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Empreendedorismo Apostila Completa

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AUTOR COLABORADOR
Braulio Oliveira dos Santos Filho
Administrador, especialista em Sistemas de Informação e mestre em Informática pela Universidade Federal 
do Espírito Santo (UFES). Professor dos cursos de Administração, Contabilidade, Analista de Redes e Engenharia 
da Produção, e na Pós-graduação da Faculdade Catatólica Salesiana do Espírito Santo. Membro da Equipe 
InovaCatólica (Tecnologia e Inovação) e da Comissão de Projetos de Extensão da Faculdade Salesiana. 
Professor convidado da UFES - Modelo EaD e do Instituto Federal do Espírito Santo na Pós-graduação em 
Gestão Pública - Modelo EaD. Experiência profissional em gestão empresarial. 
Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo
Núcleo de Educação a Distância
EMPREENDEDORISMO
Livro didático
Vitória
2016
FACULDADE CATÓLICA SALESIANA DO ESPÍRITO SANTO
DIRETOR GERAL
Irmão Cledson Martas Rodrigues
DIRETOR ADMINISTRATIVO
Padre Moacir José Scari
DIRETOR DE PASTORAL
Padre Adenilson Lopes Rubim
DIRETOR EXECUTIVO/ACADÊMICO
Jolmar Luis Hawerroth
COORDENADORES DE ÁREA
Cláudia Câmara – Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Acadêmico e 
Comissão Própria de Avaliação
Heloisa Ferreira Lopes – Coordenadora Administrativo-Financeira
Marisa Marqueze – Coordenadora do Núcleo de Projetos e Processos Organizacionais 
e do Núcleo de Educação a Distância
COORDENADORES DE CURSO
Alessandra Rodrigues Garcia dos Santos – Nutrição 
Alexandre Aranzedo – Psicologia 
Ana Emilia Brasiliano Thomaz – Engenharia Civil 
de Sistemas e Redes de Computadores
Bethania Silva Belisário - Direito
Cláudia Câmara – Engenharia de Produção
Cláudia Curbani Vieira Manola – Enfermagem
Christiane Curi Pereira – Farmácia 
Danilo Camargo – Ciências Biológicas
Elisangela Maria Marchesi – Serviço Social
Fábio Venturim – Educação Física
João Luiz Coelho de Faria – Fisioterapia
Marcelo Albuquerque Schuster– Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento 
Márcia Valéria Gonçalves – Administração
Patrício Baionco Mindelo Biaguê– Ciências Contábeis
Paulo César Delboni – Filosofia
Pedro Canal Filho – Arquitetura e Urbanismo
Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo
Núcleo de Educação a Distância
EMPREENDEDORISMO
Livro didático
FICHA TÉCNICA
Braulio Oliveira dos Santos Filho - Texto
Lílian Cristiane Moreira - Revisão
Daniel Halim Sahb - Diagramação/Arte
Vitória
2016
Catalogação na fonte elaborada pela
Biblioteca da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo
Bibliotecária Responsável Janine Silva Figueira CRB6 ES - 429 
 Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo. Núcleo de Educação a Distância.
F143e 
 
 58 p. : il. 
 ISBN: 978-85-69081-04-3
 
 
 CDU 658 (035)
Empreendedorismo: livro didático / FCSES, NEAD ; texto de Braulio Oliveira dos 
Santos Filho ; revisão de Lílian Cristiane Moreira ; diagramação de Daniel Halim 
Sahb – Vitória : FCSES / NEAD, 2016.
1. Administração. 2. Empreendedorismo. 3. Faculdade Católica Salesiana do Espírito 
Santo. 4. Núcleo de Educação a Distância. 5. Santos Filho, Braulio Oliveira dos Santos. 
6. Moreira, Lilian Cristiane. 7. Sahb, Daniel Halim. I. Título
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 7
AULA 1- O EMPREENDEDORISMO .................................................................................... 9
1.1 ORIGEM HISTÓRICA ....................................................................................................................................... 9
1.2 CONCEITOS: EMPREENDEDOR X EMPREENDEDORISMO ......................................................... 10
1.3 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS .......................................................................................... 13
1.4 ASPECTOS EMOCIONAIS ......................................................................................................................... 16
Referências ................................................................................................................................................................ 18
AULA 2 – EMPREENDEDORISMO NO BRASIL .............................................................. 19
2.1 QUANDO SURGIU........................................................................................................................................... 19
2.2 A REVOLUÇÃO DO NOVO BRASIL ........................................................................................................ 20
2.3 OS PROGRAMAS DE ENSINO EM EMPREENDEDORISMO ..................................................... 25
Referências ................................................................................................................................................................ 28
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO .................................................. 29
3.1 O QUE É INOVAÇÃO ...................................................................................................................................... 29
3.2 O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO ......................................................................................... 30
3.3 AGENTES PARA A INOVAÇÃO E O EMPREENDEDORISMO ..................................................... 33
Referências ............................................................................................................................................................... 44
AULA 4 – O PLANO DE NEGÓCIOS E SEUS PLANOS ............................................... 45
4.1 O PROCESSO EMPREENDEDOR ............................................................................................................ 45
4.2 DESENVOLVER O PLANO DE NEGÓCIOS ........................................................................................... 47
4.3 COMO ELABORAR O PLANO DE NEGÓCIOS – SEBRAE/2013 ............................................... 49
4.4 MERCADO E OPORTUNIDADES - SEGMENTAÇÃO ...................................................................... 50
Referências ............................................................................................................................................................... 54
CASES DE SUCESSO ........................................................................................................... 55
Referências ............................................................................................................................................................... 58
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 7
APRESENTAÇÃO
O momento histórico impulsionador do empreendedorismo no Brasil inicia-
se por volta de 1990, quando a economia brasileira, a interna, sentiu-se 
ameaçada pelo mercado externo, o que forçou, na nossa opinião, o que 
podemos chamar de oficialização do empreendedorismo brasileiro. Tanto 
é que, nessa época, entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro 
e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Sociedade Brasileira para Exportação 
de Software (Softex) foram criadas.
Entretanto, e voltando ao passado, o próprio descobrimento do Brasil foi 
um grande exemplo de empreendedorismo. E todos irão concordar que, 
ao longo dessa história, da construção do Brasil até hoje, temos outros 
inúmeros exemplos de ações de empreendedorismo, inovação e sonhos.
O que estamos querendo com estas primeiras palavras, querido aluno, 
é exatamente salientar que tudo o que passa (e passou) pela vida de 
um país, de uma região, de uma família, ou mesmo de uma pessoa, 
perpassa pela “inovação e pelo empreendedorismo” – quer seja de forma 
incipiente ou de forma muito profissional. Toda essa relação tem mostrado 
o desenvolvimento da humanidade. 
E falando do hoje, do agora, o empreendedorismo passa a assumir, então, 
uma natureza desobrevivência, pois vemos, em discursos de muitos 
autores, que o ”mundo mudou”, que “o mundo não é mais o mesmo”; 
ao contrário, vamos nos atrever a dizer que o “mundo não muda mais”! 
Estamos afirmando, com isso, que a cada 24 horas teremos alguma nova 
tecnologia à disposição do homem, em qualquer lugar do mundo, que 
poderá ser utilizada em prol da sociedade global. Por consequência, não 
é mais uma questão de competição que irá mover as economias, mas 
uma questão de competências. Dessa forma, assistimos à mudança da 
competição para a competência como o fator de sucesso para o indivíduo, 
para a empresa, para o governo.
Por isso, distinto leitor, este material didático foi preparado exatamente 
com as premissas de que o empreendedorismo é uma necessidade e 
que, aliado a ele, temos também a inovação. Além disso, será necessário, 
também, cuidar da gestão desse empreendimento.
Para tanto, nossa Aula 1, com o título “O empreendedorismo”, aborda a 
origem, os conceitos, as características dos empreendedores e os apectos 
psicológicos que os envolvem. Na Aula 2, intitulada “Empreendedorismo 
no Brasil”, narramos o surgimento do empreendedorismo no nosso país, 
O empreen-
dedorismo é 
uma revolução 
silenciosa, que 
será para o século 
XXI mais do 
que a Revolução 
Industrial foi para 
o século XX.
[Jeffry Timmons, 
1990]
NEAD • CATÓLICA SALESIANA8
mostramos por que o Brasil é o campeão do empreendedorismo e 
finalizamos apresentando o esforço brasileiro para ensinar e pofissionalizar 
o empreendedor. A Aula 3, “O empreendedorismo e a inovação”, mostra o 
que é inovação e qual a relação entre esta e o empreendedorismo, apresenta 
instituições, organizações, associações e outros segmentos que se somam 
como importantes agentes catalizadores de apoio, conhecimento, legislação, 
formalização, investimento, etc. Com esta aula, esperamos que você possa 
ter a ideia de onde poderá encontrar ajuda e suporte. Apresentamos, ainda, 
os primeiros passos e ações sobre inovação e tecnologia que a Faculdade 
Católica Salesiana do Espírito Santo tem movimentado para oferecer aos 
cursos o caminho para o empreendedorismo. Já na Aula 4, “O plano de 
negócios e seus planos”, discutimos a importância de se transcrever para 
a realidade aquilo que começou com um sonho e inspiração, ou seja, 
o valor do plano de negócios – o que é, para que serve. E, para isso, 
disponiblizamos, na íntegra, o material sobre como elaborar o plano de 
negócios do modelo SEBRAE, por meio do Anexo A. Fechamos esta aula 
relatando a importância de se entender o significado de segmentação de 
mercado. Finalizando, este material se encerra apresentando sete casos 
brasileiros de sucesso que vão, com certeza, encantar você.
