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Teoria Geral do Direito Coletivo - Luiz Antônio.

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TEORIA GERAL DO DIREITO COLETIVO – Luiz Antônio.
Aula 01 – 18 Fevereiro 2013. 
I) INTRODUÇÃO:
São os chamados direitos e interesses meta-individuais e de direitos de 3° geração. 
Principalmente no Pós- 2° Guerra Mundial, a dignidade da pessoa humana passou a ocupar o ápice do sistema, sendo o princípio mais importante. 
			Dignidade da pessoa humana: algo difícil de conceituar, tendo que ser aferida levando em conta os fatores: social, histórico e cultural. É um princípio absoluto. 
Ocorreu por meio de dois fenômenos: a multiplicação dos direitos e universalização dos direitos (todas as pessoas possuem tal direito, por meio da tutela coletiva). 
		
De 1950 a 1960: a questão era resolvida por meio da dicotomia entre direito público e direito privado. 
Tem-se o segundo fenômeno, o da massificação:
- da produção, 
- do consumo, 
- da publicidade, 
- na contratação (séria os contratos de adesão). 
		Tal massificação trouxe lesões não apenas individual, mas também coletiva. 
Há necessidade de criar uma legislação para proteger os direitos ou interesses metaindividual (sendo discutido em 1973 e 1974). O livro “Acesso à Justiça” trata de tal assunto. 
 		Começou a pensar nas ofensas coletivas e a necessidade de criar o sistema. 
II) LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:
	A primeira lei brasileira que tratou de tal assunto foi a Lei n° 4.717/65 (lei de ação pública) que protegia apenas o patrimônio público (interesse metaindividual):
Art. 1°: “Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedade de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituição ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos”. 
§ 1° do art. 14 da Lei 6938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente): “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilização civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente”. 
			Responsabilidade civil objetiva. O MPU e o MPE terão uma ação de natureza civil para buscar essa responsabilização, que seria na verdade, a ação civil pública. 
Art. 1°da Lei 7.347/85 (lei de ação civil pública): “Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
		I) ao meio ambiente, 
		II) ao consumidor, 
		III) aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, 
		IV) a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. 
			O inciso IV foi vetado, ele protegia os direitos difusos e coletivos. Nessa época não havia uma definição clara, em virtude disso, eram os Tribunais que decidiam se era ou não. 
		Art. 129 da CF/88: “São funções institucionais do Ministério Público: 
 		III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
			§ 1° - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei”. 
			
		Art. 81 da Lei 8078/90 (CDC): “A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
		§ único – A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
			I) interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
			II) interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares grupos, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; 
			III) interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”. 
 				É uma tutela que serve para tudo. Nessa época havia um grupo que pensava no CDC, e tentavam resolver aquilo que a Lei 7.347/85 não definiu, como por exemplo, o que é direito difuso, coletivo e homogêneo. 
III) Direito ou interesse?
	Na Itália não são iguais, pois, têm-se duas jurisdições. 
	No Brasil é tudo igual, pois, a nossa legislação utiliza tais expressões como sinôminas. 
IV) MODELO DE SISTEMATIZAÇÃO:
	
 CDC (art. 81):
	
 Titularidade:
	
 Objeto:
	
 Liame:
	
 
 
 Difuso: 
(art. 81, § único, 
I do CDC)
	
 Pessoas indeterminadas 
 e indetermináveis, ou 
 seja, corpo social ou
 coletividade.
 
“As pessoas aqui nunca
 irei conseguir determiná-
 las”. 
	
 
 Indivisível 
	
 São apenas 
 circunstâncias 
 de fato. 
Exemplo: crianças
 que moram em
locais sem escola. 
	
 Coletivo: 
(art. 81, § único, 
II do CDC).
	
 Pessoas Determinadas 
ou determináveis, ou seja, grupo, categoria ou classe 
 de pessoas. 
 
Exemplo: banco que 
possui clausulas abusivas, 
o numero de contratados 
serão determinados 
somente mais tarde. 
	
 
 Indivisível. 
	
