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Profa. Dra. Patrícia Corrêa Dias Curso de Farmácia - Unimep FARMACOLOGIA NO TRANSTORNO BIPOLAR • Doença que há alternância de fases de hiperexcitabilidade e agitação com fases de profunda tristeza e depressão. •Afeta de 3 a 8% da população em geral • É crônica e pode também ser tratada e controlada. • Manifesta-se inicialmente na adolescência (60% dos casos antes dos 20 anos de idade), mas pode ocorrer em qualquer idade. • É um dos distúrbios mentais mais comuns (outros - esquizofrenia e depressão) e é a sexta principal causa de falta ao trabalho. TRANSTORNO BIPOLAR • “Temos que identificar e tratar pessoas com transtorno bipolar, para que tenham uma vida normal e produtiva. Isto significa não apenas tratar o paciente adequadamente, mas também combater o estigma e preconceito contra as pessoas portadoras de transtornos que afetam a mente, e reintegrá-los à sociedade”, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP. diagnóstico, tratamento e vida saudável • Sentimento de êxtase e júbilo • Irritação e agitação • Pensamento e fala rápida • Distrair-se facilmente • Desejo de envolver-se em vários projetos ao mesmo tempo • Insônia ou pouca necessidade de sono • Comportamento impulsivo e de risco, como sexo por impulso e sem proteção • Julgamento prejudicado • Agressividade e hostilidade • A maioria dos pacientes alterna episódios de agitação e euforia com períodos (por vários dias ou mesmo semanas) de profunda tristeza, desânimo, sensação de vazio, perda de interesse em atividades, ou assuntos, que normalmente provocariam prazer; sensação prolongada de cansaço, mudanças nos hábitos alimentares e de padrão de sono. TRANSTORNO BIPOLAR SINAIS E SINTOMAS • LÍTIO • ANTICONVULSIVANTES - Ácido valproico - Carbamazepina - Lamotrigina - Topiramato - Gabapentina • ANTIPSICÓTICOS - Clássicos (haloperidol) - Atípicos (clozapina, risperidona, olanzapina) ESTABILIZADORES DE HUMOR ESTABILIZADORES DE HUMOR LÍTIO Descoberto em 1949, por John Cade Fármaco de baixo índice terapêutico O LÍTIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS • Episódios agudos, controla apenas a fase maníaca (não interfere no episódio agudo de depressão) • Uso profilático para reduzir oscilações de humor (depressão x mania) – concentração do uso clínico -, devido a outros fármacos (antipsicóticos) serem eficazes e mais seguros para o controle da fase de mania. • Eficaz clinicamente em concentração plasmática de 0,5- 1,0 mmol/L • Acima de 1,5mmol/L provoca efeitos tóxicos (baixo índice terapêutico) Características clínicas: • Controle relativamente rápido da crise maníaca (5 - 10 dias) • Ausência de qualquer efeito narcótico ou hipnótico • Controle ambulatorial do paciente após a estabilidade inicial; • Possibilidade de completo retorno à vida anterior, ativa e útil; • A medicação com o lítio apresenta ainda os seguintes fatores de segurança: Ausência de efeitos tóxicos , sob condições de controle e ausência de toxicomania ou de reação de abstinência. O LÍTIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS • O lítio tem demonstrado atuar em vários sistemas de neurotransmissores, em múltiplos níveis de sinalização cerebral. • O lítio, afetando cada sistema neurotransmissor dentro das complexas redes integradas de neurônios, parece restaurar o equilíbrio entre vias de sinalização alteradas, em regiões críticas do cérebro. MECANISMO DE AÇÃO DO LÍTIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS “complexidade das ações” LÍTIO MECANISMO DE AÇÃO • Lítio – cátion monovalente – Li+ - pode imitar o papel do Na+ nos tecidos excitáveis, atravessando os canais e gerando os potenciais de ação • Não é bombeado para fora da célula pela Na+/K+ ATPase – acumula dentro da célula. • Parece interferir na neurotransmissão sertoninérgica e noradrenérgica (???) • Aumento da adenilato ciclase – AC basal e ativada em indivíduos com TB (AC produz AMPc a partir do ATP) • Função do AMPc – ativação da enzima - proteína quinase dependente de AMPc (PKA), que tem funções específicas sobre a neurotransmissão • Estudo pós-mortem encontrou uma diminuição da ligação do [3H]cAMP com a PKA no córtex frontal, temporal, parietal, occipital, tálamo e cerebelo de indivíduos bipolares, o que traduz uma medida indireta de aumento da atividade do AMPc nesses pacientes • Estudos demonstraram que o uso crônico de lítio diminui a ativação da AC AC LÍTIO MECANISMO DE AÇÃO Li+ LÍTIO MECANISMO DE AÇÃO • Diversos sistemas de neurotransmissores utilizam a via do fosfatidilinositol pela ativação das proteínas G. • Nessa via, a ativação da proteína G estimula a proteína efetora fosfolipase C (PLC), a qual hidrolisa um fosfolipídio de membrana, chamado fosfatidilinositol (PIP2), formando dois importantes segundos mensageiros: o diacilglicerol (DAG) e o inositol trifosfato (IP3). • O IP3 possui um receptor específico, situado no retículo endoplasmático liso, que libera os estoques de Ca+2 quando ativado. • A DAG, por sua vez, tem a função de ativar a proteína quinase C (PKC) LÍTIO MECANISMO DE AÇÃO Li+ • Estudo pós-mortem evidenciou um aumento da atividade da proteína G e da PLC no córtex occipital de indivíduos bipolares, sem diferenças nas regiões frontal e temporal. • Outro estudo observou uma diminuição da atividade da proteína G ligada à via do PIP2, também na região occipital. • Os autores sugeriram que esses achados controversos poderiam ser decorrentes de um processo adaptativo celular ou da ação do uso crônico de lítio. • O LÍTIO PARECE REDUZIR A FORMAÇÃO DO IP3 LÍTIO FARMACOCINÉTICA • Administração vo – carbonato de lítio (formulação normal de liberação lenta) • Baixíssima ligação a proteínas plasmáticas • Excreção pelo rim (metade da dose em 12 horas e o restante – captado pelas células em cerca de 1-2 semanas) – necessita deste tempo em dose terapêutica para alcançar equilíbrio dinâmico • Depleção de sódio – aumenta a reabsorção de lítio pelo túbulo proximal, aumentando a toxicidade do lítio (cuidado com doença renal) MANIA AGUDA A partir de 600 mg/dia (doses ajustadas individualmente de acordo com os níveis séricos e resposta clínica). No tratamento agudo da mania - litemias entre 0,8 e 1,4 mmol/L, o que equivale a 900 a 2400 mg/dia em dose fracionada 2 vezes ao dia. A dose única não é recomendada no início do tratamento ou quando são necessárias doses superiores a 1800 mg. Litemias devem ser determinadas 2 vezes por semana na fase aguda do tratamento e até que o quadro clínico esteja estabilizado. LÍTIO DOSES FASE DE MANUTENÇÃO: Para a fase de profilaxia os níveis séricos do lítio podem ser reduzidos para uma faixa de 0,6 a 1,0 mEq/l (600 a 1200 mg/dia). Litemias devem ser colhidas em intervalos de pelo menos 2 meses. Pacientes sensíveis ao lítio podem exibir sinais de toxicidade em concentrações entre 1,0 e 1,5 mEq/l. Pacientes idosos geralmente respondem bem a doses mais baixas e podem apresentar toxicidade em doses geralmente bem toleradas por outros pacientes LÍTIO EFEITOS COLATERAIS • Náuseas, vômitos e diarreia • Tremores • Renais: poliúria e podipsia, resultante da inibição do HAD e lesão tubular • Hipotireoidismo • Aumento de peso corporal • afasia (perda da expressão pela fala, escrita) • •disartria (dificuldade na articulação das palavras) • •ataxia (falta de coordenação de movimentos voluntários) - maioria desses efeitos são raros • Aguda: confusão, comproimetimento motor, coma, convulsões e morte (concentração plasmática entre 3-5 mmol/L) A D E S Ã O A O T R A T A M E N T O Profa. Dra. Patrícia CorrêaDias Curso de Farmácia - Unimep NEUROLÉPTICOS ANTIPSICÓTICOS O Grito. Autor, Edvard Munch. Data, 1893 • Meados do século XX – profunda transformação no tratamento das doenças mentais - Revolução Farmacológica da Psiquiatria • Introdução dos medicamentos capazes de melhorar o estado de muitos pacientes portadores de alterações acentuadas de diversas funções psicológicas e perda do juízo