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MECÂNICA DOS SOLOS II Professora: Giovanna Feitosa OUTUBRO/2015 AULA 9 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO É a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou seja, a tensão de cisalhamento do solo no plano que a ruptura ocorre. É uma ferramenta fundamental da caracterização e resolução de grandes problemas da engenharia: g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m - Estabilidade de taludes (aterros, cortes e barragens); - Empuxos de terra sobre paredes de contenção e túneis; - Capacidade de carga de sapatas e estacas. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m EXEMPLOS TÍPICOS DA INFLUÊNCIA DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Segundo a Equação de Coulomb: Fenômenos relacionados ao Cisalhamento: g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m = c + . tg - tensão cisalhante c – relacionado à coesão - tensão normal - relacionado ao ângulo de atrito - Atrito - Coesão RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Se, em um ponto qualquer plano dentro de uma massa de solo, a tensão cisalhante se tornar igual à resistencia ao cisalhamento do solo, então ocorrerá ruptura nesse ponto. A resistência ao cisalhamento é desenvolvida por forças entre as partículas, portanto, se a tensão normal efetiva for nula, então a resistência ao cisalhamento deve ser nula e o valor de c seria zero. De acordo com o princípio de que a resistência de um solo só pode ser oferecida pelo esqueleto de partículas sólidas, a resistência ao cislhamento deve ser expressa em função de c’ + ’ (tensão normal efetiva na ruptura). g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Os estados planos de tensões podem ser representados em um gráfico da tensão de cisalhamento () em relação à tensão normal efetiva (’). Um ponto nesse gráfico pode ser representado tanto pelo par ordenado ’ x , quanto por um círculo de Mohr definido pelas tensões efetivas principais ’1 e ’3. g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO A linha que passa pelos pontos de tensões ou a linha que tangencia os círculos de Mohr pode ser reta ou ligeiramente curva e é denominada envoltória de ruptura. g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m Não há ruptura enquanto o círculo representativo do estado de tensões se encontrar no interior de uma envoltória dos estados de ruptura, observados experimentalmente para o material. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Há duas maneiras de especificar os parâmetros de resistência ao cislhamento: 1- a envoltória é determinada pela linha reta definida pela equação: de onde se pode obter ’ e c’. Se a linha reta passar pela origem, então c’=0. Se a envoltória de ruptura for ligeiramente curva, os parâmetros são obtidos através de uma aproximação da curva em uma linha reta, ao longo do intervalo de tensões desejado. Nesse caso, o uso de parâmetros tangentes não permite afirmar que a resistência ao cisalhamento é c’ quando a tensão efetiva for nula. g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m = c’ + ’ . tg’ RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Há duas maneiras de especificar os parâmetros de resistência ao cisalhamento: 2- É traçada uma linha reta entre um ponto de tensões em particular, e pela origem. O parâmetro c’ é zero e a inclinação da linha fornece ’, com a equação de resistência ao cisalhamento tornando-se: O ângulo c obtido desta maneira é denominado parâmetro secante e é válido somente para um estado de tensões particular. Geralmente, o valor utilizado para ’ secante é o correspondente ao maior valor esperado da tensão normal efetiva. g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m = ’ . tg’ RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO O caso geral, com c’>0, está representado. As tensões de compressão são admitidas como positivas. As coordenada do ponto de tangência são e ’ em que: E 𝜃 é o ângulo teórico entre o plano principal maior e o plano principal. É fácil perceber que: 𝜃=45º+ ’ 2 Daí: g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m 𝜏 = 1 2 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ × 𝑠𝑒𝑛 2𝜃 𝜎′ = 1 2 𝜎1 ′ + 𝜎3 ′ + 1 2 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ × 𝑐𝑜𝑠 2𝜃 𝒔𝒆𝒏’ = 𝟏 𝟐 𝝈𝟏 ′ − 𝝈𝟑 ′ 𝒄′𝒄𝒐𝒕𝒈’+ 𝟏 𝟐 𝝈𝟏 ′ + 𝝈𝟑 ′ RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m Critério de ruptura de Mohr-Coulomb RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Assim, 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ = 𝜎1 ′ + 𝜎3 ′ 𝑠𝑒𝑛 𝜑′ + 2𝑐′𝑐𝑜𝑠𝜑′ Ou ainda: 𝜎1 ′ = 𝜎3 ′𝑡𝑔2 45° + 𝜑′ 2 + 2𝑐′𝑡𝑔 45° + 𝜑′ 2 Que é a equação que define o critério de ruptura de Mohr. g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Para um determinado estado de tensões, fica claro que em consequência de 𝜎1 ′ = 𝜎1 − 𝑢 e 𝜎3 ′ = 𝜎3 − 𝑢, o círculo de Mohr para a tensão total e o círculo de Mohr para a tensão efetiva possuem o mesmo diâmetro, mas seus centros estão afastados pela poropressão u correspondente. De maneira análoga, os pontos de tensões totais e efetivas estão afastados pelo valor de u. Esse estado de tensões também pode ser representado pelas coordenadas do ponto P. g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO As coordenadas de P são 𝜏𝑚𝑎𝑥 = 1 2 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ e 𝜎𝑚 = 1 2 𝜎1 ′ + 𝜎3 ′ . O ponto de tensões P situa-se numa envoltória modificada de ruptura definida pela equação 1 2 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ = 𝑎′ + 1 2 𝜎1 ′ + 𝜎3 ′ 𝑡𝑔𝛼′, onde: φ′ = 𝑠𝑒𝑛−1 𝑡𝑔𝛼′ e 𝑐′ = 𝑎′ 𝑐𝑜𝑠𝜑′ . g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m PRATICANDO Para um ensaio de cisalhamento direto em areia, com tensão normal na ruptura de 100kPa, tensão cisalhante de 35kPa pede-se determinar o ângulo de atrito, a direção e magnitude das tensões principais: (Resp: 𝜑′=19,3º, 𝜎′1=149,34kPa e 𝜎′3 =75,14kPa) g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m 1 = ’ . tg’ 𝜏 = 1 2 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ × 𝑠𝑒𝑛 2𝜃 𝜎′ = 1 2 𝜎1 ′ + 𝜎3 ′ + 1 2 𝜎1 ′ − 𝜎3 ′ × 𝑐𝑜𝑠 2𝜃 PRATICANDO Os resultados a seguir foram obtidos de ensaios de cisalhamento direto em corpos de prova de uma areia compactada. Determine o valor do parâmetro de resistência ao cisalhamento ’. Ocorreria a ruptura em um plano dentro da massa dessa areia em um ponto em que a tensão de cisalhamento é 122kN/m² e a tensão efetiva é 246 kN/m²? g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m 2 Tensão Normal (kN/m²) 50 100 200 300 Tensão de cisalhamento na ruptura (kN/m²) 36 80 154 235 g io v a n n a fe it o sa @ g m a il .c o m
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