Ressaltamos, por fim, que toda base para sustentação teórica deste livro 
didático foi respaldada por diversos autores que foram nomeados no 
referencial de cada aula. Os dados estatísticos e temporais foram coletados 
de entidades que são referências no Brasil e no exterior, consagradas por 
seus estudos e esforços na área da inovação e do empreendedorismo. 
Além disso, são apontados links e sites com informações e vídeos que 
serão de grande valia para o enriquecimento e o entendimento do assunto 
aqui tratado.
Por conseguinte, esperamos que esta obra conquiste o seu despertar para 
o assunto.
Bom proveito e nos colocamos à disposição.
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 9
AULA 1
O EMPREENDEDORISMO
Segundo Dornelas (2001), a palavra “empreendedor” (entrepreneur) surgiu na 
França, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que assumem 
riscos em algo novo. Esse autor cita que o termo empreendedorismo foi 
usado pela primeira vez por Marco Polo, firmando um contrato com um 
comerciante (capitalista), sendo o aventureiro que assumia riscos físicos e 
emocionais.
Na idade média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que 
gerenciava grandes projetos de produção. Esses indivíduos não assumiam grandes 
riscos, e apenas gerenciavam os projetos, utilizando os recursos disponíveis, 
geralmente provenientes do governo do país. (DORNELAS, 2001 p. 27).
Ainda conforme Dornelas (2001), os primeiros indícios de relação entre 
assumir riscos e empreendedorismo ocorreram no século XVII, época em 
que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo 
para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Também nessa época, 
o economista Richard Cantillon foi considerado um dos criadores do 
termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o 
empreendedor – aquele que assumia riscos – do capitalista – aquele que 
fornecia o capital. 
No século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente 
diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que 
ocorria no mundo com a Revolução Industrial. Já no final do século XIX e 
início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos 
com os administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados 
meramente de um ponto de vista econômico como aqueles que organizam 
a empresa, pagam empregados, planejam, dirigem e controlam as ações 
desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalismo 
(DORNELAS, 2001).
Atualmente, o empreendedor é visto como uma pessoa que tem novo olhar 
sobre a sociedade, sobre o mundo e as tecnologias, tendo em vista que faz 
parte dessa evolução.
1.1 ORIGEM HISTÓRICA
O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o 
século XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX. 
(TIMMONS apud DORNELAS, 2001, p. 19).
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NEAD • CATÓLICA SALESIANA10
1.2 CONCEITOS: EMPREENDEDOR X EMPREENDEDORISMO
Existem muitos conceitos que, ao longo do tempo, foram evoluindo à medida 
que se estudava e se conhecia melhor a figura do empreendedor. 
A caminhada foi longa, como veremos a seguir. Todavia, aqui neste material, 
optamos por escolher Schumpeter (apud SEIFFERT, 2005), que destaca a 
importância do empreendedor no desenvolvimento econômico. Com sua 
teoria, consolidou o conceito de empreendedorismo.
Atitudes que estão presentes em apenas uma 
pequena fração da população é que definem o tipo 
de empreendedor e também a função empresarial. 
Essa função não consiste essencialmente em 
inventar nada ou criar as condições para serem 
exploradas por uma empresa. Consiste em fazer as 
coisas acontecerem. (SCHUMPETER apud SEIFFERT, 
2005)
Schumpeter (1961) foi o primeiro a associar o 
empreendedor à inovação e expandiu o conceito 
de empreendedorismo com a introdução da noção 
de “destruição criativa”, na qual demonstrava que 
o empreendedor, ao incorporar inovações e novas 
tecnologias, contribuía para a substituição de produtos 
e processos ultrapassados. Assim, o empreendedor 
assumia não apenas um papel central no avanço e 
desenvolvimento da economia e da sociedade, mas 
protagonizava, também, um papel fundamental na 
evolução da vida empresarial e na substituição das 
empresas estabelecidas por novas organizações 
mais capazes de aproveitar as inovações. Ressalta-
se a crítica feita aos economistas, pois consideravam 
o homem econômico, não percebendo o aspecto 
comportamental do empreendedor (LIMA, 2012).
Os pioneiros Richard Cantillon e Jean-Baptiste Say 
influenciaram toda a teoria sobre o empreendedor 
que dispomos nos dias de hoje. Suas ideias são ponto 
de partida obrigatório no início do estudo desse vasto 
campo. Como Say foi o primeiro a estabelecer os alicerces desse campo de 
estudo, ele é descrito como o “pai do empreendedorismo” (FILLION, 1999).
A seguir, no quadro 1, apresentamos um resumo dos conceitos de 
empreendedorismo a partir de alguns importantes autores que marcaram 
suas respectivas épocas e, assim, concentravam-se de alguma forma 
particular na sua área de interesse.Advogado austríaco, foi um 
dos primeiros a ressaltar o 
papel da inovação no processo 
empreendedor, que ele chamou 
de “destruição criativa”.
Fonte: http://politicaecronicas.blogspot.
com.br/2011/06/elites-democracia-e-
teorias.html
Joseph Schumpeter
[1853-1950]
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 11
Quadro 1 - Conceitos de Empreendedor no Tempo
Fonte: adaptado de diversos autores.
Resumindo e buscando apoio em Faria e Silva (2006), o empreendedor 
pode ser descrito como um indivíduo que possui a habilidade de identificar 
uma visão projetada do seu negócio, que o permita ver além dos limites da 
restrição de recursos e identificar as oportunidades que outros não seriam 
capazes de enxergar. Então, compromete-se com essa visão, empenha-se 
na busca de sua realização e a conduz, sozinho ou em equipe, até que 
consiga implementá-la com sucesso.
Assim, podemos afirmar que a 
figura do empreendedor está 
ligada à abertura ou criação de 
novos negócios em uma realidade 
ou cenário que se apresente, tanto 
do ponto de vista de oportunidade 
(mercado positivo), quanto do ponto 
de vista de uma crise (mercado 
negativo). De toda forma, o 
empreendedor é aquele que tem 
um olhar diferenciado da maioria 
de seus pares para uma mesma 
realidade. Ele consegue enxergar 
além daquilo que normalmente se 
apresenta. 
Fonte: startupbizmodel.com
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NEAD • CATÓLICA SALESIANA12
Economista francês, formulador da 
chamada Lei de Say. Nasceu em 
uma família de mercadores de 
tecidos, fortemente influenciada 
pelas ideias iluministas.
Fonte: http://www.fabiobmed.com.
br/jean-baptiste-say-o-pai-do-
empreendedorismo/
Nesse ponto, surge a sutil diferença entre o empreendedor e o administrador, 
ou seja, o administrador está focado no planejamento, na operação, no 
controle e nas tomadas de decisões que envolvem o dia 
a dia da organização. Já o empreendedor é como um 
“equipamento wi-fi”, buscando novas conexões, novos 
produtos, novas soluções, novas relações. Por outro 
lado, o empreendedor, nomalmente, não consegue se 
concentrar nas questões do planejamento e controle 
inerentes à função de gerenciamento organizacional.
O empreendedor pode criar e inovar produtos e 
serviços dentro da própria organização e, com isso, 
ampliar os horizontes dessa empresa – quer no sentido 
de novos mercados, novos clientes; quer do ponto de 
vista interno, como redução de custos, novos processos 
de produção, gestão de pessoas, novos recursos 
tecnológicos, dentre outros.
Assim, o empreendedor, ou aquele que empreende, tem 
um papel importante no desenvolvimento econômico e 
social e, por que não dizer, político também. 
Entendido o conceito de empreendedor, a seguir será 
discutida a questão do empreendedorismo.
Empreendedorismo, segundo Filion (1999), pode ser 
definido como o ramo que estuda os empreendedores 
e examina suas atividades. Requer devoção, comprometimento de tempo 
e o esforço necessário para fazer a empresa crescer.
Resumindo o conceito de Empreendedorismo, segundo o Global 
Entrepreneurship Monitor* (GEM):
Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo 
empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma 
nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente por um 
indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas.
Já Dolabela (1999, p. 29), que é um dos autores recentes sobre o estudo de 
empreendedorismo, afirma que:
é uma livre tradução que se faz da palavra entrepreneurship. Designa 
uma área de grande abrangência e trata de outros temas, além 
da criação de empresas: geração do autoemprego (trabalhador 
autônomo); empreendedorismo comunitário (como as comunidades 
empreendem); intraempreendedorismo (o empregado empreendedor); 
políticas públicas (políticas governamentais para o setor).
Esse autor insere, em todos os conceitos até aqui abordados, a questão 
Jean Baptiste Say
[1767-1832]
O programa de 
pesquisa Global 
Entrepreneurship 
Monitor (GEM), 
de abrangência 
mundial, é uma 
avaliação anual 
do nível nacional 
da atividade 
empreendedora. 
Teve início em 
1999, com a 
participação de 10 
países, por meio 
de uma parceria 
entre a London 
Business School, 
da Inglaterra, e o 
Babson College, 
dos Estados 
Unidos.
