Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Controle Feedforward Luz Amparo Palacio Santos DOPI 1 Também chamado de Alimentação ou Antecipatório Por sua natureza, o controle feedback resulta em um desvio temporário na variável controlada. Quando o controle feedback não é capaz de evitar grandes desvios do setpoint em função das perturbações, o controle feedforward pode ser usado. Os distúrbios podem fazer com que a variável controlada aumente um pouco. É preciso calcular a mudança na variável manipulada que reduziria a variável controlada ao mesmo valor anterior. Os dois efeitos , teoricamente se cancelarão para que a variável controlada permaneça constante. 2 Controle Feedforward No controle feedforward as variáveis distúrbio devem ser medidas, mas em muitas aplicações, isto não é possível. Para uso efetivo do controle feedforward, deve se ter disponível pelo menos um modelo aproximado do processo. É necessário saber como responde a variável controlada a mudanças no distúrbio e na variável manipulada. A qualidade do controle feedforward depende da exatidão do modelo. Os controladores feedfoward que seriam capazes de realizar um controle perfeito não são realizáveis fisicamente, mas um bom controle é alcançado com as aproximações práticas desses controladores ideais. 3 Controle Feedforward No controle antecipatório deve-se desenvolver uma equação que relacione os três tipos de variáveis do processo (variáveis controlada, manipulada e distúrbio). Em aplicações práticas, o controle feedforward é usado em combinação com o controle feedback. O controle feedforward é usado para reduzir os efeitos dos distúrbios medíveis, enquanto que o feedback compensa as imprecisões no modelo do processo, os erros nas medidas e os distúrbios não medidos. 4 Controle Feedforward Controle Feedback5 A desvantagem do controle feedback é que ele espera até que o processo seja afetado pela desordem para começar a adotar uma ação corretiva. 6 A ideia do controle antecipatório é compensar os distúrbios antes de eles afetarem a variável controlada. Controle Feedforward Exemplo: Controle de nível em caldeira 7 Nível de líquido em ebulição: medido e usado para ajustar a vazão de água. Sensível a distúrbios rápidos. Ex: vazão de vapor. Não se pode usar um ganho muito alto. Flutuações de nível do líquido em ebulição variações inaceitáveis na vazão de água. Controle feedback Exemplo: Controle de nível em caldeira 8 A vazão de vapor é medida. O controlador FF ajusta a vazão de água para balancear a demanda de vapor. A variável controlada não é medida. Pode proporcionar um controle melhor do nível de líquido. Controle feedforward Exemplo: Controle de nível em caldeira 9 Os sinais de saída dos controladores FF e FB são somados e o sinal resultante é enviado à válvula de controle. Controle feedforward/feedback Projeto do controlador feedforward Esta é a abordagem mais simples do projeto do controlador feedforward. Está baseado no balanço de massa e energia do processo em estado estacionário. Usam-se variáveis físicas, em vez de variáveis desvio. O procedimento consiste em fazer o balanço, incluindo a variável medida e a variável manipulada. A lei de controle é obtida explicitando-se a variável manipulada e substituindo o setpoint e as demais variáveis com valores constantes. A desvantagem dessa abordagem é que a dinâmica do processo é desprezada, e consequentemente não é alcançado um bom controle em condições transientes. 10 Feedforward estático Exemplo: Tanque de mistura 11 F e e d fo rw a rd e st á ti c o Deseja-se projetar um esquema de controle feedforward para manter a composição de saída, x, constante, em uma valor de setpoint xsp, apesar dos distúrbios na composição de entrada, x1. Suponha que a composição de entrada, x2, e a vazão de entrada w1 são constantes. x1 é medido, mas não x2. A variável manipulada é w2. Considere o processo de mistura como o da figura. Exemplo: Tanque de mistura 12 F e e d fo rw a rd e st á ti c o m c sp sp xx txxw tw 2 11 2 Lei de controle: Baseada em variáveis físicas e não em variáveis desvio. sp spT FF xx CtcxK CCtm 2 3 21 Lei de controle: Apropriada para implementação Exemplo: Tanque de mistura 13 F e e d fo rw a rd e st á ti c o Uma alternativa é acrescentar um FB para eliminar as perturbações na vazão de entrada da corrente 2. mFB c1 c2 O sinal de saída do FF serve como setpoint do FB de vazão. Projeto do controlador feedforward Nesta abordagem o projeto do controlador feedforward está baseado no modelo dinâmico do processo. Utilizaremos o modelo linear. Usam-se as variáveis desvio, em vez de variáveis físicas. Para o desenvolvimento da equação de projeto deve analisar-se o modelo da função de transferência e diagrama de blocos. 