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RESUMO N2 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA É sem dúvida a década de 1970, com a institucionalização do novo movimento de mulheres, que inaugura e enquadra os enfoques desse novo problema social: a superação da educação diferenciada de homens e mulheres na escola e da veiculação de estereótipos sexuais no currículo escolar e nos LD. Só nos anos 1970 que a educação específica (ou diferenciada) para cada sexo foi problematizada pelo feminismo, denunciando-se os logros da coeducação escolar que, apesar de sua extensão, não cumpria o ideal de uma educação igualitária para homens e mulheres. Conceituando deficiência - CIDID como referencial básico na conceituação da deficiência. Até a década de 70, a CID-8, considerava apenas as manifestações agudas, segundo o modelo médico: Etiologia patologia manifestação Esse modelo mostrou-se limitado para descrever as consequências das doenças, pois excluía as perturbações crônicas, evolutivas e irreversíveis. Surge a = Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens: um manual de classificação das consequências das doenças (CIDID) 1989. Em muitos países a ICIDH tem sido utilizada na determinação da prevalência das incapacidades, aplicada à área de seguro social, saúde ocupacional, concessões de benefícios e, em nível comunitário, em cuidados pessoais de saúde ou como forma de avaliar pacientes em reabilitação. CONCEITUAÇÃO A ICIDH propõe uma classificação da conceituação de deficiência que pode ser aplicada a vários aspectos da saúde e da doença, sendo um referencial unificado para a área. Estabelece, com objetividade, abrangência e hierarquia de intensidades, uma escala de deficiências com níveis de dependência, limitação e seus respectivos códigos. Deficiência: PERDA ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a exteriorização de um estado patológico, refletindo um distúrbio orgânico, uma perturbação no órgão. Incapacidade (Função): RESTRIÇÃO, resultante de uma deficiência, da habilidade para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser humano. Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação da deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa, nas atividades e comportamentos essenciais à vida diária. Desvantagem (Perda Social): PREJUÍZO para o indivíduo, resultante de uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais. Caracteriza-se por uma discordância entre a capacidade individual de realização e as expectativas do indivíduo ou do seu grupo social. Representa a socialização da deficiência e relaciona-se às dificuldades nas habilidades de sobrevivência. Benefícios CIDID = a utilização da ICIDH poderia trazer benefícios científicos e práticos, incluindo formas de avaliar a qualidade de vida das pessoas, favorecendo a maior aceitação do seu registro como deficiente e uma melhor provisão de serviços. Ampliação dos conceitos Conceito de deficiência seria subdividido em simples e complexo (sem e com a influência de fatores cognitivos). O conceito de incapacidade poderia ser avaliado por meio das respostas diretas do próprio indivíduo sobre suas dificuldades. O conceito de desvantagem seria definido por seis dimensões: orientação, independência física, mobilidade, ocupação, integração social e autossuficiência econômica. Concluíram, com uma proposta de ampliação do conceito de desvantagem relacionada à perda da qualidade de vida, que há aumento do estresse e da ansiedade, redução da satisfação e da qualidade da interação social e autoimagem negativa. Chamie identificou três grupos de dificuldades no uso da CIDID: a) isolar e diferenciar os conceitos de deficiência, incapacidade e desvantagem nas descrições dos comportamentos; b) treinar pessoal para utilizar de forma padronizada essa classificação; c) aplicar a classificação para as diversas teorias e modelos de deficiência. Outra crítica refere-se à simplificação da CIDID quanto à gravidade e ao alcance das consequências das doenças, tendo em vista que estas apresentam ampla gama de situações que não estão contempladas. Algumas dessas consequências são tão relevantes que merecem ser consideradas como condições de pré-deficiência quando uma pessoa, mesmo não apresentando dano em órgão ou função, possui uma condição orgânica que lhe traz desvantagens significativas, causadas por doenças ou síndromes que apresentam uma evolução progressiva conhecida. A distinção entre limitação funcional e incapacidade tem sido outro problema. A limitação funcional descreve a alteração em uma função sem se importar com o seu propósito e intenção. A incapacidade envolve as diferenças