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 13
do trabalho, do emprego – o trabalhador – e, ainda, a visão do 
empreendedorismo comunitário, isto é, as questões sociais, a geração de 
riqueza.
Logo, a partir daí, o empreendedorismo assume um conceito global, uma 
abordagem completa no sentido de abranger o desenvolvimento em todos 
os aspectos.
1.3 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS
McClelland, em 1972, foi o autor que contribuiu para definir 
empreendedorismo no campo dos comportamentalistas, para os quais o 
empreendedor se concentra nos aspectos criativos e intuitivos.
Esse autor, segundo a literatura 
apontada por diversos autores, foi o 
primeiro a avaliar o lado psicológico 
dos empreendedores. O núcleo da 
investigação psicológica deveria 
desvendar as características dos 
empreendedores de sucesso.
As pesquisas realizadas por McClelland 
foram os primeiros estudos validados a 
respeito do tema, que concluíram que 
o empreendedor de sucesso possuía 
algumas necessidades, que ficaram 
conhecidas como Características 
Comportamentais Empreendedoras 
(CCEs), divididas em três conjuntos:
- necessidade de realização; 
- necessidade de planejamento;
- necessidade de poder.
Elas contemplam a presença de alguns comportamentos e competências 
consagradas para o sucesso empreendedor (CARNEIRO et al., 2008).
A partir desses conjuntos, são declaradas, então, as dez competências mais 
frequentemente encontradas nos perfis dos empreendedores de sucesso. 
Tais competências também são as mesmas utilizadas pelo SEBRAE.
CONjUNTO - NECESSIDADE DE REALIzAÇÃO
Busca por oportunidades e tem iniciativa
O empreendedor é um identificador de oportunidades, ele é uma pessoa 
curiosa e atenta a informações, pois sabe que suas chances melhoram 
Fonte: Freepik
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NEAD • CATÓLICA SALESIANA14
quando seu conhecimento aumenta. Ele atropela as adversidades, 
ultrapassando os obstáculos com uma vontade ímpar de ver as coisas 
acontecendo, implementa suas ações com total comprometimento, é 
dinâmico e não se conforma com rotina. O empreendedor faz o que deve 
ser feito antes de ser solicitado ou forçado pelas circunstâncias, age para 
expandir o negócio para novas áreas, produtos ou serviços. Aproveita 
todas as oportunidades fora do comum para começar um negócio, obtém 
financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.
Corre riscos calculados
Uma das maiores características do empreendedor é assumir riscos, pois 
tem relação com desafios, mas o verdadeiro empreendedor é aquele 
que assume riscos calculados e sabe gerenciá-los, avaliando as reais 
chances de sucesso. O empreendedor avalia alternativas e calcula riscos 
deliberadamente, age para reduzi-los ou controlar os resultados, coloca-
se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.
Persistência 
O empreendedor age diante de um obstáculo significativo, age 
repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio 
ou superar um obstáculo. Assume responsabilidade pessoal pelo 
desempenho necessário para atingir metas e objetivos. Possui capacidade 
de trabalhar de forma intensiva, sujeitando-se até a privações sociais e 
retorno incerto.
Exige qualidade e eficiência
O empreendedor encontra maneiras de fazer melhor as coisas, mais 
rapidamente, ou mais barato; age de maneira a realizar ações, serviços e 
produtos que satisfaçam ou excedam padrões de excelência. Desenvolve 
ou utiliza procedimentos paraassegurar que o trabalho seja terminado a 
tempo e atenda a padrões de qualidade previamente combinados.
Comprometimento
O empreendedor faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço 
extraordinário para completar uma tarefa, compromete o relacionamento 
com os amigos, família e até mesmo com a própria saúde, encontra 
energia para continuar mesmo quando vê problemas pela frente. 
Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, 
para terminar um trabalho. Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e 
coloca em primeiro lugar a boa vontade.
CONjUNTO - NECESSIDADE DE PLANEjAMENTO
Busca de informações
O empreendedor dedica-se pessoalmente a obter informações de 
clientes, fornecedores ou concorrentes, investiga como fabricar um produto 
ou fornecer um serviço, consulta especialistas para obter assessoria 
técnica ou comercial. É sedento de saber e aprende continuamente, pois 
sabe que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é a 
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 15
sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática ou de 
informações obtidas em publicações especializadas.
Estabelecimento de metas
O empreendedor estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que 
têm significado pessoal. Define metas de longo prazo, claras e específicas e 
estabelece objetivos de curto prazo mensuráveis.
Planejamento e monitoramento sistemáticos
Os empreendedores de sucesso planejam cada passo seu, desde o primeiro 
rascunho do plano de negócio até a apresentação do plano a investidores, 
sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem.
O empreendedor planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com 
prazos definidos. Constantemente revisa seus planos levando em conta os 
resultados obtidos e mudanças circunstanciais, mantém registros financeiros e 
os utiliza para tomar decisões.
CONjUNTO - NECESSIDADE DE PODER
Persuasão e rede de contato
Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os auxilia no 
ambiente externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de 
classe. Utilizam estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir pessoas, 
trabalham com pessoas-chave na posição de agentes para atingirem seus 
objetivos, agem para desenvolver e manter relações comerciais.
Independência e autoconfiança
O empreendedor busca autonomia em relação às normas e controles de 
terceiros. Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de 
resultados inicialmente desanimadores, expressa confiança na sua própria 
capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio, quer 
estar sempre à frente das mudanças e ser dono do próprio destino, prefere 
ser independente a ser empregado. O empreendedor busca criar algo novo e 
determinar seus passos e caminhos.
O núcleo de valores do empreendedor de sucesso proposto por McClleland 
(1972) para o primeiro conjunto, Necessidade de Realização, é apresentado no 
Quadro 2 abaixo. É importante observar que antes de uma cultura organizacional 
se formar em torno do empreendedor de sucesso, ele internaliza para si crenças 
e valores que o movem em direção aos seus objetivos (CARNEIRO et al., 2008).
Quadro 2 - Conceitos de Empreendedor no Tempo
Fonte: adaptado de diversos autores.
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NEAD • CATÓLICA SALESIANA16
O quadro 3 apresenta o conjunto Necessidade de Planejamento e as 
estratégias de ação que devem ser adotadas pelo empreendedor, de 
acordo com Carneiro e outros (2008). Tais estratégias, de âmbito pessoal, 
devem levar em conta se o indivíduo internaliza os valores e interesses 
empreendedores levantados anteriormente, como condição necessária e 
suficiente para a execução do plano do empreendedor.
Quadro 3 – Conjunto de necessidade de planejamento
Fonte: Adaptado de Carneiro e outros (2008).
Por fim, o terceiro conjunto, Necessidade de Poder, é fundamental para 
o empreendedor realizar os seus projetos (CARNEIRO et al., 2008). 
Essa dimensão de poder é fator crítico, e saber exercê-lo é um grande 
desafio para o empreendedor. Os interesses manifestados expressam 
o núcleo de poder definidos como predisposições e necessidades reais 
ou potenciais que orientam a ação, visando ao alcance de objetivos. O 
quadro 4 relaciona os interesses associados.
Quadro 4 – Conjunto de necessidade de poder
Fonte: Adaptado de Carneiro e outros (2008).
De acordo com o que aqui foi descrito sobre as características 
personalísticas, podemos inferir que, de forma geral, as pessoas 
empreendedoras são de fato pessoas diferentes. Elas possuem um 
conjunto de características psicológicas que excedem as das chamadas 
pessoas comuns.
1.4 ASPECTOS EMOCIONAIS
Nesta seção são apresentadas as questões emocionais, isto é, 
intrapsíquicas* relacionadas a cada característica do empreendedor: 
Ideias ou 
pensamentos que 
ficam guardados 
na mente de um 
indivíduo
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 17
Necessidade e obsessão por controle: 
Há uma preocupação por parte do empreendedor com a ameaça de ser controlado 
ou de ter a sua vontade violada. Demonstra, assim, intolerância para lidar com 
pessoas ou funcionários que tenham pensamentos independentes/diferentes dos 
dele. Tal necessidade de controle pode dificultar a capacidade do empreendedor 
de trabalhar com outras pessoas (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009).
Desconfiança da autoridade: 
A estrutura organizacional sufoca o empreendedor, a menos que ela seja 
desenvolvida por ele e as atividades sejam desenvolvidas conforme seus termos 
(VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009).
 
Desconfiança e paranoia: 
Embora alguns empreendedores demonstrem a desconfiança mais focada na 
questão do controle, para alguns ela é mais generalizada. Se houver desconfiança, 
podem chegar a vigiar e a vasculhar ambientes, com o objetivo de não serem 
pegos de surpresa. Podem agir com as pessoas de forma instintiva e não com 
base na razão. Empreendedores que agem assim podem gerar desconfiança e 
desmotivação nos funcionários (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009).
 
Medo da traição: 
Em função do receio de serem traídos, muitos empreendedores buscam a parceria 
de amigos e familiares, o que pode ser positivo no início, mas, no decorrer do 
tempo, podem não corresponder às necessidades de competências necessárias 
para gerir uma empresa de porte maior (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009).
 
Desejo de atenção: 
Os empreendedores têm a necessidade de “representar um papel quase mitológico”. 
