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Exame Físico Geral • Exame físico começa primeiro quando o paciente entra O exame físico é composto de duas etapas: 1ª-> Exame Físico Geral, somatoscopia ou ectoscopia (obtidos dados gerais e independentes dos vários sistemas) 2ª-> Exame dos diferentes aparelhos e sistemas cada um com uma metodologia Preliminares a um bom exame físico: Local adequado, iluminação correta e posição do paciente. A parte examinada deve estar descoberta sempre respeitando o pudor do paciente. SEMIOTÉCNICA O paciente deve ser examinado de em decúbito, sentada, de pé e andando. Primeiro se examina sentado a menos que o paciente não possa permanecer nessa posição. O examinador fica de pé e andando ao redor. Algumas etapas do exame físico exigem que o paciente fique em pé ou andando. • Avaliação do estado geral • Avaliação do Nível de consciência • Fala e linguagem • Avaliação do estado de hidratação • Altura e outras medidas antropométrica • Peso • Avaliação do estado de nutrição • Desenvolvimento físico • Fácies • Decúbito e atitude preferido no leito • Pele, mucosas e fâneros (cap 11) • Tecido celular subcutâneo e panículo adiposo (capitulo 11) • Neoplasias de tecidos moles (cap 11) • Musculatura • Movimentos involuntários • Enfisema subcutâneo • Exame dos linfonodos (cap 12) • Veias superficiais (cap 13 exame de pulsos radial e periférico) • Circulação colateral • Edema • Temperatura corporal • Postura ou atitude na posição de pé • Biotipo ou tipo morfológico • Marcha AVALIAÇÃO DO ESTADO GERAL Impressão passada pelo paciente ao examinador • Estado geral bom/regular/ruim Pode ajudar a investigar a doença ou o paciente pode apresentar um estado geral bom na presença de uma doença grave isso indica uma boa reação do organismo à doença. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA • Avaliar nível de consciência e estado mental- implica dois aspectos a avaliação neurológica e psiquiátrica • Avaliar o estado de vigília (percepção que o indivíduo tem de si mesmo e do mundo exterior) , fases intermediárias até o coma grau IV. • Difícil de reconhecer qual o limite entre vigília e comprometimento da consciência e entre este e morte cerebral. Por isso fala-se muito em obnubilação-> estado de perturbação da consciência, caracterizado por ofuscação da vista e obscurecimento do pensamento. Avaliar o estado de consciência: • Perceptividade: capacidade de responder a perguntas simples "como vai você?". Capacidade de informar endereço, familiares. Entender ordens simples "vista ou tire a roupa" • Reatividade: Capacidade de reagir a estímulos específicos EX: Desviar a cabeça e olhos para o local de um barulho; reagir à dor. • Deglutição: Capacidade de levar os alimentos à boca e degluti-los • Reflexos: Observar as respostas de reflexos. Como caracterizar o estado de coma: • Coma leve, vígil ou grau I: Comprometimento de consciência leve, paciente entende ordens simples, responde à perguntas simples, boa reatividade e deglute bem • Coma de grau médio: A perda de consciência é quase total, estando o paciente com sua perceptividade bastante reduzida; responde à estimulação enérgica e o faz de uma maneira desapropriada; deglutição é feita com dificuldade, reflexos tendinosos, cutâneo e pupilar são preservados. • Coma profundo, carus ou grau III: Perda completa de consciência, perda de perceptividade paciente passa a não responder (perceptividade 0), não deglute água, reatividade baixa não reagindo à estímulos dolorosos. Reflexos tendinosos, cutâneos e pupilares não existem. Relaxamento completo da musculatura e incontinência esfinctérica. • Coma depassé ou grau IV: Além dos elementos do coma III aqui se comprometem as funções vitais-> parada respiratória (apnéia) ventilação a custa de respiradores. Quase sempre irreversível e EEG revela silêncio elétrico. FALA E LINGUAGEM • Examinador deve prestar atenção na linguagem principalmente falada. A fala depende de -> órgão fonador (laringe), músculos da fonação e elaboração cerebral. • Disfonia ou afonia: alteração do timbre da voz problema do órgão fonador- voz pode se tornar rouca, bitonal