da realidade. Em Psiquiatria, tais desordens são denominadas PSICOSES A ESQUIZOFRENIA NO CONTEXTO DAS PSCISOES • “Esquizofrenia” (esquizo = divisão, phrenia = mente) - substituiu o termo demência precoce • Bleuler conceitualizou o termo para indicar a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento nos pacientes afetados • Para explicar a teoria dos cismas mentais internos, Bleuler descreveu sintomas fundamentais (primários) específicos da esquizofrenia que se tornaram conhecidos como os quatro “As”: Associação frouxa de ideias, Ambivalência, Autismo e Alterações de afeto • Bleuler também descreveu os sintomas acessórios (secundários) - alucinações e delírios ESQUIZOFRENIA A DENOMINAÇÃO Eugen Bleuler 1857-1939) VAN GOGH ERA ESQUIZOFRÊNICO? Vicent Van Gogh Os distúrbios mentais também que atingiram o irmão Theo, a irmã Willemina e o caçula Corneli • Jaspers, em seu livro “Génio artístico e loucura: Strindberg e Van Gogh”, foi um dos primeiros que defendeu o diagnóstico de esquizofrenia, reconhecendo, no entanto, a ausência de sintomatologia deficitária característica desta doença. • Outros autores têm defendido os diagnósticos de neurosífilis e doença bipolar (por exemplo, a Professora Kay Redfield Jamison, no seu livro “Touched with fire. Manic-Depressive Illness and the Artistic Temperament”). http://www.saude-mental.net/pdf/vol7_rev3_leituras2.pdf COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA • Básico • Estratégico • Especializado - Estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde, onde sua principal característica é a busca da garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), publicados pelo Ministério da Saúde. • Grupo de distúrbios mentais graves, sem sintomas patognomônicos, caracterizados por distorções do pensamento e da percepção, por inadequação e embotamento do afeto e sem prejuízo da capacidade intelectual (ao longo do tempo podem aparecer prejuízos cognitivos). • Afetam aproximadamente 0,6% da população (com variação de 0,6%-3%, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados), não havendo evidência de diferença entre os sexos. • Seu curso é variável, cerca de 30% dos casos têm recuperação completa ou quase completa, cerca de 30% com remissão incompleta e prejuízo parcial de funcionamento e cerca de 30% com deterioração importante e persistente da capacidade de funcionamento profissional, social e afetivo ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS ESQUIZOFRÊNICOS CONSIDERAÇÕES INICIAIS • É importante, para confirmar o diagnóstico, a ocorrência de uma perturbação das funções que dão à pessoa normal um senso de individualidade, unicidade e direção de si mesmo • O paciente tem a sensação de que seus pensamentos, sentimentos e atos mais íntimos são sentidos ou partilhados por outros. • Pode desenvolver delírios explicativos de que forças externas influenciam pensamentos e ações, de forma muitas vezes bizarras. • Pode exibir pensamento vago e obscuro, acreditando que situações cotidianas possuem significado particular, em geral sinistro, relacionado unicamente com ele. • Pode haver a sensação de interrupção do curso do pensamento e sensação de que as ideias são retiradas por um agente exterior. O humor é caracteristicamente superficial ou incongruente, acompanhado, com frequência, de inércia, negativismo ou estupor. ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS ESQUIZOFRÊNICOS CONSIDERAÇÕES INICIAIS • Ainda não totalmente esclarecidas. • Modelo de maior aceitação - “vulnerabilidade versus estresse”, - propõe que a vulnerabilidade aumenta o risco para o desenvolvimento de sintomas na presença de estressores ambientais e na falha dos mecanismos para lidar com eles. • Os fatores de vulnerabilidade são baseados em um componente biológico, que inclui predisposição genética interagindo com fatores complexos físicos, ambientais e psicológicos . CAUSAS DA ESQUIZOFRENIA “INTERPRETAR” • Embora não se identifique sintomas