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Direito Civil - Teoria Geral dos Contratos Professor Carlo Renato Borges E-mail: carlorenatob@hotmail.com Fone: 9617-3446 / 3022-4386 INTRODUÇÃO O contrato remete a um acordo de vontades, de manifestação de vontades. A harmonia de vontades sempre ocorre em vontades opostas que se harmonizam em acordo, è através da manifestação que isto ocorre, sendo escrito, verbal, gestual (manifestações declaradas) ou tácito (você não declara mas a sua conduta não deixa duvidas que quer contratar). Contrato è um ato jurídico que tem três planos: existência validade eficácia Exemplo: artigo 108 do código, se o valor de um imóvel for superior a trinta salários mínimos o contrato tem que ser escrito. Exceção para ter validade Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Para analisar a validade, analisa-se o artigo 104 do código: Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. A eficácia trata-se quando gera efeitos efetivamente no mundo jurídico, a decisão de um contrato anulável è "ex nunc" não gerando mais efeitos, ja o contrato nulo è "ex tunc" ou seja a sua eficácia è retroativa. HISTÓRICO Nascimento: a vida do homem em sociedade, o contrato sempre existiu, nesta convivência em sociedade ja nos primórdios ja se estabeleciam contratos sociais. Hoje o contrato social vem sendo moldado desde a época romana, sempre baseada na realidade social. A origem do termo: contractus (unir, contrair). Termos utilizados: Convenção - termo mais genérico aplicável a toda espécie de ato ou negocio bilateral. Contrato - Sentido técnico Pacto - reservado para clausulas acessórias que aderem a uma convenção ou contrato. Porem, atualmente se utilizam como sinônimos. CONTRATO NO DIREITO ROMANO CLÁSSICO - Era dotado de rigor formalista. - Para cada operação havia uma formula para que tivesse a proteção estatal. - O mero acordo de vontade não era suficiente para criar as obrigações. O contrato era um meio para conduzir a obrigação e não a obrigação em si. So havia a obrigação quando houvesse a publicidade do contrato, este era o rigor formalista. Para que se criasse uma obrigação, havia a necessidade de certas formalidades como a exteriorização a vista dos interessados. ROMA e DIREITO GERMÂNICO Predomina a forma escrita ate a idade media. A influencia da igreja e renascimento dos estudos romanos na idade media vem enfatizar o sentido obrigatório do contrato. Os costumes mercantis dinamizam as relações e tendem a simplificar as formas contratuais. Sendo geral as formas de contrato, as formas mudaram muito rápido. Contrato = uma manifestação de vontades opostas entre uma ou mais sujeitos de direitos visando estabelecer o interesse para o cumprimento de obrigações ou deveres. Obrigação - sujeição de um e imposição de outro. - no conceito o contrato não pode ser unilateral. "negocio jurídico bilateral ou plurilateral que sujeita às partes a observância da confutada idônea a satisfação dos interesses que regulam"(Orlando Gomes). "Manifestação de duas ou mais vontades objetivando criar , regulamentar, alterar e extinguir uma relação jurídica (direitos e obrigações) de caráter patrimonial. "(Álvaro Villaça Azevedo). O CC de 2002 e 1916 não conceituam o contrato. Temos 23 contratos nominados no código. Paulo Nalin: relação jurídica subjetiva, nucleado na solidariedade constitucional, destinada a produção de efeitos jurídicos existências e patrimoniais, não só entre titulares subjetivos da relação, como também perante terceiros. Em nossa visão contemporânea em relação ao coletivo o contrato prevalece. 