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DIREITO PENAL I MATERIA COMPLETA 1º BIMESTRE prof Mario Ramidoff

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20/02
Direito penal I
O direito faz parte das ciências naturais exatas, porque pretende uma metodologia melhor do que as outras a partir do método cartesiano. Esse método consiste em decompor o elemento, analisa-lo isoladamente e assim, reconstruí-lo como uma forma de comprovação de que aquilo é realmente o que aparenta ser. Se diz que o direito é ciência para se diferenciar do dogma, que considera algo a priori como verdade se direcionando a partir dele, não garantindo que o resultado seja seguro, pois se num primeiro momento não foi comprovada a veracidade do elemento, sua sequência lógica está comprometida. 
Direito como dogmática jurídica.
Dogmática jurídica: é o saber, a razão, o raciocínio lógico oficial estabelecido pelo Estado. É a racionalidade que autoriza e justifica a intervenção estatal de cunho repressivo e punitivo para proteção de bens jurídicos. É uma maneira de argumentação e justificação para que o Estado intervenha criando uma lei penal, aplicando-a e executando-a.
O direito penal não se preocupa com o que é ou não moral. Sua resposta é mais severa. É reconhecido pela sanção penal que oferece. Ele possui bens jurídicos que são protegidos particularmente pelo direito penal. Ele é conhecido como reforço de tutela (o Estado) a bens jurídicos que já estão protegidos em outras áreas (vida- Constituição, patrimônio- Direito civil).
Reta razão aristotélica: é o justo-meio. Entre os vícios e as virtudes deve haver um equilíbrio. Nem sempre o centro é esse equilíbrio. O mundo não é justo, para responsabilizar uma pessoa é preciso aplicar essa teoria com base nos seus antecedentes, o mundo não é ideal.
Direito penal objetivo: é o sistema de justiça penal, como um contributo epistêmico – teoria do conhecimento, área da filosofia, um contributo de conhecimento. É um conjunto de normas que por si só não faz nada, mas que seleciona outras e as trazem para dentro do sistema penal, para classificá-las como penais. É o conjunto de regras que estabelece uma sistemática, organizando a forma de julgamento e as relações jurídicas, para que assim nós possamos apurar, julgar e responsabilizar criminalmente uma pessoa. Podemos tomá-lo como ordenamento jurídico, porque faz uma seleção de normas que adentrarão o direito penal e se transformarão em normas penais, uma vez que estão dentro do ordenamento jurídico penal, e não porque são ontologicamente normas penais, não existem normas penais ontológicas. Exemplo: pegar dinheiro da carteira da mãe. O direito penal objetivo estabelece as regras básicas para a apuração, o julgamento e a responsabilização criminal, descrevendo o que é crime e o que é pena de modo proporcional ao crime. O crime não é natural, é uma construção, a partir de um contrato/convenções sociais, política e ideológica. Ex: adultério. É um conjunto de regras que regulamenta o que é crime e pena, desde a sua criação passando pelo julgamento até a execução, para fins de responsabilização criminal.
Direito penal subjetivo: é o dever-poder legalmente atribuído a uma instituição do Estado para fins de apuração, investigação, acusação e responsabilização criminal ao agente a quem se atribui uma prática de uma conduta delituosa– IUS PUNIENDI. Ex: o delegado de polícia, o Ministério público que oferece a denúncia.
QUEIXA: é o nome da ação penal de iniciativa privada. 
DENÚNCIA: é a ação penal de iniciativa pública.
Ambas são feitas perante o juiz.
Um ponto crucial do direito é saber a natureza jurídica das coisas. Como por exemplo a morte, que no universo jurídico repercute a abertura de sucessão, a aquisição de propriedade e de responsabilidade ou a apuração de um crime.
*****PERGUNTA DE PROVA*****
O direito penal objetivo contempla o direito penal subjetivo? 
Sim. O direito penal objetivo regulamenta o crime e a pena, ou seja, ele narra a criação, o julgamento e a maneira de investigá-los apurá-los. O direito penal subjetivo é o dever de tudo isso. Então, ele está regulamentado dentro do direito penal objetivo.
21/2
Política criminal: é o conjunto de todas as políticas sociais públicas (saúde, meio ambiente, habitação, educação, transporte etc.), ou seja, tudo o que é importante para viver em comunidade. 