 Relação jurídica, 
 base entre si ou 
 com a parte 
 contrária. 
	
 Interesse 
 Individual
 Homogêneo: 
(art. 81, § único, 
III do CDC). 
	
 Grupo de lesados. 
O pedido é o mesmo para a
as pessoas. Divisibilidade
aparece no momento da 
execução. 
	
 Divisível. 
	
 
 Origem comum: 
 é um fato, 
 um ato ou 
 um contrato. 
	
Aula 02 – 04 Março 2013. 
Princípios:
I) Constitucionais: 
A) Dignidade da Pessoa Humana: 
		A tutela coletiva visa atingir a dignidade da pessoa humana. 
B) Igualdade Real ou Substancial: 
		Uma ação coletiva visa atingir todas as pessoas de maneira igualitária. 
C) Proteção do Vulnerável: 
		A tutela coletiva protege os vulneráveis, de maneira invariável.
II) Princípios Processuais: 
	São todos aqueles do processo, como por exemplo: ampla defesa, contraditório, publicidade, dentre outros. 
III) Princípios Específicos: 
A) Acesso à Jurisdição Coletiva: 
		Art. 5°, XXXV, CF/88: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
		Trata dos direitos individuais e coletivos (com base no caput do referido artigo), sendo um direito fundamental. 
		“Art. 129 da CF/88: “São funções institucionais do Ministério Público: 
 				III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. 
			
Parágrafo único do art. 1° da Lei n° 7.347/85 (LACP): “Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados”. 
			Quando ele obsta o acesso, é tido como inconstitucional, contudo, não há o reconhecimento dos Tribunais desta inconstitucionalidade. 
			Contribuições previdenciárias: o Supremo já está permitindo. 
	B) Primazia ou Prioridade da Tutela Objetiva:Art. 104 do Lei n° 8.078/90 (CDC): “As ações coletivas, previstas nos incisos I e II do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada ergaomnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de 30 dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva”. 
			Tem-se uma dupla chance, quando a pessoa suspende a sua ação individual, para prosseguir apenas a coletiva. 
			Visa diminuir a quantidade de ações individuais, dando força para as coletivas. 
			O autor da individual pode ou deve suspender? O STJ tem entendido que os juízes podem suspender as ações individuais de ofício (será estudado mais detalhado na coisa julgada). 
	C) Participação ou Compartilhamento: 
		Coloca a coletividade na tutela coletiva. 
		§ 1°, art. 129, CF/88: “A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei”.
		Art. 5° da Lei n° 7.347/85 (LACP): “Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
			I) o Ministério Público, 
			II) a Defensoria Pública, 
			III) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
			IV) a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
			V) a associação que, concomitantemente: 
				a) esteja constituída há pelo menos 01 ano os termos da lei;
				b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”. 
		Lei 4717/65: 
			Trata da ação popular, e permite que a sociedade utilize de tal ação. 
		
	D) Ativismo Judicial: 
		Toda vez que a CF/88 fala que é dever do estado juiz, permite ao magistrado agir de ofício, como por exemplo, para não fazer o direito perecer. 
		Art. 84 do CDC: “Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento”. 
		Na tutela antecipada, o juiz pode dar de ofício? O STJ se manifestou duas vezes, no: 
			- Resp. 1.309.137/MG (julgado em maio de 2012): é possível dar tutela especial de ofício, de maneira excepcional. 
			- Resp. 1.178.500/SP (julgado em dezembro de 2012): não cabe tutela específica de ofício. 
		OBS: Para concurso da magistratura: coloca as duas posições. 
			Para concurso do MP e da DP: defende o ativismo. 
	E) Não Taxatividade ou Atipicidade da Demanda Coletiva: 
		Art. 5°, XXXV, CF/88: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
		Art. 129 da CF/88: “São funções institucionais do Ministério Público: 
 			III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
			§ 1° - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei”. 
		Art. 1° da Lei 7.347/85 (LACP): “Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
			IV) a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. 
		O legislador ordinário não pode taxar o que pode e o que não pode, sendo por isso, outro fundamento que o art. 1° da LACP é inconstitucional. 
	F) Máxima Amplitude da Tutela Coletiva: 
		Art. 83 do CDC: “Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela”. 
			É conforme a constituição, ampliando os procedimentos, sendo consequentemente ilimitado. 
		