11/08 Requisitos de validade do contrato Ele è uma espécie de negocio jurídico onde temos um fato (acontecimento) podendo ter reflexos jurídicos, vindo a ser um fato jurídico. O ato jurídico em sentido amplo depende da vontade do homem que também se divide: Fato jurídico Stricto senso e negocio jurídico Fato jurídico stricto sensu -> estabelecidos em lei Negocio jurídico -> dispõem da vontade das partes Natureza bilateral ou plurilateral - encontro de duas vontades para ter um contrato, ou seja, no mínimo. O contrato regulamenta os interesses, como será, de que forma, ele regulamenta, cria regras. Para constituição do negocio jurídico analisamos o artigo 104 do CC, como requisitos subjetivos: manifestação de vontade de duas ou mais pessoas capacidade genérica dos contratantes - praticar atos da vida civil. aptidão / capacidade especifica h CAPACIDADE GENÉRICA Capacidade para praticar atos da vida civil, que pode inexistir, por exemplo, no caso de incapazes. O contrato è um ato da vida civil ou seja agente maior e capaz, os primeiros artigos do CC. Contrato nulo - uma vez declarado nulo ele retroage, artigo 166, I, CC. Pessoas jurídicas - representante legal, conforme os respectivos atos constitutivos. O representante estará constante perante o contrato social. Se for procurador è preciso apresentar procuração e contrato social. APTIDÃO ESPECIFICA PARA CONTRATAR Alem da capacidade geral, algumas situações a lei exige uma capacidade especial para contratar. Falta de legitimidade ou impedimento para realizar certos negócios jurídicos. Outorga uxória (para alienar bem móvel) - anuência do counjuge. CONSENTIMENTO - vontades manifestadas, o acordo de vontades. REQUISITOS OBJETIVOS Dizem respeito a validade, sendo objeto licito, possível, determinado ou determinável - artigo 104 inciso II CC. OBJETO LICITO Aquele que não è contrario a lei, moral, aos princípios da ordem publica e aos bons costumes. Na JT a pessoa que trabalha para o "o bicheiro" em serviços gerais tem um contrato licito reconhecido pela jurisprudência da JT. Contudo, o anotador do jogo de bicho o objeto è ilícito, consequentemente o contrato è ilícito. OBJETO POSSÍVEL Tem que ser possível fisicamente e também possibilidade jurídica. Artigo 37 da CF . OBJETO DETERMINADO Tem que ser determinado ou passível de determinação, para determinar o seu objeto como a especificação do gênero, espécie... REQUISITOS FORMAIS - artigo 104 inciso III -> prescrita / não defesa em lei. Ver também artigos 107 e 108 da CF. Espécies formais: 1) Livre = por exemplo, um pre contrato (no caso de compra e venda). Contudo, o contrato definitivo será em instrumento publico. Artigo 107 da CF (predominante no direito brasileiro). 2) Especial ou selene 3) Contratual 12/08 CDC - Lei 8.078/90 Não havia distinção nas relações de consumo. Nas relações temos um produto ou serviço que são objeto, consumidor e fornecedor. Com o passar do tempo perceberam que o consumidor sempre foi o polo mais fraco de tal forma que criaram o Código de Defesa do Consumidor. Temos que tratar de maneira desigual os desiguais. - artigo 1 e 2 do CDC A doutrina entende como vulnerável analisando três critérios: técnica, econômica e jurídica. Sabemos que todas as relações devem atender o principio da boa - fe, contudo dificilmente atendem. `E preciso demonstrar a vulnerabilidade, reconhecendo a relação como consumo eu aplico primeiramente o CDC. Por exemplo, contrato dom banco, temos clausulas que fogem da racionalidade. Casos de financiamento - artigo 52 do CDC. DIALOGO DAS FONTES O CDC tem uma aplicação travada, principalmente quando se trata de indenização. Heric Jaime 19/08 Princípios Fundamentais do Direito Contratual Liberdade Contratual Apesar da liberdade contratual, os contratos também obedecem normas morais. Contudo, estes valores estão sempre em transição. Na norma moral, a uma reprovação no meio social nadamais do que isso. Na norma jurídica tem uma sanção. O principio moral norteia o legislador na criação das normas jurídicas. Dignidade da pessoa humana inciso III artigo 01 da CF - na pratica para o contrato o principio da dignidade humana, também disposto no artigo 22 do CDC em que as