Mesmo quando as pessoas não agem de acordo com o que é permitido a política criminal existe, pois ela se pergunta: o que devemos legislar como direito penal? O que devemos dizer que é crime? Quanto de pena devemos dar a esse crime? Ela é uma das políticas sociais públicas ao lado de outras, todas trabalham em conjunto. A política criminal é subsidiária das outras políticas sociais. Ela engloba todos os estudos prévios para a criação de uma lei penal e, a lei penal regulamenta o crime e a pena, porque a pena tem que ser proporcional ao crime. Estudos interdisciplinares que vai levar a criação ou não de uma lei penal mais humana. A história do direito penal é uma história de humanização da responsabilização criminal. A política criminal é tudo o que puder ser estudado para criar pena ou crime. Ela é uma política de Estado, que é permanente.
Política penal: é uma política governamental, ou seja, transitória. É uma política de enfrentamento, combate, de ocupação de território, de segurança pública. É uma atribuição que tem determinado governo para a pacificação social, prevenção de crimes, apuração de crimes, servir e proteger. 
Por exemplo: política de combate as drogas, política de ocupação de território, polícia pacificadora, compra de viaturas. 
Conceitos:
Direito coletivo: direito que interesse a todos não quantificável.
Direito difuso: direito que nós sabemos o número de pessoas que serão afetadas por eles.
Lei penal melhor: continua regulamentando o crime e a pena, sendo mais branda. Nos remete a Maquiavel: não dar coisas para o povo, para que quando ele ganhar um mísero pão, fique feliz. 
Violência estrutural: a violência estrutural diz respeito a aspectos como a concentração de rendimentos e riqueza, a falta de acesso à direitos políticos e sociais (como bens e serviços), desemprego estrutural, massivo e crônico, segundo Weber.
Discriminação putativa: você pratica o crime e o juiz te isenta de pena se não houver ameaça. 
Não existe certo ou errado no Direito, existe opção política, ideologia.
A transformação cultural não se faz pelo direito penal. Ela se dá pela educação e não por meio de pena.
Não há sanção penal sem crime, mas há crime sem sanção penal. 
6/3
Criminologia:
Por que o direito penal se chama assim e não direito criminal? 
O direito penal cuida da intervenção estatal, enquanto o direito criminal seria uma hipótese, uma vez que o crime também é. O artigo é um tipo penal, então é preciso um caso concreto. O crime é o pressuposto lógico que autoriza e justifica a intervenção estatal repressiva e punitiva. Como queremos permitir que o Estado venha a punir e intervir chamamos o que vai cuidar da pena de direito penal. A parte especial do código penal é um grande sistema de penas que em razão de determinados crimes você tem mais ou menos delas. No final da história, queremos impedir que o Estado penalize e por isso, criamos uma regulamentação. Qualquer código penal é o código do delinquente, porque o Estado só pode intervir penalizando quando alguém pratica uma daquelas condutas chamadas de crime. Então, o direito não é criminal porque nesse caso, trabalharíamos apenas com a conduta e não a pena, ou seja, quanto o estado pode dar de pena ou quanto pode atribuir ao sujeito desviante. Entendemos que o direito deve ser chamado de penal e não criminal, porque o último é um pressuposto (o crime) e não o objetivo final que é a intervenção estatal. A ideia de criar uma codificação, estabelecer uma legislação penal é limitar a intervenção do estado. Quando o Estado puder intervir tem que estar regulamentado. Estamos falando do direito das penas, limitação da aplicação de pena, da intervenção do Estado. O Estado não pode ser total, ele não considera a conduta em si, mas como um pressuposto para poder agir.
A lei é um signo,o significante são as formas de interpretação para alcançar alguns resultados, significados. Não se estuda criminologia para busca-los. Então, a criminologia não é classificada como etimológica, e sim etiológica. 
A criminologia etiológica vai buscar os verdadeiros fatores da violência social, da criminalidade.
Qual a diferença entre criminalidade e criminologia?
Criminalidade: é apenas um dado estatístico e depende de uma metodologia. Não existe criminalidade juvenil. A infanto-juvenil é de 6% responsável pela violência social. Disso, apenas 0,016% são crimes contra a vida. 