	G) Máximo Benefício: 
		Art. 103, §§ do CDC: “Nas ações coletivas de que trata este Código, a sentença fará coisa julgada: 
			§1° - Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe. 
			§2° - Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual. 
			§3° - Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenizações por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste Código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão, proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. 
			§4° - Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória”. 
			Se o autor coletivo ganhar, todos ganham; mas se perder, o individual não perde, ou seja, poderá propor outra demanda ou prosseguir com a sua. 
		A demanda coletiva só vem em benefício das pessoas, por isso é bem aceita. 
III) Sistema Processual Coletivo:
1) LACP e CDC: 
Tem-se presente o principio da interação/integração/complementaridade das normas processuais coletivas, entre a LACP (7347/85- art. 21) com o CDC (8078/90 - art. 90). 
		Art. 21 da Lei n° 7.347/85 (LACP): “Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da Lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”. 
		Art. 90 da Lei n° 8.978/90 (CDC): “Aplicam-se às ações previstas neste Título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n°7.347/85, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições”. 
			Todo o título III do CDC aplica-se na LACP. 
2) Leis Especificas: 
	Art. 7° da Lei 7853/89: “Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, no que couber, os dispostos da Lei 7.347, de 24 de julho de 1985”. 
		Não colocou o CDC, porque tal código não existia, em virtude disso, pede para aplicar a LACP, contudo, esta lei pede para aplicar o CDC, sendo possível pedir um interesse individua homogêneo. 
	Art. 224 da Lei 8069/90 (ECA): “Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei 7.347, de 24 de julho de 1985”. 
		Pede para aplicar o LACP. 
	Art. 93 da Lei 10. 741/03 (estatuto do idoso): “Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei 7.347, de 24 de julho de 1985”. 
		Pede para aplicar o LACP.
	Lei 8.429/92 (lei da improbidade administrativa): 
		Para a doutrina e jurisprudência, naquilo que não contrariar a Lei de Improbidade, pode-se utilizar a LACP. 
3) Aplicação: 
	1°: legislação específica, e veja o que ela tem de especial. 
	2°: naquilo que faltar, aplica-se a LACP e CDC (por força do art. 21 da LACP e art. 90 do CDC).
	3°: e o CDC de forma subsidiariamente, se não contrariar (art. 19 da LACP e art. 90 do CDC). 
		Art. 19 da LACP: ““Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil, aprovado pela Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo que não contrarie suas disposições”. 
		Art. 90 da Lei n° 8.978/90 (CDC): “Aplicam-se às ações previstas neste Título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n°7.347/85, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições”.
 
Aula 03 – 18 Março 2013. 
4) Instrumentos Processuais Coletivos: 
Art. 5°, XXXV, CF/88: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
		Art. 129 da CF/88: “São funções institucionais do Ministério Público: 
 			III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
			§ 1° - A legitimação do MinistérioPúblico para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei”. 
	O sistema processual amplia a instrumentalização. As principais normas são: 
- LACP: por meio da ação civil pública, que protege os interesses coletivos e difusos; 
- CDC: por meio da ação coletiva, que protege os interesses individuais homogêneos.
	A denominação ação civil pública e ação coletiva não possuem diferenciação no processo. 
	Art. 83 do CDC: “Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela”.
			Diz que são admissíveis todas as espécies de ações que são capazes de proteger, ou seja, tem-se uma ampliação de tutelas. 
	A ação popular é um instrumento processual coletivo? 
		A ação popular é de cunho individual, mas os pedidos são de cunho difuso. 
		Art. 1° da Lei 4.717/65: “Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos”. 
		Art. 5°, LXXIII, CF/88: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.
			A Lei 4.717/65 possui relação com a CF/88, podendo a ação popular ser utilizada para proteger vários interesses, 
			Precisa ter um ato administrativo que seja lesivo ao patrimônio público ou ao interesse público. Em outras palavras, o 1° pedido é sempre desconstitutivo ou constitutivo negativo; depois, tem-se o pedido condenatório, visando a indenização pelo dano sofrido. 
	Art. 45 da Lei 6.766/79 (Lei do Parcelamento do Solo): “O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo com restrições legais ou contratuais”.
		Permite a ação popular urbanística. 
	Art. 21 da Lei 12.016/09 (Mandado de Segurança Coletivo): “O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único.  Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante”. 
 Permite somente à defesa do interesse coletivo e individual homogêneo, o entendimento desta restrição é tido como inconstitucional, pois, está em desacordo com a finalidade do mandado de segurança coletiva. 
	Art. 212 da Lei 8.069/90 (ECA): “Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinente. 
		§2° - Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, que lesem direito liquido e certo previsto, nesta lei, caberá ação mandamental, que se rege pelas normas da lei do mandado de segurança”. 
		O referido artigo trata-se do interesse difuso, e caput possui relação com o art. 83 do CDC
		