ou fanhosa • Dislalia: alterações comuns em crianças como troca de letras. Uma forma especial é a disritmolalia-> gagueira e taquilalia • Disartria: Alteração nos músculos da fonação, incoordenação cerebral (voz arrastada), hipertonia do parkinsonismo (voz baixa, monótona e lenta) ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar) • Disfasia: perturbação na elaboração cortical da fala seja porque o paciente não entende o que diz a ele (disfasia de recepção ou sensorial) ou de expressão ou motora (paciente entende ou não consegue expressar). Disfasia traduz lesão no hemisfério dominante (esquerdo no destro). AVALIAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO Variáveis analisadas: • Alterações abruptas de peso • Alteração de pele quanto à umidade, elasticidade e turgor. • Alterações de mucosa quanto a umidade • Alterações oculares • Estado geral • Fontanelas no caso de crianças. Hidratado-> oferta de líquidos e eletrólitos condizentes com as necessidades do organismo e quando não houver perdas extras sem reposição adequada (diarreia, vomito, febre). O estado geral é bom. Em brancos, pele rósea com boa elasticidade e grau leve de umidade, mucosas úmidas, não há alterações oculares nem perda abrupta de peso. Em crianças fontanelas são planas e normotensas e o peso se mantém em curva ascendente. Desidratado é ao contrário. Desidratado: • Sede • Diminuição abrupta de peso • Pele seca, menos elasticidade • Mucosas secas • Olhos afundados (enoftalmia) e hipotônicos • Estado geral comprometido • Excitação psíquica ou abatimento • Oligúria • Fontanelas deprimidas A desidratação pode ser classificada em dois aspectos: Intensidade e osmolaridade Intensidade se baseia na perda de peso: Leve ou 1º grau: perda de peso de até 5% Moderada ou 2º grau: perda de peso de 5 a 10% Grave ou 3º grau: perda de peso acima de 10 % Com relação à classificação da desidratação quanto à osmolaridade o elemento guia é o sódio sanguíneo: • Isotônica: sódio nos limites normais (perda de água igual à de sal) • Hipotônica: sódio baixo (perda de água maior que a perda de sal) • Hipertônica: Sódio acima dos limites normais (perda de água menor que perda de sal) ALTURA E OUTRAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Altura-> planta-vértice (da cabeça). Mede-se deitado nas crianças até 4 anos. Compara-se com valores tabulados Lembrar que em idosos a altura diminui por causa do encurtamento da coluna com redução dos corpos vertebrais e discos vertebrais. Outras medidas: • Envergadura: distância entre os extremos dos membros superiores estando o indivíduo de braços abertos em abdução de 90º. A envergadura equivale á altura. • Distância pubovértice: DIstância entre sínfise pubiana e o ponto mais alto da cabeça • Distância puboplantar:Distância entre sínfise púbica e planta dos pés. O ponto médio da altura do adulto é na sinfise pubiana e no RN é na altura da cicatriz umbilical. PESO Medido por balança convencional, cama-balança para os que não conseguem deabular, e balança própria para RN. Daí se compara com aquilo que é normal para a idade. Peso médio do RN-> 3,3 kg Logo após o nascimento existe uma perda fisiológica de 3 a 5 % do peso depois se recupera esse peso uma semana após o nascimento. A criança dobra de peso entre o 4º e 5º mês de vida a criançadobra de peso. Triplica com 1 ano de idade e quadruplica aos 2 anos Do 2º ano até a puberdade apresenta ganho de 2/2,5kg ano Peso ideal-> obtido estatisticamente a partir de grandes grupos da população. IMC= P/A ^2 Vale destacar a perda ponderal que ocorre por volta de 60 anos. Circunferência abdominal É feita logo acima da crista ilíaca. É útil na avaliação de risco de doença mesmo com peso corporal normal. Exemplos de riscos:, resistência á insulina,Diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doença arterial coronariana Homens até 102 e mulheres até 88. Relação cintura quadril Substituída Muda em relação a obesidade androide e ginecoide Obesidade central e periférica No homem, a gordura tende a se armazenar na região abdominal "obesidade do tipo androide ou central" que dá ao corpo forma de maçã. Na