Criminologia positivista: é uma criminologia etiológica, vai buscar os verdadeiros fatores do crime. É uma matéria agregada ao direito penal. Se a criminologia etiológica fosse séria, buscaria o problema na raiz social, mas ela apenas busca fatores próximos como por que ele matou? Ciúmes, drogas, violência. A nossa criminologia é apenas uma busca superficial para nos dar a causalidade. A verdadeira encontra, dá justificativas metajurídicas, a partir das ciências como sociologia, antropologia, biologia etc. para o direito penal. Porque a dogmática jurídica, por sua vez, que não se confunde com a criminologia etiológica, dá o apanhado técnico, daí a escola tecno-jurídica da Itália. A dogmática jurídica é uma autorização, justificação técnica de direito, enquanto a criminologia etiológica dá base a intervenção do Estado para punir, a partir de outros estudos.
Criminologia crítica:
Radical: é preciso um estudo profundo sobre as relações sociais com uma perspectiva economicista. Tem por base um estudo teórico da estruturação econômica de uma sociedade, ou seja, base marxista. Autor: Juarez Cirino dos Santos – A criminologia Radical. 
Dialética: tem base sociológica, seu grande autor foi Roberto Lyra Filho com a obra Criminologia Dialética.
 
Movimentos criminológicos modernos:
Minimalismo: se o Estado deve ser mínimo, o direito penal que é um instrumento dele, deve ser também. O direito penal ficaria adstrito aos crimes mais graves, deveria ser a última forma de agir do Estado. “Se tiver que punir, não faça para socializar e sim, para não dessocializar”. Ana Paula Terra. 
Garantismo penal: foi uma teoria criada para outro contexto que não é o brasileiro. É uma teoria jurídica que trabalha com as garantias constitucionais. Trabalha com a separação das características de uma norma jurídica
Direito: é o interesse que passou a ter uma tutela pela lei.
Garantia: dá efetividade ao interesse e ao direito.
Interesse: é o simples querer, que pode ser disponível ou não. É uma potência.
O conteúdo da lei formal não pode ofender interesses indisponíveis, direitos individuais e garantias fundamentais, qualquer norma penal que faça o não vale, isso é o garantismo. Separa a validade formal da validade material. O problema do garantismo é que se todo o devido processo legal está de acordo, o sujeito é condenado. A punição não é o caminho, primeiramente porque o julgamento pode estar errado e segundo que, o direito penal vai passar a criminalizar coisas que não eram penalizáveis anteriormente. Continua sendo uma crítica interna, ou seja, quer que o direito penal melhore, evolua e passe a ser praticado, ao invés de ser eliminado ou transformado. Essa crítica interna legitima algumas impropriedades. A parte estrutural e estática do Brasil não funciona, portanto, o garantismo também não. Luigi Ferrajoli – Garantismo Penal
Abolicionismo penal: o direito penal deve ser extinto - Nietzsche. A história do direito penal é de abolição de crimes e de penas. É preciso descriminalizar inúmeros crimes, e depois despenalizar. O direto penal não funciona.
Processos de criminalização:
Processo de criminalização primário: é quando o poder legislativo estabelece um crime e uma quantidade pena para ele. O legislador sabe qual grupo social será alcançado.
Processo de criminalização secundário: se estabelece em razão da aplicação judicial, a confirmação judicial da previsão legislativa. O juiz não julga, só reproduz a lei.
Processo de criminalização terciário: é feito pelo poder executivo, quando passado pelo sistema penal e classificado como um criminoso. 
13/3
O que é uma escola penal? 
É um movimento teórico que pode ser identificado a partir dos seus pensadores de mesmas perspectivas epistemológicas, objeto de estudo, teorias e paradigmas. Cada uma possui um pressuposto lógico. Tem tendências a determinados objetivos plausíveis, concretizáveis. Se orienta pelo seu movimento humanitário. Sucede a falta de conceituação do Direito Penal, com forma de definir o que é crime e pena para melhorar nossas relações sociais. 
Globalização: é um movimento mundial que se inicia na medicina, não é profissional de resultado e sim de meio. Vem como forma de padronagem, para seguir rituais verificatórios de determinados sintomas. Se espalhou para todas as áreas fazendo com que os profissionais liberais ou autônomos perdessem a responsabilidade pelo resultado, e se preocupassem mais com o trabalho que desenvolvem para alcançar resultados.