necessidades essenciais não podem ser retiradas (por exemplo: corta a luz). Atinge a necessidade básica do homem e tira sua dignidade. Tem uma lei ordinária que permite a Copal notificar o devedor e caso este não pague ela pode corta a luz, por ser uma lei nova revoga o artigo 22 do CDC. Rege também a clausula geral, que mesmo que não esteja escrito esta acima da norma protegendo a dignidade e demais princípios. Atinge a dignidade quando começa a causar desigualdade entre as partes, atinge e necessidade das partes. Fatos externos que atingem ao meu contrato que não são previsto esta sendo analisados atualmente pois geram um desequilibro, temos que atender a CF em princípios sociais. Principio da Autonomia da Vontade As pessoas são livres para contratar, se quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem. Liberdade - possibilidade de escolha, isto è uma ideia de liberdade que se encaixa em contratos porem com limites, tenho limites para contratar, por exemplo não posso contratar se o objeto não for licito, se a parte não tem capacidade. Eu tenho o limite da norma jurídica: Artigo 421 - a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contratante. Também limitado com todo ordenamento jurídico, como valores ambientais e etc. 25/08 PRINCIPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM PUBLICA Um limite da liberdade de contratar que è a ordem publica, onde o interesse coletivo tem uma superioridade em ralação ao direito individual. Ou seja, o principio da autonomia da vontade não è absoluto. Em razão da crescente industrialização, a ampla liberdade de contratar provoca DESEQUILÍBRIOS e a EXPLORAÇÃO DO ECONOMICAMENTE MAIS FRACO. Desta forma, necessita da intervenção do estado. Por exemplo: contrato de banco que è feito para uma massa de pessoas, è uma produção em massa de contratos que não são modificados. Em alguns contratos o Estado passou a intervir, como nos contratos de adesão. A ordem publica passo a proteger o mais fraco, como na Lei do Inquilinato, lei de usura (mutuo / empréstimo / agiota) Lei de economia popular (Ex: venda casada, foi revogada pois nesta lei estava como crime, mas continua sendo considerada abusiva e proibida pelo CDC), CDC, entre outros meios. `E configurado um DIRIGISMO CONTRATUAL. PRINCIPIO DO CONSENSUALISMO O próprio contrato è um consenso, è um acordo de vontades, o contrato vai estar aperfeiçoado a partir do momento de acordo da vontade das partes. Tem fases distintas: celebração - manifestação da vontade, se escrito momento de assinatura, neste momento esta aperfeiçoado. Execução - objeto do contrato è cumprido. Exceção - contrato sobre REAL = tem alguns contratos que não basta o consenso, necessário a entrega da coisa, pois ainda não vai estar aperfeiçoado. Precisa do consenso e efetiva entrega da coisa. Mutuo, comodato e deposito. Disposto no artigo 482 do CC - ja se torna obrigatória. PRINCIPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO. O contrato gera efeitos para as partes do contrato, esse principio modernamente não è mais absoluto. Podem gerar efeitos a terceiros (como exemplo o pedágio). Mas este principio ainda è regra. PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DOS CONTRATOS 'E a pacta sun servana, ela atualmente não existe mais, a principio tenho que cumprir, contudo, atualmente pode ser flexibilizada, existe a obrigatória do contrato salvo, aquilo que causar desequilíbrio econômico, que contraria a boa-fé objetiva, que causar uma vantagem exagerada a uma das partes, etc. 01/09 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 1- Quanto aos efeitos - Unilateral, bilateral ou plurilateral. Gratuitos ou onerosos Comutativo ou aleatório Quanto ao numero ou quantidade de obrigações podendo ser uma - unilateral , duas - bilateral, ou três ou mais plurilateral. Na doação temos dois tipos: Simples: doador transfere sem exigir nada em