patognomônicos, há hierarquia de sintomas – O DIAGNÓSTICO É CLÍNICO. • Para diagnóstico, exige-se a presença de pelo menos uma das síndromes, sintomas ou sinais de um grupo de maior hierarquia, ou pelo menos dois sinais e sintomas de um grupo de menor hierarquia. • Tais sintomas devem estar presentes na maior parte do tempo de um episódio de doença psicótica que dure pelo menos 1 mês (ou por algum tempo durante a maioria dos dias) e devem ter sido excluídos diagnósticos de transtornos de humor, transtornos atribuíveis à doença cerebral orgânica, intoxicação, dependência ou abstinência relacionada a álcool ou outras drogas. ESQUIZOFRENIA E TRANSTORNOS ESQUIZOFRÊNICOS DIAGNÓSTICO MAIOR HIERARQUIA: • Eco, inserção, roubo ou irradiação de pensamento; • Delírios de controle, influência ou passividade, relacionados ao corpo ou a movimentos dos membros ou a pensamentos, ações ou sensações específicos; percepção delirante; • Vozes alucinatórias fazendo comentários sobre o comportamento do paciente ou discutindo entre si, ou outros tipos de vozes alucinatórias advindas de alguma parte do corpo; • Delírios persistentes de outros tipos que sejam culturalmente inapropriados e completamente impossíveis (por exemplo, ser capaz de controlar o tempo ou estar em comunicação com alienígenas). MENOR HIERARQUIA: • Alucinações persistentes, de qualquer modalidade, quando ocorrerem todos os dias, por pelo menos 1 mês, quando acompanhadas por delírios (podem ser superficiais ou parciais), sem conteúdo afetivo claro ou quando acompanhadas por ideias superestimadas persistentes; • Neologismos, interceptações ou interpolações no curso do pensamento, resultando em discurso incoerente ou irrelevante; • Comportamento catatônico, tal como excitação, postura inadequada, flexibilidade cérea, negativismo, mutismo e estupor; • Sintomas "negativos“ - apatia, pobreza de discurso, embotamento ou incongruência de respostas emocionais (deve ficar claro que tais sintomas não são decorrentes de depressão ou medicamento neuroléptico). ESQUIZOFRENIA SINTOMAS PARA DIAGNÓSTICO INCLUSÃO • Diagnóstico de esquizofrenia • Presença de familiar ou responsável legal interessado, participativo, disponível, com funcionamento global adequado e com adesão ao serviço de atendimento psiquiátrico ambulatorial ou de internação. Nos pacientes cronicamente asilados, é requerido um funcionário da instituição disponível e capaz de manejar estressores do ambiente de forma continuada. EXCLUSÃO • Pacientes com diagnóstico de esquizofrenia que apresentarem hipersensibilidade aos fármacos, psicose alcoólica ou tóxica, dependência ou abuso atual de fármacos psicoativos e impossibilidade de adesão ao tratamento e acompanhamento contínuo. • Pacientes que apresentarem apenas diagnósticos de mania ou depressão isolados, transtorno esquizoafetivo ou de transtorno bipolar. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ESQUIZOFRENIA CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO • Principal hipótese bioquímica para a gênese da esquizofrenia - hiperfunção dopaminérgicacentral, atualmente a mais bem investigada e mais aceita. • Além do sistema dopaminérgico, há outros sistemas de neurotransmissores centrais que desempenham algum papel (envolvimento simultâneo) TERIAS NEUROQUÍMICAS DA ESQUIZOFRENIA • Receptores D1 a D5 (todos acoplados à proteína G) - Família D1 – D1 e D5 - Família D2 (SNC) – D2, D3 e D5 RECEPTORES DOPAMINÉRGICOS TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ESQUIZOFRENIA OS FÁRMACOS • O PCDT não utiliza as expressões – antipsicóticos típicos e atípicos ou de primeira e segunda gerações (fármacos citados nominalmente) • Essa classificação tornou-se obsoleta - novas evidências de que os antipsicóticos são um grupo heterogêneo, com mecanismos de ação, eficácia, efeitos adversos e data de desenvolvimentos distintos entre si. Na escolha do tratamento, devem ser considerados os fármacos já utilizados, estágio da doença, história de resposta