 
Escola clássica: Sartre se perguntava por que o direito penal precisava de penas cruéis. A Escola Clássica foi um movimento humanitário que acabou com elas. A primeira medida dessa escola foi codificar o que era crime e proporcionalizar a pena correspondente. Cesare Beccaria é o precursor da escola – Dos Delitos e das Penas. Trabalhavam a partir de um pressuposto lógico. As pessoas têm liberdade e por isso, têm responsabilidade conscientemente ou não. 
Teoria da previsibilidade objetiva e subjetiva alemã – eu só posso exigir da pessoa aquilo que ela subjetivamente pode prever, porque o que não é previsível nem objetiva e nem subjetivamente não pode culpar. Livre arbítrio à priori ideal de Kant – ter liberdade na escolha logo vem a responsabilidade. 
Dogmática jurídica: conhecimento que autoriza e justifica a intervenção estatal. Estabelece à priopri lógicas indiscutíveis. 
Pressuposto epistemológico: livre-arbítrio ideal de Kant, kantismo classicismo.
Objeto de estudo: o crime.
Método de estudo: dedutivo - que deduz a partir de um a priori, sai de uma abstração, de uma coisa genérica para o individual.
Autores: Immanuel Kant, Francesco Carrara, Cesare Beccaria.
 
Escola positiva: continua estudando o livre-arbítrio do Kant, mas não ideal e sim real ou cultural. Existe liberdade, mas nem toda escolha arbitrária é crime. As coisas podem ser de outra maneira de acordo com as circunstâncias. É influenciada pelas novas ciências, a antropologia, a sociologia, a biologia etc. 
Pressuposto epistemológico: livre-arbítrio real.
Objeto de estudo: sujeito e crime, mas o primeiro ganha ênfase no estudo.
Método de estudo: indutivo – porque não tem padrão.
Autores: Cesar Lombroso, Henrico Ferri e Rafael Garófalo. 
Escola mista: 
Pressuposto epistemológico: é a sua especificidade em relação às outras escolas, ele supera o livre-arbítrio e passa a utilizar as teorias da causalidade – é possível estabelecer uma relação de causalidade na reprovação de uma conduta e posterior resultado. 
Objeto de estudo: o sujeito e a conduta.
Método de estudo: variável – porque a escola mista, como seu nome já diz, tenta mesclar o que há de bom nas duas escolas anteriores, ao estudar o criminoso usa-se a metodologia indutiva e ao crime a dedutiva
Autores: Franz von Liszt, Manuel Carnevale e Hans Kelsen.
14/3
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL: 
Princípio da legalidade: um princípio é um vetor orientativo, no Direito Penal a norma que o contém vincula o operador do direito. O conceito de princípio da legalidade está contido no art. 1º do Código Penal “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se não em virtude da lei”. Garantia da não intervenção do Estado na Constituição. No DP só é crime o que estiver expressamente descrito como crime e só haverá pena se estiver vinculado ao crime. Não há crime, não há pena, sem lei penal anterior prévia e expressa, claramente existente. 
Funções:
Irretroatividade:a lei penal pura ela retroage, a processual não. Se não é possível distingui-las o acusado é consultado. Em regra, não retroage.
Anterioridade: a lei precisa ser prévia, anterior.
Expressa: escrita. Nosso ordenamento é positivo e não consuetudinário. 
Clara: específica.
As duas últimas funções evitam a criação de lei penal por costumes e analogia. Não pode criar lei penal por analogia. A diferença entre analogia e interpretação analógica não existe. Analogia não se aplica para criar crimes e penas. É o momento de interpretação que serve para comparar casos semelhantes. Antinomia quando existem leis contraditórias, Anomia é a ausência de leis. E aí nos casos podemos usar a analogia como forma de integração, é uma base para beneficiar. A interpretação analógica é a partir da analogia, são duas leis parecidas. A analogia é quando não existe lei, ambas são momentos de interpretação. A analogia e a interpretação analógica servem para evitar a extensão da responsabilidade penal, porque ela tem que ser especifica, subjetiva, a culpa é do agente e não pela sua filiação ou ideologia. 
Comutação: é a modificação da pena para reduzi-la. 
Princípio da intervenção mínima: o Direito Penal deve ser a última maneira do Estado resolver um problema social. Última ratio. Se o Estado deve ser mínimo, o DP como seu instrumento de controle também deve ser, o ideal é que seja apenas reportado aos casos mais graves. O DP não deve ser a primeira maneira de resolver problemas sociais, deve ser dedicado aos casos mais graves. Ele não se faz reforma social. Esse princípio está ligado ao movimento minimalista e também defende descriminalizações.