mulher, o acúmulo de gordura é na região dos quadris e coxas "obesidade do tipo ginecoide ou periférica" corpo lembra a forma de uma pêra. Variações do peso Obesidade mórbida Caquexia-> Extrema magreza com comprometimento geral do paciente. Aparece em doenças como cirrose, tuberculose, cirrose, AIDS, neoplasias Magreza -> abaixo do peso mínimo normal. Constitucional-> traço genético Patológica-> doenças como hipertireoidismo, tuberculose. Obesidade-> Designação clínica para excesso de peso de corrente do acúmulo de gordura. AVALIAÇÃO DO ESTADO DE NUTRIÇÃO Parâmetros avaliados • Peso • Musculatura • Panículo adiposo • Desenvolvimento físico • Estado Geral • Pele, pelos e olhos Hiponutrição ou desnutrição: peso abaixo dos valores normais, musculatura hipotrófica e pouco panículo adiposo. Pele seca e rugosa ao tato (em lixa). Cabelos finos, secos e quebradiços. Alterações oculares relacionadas a falta de vit A (xoroftalmia) fotofobia, perda de reflexos. DESENVOLVIMENTO FÍSICO Elementos básicos a serem analisados: altura (ver se o valor deu normal) e estrutura somática (inspeção e informações de desenvolvimento osteomuscular) Pode ser: • Desenvolvimento normal • Hiperdesenvolvimento- praticamente sinonimo de gigantismo • Hipodesenvolvimento- confunde-se com nanismo • Hábito Grácil- corpo frágil e delgado,ossos finos, músculos pouco desenvolvidos, altura e peso abaixo do normal • Infantilismo- persistência das características infantis na idade adulta Gigantismo acromegálico-> hiperfunção do lobo anterior da tireoide. Extremidades maiores (mento, maos, pés) Nanismo acondroplásico: cabeça e tronco normais, pernas curtas e arqueadas. Órgãos genitais normais e musculatura tb. Cretinismo-> déficit mental, deficiência na tireoide. Falta desenvolvimento em todas as partes do corpo. Nanismo hipofisário-> Cabeça e tronco não se desenvolvem muito e membros largos em relação ao resto do corpo. A falta de crescimento é geral também. Nanismo do raquitismo-> deformidades da coluna, tórax cariniforme, rosário raquítico etc. FÁCIES Dados exibidos na face do paciente. Algumas doenças tem traços característicos na face. • Fácies normal ou atípica: É preciso reconhecer sentimentos e angústias expressos na face do paciente (medo, felicidade, ansiedade) • Fácies hipocrática: Olhos fundos, parados, inespressivos, nariz afilado, lábio adelgaçado, "batimentos da asa do nariz" costumam ser observados. Quase semrpe o rosto coberto de suor. Palidez cutânea e discreta cianose labial. Indica-> doença grave. • Fácie renal: Predominante é o edema ao redor dos olhos. Completa o quadro a palidez cutânea. Indica-> doença difusa nos rins, síndrome nefrótica e glomerulonefrite aguda. • Fácies leonina:As alterações que a compõem são as produzidas pelo mal de Hansen. Pele espessa, sede de um grande número de lepromas (tamanhos variados e confluentes), supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Lábios ficam grossos e proeminentes. Aparecem nódulos nas bochechas e mento. Barba escasseia ou desaparece. Fica parecendo um leão. • Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado, boca sempre entreaberta. Indica-> hipertrofia de adenoides, que dificulta respiração ao obstruir orifícios posteriores das fossas nasais. • Fácies parkinsoniana: cabeça inclina-se um pouco para a frente e fica imóvel nessa posição. Olhar fixo, supercílios elevados e fronte enrugada conferem ao paciente uma expressão de espanto. Parece que usam "máscara"-> doença de parkinson. • Fácies basedowniana: olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes destacando-se o rosto magro. Expressão é de vivacidade, ás vezes espanto e ansiedade. Presença de bócio. Indica hipertireoidismo • Fácies mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e lábios grossos. Pele seca, espessada e com acentuação de sulcos. Pálpebras tornam-se infiltradas e enrugadas. Supercílios escassos, cabelos secos e sem brilho. Expressão de desânimo, apatia. Indica-> hipotireoidismo ou mixedema. • Fácies acromegálica: saliência das arcadas supreorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento do maxilar inferior, além