culturais em sua determinação, ou seja, uma dada limitação funcional pode ser considerada ou não uma incapacidade dependendo do contexto cultural. O princípio do Projeto S.O.S. Inclusão O ensino colaborativo ou coensino é um modelo de prestação de serviço de educação especial no qual um educador comum e um educador especial dividem a responsabilidade de planejar, instruir e avaliar a instrução de um grupo heterogêneo de estudantes. A consultoria para o professor é um processo de resolução de problema que toma parte num período de tempo e segue determinados estágios. Durante este processo, o consultor assiste o professor de sala de aula para maximizar o desenvolvimento educacional dos estudantes. - O Ensino Colaborativo consiste no trabalho de parceria entre educadores da escola comum e professores especialistas, é um trabalho em rede, pois é grupo de profissionais que trabalha para atender a escola ou o aluno em uma ação conjunta. - A Consultoria Colaborativa diz respeito ao trabalho de suporte de profissionais à escola, ou seja, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, prestam seus serviços de orientação para melhorar as condições de ensino na escola, estas parcerias são de suma importância para que o aluno, a comunidade escolar e a família sintam-se seguros. X - O Ensino Colaborativo é uma situação em que duas professoras trabalham em colaboração, a professora de ensino regular, responsável pela sala de aula e a professora especialista que juntas buscam aperfeiçoar estratégias que já eram utilizadas pela professora regular, criação de novos manejos no planejamento de atividades e melhoria na acessibilidade. Os objetivos específicos do projeto foram: Relacionados a programas de extensão da Universidade: Favorecer o desenvolvimento de escolas inclusivas e creches no município de forma a garantir a médio e longo prazo a ampliação do acesso a melhores oportunidades educacionais para alunos com necessidades educacionais especiais; Promover melhoria na qualidade do ensino oferecido pela rede pública municipal de alunos com necessidades educacionais especiais e respectivas famílias com serviços de apoio. Relacionadas ao ensino: Oferecer aos estudantes de graduação (Educação Física, Fisioterapia, Educação, Psicologia, Terapia Ocupacional) a experiência prática em equipes interdisciplinares; Ampliar oportunidades a alunos desses cursos de graduação a experimentar habilidades de reflexão sobre a prática e relacionar teoria e prática em situações reais detrabalho; Oferecer aos alunos desses cursos oportunidade de formação teórico-prática em locais emergentes de trabalho na sociedade, que seria a equipe multidisciplinar, com a função de consultoria e de colaboração para apoio à inclusão escolar. Retornando à patologia para justificar a não aprendizagem escolar A partir dos anos 1980 tinha início, na trajetória da Psicologia e da Psicologia Escolar, um conjunto de questionamentos a respeito: a) do papel social da Psicologia enquanto Ciência e Profissão e da Psicologia Escolar, enquanto campo de atuação do psicólogo; b) dos pressupostos que norteavam a construção do conhecimento no campo da Psicologia e da Psicologia Escolar, bem como suas finalidades em relação à escola e àqueles que dela participam. A Constituição de 1988, denominada “Constituição Cidadã” abre caminhos para a institucionalização dos espaços democráticos, na recuperação de direitos civis e sociais, centrada em dois princípios básicos: A descentralização do poder do Estado. A participação social ampla nas decisões políticas. A ela seguem-se o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a Declaração de Educação para Todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), A partir da redemocratização do Estado, da descentralização do poder para os Municípios e Estados, que a educação passa a ter autonomia para planejar, implementar e gerir suas políticas educacionais. A partir das discussões e críticas presentes no campo da Psicologia na sua relação com a educação escolar, a Psicologia Escolar e Educacional inauguraram uma década de pesquisas que se voltaram para o novo objeto de estudo da psicologia: o fracasso escolar. O tema do fracasso escolar passa a centralizar questões que envolvem os estudos sobre a escola, tanto no campo da Psicologia, quanto no campo da Educação. Temas, tais como: vida diária escolar, práticas educacionais, relações institucionais na escola, processos de estigmatização escolares. A análise do fracasso escolar tem como um de seus principais argumentos, o fato de que os problemas de aprendizagem incidem maciçamente sobre as crianças das classes populares e é sobre elas