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LFG Online apresenta... LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ON LINE Lei Maria da Penha - II Com o Professor Arthur Trigueiros LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 1. Âmbitos de incidência da Lei Maria da Penha (art. 5º, I, II e III) 1º - âmbito da unidade doméstica – é o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. Aqui, agressor(a) e vítima (mulher) devem integrar a mesma unidade doméstica, ainda que não sejam familiares (“...esporadicamente agregadas”). LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 2º - âmbito da família – compreendida como a unidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa. Aqui, não importa o “local” (tal como no inc. I) em que a violência foi praticada, mas, sim, os laços familiares. Neste caso, cometida ou não no âmbito da unidade doméstica, estará caracterizada a violência doméstica. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL * STJ (5ª T., REsp 1.239.850/DF – 16/02/12)= irmão que foi ao apartamento da irmã, ameaçando-a e causando danos em seu carro, a fim de que abrisse mão de controlar a pensão recebida em nome da mãe. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL Na hipótese do art. 5º, II, o vínculo entre agressor(a) e vítima (mulher) deverá ser de natureza familiar (vínculo conjugal, por parentesco – consanguinidade ou afinidade – e por vontade expressa – adoção). Inclui-se a parentalidade socioafetiva (art. 5º II - “... comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados), conforme entendimento de Maria Berenice Dias. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 3º âmbito – qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL * 2 correntes (relação íntima de afeto): a) ampla – qualquer relação estreita entre agente e vítima (ex.: camaradagem, confiança, amor etc) b) restrita – relacionamentos dotados de conotação sexual ou amorosa. Amizade não configuraria, aqui, violência doméstica. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL * Discussão doutrinária: a Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana paraPrevenir, Punir, Erradicar a Violência Contra a Mulher) define violência doméstica como a conduta que “tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a mulher”. Art. 5º, III – dispensa a coabitação. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL Para Guilherme Nucci, o art. 5º, III, da Lei Maria da Penha, é inaplicável, visto que “se agressor e vítima não são da mesma família e nunca viveram juntos, não se pode falar em violência doméstica e familiar”. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL * Aplicação do princípio pro homine para resolver a antinomia “Convenção de Belém do Pará” (norma de direito internacional) x “Lei Maria da Penha” (norma de direito interno). * STJ: 6ª T., HC 115.857/MG – não se exige a coabitação LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL -Relação de “namoro” configura “relação íntima de afeto” para fins de aplicação da Lei Maria da Penha? LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL R: Depende da análise do caso concreto. Relacionamento passageiro/esporádico não induz aplicar a legislação especial. Porém, se houver nexo entre a conduta criminosa e a relação de intimidade entre agente e vítima, aplica-se a Lei 11.340/2006 (STJ, 3ª Seção, CC 100.654/MG – mulher que namorou 2 anos com o agressor ameaçada de morte em razão disso).
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