Mesmo tendo algum sentimento de insignificância, buscam uma alternativa para 
superar seus medos e conquistar os aplausos desejados. Em alguns, a necessidade 
de chamar atenção é tanta que chegam a construir monumentos com o símbolo 
de seus feitos (VRIES; CARLOCK; FLORENT-TREACY, 2009).
Tais emoções formam o que os estudiosos chamam de estrutura emocional que 
pode interferir no jeito de ser de cada empreendedor, isto é, a natureza do instinto 
humano – instinto empreendedor. 
FICA A DICA! 
Assista ao vídeo que retrata um pouco essa estrutura 
emocional que foi aqui discorrida, bem como algumas 
das CCEs. 
https://www.youtube.com/watch?v=1YDjgVjK_jM
Assista ao vídeo que retrata um pouco essa estrutura 
Video Adaptado do Filme Gladiador
Postado por: Celso Duarte Junior em 
04/10/2007 - Licença padrão do YouTube
Aula 1 - O EMPREENDEDORISMO
NEAD • CATÓLICA SALESIANA18
CARNEIRO, P. et al. Metodologia fuzzy aplicada para predicação do 
comportamento empreendedor. Rio de Janeiro: EnANPAD, 2008.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor: a metodologia de 
ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. 6. ed. São 
Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando 
ideias em negócios.Rio de Janeiro: Campus, 2001.
FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários gerentes 
de pequenos negócios. Revista de Administração de Empresas da 
Universidade de São Paulo. São Paulo, v. 34, n. 2, p. 5-28, abr./jun. 
1999.
LIMA, Carlos Eduardo Alves. Empreendedorismo e tipos de 
empreendedores: estudo de caso no Município de Araxá – MG. 
Programa de Pós-graduação stricto sensu em Administração. Faculdade 
Novos Horizontes. Belo Horizonte, 2012.
SEIFFERT, Peter Quadros. Empreendendo novos negócios em 
corporações: estratégias, processo e melhores práticas. São Paulo: Atlas, 
2005.
VRIES, Manfred F. R. Kets; CARLOCK, Randel S.; FLORENT-TREACY, Elizabeth. 
A empresa familiar no divã: uma perspectiva psicológica. Porto Alegre: 
Bookman, 2009.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA19
O empreendedorismo no mundo estava em plena ascenção e 
burbulhavam as histórias de sucesso por todos os países, uma vez que, 
por força do próprio empreendedorismo, alavanca o desenvolvimento, 
fortalecendo a economia.
No Brasil não foi diferente, especialmente na 
década de 1990, quando os mercados estavam 
funcionando de modo distinto, dada a abertura 
da economia no país. Abriam-se as portas 
para o mundo e os preços estavam sendo 
controlados por fornecedores estrangeiros. 
Algumas empresas, em diversos setores, 
não conseguiam competir como antes – mas 
dormiam tranquilamente em berço esplêndido, 
ou seja, a concorrência era interna e singela.
Com esse boom no mercado, as empresas, 
os gestores, enfim, os brasileiros precisaram 
se mexer, movimentar-se. Novos planos de 
negócios, novas estratégias foram criadas ou 
recriadas. Até mesmo a tão sonhada inovação 
teve que despertar e ganhou impulso.
Segundo o IPED (2015), estima-se que em 
2009 havia aproximadamente 19 milhões de 
brasileiros empreendedores em nosso país, 
entre setores e organizações variadas. Assim, 
o que foi observado nesse período é que, 
querendo ou não, e muitas das vezes de 
forma inconsciente, o Brasil se viu obrigado a 
empreender e inovar.
Resgatando uma fala de Dornelas (2014), o movimento do 
empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma nessa década 
2.1 QUANDO SURGIU 
AULA 2
EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 
O Brasil é o primeiro em ranking de empreendedorismo !
(Pesquisa GEM 2014 / Murilo Rodrigues Alves, EXAME.com (2015)
No Brasil, o 
empreendedorismo surgiu nos 
anos 90 com muita força.
Fonte: Portal Educação
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NEAD • CATÓLICA SALESIANA20
de 1990, quando entidades como Sebrae e Softex foram criadas. Antes 
disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de 
pequenas empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram 
propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações 
para auxiliá-lo na jornada empreendedora.
O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário 
brasileiro, que busca junto a essa entidade todo suporte de que precisa 
para iniciar sua empresa, bem como consultorias para resolver pequenos 
problemas pontuais de seu negócio. 
O histórico da entidade Softex pode ser confundido com o histórico do 
empreendedorismo no Brasil na década de 1990. A entidade foi criada 
com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado 
externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de 
informática a capacitação em gestão e tecnologia.
Foi com os programas criados, no âmbito da Softex em todo país, junto 
a incubadoras de empresas e a universidades/cursos de ciências da 
computação/informática, que o tema empreendedorismo começou 
a despertar na sociedade brasileira. Até então, palavras como plano 
de negócios (business plan) eram praticamente desconhecidas e até 
ridicularizadas pelos pequenos empresários.
2.2 A REVOLUÇÃO DO NOVO BRASIL
Segundo Alves (2015), três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 
anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um 
negócio próprio.
Em dez anos, a taxa total de 
empreendedorismo no Brasil aumentou de 
23%, em 2004, para 34,5% no ano passado. 
Metade desses empreendedores abriu seus 
negócios há menos de três anos e meio.
Os dados são da nova pesquisa Global 
Entrepreneurship Monitor (GEM, 2014), feita no 
Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro 
de Qualidade e Produtividade (IBQP). O Brasil 
participa desse esforço desde 2000, sendo 
a pesquisa conduzida pelo IBQP e conta com 
o apoio técnico e financeiro do Sebrae. Desde 
2011, o Centro de Empreendedorismo e 
Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas 
tornou-se parceiro acadêmico do projeto. 
Fonte: http://www.gemconsortium.org
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA21
Segundo o Relatório Executivo Empeendedorismo (GEM, 2014), a 
pesquisa apresenta importantes diferenciais em relação a outros estudos 
sobre empreendedorismo. O primeiro deles é que o levantamento dos 
dados é feito em fontes primárias, com indivíduos e não com empresas. 
Assim sendo, as conclusões serão sempre relacionadas aos indivíduos 
empreendedores e seus respectivos empreendimentos. O segundo 
diferencial é que o GEM utiliza um conceito amplo de empreendedorismo 
que visa captar os diversos tipos de empreendedores (formais ou informais), 
sejam os da base da pirâmide, envolvidos com empreendimentos muito 
simples, ou aqueles envolvidos em empreendimentos mais sofisticados 
e de mais alto valor agregado. As diferenciações e reagrupamentos são 
feitos a partir das diversas questões levantadas no questionário, as quais 
permitem a posterior classificação desses empreendedores conforme 
suas características sociais e as características do empreendimento.
Assim, em 2014, a pesquisa atingiu 75% da população global e 90% do 
Produto Interno Bruto (PIB) mundial. No Brasil, foram entrevistadas 10 mil 
pessoas de 18 a 64 anos das cinco regiões do país.
Na comparação mundial, o Brasil se destaca com a maior taxa de 
empreendedorismo, quase oito pontos porcentuais à frente da China, o 
segundo colocado, com taxa de 26,7%. O número de empreendedores 
entre a população adulta no país é também superior ao dos Estados 
Unidos (20%), Reino Unido (17%), Japão (10,5%) e França (8,1%). Entre as 
economias em desenvolvimento, a taxa brasileira é superior à da Índia 
(10,2%), África do Sul (9,6%) e Rússia (8,6%).
Para o Sebrae (2015), o recorde de empreendedores no Brasil é consequência 
do aumento do número de formalizações nos últimos anos e da melhoria 
do ambiente legal, com a criação e ampliação do Supersimples - regime 
simplificado de cobrança de tributos para empresas com faturamento 
anual de até R$ 3,6 milhões.
 
Por esse regime, pequenas e médias empresas têm a cobrança de oito 
impostos federais, estaduais e municipais reunida num só boleto. Para a 
maioria dos casos, a carga de impostos é 40% menor do que no regime 
tributário convencional.
Ainda de acordo com a pesquisa, ter o próprio negócio é o terceiro maior 
sonho do brasileiro, atrás de comprar a casa própria e viajar pelo país. O 
número de pessoas que almeja se tornar o seu próprio chefe é de 31%, 
praticamente o dobro das que desejam fazer carreira numa empresa (16%).
A pesquisa ainda revela que, de cada 100 brasileiros que começam um 
negócio próprio, 71 são motivados por uma oportunidade de negócio e 
não pela necessidade. Esse índice, que implica diretamente a qualidade 
do empreendedorismo, vem se mantendo estável nos últimos anos.
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NEAD • CATÓLICA SALESIANA22
Em 2014, a proporção de empreendedores por oportunidade no Brasil foi 
de 70,6%. Ou seja, do total de empreendedores brasileiros em 2014, 70,6% 
o foram por oportunidade. Essa proporção observada no Brasil em 2014pode ser considerada tecnicamente igual à proporção de 2013 (71%), como 
mostra o Gráfico 1.