	Art. 82 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso): “Para a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes. 
		Parágrafo único – Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança”. 
Art. 5°, LXXII, CF/88: “conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”. 
		Trata do habeas data, que assegura a proteção ao patrimônio público ou a entidade que o Estado participe. 
	A Defensoria Pública de São Paulo entrou com um habeas corpus coletivo, para prevenir uma situação de ilegalidade. 
5) Objetos: 
	É o mais amplo possível: 
	Art. 1º da Lei 4.17/65: “Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico.         
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades, a que se refere este artigo, as certidões e informações que julgar necessárias, bastando para isso indicar a finalidade das mesmas.
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de ação popular.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação.
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de razão de segurança nacional, requisitar umase outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em julgado de sentença condenatória”.
      
Art. 5°, LXXII, CF/88: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. 
	A restrição da ação civil pública é tida como inconstitucional, contudo, os Tribunais Superiores (STF e STJ) não reconhecem e validam: 
		Parágrafo único, art. 1°, da Lei. 7.343/85: “Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados”. 
			 Fez-se um controle preventivo no que se refere à tributação e contribuições previdenciárias. 
		Art. 16 da Lei. 4.717/65: “A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova”. 
		Restringiu os efeitos da coisa julgada. 
	Jurisprudência já se recompôs aos julgados: 
		a) TARE (termo de acordo de regime especial): 
			Resulta numa renuncia fiscal. 
			STF, RE 576.155/DF, julgado dia 12 de agosto de 2010: “TRIBUTÁRIO. ICMS. TERMO DE ACORDO DE REGIME ESPECIAL TARE. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE ATIVA.
1. Conforme recente orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público possui legitimidade ativa para propor ação civil pública que busque discutir cláusulas do Termo de Acordo de Regime Especial TARE. Precedente : RE nº 576.155/DF , Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12.08.10.
2. Embargos de declaração acolhidos com efeitos infringentes para dar provimento ao recurso especial”. 
			Hoje é pacifico que o Ministério Público pode utilizar ação civil pública no que se refere o TARE. 
				