e adesão e risco-benefício. • Risperidona: comprimidos de 1, 2 e 3 mg. • Quetiapina: comprimidos de 25, 100, 200 e 300 mg. • Ziprasidona: cápsulas de 40 e 80 mg. • Olanzapina: comprimidos de 5 e 10 mg. • Clozapina: comprimidos de 25 e 100 mg. • Clorpromazina: comprimidos de 25 e 100 mg; solução oral de 40 mg/ml. • Haloperidol: comprimido de 1 e 5 mg solução oral 2 mg/ml. • Decanoato de haloperidol: solução injetável 50 mg/ml. Típicos: clorpromazina, haloperidol, flufenzina, flupentixol, clopentixol Atípicos: clozapina, risperidona, sulpirida, olanzapina TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ESQUIZOFRENIA OS FÁRMACOS OS MEDICAMENTOS ESQUIZOFRENIA MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS Antagonistas – blqueadores – de receptores D2 (necessidade de 80% de bloqueio parra eficávia) Fármacos Atividade no receptor D1 D2 Α - adr H1 MAch 5HT2 EPS * SED ** HIPO *** Clorpromazina ++ +++ +++ ++ ++ + ++ ++ ++ Haloperidol + +++ ± + ± + +++ - ++ Clozapina **** ++ ++ ++ ++ ++ +++ - ++ + Olanzapina Quetiapina - + +++ - ++ + + ++ ++ Risperdona - +++ ++ - - +++ + ++ ++ SELEÇÃO DE FÁRMACOS INTENSIDADES DE AÇÕES EM DIFERENTES RECEPTORES * Efeito ExtraPiramidal ** Sedação *** Hipotensão **** antagonismo adicional de D4 Antagonismo dopamínico é o principal determinate da ção antipsicótica Outros receptores – efeitos colaterais ANTIPSICÓTICOS EFEITOS COMPORTAMENTAIS • Reduzem atividade motora espontânea (dose alta – catalepsia) • Estado de apatia e menor iniciativa • Diminuição da emoção • Demora de reposta para estímulos externos diversos • Inibição dos comportamentos agressivos Melhora do quadro clínico ANTIPSICÓTICOS EFEITOS COLATERIAS EFEITOS EXTRAPIRAMIDAIS (ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS) Distonia aguda – espasmo musculares involuntários, protrusão da língua, torcicolo, etc (ocorrem nas primeiras semanas e diminuem com o tempo ou suspensão do tratamento (bloqueio da via dopaminérgica nigroestriatal) Discinesia tardia – surge apóps vários meses, em 20-40% dos pacientes – movimentos involuntários da face e língua, tronco e membros que pode ser incapacitante (mais comum acima de 50 anos) O sistema extrapiramidal é formado pelo tálamo, cerebelo e gânglios da base. Estas estruturas, através de suas conexões, estão envolvidas em vários processos, inclusive a modulação do controle motor ANTIPSICÓTICOS EFEITOS COLATERIAS • ENDÓCRINOS • A dopamina artua via receptores D2 na inibição da síntese de prolactina (via túbero-hipofisária) – aumento da prolactina, entumescimento mamário, dor e lactação em homens e mulheres • OUTROS • Antagonismo H1 – Sedação – diminui com o uso contínuo • Antagonismo de Ach – turvação da visão, aumento da pressão intraocular, boca e olhos secos, constipação e retenção urinária (pode ser útil para evitar efeitos extrapiramidais) • Antagonismo alfa-adrenégico – hipotensão ortostática • Aumento de peso (antagonismo 5HT?) • Hipersensibilidade • Icterícia (clorpromazina), • Leucopenai e agranulocitose (raros e fatais – em gferal, nas primeiras semanas de tratamento) – importante com a clozapina; parece ausente com a olanzapina • Reações cutâneas • Síndrome maligna neuRoléptica – rara, com rigidez muscular, rápida elevação de temperatura, e confusão mental (morte por insuficiência renal em 10 a 20% dos casos) ANTIPSICÓTICOS REAÇÕES IDIOSSINCRÉTICAS EFEITOS COLATERAIS Profa. Dra. Patrícia Corrêa Dias Curso de Farmácia - Unimep FARMACOLOGIA NA DOENÇAS DE PARKINSON MENSAGEM A TODOS NÓS... AOS POSSÍVIES CUIDADORES DE IDOSOS ... AOS POSSÍVEIS IDOSOS... Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas... ampare-me... Se minha audição não é boa e me esforço para ouvir procure entender-me... •Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso ajude-me com paciência... Se minhas mãos tremem e derrubam comida, por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que pude... Se me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo,sinto-me tão só... Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário... Se lhe contei pela terceira vez a mesma "história" num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me... Se me comporto como criança, cerque-me de carinho... Se estou com medo da morte e tento negá-la, •ajude-me na preparação para o adeus... Se estou doente, não me abandone, A única coisa que desejo neste meu final da jornada, é um pouco de respeito e de amor... Um pouco... Do muito que te dei um dia !!! • Descrita por James Parkinson (1817) - doença neurológica comum, com distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes sócio-econômicas • Estima-se a prevalência de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes - a incidência e prevalência aumentam com a idade • Doença progressiva, que acarreta incapacidade grave após 10 a 15 anos, com elevado impacto social e financeiro, particularmente na população mais idosa • Dados do IBGE-CENSO 2000 - prevalência em pessoas com idade entre 60 e 69 anos é de 700/100.000, e entre 70 e 79 anos é de 1500/100.000 • Estima-se que o custo anual mundial com medicamentos antiparkinsonianos esteja em torno de 11 bilhões de dólares DOENÇA DE PARKINSON CONSIDERAÇÕES INICIAIS James Parkinson • Doença degenerativa, cujas alterações motoras decorrem principalmente da morte de neurônios dopaminérgicos da substância nigra que apresentam inclusões intracitoplasmáticas conhecidas como corpúsculos de Lewy. • As principais manifestações motoras - tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e anormalidades posturais • As alterações não são restritas a substância nigra e podem estar presentes em outros núcleos do tronco cerebral e mesmo na periferia. • As degenerações além do sistema nigroestriatal podem explicar outros sintomas e sinais não motores - alterações do olfato, distúrbios do sono, hipotensão postural, constipação, mudanças emocionais, depressão, ansiedade, sintomas psicóticos, prejuízos cognitivos e demência, etc. DOENÇA DE PARKINSON CONSIDERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS • Formados principalmente por proteínas alfa- sinucleína, por proteínas neurofilamentares e pela ubiquitina. • Suspeita-se que a alfa-sinucleína pré-sináptica seja a principal envolvida na formação desses corpúsculos (fatores genéticos) • Representam neurônios que sofreram degeneração e possivelmente exercem efeito neurotóxico regional PARKINSONISMO CORPÚSCULOS DE LEWY • Paciente com postura característica - cabeça e o tronco fletidos e dificuldade de ajustar a postura quando se inclinam ou quando há súbitos deslocamentos do corpo (ocorrênciade quedas. • Alterações na marcha - passos curtos, rápidos e arrastados, sem a participação dos movimentos dos braços. DOENÇA DE PARKINSON CARACTERÍSTICA DO PACIENTE DOENÇA DE PARKINSON MUHAMMAD ALI • Etiologia idiopática, porém acredita-se que o seu surgimento provem de fatores ambientais e genéticos, que podem interagir e contribuir para o desenvolvimento neurodegenerativo • O processo de envelhecimento está intimamente interligado a esta afecção devido à aceleração da perda de neurônios dopaminérgicos com o passar dos anos. DOENÇA DE PARKINSON CAUSAS COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA • Básico • Estratégico • Especializado - Estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde, onde sua principal característica é a busca da garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), publicados pelo Ministério da Saúde. O tratamento da DP deve visar à redução da progressão da doença (neuroproteção – meta ainda não atingida???) e o controle dos sintomas (tratamento sintomático). • Levodopa/carbidopa: comprimidos de 200/50 mg e 250/25 mg • Levodopa/benserazida: comprimidos ou cápsulas 100/25 mg e comprimidos de 200/50 mg • Bromocriptina: comprimidos ou cápsulas de liberação retardada de 2,5 e 5 mg • Pramipexol: comprimidos de 0,125; 0,25 e 1 mg • Amantadina: comprimidos de 100 mg • Biperideno: comprimidos