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AUTOR COLABORADOR Braulio Oliveira dos Santos Filho Administrador, especialista em Sistemas de Informação e mestre em Informática pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professor dos cursos de Administração, Contabilidade, Analista de Redes e Engenharia da Produção, e na Pós-graduação da Faculdade Catatólica Salesiana do Espírito Santo. Membro da Equipe InovaCatólica (Tecnologia e Inovação) e da Comissão de Projetos de Extensão da Faculdade Salesiana. Professor convidado da UFES - Modelo EaD e do Instituto Federal do Espírito Santo na Pós-graduação em Gestão Pública - Modelo EaD. Experiência profissional em gestão empresarial. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Núcleo de Educação a Distância EMPREENDEDORISMO Livro didático Vitória 2016 FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO DIRETOR GERAL Irmão Cledson Martas Rodrigues DIRETOR ADMINISTRATIVO Padre Moacir José Scari DIRETOR DE PASTORAL Padre Adenilson Lopes Rubim DIRETOR EXECUTIVO/ACADÊMICO Jolmar Luis Hawerroth COORDENADORES DE ÁREA Cláudia Câmara – Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Acadêmico e Comissão Própria de Avaliação Heloisa Ferreira Lopes – Coordenadora Administrativo-Financeira Marisa Marqueze – Coordenadora do Núcleo de Projetos e Processos Organizacionais e do Núcleo de Educação a Distância COORDENADORES DE CURSO Alessandra Rodrigues Garcia dos Santos – Nutrição Alexandre Aranzedo – Psicologia Ana Emilia Brasiliano Thomaz – Engenharia Civil de Sistemas e Redes de Computadores Bethania Silva Belisário - Direito Cláudia Câmara – Engenharia de Produção Cláudia Curbani Vieira Manola – Enfermagem Christiane Curi Pereira – Farmácia Danilo Camargo – Ciências Biológicas Elisangela Maria Marchesi – Serviço Social Fábio Venturim – Educação Física João Luiz Coelho de Faria – Fisioterapia Marcelo Albuquerque Schuster– Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento Márcia Valéria Gonçalves – Administração Patrício Baionco Mindelo Biaguê– Ciências Contábeis Paulo César Delboni – Filosofia Pedro Canal Filho – Arquitetura e Urbanismo Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Núcleo de Educação a Distância EMPREENDEDORISMO Livro didático FICHA TÉCNICA Braulio Oliveira dos Santos Filho - Texto Lílian Cristiane Moreira - Revisão Daniel Halim Sahb - Diagramação/Arte Vitória 2016 Catalogação na fonte elaborada pela Biblioteca da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo Bibliotecária Responsável Janine Silva Figueira CRB6 ES - 429 Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Núcleo de Educação a Distância. F143e 58 p. : il. ISBN: 978-85-69081-04-3 CDU 658 (035) Empreendedorismo: livro didático / FCSES, NEAD ; texto de Braulio Oliveira dos Santos Filho ; revisão de Lílian Cristiane Moreira ; diagramação de Daniel Halim Sahb – Vitória : FCSES / NEAD, 2016. 1. Administração. 2. Empreendedorismo. 3. Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. 4. Núcleo de Educação a Distância. 5. Santos Filho, Braulio Oliveira dos Santos. 6. Moreira, Lilian Cristiane. 7. Sahb, Daniel Halim. I. Título SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 7 AULA 1- O EMPREENDEDORISMO .................................................................................... 9 1.1 ORIGEM HISTÓRICA ....................................................................................................................................... 9 1.2 CONCEITOS: EMPREENDEDOR X EMPREENDEDORISMO ......................................................... 10 1.3 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS .......................................................................................... 13 1.4 ASPECTOS EMOCIONAIS ......................................................................................................................... 16 Referências ................................................................................................................................................................ 18 AULA 2 – EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .............................................................. 19 2.1 QUANDO SURGIU........................................................................................................................................... 19 2.2 A REVOLUÇÃO DO NOVO BRASIL ........................................................................................................ 20 2.3 OS PROGRAMAS DE ENSINO EM EMPREENDEDORISMO ..................................................... 25 Referências ................................................................................................................................................................ 28 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO .................................................. 29 3.1 O QUE É INOVAÇÃO ...................................................................................................................................... 29 3.2 O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO ......................................................................................... 30 3.3 AGENTES PARA A INOVAÇÃO E O EMPREENDEDORISMO ..................................................... 33 Referências ............................................................................................................................................................... 44 AULA 4 – O PLANO DE NEGÓCIOS E SEUS PLANOS ............................................... 45 4.1 O PROCESSO EMPREENDEDOR ............................................................................................................ 45 4.2 DESENVOLVER O PLANO DE NEGÓCIOS ........................................................................................... 47 4.3 COMO ELABORAR O PLANO DE NEGÓCIOS – SEBRAE/2013 ............................................... 49 4.4 MERCADO E OPORTUNIDADES - SEGMENTAÇÃO ...................................................................... 50 Referências ............................................................................................................................................................... 54 CASES DE SUCESSO ........................................................................................................... 55 Referências ............................................................................................................................................................... 58 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 7 APRESENTAÇÃO O momento histórico impulsionador do empreendedorismo no Brasil inicia- se por volta de 1990, quando a economia brasileira, a interna, sentiu-se ameaçada pelo mercado externo, o que forçou, na nossa opinião, o que podemos chamar de oficialização do empreendedorismo brasileiro. Tanto é que, nessa época, entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex) foram criadas. Entretanto, e voltando ao passado, o próprio descobrimento do Brasil foi um grande exemplo de empreendedorismo. E todos irão concordar que, ao longo dessa história, da construção do Brasil até hoje, temos outros inúmeros exemplos de ações de empreendedorismo, inovação e sonhos. O que estamos querendo com estas primeiras palavras, querido aluno, é exatamente salientar que tudo o que passa (e passou) pela vida de um país, de uma região, de uma família, ou mesmo de uma pessoa, perpassa pela “inovação e pelo empreendedorismo” – quer seja de forma incipiente ou de forma muito profissional. Toda essa relação tem mostrado o desenvolvimento da humanidade. E falando do hoje, do agora, o empreendedorismo passa a assumir, então, uma natureza desobrevivência, pois vemos, em discursos de muitos autores, que o ”mundo mudou”, que “o mundo não é mais o mesmo”; ao contrário, vamos nos atrever a dizer que o “mundo não muda mais”! Estamos afirmando, com isso, que a cada 24 horas teremos alguma nova tecnologia à disposição do homem, em qualquer lugar do mundo, que poderá ser utilizada em prol da sociedade global. Por consequência, não é mais uma questão de competição que irá mover as economias, mas uma questão de competências. Dessa forma, assistimos à mudança da competição para a competência como o fator de sucesso para o indivíduo, para a empresa, para o governo. Por isso, distinto leitor, este material didático foi preparado exatamente com as premissas de que o empreendedorismo é uma necessidade e que, aliado a ele, temos também a inovação. Além disso, será necessário, também, cuidar da gestão desse empreendimento. Para tanto, nossa Aula 1, com o título “O empreendedorismo”, aborda a origem, os conceitos, as características dos empreendedores e os apectos psicológicos que os envolvem. Na Aula 2, intitulada “Empreendedorismo no Brasil”, narramos o surgimento do empreendedorismo no nosso país, O empreen- dedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX. [Jeffry Timmons, 1990] NEAD • CATÓLICA SALESIANA8 mostramos por que o Brasil é o campeão do empreendedorismo e finalizamos apresentando o esforço brasileiro para ensinar e