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RESUMO - Obrigações - Prof. Heloísa Lacerda - 1º BI

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OBRIGAÇÕES
Obrigação é uma relação jurídica transitória de caráter pessoal e econômico, que vincula a uma prestação.
Respaldo do estado
Nasce com a vocação de se extinguir pagar por algo
Apreciável economicamente
Não é de direito real, mas sim pessoal 
Atividade/conduta
Importância:
Todo fluxo de riquezas esta baseado no direito obrigacional, orientando todo direito civil.
Natureza:
Público:
Interesse maior
Interferência do estado
Só o que a lei manda
Privado: mesmo no mais privado dos direitos, há interferência pública
Pode tudo desde que a lei não proíba
Vontade das partes faz lei
Interesse particular
Fontes: lei e vontade
Objeto:
Mediato: que é o bem jurídico 
Ex: carro
Imediato: que é a conduta
Ex: pagamento
É necessário um vinculo entre as partes onde há dever e responsabilidade pelo que se deve
A responsabilidade é patrimonial, deve ser apreciável, em que o sujeito tem o dever e não paga, responde perante isso civilmente
Obrigações propter rem: obrigações que acompanham o bem e não o sujeito
	Ex: pagar aluguel
 Obrigações naturais: situação em que o sujeito deve e não responde
Ex: dívidas prescritas
Responsabilidade objetiva: quando não deve e responde
	Ex: fiador
Os pais não podem regressar contra os filhos, pois há poder familiar, mas nos outros casos de descompasso existe
Existem alguns HAFTUNS que não são patrimoniais, porém eles devem possuir a possibilidade de serem apreciados materialmente
SHULD: dever 				 HAFTUM: responsabilidade patrimonial
CLASSIFICAÇÃO
Tempo
Instantânea: desde o surgimento obrigacional as partes prestam entre si, o lapso temporal é curto (obrigação/adimplemento)
Diferida: partes designam no futuro o adimplemento, lapso entre o surgimento e o adimplemento
Periódica: pagamentos parcelados, prestações periódicas 
Aferição:
Meio: o dever (shuld) é apenas de cautela e diligência
Resultado: o dever (shuld) é a entrega de um fim específico
Obrigações de DAR
Conduta positiva
O direito subjetivo dela é uma expectativa de conduta, não um direito real
Coisa certa: individualizada, eu sei o que é
Bens infungíveis – não podem ser substituídos
A conservação da coisa certa fica na responsabilidade de quem tem até a entrega.
Diversa: Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Acessórios: Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
perdaSem culpa: Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; caso fortuito e força maior
Com culpa: se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Obrigação de dar coisa certa
deteriorizaçãoSem culpa: pode resolver a coisa, ou o credor pode aceitar a coisa com abatimento de valores
Com culpa: o credor poderá exigir o equivalente ao valor da coisa ou aceitar a coisa como está, requerendo perdas e danos
melhoriaAumento: até a entrega da coisa, os melhoramentos pertencem ao devedor, podendo exigir o aumento do valor. Caso o credor não aceite, resolve-se a obrigação.
Frutos: os fruto já colhidos até a entrega são do devedor e os que ainda serão colhidos ficam para o credor com a restituição dos custeios de produção.
perdaSem culpa: a obrigação se resolverá
Com culpa: equivalente, mais perdas e danos
restituir
deteriorização	Sem culpa: o credor receberá a coisa no estado que ela se encontra
	Com culpa: a coisa será devolvida com perdas e danos
melhoria	Sem despesas: lucrará o credor, sem dever de indenização
Com despesas: o devedor de boa-fé será indenizado pelas benfeitorias necessárias, úteis e voluptuárias. O devedor de má-fé será indenizado apenas pelas benfeitorias necessárias.
Coisa incerta: 
não está desde logo determinada, mas por critérios ele passa a ser determinável. A incerteza é transitória.
Ex: obrigação de pagar em dinheiro – sei o valor e o que são reais, mas não as cédulas que virão.
Até a ciência da coisa a obrigação é total do devedor, antes a coisa ainda está indeterminada.
Coisa restrita: não cabe a convenção geral, como não existe outro igual, o sujeito é desonerado.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Obrigações de FAZER
Positiva
Podem existir as duas obrigações (dar e fazer) no mesmo contrato, sem uma anular a outra.
Infungível: insubstituível
Pessoal, natureza do negócio
Ex: contrato de show com um cantor específico
Vontade das partes
Ex: contrato um engenheiro para acompanhar a obra, especificando no contrato que deve ser tal pessoa pela natureza não seria infungível, mas pela vontade das partes sim.
Recusa: Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
	Impossibilidade:
Sem culpa: Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação;
Com culpa: responderá por perdas e danos.
Fungível: substituível
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Pode ser executada por diversas pessoas
Ex: pintor, mestre de obras, carpinteiro, 
Sem culpa: custeio do serviço
Com culpa: perdas e danos
Obrigação de não fazer
Conduta negativa, omissiva
Manifestação das partes, vontade
Licitude do objeto
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Boa-fé objetiva: Conduta
— Deveres de conduta: informar; segurança; cooperar; confiança (legítimas expectativas)
Boa-fé subjetiva: íntimo psíquico
O objeto é ilícito por ferir a liberdade da vontade nulo
Impossibilidade de não fazer:
— Sem culpa: extingue-se a obrigação
— Com culpa: a obrigação será desfeita sob pena de perdas e danos
— urgência: Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Obrigações alternativas
Modo pelo qual será o adimplemento ou sobre o modo de execução
A escolha cabe sobre o devedor, salvo se as partes estipularem o contrário
A escolha é irrevogável
Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
Mista: Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Periódicas: Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
Pluralidade: No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
Terceiro: Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Prazo: partes ou 10 dias
Impossibilidade parcial: Se uma das duas prestações não puder ser realizada, deve o DEVEDOR realizar a outra.
Perecimento:
 Se por culpa do devedor ambas se perderem não havendo a possibilidade do credor escolher, deve o devedor pagar ao credor o valor da que por último se possibilitou,mais perdas e danos
Se a escolha for do credor e por culpa do devedor ambas se perderem o credor terá o direito de reclamar qualquer uma das duas além de perdas e danos
Se uma das prestações se perderem por culpa do devedor, o credor poderá exigir a outra, ou o valor da outra mais perdas e danos
Se sem culpa do devedor ambas se perderem a obrigação se resolverá
Melhorias: analogia das obrigações de dar
Devedor: este pode exigir aumento do preço ou a outra alternativa
Credor: o credor opta por qual alternative preferir, se quiser a alternative com melhoria, deve pagar pela diferença.
 