		b) Contribuições Previdenciárias: 
		STJ, REsp 1.142.630/PR, Relatora Laurita Vaz, julgado dia 07 de dezembro de 2010: “PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVILPÚBLICA DESTINADA À TUTELA DE DIREITOS DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIA (NO CASO, REVISÃO DE BENEFÍCIOS). EXISTÊNCIA DE RELEVANTE INTERESSESOCIAL. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO MINISTÉRIO PÚBLICO.RECONHECIMENTO.
1. Para fins de tutela jurisdicional coletiva, os interesses individuais homogêneos classificam-se como subespécies dos interesses coletivos, previstos no art. 129, inciso III, da Constituição Federal. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Por sua vez, a Lei Complementar n.º 75/93 (art. 6.º, VII, a) e a Lei n.º 8.625/93 (art. 25, IV, a) legitimam o Ministério Público à propositura de ação civil pública para a defesa de interesses individuais homogêneos, sociais e coletivos. Não subsiste, portanto,a alegação de falta de legitimidade do Parquet para a ação civil pública pertinente à tutela de direitos individuais homogêneos, ao argumento de que nem a Lei Maior, no aludido preceito, nem a Lei Complementar 75/93, teriam cogitado dessa categoria de direitos.
2. A ação civil pública presta-se à tutela não apenas de direitos individuais homogêneos concernentes às relações consumeristas, podendo o seu objeto abranger quaisquer outras espécies de interesses transindividuais (REsp 706.791/PE, 6.ª Turma, Rel.ª Min.ªMARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe de 02/03/2009).
3. Restando caracterizado o relevante interesse social, os direitos individuais homogêneos podem ser objeto de tutela pelo Ministério Público mediante a ação civil pública. Precedentes do Pretório Excelso e da Corte Especial deste Tribunal.
4. No âmbito do direito previdenciário (um dos seguimentos da seguridade social), elevado pela Constituição Federal à categoria de direito fundamental do homem, é indiscutível a presença do relevante interesse social, viabilizando a legitimidade do Órgão Ministerial para figurar no polo ativo da ação civil pública, ainda que se trate de direito disponível (STF, AgRg no RE AgRg/RE 472.489/RS, 2.ª Turma, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 29/08/2008).
5. Trata-se, como se vê, de entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a quem a Constituição Federal confiou a última palavra em termos de interpretação de seus dispositivos,entendimento esse aplicado no âmbito daquela Excelsa Corte também às relações jurídicas estabelecidas entre os segurados da previdência e o INSS, resultando na declaração de legitimidade do Parquet para ajuizar ação civil pública em matéria previdenciária (STF, AgRg noAI 516.419/PR, 2.ª Turma, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de30/11/2010).
6. O reconhecimento da legitimidade do Ministério Público para a ação civil pública em matéria previdenciária mostra-se patente tanto em face do inquestionável interesse social envolvido no assunto,como, também, em razão da inegável economia processual, evitando-se a proliferação de demandas individuais idênticas com resultados divergentes, com o consequente acúmulo de feitos nas instâncias do Judiciário, o que, certamente, não contribui para uma prestação jurisdicional eficiente, célere e uniforme.
7. Após nova reflexão sobre o tema em debate, deve ser restabelecida a jurisprudência desta Corte, no sentido de se reconhecer a legitimidade do Ministério Público para figurar no polo ativo de ação civil pública destinada à defesa de direitos de natureza previdenciária.
8. Recurso especial desprovido”.
				Desta decisão já existe 07 outros julgados. 
6) Legitimação Ativa: 
6.1) Sistema norte-americano: 
	O primeiro momento é a fase de certificação, ou seja, se tem um alcance coletivo, para somente então, notificar as partes. 
	Nos EUA um individuo pode propor a ação de classes, contudo, no sistema brasileiro não é possível, sendo determinando na lei que é possível propor a ação de cunho coletivo. 
6.2) Legitimados: 
Os principais legitimados estão elencados nas seguintes leis: 
		- Art. 5° da Lei n° 7.347/85 (LACP): “Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
			I) o Ministério Público, 
			II) a Defensoria Pública, 
			III) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
			IV) a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
			V) a associação que, concomitantemente: 
				a) esteja constituída há pelo menos 01 ano os termos da lei;
				b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”. 
		- Art. 82 do CDC: “Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:  
        			I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear”.
        					O destaque é para o inciso III, que ao se referir a entes sem personalidade jurídica, seria o Procon. 
6.3) Legitimação é ordinária ou extraordinária (natureza jurídica)? 
	Segundo os doutrinadores Hugo Maazelle, Babosa Moreira, Fred Didier e STJ: é extraordinária, ou seja, como substituto processual, indo a juízo em nome próprio na defesa do interesse alheio (terceiro/coletividade).
Aula 04 – 01 Abril 2013. 
6.4: Legitimação é concorrente e Disjuntiva: 
Não falou.
Concorrente: todos podem. 
Disjuntiva:6.5) O que acontece se um legitimado abandona ou desiste de uma ação civil pública?
Neste caso o MP pode ou deve assumir o polo ativo? E os outros legitimados devem ou podem assumir o polo ativo? 
		§3°, art. 5°, Lei 7.347/85 (LACP): “Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”. 
			Se a desistência for fundada ninguém precisa assumir; mas se forem infundados, o MP deve assumir, e os outros podem assumir. 
			Os magistrados devem encaminhar para o MP o processo, e no caso dos outros legitimados, deve-se publicar edital comunicando a situação. 
7) Legitimados: 
7.1) Ministério Público: 
	Art. 5° da Lei 7.347/85 (LACP): “Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
		I – o Ministério Público”. 
	É legitimado para defender qualquer interesse difuso e coletivo (chamado de essencialmente coletivos): 
		Art. 129 da CF/88: “São funções institucionais do Ministério Público: 
 			III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. 
 
