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CONSTRANGIMENTO ILEGAL – art

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Constrangimento Ilegal
Trata-se de crime comum, material, doloso, comissivo, de forma livre, unissubjetivo, plurissubsistente; admite a forma tentada, como no caso da vítima que, ameaçada a entrar num carro, pede o socorro de policial que passava pelo local.
Se a intenção do agente for a obtenção de vantagem econômica indevida = 
art. 158, CP (extorsão) ou roubo (art. 157, CP);
Se a intenção do agente é de natureza sexual = art. 213, CP (estupro);
Se a intenção do agente era a de privar a liberdade da vítima por tempo relevante = art. 148, CP (sequestro);
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Constrangimento Ilegal
Se a intenção do agente, ao empregar a violência ou a grave ameaça, era forçar a vítima a confessar um crime = art. 1º, I, a, da Lei nº 9.455/97 (tortura);
Se a intenção do agente era forçar um idoso a outorgar-lhe procuração = art. 107, Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso);
Se a intenção do agente era que o consumidor pagasse sua dívida = art. 71, Lei nº 8.069/90 (Código de Defesa do Consumidor);
Se a intenção do agente fosse forçar alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido = art. 301, Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral)
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Constrangimento Ilegal
Para a caracterização do crime de constrangimento ilegal a pretensão deve ser ilegítima, pois se for legítima, o crime poderá ser outro. Ex.: Ameaçar o inquilino para que este pague o aluguel = art. 345, CP (exercício arbitrário das próprias razões)
Exemplo de uma pretensão ilegítima = dívida de jogo.
Se a intenção do agente é empregar violência ou grave ameaça para que alguém não pratique ato imoral, como a prostituição = constrangimento ilegal, pois a lei não a proíbe (apenas a exploração dela por outrem é punida).
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CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Art. 5º, II, CF: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Formas de Violência
“vis corporalis”
Violência física
“vis compulsiva”
Violência moral
“vis presumptione”
Violência presumida
Vítima numa cadeira de rodas
Qualquer outro meio: interpretação analógica extensiva
Uso de inebriantes, entorpecentes, sugestão hipnótica, boa noite cinderela.
Constranger = forçar
Alguém = pessoa certa e determinada
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CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Obrigar a não fazer o que a lei permite
Exemplos: não dirigir seu automóvel; não entrar em casa; não ministrar aula; não pegar determinado ônibus; não lanchar; não fazer uma viagem; não ir a uma festa etc.
Obrigar a fazer o que a lei não manda
Exemplos: assinar cheque ou nota promissória em branco; assinar documentos de separação judicial; mergulhar em piscina gelada; tomar um copo de cerveja; escrever uma carta etc.
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CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Pena aplicada cumulativamente e em dobro: (§ 1º)
O tipo exige ao menos 4 coautores.
Emprego de armas (sejam próprias ou impróprias).
Sendo a arma de brinquedo não incidirá o aumento da pena.
Trata-se de causas de aumento de pena.
Delito Subsidiário: Aplica-se a regra do concurso material de crimes quando houver violência física (lesões corporais ou morte). § 2º
Ainda que se trate, na teoria, de um autêntico concurso formal de crimes, a lei especifica que a punição do agente dar-se-á pelas regras do concurso material.
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CONSTRANGIMENTO ILEGAL
art. 146, § 3º, I, II, CP
Causa Excludente do Fato Típico:
Intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente, se houver risco de morte. Transfusão de sangue em testemunha de Jeová, com a discordância deste.
Causa Excludente do Fato Típico:
Coação exercida para impedir suicídio. Ex.: amarrar alguém para que este não tome veneno.
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AMEAÇA – art. 147, CP
Intimidar pessoa certa e determinada (alguém)
Meio executório livre: palavras (na presença da vítima, por carta ou telefonema), gestos (apontar o dedo simulando degolamento), escritos (carta, bilhete, e-mail, torpedos)e símbolos (caixão com a foto da vítima).
Interpretação analógica extensiva = ou qualquer outro meio simbólico
Trata-se de crime comum, doloso, formal, de ação livre, instantâneo. 
Causar mal grave (matar a vítima) e injusto (contrário à lei), que pode ser atual (apontar uma arma para a vítima) ou futuro (mandar-lhe um bilhete).
O problema da embriaguez do agente ameaçador.
Louco e criança de tenra idade como ofendido.
Ameaça ligada a crendices, sortilégios (“se Deus quiser você terá um infarto”, ou “Tomara que você morra”).