20/3
3) Princípio da lesividade: princípio que se relaciona com bens jurídicos. Quando o direito protege um bem jurídico, faz como forma de estabilização social. Toda a lesão no Direito Penal precisa ser significativa ao bem jurídico. Ele é limitador com relação a criação de leis penais, o legislador só pode criar uma lei quando um bem jurídico tenha importância suficiente que permita a intervenção estatal repressiva-punitiva. O DP se caracteriza por uma tutela mais forte, ou seja, quando um bem jurídico que já é protegido em outra área passa a ser desrespeitado, o Direito Penal, por ser mais forte por seu caráter punitivo, oferece um reforço de tutela, dando mais segurança jurídica.
Tem duas características:
Fragmentariedade: seleciona bens jurídicos mais importantes para a estabilização das relações sociais. A lesão a esses bens precisa ser significativa normativamente. O direito penal não precisa se preocupar com o que tem adequação social, há uma valoração da norma que proíbe. O bem jurídico precisa ser significativamente ofendido para que o DP faça uma intervenção. Protegerá só alguns bens jurídicos (os mais importantes), se aplica ao legislador também.
Subsidiariedade: a tutela penal, o que se pede do Estado quando você faz um requerimento em DP, é que o Estado ofereça uma proteção a um direito. Mas só se usa a tutela penal quando a outra área do direito não possa resolver de forma adequada o mesmo problema. 
Lei é um fato gráfico. O direito é o conjunto de normas. A aplicação deles se dá pelos bens jurídicos protegidos. A norma é o resultado final da aplicação, interpretação. O DP faz uma desvalorização da conduta com critérios técnicos, ou seja, ver se ela é uma conduta atípica, antijurídica ou culpável e assim dizer se é delituosa.
Ofender o bem jurídico de forma significante que ultrapasse a pessoa, que não seja um mero desvio administrativo, por uma limitação política e ideológica e criminalizar o estado de pessoa, fere o princípio da lesividade. 
Tem quatro funções:
Não pode ser punir por pensamentos
A lesão tem que ultrapassar a pessoa por estado ou condição
Condição existencial
Condutas moralmente desviantes e que não alteram o direito penal.
4) Princípio da humanidade: nenhuma pena, intervenção estatal, de cunho repressivo ou punitivo, pode estabelecer um tratamento desumano, degradante ou uma medida que reduza a dignidade da pessoa humana. Temos que nos orientar por esse princípio, acabar com as penas cruéis. O princípio da dignidade da pessoa humana é colocar no centro de importância de qualquer regra a pessoa, não reconduzir qualquer norma penal a um estado degradante, de dessocialização, não estabelecer leis ou sanções penais que sejam humilhantes a fim de evitar qualquer tipo de tortura, pena de morte, prisão perpétua etc. para crimes comuns. Há penas de morte para crimes contra os direitos humanos – Direito Penal Internacional. 
Racionalidade e proporcionalidade – É preciso ser racional ao dar pena, sem ser tomado por emoções. E proporcional, a pena deve condizer com o crime cometido.
5) Princípio da culpabilidade: é diferente de culpabilidade, que se orienta pelo princípio. A culpabilidade pode ser qualitativa, um elemento estruturante do crime, e quantitativa, um critério de fixação da pena base (art. 159) – a quantidade de querer. 
O princípio da culpabilidade não se confunde, diz que a responsabilidade penal deve ser sempre subjetiva, jamais objetiva ou difusa. Art. 129. Não presume culpa. Determina que a responsabilidade penal seja sempre subjetiva, a pessoa responde individualmente. 
Co-culpabilidade: o Estado, às vezes, por descumprir algumas obrigações que lhe são atribuídas, acaba ensejando a violência e como não pode ser acusado criminalmente, tem que levar em conta sua ausência e reduzir a pena. 
21/3
Regras penais seguem limitações no tempo e espaço. Art. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º.
Tipos de conduta:
Crime por omissão (omissivo próprio): mera omissão. São as que o CP descreve como omissivas. É um não fazer ou deixar de fazer algo previsto em lei. Os crimes de omissão própria são considerados crimes de mera conduta, ou seja, basta apenas a omissão para que o crime esteja configurado. Em outras palavras, não necessita de um resultado. Exemplo: 
“Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte”.
