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Design vernacular

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Design vernacular
design
vernacular
Segundo o dicionário Houaiss (2007), vernacular é o adjetivo que qualifica algo como próprio de uma nação, região ou país, também se diz de uma linguagem sem estrangeirismos na pronúncia, vocabulário ou construções sintáticas, castiço. 
Segundo o filólogo Chester Star Jr (1942), o termo ‘vernáculo’ tem origem na expressão latina verna ou vernaculus que originalmente foi usada para designar algo nativo, um nativo da cidade de Roma ou mais especificamente, um escravo nascido em casa romana (STAR, 1942 apud FARIAS, 2011). [...] Foi associada ao design pela primeira vez por George Gilbert Scott em 1857 e desde esse momento tem se desenvolvido uma grande literatura a seu respeito. (DEAN, 1994, p.153)
Design vernacular
O design como disciplina começou a se interessar pelos artefatos feitos pelos não-designers, relativamente há pouco tempo. Em 1972 Silver propuseram o conceito “Adhocism”, que faz referência à improvisação através do uso de objeto aleatórios com o objetivo de satisfazer uma necessidade momentânea. (BRANDES; STICH; WENDER, 2009)
No Brasil, a valorização dos artefatos nativos de um lugar pelo design começou em 1958, com a
37 arquiteta italiana Lina Bo Bardi, que viveu no nordeste entre 1958 e 1964, tempo no qual pesquisou sobre cultura material nativa desta região e organizou uma exposição chamada Nordeste em 1963 no Museu de Arte Popular, no Solar do Unhão, em Salvador
Design vernacular
Segundo Naotake Fukushima (2009), o design vernacular é usado para definir dois tipos de manifestações distintas:
1)Artefatos típicos de uma região, que não têm influências estrangeiras. Como exemplo disso, podemos citar vários dos artefatos nordestinos que Lina Bo Bardi registrou ao longo do seu trabalho 
2)Práticas que se apropriam de características de elementos locais para criar um artefato novo que as reflete.
Design vernacular
Segundo outros autores, como Walker, design vernacular “refere-se à produção de artefatos por culturas tradicionais, o qual é caracterizado pela criatividade, o uso de recursos limitados disponíveis em seu ambiente e com um valor simbólico forte frequentemente embutido nos objetos, cujos valores excedem os benefícios funcionais.” 
Re-design
Uta Brandes e Michael Erlhoff (2006) definem o re-design cotidiano do projetado, ou seja, a cadeira que é usada (também) como guarda-roupa, a geladeira que se transforma num quadro de anúncios, as escadas que servem para sentar-se, frascos de geleias que guardam canetas, etc.
Design Espontâneo
prática criativa exercida por moradores de rua, pessoas carentes, que consiste em encontrar soluções aplicáveis a problemas concretos, num contexto de severa falta de recursos. 
tipo de design estritamente relacionado com a sobrevivência e que está presente e visível nas ruas.
Design intuitivo
Design Intuitivo aborda as “maneiras intuitivas em que nos adaptamos, exploramos, e reagimos a coisas em nosso ambiente; coisas que fazemos sem pensar realmente”
Design vernacular ou design por não-designers
Segundo Maria Cristina Ibarra Hernandez:design por não-designers” (DND), design vernacular são termos adotados e fazem referência às soluções materiais que não têm relação com a academia, ou seja, artefatos que são produzidos e pensados por pessoas que não têm conhecimentos formais na área de design. 
DND
Os objetos resultantes deste tipo de design fazem parte importante da paisagem cotidiana da cidade, da cultura material brasileira e falam do povo que os faz, porque as funções que cumprem estão associadas a necessidades, costumes, práticas, e crenças específicas, de pessoas específicas, que pertencem a um território específico.
DND de Rua
Na prática do DND na rua, geralmente, se usam elementos que se encontram fácil, que estão à mão, no meio. 
Esta prática está associada ao reuso de produtos industriais, muitos deles são uma soma de elementos usados. São nominados objetos de pós-uso, transformação ou reconfiguração de outros objetos industriais pré-existentes.
DND de Rua
autor do DND pode ser o próprio usuário ou um produtor. 
1.Próprio usuário: relação objeto/usuário se faz mais próxima. Pode colocar características próprias ao produto do seu trabalho;
2. feito por um produtor, um terceiro: artefato é comprado de uma pessoa que tem como ofício a produção deste tipo de objeto, de alguém que não precisa mais dele e o coloca à venda ou de uma pessoa que o faz para que simplesmente outra pessoa o utilize sem intenção de lucro.
DND de Rua
Deslocamento: 
a)Fixo: barracas expositoras, bandejas fixas, expositores de chão
b)móvel: “confeccionados para uso em movimento, com o objetivo de oferecer serviços e produtos aos clientes/consumidores”, como por exemplo, as carroças do catadores, o carrinho de café, de amolar facas, a lata para vender amendoim, etc.
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Barracas expositoras
Forma de produção
com as mãos (produção artesanal), 
com a ajuda de instrumentos e máquinas que facilitam sua realização (produção semi-industrial) e permitem a manipulação e a transformação dos materiais.
alguns artefatos resultantes do DND são feitos juntando várias técnicas de produção, ou seja, apesar de serem elaborados com ajuda de máquinas, se presencia um trabalho manual forte.
Tipos de intervenção
Uso incomum sem mudança de função ou forma: objeto permanece, sem intervenções físicas, mas com mudanças no seu significado. 
Simples mudanças de função sem alterar forma. Não há alterações físicas no objeto, mas se lhe atribuem funções diferentes
Tipos de intervenção
Inclusão/exclusão de peças ou componentes, mantendo a mesma função: são intervenções que muitas vezes dão ao artefato uma segunda vida, às vezes com resultados esteticamente desagradáveis, ou com resultados curiosos que tornam o artefato em algo único
Tipos de intervenção
Mudança da forma para mudar a função: com algumas mudanças na
forma do objeto com furos ou recortes, muda-se a função dele para suprir
uma nova necessidade.
Inclusão/exclusão de partes, peças ou componentes para mudar a função: inclusão de algumas peças que não pertenciam ao artefato se muda a função.
Tipos de intervenção
Composição de um novo artefato a partir do aproveitamento de outros: através de combinações de outros artefatos se obtém um novo
Como se faz?
o DND encontrado nas ruas nasce uma necessidade. Segundo Boufleur (2006) há três elementos fundamentais para que seja feita uma gambiarra:
Existência de uma Necessidade: O que você precisa? Por quê? Para quê?
2. Recursos Materiais Disponíveis: Que peças, objetos serão usados?
3. Definição de uma ideia: Como? De que maneira vou proceder?
Formas inovadoras para resolver um problema
1. lavador de arroz proposto por Therezinha Zorovich em São Paulo em 1958.
Hippo Water Roller (FIG. 49), um artefato que facilita o transporte de água para comunidades na África, onde milhões de mulheres e crianças são forçados a carregar todos os dias vasilhames pesados em distâncias que variam entre 2 a 10 quilômetros
Formas inovadoras para resolver um problema
lâmpada feita com uma garrafa de plástico, água e água sanitária, incrustada em uma telha, e que funciona através da refração da luz do sol. O criador foi Alfredo Moserç
Pós-uso de objetos industriais
Para tanto surgiu o termo Design para o repropósito. Uma estratégia de design que diz que é possível projetar um produto com qualidades, caraterísticas e detalhes que facilitem o repropósito. 
É dizer que os mesmos objetos incentivem o usuário a lhes dar uma segunda vida.
1. repropósito planejado, quando o designer pensa de antemão a segunda vida do artefato
repropósito guiado, quando o designer faz sugestões aos usuários sobre como podem ser reutilizados os objetos através de etiquetas e/ ou desenhos
repropósito ilimitado, quando o designer reconhece que o objeto pode ter infinitas maneiras de ser reutilizado e só detalha como poderia ser o repropósito,
mas deixa a possibilidade para o usuário escolher o que fazer.
Estratégias para a sustentabilidade
1.Ponto de vista ambiental: sustentabilidade e lixo;
2. Ponto de vista social: valorização do saber/ fazer local de comunidades que têm constante contato com a rua.
3. Ponto de vista cultural: claro exemplo dos modos de materializar soluções, resolver problemas ou coisificar ideias de uma cultura.
Reafirmação de identidades por meio do design e da expressão de elementos encontrados no DND.
muitos designers e estilistas trabalham na criação de produtos que expressam conceitos que dialogam com a identidade dos consumidores. EX: Ronaldo Fraga, Lino Villaventura e Alexandre Herchcovitch.
Criação de famílias tipográficas inspiradas por artefatos vernaculares e/ou artesanais vêm sendo produzidas na América Latina, pelo menos no final da década de 1990
Padrões cromáticos do design gráfico vernacular
não são movidas pelas regras da representação da norma culta.
Há uma forma de representação mais direta e imediata: uso de imagens que fazem referência explícita ao produto/serviço anunciado.
 