do tamanho do nariz, lábios e orelhas. Com tudo hipertrofiado os olhos parecem pequenos. • Fácies cushingoide ou lua-cheia: chama a atenção o arredondamento do rosto com atenuação dos traços faciais. Aparece acne. Indica-> Síndrome de cushing que é hiperfunção do córtex adrenal ou uso prologado de corticoides. • Fácies mongoloide: fenda palpebral é seu principal elemento. Prega cutânea (epicanto) torna os olhos oblíquos e distantes. Acessoriamente, rosto redondo, boca quase sempre entreaberta, expressão fisionômica de quem tem algum retardo mental. Indica-> Síndorme de Down • Fácies de depressão: Inexpressividade do rosto. Cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos num ponto distante, olhar muitas vezes voltado para o chão. O sulco nasolabial se acentua e o canto da boca se rebaixa. Conjunto fisionômico denota indiferença. Indica- > Depressão • Fácies pseudobulbar: crises súbitas de choro ou riso, involuntárias mas conscientes. Paciente tenta contê-las dando um aspecto espamsmódico à fácies. Indica->paralisia pseudobulbar. • Fácies da paralisia facial periférica: bastante comum. Assimetria da face, com impossibilidade de fechar pálpebras, repuxamento da boca para o lado são e apagamento do sulco nasolabial • Fácies miastênica ou fácies de hutchinson: ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça-> miastenia gravis, e outras miopatias. • Fácies do deficiente mental: traços faciais apagados e grosseiros, boca entreaberta,ás vezes com salivação, hipertelorismo e estrabismo podem estar presentes. Expressão fisionomica é o mais marcante-> olhar desprovido de objetivo, olhos não se fixam em nada (alheios), sorriso que aumenta a qualquer solicitação,voz grave de meias palavras, as vezes só um ronronar. • Fácies etílica:olhos vermelhos, ruborização da face. Hálito etílico, voz pastosa, sorriso indefinido. • Fácies esclerodérmica: também denominada de fácies de múmia porque a característica fundamental é a imobilidade facial, por alterações na pele (adere aos panos profundos etc), nariz fica mais afilado e palpebras imobilizadas. Fisionomia inexpressiva, parada, imutável. Hipocrática/renal/leonina Adenoidiana/Parkinsoniana/basedowniana Mixedematosa/acromegálica Cushingoide/Mongoloide/depressiva Paralisia facial periférica/miastênica/deficiente mental Etílica/esclerodérmica Atitude e decúbito preferido no Leito Atitude: posição que o paciente adota no leito ou fora dele por comodidade, hábito ou para obter alívio. Podem ser voluntárias ou involuntárias. Só interessa as involuntárias e as que são feitaspara obter alívio. Se isso não ocorre a atitude é dita como indiferente. Atitudes voluntárias: • Atitude ortopneica: Para aliviar a falta de ar decorrente de insuficiência cardíaca, asma, ascites volumosas. Sentado na beira da cama com os pés no chão ou numa banqueta e mãos apoiadas no colchão para melhorar a respiração • Atitude genitupeitoral (ou de prece maometana): De joelhos e tronco fletido sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax (peito) fica em contato com colchão. Rosto descansa sobre as mãos. Essa posição facilita o enchimento do coração nos casos de derrame pericárdico . • Atitude de cócoras (squatting): ocorre em crianças com cardiopatia congênita cianótica proporciona alívio na hióxia generalizada que acompanha essas cardiopatias em decorrencia da diminuição do retorno venoso para o coração. (pacientes descobrem isso instintivamente. • Atitude Parkinsoniana: em pé apresenta-se com semiflexão da cabeça, tronco e MMII e ao caminhar parece estar correndo atrás do seu próprio eixo de gravidade. • Atitude em decúbito: como o paciente prefere ficar no leito. Faz isso de forma consciente por hábito ou para obter alívio. - Decúbito lateral (direito e esquerdo): Geralmente quem tem derrame pleural costuma adotar isso pois por meio dessa posição o paciente reduz o movimento dos folhetos pleurais sobre o qual repousa (deita sobre o lado da dor) • Decúbito dorsal: com pernas fletidas sobre as coxa e estas sobre a bacia (em processos inflamatórios pelviperitoneais) • Decúbito ventral: Comum em cólica intestinal às vezes