que durante décadas recaem as explicações a respeito dos chamados problemas de aprendizagem: ou porque apresentam problemas psicológicos, ou biológicos, ou orgânicos ou mais recentemente, socioculturais; bem como analisando o caráter ideológico e repleto de equívocos presentes nessas explicações, resultado de concepções preconceituosas a respeito do pobre e da pobreza no Brasil. SISTEMA DE PROTEÇÃO ESPECIAL 22 programas de orçamento batizado de Rede de Proteção Social. Estes programas são: Na área da educação: Livro Didático; Saúde do Estudante; Merenda Escolar; Gestão Eficiente; Complemento ao FUNDEF; FUNDESCOLA. Na área do trabalho: Manutenção do Seguro-Desemprego; Abono Salarial; Qualificação Profissional. Na área da saúde: Combate às Carências Nutricionais; Farmácia Básica do SUS; Programa Nacional de Imunização; Piso Assistencial Básico do SUS; Saúde da Família; Atenção Integral à Saúde da Mulher. Na área da assistência social: Apoio à Criança Carente; Apoio ao Cidadão, à Família e ao Deficiente; Apoio à Pessoa Idosa; Benefício ao Idoso e à Pessoa Portadora de Deficiência (LOAS); Apoio ao Combate ao Trabalho Infantil; Apoio Integral à Criança e ao Adolescente no Enfrentamento à Pobreza; Participação da União em Programas de Garantia da Renda Mínima. São programas sociais com objetivo de atender a demandas sociais, diminuir tensões e “humanizar” as relações de trabalho passando a se constituir em políticas permanentes de controle social que impedissem a desintegração dos cidadãos. Nos últimos 30 anos essas políticas constituíram-se em uma Rede de Proteção Social que tinha por objetivo assegurar a integração do indivíduo ao mercado (como força de trabalho e como consumidor). Essa rede é composta de programas de garantia de renda mínima, salário-desemprego, auxílios sociais monetários e não monetários diversos (creche, escola, moradia), pois seu objetivo era manter os cidadãos participando da vida social, evitando sua exclusão e a formação de amplos contingentes de população empobrecida. REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL Implica a referência a uma análise funcionalista europeia que vê a sociedade como uma unidade harmônica na qual o objetivo do Estado é preservar sua estabilidade por meio da acomodação dos interesses dos diferentes grupos sociais e da garantia de proteções ao cidadão para evitar sua exclusão social. Políticas sociais ou programas sociais objetivando assegurar a integração do indivíduo ao mercado. Essa rede é composta de diversos programas visando manter os cidadãos participando da vida social. Essa rede assegura direitos por meio de políticas sociais. Ao nos referirmos a uma Rede de Proteção Social ou, mais especificamente, a uma Rede de Proteção Especial, queremos identificar um conjunto de políticas sociais estruturadas, capazes de resgatar o cidadão de sua exclusão social e incluí-lo numa participação crítica e ativa na sociedade. - A Rede de Apoio propõe “a interface entre as áreas da saúde e educação, que tenham como propósito a união de esforços e recursos relacionados à inclusão escolar”. Entre as funções da Rede de Apoio estão: auxiliar as escolas e a comunidade escolar; às unidades de reabilitação e saúde; trabalhar com a formação de profissionais que possam apoiar a educação inclusiva; ajudar a comunidade na identificação e na utilização de recursos, inclusive informando-a sobre a legislação vigente para que os alunos tenham atenção integral. CONSELHOS TUTELARES - Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente. - O papel do Conselho Tutelar é assegurar de forma imediata os direitos infanto-juvenis, podendo inclusive requisitar serviços e aplicar medidas protetivas. - Seu papel caracteriza-se por contribuir com as crianças e os adolescentes em situação de vulnerabilidade para promover sua inclusão social e não a aplicação de castigos ou punições. SERVIÇOS DE PROTEÇÃO TRANSITÓRIOS Abrigo É um típico serviço de proteção transitório e destina-se àquelas crianças e adolescentes que estão impedidos da convivência familiar por ausência ou impedimento dos pais. Não existe abrigo permanente. Existem situações de adolescentes e até crianças com mais idade ou portadores de deficiência que têm maior dificuldade de serem recebidos em adoção. Nesse caso, deve-se acionar a comunidade (Conselho Tutelar, escola, igrejas, Conselhos de Direitos, associações comunitárias e ONG) para a criação de alternativas à institucionalização total. Algumas experiências de “repúblicas” de adolescentes, “casas-lar”, “núcleos de convivência” são soluções que, por meio da composição de pequenos grupos, geralmente próximos a uma família média