Naturalismo das ilustrações 
cores
Tendência nas representações gráficas populares a utilizar cores fortes, muito saturadas e combinações com muitos contrastes;
Cores...
Em grande parte dos letreiros, as cores são vivas e aplicadas em áreas chapadas, não sendo comum o uso de sombras e degradês, exceto em ilustrações que tentam se aproximar de uma representação mais realista. A preferência por cores chapadas poderia ser vista como uma limitação técnica
letreiros
predominância do uso de três cores principais: amarelo, azul e vermelho. ・ cores podem surgir combinadas em tríade, dupla ou como a cor principal da composição. 
 São sempre bem alegres e vibrantes. 
 Não é comum o uso de cores pouco luminosas para grandes áreas, como preto, marrom, azul marinho e cinza escuro, que são mais usadas para a pintura de texto.
Cores...
Algumas cores podem se tornar ícones de determinados produtos
cores
Peças impressas
Utilizados métodos de impressão econômicas/recursos menos dispendiosos, como o uso de poucas cores.
padrões
Embalagens padronizadas para pipocas, churros e produtos de padaria: mesmo desenho com cores variadas
Peças impressas
Poucas cores: seguem o padrão popular de cores com bastante contraste
Peças impressas
Muitas embalagens usam duas cores mas provocam a sensação de uma terceira cor ao deixar transparecer o branco do fundo

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