coloca travesseiro em baixo do ventre. Decúbitos com graus variados de flexão na coluna são derivados de lombalgias. ATITUDES INVOLUNTÁRIAS • Atitude passiva:fica na posição em que é colocado no leito, sem que haja contratura muscular. (inconsciente ou coma) • Ortótono ortho - reto/ tono- tensão, tonus: todo o tronco e membros estão rígidos sem se curvarem para nenhuma direção • Opistótono (opis-> para trás): Atitude decorrente de contratura na lombar, observada em tétano e meningite.Corpo passa a se apoiar na cabeça e calcanhares emborcando-se como um arco. • Emprostótono: tétano, meningite e raiva-> contrário do opistótono, o corpo do paciente forma uma concavidade voltada para adiante. • Pleurostótono pleurothen-> de lado): tétano, meningite e raiva. O corpo se curva lateralmente. • Posição em gatilho: encontrada na irritação meníngea, mais comum em crianças. Hiperextensão da cabeça, flecão das pernas sobre a coxa e encurvamento do tronco com concavidade para adiante • Torcicolo e mão pêndula da paralisia radual: atitudes involuntarias de alguns segmentos do corpo. MUCOSAS Facilmente examináveis a olho nu. Só precisa expor a mucosa que quer analisar no caso da boca por exemplo. Mucosa conjuntival, labiobucal, lingual e gengival. Analisar: Coloração, umidade e presença de lesões • Coloração: normal é róseo avermelhada sendo descrita como mucosas normocoradas. • Descoloração: perda da coloração róseo-avermelhada descrita como mucosas descoradas ou palidez de mucosas. Procura-se fazer uma avaliação quantitativa por meio de cruzes numa escala de 1 a 4 cruzes. Pode indicar anemia; o denominador comum das anemias é a diminuição das hemácias e hemoglobina que ocasiona o descoramento das mucosas. • Mucosas hipercoradas:Acentuação da coloração normal isso traduz o aumento de hemácias naquela área que ocorre nas inflamações e policitemia • Cianose: coloração azulada das mucosas cujo significado é o mesmo que cianose cutânea • Icterícia:Mucosas amarelas ou amarelo-esverdeada da mesma forma por impregnação dde bilirrubina. Os locais mais adequados para detectar icterícia são mucosa conjuntival, esclerótica e freio da lingua.Em pessoas negras é comum esclerótica mais amarelada. • Umidade: em condições normais são úmidas traduzindo bom estado de hidratação.Podemos ter umidade normal ou mucosas secas (quando perde brilho) MUSCULATURA Emprega-se a inspeção e palpação Todos os grupos musculares devem ser analisados já que certas doenças atingem músculos isolados ou de forma generalizada. Inspeção: observar relevos e abaulametos. Palpação: Polpas digitais em forma de pinça-> faz-se com o músculo em repouso e em contração. Se prosseguindo assim se conseguem informações quanto: -Troficidade: corresponde à massa do próprio músculo. Sistematização semiológica: Musculatura normal Musculatura hipotrófica -Tonicidade: estado de semicontração própria do músculo Sistematização semiológica: Tônus normal Hipertonicidade, espasticidade, musculatura espástica ou rigidez: grau maior de contração mesmo em repouso evidenciado pelo relevo muscular e aumento da consistência à palpação. Hipotonicidade ou flacidez:tônus diminuído ou ausente com perda do contorno da massa muscular e diminuição da consistência (idosos acamados) MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS Constantes , Periódicos ou em crises. Tipos principais: • Tremores- movimentos alternantes de pequena e média amplitude, mais ou menos rápidos e que afetam principalmente as partes distais dos membros. Tem 2 manobras para pesquisa de tremores. 1º mãos estendidas e dedos separados com folha de papel em cima para ampliar o tremor. 