Gráfico 1- Evolução da atividade empreendedora segundo a oportunidade 
como percental da taxa de empreendedores iniciais
Mais de 70% das micro e médias empresas conseguem sobreviver até 
completar o segundo ano. “Não é excepcional, mas é um excelente número”, 
avalia Barretto, o presidente do Sebrae. O perfil desse novo empreendedor 
é mais jovem, mais feminino, mais negro e mais classe C, de acordo com 
Barreto.
Mesmo com a contração da atividade econômica do país, ele acredita ser 
possível o segmento da pequena empresa continuar crescendo neste ano. 
“O segmento não é uma ilha, mas tem demonstrado força para enfrentar 
essas crises, principalmente no comércio e serviços”, afirma.
Como exemplo do vigor dos pequenos negócios, Barretto cita o crescimento 
de 7% da arrecadação do Supersimples em 2014, enquanto houve queda 
na arrecadação geral, e a geração líquida de 3,5 milhões de empregos 
entre 2011 e 2014 - no mesmo período, as grandes e médias empresas 
tiveram saldo de 200 mil vagas fechadas.
Quanto à mentalidade empreendedora brasileira, o relatório destacou que, 
neste item, foram analisadas as percepções da população entre 18 e 64 
anos a respeito do empreendedorismo (Tabela 1), o que permitiu analisar 
o grau de disposição dos indivíduos em relação ao tema e o seu potencial 
para empreender. O GEM pesquisou o conhecimento sobre o processo 
de abertura de novos negócios, oportunidades e capacidades percebidas, 
além do medo do fracasso. Foram também levantados os sonhos e 
desejos dessas pessoas (Tabela 2), particularmente a vontade de possuir 
um negócio próprio. São eles:
Observa-se que, no Brasil, em 2014, 37,7% dos indivíduos afirmaram 
conhecer pessoas que abriram um negócio novo nos últimos dois anos. 
Esse percentual é maior que em 2012 (33,7%), mas não difere de 2013;
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA23
Quanto à percepção de boas oportunidades para iniciar um novo 
negócio nos próximos seis meses, em 2014, 55,5% da população 
respondeu positivamente, percentual superior aos de 2012 (50,2%) e de 
2013 (50,0%);
50% dos indivíduos afirmaram possuir conhecimento, habilidade e 
experiência necessários para começar um novo negócio. Nesse item 
houve redução, quando comparado com 2012 (54,0%) e 2013 (52,1%); 
O medo do fracasso não impediria 60,9% da população entrevistada 
em 2014 de se envolver na criação de um novo negócio, percentual inferior 
a 2012 (64,5%), mas superior a 2013 (57,3%); e,
Com relação aos desejos e expectativas da população adulta 
brasileira, a Tabela 2 mostra que, em 2014, ter o próprio negócio (31,4%) 
apareceu em terceiro lugar no conjunto dos desejos dos brasileiros, depois 
da compra da casa própria (41,9%) e de viajar pelo Brasil (32,0%). O mesmo 
acontece nos anos anteriores, assim como a supremacia do sonho “ter o 
próprio negócio” sobre “fazer carreira numa empresa” (15,8% em 2014).
Tabela 1- Percentual da população segundo a mentalidade – Brasil - 2014
 
Tabela 2 - Percentual da população segundo o sonho – Brasil - 2014
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NEAD • CATÓLICA SALESIANA24
Na busca de órgãos de apoio no Brasil, a pesquisa procurou saber também 
o percentual dos empreendedores que busca apoio junto aos órgãos como 
Senac, Sebrae, Senai, entre outros. 
A Tabela 3 mostra que 86,6% dos empreendedores identificados em 2014 
não procuraram o auxílio de órgãos de apoio. Esse percentual aumentou em 
relação a 2012 (79,6%) e 2013 (84,6%).
Quanto aos órgãos de apoio pesquisados, o Sebrae se destaca, sendo 
citado por 10,4% dos entrevistados. Nos anos anteriores, o Sebrae também se 
destaca como órgão de apoio. A grande maioria (44%) dos empreendedores 
que não buscou um órgão de apoio afirmou que o motivo foi a falta de 
necessidade (Tabela 4). Este percentual foi mais alto para os empreendedores 
estabelecidos (49,3%) em relação aos empreendedores iniciais (38,9%):
	 • 28,9% dos empreendedores iniciais indicaram que a falta de 
conhecimento foi a principal causa de não terem buscado um órgão de apoio. 
Esse percentual é menor para os empreendedores estabelecidos (23%). 
	 • 15,4% dos empreendedores iniciais afirmaram que o principal motivo 
para não buscarem um órgão de apoio foi a falta de tempo.
Tabela 3 – Percentual da população total de empreendedores
Segundo a busca por órgãos de apoio – Brasil - 2014
Tabela 4 – Distribuição dos empreendedores segundo os motivos que NÃO 
os levaram a buscar um órgão de apoio – Brasil - 2014
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA25
Diante desse novo cenário que a pesquisa GEM/2014 nos mostra, nota-
se que o brasileiro tem mudado seu comportamento. De fato, como 
observado ainda sobre os “sonhos” dos brasileiros em 2013, a mesma 
pesquisa revelou que ter seu próprio negócio ocupava a 3ª posição, 
enquanto fazer carreira ocupava a 8ª posição, evidenciando, assim, a 
inquietação dos brasileiros para abrir seu próprio negócio (Figura 1).
2.3 OS PROGRAMAS DE ENSINO EM EMPREENDEDORISMO
Algus autores e estudiosos afirmam que, passados esses anos, final do 
século XIX e início do século XX, o Brasil entra numa nova era com potencial 
para desenvolver vários programas de ensino de empreendedorismo 
compatíveis com os melhores países do mundo.
Segundo Dornelas (2014), ações históricas e algumas mais recentemente 
desenvolvidas começam a apontar para essa direção. Seguem alguns 
exemplos: 
Figura 1 – Os sonhos dos brasileiros
Fonte: Sebrae, GEM, 2013
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NEAD • CATÓLICA SALESIANA26
O programa Softex e o Geração de Novas Empresas de Software, 
Informação e Serviços (Genesis) foram criados na década de 1990 e 
até há pouco tempo apoiavam atividades de empreendedorismo em 
software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a 
geração de novas empresas de software (star tups). O programa Softex 
foi reformulado e continua em atividade. Informações podem ser obtidas 
em <www.softex.br>. 
O programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à 
capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores em todo o país, 
destina-lhes recursos financeiros, totalizando um investimento de R$8 
bilhões. Este programa vigorou de 1999 até 2002 e realizou mais de 5 
milhões de operações de crédito. 
Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas 
Empretec e Jovem Empreendedor do Sebrae, que são líderes em procura 
por parte dos empreendedores e possuem ótima avaliação. 
Os diversos cursos e programas sendo criados nas universidades 
brasileiras para o ensino do empreendedorismo. É o caso de Santa 
Catarina, com o programa Engenheiro Empreendedor, cujo objetivo é 
capacitar alunos de graduação em engenharia de todo o país. Destaca-
se, também, o programa 12 Empreendedorismo Ensino Universitário de 
Empreendedorismo, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e 
do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), de difusão do empreendedorismo nas 
escolas de ensino superior do país, presente em mais de 200 instituições 
brasileiras, envolvendo mais de 1.000 professores em 22 estados do 
país. 
Houve ainda um evento pontual que depois se dissipou, mas que 
também contribuiu para a disseminação do empreendedorismo. Trata-se 
da explosão do movimento de criação de empresas pontocom no país 
nos anos de 1999 e 2000, motivando o surgimento de várias empresas 
star tup de Internet, desenvolvidas por jovens empreendedores. 
Especial destaque deve ser dado ao enorme crescimento do movimento 
de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da Associação Nacional 
de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias 
Avançadas (Anprotec) mostram que, em 2008, mais de 400 incubadoras 
de empresas encontravam-se em atividade no país.Mais recentemente, várias escolas estão apresentando programas 
não só de criação de novos negócios, mas também focados em 
empreendedorismo social e corporativo. Existem, ainda, programas 
específicos sendo criados por escolas de administração de empresas 
e de tecnologia para formação de empreendedores, incluindo cursos 
de Master of Business Administration (MBA), cursos de cur ta e média 
duração e programas a distância (EaD). 
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA27
O crescente movimento das franquias no Brasil também pode ser 
considerado um exemplo de desenvolvimento do empreendedorismo 
nacional. Segundo a Associação Brasileira de Franchising, em 2007 
havia mais de 1.200 redes de franquias constituídas no país, com cerca 
de 65.000 unidades franqueadas, o que correspondeu a R$46 bilhões 
de faturamento consolidado do setor.
Aula 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
NEAD • CATÓLICA SALESIANA28
ALVES, Murilo Rodrigues. Brasil é o primeiro em ranking de 
empreendedorismo. Revista Exame.com. Março/2015. Disponível 
em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/brasil-e-o-primeiro-em-
ranking-de-empreendedorismo>. Acesso em: dez. 2015.
DORNELAS, J. Empreendedorismo Transformando ideias em 
negócios. 5. ed. Rio de Janeiro : Empreende / LTC, 2014.
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil 
- Relatório Executivo 2014. Curitiba: Instituto Brasileiro da Qualidade e 
Produtividade, 2014.
IPED. Quando surgiu o empreendedorismo no Brasil. 2015. 
