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MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS Profª Luciana Ribeiro C. de Oliveira Mansur Graduação em Ciências Biológicas – Unicentro Izabela Hendrix (Belo Horizonte – MG) Mestre em Produção Vegetal – Tecnologia de Alimentos e Constituintes Químicos Vegetais (UENF) Doutora em Produção Vegetal – Tecnologia de Alimentos e Constituintes Químicos Vegetais (UENF) I - Elaborar plano de trabalho, ser metódico, identificar corretamente as amostras, efetuar registros das análises. II - Usar jaleco, touca, roupas composta, sapato fechado. III - Limpar e desinfetar as superfícies antes e após o trabalho. IV- Precisão é determinada pela variação entre vários resultados obtidos na medida de um determinado componente de uma mesma amostra. V- Valor Z corresponde ao intervalo da temperatura que ocasiona uma variação de 10 vezes no valor de D. VI- Exatidão mede o quanto o resultado estar próxima de um resultado geral previamente definido, por exemplo, um padrão, a legislação ou a literatura. Na realização de análise microbiológica é importante: FATORES INTRÍNSECOS •Atividade de água; •Acidez (pH); •Potencial de oxi-redução (facilidade com que determinado substrato ganha ou perde elétrons); •Composição química; •Fatores antimicrobianos naturais; •Interações entre microrganismos; FATORES EXTRÍNSECOS •Temperatura; •Umidade relativa do ambiente; •Composição gasosa do ambiente. Fatores Intrínsecos e Extrínsecos Estrutura biológica nutrientes antimcrobianos pH Eh Aa Umidade relativa Temperatura Gases Temperatura: Corresponde a um dos principais fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento bacteriano. ↑ temperatura → ↑ reações químicas e enzimáticas → ↑ taxa de crescimento Processo de desnaturação de proteínas e ácidos nucléicos. Efeito dos fatores ambientais no crescimento Efeito dos fatores ambientais no crescimento Efeito dos fatores ambientais no crescimento ► Bactérias faixa entre 6 e 7 - Acidófilas (Thiobacillus de 0,5 a 6,0 com ótimo entre 2 e 3,5) - Alcalifílicas (Bacillus e Archaea) ► Fungos 6 tendem a ser mais acidófilos que as bactérias (pH <5) pH: ► aeróbios, anaeróbios facultativos, anaeróbios estritos, aerotolerantes e microaerófilos. Tensão de O2: ► Aw: de 0 a 1. ► Pressão osmótica Água: Relação existente entre pressão parcial de vapor da água contida no alimento (P) e a pressão parcial de vapor da água pura (Po), em uma dada temperatura. Inibir o crescimento microbiano ► preservar a qualidade Controle dos microrganismos em alimentos O crescimento segue o padrão geral: fase lag, exponencial ... Depende de condições como temperatura e valor nutritivo do alimento Somente quando a concentração atingir certo nível a deterioração pode ser observada O frio é bastante utilizado na conservação dos alimentos perecíveis, tanto os de origem animal como os de origem vegetal. Basicamente, o frio conserva os alimentos porque retarda ou inibe a multiplicação microbiana. Isto ocorre porque o metabolismo microbiano é efetuado através de reações enzimática as quais são influenciadas, em suas velocidades, pela temperatura. ► Forma mais comum de conservação Refrigeração (4 a 10 ºC): inibição das reações enzimáticas, levando à paralisação do crescimento microbiano - Crescem os psicrotolerantes Congelamento (-20 ºC): água congelada não está disponível para o metabolismo. Formação de cristais de gelo que danificam a membrana Pode haver crescimento em bolsas de água não congelada 1 - Frio Processos de preservação 2 - Calor O calor elimina as células dos microrganismos quando esta é submetida a uma temperatura letal. Esta temperatura é variável de acordo com a espécie do microrganismo e com a forma em que se encontra. Assim as células vegetativas dos microrganismos são geralmente destruídas em temperatura da ordem de 65ºC, isto de um modo geral. A inativação das células vegetativas e dos esporos decorre, no caso do calor úmido, da desnaturação de proteínas, incapacitando as células de se multiplicar. ► Pasteurização: O método de pasteurização dos alimentos , é um tratamento térmico que elimina grande parte dos microrganismos presentes no alimento. Emprega temperaturas inferiores a 100ºC, visando eliminar principalmente os microrganismos patogênicos. O aquecimento é feito normalmente por vapor de água, em equipamentos onde o alimento percorre em tubos e o vapor faz o aquecimento do mesmo pelo lado externo dos tubos. 