brasileira, preservam crianças e adolescentes num contexto comunitário e tentam diminuir o impacto da impossibilidade de convivência familiar. Casa aberta São unidades de atendimento, em geral, a meninos e meninas de rua. Constitui-se também em um programa transitório destinado a propiciar um processo de autoconhecimento e de reorganização de sua vida. A casa aberta é um programa com a flexibilidade suficiente para permitir a meninos e meninas a reconstrução de um projeto mínimo de vida e um reaprendizado da cidadaniaque implica o conhecimento e o reconhecimento dos seus direitos, aos quais correspondem sempre deveres e responsabilidades. Escola aberta A transposição de uma criança que vive nas ruas para dentro de uma sala de aula representa uma transição entre universos extremamente diferenciados. Para atenuar essa distância as escolas abertas se propõem a ser um momento intermediário de estímulo à criança ou ao adolescente para voltar à escola e, ao mesmo tempo, é um laboratório de criatividade para gerar novas metodologias que contaminem a escola formal para que se torne mais atrativa e interessante, especialmente para aquelas crianças e adolescentes que estão fora dela. Educação social Em alguns lugares também chamados de “plantão social”, são programas destinados a dar apoio aos Conselhos Tutelares em situações emergenciais as mais diversas. Atuam nos casos em que é preciso providenciar cesta básica de alimentos; assegurar passagem de ônibus para migrantes; promover atendimento imediato de apoio sócio-familiar ou a aproximação do núcleo familiar com o estabelecimento de contatos periódicos em reuniões e visitas domiciliares. Em grandes centros urbanos existem programas de Educação Social de Rua, nos quais educadores atuam sistematicamente com a população de rua desenvolvendo um processo pedagógico de produção de vínculos de confiança para o encaminhamento aos serviços e programas existentes na comunidade. SERVIÇOS DE PROTEÇÃO PERMANENTES Escola A escola é um aliado fundamental na produção de uma cultura de respeito aos direitos e na vigilância para prevenir sua violação. A escola precisa estar preparada para receber, a qualquer tempo, crianças com interesse no ingresso ou regresso escolar, desenvolvendo para isso estratégias de acomodação que assegurem a continuidade de dinâmicas e ritmos de aprendizagem dos alunos que já estão estudando e permitam a inserção do novo aluno com serenidade e compreensão para suas dificuldades iniciais. Com a capacitação dos profissionais de educação em tecnologias de aceleração do ensino e no desenvolvimento de dinâmicas socio-interacionistas e construtivistas, pode-se gerar capacidade pedagógica de dar múltiplas respostas a situações diversificadas das crianças e adolescentes em situação de risco. Apoio sócio-familiar No conjunto conceitual descrito na Lei Orgânica de Assistência Social, a família é a base sobre a qual uma política de assistência social cidadã se assenta. Identificamos aqui o apoio sócio-familiar com um programa de proteção permanente, pois deve estruturar-se como uma ação sistemática, organizada e continuada. Compõe-se esse programa de atividades específicas destinadas à família, que têm como objetivo apoiar a estrutura econômica familiar e dar suporte psicossocial para ajudá-la a administrar conflitos, crises e tensões. Os Programas de Renda Mínima, Bolsa Escola, Vale Cidadania e outras formas de garantia e melhoria da renda familiar são importantes para o enfrentamento de diferentes tipos de exclusão: trabalho infantil, exploração sexual comercial, mendicância e outras formas de violação de direitos realizadas enquanto estratégias de sobrevivência. Terapia familiar, grupos de autoajuda e aconselhamento, núcleos comunitários de apoio sócio- familiar. Ações complementares à escola Esses programas destinam-se a colaborar com o processo educativo, em sentido amplo, no período em que as crianças não estão na escola, desenvolvendo atividades de arte, música, cultura, esportes, cidadania, sondagem vocacional e demais modalidades de desenvolvimento e socialização. Centros de saúde A política de saúde torna-se mais presente no controle, na prevenção e no tratamento das situações de vulnerabilidade das crianças e adolescentes. Os centros de saúde, ou postos de saúde, desempenham um papel importante ao incorporar em suas rotinas uma atitude de vigilância em relação aos direitos da criança e do adolescente. Uma boa capacitação dos profissionais de saúde para a prevenção da violação de direitos tem efeito importante na proteção social de crianças e adolescentes. Para a Rede de Proteção Especial são essenciais, no âmbito das políticas