Disponível em: <https://www.iped.com.br/materias/gestao-e-lideranca/
empreendedorismo.html>. Acesso em: dez. 2015.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA29
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Primeiro, antes de mostrarmos a relação 
do empreendedorismo com a inovação, 
vamos ao conceito desta última, pois, 
entendendo o que ela é, será mais fácil 
entender essa relação.
Confrontando os dois 
conceitos, podemos 
afirmar, então, que 
inovar é renovar, ou 
inventar, ou criar algo 
ou alguma coisa e 
que, necessariamente, 
precisa-se chegar ao 
sucesso.
Inovação é a exploração com
sucesso de novas ideias.
3.1 O QUE É INOVAÇÃO
AULA 3
O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
1. Introduzir novidade em.
2. Renovar; inventar; criar.
Dicionário Aurélio
Nick Baldwin
Fonte: www.cookie.com.br
Fonte: www.cookie.com.br
NEAD • CATÓLICA SALESIANA30
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Ora, de forma simplificada, em relação à inovação, Barbieri (1997) a 
entende como um processo desenvolvido por uma organização que visa 
introduzir no mercado produtos e processos incorporadores de novas 
soluções técnicas, funcionais ou estéticas. 
Como explicam Tomaél, Alcará e Chiara (2005), se essas soluções são 
completamente novas, ou seja, se ainda não foram disseminadas por 
outras organizações, esse tipo de inovação pode ser considerado como 
inovação pioneira (novidades absolutas). Ao passo que, se essas 
soluções já foram utilizadas por outras organizações, a inovação é 
considerada relativa (novidades relativas).
Vamos ver, a seguir, na Figura 2, alguns exemplos de inovação ao longo 
do século XIX, coletados e apontados por Dornelas (2014), que mostram a 
importância do espírito inovador que revolucionou tal século.
Figura 2 – Algumas invenções e consquistas do século XIX 
3.2 O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Dornelas (2014) afirma que o avanço tecnológico tem sido de tal ordem 
que requer um número muito maior de empreendedores. A economia e 
os meios de produção e serviços também se sofisticaram, de forma que 
hoje existe a necessidade de se formalizarem conhecimentos que eram 
apenas obtidos empiricamente no passado.
Portanto, a ênfase em empreendedorismo surge como consequência 
das mudanças tecnológicas e sua rapidez; não é apenas um modismo. 
A competição na economia também força novos empresários a adotar 
paradigmas diferentes. Por isso, o momento atual pode ser chamado 
de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que 
Fonte: Dornelas (2014)
Inovar é a 
chave para o 
crescimento 
sustentável 
Filipe Cassapo, 
diretor-executivo 
do Centro 
Internacional de 
Inovação.
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA31
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, 
globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações 
de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza 
para a sociedade.
A chamada nova economia, a era da internet, mostrou recentemente, e 
ainda tem mostrado, que boas ideias inovadoras, know-how, um bom 
planejamento e, principalmente, uma equipe competente e motivada são 
ingredientes poderosos que, quando somados no momento adequado, 
acrescidos do combustível indispensável à criação de novos negócios – o 
capital – podem gerar negócios grandiosos em curto espaço de tempo. Isso 
era algo inconcebível há alguns anos (DORNELAS, 2014).
Tomando como base a evolução no tempo e na história, há pouco mais de 
30 anos, o fato de um jovem recém-formado aventurar-se na criação de 
um negócio próprio era considerado loucura, pois os empregos oferecidos 
pelas grandes empresas nacionais e multinacionais, bem como a 
estabilidade que se conseguia nos empregos em repartições públicas eram 
muito convidativos, com bons salários, status e possibilidade de crescimento 
dentro da organização.
Para Dornelas (2014), quando esse cenário mudou, nem os profissionais 
experientes, nem os jovens à procura de uma oportunidade no mercado de 
trabalho, nem as escolas de ensino de Administração estavam preparados 
para o novo contexto. E mudar a visão a respeito de determinado assunto, 
redirecionar ações e repensar conceitos levam algum tempo até que gerem 
resultados práticos. 
O fato é que o empreendedorismo finalmente começa a ser tratado no 
Brasil com o grau de importância que lhe é devido, seguindo o exemplo do 
que ocorreu em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde os 
empreendedores são os grandes propulsores da economia.
O que pode ser observado nas ações relacionadas ao crescimento do 
empreendedorismo no mundo são: programas de incubação de empresas 
e parques tecnológicos; desenvolvimento de currículos integrados que 
estimulem o empreendedorismo e inovação em todos os níveis, da 
educação fundamental à pós-secundária; programas e incentivos 
governamentais para promover a inovação e a transferência de tecnologia; 
subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas 
empresas; criação de agências de suporte ao empreendedorismo e à 
geração de negócios; programas de desburocratização e acesso ao crédito 
para pequenas empresas; desenvolvimento de instrumentos para fortalecer 
o reconhecimento da propriedade intelectual, entre outros.
Segundo Cassapo (2013), a inovação tem sido destacada como a grande 
força propulsora e renovadora das empresas e, consequentemente, do 
crescimento sustentável das nações. O fato de “fazer diferente” é reconhecido 
por todos como algo que proporciona uma posição de destaque junto aos 
NEAD • CATÓLICA SALESIANA32
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
clientes, fornecedores e sociedade, gerando, com isso, valor econômico 
para as organizações.
Mais do que uma intuição, inovar é a chave do crescimento sustentável. Inovar, 
pragmaticamente, é transformar ideias novas em resultados sustentáveis, 
ou seja, consiste no justo equilíbrio entre criatividade e processos para 
geração de valor. Em termos de criatividade, o Brasil tem um diferencial 
oportuno em comparação com outros países. É, ao mesmo tempo, o país 
da biodiversidade e da etnodiversidade (CASSAPO, 2013).
Por fim, podemos concluir que inovar hoje não é mais um recurso de luxo 
dentro das organizações,é uma necessidade em que se consolida a busca 
por melhores resultados, melhores ações, internalizar a cultura da satisfação 
pessoal no trabalho, na vida coletiva social. Quer seja como uma variável 
que a organização tente implantar, quer na vida profissional de cada um e 
até na vida social e familiar. 
Podemos dizer que inovar é uma questão de sobrevivência, e o passo 
seguinte é buscar empreender. Inovar é, então, importante para o crescimento, 
para aumentar a lucratividade e enfrentar a concorrência.
Como falamos até aqui, e ratificado por Cher (2008), o mundo tem passado 
por várias transformações em curtos períodos de tempo, principalmente no 
século XX, quando foi criada a maioria das invenções que revolucionaram 
o estilo de vida das pessoas, como demonstrado na Figura 3. 
Geralmente, essas invenções são frutos de inovação, de algo inédito ou 
de uma nova visão de como utilizar coisas já existentes, mas que ninguém 
antes ousou olhar de outra maneira. Por trás dessas invenções, existem 
pessoas ou equipes de pessoas com características especiais que são 
visionárias, questionam, arriscam, querem algo diferente, fazem acontecer 
e empreendem. 
Figura 3 – Grandes nomes, grandes marcas
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA33
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Talvez, ao pensamos nesse tema, o que nos vem à mente são grandes 
empresas e grandes gênios da história da humanidade. Claro, eles são 
importantes. Todavia, há inventos bem simples, mas que nos ajudam muito 
no nosso dia a dia (Figura 4).
Figura 4 – Inovações práticas, nomes de menor destaque
3.3 AGENTES PARA A INOVAÇÃO E O EMPREENDEDORISMO
Nesta seção são apresentados diversos tipos de organizações, institutos, 
associações de diversos segmentos. Algumas nem chegam a ser uma 
empresa propriamente constituída – podem ser um blog, um site, por 
exemplo –, mas são agentes catalizadores importantes de apoio, de 
conhecimento, de legislação, de formalização, de investimento, etc.
FICA A DICA! 
Para finalizar esta seção, assista ao vídeo da 3M, uma 
empresa genuinamente inovadora. 
https://www.youtube.com/watch?v=jTaN654txLQ
Para finalizar esta seção, assista ao vídeo da 3M, uma 
Postado por: 3MdoBrasil em 05/07/2013
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NEAD • CATÓLICA SALESIANA34
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
A ideia não é a de que você se prenda apenas a este material e pensar 
que aqui estão todas elas; mas, ao contrário, existem centenas de outras. 
Nosso objetivo é motivá-lo a descobrir que existem muitos “agentes” 
que poderão ajudá-lo a dar esse grande passo em busca do seu alvo 
empreendedor para iniciar seu negócio.
Alguns exemplos de ações são encontrados no Catraca Livre, que é 
um site com espaço para iniciativas empreendedoras, inovação, ideias, 
startups, negócios de sucesso de pessoas que superaram obstáculos 
e criaram soluções (Figura 5). Acesse, caso tenha interesse: <https://
cat racaliv re.com.br/geral/editoria/negocio-urbanidade/
empreendedorismo/>.
Figura 5- Site Catraca Livre
Uma grande empresa internacional, como a Shell, tem importantes 
programas que apoiam e incentivam a inovação e o empreendedorismo 
em diversos segmentos. Tais iniciativas vão desde cursos até financiamento 
de projetos (Figura 6).