troca. Com encargo - exceção: doador impõe algo a ser cumprido pelo donatário. Se o doador não cumprir o encargo ocorre a revogação. Se ele não quiser cumprir ele revoga sua vontade. Ônus - o donatário não pode mais revogar. Se eu so tenho uma obrigação (encargo não è exigido) então trata-se de um contrato unilateral, outra parte da doutrina entende que seria um contrato bilateral. Plurilateral: consorcio, contrato social de empresas (integralização do capital). O contrato bilateral em regra è oneroso, uma obrigação causa a outra, ou seja a uma casualidade nas obrigações, também chamado de contrato sinalagmatico. GRATUITO E ONEROSO Trata de um critério econômico. Gratuito - mostra um desequilíbrio CONTRATO GRATUITO = chamado de negocio jurídico benéfico, interpretam-se restritivamente. Isto quer dizer, o sujeito doou uma casa o donatária reclama que a casa não esta pitada, ela è restritiva porque a doação è da casa. 1- Hermenêutica restritiva -> artigo 114 e também em um segundo momento o artigo 112, o 112 diz que alem de restritiva eu tenho que interpretar busca a intenção no sentido literal da linguagem. 2- Irresponsabilidade de evicção e vícios redibitorios -> CONTRATOS GRATUITOS o doador nao tem responsabilidade sobre a evicção e vícios redibitorios. 3- Da fraude contra credores - eu tenho um patrimônio e estou devendo, e me desfaço deste patrimônio. Podendo vender = oneroso, gratuito = doação, os credores vão executar e desfazem a doação. Se for oneroso e a pessoa que comprou for terceiro de boa - Fe = ela permanece com o contrato oneroso, os credores podem buscar isso através da ação pauliana. 02/09 Contratos sinalagmaticos - efeitos Sao os contratos bilaterais. 1- exceptio noh adimplex contractus = exceção do contrato não cumprido. Imagine que A não entrega o bem para B e A também não paga a B. A ajuiza uma ação postulando que B cumpria sua obrigação. Em sua defesa B vai alegar a exeptio noh adimplex contractus - artigo 476 do CC - bilaterais e sinalagmaticos. 2- Clausula resultaria tácita - por fim ao contrato , que prevê a resolução do contrato de forma tácita, ou seja,dou a entender sem qualquer duvida aquilo que eu quero. Pode entrar com a ação ou pedir a resolução do contrato. 3- Equivalência econômica - os bens que são trocados, eles tem que ser equivalentes. Estamos falando de contratos sinalagmaticos onerosos. COMUTATIVOS OU ALEATÓRIOS Comutativo - são os contratos em que as partes podem antever tudo o que vai acontecer no contrato, essa è a ideia da segurança jurídica. Aleatórios - (Ale = risco, sorte, azar do grego) eu contrato e não tenho certeza do que vai acontecer, eles podem ser naturalmente aleatórios ou acidentalmente aleatórios. Naturalmente -> sua essência ja è de sorte e azar, por exemplo loteria. Acidentalmente -> porque normalmente seria comutativo, contudo, por certa circunstancia è aleatório, por exemplo, compra e venda de coisa futura, por exemplo o objeto do contrato não existe: safra. O CC me permite dois riscos: Existência: compro a safra e ao final deu uma geada e matou tudo, o risco era ou existe ou não existe, perdi dinheiro. Quantidade: qualquer quantidade, vou receber quantas sacas der independente do valor. Se não houver nenhuma saca ocorre a devolução do dinheiro. Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. Por exemplo: assumi o risco de não ter geada - responde integralmente, também chamado empetio spei - esperança de que os fatos venha a existir.Em relação a quantidade: Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. Ex: faço um contrato de que tudo que for pescado será meu, pagando 10 mil reais. Se houver 30 mil em peixe ganhei dinheiro, se houver 5 mil em peixe perdi dinheiro. Se houver nenhum desfaz o negocio. Se houver pouco peixe e eu descobri que houve dolo do pescador eu consigo anular o contrato, aqui adentra o principio da boa-fé objetiva, e acabo entrando com pedido de dano moral. Compra e venda de coisa exposta a risco -> embora a coisa ja exista ela foi exposta a risco ela passa a ser aleatória. Ex: tenho uma loja de cristais em Curitiba e tem uma loja em RS, compro algumas coisas mas acho que esta tudo muito caro para entrega, então eu assumo o risco de receber através de transporte rodoviário, então a fabrica tem direito de receber o valor. Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa. Seguro - è um contrato comutativo as duas partes sabem o que vai acontecer, se eventualmente acontecer alguma coisa você sabe como vai proceder. Contudo, se não existir o risco você não recebe o dinheiro novamente. 09/09 Teoria da imprevisão - futuro e imprevisível, por essa teoria posso revezar esse contrato, somente não cabe aos contratos aleatórios, pois nestes eu assumi o risco. Agora se for referente AO VALOR A SER PAGO, posso alegar a teoria da imprevisão. Contratos Paritarios "par e par" - as partes entram em contato, verificar as clausulas do contrato. Adesão - uma das partes simplesmente adere, por exemplo, contrato de banco, empréstimo e etc; somos presos ao contrato. Artigo 423 do CC, porem não conceitua o contrato de adesão, através do dialogo das fontes utilizamos do artigo 54 do CDC. SEÇÃO III Dos Contratos de Adesão Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 1º - A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato. § 2º - Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2º do artigo anterior. § 3º - Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. § 4º - As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. § 5º - Vetado Celebrar difere de executar o contrato (cumprir). 15/09 QUANTO AOS AGENTES Personalíssimos (intuit persona) = em razão da finalidade de contratação daquela determinada pessoa e somente esta pessoa pode prestar a obrigação. Sao INTRANSFERÍVEIS, não podem ser objeto de cessão. Impessoais = podem prestar a obrigação o próprio obrigado ou um terceiro sem problema nenhum, sem descaracterização do contrato. Ex: A vendeu um carro para B (CELEBRAÇÃO - assinatura). B pagou para A, A entregou o carro (FASE DE EXECUÇÃO / CUMPRIMENTO DO CONTRATO). Vamos imaginar que C entregou o carro. Houve frustração do contrato? Não, è indiferente quem entrega o carro. Caso o contrato seja frustado - è considerado nula a obrigação (contrato personalíssimo). Falecimento do agente intuito persona - o contrato è extinto. Erro de pessoa - contrato determinada pessoa achando que era outra, è um contrato anulável. Exemplo: Na década de 80, o Coritiba após um jogo contra a seleção Boliviana, foi contratar o goleiro, contudo, contratou o irmão do goleiro. Se houver má-fé do contrato: cabe perdas e danos. Individuais = são contratos que tem por objeto o interesse do indivíduo, o interesse do contratante è individualizado independente de quantas pessoas estão naquele polo. Ex: CCT engloba os interesses de toda uma categoria, interesses coletivos (entre sindicatos). >Ja em um contrato com quatros vendedores (A,B,C,D) e dois compradores (X,X) se tem interesses individuais concretizados. >Entre a empresa e sindicato: Volvo e sindicato dos metalúrgicos - fazem um contrato coletivo, contudo, chamado de ACT - Acordo coletivo de trabalho, engloba a quantidade de empregados da Volvo. Coletivos EXECUÇÃO DO CONTRATO Execução imediata ou instantânea - celebramos o contrato, se tem o aceite (acordo) e em seguida a entrega do objeto, REALIZADA DE UMA UNICA VEZ, pagamento em uma única vez. Diferida ou retardada - também cumpro a obrigação numa única vez, a diferença è que não será imediatamente após a celebração do contrato, tem um lapso temporal. Trato sucessivo - Ex: Edson tem uma empresa e quer me contratar como advogada, como tem uma demanda grande, ele não quer um contrato por ato e sim por tempo indeterminado. Mensalmente ele me paga honorários. Ocorre sucessivamente. Importante: o que esta para trás do contrato não retroage "ex nunc". > analise por mês. Acontecimento imprevisível e extraordinário, como mudança política - os efeitos da sentença que a decretar retroagirao a data da citação - contratos de execução continuada ou diferida. 