de saúde, os programas de atendimento aos drogados, usuários de substâncias psicoativas, alcoólatras e pessoas com distúrbios psíquicos. A ATUAÇÃO EM REDE Na comunidade, a articulação em rede implica o conhecimento dos atores sociais existentes, suas propostas, atribuições e responsabilidades. Numa dimensão mais ampla, é importante que as políticas municipais também sejam estruturadas em redes de serviços, facilitando a integração das diferentes áreas das políticas públicas. Trabalhar em rede implica submeter, sem perder sua autonomia e identidade, a um coletivo mais amplo, sua proposta político-pedagógica, para dar maior alcance à sua atividade e assegurar o princípio da indivisibilidade do direito. ESCOLA E A PROTEÇÃO DOS DIREITOS INFANTO-JUVENIS Mobilizando a comunidade educativa (pais, professores, alunos, comunidade), a escola também pode colaborar para a identificação de necessidades específicas e propor aos gestores públicos a criação dos serviços correspondentes. Todo esse processo demanda a construção de um projeto pedagógico de escola cidadã inserida na sua comunidade como uma força viva capaz de produzir direitos e prevenir violações. No cotidiano das atividades escolares devem ser estabelecidos procedimentos ágeis e sistemáticos de comunicação aos Conselhos Tutelares das violações de direitos ocorridas. Casos de violência doméstica; desnutrição; negligência familiar; abandono; maus-tratos e outras situações que extrapolam a tarefa educativa de escola devem ser comunicados ao Conselho Tutelar para as providências necessárias. APLICAÇÃO E EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS: ROTINAS E PROCEDIMENTOS Cabe ao Conselho Tutelar aplicar as medidas protetivas nas situações correspondentes, devendo para isso estruturar rotinas que lhe permitam ser ágil e eficiente. O que o Conselho Tutelar pode fazer: Ouvir a criança ou adolescente de forma reservada, assegurando-lhe privacidade e tranquilidade para expressar-se; Atender e aconselhar os pais ou responsável e, se for necessário, proceder a encaminhamento a algum dos serviços de apoio sócio-familiar, de saúde, educação ou outro; Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; Defender a criança e o adolescente representando à autoridade quando tiver sua liberdade de expressão e manifestação reprimida. O PSICÓLOGO ESCOLAR E A EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS Marcos legais: legislações nacionais construídas a partir dos princípios gestados em eventos internacionais. A saúde escolar está relacionada à qualidade de vida das pessoas, abrangendo todos os atores envolvidos com a educação: alunos, familiares, professores, diretores, funcionários e coordenadores, entre outros. Trata-se de um esforço coletivo que busca romper com as desigualdades sociais. Necessidade de elaborar uma proposta política e pedagógica que vise à transformação da cultura escolar. Evidenciou-se a necessidade promover ações voltadas para o esclarecimento das determinações ideológicas e filosóficas, das tendências educacionais e da concepção de educação/ensino. Para isso, defenderam a urgência de investimentos na formação, pois há uma lacuna nos cursos de graduação de professores no que diz respeito ao oferecimento de conhecimentos e estratégias didáticas consideradasnecessárias para trabalhar com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. - Cabe ao psicólogo escolar observar os aspectos intersubjetivos constitutivos na relação entre os agentes educacionais para favorecer a construção de uma cultura fundamentada na perspectiva da educação inclusiva. Entendemos ensino-aprendizagem como o processo que circunscreve um contexto institucional, interpretado pelos níveis da comunicação humana, tendo como principal característica a intencionalidade, em que se desenrolam estratégias necessárias para possibilitar a aprendizagem. É imprescindível que o psicólogo consiga descobrir, junto a professores, crianças e familiares, formas que favoreçam a organização e a reorganização da pessoa submetida ao processo de avaliação, e não se limitar a confirmar o que a professora do ensino comum havia lhe informado. Agora não só os deficientes, mas todos os que de alguma forma não cumpriram as formalidades do processo de ensino são colocados na condição de incapazes de aprender – todos incluídos como portadores de necessidades educacionais especiais. No entanto, tal generalização também é excludente, na medida em que se perde a pessoa de referência. O trabalho do psicólogo na escola não pode se restringir à avaliação. Ele necessita ter o domínio dos instrumentais técnicos da psicologia e conhecer seus alcances e