63 ºC por 30 min (LTLT: low temperature long time) 72 ºC por 15 s (HTST: high temperature short time) O tempo e temperatura, estão definidos para eliminação da Coxiella burnetti (patógeno mais resistente – 61,6 °C) 2 - Calor ► Esterilização: A esterilização dos alimentos, consiste na destruição total dos micorganismos presentes. Como isto implica na eliminação dos esporos bacterianos, são necessárias temperaturas elevadas, acima de 100ºC. Está temperatura é conseguida, com utilização de equipamentos chamados de autoclave, que trabalham com calor de vapor sob pressão. Para a eficiência da utlização deste método, se faz necessário conhecer a resistência dos microrganismos a serem eliminados. UHT (ultra-high temperature): 150 ºC por até 3 s sistemas contínuos elimina o gosto de leite cozido 2 - Calor ►Secagem: sol, câmaras secagem, liofilização alimentos perdem água, provocando a inibição do crescimento 3 - Redução da atividade água (Aw): DESIDRATAÇÃO DE ALIMENTOS: Neste método, o objetivo é a retirada da água do alimento, com a utilização de ar aquecido, que irá passar através dos alimentos, fazendo a evaporação da água. São empregados para este método, secadores de túnel que trabalham com temperatura entre 45-85ºC, que são bastante utilizado para massas alimentícias, vegetais e carnes. Secadores que trabalham a temperatura de 180-230ºC, são empregados para a produção de leite e café em pó. ►Adição de solutos (elevação da pressão osmótica) - adição de açúcar: doces, geléias, - adição de sal: carnes e peixes UTILIZAÇÃO DO SAL O sal provoca a diminuição da atividade de água dos alimentos, que é um fator de necessidade para a reprodução microbiana, aumentando desta forma a conservação dos alimentos. Os alimentos salgados podem, assim, ser mantidos à temperatura ambiente. É o caso do charque, do bacalhau, sardinhas e de outros pescados. A salga dos alimentos pode ser feita a seco ou através de salmoura. Os microrganismos mais problemáticos para os alimentos salgados são os halofílicos, estas bactérias vêm com o próprio sal utilizado e produzem nos alimentos o "vermelhão". É importante portanto, a utilização de um sal de boa qualidade. Também é importante salientar que, após a retirada do sal dos alimentos, o mesmo se torna suscetível ao ataque dos demais microrganismos, pois a atividade de água deixou de ser limitante, motivo pelo qual o alimento deverá ser rapidamente consumido ou processado. 3 - Redução da atividade água (Aw): UTILIZAÇÃO DO AÇÚCAR O uso do açúcar na produção de alimentos funciona como um bom agente para sua conservação. Isto porque aumenta a pressão osmótica, diminuindo a sua atividade de água, criando um ambiente desfavorável para a multiplicação das bactérias e da maioria dos bolores e leveduras. São exemplos de produtos conservados pelo uso do açúcar: geléias, doces em massas, frutas cristalizadas, frutas glaceadas, leite condensado, melaço e mel. Estes produtos são conservados em geral, mas não obrigatoriamente, em recipientes herméticamente fechados. 3 - Redução da atividade água (Aw): ► Diminuição do pH do alimento: A conservação de alimentos pela acidificação é um procedimento muito antigo; é provável que os primeiros alimentos conservados por este método tenham sido os alimentos fermentados como iogurte ou o chucrutes. Estes alimentos são conservados pelo ácido lático produzido por certas bactérias, estimuladas a crescer no alimento. O ácido produzido retarda o crescimento de microrganismos indesejáveis, que poderiam deteriorar os alimentos. Ele também inibe ou elimina microrganismos causadores potenciais de doenças. Assim, o ácido serve como conservante para os alimentos, proporcionando-lhe tempo de vida mais longo, enquanto a qualidade nutricional dos mesmos, permanece relativamente inalterada. Certamente não é necessário permitir a fermentação dos alimentos para preservá-los. Os ácidos tais como o vinagre, podem ser adicionados a ingredientes poucos ácidos como os vegetais, e o mesmo efeito conservante pode ser obtido. A maioria dos organismos deteriorantes não crescem em menos de pH 5. O ácido pode ser adicionado ou produzido no processo - ácido acético: picles - ácido lático: leite fermentado, iogurte, chucrute 4 - Acidificação Nos alimentos fermentados, as bactérias não se desenvolvem bem. 18 5 - Enlatamento - Nicholas Appert fundou em 1802 a primeira fábrica de conservas e recebeu o prêmio de Napoleão. ►Altas temperaturas aplicadas a alimentos hermeticamente fechados em latas - Temperatura inadequada: problemas com os termofílicos anaeróbios - Deteriorações mais comuns em enlatados: - azedamento: Bacillus stearothermophillus, B. coagulans, Lactobacillus spp. - produção de gás: leveduras, lactobacilos, clostrídios Em 1795 o governo de