2º ordenar que o paciente leve o copo em uma das mãos à boca ou toque com o dedo na ponta do nariz (indispensável para caracteriza tremor de ação e de repouso Podem ser de repouso->surge no repouso e desaparece no movimento e sono ocorre mais nas mãos-> parkinsonismo) De atitude ou postura-> surge em determinada postura não sendo muito observado em repouso ou movimento. Ocorre no pré-coma hepático onde é denominado flapping ou asterix. Entretanto o mais comum é o tremor familiar que acomete vários membros da família que é regular e não muito grosseiro acentuado pelas emoções. Tremor de ação-> surge ou agrava quando um movimento é executado, aparece em doenças cerebelares. Tremor vibratório-> fino e rápido, surge no hipertireoidismo,alcoolismo e neurossífilis mas a maioria é de origem emocional • Movimentos coreicos (coreia): involuntários, amplos, desordenados de ocorrência inesperada, arrítmicos. Esses movimentos são as principais manifestações da síndrome coreica com dois tipos clínicos: Coreia de Sydenham->tb chamado de coreia infantil ou dança de São Guido, tem etiologia infecciosa e se relaciona com moléstia reumática. Coreia de Huntington: distúrbio neurológico raro afeta além dos movimentos habilidades mentais e aspectos de personalidade. • Movimentos atetósicos (atetose): ocorrem nas extremidades com característicasmuito próprias: lentos e estereotipados parecem movimentos de tentáculos de polvo. Uni ou bilaterais. Ocorre por lesão nos núcleos da base que frequentemente ocorrem por impregnação de bilirrubina no RN (kernicterus) • Hemibalismo: são movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos limitados a uma metade do corpo. Raros e decorrem de lesão piramidal. • Mioclonias: contrações musculares breves. Relatados como abalos, choques, sacudidas,etc. Devem-se a descargas de neuronios dsubcorticais ocorre em epilepsia por exemplo. • Mioquinias: contrações do tipo ondulatório. Surgem no musc orbicular da pálpebra, quadríceps e gêmeos. Não apresenta patologia associada mas aparecem muito em neuróticos e pessoas fatigadas. • Asterix (flapping): movimentos rápidos que ocorrem em partes distais e se assemelham ao bater de asas. Para melhor visualizar faz manobra: braços estendidos e mãos superestendidas formando um ângulo de quase 90º. É muito encontrado em insuficiência hepática e também em coma urêmico.• Tiques: domináveis pela vontade. Podem ser motores simples-> movimentos mais simples em grupos musculares isolados como piscar de olhos, balançar de pescoço, etc) motores complexos-> envolve movimentos complexos (contrações faciais bizarras, dar pulos,etc) podem ser tique vocais simples-> ato de limpar garganta, estalos com lábios etc) vocais complexos: palavras, frases, músicas, repetição de palavras. • Convulsões: movimentos súbitos, generalizado. Podem ser tônicas-> mantidas permanentes e imobilizam articulações. Clônicas: rítmicas, alternando-se entre contraçoes e relaxamentos. Tônica-clônicas: somam-se as duas. Denominador comum: descargas originadas de alguma área cerebral. • Tetania: crises quase exclusivamente tônicas quase sempre localizadas em mãos e pés por isso são denominadas espasmos corpopodais. Pode ocorrer sem manobra ou com manobra. A manobra consiste na compressão do braço com manguito do esfigmo até uma pressao intermediária entre a máx e mínima ou seja alguem com 140/90 infla até 110 por 10 min ao fim dos quais poderá aparecer um movimento na extremidade chamado de "mão de parteiro" esse fenômeno é o sinal de Trousseau. A tetania ocorre nas hipocalcemias e alcalose respiratória por hiperventilação. • Fasciculações: contrações breves, arrítmicas, limitadas a um feixe muscular. • Discinesias orofaciais: movimentos rítmicos, repetitivos e bizarros na face • Distonias: parecidos com os atetoides mas costumam envolver partes maiores do corpo ENFISEMA SUBCUTÂNEO • Presença de ar debaixo da pele-> reconhece por palpação • O ar pode ser procedente do tórax ou processos locais por ação de bactérias produtoras de gás como ocorre na gangrena gasosa. CIRCULAÇÃO COLATERAL Presença de circuito venoso anormal visível ao exame de pele. Em crianças, idosos, pessoas magras ,ás vezes dá para ver rede venosa mas isso não é circulação colateral é o desenho venoso. Distinção entre desenho venoso e circulação colateral-> a rede visível etá na topografia normal, não é intenso e as veias não são sinuosas Circulação colateral indica impedimento de fluxo venoso pelos troncos venosos principais e o sangue desvia para as veias colaterais. Devem-se analisar: • Localização • Direção do fluxo sanguíneo: determinado com a seguinte