Figura 6 – Shell iniciativa empreendedora
Fonte: https://catracalivre.com.br
Fonte: http://www.iniciativaempreendedora.org.br/
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA35
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Dentre todos os programas, destacamos o mais importante, Shell Iniciativa 
Empreendedora, que visa desenvolver e formar líderes empresariais, 
com foco na cultura da sustentabilidade, inovação e empreendedorismo. 
Está presente no Norte Fluminense e no Sul Capixaba, com a formalização 
de dois polos - Macaé (RJ) e Vila Velha (ES).
O programa de investimento social tem foco em empreendimentos que 
ajudam a contribuir com o Setor de Óleo e Gás. Isso significa complementar, 
das mais diversas formas, o trabalho realizado por empresas como a Shell. 
As áreas são inúmeras: comércio, produção ou serviços.
Uma outra importante organização é o Instituto Nacional de 
Empreendedorismo e Inovação (INEI), uma organização de direito 
privado, fundada em janeiro de 2007 e homologada como Organização 
Social Civil de Interesse Público (OSCIP) em dezembro de 2008. (Figura 7).
Figura 7 – Site da INEI
O INEI conta com a participação e colaboração de profissionais das 
áreas empresarial e acadêmica no Brasil e exterior, que se encontram 
comprometidos em alavancar o capital intelectual e social do Brasil por meio 
do desenvolvimento do empreendedorismo inovador em organizações 
de micro, pequeno, médio e grande porte dos setores público, privado e 
terceiro setor. Tem, portanto, como objetivo principal apoiar as empresas 
brasileiras de qualquer porte e setor para o desenvolvimento de sua 
capacidade de inovar de maneira contínua e sustentável.
O INEI se sustenta sobre três principais pilares: PESSOAS, CONHECIMENTO 
e CONECTIVIDADE. As pessoas e suas competências e valores 
constituem a principal fonte de inovação e renovação dentro do Instituto. 
O conhecimento é o principal motor da inovação. E a conectividade é 
a plataforma que integra competências e ações, viabilizando a troca de 
experiências entre seus parceiros e associados para que possam sempre 
gerar soluções inovadoras.
Fonte: http://inei.org.br/
NEAD • CATÓLICA SALESIANA36
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
A Endeavor é mais uma instituição presente em 18 países com esse 
intuito. É a mais exigente ao escolher os futuros negócios a que dará apoio.
 
Segundo Carrozzo (2014), a missão da organização pode ser dividida em 
três braços. O primeiro é localizar empreendedores de alto impacto que 
possam ser considerados novos exemplos para a sociedade em suas 
áreas de atuação. O segundo é dedicado à área da educação, uma 
vez que faz parte das metas inserir na cultura local a filosofia de inovar 
e buscar novas formas de fazer negócios. Por fim, não deixa de lado a 
observação das políticas públicas, uma vez que o ambiente econômico é 
um fator que impõe muitas barreiras aos empresários (Figura 8).
Figura 8 – Site da Endeavor
Para identificar os casos de empreendedorismo que se adequam ao 
perfil da Endeavor, o processo é bastante rigoroso e pode levar de 06 a 
12 meses. De cada 1.000 empresas analisadas, uma média de dez são 
chamadas para fazer parte das atividades propostas, afirma Carrozzo 
(2014).
A busca é baseada no perfil do empreendedor (prioriza-se aquele que 
sonha alto e quer, de fato, mudar o país), no potencial de crescimento da 
empresa, em seu estágio de maturidade e em seu diferencial competitivo 
no mercado.
As empresas selecionadas têm a oportunidade de passar por experiências 
transformadoras. “A gente coloca esses empreendedores em contato com 
outros que já passaram por essa fase e hoje são mais experientes, e 
agendamos reuniões com mentores. Eles passam a aprender a tomar 
decisões”, afirma a diretora da Endeavor. 
Fonte: https://endeavor.org.br/
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA37
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Fonte: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/
A rede Endeavor é composta por profissionais de renome no cenário 
nacional e internacional, que doam suas horas em prol da causa do 
empreendedorismo. Os nomes incluem empresários como Emílio 
Odebrecht e Paulo Passos (Natura).
Na Figura 9, é apresentado o Portal do Microempreendedor Individual. Por 
esse portal é possível abrir e legalizar o próprio negócio. 
O Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta 
própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um MEI, 
é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter 
participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEItambém 
pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o 
piso da categoria.
A Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, criou condições especiais 
para que o trabalhador conhecido como informal possa se tornar um MEI 
legalizado. Entre as vantagens oferecidas por essa lei, está o registro no 
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), que facilita a abertura de 
conta bancária, o pedido de empréstimos, a emissão de notas fiscais, etc.
Não é preciso contratar serviços de contabilidade e você pode fazer 
tudo por conta. As outras vantagens todas têm ligação direta com a 
formalização: direito à aposentadoria, auxílio maternidade, emissão de 
nota fiscal e possibilidade de ter um funcionário registrado. Além disso, 
teoricamente, você tem direitos como qualquer outra empresa: como 
facilitação de empréstimos e abertura de conta como pessoa jurídica.
Figura 9 – Portal do MEI
Existem muitas outras empresas e organizações, nacionais e estrangeiras, 
públicas e privadas, que têm se dedicado à missão de cuidar e 
desenvolver o empreendedorismo e a inovação, tais como: Sebrae, 
NEAD • CATÓLICA SALESIANA38
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
BNDES, 3M, Sansung, Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro 
e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo), Finep (Financiadora de 
Estudos e Projetos), Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações 
e Investimentos), MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio 
Exterior ), CNI (Confederação Nacional da Indústria), ABDI (Agência Brasileira 
de Desenvolvimento Industrial), ITC (International Trade Centre), Exporta Fácil 
(programa do Ministério das Comunicações operado pelos Correios), CNPq 
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Anprotec 
(Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos 
Inovadores), entre tantas outras.
Outro fato importante, neste cenário de tanta inovação e emprendedorismo 
pairando sobre os ares brasileiros, são as Incubadoras de Empresas, isto é, 
“berçários de empresas” despontando com bastante sucesso.
Essas incubadoras são organizações, geralmente sem fins lucrativos, que 
têm por objetivo apoiar a nova empresa e disseminar o empreendedorismo, 
oferecendo infraestrutura de apoio e assessoria ao empreendedor na gestão 
do empreendimento (MARTINS, 2015). 
Uma incubadora de empresas é uma forma interessante de estímulo ao 
empreendedorismo, pois fortalece e prepara pequenas empresas para 
sobreviver no mercado, em que mais da metade das micro, pequenas e médias 
empresas fecham as portas até o terceiro ano de vida, segundo dados que o 
Sebrae divulga todo ano. Uma incubadora de empresas busca oferecer às 
pequenas empresas apoio estratégico durante os primeiros anos de existência.
Propositalmente, deixamos por último o programa do Governo Federal e Estadual 
capixaba e, por fim, um pouco do próprio Núcleo de Inovação e Tecnologia da 
Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo (NITCatólica).
Nos Governos Federal e Estadual, digamos que para “cumprir o desde ontem”, 
temos as políticas associadas às ações que o Estado brasileiro tem a oferecer 
aos pesquisadores (inovação e empreendedorismo).
No Federal, apresentamos o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) 
que foi, em 1985, concretizando o compromisso do presidente Tancredo Neves 
com a comunidade científica nacional (Figura 10). Sua área de competência está 
estabelecida no Decreto nº 5.886, de 6 de setembro de 2006. 
Como órgão da administração direta, o MCTI tem como competências os 
seguintes assuntos:
 • política nacional de pesquisa científica, tecnológica e inovação;
 • planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades da 
ciência e tecnologia;
 • política de desenvolvimento de informática e automação;
 • política nacional de biossegurança;
 • política espacial;
 • política nuclear e
 • controle da exportação de bens e serviços sensíveis.
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA39
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Figura 10 – Portal do MCTI
Com a incorporação das duas mais importantes agências de fomento do País – a 
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq) e suas unidades de pesquisa –, o Ministério da Ciência 
e Tecnologia passou a coordenar o trabalho de execução dos programas e ações 
que consolidam a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo 
dessa política é transformar o setor em componente estratégico do desenvolvimento 
econômico e social do Brasil, contribuindo para que seus benefícios sejam distribuídos 
de forma justa a toda a sociedade (BRASIL, 2015).
Nesse complexo estrutural, destaca-se a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico 
e Inovação (Setec). Compete a essa Secretaria propor, implementar e coordenar 
ações e programas de políticas públicas voltadas para a promoção da inovação 
nas empresas brasileiras no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento 
Tecnológico e Inovação.
Outro serviço do MCTI que visa à criação de um ambiente favorável à inovação 
tecnológica nas empresas é o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). Instrumento 
de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com as 
empresas inovadoras, o Sibratec proporciona condições para que as empresas 
ampliem os atuais índices de inovação.
Já na demanda da esfera estadual capixaba, temos um conglomerado de órgãos 
que formam o cluster da inovação e pesquisa que, depois de várias nomenclaturas, 
é hoje representado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito 
Santo - Fapes (Figura 11).
Figura 11 – Portal Fapes
Fonte: http://www.mcti.gov.br/
Fonte: Fonte: http://www.fapes.es.gov.br/
NEAD • CATÓLICA SALESIANA40
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
A Fapes é uma fundação vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, 
Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI) 
que cumpre as diretrizes da política estadual de C,T&I, tendo como 
principais atribuições: a gestão do Fundo Estadual de Ciência e 
Tecnologia (Funcitec) e a captação e operacionalização de recursos 
junto a entidades públicas e privadas.
