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estabilizadores de humor

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Profa. Dra. Patrícia Corrêa Dias
Curso de Farmácia - Unimep
FARMACOLOGIA NO
TRANSTORNO BIPOLAR
• Doença que há alternância de fases de hiperexcitabilidade e
agitação com fases de profunda tristeza e depressão.
•Afeta de 3 a 8% da população em geral
• É crônica e pode também ser tratada e controlada.
• Manifesta-se inicialmente na adolescência (60% dos casos antes
dos 20 anos de idade), mas pode ocorrer em qualquer idade.
• É um dos distúrbios mentais mais comuns (outros - esquizofrenia
e depressão) e é a sexta principal causa de falta ao trabalho.
TRANSTORNO BIPOLAR
• “Temos que identificar e tratar pessoas com transtorno bipolar, para que tenham uma vida
normal e produtiva. Isto significa não apenas tratar o paciente adequadamente, mas também
combater o estigma e preconceito contra as pessoas portadoras de transtornos que afetam a
mente, e reintegrá-los à sociedade”, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP.
diagnóstico, tratamento e
vida saudável
• Sentimento de êxtase e júbilo
• Irritação e agitação
• Pensamento e fala rápida
• Distrair-se facilmente
• Desejo de envolver-se em vários projetos ao mesmo tempo
• Insônia ou pouca necessidade de sono
• Comportamento impulsivo e de risco, como sexo por impulso e sem
proteção
• Julgamento prejudicado
• Agressividade e hostilidade
• A maioria dos pacientes alterna episódios de agitação e euforia com
períodos (por vários dias ou mesmo semanas) de profunda tristeza,
desânimo, sensação de vazio, perda de interesse em atividades, ou
assuntos, que normalmente provocariam prazer; sensação prolongada
de cansaço, mudanças nos hábitos alimentares e de padrão de sono.
TRANSTORNO BIPOLAR
SINAIS E SINTOMAS
• LÍTIO
• ANTICONVULSIVANTES 
- Ácido valproico 
- Carbamazepina 
- Lamotrigina
- Topiramato 
- Gabapentina 
• ANTIPSICÓTICOS 
- Clássicos (haloperidol) 
- Atípicos (clozapina, risperidona, olanzapina) 
ESTABILIZADORES DE HUMOR
ESTABILIZADORES DE HUMOR
LÍTIO
Descoberto em 1949,
por John Cade
Fármaco de baixo índice terapêutico
O LÍTIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• Episódios agudos, controla apenas a fase maníaca (não
interfere no episódio agudo de depressão)
• Uso profilático para reduzir oscilações de humor
(depressão x mania) – concentração do uso clínico -,
devido a outros fármacos (antipsicóticos) serem eficazes
e mais seguros para o controle da fase de mania.
• Eficaz clinicamente em concentração plasmática de 0,5-
1,0 mmol/L
• Acima de 1,5mmol/L provoca efeitos tóxicos (baixo índice
terapêutico)
Características clínicas:
• Controle relativamente rápido da crise maníaca (5 - 10 dias) 
• Ausência de qualquer efeito narcótico ou hipnótico
• Controle ambulatorial do paciente após a estabilidade inicial; 
• Possibilidade de completo retorno à vida anterior, ativa e útil; 
• A medicação com o lítio apresenta ainda os seguintes fatores 
de segurança: Ausência de efeitos tóxicos , sob condições de 
controle e ausência de toxicomania ou de reação de 
abstinência. 
O LÍTIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• O lítio tem demonstrado atuar em vários sistemas de
neurotransmissores, em múltiplos níveis de sinalização cerebral.
• O lítio, afetando cada sistema neurotransmissor dentro das complexas
redes integradas de neurônios, parece restaurar o equilíbrio entre vias
de sinalização alteradas, em regiões críticas do cérebro.