pofissionalizar o empreendedor. A Aula 3, “O empreendedorismo e a inovação”, mostra o que é inovação e qual a relação entre esta e o empreendedorismo, apresenta instituições, organizações, associações e outros segmentos que se somam como importantes agentes catalizadores de apoio, conhecimento, legislação, formalização, investimento, etc. Com esta aula, esperamos que você possa ter a ideia de onde poderá encontrar ajuda e suporte. Apresentamos, ainda, os primeiros passos e ações sobre inovação e tecnologia que a Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo tem movimentado para oferecer aos cursos o caminho para o empreendedorismo. Já na Aula 4, “O plano de negócios e seus planos”, discutimos a importância de se transcrever para a realidade aquilo que começou com um sonho e inspiração, ou seja, o valor do plano de negócios – o que é, para que serve. E, para isso, disponiblizamos, na íntegra, o material sobre como elaborar o plano de negócios do modelo SEBRAE, por meio do Anexo A. Fechamos esta aula relatando a importância de se entender o significado de segmentação de mercado. Finalizando, este material se encerra apresentando sete casos brasileiros de sucesso que vão, com certeza, encantar você. Ressaltamos, por fim, que toda base para sustentação teórica deste livro didático foi respaldada por diversos autores que foram nomeados no referencial de cada aula. Os dados estatísticos e temporais foram coletados de entidades que são referências no Brasil e no exterior, consagradas por seus estudos e esforços na área da inovação e do empreendedorismo. Além disso, são apontados links e sites com informações e vídeos que serão de grande valia para o enriquecimento e o entendimento do assunto aqui tratado. Por conseguinte, esperamos que esta obra conquiste o seu despertar para o assunto. Bom proveito e nos colocamos à disposição. Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 9 AULA 1 O EMPREENDEDORISMO Segundo Dornelas (2001), a palavra “empreendedor” (entrepreneur) surgiu na França, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que assumem riscos em algo novo. Esse autor cita que o termo empreendedorismo foi usado pela primeira vez por Marco Polo, firmando um contrato com um comerciante (capitalista), sendo o aventureiro que assumia riscos físicos e emocionais. Na idade média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Esses indivíduos não assumiam grandes riscos, e apenas gerenciavam os projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do governo do país. (DORNELAS, 2001 p. 27). Ainda conforme Dornelas (2001), os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram no século XVII, época em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Também nessa época, o economista Richard Cantillon foi considerado um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor – aquele que assumia riscos – do capitalista – aquele que fornecia o capital. No século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo com a Revolução Industrial. Já no final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico como aqueles que organizam a empresa, pagam empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalismo (DORNELAS, 2001). Atualmente, o empreendedor é visto como uma pessoa que tem novo olhar sobre a sociedade, sobre o mundo e as tecnologias, tendo em vista que faz parte dessa evolução. 1.1 ORIGEM HISTÓRICA O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX. (TIMMONS apud DORNELAS, 2001, p. 19). Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NEAD • CATÓLICA SALESIANA10 1.2 CONCEITOS: EMPREENDEDOR X EMPREENDEDORISMO Existem muitos conceitos que, ao longo do tempo, foram evoluindo à medida que se estudava e se conhecia melhor a figura do empreendedor. A caminhada foi longa, como veremos a seguir. Todavia, aqui neste material, optamos por escolher Schumpeter (apud SEIFFERT, 2005), que destaca a importância do empreendedor no desenvolvimento econômico. Com sua teoria, consolidou o conceito de empreendedorismo. Atitudes que estão presentes em apenas uma pequena fração da população é que definem o tipo de empreendedor e também a função empresarial. Essa função não consiste essencialmente em inventar nada ou criar as condições para serem exploradas por uma empresa. Consiste em fazer as coisas acontecerem. (SCHUMPETER apud SEIFFERT, 2005) Schumpeter (1961) foi o primeiro a associar o empreendedor à inovação e expandiu o conceito de empreendedorismo com a introdução da noção de “destruição criativa”, na qual demonstrava que o empreendedor, ao incorporar inovações e novas tecnologias, contribuía para a substituição de produtos e processos ultrapassados. Assim, o empreendedor assumia não apenas um papel central no avanço e desenvolvimento da economia e da sociedade, mas protagonizava, também, um papel fundamental na evolução da vida empresarial e na substituição das empresas estabelecidas por novas organizações mais capazes de aproveitar as inovações. Ressalta- se a crítica feita aos economistas, pois consideravam o homem econômico, não percebendo o aspecto comportamental do empreendedor (LIMA, 2012). Os pioneiros Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say influenciaram toda a teoria sobre o empreendedor que dispomos nos dias de hoje. Suas ideias são ponto de partida obrigatório no início do estudo desse vasto campo. Como Say foi o primeiro a estabelecer os alicerces desse campo de estudo, ele é descrito como o “pai do empreendedorismo” (FILLION, 1999). A seguir, no quadro 1, apresentamos um resumo dos conceitos de empreendedorismo a partir de alguns importantes autores que marcaram suas respectivas épocas e, assim, concentravam-se de alguma forma particular na sua área de interesse.Advogado austríaco, foi um dos primeiros a ressaltar o papel da inovação no processo empreendedor, que ele chamou de “destruição criativa”. Fonte: http://politicaecronicas.blogspot. com.br/2011/06/elites-democracia-e- teorias.html Joseph Schumpeter [1853-1950] Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 11 Quadro 1 - Conceitos de Empreendedor no Tempo Fonte: adaptado de diversos autores. Resumindo e buscando apoio em Faria e Silva (2006), o empreendedor pode ser descrito como um indivíduo que possui a habilidade de identificar uma visão projetada do seu negócio, que o permita ver além dos limites da restrição de recursos e identificar as oportunidades que outros não seriam capazes de enxergar. Então, compromete-se com essa visão, empenha-se na busca de sua realização e a conduz, sozinho ou em equipe, até que consiga implementá-la com sucesso. Assim, podemos afirmar que a figura do empreendedor está ligada à abertura ou criação de novos negócios em uma realidade ou cenário que se apresente, tanto do ponto de vista de oportunidade (mercado positivo), quanto do ponto de vista de uma crise (mercado negativo). De toda forma, o empreendedor é aquele que tem um olhar diferenciado da maioria de seus pares para uma mesma realidade. Ele consegue enxergar além daquilo que normalmente se apresenta. Fonte: startupbizmodel.com Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NEAD • CATÓLICA SALESIANA12 Economista francês, formulador da chamada Lei de Say. Nasceu em uma família de mercadores de tecidos, fortemente influenciada pelas ideias iluministas. Fonte: http://www.fabiobmed.com. br/jean-baptiste-say-o-pai-do- empreendedorismo/ Nesse ponto, surge a sutil diferença entre o empreendedor e o administrador, ou seja, o administrador está focado no planejamento, na operação, no controle e nas tomadas de decisões que envolvem o dia a dia da organização. Já o empreendedor é como um “equipamento wi-fi”, buscando novas conexões, novos produtos, novas soluções, novas relações. Por outro lado, o empreendedor, nomalmente, não consegue se concentrar nas questões do planejamento e controle inerentes à função de gerenciamento organizacional. O empreendedor pode criar e inovar produtos e serviços dentro da própria organização e, com isso, ampliar os horizontes dessa empresa – quer no sentido de novos mercados, novos clientes; quer do ponto de vista interno, como redução de custos, novos processos de produção, gestão de pessoas, novos recursos tecnológicos, dentre outros. Assim, o empreendedor, ou aquele que empreende, tem um papel importante no desenvolvimento econômico e social e, por que não dizer, político também. Entendido o conceito de empreendedor, a seguir será discutida a questão do empreendedorismo. Empreendedorismo, segundo Filion (1999), pode ser definido como o ramo que estuda os empreendedores e examina suas atividades. Requer devoção, comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. Resumindo o conceito de Empreendedorismo, segundo o Global Entrepreneurship Monitor* (GEM): Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. Já Dolabela (1999, p. 29), que é um dos autores recentes sobre o estudo de empreendedorismo, afirma que: é uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas, além da criação de empresas: geração do autoemprego (trabalhador autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); intraempreendedorismo (o empregado empreendedor); políticas públicas (políticas governamentais para o setor). Esse autor insere, em todos os conceitos até aqui abordados, a questão Jean Baptiste Say [1767-1832] O programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de abrangência mundial, é uma avaliação anual do nível nacional da atividade empreendedora. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por meio de uma parceria entre a London Business School, da Inglaterra, e o Babson College, dos Estados Unidos. Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 13 do trabalho, do emprego – o trabalhador – e, ainda, a visão do empreendedorismo comunitário, isto é, as questões sociais, a geração de riqueza. Logo, a partir daí, o empreendedorismo assume um conceito global, uma abordagem completa no sentido de abranger o desenvolvimento em todos os aspectos. 1.3 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS McClelland, em 1972, foi o autor que contribuiu para definir empreendedorismo no campo dos comportamentalistas, para os quais o empreendedor se concentra nos aspectos criativos e intuitivos. Esse autor, segundo a literatura apontada por diversos autores, foi o primeiro a avaliar o lado psicológico dos empreendedores. O núcleo da investigação psicológica deveria desvendar as características dos empreendedores de sucesso. As pesquisas realizadas por McClelland foram os primeiros estudos validados a respeito do tema, que concluíram que o empreendedor de sucesso possuía algumas necessidades, que ficaram conhecidas como Características Comportamentais Empreendedoras (CCEs), divididas em três conjuntos: - necessidade de realização; - necessidade de planejamento; - necessidade de poder. Elas contemplam a presença de alguns comportamentos e competências consagradas para o sucesso empreendedor (CARNEIRO et al., 2008). A partir desses conjuntos, são declaradas, então, as dez competências mais frequentemente encontradas nos perfis dos empreendedores de sucesso. Tais competências também são as mesmas utilizadas pelo SEBRAE. CONjUNTO - NECESSIDADE DE REALIzAÇÃO Busca por oportunidades e tem iniciativa O empreendedor é um identificador de oportunidades, ele é uma pessoa curiosa e atenta a informações, pois sabe que suas chances melhoram Fonte: Freepik Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NEAD • CATÓLICA SALESIANA14 quando seu conhecimento aumenta. Ele atropela as adversidades, ultrapassando os obstáculos com uma vontade ímpar de ver as coisas acontecendo, implementa suas ações com total comprometimento, é dinâmico e não se conforma com rotina. O empreendedor faz o que deve ser feito antes de ser solicitado ou forçado pelas circunstâncias, age para expandir o negócio para novas áreas, produtos ou serviços. Aproveita todas as oportunidades fora do comum para começar um negócio, obtém financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. Corre riscos calculados Uma das maiores características do empreendedor é assumir riscos, pois tem relação com desafios, mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciá-los, avaliando as reais chances de sucesso. O empreendedor avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente, age para reduzi-los ou controlar os resultados, coloca- se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. Persistência O empreendedor age diante de um obstáculo significativo, age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo. Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos. Possui capacidade de trabalhar de forma intensiva, sujeitando-se até a privações sociais e retorno incerto. Exige qualidade e eficiência O empreendedor encontra maneiras de fazer melhor as coisas, mais rapidamente, ou mais barato; age de maneira a realizar ações, serviços e produtos que satisfaçam ou excedam padrões de excelência. Desenvolve ou utiliza procedimentos paraassegurar que o trabalho seja terminado a tempo e atenda a padrões de qualidade previamente combinados. Comprometimento O empreendedor faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa, compromete o relacionamento com os amigos, família e até mesmo com a própria saúde, encontra energia para continuar mesmo quando vê problemas pela frente. Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho. Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade. CONjUNTO - NECESSIDADE DE PLANEjAMENTO Busca de informações O empreendedor dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes, investiga como fabricar um produto ou fornecer um serviço, consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. É sedento de saber e aprende continuamente, pois sabe que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é a Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 15 sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática ou de informações obtidas em publicações especializadas. Estabelecimento de metas O empreendedor estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. Define metas de longo prazo, claras e específicas e estabelece objetivos de curto prazo mensuráveis. Planejamento e monitoramento sistemáticos Os empreendedores de sucesso planejam cada passo seu, desde o primeiro rascunho do plano de negócio até a apresentação do plano a investidores, sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem. O empreendedor planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos. Constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais, mantém registros financeiros e os utiliza para tomar decisões. CONjUNTO - NECESSIDADE DE PODER Persuasão e rede de contato Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxilia no ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe. Utilizam estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir pessoas, trabalham com pessoas-chave na posição de agentes para atingirem seus objetivos, agem para desenvolver e manter relações comerciais. Independência e autoconfiança O empreendedor busca autonomia em relação às normas e controles de terceiros. Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores, expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio, quer estar sempre à frente das mudanças e ser dono do próprio destino, prefere ser independente a ser empregado. O empreendedor busca criar algo novo e determinar seus passos e caminhos. O núcleo de valores do empreendedor de sucesso proposto por McClleland (1972) para o primeiro conjunto, Necessidade de Realização, é apresentado no Quadro 2 abaixo. É importante observar que antes de uma cultura organizacional se formar em torno do empreendedor de sucesso, ele internaliza para si crenças e valores que o movem em direção aos seus objetivos (CARNEIRO et al., 2008). Quadro 2 - Conceitos de Empreendedor no Tempo Fonte: adaptado de diversos autores. Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NEAD • CATÓLICA SALESIANA16 O quadro 3 apresenta o conjunto Necessidade de Planejamento e as estratégias de ação que devem ser adotadas pelo empreendedor, de acordo com Carneiro e outros (2008). Tais estratégias, de âmbito pessoal, devem levar em conta se o indivíduo internaliza os valores e interesses empreendedores levantados anteriormente, como condição necessária e suficiente para a execução do plano do empreendedor. Quadro 3 – Conjunto de necessidade de planejamento Fonte: Adaptado de Carneiro e outros (2008). Por fim, o terceiro conjunto, Necessidade de Poder, é fundamental para o empreendedor realizar os seus projetos (CARNEIRO et al., 2008). Essa dimensão de poder é fator crítico, e saber exercê-lo é um grande desafio para o empreendedor. Os interesses manifestados expressam o núcleo de poder definidos como predisposições e necessidades reais ou potenciais que orientam a ação, visando ao alcance de objetivos. O quadro 4 relaciona os interesses associados. Quadro 4 – Conjunto de necessidade de poder Fonte: Adaptado de Carneiro e outros (2008). De acordo com o que aqui foi descrito sobre as características personalísticas, podemos inferir que, de forma geral, as pessoas empreendedoras são de fato pessoas diferentes. Elas possuem um conjunto de características psicológicas que excedem as das chamadas pessoas comuns. 