técnica-> comprime-se com as polpas digitais dos dois indicadores rentes um do outro na veia a ser analisada em seguida os dedos vão se afastando sendo mantida a pressão constante até que fiquem a uma distância de 5 a 10 cm. Em seguida retira-se um dos dedos. Observa-se o enchimento se encher significa que o fluxo se dá no sentindo do dedo que permanece comprimindo. Pode ser: fluxo venoso abdome-tórax; ombro-tórax e pelvea-abdome • Presença de frêmito e/ ou sopro: costuma ocorrer na recanalização da veia umbilical Tendo esses dados podem-se caracterizar os 4 tipos de circulação colateral -Tipo braquicefálica: circulação colateral na parte superior da face anterior do tórax com o sangue fluindo de fora para dentro em direção das veias mamárias, toracoaxilares e jugulares anteriores. Tipo cava superior-parte superior da face anterior do tórax as vezes na parte posterior também. Esse tipo tem circulação toraco-abdominal e surge quando tem obstáculo na veia cava superior. -Tipo porta: Obstáculo pode estar nas veias supra-hepáticas, no fígado ou na veia-porta. A circulação colateral pode aparecer nas regiões periumbilical (circulação colateral tipo "cabeça de medusa", epigástrica e face anterior do tórax. Direção do fluxo de baixo para cima. -Tipo cava inferior: o obstáculo é na cava inferior e a circulação colateral vai se localizar na parte inferior do abdome, região umbilical, flancos e face anterior do tórax. Sentido do fluxo é abdome-tórax em direção à veia cava superior. EDEMA O que interessa do ponto de vista semiológico é o edema cutâneo. Anamnese inicial: Localização, duração e evolução -Localização e distribuição -Intensidade -Consistência -Elasticidade -Temperatura da pele circunjacente -Sensibilidade da pele circunjacente -Outras alterações de pele Tem apostila de edema FEBRE Tem apostila de febre Características semiológicas Início Intensidade Duração Modo de evolução Término-> Em crise o término é súbito e em lise quando ela diminui gradualmente Causas de febre: Pirogênios endógenos e exógenos Também posso produzir muito calor (hipertireoidismo) ou perder pouco (ICC, ausência congênita de glândulas sudoríparas e em doenças da pele como ictiose. POSTURA OU ATITUDE NA POSIÇÃO DE PÉ Postura defeituosa pode ser advinda de mau costume ou afecções na coluna vertebral Do ponto de vista semiológico pode-se classificar a postura em: Boa postura: cabeça ereta inclinada para adiante, peito erguido, abdome inferior achatado ou levemente retraído, curvas posteriores nos limites normais. Postura sofrível: Cabeça levemente inclinada para adiante, peito achatado, abdome protruso passando a ser a parte mais saliente do corpo, curvas posteriores exageradas Má postura: cabeça acentuadamente inclinada para adiante, peito deprimido, abdome saliente e relaxado, curvas posteriores extremamente exageradas. Cifose: concavidade anterior alterando a coluna dorsal Lordose (cervical ou lombar): concavidade para trás. Escoliose: desvio lateral da coluna podendo ocorrer em qualquer segmento da coluna mais comumente lombar ou lombodorsal Com o envelhecimento existe uma diminuição da lordose lombar normal e a cabeça se desloca para a frente. BIOTIPO Longilíneo: pescoço alongado e delgado, tórax afilado e chato, membros alongados, ângulo de charpy menor que 90º, tendencia para estatura elevada Mediolíneo: ângulo de charpy em torno de 90º Brevilíneo:Pescoço curto e largo,tórax alargado e volumoso, ângulo de Charpy >90º, tendência a uma estatura baixa. A maior utilidade do biotipo é na correta interpretação de variações anatômicas pois há relação entre a forma do corpo e a posição das vísceras. MARCHA Muita utilidade diagnóstica principalmente de afecções neurológicas Solicita-se ao paciente que caminhe cerca de 5m descalço de preferencia com calção, com olhos abertos e fechados indo e voltando em direção ao examinados Com o envelhecimento a marcha também pode se alterar. A marcha senil se carateriza pelo aumento da flexão dos cotovelos, cintura e quadril. Diminuem o balanço dos braços, o levantamento dos pés e o comprimento dos passos. Não está presente em todos os idosos.