Sua missão é fomentar o desenvolvimento científico e 
tecnológico do Espírito Santo, com concessão de recursos 
financeiros para projetos, bolsas e auxílios visando ao 
apoio à pesquisa, desenvolvimento e inovação e à 
formação de recursos humanos.
Por fim, apresentamos o Núcleo de Inovação e Tecnologia 
da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo, pois, 
dada a impor tância do tema deste material e, ao mesmo 
tempo, por ser a Instituição que o promove, não seria 
justo deixá-lo de fora.
Nesse sentido, para falar de empreededorismo e inovação nessa 
Instituição de Ensino Superior (IES), teríamos que preparar várias 
páginas de um grande arcabouço para inseri-las neste material. 
Teríamos que trazer o Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) 
para explicar, dentre tantos motivos para isso, o porquê de cada 
Projeto Pedagógico de Curso (PPC) buscar em suas áreas do saber a 
disciplina de Empreendedorismo. Vamos, então, apenas apresentar os 
pontos mais impor tantes.
Como afirma Pietrovski (2013), a promoção da cultura do 
empreendedorismo inovador nos ambientes acadêmicos apresenta-
se como uma alternativa e um desafio para as IES. É preciso 
adotar mecanismos estratégicos que conduzam ao processo de 
gerar nas pessoas condições para que desenvolvam competências 
e habilidades que estimulem a identificação de opor tunidades e 
interesses, transformando ideias e visões em projetos passíveis de 
serem executados.
De forma prática, os primeiros passos foram dados em 2012, quando 
o curso de Administração apresentou seus primeiros produtos oriundos 
das disciplinas de Empreendedorismo. De fato, mediante tal desafio, 
em 2013,esse evento foi institucionalizado, ou seja, a Feira de Negócios 
não seria apenas do curso de Administração, mas de todos os cursos. 
Como é citado no site da Faculdade Católica Salesiana (Figura 12), 
percebe-se essa intenção que foi colocada em prática:
[...] inovar, empreender, manter-se ativo no mercado de trabalho, 
conviver com riscos e viver nas incer tezas são desafios vivenciados 
pelos profissionais na atualidade. Desta forma, faz-se necessário, no 
decorrer dos cursos de graduação, que as Instituições de Ensino Superior 
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA41
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
promovam atividades como a que propomos: FEIRA DE NEGÓCIOS 
CATÓLICA SALESIANA, visando oferecer novas vivências aos alunos e 
professores, que proporcionem o contato com o mundo do trabalho e 
com a comunidade em geral, tornando-se um elo entre a academia e o 
mercado, ampliando a visão do cenário onde estamos inseridos.
Quanto aos objetivos, o site apresenta:
 • promover novas vivências aos alunos, proporcionando contato 
com o mundo dos negócios e com a comunidade;
 • ampliar a visão do cenário global, onde estamos inseridos, 
por meio de interações transdisciplinares, ou seja, com o Outro e com 
o Universo, no nosso viver cotidiano em casa, no trabalho e no mundo, 
possibilitando repensar nossas próprias práticas;
 • exposição dos trabalhos/Plano de Negócio e demonstração 
dos novos negócios apresentados pelos alunos da Faculdade Católica 
Salesiana para a comunidade;
 • transformação da Feira de Negócios em um evento 
Institucional.
A Feira de Negócios, denominada InovaCatólica, está em sua 5ª edição 
(Figura 13), ocorrida no segundo semestre de 2015. É uma feira semestral 
de empreendedorismo que tem o objetivo de estreitar os laços entre 
o ensino e o mundo dos negócios. Além disso, pretende promover a 
interdisciplinaridade entre os cursos, a viabilidade mercadológica das 
criações dos discentes, o espírito empreendedor e a criatividade.
Fonte: http://www.catolica-es.edu.br/extensao-pesquisa/objetivos-inova-catolica
Figura 12 – Portal da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo
NEAD • CATÓLICA SALESIANA42
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
Figura 13 – Feira de empreendedorismo InovaCatólica
Nessas feiras se encontram empresas e alunos, isto é, de um lado as 
empresas conhecem os trabalhos dos alunos e tomam conhecimento da 
inovação, do projeto, do plano de negócio; e na outra fronteira, os alunos 
conhecem as empresas e o que elas estão fazendo, como funcionam. De 
fato, é um grande encontro, com muitos benefícios, mas o mais importante 
deles, na nossa concepção, é a relação que se 
estreita entre a academia e as empresas.
Um outro avanço que se deve aqui destacar é que, 
em agosto de 2015, foi constituída a Equipe do 
InovaCatólica, com missão de estruturar e difundir 
essa cultura e o ambiente propício para a inovação. 
Assim, como aponta a ata da Equipe Inova (08/2015), 
aconteceu o 1º Evento de Startup do NITCatólica em 
23/09/2015, cujo objetivo era captar as primeiras ideias 
empreendedoras e 
inovadoras dos alunos 
e, assim, identificar que tipos de projetos 
seria possível construir, desenvolver e apoiar 
sob o suporte do Núcleo InovaCatólica. 
Para isso, como piloto, foram escolhidos os 
alunos dos cursos de Ciências Biológicas, 
Sistemas de Informação, Redes, 
Administração, Engenharia da Produção 
e Arquitetura. Nesse evento, participaram 
455 alunos formalmente inscritos, como 
mostra a Figura 14.
Outra etapa do evento foi cadastrar os 
trabalhos dos alunos, catalogá-los, emitir 
Fonte: arquivo próprio.
Fonte: arquivo próprio.
Figura 14 - Startup do NITCatólica
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA43
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
relação e fazer a divulgação pelo canais oficiais da Instituição, como 
forma de dar um retorno aos alunos participantes, bem como de continuar 
fomentando tais ações. 
As principais ideias selecionadas pela Equipe InovaCatólica serão submetidas 
ao WePitch, uma plataforma on-line que estimula o empreendedorismo 
ao ouvir, premiar e continuar incentivando pessoas com ideias inovadoras. 
O prêmio, em 2015, foi de R$ 10.000,00. A Midstage Ventures, idealizadora 
da plataforma, é uma venture builder (ou construtora de novos negócios) 
brasileira, com sede em Los Angeles, Estados Unidos, mas com atuação 
for te no Brasil, com a missão de fomentar o empreendedorismo e trazer 
para o mundo universitário brasileiro uma competição de pitches.
Nesse compasso, o foco a médio prazo é ter uma incubadora de empresas 
para oportunizar a criação e dar suporte a empresas criadas pelos próprios 
alunos durante o curso.
NEAD • CATÓLICA SALESIANA44
AULA 3 – O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO
BARBIERI, J.C. A contribuição da área produtiva no processo de inovações 
tecnológicas. Revista de Administração, v. 37, n. I , p. 66-77, jan./mar. 
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CASSAPO, Filipe. A transformação de conhecimentos novos em resultados 
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Acesso em: dez. 2015.
CHER, Rogerio. Empreendedorismo na veia: um aprendizado constante. 
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<http://www.e-commerce.org.br/empreendedorismo. Acesso em: dez. 
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PIETROVSKI, E.F. Promoção da cultura empreendedora e de inovação. 
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TOMAÉL, M.I.; ALCARÁ, Adriana Rosecler; CHIARA, Ivone Guerreiro Di. Das 
redes sociais à inovação. Ciência da Informação. Scielo, 2005.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aula 4 – O PLANO DE NEGÓCIOS E SEUS PLANOS
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA45
Ter a ideia, colocá-la em ação e empreender um negócio, ou seja, um 
novo modo de fazer, são passos iniciais e importantes para se concretizar 
aquilo que se imaginou. Todavia, o último passo é aquele em que o 
inovador deverá tomar o devido cuidado e atenção, pois será o último e 
derradeiro passo para selar, assim, o sucesso de seu empreendimento.
Apresentaremos, agora, as estratégias e objetivos que serão traçados e 
formulados para atingir essa visão do início. Como afirma Filion (2001), 
antes de tomar qualquer iniciativa, isto é, antes de pôr a mão na massa, o 
empreendedor precisa dispor de uma estrutura de pensamento sistêmico 
e visionário, porque é com base nisso que poderá fixar seus objetivos e 
traçar caminhos para atingi-los.
A visão, de acordo com Filion e outros (2000, p. 32), é “[...] uma imagem, 
projetada no futuro, do lugar que se quer ver ocupado pelos seus produtos 
no mercado, assim como a imagem projetada do tipo de organização 
necessária para consegui-lo”. 
De acordo com esses autores, existem três categorias de visão:
‟ A primeira é denominada emergente - ideias de produtos ou de 
serviços que queremos lançar; 
‟ A segunda é denominada central - resultado de uma ou mais 
visões emergentes, que se divide(m) em visão externa, ou seja, o 
lugar que se quer ver ocupado pelo produto ou serviço no mercado, 
e interna, o tipo de organização de que se tem necessidade para 
alcançá-lo; e,
‟ A terceira categoria compreende as visões complementares, que 
são atividades de gestão definidas para sustentar a realização da 
visão central.
Baseados nessa argumentação, é que chamamos de último passo,

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