1.4 ASPECTOS EMOCIONAIS Nesta seção são apresentadas as questões emocionais, isto é, intrapsíquicas* relacionadas a cada característica do empreendedor: Ideias ou pensamentos que ficam guardados na mente de um indivíduo Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 17 Necessidade e obsessão por controle: Há uma preocupação por parte do empreendedor com a ameaça de ser controlado ou de ter a sua vontade violada. Demonstra, assim, intolerância para lidar com pessoas ou funcionários que tenham pensamentos independentes/diferentes dos dele. Tal necessidade de controle pode dificultar a capacidade do empreendedor de trabalhar com outras pessoas (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009). Desconfiança da autoridade: A estrutura organizacional sufoca o empreendedor, a menos que ela seja desenvolvida por ele e as atividades sejam desenvolvidas conforme seus termos (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009). Desconfiança e paranoia: Embora alguns empreendedores demonstrem a desconfiança mais focada na questão do controle, para alguns ela é mais generalizada. Se houver desconfiança, podem chegar a vigiar e a vasculhar ambientes, com o objetivo de não serem pegos de surpresa. Podem agir com as pessoas de forma instintiva e não com base na razão. Empreendedores que agem assim podem gerar desconfiança e desmotivação nos funcionários (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009). Medo da traição: Em função do receio de serem traídos, muitos empreendedores buscam a parceria de amigos e familiares, o que pode ser positivo no início, mas, no decorrer do tempo, podem não corresponder às necessidades de competências necessárias para gerir uma empresa de porte maior (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009). Desejo de atenção: Os empreendedores têm a necessidade de “representar um papel quase mitológico”. Mesmo tendo algum sentimento de insignificância, buscam uma alternativa para superar seus medos e conquistar os aplausos desejados. Em alguns, a necessidade de chamar atenção é tanta que chegam a construir monumentos com o símbolo de seus feitos (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009). Tais emoções formam o que os estudiosos chamam de estrutura emocional que pode interferir no jeito de ser de cada empreendedor, isto é, a natureza do instinto humano – instinto empreendedor. FICA A DICA! Assista ao vídeo que retrata um pouco essa estrutura emocional que foi aqui discorrida, bem como algumas das CCEs. https://www.youtube.com/watch?v=1YDjgVjK_jM Assista ao vídeo que retrata um pouco essa estrutura Video Adaptado do Filme Gladiador Postado por: Celso Duarte Junior em 04/10/2007 - Licença padrão do YouTube Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO NEAD • CATÓLICA SALESIANA18 CARNEIRO, P. et al. Metodologia fuzzy aplicada para predicação do comportamento empreendedor. Rio de Janeiro: EnANPAD, 2008. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor: a metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. 6. ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios.Rio de Janeiro: Campus, 2001. FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração de Empresas da Universidade de São Paulo. São Paulo, v. 34, n. 2, p. 5-28, abr./jun. 1999. LIMA, Carlos Eduardo Alves. Empreendedorismo e tipos de empreendedores: estudo de caso no Município de Araxá – MG. Programa de Pós-graduação stricto sensu em Administração. Faculdade Novos Horizontes. Belo Horizonte, 2012. SEIFFERT, Peter Quadros. Empreendendo novos negócios em corporações: estratégias, processo e melhores práticas. São Paulo: Atlas, 2005. VRIES, Manfred F. R. Kets; CARLOCK, Randel S.; FLORENT-TREACY, Elizabeth. A empresa familiar no divã: uma perspectiva psicológica. Porto Alegre: Bookman, 2009. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA19 O empreendedorismo no mundo estava em plena ascenção e burbulhavam as histórias de sucesso por todos os países, uma vez que, por força do próprio empreendedorismo, alavanca o desenvolvimento, fortalecendo a economia. No Brasil não foi diferente, especialmente na década de 1990, quando os mercados estavam funcionando de modo distinto, dada a abertura da economia no país. Abriam-se as portas para o mundo e os preços estavam sendo controlados por fornecedores estrangeiros. Algumas empresas, em diversos setores, não conseguiam competir como antes – mas dormiam tranquilamente em berço esplêndido, ou seja, a concorrência era interna e singela. Com esse boom no mercado, as empresas, os gestores, enfim, os brasileiros precisaram se mexer, movimentar-se. Novos planos de negócios, novas estratégias foram criadas ou recriadas. Até mesmo a tão sonhada inovação teve que despertar e ganhou impulso. Segundo o IPED (2015), estima-se que em 2009 havia aproximadamente 19 milhões de brasileiros empreendedores em nosso país, entre setores e organizações variadas. Assim, o que foi observado nesse período é que, querendo ou não, e muitas das vezes de forma inconsciente, o Brasil se viu obrigado a empreender e inovar. Resgatando uma fala de Dornelas (2014), o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma nessa década 2.1 QUANDO SURGIU AULA 2 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL O Brasil é o primeiro em ranking de empreendedorismo ! (Pesquisa GEM 2014 / Murilo Rodrigues Alves, EXAME.com (2015) No Brasil, o empreendedorismo surgiu nos anos 90 com muita força. Fonte: Portal Educação Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NEAD • CATÓLICA SALESIANA20 de 1990, quando entidades como Sebrae e Softex foram criadas. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na jornada empreendedora. O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo suporte de que precisa para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais de seu negócio. O histórico da entidade Softex pode ser confundido com o histórico do empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A entidade foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia. Foi com os programas criados, no âmbito da Softex em todo país, junto a incubadoras de empresas e a universidades/cursos de ciências da computação/informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Até então, palavras como plano de negócios (business plan) eram praticamente desconhecidas e até ridicularizadas pelos pequenos empresários. 2.2 A REVOLUÇÃO DO NOVO BRASIL Segundo Alves (2015), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, a taxa total de empreendedorismo no Brasil aumentou de 23%, em 2004, para 34,5% no ano passado. Metade desses empreendedores abriu seus negócios há menos de três anos e meio. Os dados são da nova pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2014), feita no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O Brasil participa desse esforço desde 2000, sendo a pesquisa conduzida pelo IBQP e conta com o apoio técnico e financeiro do Sebrae. Desde 2011, o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas tornou-se parceiro acadêmico do projeto. Fonte: http://www.gemconsortium.org Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA21 Segundo o Relatório Executivo Empeendedorismo (GEM, 2014), a pesquisa apresenta importantes diferenciais em relação a outros estudos sobre empreendedorismo. O primeiro deles é que o levantamento dos dados é feito em fontes primárias, com indivíduos e não com empresas. Assim sendo, as conclusões serão sempre relacionadas aos indivíduos empreendedores e seus respectivos empreendimentos. O segundo diferencial é que o GEM utiliza um conceito amplo de empreendedorismo que visa captar os diversos tipos de empreendedores (formais ou informais), sejam os da base da pirâmide, envolvidos com empreendimentos muito simples, ou aqueles envolvidos em empreendimentos mais sofisticados e de mais alto valor agregado. As diferenciações e reagrupamentos são feitos a partir das diversas questões levantadas no questionário, as quais permitem a posterior classificação desses empreendedores conforme suas características sociais e as características do empreendimento. Assim, em 2014, a pesquisa atingiu 75% da população global e 90% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No Brasil, foram entrevistadas 10 mil pessoas de 18 a 64 anos das cinco regiões do país. Na comparação mundial, o Brasil se destaca com a maior taxa de empreendedorismo, quase oito pontos porcentuais à frente da China, o segundo colocado, com taxa de 26,7%. O número de empreendedores entre a população adulta no país é também superior ao dos Estados Unidos (20%), Reino Unido (17%), Japão (10,5%) e França (8,1%). Entre as economias em desenvolvimento, a taxa brasileira é superior à da Índia (10,2%), África do Sul (9,6%) e Rússia (8,6%). Para o Sebrae (2015), o recorde de empreendedores no Brasil é consequência do aumento do número de formalizações nos últimos anos e da melhoria do ambiente legal, com a criação e ampliação do Supersimples - regime simplificado de cobrança de tributos para empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões. Por esse regime, pequenas e médias empresas têm a cobrança de oito impostos federais, estaduais e municipais reunida num só boleto. Para a maioria dos casos, a carga de impostos é 40% menor do que no regime tributário convencional. Ainda de acordo com a pesquisa, ter o próprio negócio é o terceiro maior sonho do brasileiro, atrás de comprar a casa própria e viajar pelo país. O número de pessoas que almeja se tornar o seu próprio chefe é de 31%, praticamente o dobro das que desejam fazer carreira numa empresa (16%). A pesquisa ainda revela que, de cada 100 brasileiros que começam um negócio próprio, 71 são motivados por uma oportunidade de negócio e não pela necessidade. Esse índice, que implica diretamente a qualidade do empreendedorismo, vem se mantendo estável nos últimos anos. Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NEAD • CATÓLICA SALESIANA22 Em 2014, a proporção de empreendedores por oportunidade no Brasil foi de 70,6%. Ou seja, do total de empreendedores brasileiros em 2014, 70,6% o foram por oportunidade. Essa proporção observada no Brasil em 2014pode ser considerada tecnicamente igual à proporção de 2013 (71%), como mostra o Gráfico 1. Gráfico 1- Evolução da atividade empreendedora segundo a oportunidade como percental da taxa de empreendedores iniciais Mais de 70% das micro e médias empresas conseguem sobreviver até completar o segundo ano. “Não é excepcional, mas é um excelente número”, avalia Barretto, o presidente do Sebrae. O perfil desse novo empreendedor é mais jovem, mais feminino, mais negro e mais classe C, de acordo com Barreto. Mesmo com a contração da atividade econômica do país, ele acredita ser possível o segmento da pequena empresa continuar crescendo neste ano. “O segmento não é uma ilha, mas tem demonstrado força para enfrentar essas crises, principalmente no comércio e serviços”, afirma. Como exemplo do vigor dos pequenos negócios, Barretto cita o crescimento de 7% da arrecadação do Supersimples em 2014, enquanto houve queda na arrecadação geral, e a geração líquida de 3,5 milhões de empregos entre 2011 e 2014 - no mesmo período, as grandes e médias empresas tiveram saldo de 200 mil vagas fechadas. Quanto à mentalidade empreendedora brasileira, o relatório destacou que, neste item, foram analisadas as percepções da população entre 18 e 64 anos a respeito do empreendedorismo (Tabela 1), o que permitiu analisar o grau de disposição dos indivíduos em relação ao tema e o seu potencial para empreender. O GEM pesquisou o conhecimento sobre o processo de abertura de novos negócios, oportunidades e capacidades percebidas, além do medo do fracasso. Foram também levantados os sonhos e desejos dessas pessoas (Tabela 2), particularmente a vontade de possuir um negócio próprio. São eles: Observa-se que, no Brasil, em 2014, 37,7% dos indivíduos afirmaram conhecer pessoas que abriram um negócio novo nos últimos dois anos. Esse percentual é maior que em 2012 (33,7%), mas não difere de 2013; Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA23 Quanto à percepção de boas oportunidades para iniciar um novo negócio nos próximos seis meses, em 2014, 55,5% da população respondeu positivamente, percentual superior aos de 2012 (50,2%) e de 2013 (50,0%); 50% dos indivíduos afirmaram possuir conhecimento, habilidade e experiência necessários para começar um novo negócio. Nesse item houve redução, quando comparado com 2012 (54,0%) e 2013 (52,1%); O medo do fracasso não impediria 60,9% da população entrevistada em 2014 de se envolver na criação de um novo negócio, percentual inferior a 2012 (64,5%), mas superior a 2013 (57,3%); e, Com relação aos desejos e expectativas da população adulta brasileira, a Tabela 2 mostra que, em 2014, ter o próprio negócio (31,4%) apareceu em terceiro lugar no conjunto dos desejos dos brasileiros, depois da compra da casa própria (41,9%) e de viajar pelo Brasil (32,0%). O mesmo acontece nos anos anteriores, assim como a supremacia do sonho “ter o próprio negócio” sobre “fazer carreira numa empresa” (15,8% em 2014). Tabela 1- Percentual da população segundo a mentalidade – Brasil - 2014 Tabela 2 - Percentual da população segundo o sonho – Brasil - 2014 Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NEAD • CATÓLICA SALESIANA24 Na busca de órgãos de apoio no Brasil, a pesquisa procurou saber também o percentual dos empreendedores que busca apoio junto aos órgãos como Senac, Sebrae, Senai, entre outros. A Tabela 3 mostra que 86,6% dos empreendedores identificados em 2014 não procuraram o auxílio de órgãos de apoio. Esse percentual aumentou em relação a 2012 (79,6%) e 2013 (84,6%). Quanto aos órgãos de apoio pesquisados, o Sebrae se destaca, sendo citado por 10,4% dos entrevistados. Nos anos anteriores, o Sebrae também se destaca como órgão de apoio. A grande maioria (44%) dos empreendedores que não buscou um órgão de apoio afirmou que o motivo foi a falta de necessidade (Tabela 4). Este percentual foi mais alto para os empreendedores estabelecidos (49,3%) em relação aos empreendedores iniciais (38,9%): • 28,9% dos empreendedores iniciais indicaram que a falta de conhecimento foi a principal causa de não terem buscado um órgão de apoio. Esse percentual é menor para os empreendedores estabelecidos (23%). • 15,4% dos empreendedores iniciais afirmaram que o principal motivo para não buscarem um órgão de apoio foi a falta de tempo. Tabela 3 – Percentual da população total de empreendedores Segundo a busca por órgãos de apoio – Brasil - 2014 Tabela 4 – Distribuição dos empreendedores segundo os motivos que NÃO os levaram a buscar um órgão de apoio – Brasil - 2014 Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA25 Diante desse novo cenário que a pesquisa GEM/2014 nos mostra, nota- se que o brasileiro tem mudado seu comportamento. De fato, como observado ainda sobre os “sonhos” dos brasileiros em 2013, a mesma pesquisa revelou que ter seu próprio negócio ocupava a 3ª posição, enquanto fazer carreira ocupava a 8ª posição, evidenciando, assim, a inquietação dos brasileiros para abrir seu próprio negócio (Figura 1). 2.3 OS PROGRAMAS DE ENSINO EM EMPREENDEDORISMO Algus autores e estudiosos afirmam que, passados esses anos, final do século XIX e início do século XX, o Brasil entra numa nova era com potencial para desenvolver vários programas de ensino de empreendedorismo compatíveis com os melhores países do mundo. Segundo Dornelas (2014), ações históricas e algumas mais recentemente desenvolvidas começam a apontar para essa direção. Seguem alguns exemplos: Figura 1 – Os sonhos dos brasileiros Fonte: Sebrae, GEM, 2013 Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NEAD • CATÓLICA SALESIANA26 O programa Softex e o Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços (Genesis) foram criados na década de 1990 e até há pouco tempo apoiavam atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de software (star tups). O programa Softex foi reformulado e continua em atividade. Informações podem ser obtidas em <www.softex.br>. O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores em todo o país, destina-lhes recursos financeiros, totalizando um investimento de R$8 bilhões. Este programa vigorou de 1999 até 2002 e realizou mais de 5 milhões de operações de crédito. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas Empretec e Jovem Empreendedor do Sebrae, que são líderes em procura por parte dos empreendedores e possuem ótima avaliação. Os diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o ensino do empreendedorismo. É o caso de Santa Catarina, com o programa Engenheiro Empreendedor, cujo objetivo é capacitar alunos de graduação em engenharia de todo o país. Destaca- se, também, o programa 12 Empreendedorismo Ensino Universitário de Empreendedorismo, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino superior do país, presente em mais de 200 instituições brasileiras, envolvendo mais de 1.000 professores em 22 estados do país. Houve ainda um evento pontual que depois se dissipou, mas que também contribuiu para a disseminação do empreendedorismo. Trata-se da explosão do movimento de criação de empresas pontocom no país nos anos de 1999 e 2000, motivando o surgimento de várias empresas star tup de Internet, desenvolvidas por jovens empreendedores. Especial destaque deve ser dado ao enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec) mostram que, em 2008, mais de 400 incubadoras de empresas encontravam-se em atividade no país.Mais recentemente, várias escolas estão apresentando programas não só de criação de novos negócios, mas também focados em empreendedorismo social e corporativo. Existem, ainda, programas específicos sendo criados por escolas de administração de empresas e de tecnologia para formação de empreendedores, incluindo cursos de Master of Business Administration (MBA), cursos de cur ta e média duração e programas a distância (EaD). Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA27 O crescente movimento das franquias no Brasil também pode ser considerado um exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo nacional. Segundo a Associação Brasileira de Franchising, em 2007 havia mais de 1.200 redes de franquias constituídas no país, com cerca de 65.000 unidades franqueadas, o que correspondeu a R$46 bilhões de faturamento consolidado do setor. Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL NEAD • CATÓLICA SALESIANA28 ALVES, Murilo Rodrigues. Brasil é o primeiro em ranking de empreendedorismo. Revista Exame.com. Março/2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/brasil-e-o-primeiro-em- ranking-de-empreendedorismo>. Acesso em: dez. 2015. DORNELAS, J. Empreendedorismo Transformando ideias em negócios. 5. ed. Rio de Janeiro : Empreende / LTC, 2014. GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil - Relatório Executivo 2014. Curitiba: Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade, 2014. IPED. Quando surgiu o empreendedorismo no Brasil. 2015. Disponível em: <https://www.iped.com.br/materias/gestao-e-lideranca/ empreendedorismo.html>. Acesso em: dez. 2015. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA29 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Primeiro, antes de mostrarmos a relação do empreendedorismo com a inovação, vamos ao conceito desta última, pois, entendendo o que ela é, será mais fácil entender essa relação. Confrontando os dois conceitos, podemos afirmar, então, que inovar é renovar, ou inventar, ou criar algo ou alguma coisa e que, necessariamente, precisa-se chegar ao sucesso. Inovação é a exploração com sucesso de novas ideias. 3.1 O QUE É INOVAÇÃO AULA 3 O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO 1. Introduzir novidade em. 2. Renovar; inventar; criar. Dicionário Aurélio Nick Baldwin Fonte: www.cookie.com.br Fonte: www.cookie.com.br NEAD • CATÓLICA SALESIANA30 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Ora, de forma simplificada, em relação à inovação, Barbieri (1997) a entende como um processo desenvolvido por uma organização que visa introduzir no mercado produtos e processos incorporadores de novas soluções técnicas, funcionais ou estéticas. Como explicam Tomaél, Alcará e Chiara (2005), se essas soluções são completamente novas, ou seja, se ainda não foram disseminadas por outras organizações, esse tipo de inovação pode ser considerado como inovação pioneira (novidades absolutas). Ao passo que, se essas soluções já foram utilizadas por outras organizações, a inovação é considerada relativa (novidades relativas). Vamos ver, a seguir, na Figura 2, alguns exemplos de inovação ao longo do século XIX, coletados e apontados por Dornelas (2014), que mostram a importância do espírito inovador que revolucionou tal século. Figura 2 – Algumas invenções e consquistas do século XIX 3.2 O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Dornelas (2014) afirma que o avanço tecnológico tem sido de tal ordem que requer um número muito maior de empreendedores. A economia e os meios de produção e serviços também se sofisticaram, de forma que hoje existe a necessidade de se formalizarem conhecimentos que eram apenas obtidos empiricamente no passado. Portanto, a ênfase em empreendedorismo surge como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez; não é apenas um modismo. A competição na economia também força novos empresários a adotar paradigmas diferentes. Por isso, o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que Fonte: Dornelas (2014) Inovar é a chave para o crescimento sustentável Filipe Cassapo, diretor-executivo do Centro Internacional de Inovação. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA31 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. A chamada nova economia, a era da internet, mostrou recentemente, e ainda tem mostrado, que boas ideias inovadoras, know-how, um bom planejamento e, principalmente, uma equipe competente e motivada são ingredientes poderosos que, quando somados no momento adequado, acrescidos do combustível indispensável à criação de novos negócios – o capital – podem gerar negócios grandiosos em curto espaço de tempo. Isso era algo inconcebível há alguns anos (DORNELAS, 2014). Tomando como base a evolução no tempo e na história, há pouco mais de 30 anos, o fato de um jovem recém-formado aventurar-se na criação de um negócio próprio era considerado loucura, pois os empregos oferecidos pelas grandes empresas nacionais e multinacionais, bem como a estabilidade que se conseguia nos empregos em repartições públicas eram muito convidativos, com bons salários, status e possibilidade de crescimento dentro da organização. Para Dornelas (2014), quando esse cenário mudou, nem os profissionais experientes, nem os jovens à procura de uma oportunidade no mercado de trabalho, nem as escolas de ensino de Administração estavam preparados para o novo contexto. E mudar a visão a respeito de determinado assunto, redirecionar ações e repensar conceitos levam algum tempo até que gerem resultados práticos. O fato é que o empreendedorismo finalmente começa a ser tratado no Brasil com o grau de importância que lhe é devido, seguindo o exemplo do que ocorreu em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde os empreendedores são os grandes propulsores da economia. O que pode ser observado nas ações relacionadas ao crescimento do empreendedorismo no mundo são: programas de incubação de empresas e parques tecnológicos; desenvolvimento de currículos integrados que estimulem o empreendedorismo e inovação em todos os níveis, da educação fundamental à pós-secundária; programas e incentivos governamentais para promover a inovação e a transferência de tecnologia; subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à geração de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros. Segundo Cassapo (2013), a inovação tem sido destacada como a grande força propulsora e renovadora das empresas e, consequentemente, do crescimento sustentável das nações. O fato de “fazer diferente” é reconhecido por todos como algo que proporciona uma posição de destaque junto aos NEAD • CATÓLICA SALESIANA32 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO clientes, fornecedores e sociedade, gerando, com isso, valor econômico para as organizações. Mais do que uma intuição, inovar é a chave do crescimento sustentável. Inovar, pragmaticamente, é transformar ideias novas em resultados sustentáveis, ou seja, consiste no justo equilíbrio entre criatividade e processos para geração de valor. Em termos de criatividade, o Brasil tem um diferencial oportuno em comparação com outros países. É, ao mesmo tempo, o país da biodiversidade e da etnodiversidade (CASSAPO, 2013). Por fim, podemos concluir que inovar hoje não é mais um recurso de luxo dentro das organizações,é uma necessidade em que se consolida a busca por melhores resultados, melhores ações, internalizar a cultura da satisfação pessoal no trabalho, na vida coletiva social. Quer seja como uma variável que a organização tente implantar, quer na vida profissional de cada um e até na vida social e familiar. Podemos dizer que inovar é uma questão de sobrevivência, e o passo seguinte é buscar empreender. Inovar é, então, importante para o crescimento, para aumentar a lucratividade e enfrentar a concorrência. Como falamos até aqui, e ratificado por Cher (2008), o mundo tem passado por várias transformações em curtos períodos de tempo, principalmente no século XX, quando foi criada a maioria das invenções que revolucionaram o estilo de vida das pessoas, como demonstrado na Figura 3. Geralmente, essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou de uma nova visão de como utilizar coisas já existentes, mas que ninguém antes ousou olhar de outra maneira. Por trás dessas invenções, existem pessoas ou equipes de pessoas com características especiais que são visionárias, questionam, arriscam, querem algo diferente, fazem acontecer e empreendem. Figura 3 – Grandes nomes, grandes marcas NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA33 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Talvez, ao pensamos nesse tema, o que nos vem à mente são grandes empresas e grandes gênios da história da humanidade. Claro, eles são importantes. Todavia, há inventos bem simples, mas que nos ajudam muito no nosso dia a dia (Figura 4). Figura 4 – Inovações práticas, nomes de menor destaque 3.3 AGENTES PARA A INOVAÇÃO E O EMPREENDEDORISMO Nesta seção são apresentados diversos tipos de organizações, institutos, associações de diversos segmentos. Algumas nem chegam a ser uma empresa propriamente constituída – podem ser um blog, um site, por exemplo –, mas são agentes catalizadores importantes de apoio, de conhecimento, de legislação, de formalização, de investimento, etc. FICA A DICA! Para finalizar esta seção, assista ao vídeo da 3M, uma empresa genuinamente inovadora. https://www.youtube.com/watch?v=jTaN654txLQ Para finalizar esta seção, assista ao vídeo da 3M, uma Postado por: 3MdoBrasil em 05/07/2013 - Licença padrão do YouTube NEAD • CATÓLICA SALESIANA34 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO A ideia não é a de que você se prenda apenas a este material e pensar que aqui estão todas elas; mas, ao contrário, existem centenas de outras. Nosso objetivo é motivá-lo a descobrir que existem muitos “agentes” que poderão ajudá-lo a dar esse grande passo em busca do seu alvo empreendedor para iniciar seu negócio. Alguns exemplos de ações são encontrados no Catraca Livre, que é um site com espaço para iniciativas empreendedoras, inovação, ideias, startups, negócios de sucesso de pessoas que superaram obstáculos e criaram soluções (Figura 5). Acesse, caso tenha interesse: <https:// cat racaliv re.com.br/geral/editoria/negocio-urbanidade/ empreendedorismo/>. Figura 5- Site Catraca Livre Uma grande empresa internacional, como a Shell, tem importantes programas que apoiam e incentivam a inovação e o empreendedorismo em diversos segmentos. Tais iniciativas vão desde cursos até financiamento de projetos (Figura 6). Figura 6 – Shell iniciativa empreendedora Fonte: https://catracalivre.com.br Fonte: http://www.iniciativaempreendedora.org.br/ NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA35 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Dentre todos os programas, destacamos o mais