 
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 Ameaça
Ameaçar um bebê é crime impossível por absoluta impropriedade do objeto (art. 17, CP); mas dizer à mãe que irá matar seu filho, constitui ameaça.
Se a intenção do agente é obter vantagem em inquérito policial ou processo = art. 344, CP (coação no curso do processo);
Se a intenção do agente é forçar que a vítima não faça alguma coisa, ou a faça contra sua vontade = art. 146, CP;
Se a intenção do agente objetiva vantagem econômica = art. 157 (roubo) ou 158, CP (extorsão);
Se a intenção do agente objetiva abuso sexual = art. 213, CP;
Se a intenção do agente é opor-se a ato legal de funcionário público = art. 329, CP (Resistência).
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SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO – art. 148, CP
Impedir alguém de exercer sua liberdade, ou seja, o direito de ir e vir.
Exige permanência por lapso temporal razoável.
Trata-se de crime comum, material, permanente, admite a forma tentada.
Se a intenção da vítima foi sequestrar a vítima para obrigá-la a se casar com sua filha grávida = art. 345, CP.
Se a intenção do agente foi a de:
Reter a vítima por pouco tempo para não praticar determinado ato = art. 146, CP(const. ilegal);
Reter a vítima para lhe cercear a liberdade de locomoção = art. 148, CP (sequestro);
Reter a vítima para exigir vantagem indevida = art. 159, CP (extorsão mediante sequestro).
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Sequestro e Cárcere Privado
Se a intenção do agente era exigir um preço de resgate = art. 159, CP;
Se a intenção do agente era obrigar o motorista a lhe dar fuga do local do roubo = art. 146, CP;
Se a intenção do agente era permanecer com o filho de que não possui a guarda = art. 330, CP;
Se a intenção do agente era a de levar o filho de quem não possui a guarda, fora do país = art. 248, CP (sonegação de incapazes);
Se a intenção do agente era a violência sexual = arts. 213 ou 217-A, CP;
Se a intenção do agente era apenas roubar a vítima = art. 157, § 2º, V, CP.
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Sequestro
Se o agente sequestrou com o fim de torturar = art. 1º, § 3º, III, da lei nº 9.455/97 (tortura);
Se o agente sequestra criança do poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocá-la em lar substituto = art. 237, ECA.
Se o agente teve a finalidade de praticar atos libidinosos com a vítima = art. 148, § 1º, V, CP.
A prisão em flagrante é possível a qualquer momento até que haja a libertação da vítima, nos termos do art. 303, CPP.
Nos termos do art. 111, III, CP, o fluxo do prazo prescricional somente começará a correr a partir da data que cessar a execução do crime.
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SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO - Qualificadoras
Qualificadoras: (§ 1º) Norma taxativa
Ofendido é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente, e maior de 60 anos.
Internação da vítima em casa de saúde ou hospital (com engano da autoridade médica; exames falsos; podendo haver coautoria com o médico ou enfermeiros).
Quando a privação de liberdade durar mais de 15 dias (pelo menos 16 dias. Até quinze dias o sequestro será a forma simples do art. 148, CP);
Se a vítima é menor de 18 anos.
Para fins libidinosos (esta qualificadora substituiu o revogado delito de rapto violento – art. 219, CP).
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Sequestro Qualificado
Havendo grave sofrimento físico ou moral, incidirá nova qualificadora. (§ 2º).
Como, por exemplo, quando a vítima ficar reclusa em local úmido, frio, na companhia de ratos e baratas; sem iluminação ou falta de areação. Se a vítima for espancada pelos sequestradores.
Presentes as circunstâncias do § 1º e § 2º, ao mesmo tempo, aplica-se a pena do § 2º apenas, por ser maior que
o § 1º.
Exemplos: vítima menor de 18 anos, com grave sofrimento físico (ficou em lugar lúgubre). Vítima que permaneceu 20 dias trancada num quarto sem areação adequada.
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REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO – art. 149, CP
Subjugar pessoa certa e determinada a condição de escravo (aquele que está totalmente sujeito à outra pessoa). O termo escravo é elemento normativo do tipo.
Trata-se de crime comum, material, de ação vinculada e permanente.
A enumeração do caput é taxativa.
Sujeição eventual da vítima a trabalhos forçados = art. 136, CP.