14 Feedforward dinâmico Vamos considerar um diagrama de blocos contendo um controlador FB e um controlador FF: 15 Feedforward dinâmico Ksp R MFF FFC HD H WM C CD Considerações de estabilidade Considerando o diagrama de blocos anterior: Equação característica: A função de transferência do controlador feedforward não aparece na equação característica. O controlador FF não tem efeito na estabilidade do controle FB. O controlador FF e FB podem ser sintonizados individualmente. 16 F e e d fo rw a rd d in â m ic o 01 HGGG pvd Se no diagrama de blocos anterior consideramos um controle perfeito (Y/D = 0), obtemos: 17 Feedforward dinâmico pvD d GGH G FFC Fórmula de projeto do controle feedforward ideal. O diagrama de blocos proporciona uma interpretação útil do controlador FF ideal. O distúrbio tem dois efeitos Afeta o processo através da FT do distúrbio Gd Realiza uma ação corretiva é gerada através da rota HDFFCGvGp Idealmente a ação corretiva compensa exatamente para que os efeitos dos sinais Yd e Yp sejam cancelados. MD D GH G FFC 18 As funções de transferência GD e Gp (ou GM) podem ser determinadas a partir do modelo do processo dinâmico (em estado não estacionário), se ele estiver disponível. Por exemplo: 1 s K G D D D 1 s K G M M M TDD KH 1 1 s s KK K FFC D M MTD D Sendo GM=GvGp Feedforward dinâmico MD D GH G FFC 19 As funções de transferência de primeira ordem mais tempo morto são normalmente utilizadas como uma aproximação para a descrição de processos. Podem ser avaliadas a partir de um teste degrau, quando o modelo do processo não estiver disponível. Vamos considerar: 1 s eK G D st D D oD 1 s eK G M st M M oM TDD KH stt D M MTD D MDe s s KK K FFC 00 1 1 Sendo GM=GvGp Compensadores: Estático Dinâmico Feedforward dinâmico Elemento avanço-atraso 1 1 )( )( lg s s sI sO ld 20 O(s): Transformada de Laplace da variável de saída I(s): Transformada de Laplace da variável de entrada ld:Constante de tempo de avanço (lead) lg: Constante de tempo de atraso (lag) É composto de uma razão de dois termos (s+1): lg/ lg lg 1)( tld eAtO Para uma variação degrau, de magnitude A, a resposta de O é: Relação entre os métodos21 Método estático Método dinâmico Modelo em estado estacionário Função de transferência e diagrama de blocos usam: Que relação há entre eles? Lei de controle: w = f(d, ysp) Função de transferência: W/D = HDFFCGv D W D W K s 0 lim loc d K d w K D W K Se f é: Não linear: Linear: Implementação do controle feedforward A estratégia de controle feedforward requer de certo poder de computação, por exemplo, multiplicação, divisão, adição, subtração, etc., de diferentes sinais. A programação orientada por blocos é um software na forma de sub-rotina, chamada de blocos computadorizados. Cada bloco desempenha uma manipulação matemática específica. Para desenvolver uma estratégia de controle, estes blocos computadorizados são interligados, sendo a saída de um bloco a entrada para um outro bloco. Este procedimento de ligação é comumente chamado de “configuração” do sistema de controle. 22 Blocos de computação23 Blocos de computação24 Exemplo: Processo de Mistura Considere um processo de mistura realizado em três tanques de volume constante. A corrente de líquido que entra a cada tanque (com vazões diferentes) são misturadas e diluídas com água para obter uma composição final desejada do componente A (x6(t)). Todas as correntes de entrada representam possíveis distúrbios no processo, isto é, as vazões e composições podem variar. Entretanto, os principais distúrbios geralmente vêm da corrente 2. O processo usa um controle feedback, mas a variação em relação ao setpoint está chegando a 11% e o permitido para o processo é ±1,5%. Dessa forma, o controle feedforward pode ser justificado. 