tobramicina Conjuntivite viral: lubrificante ocular (lacrifilm/trisorb/systaine/genteal/filmcel) Colírio de corticóide de baixa dosagem (prednisolona 0,12%-predmild 4x/dia) em casos muito sintomáticos Conjuntivite alérgica Profilaxia ambiental Colírio de corticóide de baixa dosagem durante 7 dias Cromoglicato dissodico 2 ou 4% - 4x/dia Olopatadina (patanol) colirio - 2x/dia Antihistaminico sistêmico se paciente tiver rinite/broncoespasmo OUTRAS PATOLOGIAS DE MENOR GRAVIDADE QUE CURSAM COM HIPEREMIA OCULAR -Episclerite -hemorragia subconjuntival -pterígio inflamado -blefarite - calázio
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