MECANISMO DE AÇÃO DO LÍTIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
“complexidade das ações”
LÍTIO
MECANISMO DE AÇÃO
• Lítio – cátion monovalente – Li+ - pode imitar o papel do Na+ nos tecidos
excitáveis, atravessando os canais e gerando os potenciais de ação
• Não é bombeado para fora da célula pela Na+/K+ ATPase – acumula dentro da
célula.
• Parece interferir na neurotransmissão sertoninérgica e noradrenérgica (???)
• Aumento da adenilato ciclase – AC basal e
ativada em indivíduos com TB (AC produz
AMPc a partir do ATP)
• Função do AMPc – ativação da enzima -
proteína quinase dependente de AMPc (PKA),
que tem funções específicas sobre a
neurotransmissão
• Estudo pós-mortem encontrou uma
diminuição da ligação do [3H]cAMP com a
PKA no córtex frontal, temporal, parietal,
occipital, tálamo e cerebelo de indivíduos
bipolares, o que traduz uma medida indireta
de aumento da atividade do AMPc nesses
pacientes
• Estudos demonstraram que o uso crônico de
lítio diminui a ativação da AC
AC
LÍTIO
MECANISMO DE AÇÃO
Li+
LÍTIO
MECANISMO DE AÇÃO
• Diversos sistemas de neurotransmissores
utilizam a via do fosfatidilinositol pela ativação
das proteínas G.
• Nessa via, a ativação da proteína G estimula a
proteína efetora fosfolipase C (PLC), a qual
hidrolisa um fosfolipídio de membrana, chamado
fosfatidilinositol (PIP2), formando dois
importantes segundos mensageiros: o
diacilglicerol (DAG) e o inositol trifosfato (IP3).
• O IP3 possui um receptor específico, situado no
retículo endoplasmático liso, que libera os
estoques de Ca+2 quando ativado.
• A DAG, por sua vez, tem a função de ativar a
proteína quinase C (PKC)
LÍTIO
MECANISMO DE AÇÃO
Li+
• Estudo pós-mortem evidenciou um aumento
da atividade da proteína G e da PLC no
córtex occipital de indivíduos bipolares, sem
diferenças nas regiões frontal e temporal.
• Outro estudo observou uma diminuição da
atividade da proteína G ligada à via do PIP2,
também na região occipital.
• Os autores sugeriram que esses achados
controversos poderiam ser decorrentes de
um processo adaptativo celular ou da ação
do uso crônico de lítio.
• O LÍTIO PARECE REDUZIR A
FORMAÇÃO DO IP3
LÍTIO
FARMACOCINÉTICA
• Administração vo – carbonato de lítio (formulação normal de liberação lenta)
• Baixíssima ligação a proteínas plasmáticas
• Excreção pelo rim (metade da dose em 12 horas e o restante – captado pelas
células em cerca de 1-2 semanas) – necessita deste tempo em dose terapêutica
para alcançar equilíbrio dinâmico
• Depleção de sódio – aumenta a reabsorção de lítio pelo túbulo proximal,
aumentando a toxicidade do lítio (cuidado com doença renal)
MANIA AGUDA
A partir de 600 mg/dia (doses ajustadas individualmente de acordo
com os níveis séricos e resposta clínica).
No tratamento agudo da mania - litemias entre 0,8 e 1,4 mmol/L, o que
equivale a 900 a 2400 mg/dia em dose fracionada 2 vezes ao dia.
A dose única não é recomendada no início do tratamento ou quando
são necessárias doses superiores a 1800 mg.
Litemias devem ser determinadas 2 vezes por semana na fase aguda
do tratamento e até que o quadro clínico esteja estabilizado.
LÍTIO
DOSES
FASE DE MANUTENÇÃO:
Para a fase de profilaxia os níveis séricos do lítio podem ser reduzidos para uma faixa de 0,6 a 1,0 mEq/l
(600 a 1200 mg/dia).
Litemias devem ser colhidas em intervalos de pelo menos 2 meses.
Pacientes sensíveis ao lítio podem exibir sinais de toxicidade em concentrações entre 1,0 e 1,5 mEq/l.