Submissão à:
Trabalhos forçados: atividade laborativa compulsória, forçada;
Jornada exaustiva: aquela que foge às regras da CLT;
Condições degradantes de trabalho: aviltamento, humilhação,rebaixamento
Restrição de liberdade de locomoção: como ocorre com os cortadores de cana.
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Art. 149, CP – Delito Subsidiário
Tipos assemelhados (§ 1º):
Cerceamento de meios de transporte para o trabalhador;
Mantença de vigilância ostensiva no local de trabalho;
Apoderamento de documentos ou objetos pessoais do trabalhador.
Com o fim de reter o trabalhador no local de trabalho.
Toda vez que a vítima, em razão dos trabalhos forçados ou jornada exaustiva, sofrer lesões corporais, ainda que leves, aplica-se a pena deste dispositivo além da pena correspondente à violência = concurso material de crimes: art. 149 + 129 ou 121, CP.
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Causa de aumento de pena – art. 149, § 2º, CP
Aumenta a pena da metade:
Se a vítima for criança ou adolescente =
Criança = 0 – 12 anos incompletos (art. 2º, Lei n. 8.069/90)
Adolescente = entre 12 e 18 anos.
Por motivo de preconceito de:
Raça (oriental);
Cor (branca, negra);
Etnia (nordestino); 
Religião (católico, crente);
Origem (asiática, argentino).
O consentimento da vítima é irrelevante para a configuração do delito.
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VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – art. 150, CP
Entrar ou permanecer em casa alheia ou em suas dependências de forma:
Clandestina: oculta, sem ser visto;
Astuciosa: por meio de engano, fraude;
Forçada: contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito.
Quem de direito?
É a pessoa que pode controlar a entrada e a saída do domicílio:
Família: pai e mãe;
República de estudantes: quaisquer deles;
Condomínio: síndico (para as áreas comuns).
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Violação de Domicílio
Trata-se de crime:
Comum = pode ser perpetrado por qualquer pessoa (incluindo o proprietário de casa alugada, que ingressa na residência sem aquiescência do inquilino);
Doloso = o agente deve ter a intenção de entrar na casa ou ali permanecer, contra a vontade do morador. Se o agente entrar na casa alheia para fugir de um roubo ou agressão = não haverá o crime; Inexiste a modalidade culposa.
Mera conduta = o tipo penal não descreve qualquer resultado;
Instantâneo = no verbo entrar e Permanente = no verbo permanecer;
Unissubjetivo = pode ser praticado por um único agente.
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VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Qualificadora - § 1º:
Crime cometido durante a noite = vai do anoitecer ao alvorecer (art. 5º, XI, CF)
Lugar ermo = local afastado do centro urbano
Violência = contra pessoa (lesão corporal) ou coisa (arrombamento da porta)
Emprego de arma = seja ela própria ou imprópria. A arma de brinquedo não qualifica o crime, bem como a simulação do uso de arma.
Por duas ou mais pessoas = o que dificulta a defesa da vítima para impedir a entrada ou permanência em seu domicílio.
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VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Causa de aumento de pena em 1/3: § 2º
Crime praticado por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades legais. Abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65 – art. 3º, b).
Existem três correntes a respeito: concurso material de crimes com o aumento; sem o aumento; apenas a lei especial.
Casos legais autorizadores (art. 5º, XI, CF/88)
1. Flagrante delito;
2. Desastre (explosão de botijão de gás);
3. Prestar socorro ao morador (enfarto ou queda);
4. Durante o dia, por determinação judicial.(18 às 6 h).
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VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Norma Penal Permissiva: Causas Excludentes da Ilicitude: § 3º
Durante o dia, com observância das formalidades legais;
A qualquer hora do dia ou da noite, no caso de flagrante.
Norma Penal Explicativa: §§ 4º e 5º
Compreende a casa:
Qualquer compartimento habitado: quarto de hotel, casa, apartamento, barracos etc;
Aposento ocupado de habitação coletiva: pensões e repúblicas;
Compartimento não aberto ao público, onde se exerce profissão ou atividade: escritório, consultório, oficina.
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VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Não compreende a expressão casa:
Hospedaria: local destinado a receber hóspedes (hotel, motel, flat)
Estalagem: local também destinado a receber hóspedes, em menor proporção, como é o caso da pensão;
Qualquer outra habitação coletiva: campings, parques etc.
Taverna: hoje são os bares e restaurantes;
Casa de jogo e outras do mesmo gênero: fliperamas, teatros e cinemas.

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