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ESUCRI-ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA CURSO DE DIREITO DIREITO EMPRESARIAL III – Disposições Comuns à Recuperação Judicial e à Falência FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL DE EMPRESAS Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência 1.1. Empresário, sociedade empresária e excluídos da incidência da Lei 11.101/2005; Art. 1º Esta Lei disciplina (...) Comentário: Sociedades Simples? Fundações? Pessoa Física? Art. 2º Esta Lei não se aplica a: (...) Comentário: Empresas sujeitas a fiscalização Federal ou de Autarquias. Captação de Recursos do público. Sujeitas a liquidação prévia por autoridades públicas, ou por legislação própria. Eventual remessa posterior ao Poder Judiciário para decretação da falência. Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência O empresário, nos termos da lei brasileira é a pessoa física ou jurídica que exerce profissionalmente, ou seja, com habitualidade e fim lucrativo, atividade econômica organizada para produção e circulação de bens ou de serviços no mercado (Código Civil de 2002, artigos 966 e 982). Percebe-se pelo conceito, que a qualificação jurídica do empresário vai além da clássica definição de comerciante elaborada pela doutrina à luz dos princípios emergentes dos artigos 1º e 4º do antigo e revogado Código Comercial e do artigo 19 de seu regulamento nº 737, de 1850, apoiada na 34 “mercancia” (ato de comércio) para definir o conteúdo da “matéria comercial”. A atividade empresarial, fruto do exercício profissional da empresa, resultado da ordenação econômica do trabalho, tem seu campo de incidência ampliado, vindo a tocar aqueles que executam a atividade de intermediação ou circulação, produção de bens e prestação de serviços em geral. (SÉRGIO CAMPINHO) Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência 1.2. Juízo competente; Art. 3º É competente (...) Comentário: Conceito de "principal estabelecimento" - Matrizes e Filiais. Abrangência do conceito quando se trata de "Grupo Empresarial", controlado por "Holdings", e com atividades de diferentes segmentos. Litisconsortes ativos ou passivos necessários. Consequências de eventuais "extensão dos efeitos da falência". Interpretação conjunta com o art. 76, os casos de Usucapião (Art. 95 do CPC) Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência 1.3. Efeitos da decretação da falência ou recuperação judicial; Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. (...) Comentário: Impõe imediatamente após a decisão (sentença na falência, e decisão interlocutória de processamento na Recuperação Judicial) efeitos que de diversas formas – Judiciais (sobre outros juízos, inclusive) e administrativas, interferem sobre o patrimônio, direitos e obrigações do devedor, prevenindo o Juízo (falimentar de forma absoluta, e recuperacional de forma extremamente ampla) para resolver questões de cunho patrimonial. Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência 1.4. Administrador Judicial; Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo (...) Comentário: Preferência sobre 4 profissões regulamentadas, ou pessoa jurídica especializada (que necessita informar o responsável pela condução - imputação das responsabilização civil e/ou criminal sobre pessoal). Auxiliar do Juízo e de livre escolha deste, equivalência ao art 139 do CPC. Equipe de auxiliares do Administrador. Duração do encargo. Possibilidade de substituição e destituição de ofício ou a pedido da parte e do MP. Fiscal da Recuperação Judicial. Representante (gestor/administrador) da Massa Falida – art. 12, III do CPC. Indelegabilidade da função. Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência Art. 22. Ao administrador judicial compete, (...) I – na recuperação judicial e na falência: (...) II – na recuperação judicial: (...) III – na falência: (...) Comentário: Atribuições comuns e especificas para cada instituto. Existência de condicionantes para a realização de algumas das alíneas. Eventual contratação de auxiliares de áreas diversas, com necessidade de autorização judicial prévia, inclusive dos honorários destes. No geral, fiscalização da atividades do devedor na Recuperação Judicial, e a execução da atividades necessárias na falência (assunção da Massa Falida judicialmente e extra), com medidas investigativas amplas (intra e extra processual ou empresarial), com a cobrança das obrigações do falido. Oferecer transparência é palavra de ordem, tanto no aspecto processual com extra. Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial (...) Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo. Comentário: Atribuições comuns e específicas para cada instituto. Existência de condicionante de até 5% sobre os débitos sujeitos a Recuperação Judicial, e o mesmo percentual sobre os ativos realizados na Massa Falida, havendo no último caso, reserva de 40% a ser liberado após a prestação de contas. O destituído não tem direito a remuneração, nem aquele que tiver as contas reprovadas. Inovação pela LC 147/2014, que limitou em 2% os casos de Recuperação Judicial de MEs e EPPs. Preferência nos pagamentos (do administrador Judicial, seus auxiliares e débitos da Massa Falida), como crédito extraconcursal – art. 84 Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência 1.5. Comitê de Credores; Art. 26. O Comitê de Credores será constituído (...) Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições (...) § 1o As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor. (...) Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial (...) Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor (...) Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial (...) Comentário: Condição de Auxiliares do Juízo. Equivalência do art. 139 do CPC. Prolação de "decisões colegiadas", lavradas em ata e submetidas ao juízo. Dificuldade de operacionalização pela distância dos devedores entre si e eventualmente da própria devedora. Agenor Daufenbach Júnior, MSc Disposições Comuns a Aplicação da Recuperação Judicial e a Falência 1.6. Aspectos Gerais da Assembleia Geral de Credores Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: (...) Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz (...) Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário (...) Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito (...) Art. 39. Terão direito a voto na assembleia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o (...) Art. 40. Não será deferido provimento liminar (...) Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: (...) Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta (...)Art. 43. Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas (...) Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de Credores (...) Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial (...) Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência (...) Obs.: esse assunto será novamente abordado no item 2.7 (RJ – parte 3) Agenor Daufenbach Júnior, MSc 1.7. Atuação do Ministério Público • Art. 4o (VETADO) "Art. 4o O representante do Ministério Público intervirá nos processos de recuperação judicial e de falência. Parágrafo único. Além das disposições previstas nesta Lei, o representante do Ministério Público intervirá em toda ação proposta pela massa falida ou contra esta." Razões do veto: "O dispositivo reproduz a atual Lei de Falências – Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945, que obriga a intervenção do parquet não apenas no processo falimentar, mas também em todas as ações que envolvam a massa falida, ainda que irrelevantes, e.g. execuções fiscais, ações de cobrança, mesmo as de pequeno valor, reclamatórias trabalhistas etc., sobrecarregando a instituição e reduzindo sua importância institucional. • De outro lado, na Lei 11.101/2005 são previstas hipóteses de intervenção obrigatória do Ministério Público, além daquelas de natureza penal: • Art. 8º: o MP pode apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores do Administrador Judicial, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. • Art. 52, V: determina a intimação do MP acerca da decisão que defere o processamento da recuperação judicial. • Art. 99, XIII: . : determina a intimação do MP acerca da sentença que decreta a falência do devedor. • Art. 142,§ 7º: determina a intimação pessoal do MP, em qualquer modalidade de alienação de ativo, sob pena de nulidade. • O Ministério Público é, portanto, comunicado a respeito dos principais atos processuais e nestes terá a possibilidade de intervir. Agenor Daufenbach Júnior, MSc
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