Pacientes idosos geralmente respondem bem a doses mais baixas e podem apresentar toxicidade em
doses geralmente bem toleradas por outros pacientes
LÍTIO
EFEITOS COLATERAIS
• Náuseas, vômitos e diarreia
• Tremores
• Renais: poliúria e podipsia, resultante da inibição do HAD e lesão tubular
• Hipotireoidismo
• Aumento de peso corporal
• afasia (perda da expressão pela fala, escrita)
• •disartria (dificuldade na articulação das palavras)
• •ataxia (falta de coordenação de movimentos voluntários) - maioria desses
efeitos são raros
• Aguda: confusão, comproimetimento motor, coma, convulsões e morte
(concentração plasmática entre 3-5 mmol/L)
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Profa. Dra. Patrícia CorrêaDias
Curso de Farmácia - Unimep
NEUROLÉPTICOS
ANTIPSICÓTICOS
O Grito. Autor, Edvard Munch. Data, 1893
• Meados do século XX – profunda transformação
no tratamento das doenças mentais - Revolução
Farmacológica da Psiquiatria
• Introdução dos medicamentos capazes de
melhorar o estado de muitos pacientes portadores
de alterações acentuadas de diversas funções
psicológicas e perda do juízo da realidade. Em
Psiquiatria, tais desordens são denominadas
PSICOSES
A ESQUIZOFRENIA
NO CONTEXTO DAS PSCISOES
• “Esquizofrenia” (esquizo = divisão, phrenia = mente) -
substituiu o termo demência precoce
• Bleuler conceitualizou o termo para indicar a presença de
um cisma entre pensamento, emoção e comportamento
nos pacientes afetados
• Para explicar a teoria dos cismas mentais internos, Bleuler
descreveu sintomas fundamentais (primários) específicos
da esquizofrenia que se tornaram conhecidos como os
quatro “As”: Associação frouxa de ideias,
Ambivalência, Autismo e Alterações de afeto
• Bleuler também descreveu os sintomas acessórios
(secundários) - alucinações e delírios
ESQUIZOFRENIA
A DENOMINAÇÃO
Eugen Bleuler
1857-1939)
VAN GOGH ERA 
ESQUIZOFRÊNICO?
Vicent Van Gogh
Os distúrbios mentais também que atingiram o irmão
Theo, a irmã Willemina e o caçula Corneli
• Jaspers, em seu livro “Génio artístico e loucura:
Strindberg e Van Gogh”, foi um dos primeiros
que defendeu o diagnóstico de esquizofrenia,
reconhecendo, no entanto, a ausência de
sintomatologia deficitária característica desta
doença.
• Outros autores têm defendido os diagnósticos de
neurosífilis e doença bipolar (por exemplo, a
Professora Kay Redfield Jamison, no seu livro
“Touched with fire. Manic-Depressive Illness
and the Artistic Temperament”).
http://www.saude-mental.net/pdf/vol7_rev3_leituras2.pdf
COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
• Básico
• Estratégico
• Especializado - Estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de
Saúde, onde sua principal característica é a busca da garantia da integralidade do tratamento
medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), publicados pelo Ministério
da Saúde.
• Grupo de distúrbios mentais graves, sem sintomas
patognomônicos, caracterizados por distorções do
pensamento e da percepção, por inadequação e
embotamento do afeto e sem prejuízo da capacidade
intelectual (ao longo do tempo podem aparecer prejuízos
cognitivos).
• Afetam aproximadamente 0,6% da população (com
variação de 0,6%-3%, dependendo dos critérios
diagnósticos utilizados), não havendo evidência de
diferença entre os sexos.
• Seu curso é variável, cerca de 30% dos casos têm
recuperação completa ou quase completa, cerca de 30%
com remissão incompleta e prejuízo parcial de
funcionamento e cerca de 30% com deterioração
importante e persistente da capacidade de funcionamento
profissional, social e afetivo
ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS ESQUIZOFRÊNICOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• É importante, para confirmar o diagnóstico, a ocorrência de uma
perturbação das funções que dão à pessoa normal um senso de
individualidade, unicidade e direção de si mesmo
• O paciente tem a sensação de que seus pensamentos,
sentimentos e atos mais íntimos são sentidos ou partilhados por
outros.