de 2 mg e comprimidos de liberação controlada de 4 mg • Triexifenidil: comprimidos de 5 mg • Selegilina: comprimidos de 5 e 10 mg • Tolcapona: comprimidos de 100 mg • Entacapona: comprimidos de 200 mg FÁRMACOS/MEDICAMENTOS NO PCDT ANTIPARKINSONIANOS TRATAMENTO – OS FÁRMACOS • Fármacos que substituem a dopamina: levodopa, em uso conjunto com inibidores da dopa descarboxilase de ação periférica – carbidopa e benserazida • Fármacos que imitam a ação dopamina: bromocriptina, pergolida, lisurida • Inibidores da MAO B selegilina • Antagonistas da acetilcolina benztropina Levodopa junto com inibidor da dopa-descarboxilase (carbidopa e benserazida) PARKINSONISMO TRATAMENTO DE PRIMEIRA LINHA MECANISMO DE AÇÃO – LEVODOPA (CARBIDOPA OU BENSERAZIDA) A levodopa é um componente que entra na síntese da dopamina, sendo convertida neste NT X OBS.: A conversão em dopamina na periferia , que causaria efeitos colaterais indesejáveis, é diminuída pelo inibidor da dopa descaboxilase (estes fármacos não atravessam a barreira hematoencefálica) Síntese da dopamina Síntese da dopamina com uso de levodopa Inibição da dopadescarboxilase pela carbidopa/benzaserida EFEITOS COLATERAIS • Movimentos involuntários de contorção (discinesia) na face e membros – maioria dos pacientes após 2 anos. Desaparecem com a diminuição da dose, o que pode levar ao aumento da rigidez • Rápida flutuação de estado clínico – agravamento da rigidez e hipocinesia por minutos ou horas (efeito liga-desliga) • Náusea e anorexia (domperidona pode ser útil) • Síndrome semelhante à ezquizofrenia (acúmulo de dopamina) – delírios e alucinações, insônia, pesadelos, dentre outros SELEGILINA MECANISMO DE AÇÃO SELEGILINA Inibidor seletivo da enzima MAO B que predomina em regiões que contem dopamina no SNC (adjuvante da levodopa) “proteção” da dopamina intraneuronal Carece de efeitos periféricos indesejáveis EFEITOS COLATERAIS • Aumento dos efeitos colaterais da levodopa, ou L-Dopa + Carbidopa, que desaparecem após a diminuição da dose. • Aumento das enzimas hepáticas • Em monoterapia: insônia, vertigens ou tonturas, cefaleias, náuseas e outras alterações gastrintestinais e hipotensão ortostática, agitação, bradicinesia, delírios. • Arritmia, episódios novos ou recidivantes de angina, edema dos membros inferiores, queda de cabelos, perda de peso e nervosismo, ansiedade, obstipação, letargia, distonia, sudorese, sangramento gastro-intestinal, asma. SINTOMAS LEVES SEM PREJUÍZO FUNCIONAL • A decisão de utilizar ou não algum medicamento nesta situação depende mais do próprio paciente. • O tratamento inicial com selegilina visa obter benefícios sintomáticos em pacientes com sintomas leves (sem prejuízo para atividades de vida diária). • Da mesma forma, a amantadina tem efeito sintomático modesto e é bem tolerada, podendo ser utilizada nesta situação (inibidora da COMT). INDICAÇÕES DO PCDT Amantadina = aumento da liberação de dopamina (???) Bem tolerado – poucos efeitos colaterais, porém semelhantes aos da levodopa SINTOMAS COM PREJUÍZO FUNCIONAL • Graus de incapacidade e tratamento dopaminérgico for necessário – uso de levodopa ou agonistas dopaminérgicos • A levodopa é o medicamento mais efetivo no controle dos sintomas da DP, especialmente rigidez e bradicinesia. • Em estudos randomizados e controlados, a levopoda mostrou ser mais eficaz no controle dos sintomas motores que os agonistas dopaminérgicos (bromocriptina, pergolida, lisurida) INDICAÇÕES DO PCDT bromocriptina • Levodopa/carbidopa: a dose inicial recomendada é de 250/25 mg/dia, dividida em pelo menos duas administrações. • Levodopa/benserazida: a dose recomendada é de 200/50 mg/dia, dividida em pelo menos duas administrações. As doses vão sendo ajustadas subseqüentemente de acordo com a resposta clínica. • A dose média eficaz para a maioria dos pacientes é de 600-750 mg/dia de levodopa. ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO NO PCDT
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