importante, Shell Iniciativa Empreendedora, que visa desenvolver e formar líderes empresariais, com foco na cultura da sustentabilidade, inovação e empreendedorismo. Está presente no Norte Fluminense e no Sul Capixaba, com a formalização de dois polos - Macaé (RJ) e Vila Velha (ES). O programa de investimento social tem foco em empreendimentos que ajudam a contribuir com o Setor de Óleo e Gás. Isso significa complementar, das mais diversas formas, o trabalho realizado por empresas como a Shell. As áreas são inúmeras: comércio, produção ou serviços. Uma outra importante organização é o Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação (INEI), uma organização de direito privado, fundada em janeiro de 2007 e homologada como Organização Social Civil de Interesse Público (OSCIP) em dezembro de 2008. (Figura 7). Figura 7 – Site da INEI O INEI conta com a participação e colaboração de profissionais das áreas empresarial e acadêmica no Brasil e exterior, que se encontram comprometidos em alavancar o capital intelectual e social do Brasil por meio do desenvolvimento do empreendedorismo inovador em organizações de micro, pequeno, médio e grande porte dos setores público, privado e terceiro setor. Tem, portanto, como objetivo principal apoiar as empresas brasileiras de qualquer porte e setor para o desenvolvimento de sua capacidade de inovar de maneira contínua e sustentável. O INEI se sustenta sobre três principais pilares: PESSOAS, CONHECIMENTO e CONECTIVIDADE. As pessoas e suas competências e valores constituem a principal fonte de inovação e renovação dentro do Instituto. O conhecimento é o principal motor da inovação. E a conectividade é a plataforma que integra competências e ações, viabilizando a troca de experiências entre seus parceiros e associados para que possam sempre gerar soluções inovadoras. Fonte: http://inei.org.br/ NEAD • CATÓLICA SALESIANA36 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO A Endeavor é mais uma instituição presente em 18 países com esse intuito. É a mais exigente ao escolher os futuros negócios a que dará apoio. Segundo Carrozzo (2014), a missão da organização pode ser dividida em três braços. O primeiro é localizar empreendedores de alto impacto que possam ser considerados novos exemplos para a sociedade em suas áreas de atuação. O segundo é dedicado à área da educação, uma vez que faz parte das metas inserir na cultura local a filosofia de inovar e buscar novas formas de fazer negócios. Por fim, não deixa de lado a observação das políticas públicas, uma vez que o ambiente econômico é um fator que impõe muitas barreiras aos empresários (Figura 8). Figura 8 – Site da Endeavor Para identificar os casos de empreendedorismo que se adequam ao perfil da Endeavor, o processo é bastante rigoroso e pode levar de 06 a 12 meses. De cada 1.000 empresas analisadas, uma média de dez são chamadas para fazer parte das atividades propostas, afirma Carrozzo (2014). A busca é baseada no perfil do empreendedor (prioriza-se aquele que sonha alto e quer, de fato, mudar o país), no potencial de crescimento da empresa, em seu estágio de maturidade e em seu diferencial competitivo no mercado. As empresas selecionadas têm a oportunidade de passar por experiências transformadoras. “A gente coloca esses empreendedores em contato com outros que já passaram por essa fase e hoje são mais experientes, e agendamos reuniões com mentores. Eles passam a aprender a tomar decisões”, afirma a diretora da Endeavor. Fonte: https://endeavor.org.br/ NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA37 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Fonte: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/ A rede Endeavor é composta por profissionais de renome no cenário nacional e internacional, que doam suas horas em prol da causa do empreendedorismo. Os nomes incluem empresários como Emílio Odebrecht e Paulo Passos (Natura). Na Figura 9, é apresentado o Portal do Microempreendedor Individual. Por esse portal é possível abrir e legalizar o próprio negócio. O Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um MEI, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEItambém pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI legalizado. Entre as vantagens oferecidas por essa lei, está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos, a emissão de notas fiscais, etc. Não é preciso contratar serviços de contabilidade e você pode fazer tudo por conta. As outras vantagens todas têm ligação direta com a formalização: direito à aposentadoria, auxílio maternidade, emissão de nota fiscal e possibilidade de ter um funcionário registrado. Além disso, teoricamente, você tem direitos como qualquer outra empresa: como facilitação de empréstimos e abertura de conta como pessoa jurídica. Figura 9 – Portal do MEI Existem muitas outras empresas e organizações, nacionais e estrangeiras, públicas e privadas, que têm se dedicado à missão de cuidar e desenvolver o empreendedorismo e a inovação, tais como: Sebrae, NEAD • CATÓLICA SALESIANA38 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO BNDES, 3M, Sansung, Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ), CNI (Confederação Nacional da Indústria), ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), ITC (International Trade Centre), Exporta Fácil (programa do Ministério das Comunicações operado pelos Correios), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Anprotec (Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), entre tantas outras. Outro fato importante, neste cenário de tanta inovação e emprendedorismo pairando sobre os ares brasileiros, são as Incubadoras de Empresas, isto é, “berçários de empresas” despontando com bastante sucesso. Essas incubadoras são organizações, geralmente sem fins lucrativos, que têm por objetivo apoiar a nova empresa e disseminar o empreendedorismo, oferecendo infraestrutura de apoio e assessoria ao empreendedor na gestão do empreendimento (MARTINS, 2015). Uma incubadora de empresas é uma forma interessante de estímulo ao empreendedorismo, pois fortalece e prepara pequenas empresas para sobreviver no mercado, em que mais da metade das micro, pequenas e médias empresas fecham as portas até o terceiro ano de vida, segundo dados que o Sebrae divulga todo ano. Uma incubadora de empresas busca oferecer às pequenas empresas apoio estratégico durante os primeiros anos de existência. Propositalmente, deixamos por último o programa do Governo Federal e Estadual capixaba e, por fim, um pouco do próprio Núcleo de Inovação e Tecnologia da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo (NITCatólica). Nos Governos Federal e Estadual, digamos que para “cumprir o desde ontem”, temos as políticas associadas às ações que o Estado brasileiro tem a oferecer aos pesquisadores (inovação e empreendedorismo). No Federal, apresentamos o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que foi, em 1985, concretizando o compromisso do presidente Tancredo Neves com a comunidade científica nacional (Figura 10). Sua área de competência está estabelecida no Decreto nº 5.886, de 6 de setembro de 2006. Como órgão da administração direta, o MCTI tem como competências os seguintes assuntos: • política nacional de pesquisa científica, tecnológica e inovação; • planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades da ciência e tecnologia; • política de desenvolvimento de informática e automação; • política nacional de biossegurança; • política espacial; • política nuclear e • controle da exportação de bens e serviços sensíveis. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA39 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Figura 10 – Portal do MCTI Com a incorporação das duas mais importantes agências de fomento do País – a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e suas unidades de pesquisa –, o Ministério da Ciência e Tecnologia passou a coordenar o trabalho de execução dos programas e ações que consolidam a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo dessa política é transformar o setor em componente estratégico do desenvolvimento econômico e social do Brasil, contribuindo para que seus benefícios sejam distribuídos de forma justa a toda a sociedade (BRASIL, 2015). Nesse complexo estrutural, destaca-se a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec). Compete a essa Secretaria propor, implementar e coordenar ações e programas de políticas públicas voltadas para a promoção da inovação nas empresas brasileiras no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação. Outro serviço do MCTI que visa à criação de um ambiente favorável à inovação tecnológica nas empresas é o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). Instrumento de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com as empresas inovadoras, o Sibratec proporciona condições para que as empresas ampliem os atuais índices de inovação. Já na demanda da esfera estadual capixaba, temos um conglomerado de órgãos que formam o cluster da inovação e pesquisa que, depois de várias nomenclaturas, é hoje representado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo - Fapes (Figura 11). Figura 11 – Portal Fapes Fonte: http://www.mcti.gov.br/ Fonte: Fonte: http://www.fapes.es.gov.br/ NEAD • CATÓLICA SALESIANA40 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO A Fapes é uma fundação vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI) que cumpre as diretrizes da política estadual de C,T&I, tendo como principais atribuições: a gestão do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec) e a captação e operacionalização de recursos junto a entidades públicas e privadas. Sua missão é fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico do Espírito Santo, com concessão de recursos financeiros para projetos, bolsas e auxílios visando ao apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação e à formação de recursos humanos. Por fim, apresentamos o Núcleo de Inovação e Tecnologia da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo, pois, dada a impor tância do tema deste material e, ao mesmo tempo, por ser a Instituição que o promove, não seria justo deixá-lo de fora. Nesse sentido, para falar de empreededorismo e inovação nessa Instituição de Ensino Superior (IES), teríamos que preparar várias páginas de um grande arcabouço para inseri-las neste material. Teríamos que trazer o Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) para explicar, dentre tantos motivos para isso, o porquê de cada Projeto Pedagógico de Curso (PPC) buscar em suas áreas do saber a disciplina de Empreendedorismo. Vamos, então, apenas apresentar os pontos mais impor tantes. Como afirma Pietrovski (2013), a promoção da cultura do empreendedorismo inovador nos ambientes acadêmicos apresenta- se como uma alternativa e um desafio para as IES. É preciso adotar mecanismos estratégicos que conduzam ao processo de gerar nas pessoas condições para que desenvolvam competências e habilidades que estimulem a identificação de opor tunidades e interesses, transformando ideias e visões em projetos passíveis de serem executados. De forma prática, os primeiros passos foram dados em 2012, quando o curso de Administração apresentou seus primeiros produtos oriundos das disciplinas de Empreendedorismo. De fato, mediante tal desafio, em 2013,esse evento foi institucionalizado, ou seja, a Feira de Negócios não seria apenas do curso de Administração, mas de todos os cursos. Como é citado no site da Faculdade Católica Salesiana (Figura 12), percebe-se essa intenção que foi colocada em prática: [...] inovar, empreender, manter-se ativo no mercado de trabalho, conviver com riscos e viver nas incer tezas são desafios vivenciados pelos profissionais na atualidade. Desta forma, faz-se necessário, no decorrer dos cursos de graduação, que as Instituições de Ensino Superior NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA41 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO promovam atividades como a que propomos: FEIRA DE NEGÓCIOS CATÓLICA SALESIANA, visando oferecer novas vivências aos alunos e professores, que proporcionem o contato com o mundo do trabalho e com a comunidade em geral, tornando-se um elo entre a academia e o mercado, ampliando a visão do cenário onde estamos inseridos. Quanto aos objetivos, o site apresenta: • promover novas vivências aos alunos, proporcionando contato com o mundo dos negócios e com a comunidade; • ampliar a visão do cenário global, onde estamos inseridos, por meio de interações transdisciplinares, ou seja, com o Outro e com o Universo, no nosso viver cotidiano em casa, no trabalho e no mundo, possibilitando repensar nossas próprias práticas; • exposição dos trabalhos/Plano de Negócio e demonstração dos novos negócios apresentados pelos alunos da Faculdade Católica Salesiana para a comunidade; • transformação da Feira de Negócios em um evento Institucional. A Feira de Negócios, denominada InovaCatólica, está em sua 5ª edição (Figura 13), ocorrida no segundo semestre de 2015. É uma feira semestral de empreendedorismo que tem o objetivo de estreitar os laços entre o ensino e o mundo dos negócios. Além disso, pretende promover a interdisciplinaridade entre os cursos, a viabilidade mercadológica das criações dos discentes, o espírito empreendedor e a criatividade. Fonte: http://www.catolica-es.edu.br/extensao-pesquisa/objetivos-inova-catolica Figura 12 – Portal da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo NEAD • CATÓLICA SALESIANA42 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO Figura 13 – Feira de empreendedorismo InovaCatólica Nessas feiras se encontram empresas e alunos, isto é, de um lado as empresas conhecem os trabalhos dos alunos e tomam conhecimento da inovação, do projeto, do plano de negócio; e na outra fronteira, os alunos conhecem as empresas e o que elas estão fazendo, como funcionam. De fato, é um grande encontro, com muitos benefícios, mas o mais importante deles, na nossa concepção, é a relação que se estreita entre a academia e as empresas. Um outro avanço que se deve aqui destacar é que, em agosto de 2015, foi constituída a Equipe do InovaCatólica, com missão de estruturar e difundir essa cultura e o ambiente propício para a inovação. Assim, como aponta a ata da Equipe Inova (08/2015), aconteceu o 1º Evento de Startup do NITCatólica em 23/09/2015, cujo objetivo era captar as primeiras ideias empreendedoras e inovadoras dos alunos e, assim, identificar que tipos de projetos seria possível construir, desenvolver e apoiar sob o suporte do Núcleo InovaCatólica. Para isso, como piloto, foram escolhidos os alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Sistemas de Informação, Redes, Administração, Engenharia da Produção e Arquitetura. Nesse evento, participaram 455 alunos formalmente inscritos, como mostra a Figura 14. Outra etapa do evento foi cadastrar os trabalhos dos alunos, catalogá-los, emitir Fonte: arquivo próprio. Fonte: arquivo próprio. Figura 14 - Startup do NITCatólica NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA43 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO relação e fazer a divulgação pelo canais oficiais da Instituição, como forma de dar um retorno aos alunos participantes, bem como de continuar fomentando tais ações. As principais ideias selecionadas pela Equipe InovaCatólica serão submetidas ao WePitch, uma plataforma on-line que estimula o empreendedorismo ao ouvir, premiar e continuar incentivando pessoas com ideias inovadoras. O prêmio, em 2015, foi de R$ 10.000,00. A Midstage Ventures, idealizadora da plataforma, é uma venture builder (ou construtora de novos negócios) brasileira, com sede em Los Angeles, Estados Unidos, mas com atuação for te no Brasil, com a missão de fomentar o empreendedorismo e trazer para o mundo universitário brasileiro uma competição de pitches. Nesse compasso, o foco a médio prazo é ter uma incubadora de empresas para oportunizar a criação e dar suporte a empresas criadas pelos próprios alunos durante o curso. NEAD • CATÓLICA SALESIANA44 AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO BARBIERI, J.C. A contribuição da área produtiva no processo de inovações tecnológicas. Revista de Administração, v. 37, n. I , p. 66-77, jan./mar. 1997. CARROZZO, Salvato. Endeavor na prática: como funciona e como entrar na organização. Na Prática. Fundação Estudar. 2014. Disponível em: <https://www.napratica.org.br/endeavor-na-pratica-como-funciona-e- como-entrar-na-organizacao>. Acesso em: dez. 2015. CASSAPO, Filipe. A transformação de conhecimentos novos em resultados sustentáveis. Pequenas Empresas & Grandes Negócios. 2013. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com /Revista/Common/0,,EMI240066- 18478,00-INOVACAO+NO+BRASIL+X+INOVACAO+NO+ MUNDO.html>. Acesso em: dez. 2015. CHER, Rogerio. Empreendedorismo na veia: um aprendizado constante. 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Apresentaremos, agora, as estratégias e objetivos que serão traçados e formulados para atingir essa visão do início. Como afirma Filion (2001), antes de tomar qualquer iniciativa, isto é, antes de pôr a mão na massa, o empreendedor precisa dispor de uma estrutura de pensamento sistêmico e visionário, porque é com base nisso que poderá fixar seus objetivos e traçar caminhos para atingi-los. A visão, de acordo com Filion e outros (2000, p. 32), é “[...] uma imagem, projetada no futuro, do lugar que se quer ver ocupado pelos seus produtos no mercado, assim como a imagem projetada do tipo de organização necessária para consegui-lo”. De acordo com esses autores, existem três categorias de visão: ‟ A primeira é denominada emergente - ideias de produtos ou de serviços que queremos lançar; ‟ A segunda é denominada central - resultado de uma ou mais visões emergentes, que se divide(m) em visão externa, ou seja, o lugar que se quer ver ocupado pelo produto ou serviço no mercado, e interna, o tipo de organização de que se tem necessidade para alcançá-lo; e, ‟ A terceira categoria compreende as visões complementares, que são atividades de gestão definidas para sustentar a realização da visão central. Baseados nessa argumentação, é que chamamos de último passo,
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