• Pode desenvolver delírios explicativos de que forças externas
influenciam pensamentos e ações, de forma muitas vezes
bizarras.
• Pode exibir pensamento vago e obscuro, acreditando que
situações cotidianas possuem significado particular, em geral
sinistro, relacionado unicamente com ele.
• Pode haver a sensação de interrupção do curso do pensamento
e sensação de que as ideias são retiradas por um agente
exterior. O humor é caracteristicamente superficial ou
incongruente, acompanhado, com frequência, de inércia,
negativismo ou estupor.
ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS ESQUIZOFRÊNICOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• Ainda não totalmente esclarecidas.
• Modelo de maior aceitação - “vulnerabilidade
versus estresse”, - propõe que a vulnerabilidade
aumenta o risco para o desenvolvimento de
sintomas na presença de estressores ambientais e
na falha dos mecanismos para lidar com eles.
• Os fatores de vulnerabilidade são baseados em
um componente biológico, que inclui predisposição
genética interagindo com fatores complexos
físicos, ambientais e psicológicos .
CAUSAS DA ESQUIZOFRENIA
“INTERPRETAR”
• Embora não se identifique sintomas
patognomônicos, há hierarquia de sintomas – O
DIAGNÓSTICO É CLÍNICO.
• Para diagnóstico, exige-se a presença de pelo
menos uma das síndromes, sintomas ou sinais
de um grupo de maior hierarquia, ou pelo menos
dois sinais e sintomas de um grupo de menor
hierarquia.
• Tais sintomas devem estar presentes na maior parte
do tempo de um episódio de doença psicótica que
dure pelo menos 1 mês (ou por algum tempo durante
a maioria dos dias) e devem ter sido excluídos
diagnósticos de transtornos de humor, transtornos
atribuíveis à doença cerebral orgânica, intoxicação,
dependência ou abstinência relacionada a álcool ou
outras drogas.
ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS ESQUIZOFRÊNICOS
DIAGNÓSTICO
MAIOR HIERARQUIA: 
• Eco, inserção, roubo ou irradiação de
pensamento;
• Delírios de controle, influência ou
passividade, relacionados ao corpo ou a
movimentos dos membros ou a
pensamentos, ações ou sensações
específicos; percepção delirante;
• Vozes alucinatórias fazendo comentários
sobre o comportamento do paciente ou
discutindo entre si, ou outros tipos de
vozes alucinatórias advindas de alguma
parte do corpo;
• Delírios persistentes de outros tipos que
sejam culturalmente inapropriados e
completamente impossíveis (por exemplo,
ser capaz de controlar o tempo ou estar em
comunicação com alienígenas).
MENOR HIERARQUIA: 
• Alucinações persistentes, de qualquer
modalidade, quando ocorrerem todos os dias,
por pelo menos 1 mês, quando acompanhadas
por delírios (podem ser superficiais ou parciais),
sem conteúdo afetivo claro ou quando
acompanhadas por ideias superestimadas
persistentes;
• Neologismos, interceptações ou interpolações
no curso do pensamento, resultando em
discurso incoerente ou irrelevante;
• Comportamento catatônico, tal como excitação,
postura inadequada, flexibilidade cérea,
negativismo, mutismo e estupor;
• Sintomas "negativos“ - apatia, pobreza de
discurso, embotamento ou incongruência de
respostas emocionais (deve ficar claro que tais
sintomas não são decorrentes de depressão ou
medicamento neuroléptico).
ESQUIZOFRENIA
SINTOMAS PARA DIAGNÓSTICO
INCLUSÃO 
• Diagnóstico de esquizofrenia
• Presença de familiar ou
responsável legal interessado,
participativo, disponível, com
funcionamento global adequado e
com adesão ao serviço de
atendimento psiquiátrico
ambulatorial ou de internação.