25 Exemplo: Processo de Mistura 26 Processo de mistura com controle feedback Considerando as seguintes funções de transferência: Faça o diagrama de blocos do processo feedback, feedforward e feedforward/feedback. Faça o diagrama de processo com a implementação do sistema de controle feedforward/feedback. 27 gpm ST s e G s D % 175,2 0325,0 75,0 SC ST s e G s M % % 182,3 095,1 93,0 gpm ST H DD % 033,0 Exemplo: Processo de Mistura 28 Diagrama de blocos – controle feedback Exemplo: Processo de Mistura 29 Diagrama de blocos reduzido – controle feedback Exemplo: Processo de Mistura Diagrama de blocos – controle feedforward 30 Exemplo: Processo de Mistura Diagrama de blocos – controle feedforward/feedback 31 Implementação de controlador feedforward/feedback Exemplo: Processo de Mistura ganho) Exemplo: processo de mistura 32 Resposta feedforward/feedback quando f2(t) varia de 1000 a 2000 gpm FB FF – compensador estático FF - dinâmico Configurações feedforward/feedback Configuração típica: A saída do feedforward e do feedback são adicionadas, e sua soma vai para o elemento de controle final. Tem a vantagem de que teoricamente não afeta a estabilidade da malha de controle do feedback. Configuração alternativa: Colocando a saída do feedback como setpoint do feedforward. É especialmente conveniente quando a lei de controle do feedforward é projetada usando balanço de massa e/ou balanço de energia. Exemplo: Diagrama de processo do tanque de mistura (próximo slide). Esta configuração pode afetar a estabilidade do feedback, porque fica dentro da malha. 33 Configurações feedforward/feedback Exemplo: Controle feedforward/feedback para a composição de saída no tanque de mistura. 34 Exemplo: Processo de mistura Voltando ao exemplo de processo de mistura. Vamos considerar que os valores em estado estacionário para as 7 correntes são: Projete o controlador feedforward estático usando os princípios básicos do processo. A concentração na saída do terceiro tanque deve permanecer em 0,472. Considere f2(t) e x2(t) como variáveis distúrbio. Faça o esquemas de implementação do controle feedforward/feedback. 35 Corrente Vazão (gpm) Fração massa 1 1900 0 2 1000 0,99 3 2400 0,167 4 3400 0,049 5 500 0,8 6 3900 0,472 7 500 0,9 36 Exemplo: Processo de mistura Controle feedforward/feedback MULT Sintonização de controladores feedforward Se o controlador consiste de um compensador estático e um compensador de constante de tempo: os parâmetros ajustáveis são Kf, 1 e 2, a sintonização pode ser feita em 3 passos: Ajustar Kf Determinar um estimado de Kf a partir o modelo ou de dados em estado estacionário, por exemplo, resposta de malha aberta a uma perturbação degrau(ver figura no próximo slide). Após colocar Kf inicial, aplicar uma perturbação degrau na variável distúrbio (se disponível). Se resulta um offset, Kf é ajustado até eliminá-lo. Enquanto Kf está sendo sintonizado, 1 e 2 são deixados no seu valor mínimo, idealmente zero. 37 1 1 2 1 s sK FFC f Sintonização de controladores feedforward 38 Resposta em malha aberta da variável controlada a uma mudança na vazão dada pela válvula de controle e a uma mudança na variável distúrbio Sintonização de controladores feedforward Determinar os valores iniciais de 1 e 2: Teoricamente 1 e 2 podem ser calculados se está disponível um modelo do processo dinâmico. Alternativamente um estimado inicial pode ser determinado a partir da resposta em malha aberta. Por exemplo, da figura anterior podem se determinar as constantes de tempo para aproximação de primeira ordem das duas respostas. Se o modelo e os dados experimentais não estão disponíveis, podem usar-se as relações: 1/2 = 2 ou 1/2 = 0,5, dependendo de qual resposta é mais rápida, se à variável manipulada ou à v. distúrbio. 39 Sintonização de controladores feedforward Realizar a sintonização fina de 1 e 2: O passo final é por tentativa e erro, fazendo pequenas mudanças na variável distúrbio, se possível. A resposta desejada consiste de desvios com igual área, acima e abaixo, do setpoint. Pode ser demonstrado teoricamente que áreas iguais acima e abaixo do setpoint implicam em uma diferença correta de 1 - 2. 1 - 2 deve ser ajustado para ficar constante. Ver exemplo no próximo slide. 40 Sintonização de controladores feedforward Realizar a sintonização fina de 1 e 2: 41
Compartilhar