16/09 Quanto a Forma - diz respeito a forma como ele è constituído e consequentemente a sua valida. -Solene (formal): è aquele contrato formal, exige uma forma para que ele tenha validade (campo da existência, validade e eficácia. Para isso analisamos o artigo 104 do CC inciso III. Solenetatun - requisito essencial para validade contratual, exemplo artigo 108. Probatoriun - sendo não solene, eu preciso de uma prova material para provar a existência do contrato, não admitindo a prova exclusivamente testemunhal em valor superior a dez salários mínimos para provar a existência contratual. -Não solene: não exige nenhuma forma, esta è a regra geral que encontramos no artigo 107 CC: Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Expressamente exigido: ARTIGO 108 CC: Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Artigo 109 do CC- tenho um pre contrato, prevê a forma publica que dará validade ao contrato definitivo. O pre- contrato è necessário e conveniente para preservar alguns direitos, podendo ser um compromisso de compra e venda. -Consensual = consenso, momento da celebração em que basta a vontade das partes para ele estar aperfeiçoado (pronto) ja posso exigir a execução. -Real (coisa): ENTREGA EFETIVA DA COISA: exemplo de mutuo (empréstimo) e mutuo feneratissimo (mutuo com juros) - para ele se aperfeiçoar não basta a manifestação de vontade e sim, primeiro a entrega da coisa. O deposito em conta è o aperfeiçoamento do contrato. Situações: mutuo, comodato (cessão do uso de forma gratuita) e deposito. Comodato -> tenho que ter a entrega efetiva do imóvel. Deposito-> não entrego a coisa para deposito. Quanto ao modo porque existem: -Principal: Vem primeiro -> locação: tenho o locador e locatário = existe por si so, não depende de outro contrato para existir. -Acessório -> depende do primeiro mas não tem o mesmo objeto, è garantidor, exemplo: fiador. Caso o fiador falece - pode cobrar do espolio ate o momento em que ele estava vivo. Podem haver clausulas no contrato que estabeleçam que se o contratante nao acha outro fiador em determinado prazo ocorrera a extincao do contrato principal. > A regra è que extingui com o fiador. -Derivado -> depende do primeiro, contudo o objeto do derivado è o mesmo do contrato principal, exemplo: sublocatário. 22/09 Classificação Quanto ao objeto -Preliminares (provisórios, pre-contrato). = Pactum de contrahendo Pre-contrato - tem por objetivo a celebração do contrato definitivo. -Definitivos Objeto: efetivação do contrato definitivo ->> Preliminares Tratativas preliminares e negociação *: nos não temos contratos ainda, não temos obrigações as partes estão conversando para ver se chegam a uma celebração de contrato. "Amarra" ambas as partes para futuramente celebrar um contrato definitivo (è preparatório) ex: Eu estou vendendo um imóvel para o professor ele me da um sinal de negocio e fazemos um pre contrato. -promessa - a principio è possível a desistência da venda, contudo, variando para cada caso, por exemplo: arras devolve em dobro. -compromisso - se houver clausula de irrevogabilipdade e irretratabilidade dizendo que vou celebrar o contrato de compra e venda, não posso mais voltar atras no contrato, se uma das partes voltar a trás eu consigo fazer que esta cumpra, por isso COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA. Não volta ao statu quo ante. Ex: jurisprudência - n caso de entrega de docs. doo habite-se pode - se aplicar multa diária. Ex 02 - lembrar da imissão de posse por ser irretratável e irrevogável transfere os direitos inerentes ao domínio. -contrato definitivo - objeto = o objeto varia de contrato para contrato, exemplo: locador e locatário. No contrato definitivo, normalmente você tem mais de um objeto e no preliminar apenas um. -opção: contrato preliminar porem gera uma obrigação somente uma das partes fica obrigada a celebra posteriormente, trata de um contrato de opção a outra parte fica a mercê da minha vontade, direito potestativo. 