Nos pacientes cronicamente
asilados, é requerido um
funcionário da instituição
disponível e capaz de manejar
estressores do ambiente de forma
continuada.
EXCLUSÃO
• Pacientes com diagnóstico de
esquizofrenia que apresentarem
hipersensibilidade aos fármacos,
psicose alcoólica ou tóxica,
dependência ou abuso atual de
fármacos psicoativos e
impossibilidade de adesão ao
tratamento e acompanhamento
contínuo.
• Pacientes que apresentarem
apenas diagnósticos de mania
ou depressão isolados,
transtorno esquizoafetivo ou de
transtorno bipolar.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ESQUIZOFRENIA
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
• Principal hipótese bioquímica para a gênese da
esquizofrenia - hiperfunção dopaminérgicacentral, atualmente a mais bem investigada e
mais aceita.
• Além do sistema dopaminérgico, há outros
sistemas de neurotransmissores centrais que
desempenham algum papel (envolvimento
simultâneo)
TERIAS NEUROQUÍMICAS DA ESQUIZOFRENIA
• Receptores D1 a D5 (todos acoplados à proteína G)
- Família D1 – D1 e D5
- Família D2 (SNC) – D2, D3 e D5
RECEPTORES DOPAMINÉRGICOS
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ESQUIZOFRENIA
OS FÁRMACOS
• O PCDT não utiliza as expressões – antipsicóticos típicos
e atípicos ou de primeira e segunda gerações (fármacos
citados nominalmente)
• Essa classificação tornou-se obsoleta - novas evidências
de que os antipsicóticos são um grupo heterogêneo, com
mecanismos de ação, eficácia, efeitos adversos e data de
desenvolvimentos distintos entre si. Na escolha do
tratamento, devem ser considerados os fármacos já
utilizados, estágio da doença, história de resposta e
adesão e risco-benefício.
• Risperidona: comprimidos de 1, 2 e 3 mg. 
• Quetiapina: comprimidos de 25, 100, 200 e 300 mg. 
• Ziprasidona: cápsulas de 40 e 80 mg. 
• Olanzapina: comprimidos de 5 e 10 mg. 
• Clozapina: comprimidos de 25 e 100 mg. 
• Clorpromazina: comprimidos de 25 e 100 mg; solução oral de 40 mg/ml. 
• Haloperidol: comprimido de 1 e 5 mg solução oral 2 mg/ml. 
• Decanoato de haloperidol: solução injetável 50 mg/ml. 
Típicos: clorpromazina, haloperidol, flufenzina, flupentixol, clopentixol
Atípicos: clozapina, risperidona, sulpirida, olanzapina
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ESQUIZOFRENIA
OS FÁRMACOS
OS MEDICAMENTOS
ESQUIZOFRENIA
MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS
Antagonistas – blqueadores – de receptores D2 (necessidade de 80% de 
bloqueio parra eficávia)
Fármacos
Atividade no receptor
D1 D2 Α - adr H1 MAch 5HT2 EPS * SED ** HIPO ***
Clorpromazina ++ +++ +++ ++ ++ + ++ ++ ++
Haloperidol + +++ ± + ± + +++ - ++
Clozapina **** ++ ++ ++ ++ ++ +++ - ++ +
Olanzapina
Quetiapina - + +++ - ++ + + ++ ++
Risperdona - +++ ++ - - +++ + ++ ++
SELEÇÃO DE FÁRMACOS
INTENSIDADES DE AÇÕES EM DIFERENTES RECEPTORES
* Efeito ExtraPiramidal
** Sedação
*** Hipotensão
**** antagonismo adicional de D4
Antagonismo dopamínico é o principal determinate da ção antipsicótica
Outros receptores – efeitos colaterais
ANTIPSICÓTICOS
EFEITOS COMPORTAMENTAIS
• Reduzem atividade motora espontânea (dose alta – catalepsia)
• Estado de apatia e menor iniciativa
• Diminuição da emoção
• Demora de reposta para estímulos externos diversos
• Inibição dos comportamentos agressivos
Melhora do quadro clínico
ANTIPSICÓTICOS
EFEITOS COLATERIAS
EFEITOS EXTRAPIRAMIDAIS 
(ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS)
Distonia aguda – espasmo musculares
involuntários, protrusão da língua, torcicolo,
etc (ocorrem nas primeiras semanas e
diminuem com o tempo ou suspensão do