Obrigação facultativa
Não está no nosso ordenamento jurídico
A nulidade da obrigação principal extingue também a acessória, porém o contrário não ocorre
Tem que estar claro no contrato
A escolha nunca é do credor
Subsidiário: o credor não tem o direito subjetivo pro subsidiário, apenas o principal
Perda
Com culpa - perdas e danos e extingue
Sem culpa - Quando o principal se perde sem culpa, acaba o contrato. 
Obrigação divisível
Ocorre quando a prestação pode ser fracionada
Pluralidade de sujeitos: mais de dois devedores ou mais de dois credores
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Divido tanto quanto forem as partes
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
 
Obrigação indivisível 
Podem ser indivisíveis pela matéria, lei, vontade das partes
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou convenção jurídica.
Pluralidade de sujeitos
Devedor: Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Sub rogação: substituição, tomar o lugar da credora, posso cobrar a parte para os outros depois.
Credor: Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Se um dos credores remitir/ perdoar a dívida a obrigação não será extinta para com os outros, que poderão cobrar a quota que lhe é devida, subtraindo o que foi perdoado.
Regresso: Pode um exigir o todo da dívida, judicialmente ou extrajudicialmente, depois o resto vai exigir dele a parte que cada um tem. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Desobrigação: 
Pagar a todos os credores conjuntamente
Ou pagar somente a um credor, sendo que este deve dar um caução de ratificação dos outros credores
Se houver culpa de todos os devedores, estes responderão igualmente
Se a culpa for de apenas um devedor, este responderá sozinho por perdas e danos
a nulidade e a prescrição aproveita a todos os credores
 
SOLIDARIEDADE
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Resulta de lei ou da vontade das partes
É um artifício jurídico para facilitar o adimplemento
Cada um deve o todo ou cada um ganha o todo
A indivisibilidade decorre do objeto, na solidariedade decorre da vontade das partes ou da lei.
A presunção é pela fracionalidade, ela não é presumida.
Ativa: 
União por ficção jurídica no polo dos credores
 Dois ou mais credores
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Extingue-se a solidariedade ativa pelo pagamento total a qualquer um dos credores
Funciona como um contrato de mandato
Podem ingressar individualmente
Ex: contas bancárias conjuntas
Falecimento de um dos credores solidários:
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
(Diferença entre a indivisibilidade e solidariedade)
Passiva: devedor
Cobrança: Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Pagamento parcial: Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou relevada.
Pagamento total: Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos. 
Insolvente: A parte do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores, ou seja, pega a cota do insolvente e divide pelos demais (forma divisível)
Interesse: Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
O perdão abate o que foi perdoado, mas não extingue a solidariedade, podendo ainda ser cobrado inteiro para os outros.
Falecimento: Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Cláusula: Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Equivalente - Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; 
Perdas e danos - apenas o culpado paga - mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Impossibilidade culposa: (ponto diferencial entre solidariedade e indivisibilidade) persiste a solidariedade
Juros Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. todos, sendo assegurados depois do direito de regresso
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

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