	Os interesses individuais homogêneos (são os acidentalmente ou processualmente coletivos) e há relevância social: 
	Súmula 07 do CSMP/SP: “– “O Ministério Público está legitimado à defesa de interesses ou direitos individuais homogêneos de consumidores ou de outros, entendidos como tais os de origem comum, nos termos do art. 81º, III, c/c o art.82, I, do CDC, aplicáveis estes últimos a toda e qualquer ação civil pública, nos termos do art.21º da LAC 7.347/85, que tenham relevância social, podendo esta decorrer, exemplificativamente, da natureza do interesse ou direito pleiteado, da considerável dispersão de lesados, da condição dos lesados, da necessidade de garantia de acesso à Justiça, da conveniência de se evitar inúmeras ações individuais, e/ou de outros motivos relevantes. (ALTERADA A REDAÇÃO NA SESSÃO DO CSMP DE 27.11.12 – Pt. nº 51.148/10)
FUNDAMENTO: (i) conveniência de se fazer constar, de forma expressa a legitimidade do Ministério Público, para a defesa de interesses individuais homogêneos de “consumidores”, a qual decorre não só dos termos do art.129, III, da CF, uma vez que tal categoria de direitos ou interesses se constitui em subespécie de interesses coletivos, como dos expressos termos do art.81, III, c/c o art.82, I, do CDC, e da jurisprudência atual e consolidada de nossos Tribunais Superiores, já tendo sido, inclusive, editada a Súmula 643 pelo E.STF, em matéria de mensalidades escolares, sendo incontáveis os julgados, tanto do E.STF, como do E.STJ, que reconhecem a legitimidade ministerial para a propositura de ações civis públicas visando à defesa de direitos individuais homogêneos decorrentes das relações de consumo, tais como daqueles originários de contratos bancários, consórcios, seguros, planos de saúde, TV por assinatura, serviços telefônicos, compra e venda de imóveis, etc, cabendo lembrar aqui que todos os direitos dos consumidores são de ordem pública e interesse social (art.1º do CDC), possuem fundamento constitucional (art.5º, XXXII e 170, V, da CF), sendo irrenunciáveis e, pois, indisponíveis, enquanto tais pelo consumidor, nos termos do art. 51, I, do CDC; (ii) conveniência de se evitar a defesa de teses e interpretações errôneas, de que a Súmula 07 do Conselho Superior não se aplicaria aos direitos individuais homogêneos dos consumidores; (iii) conveniência de se explicitar que também em outras áreas de atuação do MP, além da proteção do consumidor, podem ser movidas ações civis públicas, para a defesa de interesses individuais homogêneos, eis que o art.81, III, do CDC, se aplica a toda e qualquer ação civil pública, nos termos do art. 21º da LAC; (iv) conveniência de se reafirmar a necessidade de existir relevância social para a atuação do MP, em qualquer hipótese; (v) conveniência de se expressar, de forma mais clara, simples e objetiva, as circunstâncias que podem denotar relevância social, sempre em caráter expressamente exemplificativo”.
			Quando há número grande de interessados e se tratar de interesses fundamentais. 
	Já os interesses individuais têm-se duas linhas: 
		- legalistas (seguem a CF/88): exigem que uma lei traga a legitimação para o MP, como ocorre com o Estatuto do Idoso, ECA e para as Pessoas Portadoras de Deficiência. 
		- não legalistas: o MP pode defender interesse individual indisponível, com base no art. 127 da CF/88 e com alguns julgados dos Ministros do STJ. 
			Art. 127 da CF/88: “O Ministério Público é instituição permanente, essencial á função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. 
7.2) Defensoria Pública: 
	Art. 5° da Lei 7.347/85 (LACP): “Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
		II – a Defensoria Pública”. 
	Defende interesses: difusos, coletivos, individuais e homogêneos. 
	