tratamento (bloqueio da via dopaminérgica
nigroestriatal)
Discinesia tardia – surge apóps vários
meses, em 20-40% dos pacientes –
movimentos involuntários da face e língua,
tronco e membros que pode ser
incapacitante (mais comum acima de 50
anos)
O sistema extrapiramidal é formado pelo
tálamo, cerebelo e gânglios da base. Estas
estruturas, através de suas conexões, estão
envolvidas em vários processos, inclusive a
modulação do controle motor
ANTIPSICÓTICOS
EFEITOS COLATERIAS
• ENDÓCRINOS
• A dopamina artua via receptores D2 na inibição da síntese de prolactina (via túbero-hipofisária) –
aumento da prolactina, entumescimento mamário, dor e lactação em homens e mulheres
• OUTROS
• Antagonismo H1 – Sedação – diminui com o uso contínuo
• Antagonismo de Ach – turvação da visão, aumento da pressão intraocular, boca e olhos secos,
constipação e retenção urinária (pode ser útil para evitar efeitos extrapiramidais)
• Antagonismo alfa-adrenégico – hipotensão ortostática
• Aumento de peso (antagonismo 5HT?)
• Hipersensibilidade
• Icterícia (clorpromazina),
• Leucopenai e agranulocitose (raros e fatais – em gferal, nas primeiras semanas de
tratamento) – importante com a clozapina; parece ausente com a olanzapina
• Reações cutâneas
• Síndrome maligna neuRoléptica – rara, com rigidez muscular, rápida elevação de
temperatura, e confusão mental (morte por insuficiência renal em 10 a 20% dos casos)
ANTIPSICÓTICOS
REAÇÕES IDIOSSINCRÉTICAS
EFEITOS COLATERAIS
Profa. Dra. Patrícia Corrêa Dias
Curso de Farmácia - Unimep
FARMACOLOGIA NA
DOENÇAS DE PARKINSON
MENSAGEM A TODOS NÓS... 
AOS POSSÍVIES CUIDADORES DE IDOSOS ...
AOS POSSÍVEIS IDOSOS...
Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas...
ampare-me... 
Se minha audição não é boa e me esforço para ouvir
procure entender-me... 
•Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso
ajude-me com paciência... 
Se minhas mãos tremem e derrubam comida,
por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que 
pude... 
Se me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu,
pare para conversar comigo,sinto-me tão só... 
Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, 
simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário...
Se lhe contei pela terceira vez a mesma "história" num só dia,
não me repreenda, simplesmente ouça-me... 
Se me comporto como criança,
cerque-me de carinho... 
Se estou com medo da morte e tento negá-la,
•ajude-me na preparação para o adeus... 
Se estou doente,
não me abandone, 
A única coisa que desejo neste meu final da jornada, é
um pouco de respeito e de amor... 
Um pouco... Do muito que te dei um dia !!! 
• Descrita por James Parkinson (1817) - doença neurológica
comum, com distribuição universal e atinge todos os grupos
étnicos e classes sócio-econômicas
• Estima-se a prevalência de 100 a 200 casos por 100.000
habitantes - a incidência e prevalência aumentam com a idade
• Doença progressiva, que acarreta incapacidade grave após 10 a
15 anos, com elevado impacto social e financeiro, particularmente
na população mais idosa
• Dados do IBGE-CENSO 2000 - prevalência em pessoas com
idade entre 60 e 69 anos é de 700/100.000, e entre 70 e 79
anos é de 1500/100.000
• Estima-se que o custo anual mundial com medicamentos
antiparkinsonianos esteja em torno de 11 bilhões de dólares
DOENÇA DE PARKINSON
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
James Parkinson 
• Doença degenerativa, cujas alterações motoras
decorrem principalmente da morte de neurônios
dopaminérgicos da substância nigra que
apresentam inclusões intracitoplasmáticas
conhecidas como corpúsculos de Lewy.