Crime por comissão: é a maioria dos crimes. Ocorre pela ação. Pode ser um homicídio, roubo, latrocínio, sequestro... em todos eles o agente de fato realiza pratica, exerce uma determinada conduta em busca de um resultado.
Comissivos por omissão (omissivo improprio): – a pessoa deixa de agir quando tinha o dever de agir. O agente comete a omissão através de uma ação.
“Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
   § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.  
 Art. 14 - Diz-se o crime: 
Crime consumado 
I - Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;  
Tentativa  
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa
 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
↘ Não pode presumir culpa. 
Art. 2º - “Abulitio crimines”. – Aplicação da lei penal no tempo
A lei do tempo rege todo o acontecimento, mas se no DP tivermos a produção de uma lei penal melhor, que descriminalize ou despenalize, ela será aplicada. A lei penal que eu posso aplicar é aquela que rege as relações no momento em que a condutade ação ou omissão foi praticada.
“Tempus regit actum” - a lei do tempo é que rege o ato.
   “Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”. 
Exemplo adultério: uma pessoa é condenada antes da abolição da pena. Pode pedir para voltar ao status de réu primário. Seu antecedente existe apenas para fins penais. 
Ninguém pode ser punido por lei que não exista. Tem como objetivo a abolição do crime, a despenalização.
Descriminante putativa: é crime, mesmo não parecendo ser. Houve uma isenção de pena. O acusado pratica o crime, mas o juiz isenta de pena. Exemplo: art. 181. Inc. I. Parece descriminar, mas não é, só não tem pena. 
O condenado recebe indenização por cumprir pena sendo que ela foi descriminalizada? 
“ (...) cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”. 
A indenização é efeito civil. A área cível não vincula a área penal. Portanto, a lei é clara quando diz que os efeitos cessados são os penais, não se reportando aos civis, sendo de total direito do acusado, mediante comprovação, solicitar indenização civil.
Toda interpretação da lei penal é restritiva – sempre para menos. .
“Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. – retroage para beneficiar, ainda que transitado em julgado”. 
Constituição art. 5 inc. XL – a lei penal não retroage, salvo para beneficiar o acusado.
O art. 3 do CC é inconstitucional? “Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”.
Lei temporária: é aquela que tem data para começar e para acabar. Exemplo: Leis criadas durante a Copa.
Lei excepcional: tem vigência enquanto a situação concreta excepcional vigorar. Exemplo: calamidades públicas.
27/3
O art. 3º é ou não é inconstitucional?
     “Lei excepcional ou temporária
        Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”.
A regra é que a lei não retroage, com exceção da lei penal melhor. A lei excepcional e a temporária, é a exceção da lei penal melhor. Sendo a exceção da exceção, se aplica a regra, que é não retroagir. Portanto, conclui-se que o art. 3º do Código Penal é constitucional. 
Lei temporária: exceção da exceção, só se aplica a regra. Não ultraje, nem retroage. Tem data para começar e para acabar.
Lei excepcional: não ultraje, nem retroage. Exceção da exceção. Tem data para começar, mas não para acabar. Dura enquanto um caso excepcional é existente, com a sua extinção, a lei excepcional desaparece também. Exemplo: estado de sítio.
Norma comum.
Essas leis possuem natureza jurídicas diversas. A lei penal não retroage, desde que se trate de normas penais melhores, que possuam a mesma natureza jurídica, ou seja, a lei penal temporária MELHOR retroage sobre a lei temporária anterior, a lei penal excepcional MELHOR retroage sobre a lei excepcional anterior, a lei penal comum MELHOR retroage sobre a lei penal comum anterior. Não tem como a lei comum retroagir sobre a lei penal temporária.
	
TERTIA LEGIS
	Ato
	Processo
	Sentença
	2000
	2005
	2009
	1 a 3 anos
	2 a 5 anos
	12 anos - suspensão 
	Ultraje a duração
	
	Retroage a suspensão
Aplica-se a parte melhor de cada lei e se tem um terceiro gênero. Não é criação de lei, e sim integração. Pode ser aplicada uma lei que não existia no momento do ato e nem no da sentença. 
É proibida a retroatividade de lei penal. Contudo, a única exceção é quando se trata de lei penal favorável e desde que, incida sobre normas penais que possuem idêntica natureza jurídica, sob pena de gerar impunidade.

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