		ADI 3943/STF: “A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF), Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3943 que contesta lei que legitima a Defensoria Pública a propor ação civil pública. (artigo 5º da lei 7.347/1985, com redação dada pela lei 11.448/2007). A Conamp alega que a possibilidade da Defensoria Pública propor, sem restrição, ação civil pública “afeta diretamente” as atribuições do Ministério Público. Segundo a associação, a lei contraria os artigos 5º, LXXIV, e art. 134, da Constituição Federal, que versam sobre as funções da Defensoria Pública de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que não possuem recursos suficientes. “Aqueles que são atendidos pela Defensoria Pública devem ser, pelo menos, individualizáveis, identificáveis”, portanto, “não há possibilidade alguma de a Defensoria Pública atuar na defesa de interesses difusos, coletivos ou individuais”, alega a Conamp”.
 		Ainda não foi julgada. Ela não quer afastar, apenas discute no interesse difuso. 
A Defensoria Pública atua para atender os necessitados e não necessitados, com base na destinação constitucional. 
		Pode atuar para defender qualquer tipo de interesse, independente dele ser difuso ou coletivo. 
7.3) Associações Civis: 
Art. 5° da Lei 7.347/85 (LACP): “Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
		V – a associação que, concomitantemente: 
			a) esteja constituída há pelo menos ano nos termos da lei civil; 
			b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concordância ou a patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”. 
	Necessita de representatividade adequada, ou seja, a soma de pré- constituição com pertinência temática, em outras palavras: 
		- pré-constituição: constituição regular nos termos da legislação há pelo menos um ano, para evitar aventura jurídica, e que a associação entre com apenas uma ação (litigância de má-fé, pois, a “associação” tem privilégios em relação o réu). 
			§4, art. 5°, LACP: “O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido”. 
				As únicas duas hipóteses que é dispensada a constituição da associação há pelo menos um ano, ocorre pelo: manifesto interesse social ou relevância do bem jurídico que está sendo tutelado. 
			- pertinência temática: o interesse tutelado na ação civil pública tem que corresponder à finalidade institucional. 
7.4) Estados e Municípios: 
	Não necessita de pertinência temática nem de pré-constituição. 
7.5) Litisconsórcio e Assistência: 
O litisconsórcio no polo ativo é sempre facultativo. 
		§2°, art. 5°, Lei 7.347/85 (LACP): “Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termosdeste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes”. 
	
	O litisconsórcio ativo inicial é aquele que já vem na inicial: 
		- Ministério Público mais Defensoria,
		- Defensoria mais ação popular,
		- ação civil mais ação civil.
	O litisconsórcio ativo anterior é aquela que o MP adita a ação antes de citar o réu sobre a demanda, neste caso, o MP será litisconsórcio. Vale ressaltar que não é apena o MP, sendo possível qualquer legitimado, contudo, em 99% das situações quem faz isso é o MP. 
		Objetivo: evitar o problema dos arts. 294 e 264 do CPC. 
			Art. 294 do CPC: “Antes da citação, o autor poderá aditar o pedido, correndo à sua conta as causas as custas acrescidas em razão dessa iniciativa”. 
			Art. 264 do CPC: “Feita à citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas em lei. 
				Parágrafo único – A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo”. 
Aula 05 – Abril 2013.

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