• As principais manifestações motoras - tremor de
repouso, bradicinesia, rigidez e anormalidades
posturais
• As alterações não são restritas a substância nigra
e podem estar presentes em outros núcleos do
tronco cerebral e mesmo na periferia.
• As degenerações além do sistema nigroestriatal
podem explicar outros sintomas e sinais não
motores - alterações do olfato, distúrbios do sono,
hipotensão postural, constipação, mudanças
emocionais, depressão, ansiedade, sintomas
psicóticos, prejuízos cognitivos e demência, etc.
DOENÇA DE PARKINSON
CONSIDERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS
• Formados principalmente por proteínas alfa-
sinucleína, por proteínas neurofilamentares e
pela ubiquitina.
• Suspeita-se que a alfa-sinucleína pré-sináptica
seja a principal envolvida na formação desses
corpúsculos (fatores genéticos)
• Representam neurônios que sofreram
degeneração e possivelmente exercem efeito
neurotóxico regional
PARKINSONISMO
CORPÚSCULOS DE LEWY
• Paciente com postura característica - cabeça e o
tronco fletidos e dificuldade de ajustar a postura
quando se inclinam ou quando há súbitos
deslocamentos do corpo (ocorrênciade quedas.
• Alterações na marcha - passos curtos, rápidos e
arrastados, sem a participação dos movimentos dos
braços.
DOENÇA DE PARKINSON
CARACTERÍSTICA DO PACIENTE
DOENÇA DE PARKINSON
MUHAMMAD ALI
• Etiologia idiopática, porém acredita-se que o seu
surgimento provem de fatores ambientais e
genéticos, que podem interagir e contribuir para o
desenvolvimento neurodegenerativo
• O processo de envelhecimento está intimamente
interligado a esta afecção devido à aceleração da
perda de neurônios dopaminérgicos com o passar
dos anos.
DOENÇA DE PARKINSON
CAUSAS
COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
• Básico
• Estratégico
• Especializado - Estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de
Saúde, onde sua principal característica é a busca da garantia da integralidade do tratamento
medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), publicados pelo Ministério
da Saúde.
O tratamento da DP deve visar à redução da progressão da doença
(neuroproteção – meta ainda não atingida???) e o controle dos
sintomas (tratamento sintomático).
• Levodopa/carbidopa: comprimidos de 200/50 mg e 250/25 mg
• Levodopa/benserazida: comprimidos ou cápsulas 100/25 mg e comprimidos de 200/50 mg
• Bromocriptina: comprimidos ou cápsulas de liberação retardada de 2,5 e 5 mg
• Pramipexol: comprimidos de 0,125; 0,25 e 1 mg
• Amantadina: comprimidos de 100 mg
• Biperideno: comprimidos de 2 mg e comprimidos de liberação controlada de 4 mg
• Triexifenidil: comprimidos de 5 mg
• Selegilina: comprimidos de 5 e 10 mg 
• Tolcapona: comprimidos de 100 mg
• Entacapona: comprimidos de 200 mg 
FÁRMACOS/MEDICAMENTOS
NO PCDT
ANTIPARKINSONIANOS
TRATAMENTO – OS FÁRMACOS
• Fármacos que substituem a dopamina:
levodopa, em uso conjunto com inibidores da dopa
descarboxilase de ação periférica – carbidopa e benserazida
• Fármacos que imitam a ação dopamina:
bromocriptina, pergolida, lisurida
• Inibidores da MAO B
selegilina
• Antagonistas da acetilcolina
benztropina
Levodopa junto com inibidor da dopa-descarboxilase (carbidopa e benserazida)
PARKINSONISMO
TRATAMENTO DE PRIMEIRA LINHA
MECANISMO DE AÇÃO – LEVODOPA