2) Quanto a designação -nominados e inominados nominado = quando tem um nome previamente previsto no ordenamento jurídico (ao todo no CC são 23). TODO NOMINADO `E TIPICO, CONTUDO POSSO TER UM CONTRATO NOMINADO E ATÍPICO, por ter regulamentações espaças criadas pelas partes. inominados = pelas características desse contrato não encaixa nos previstos no CC ou legislação (a partir do art. 469). -típicos e atípicos artigo 425 CC típicos = regulamentado pelas disposições no CC ou legislação. Atípicos = não tem regulamentação -mistos e coligados Misto - eu utilizo um contrato nominado atípico ou típico inominado para compor um novo contrato, criando normas não previstas na lei. Porem, eu não posso expressamente contraria a regra geral na norma, expressamente prevista. Coligados - são contratos distintos que possuem clausulas que se entrelaçam. Ex: uma empresa de petróleo e celebro um contrato com um posto, mas também faço o arrendamento da bomba, são contratos coligados. Se romper um não faz sentido eu continuar com o outro. 22/09 02 BIMESTRE FORMAÇÃO DOS CONTRATOS FASE PRE CONTRATUAL . CONTRATO -subjetiva -no intimo esta decidido, por isso è a parte mais importante Ex: Propaganda HOPE com a Gisele, bombril - mesmo não utilizando o produto posso me sentir ofendida (o) e através do CDC posso ate requere indenização. Manifestação da vontade - primeiro e mais importante requisito de existência do negocio jurídico. Fase subjetiva - Maria Helena Diniz O silencio também è previsto no CC por exemplo: 437 e 539. 539 - o doador pode fixar prazo ao donatária para declara aceitei ou não, não ocorrendo manifestação entende-se por aceitação. PROPOSTA / POLICITACAO / OFERTA Declaração recepticia de vontades, foi acolhida pelo CC a teoria da recepção, a partir do momento do aceite a outra parte è obrigada a cumprir com a proposta, torna-se um direito potestativo. Se eu não quiser cumprir com a minha proposta, respondo por perdas e danos dependendo do contrato arras e sinal. -ver artigo 434 CC. Requisitos: seria, completa, clara, dirigida a pessoa a quem se destina (para gerar efeito vinculante), inequívoca, tácita. Eu tenho que definir o momento exato que foi celebrado o contrato, verificar a capacidade das partes em contratar, determinação das normas jurídicas (conforme a norma vigente) e definir a responsabilidade. CONTRATO ENTRE PRESENTES E AUSENTES Não se considera a pessoa física, tem haver com a resposta a proposta. Imediata - presente = proposta obrigatória Posterior - ausente = posso responder se com prazo: ate o prazo estabelecido. Sem prazo: de acordo com a razoabilidade. - não sendo obrigatória a proposta. O professor entende que por Skype pode ser entre presentes - è imediato, ja os e-mails são ausentes. Ver artigo 428. Artigo 434 - teoria da expedição e inciso segundo e terceiro - teoria da recepção . Expedição: quando foge do meu controle, ex: enviar o e-mail. Recepção: mando uma proposta errada, e logo em seguida me retrato e a pessoa tem esse conhecimento, ou ligo pedindo para desconsiderar. Depende da situação, se causar prejuízos posso responder por perdas e danos. Com prazo: se eu receber o aceite fora do prazo eu não sou obrigado a cumprir com a proposta, mas tenho que imediatamente informar a pessoa do ocorrido. Se eu não fizer isso, a outra parte pode ajuizar uma ação de perdas e danos. Formulação - a partir da formulação ja fica obrigado = não é utilizada. Ler- artigo 435!
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