limites, a fim de emitir pareceres que venham corroborar a quebra das cristalizações de ideias pré-concebidas a respeito dos diferentes problemas que as crianças e professores possam apresentar. Quando uma criança é conduzida para o processo de diagnóstico para que seja investigado o motivo pelo qual não consegue aprender, seria interessante indagar a quem o encaminhou – no caso o professor, ou ainda o coordenador – se colheu informações do seu aluno e/ou de sua família sobre aspectos de sua vida social, seus interesses, suas brincadeiras e suas expectativas em torno da escola. Essas informações são indispensáveis para transformar as dificuldades em desafios a serem enfrentados por todos. Em relação ao professor, é necessário que seja observado como desenvolve seu trabalho em sala de aula, como a criança se relaciona com ele e com os demais integrantes da comunidade escolar. A descrição do professor talvez não seja fiel à realidade. Nesse sentido é que o psicólogo precisa indagar quem é a criança que se apresenta como problema, e não qual é o problema da criança. A necessidade da participação do professor na equipe interdisciplinar requer que ele seja orientado para as mais variadas formas de expressão da criança, percebendo o que ela faz e como o faz em diferentes situações. Preciso resgatar junto com ela a história da criança, informações sobre o seu desenvolvimento, sobre como ocorreram os primeiros aprendizados, as atividades que faz em casa ou na rua, bem como qual é o significado da escola na vida da família e qual a reação dos pais diante dos seus êxitos e fracassos. Nessa interação o psicólogo terá a oportunidade de entrar em contato com o modo de ser dessas pessoas e seus comportamentos rumo à construção de um trabalho mais significativo para a criança, seja no ensino regular ou no especial. O trabalho do psicólogo não termina com o retorno, aos pais, de que seus filhos precisam ou não de um atendimento especial; ele precisa ser contínuo, visando à integração da família, tornando- a mais uma aliada, e não alijada do processo de escolarização dessas crianças. O psicólogo assume o papel de agente que mobiliza, desmobiliza e organiza o trabalho dentro da escola, averiguando os determinantes sociais da ação do sujeito, principalmente no caso dos alunos que apresentam dificuldades para escolarizarem-se. - A avaliação da aprendizagem do sujeito exige uma abordagem sistêmica, sendo que a unidade de estudo deve ser a atividade psicológica em toda a sua complexidade. ASPECTOS SOBRE A PRÁTICA DO PSICÓLOGO ESCOLAR/EDUCACIONAL QUE MERECERAM ATENÇÃO a) Instituições educacionais: 1. Promover diálogos entre profissionais das áreas de saúde e educação 2. Trabalhar o clima organizacional da escola 3. Orientar a equipe que trabalha com pessoas com paralisia cerebral, alertando para que sua singularidade seja respeitada; 4.Assessorar o diretor b) Professor: 1. Grupos de estudos como modalidade de formação continuada 2. Grupos focais, que são alternativas de trabalho eficazes para avançar nas discussões sobre as dificuldades no trabalho com os alunos; 3. Sugestões de estratégias de intervenção 4. Fortalecimento do processo de ensino, com construção e implementação de planejamentos, programas e outras atividades coletivas e individuais; c) Alunos 1. Promover debates entre o corpo discente, com ou sem necessidades educacionais especiais, por meio de processo de intervenção grupal; 2. Proporcionar discussões entre os alunos sobre suas apropriações a respeito da política de inclusão; PDI o ensino nas Salas de Recursos Multifuncionais não pode ser homogeneizador. Ao contrário, é necessário que se faça um diagnóstico a respeito da situação cognitiva, sensorial, comportamental, física, motora e escolar de cada aluno atendido, por meio de uma avaliação pedagógica diferencial, e, a partir desse trabalho, seja elaborado um plano de ensino individualizado que considere as suas dificuldades e valorize as suas capacidades e potencialidades. - Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), documento elaborado pelo professor do Atendimento Educacional Especializado com o apoio do coordenador pedagógico da unidade escolar. - O PDI serve para registrar os dados da avaliação do aluno e o plano de intervenção pedagógico especializado que será desenvolvido pelo professor na Sala de Recursos Multifuncional - É constituído de duas partes, sendo a primeira destinada a informes e avaliação e a segunda voltada para a proposta de intervenção. São assim denominadas: Parte I – Informações e Avaliação do Aluno e Parte II – Plano Pedagógico Especializado.
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