(CARBIDOPA OU BENSERAZIDA)
A levodopa é um componente que entra na síntese da dopamina, sendo convertida neste NT 
X
OBS.: A conversão em dopamina na periferia , que causaria efeitos colaterais indesejáveis, é
diminuída pelo inibidor da dopa descaboxilase (estes fármacos não atravessam a barreira
hematoencefálica)
Síntese da dopamina
Síntese da dopamina
com uso de levodopa
Inibição da 
dopadescarboxilase pela 
carbidopa/benzaserida
EFEITOS COLATERAIS
• Movimentos involuntários de contorção
(discinesia) na face e membros – maioria dos
pacientes após 2 anos. Desaparecem com a
diminuição da dose, o que pode levar ao
aumento da rigidez
• Rápida flutuação de estado clínico –
agravamento da rigidez e hipocinesia por
minutos ou horas (efeito liga-desliga)
• Náusea e anorexia (domperidona pode ser útil)
• Síndrome semelhante à ezquizofrenia (acúmulo
de dopamina) – delírios e alucinações, insônia,
pesadelos, dentre outros
SELEGILINA
MECANISMO DE AÇÃO
SELEGILINA
Inibidor seletivo da enzima MAO B
que predomina em regiões que
contem dopamina no SNC
(adjuvante da levodopa)
“proteção” da dopamina 
intraneuronal
Carece de efeitos periféricos
indesejáveis
EFEITOS COLATERAIS
• Aumento dos efeitos colaterais da levodopa, ou L-Dopa +
Carbidopa, que desaparecem após a diminuição da dose.
• Aumento das enzimas hepáticas
• Em monoterapia: insônia, vertigens ou tonturas, cefaleias,
náuseas e outras alterações gastrintestinais e hipotensão
ortostática, agitação, bradicinesia, delírios.
• Arritmia, episódios novos ou recidivantes de angina,
edema dos membros inferiores, queda de cabelos, perda
de peso e nervosismo, ansiedade, obstipação, letargia,
distonia, sudorese, sangramento gastro-intestinal, asma.
SINTOMAS LEVES SEM PREJUÍZO FUNCIONAL
• A decisão de utilizar ou não algum medicamento nesta situação depende mais do
próprio paciente.
• O tratamento inicial com selegilina visa obter benefícios sintomáticos em pacientes
com sintomas leves (sem prejuízo para atividades de vida diária).
• Da mesma forma, a amantadina tem efeito sintomático modesto e é bem tolerada,
podendo ser utilizada nesta situação (inibidora da COMT).
INDICAÇÕES DO PCDT
Amantadina = aumento da liberação de dopamina (???)
Bem tolerado – poucos efeitos colaterais, porém semelhantes aos da 
levodopa
SINTOMAS COM PREJUÍZO FUNCIONAL
• Graus de incapacidade e tratamento dopaminérgico for necessário – uso de
levodopa ou agonistas dopaminérgicos
• A levodopa é o medicamento mais efetivo no controle dos sintomas da DP,
especialmente rigidez e bradicinesia.
• Em estudos randomizados e controlados, a levopoda mostrou ser mais eficaz no
controle dos sintomas motores que os agonistas dopaminérgicos (bromocriptina,
pergolida, lisurida)
INDICAÇÕES DO PCDT
bromocriptina
• Levodopa/carbidopa: a dose inicial recomendada é
de 250/25 mg/dia, dividida em pelo menos duas
administrações.
• Levodopa/benserazida: a dose recomendada é de
200/50 mg/dia, dividida em pelo menos duas
administrações. As doses vão sendo ajustadas
subseqüentemente de acordo com a resposta clínica.
• A dose média eficaz para a maioria dos pacientes é
de 600-750 mg/dia de levodopa.
ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO 
NO PCDT

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