Napoleão Bonaparte ofereceu um prêmio de 12 mil francos a quem inventasse um novo método de preservação de alimentos para o exército. A ação das radiações nos alimentos, afetam de certa forma as substâncias constituídas dos mesmos. As vitaminas C, B1, B2, B3, B6, as Enzimas, Lipídeos, Glicídeos e pectinas, são bastante sensíveis as radiações e são bem afetadas neste processo. Pode-se irradiar alimentos muito sensível à temperatura e prolongar o seu tempo de vida contra deterioração microbiológica. Sem radiação residual e sem afetar a qualidade Atualmente, nos EUA, aves e hambúrgueres estão sendo irradiados para controlar a E. coli 0157:H7 e outros patógenos entéricos 6 – Irradiação Parou aqui As fontes de radiação são as seguintes: Radiação Ultravioleta: Tem baixo poder de penetração nos alimentos, sendo mais utilizados para panificação, embalagens, açúcar e carnes. Radiação Beta :Também tem baixo poder de penetração nos alimentos. Radiação Gama: Tem melhor poder de penetração, eliminado uma série de microrganismos deterioradores de alimentos. Radicação Ionizante: No método da irradiação de alimentos, o objetivo é a utilização de radiações que tenham boa penetração, mas de uma forma que não afetará somente os microrganismos localizados na superfície dos mesmos, mas em todo o alimento. Também não se pode utilizar radiações com alta energia pois, poderiam tornar os alimentos radioativos. Das radiações ionizantes, somente os raios gama e as partículas beta é que são utilizadas com maior sucesso na conservação dos alimentos. Sabe-se que os alimentos são bastante variados na sua composição química, estrutura física e grau de alteração que possam sofrer até serem consumidos. Desta forma, a sua sensibilidade às radiações ionizantes será variável. 6 - Irradiação 7 – Aditivos: A adição de conservantes químicos aos alimentos, é utilizado há muito tempo. Há uma grande disponibilidade de substâncias aprovadas pelo Ministério da Saúde, para serem utilizados nos alimentos com diversas finalidades, tais como: melhorar a sua coloração, textura ou aroma, bem como conservá-los por maior tempo. Os conservadores, atuam sobre os microrganismos, aumentando a vida útil dos alimentos. É necessário consultar a lista de aditivos conservantes do Ministério da Saúde-Agência Nacional de Vigilância Sanitária, antes da utilização dos mesmos a fim de verificar se está aprovado e em qual alimento pode ser utilizado e em qual proporção é permitido a sua adição. 7 - Aditivos Diversos produtos químicos são considerados como seguros. Alguns são utilizados há anos, sem evidência de toxicidade, outros já são mais controversos. * inorgânicos: - Óxido de etileno, NO3-, NO2- * orgânicos: - ácido ascórbico: laticínios, sucos - benzoato de sódio: refrigerantes - propionato de cálcio: pães Em combinação com o ácido ascórbico (Vitamina C), o benzoato de sódio pode formar o benzeno, que é cancerígeno. 8 – Desaeração: A remoção do ar ou desaeração dos alimentos, se restringe mais significativamente a remoção do oxigênio presente no mesmo. Isto porque os efeitos indesejáveis do ar observados nos alimentos processados, são na maior parte devido a ação do oxigênio nele contido. Os vários métodos de desaeração, dependem de uma série de fatores que definirá a sua aplicação. 8 – Desaeração: Desaeração Contínua em Câmara de Vácuo: Neste método, o alimento é introduzido em uma câmara mantida a vácuo, onde contém um disco giratório que espalha o produto como um aspersor enquanto uma bomba de vácuo extrai o oxigênio do interior. Sob vácuo, o produto entra em ebulição a baixa temperatura e o vapor de água formado arrastam os gases não-condensáveis, dissolvidos, disperso e, mesmo absorvidos no alimento. Desaeração por Centrifugação: Para a remoção apenas do ar disperso, pode-se submeter o alimento a uma aceleração rotativa muito maior que a gravidade por meio de centrifugação. Neste processo, as bolhas de ar se deslocaram para a superfície do produto alimentício. A vantagem deste sistema é a não utilização de aquecimento do mesmo, o que conservará suas características organolétpticas originais. Desaeração Por Arraste com Gás Inerte: Este tipo de método é bastante aplicado para a remoção de oxigênio em óleos comestíveis, mas pode ser utilizado em alimentos líquidos e pouco pastosos. O processo consiste em fazer passar pequenas bolhas de nitrogênio pelo produto que irá agregar-se com as bolhas de ar existentes incorporadas no alimento, provocando o seu arraste e sendo eliminado; além de remover também o oxigênio dissolvido.
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