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Direito Penal 1, resumo das aulas até conflito aparente de normas

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Raissa de S. R. Medrado 
Resumo de estudo das aulas de Direito Penal l da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Direito Penal
Apresenta-se como um conjunto de normas jurídicas que tem por objetivo a determinação de infrações de natureza penal e suas sanções correspondentes – penas e medidas de segurança. Esse conjunto de normas e princípios, devidamente sistematizados, tem a finalidade de tornar possível a convivência humana, ganhando aplicação prática nos casos ocorrentes, observando rigorosos princípios da justiça. (Cesar Roberto Betencourt – Tratado do Direito Penal – Parte geral; volume 1)
É o setor do Ordenamento Jurídico que define crimes que comina penas e prevê medidas de segurança. (Juarez Cirino dos Santos).
Abolicionismo Penal - O abolicionismo penal consiste numa teoria filosófico-penal que defende o fim do sistema penal, por considerá-lo gerador de um sofrimento inútil e nocivo. Parte do pressuposto de que o conceito de crime é errôneo, e o direito penal deve ser substituído por formas de conciliação e reparação realizadas pela própria sociedade civil, sem a interferência coercitiva do Estado. 
Minimalismo Penal - O minimalismo penal prega, que a pena restritiva de liberdade, deveria apenas ser aplicada em ultima instância com penas de acordo com a gravidade do ato e, para suprir a punição certa do Estado, deveriam se colocar outras formas para se cumprir a pena culminada, tais como trabalho voluntário ou o trabalho estatal não remunerado. Assim não condenando casos que não é necessária condenação.
Movimento da Lei e Ordem – Se contrapondo ao programa de direito penal mínimo, do direito penal constitucional, que se baseia na proteção integral dos direitos fundamentais, tem-se o eficientismo penal, um direito penal de emergência que se expressa através de políticas criminais repressivas e criminalizantes, baseando-se no discurso da “lei e da ordem”; um fundamentalismo penal criminalizador dos conflitos sociais, institui um sistema penal repressivo e simbólico de Tolerância Zero.
	Abolicionismo
	Minimalismo
	Movimento da Lei e da Ordem
Direito penal usado atualmente e ensinado das faculdades de direito.
OBJETO DO DIREITO PENAL
Crime: São condutas descritas de forma Positiva e condutas descritas de forma Negativa.
Condutas Positivas: São os crimes comissivos – Praticado por ação – mas que o Estado exige um dever Jurídico de não fazer.
Condutas Negativas: São os crimes omissivos – Praticado por inação – que o Estado exige um dever Jurídico de fazer.
OBJETIVO DO DIREITO PENAL : Proteção de bens Jurídicos.
SUJEITOS DO CRIME
Sujeito Ativo: Quem prática a conduta delituosa – somente pessoa física.
		Exceção : A Pessoa Jurídica poderá ser Punida nos crimes contra a Ordem Econômica e Financeira e contra a economia popular ( Art. 173 § 5°CF) e nos crimes ambientais
(Art.225 § 3°); Chamada de dupla imputação.
Sujeito Passivo: É aquele que sofre a Conduta Delituosa.
Constante ou Formal = O Estado;
Eventual ou Material = Cidadão
OBJETO JURÍDICO: Também chamado bem jurídico – Objeto juridicamente tutelado; e Objeto juridicamente protegido: O Objeto Jurídico é tudo aquilo que a norma esta protegendo. Ex.: No homicídio é a vida; no furto é o patrimônio; no estupro é a liberdade sexual; na ameaça é a paz de espírito .
OBJETO MATERIAL: É tudo aquilo ou quem recai a conduta criminosa.
Princípios Penais de Garantia
Principio da Legalidade 
ART 1° do CP – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal.
Pelo Principio da legalidade a criação de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência exista uma lei definindo-0 e cominando-lhe a sanção correspondente. A lei deve prevenir com precisão e de forma cristalina a conduta proibida.
Consequências: 
O tipo incriminador somente deve ser criado por lei observando o procedimento legislativo.
A Medida provisória tem força de lei por ser uma medida emergencial, porem não é lei. Assim a Medida provisória criminalizar uma conduta, essa conduta será um crime invalido por não ter sido votado no congresso e transformado em lei. 
Princípio da anterioridade da lei penal: Por tal princípio, a norma penal (diga-se, a mais severa) só se aplica aos fatos praticados após sua vigência. Novamente neste ponto a Constituição Federal recepcionou tal garantia penal, pois prevista no inc. XL do seu art. 5.º. Diz-se de tal princípio que ele implica também na irretroatividade da lei penal, já que ela não alcançará os fatos praticados antes de sua vigência, ainda que venham a ser futuramente tidos como crime.
Principio da Taxatividade - A lei penal deve descrever minuciosamente qual a conduta proibida, sendo vedada a utilização de expressões dúbias ou equivocas. 
Princípio da presunção de não culpabilidade
Trata-se de princípio resguardado e explicitamente mencionado no artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal de 1988, que prescreve que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
O princípio da não-culpabilidade incumbe ao acusador o ônus de demonstrar a culpabilidade, devendo o acusado ser absolvido na hipótese de dúvida. Também impede qualquer antecipação de juízo condenatório, exigindo-se análise criteriosa acerca da necessidade da prisão cautelar.
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos
É vedado o legislador tipificar condutas sem que exista o interesse pelo valor social ou socialmente importante a ser protegido, ou seja, não se pode criminalizar a mera causação de resultados. 
“O Direito Penal visa a proteger ataques intoleráveis a bens jurídicos constitucionalmente relevantes, não podendo se ocupar com lesões ínfimas ao objeto da tutela, com direitos de valor infraconstitucional ou com punições puramente simbólicas”
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/13575/principio-da-protecao-de-bens-juridicos#ixzz2vygQNyRA
Princípio da Pessoalidade
A pena só pode recair sobre aquele que tem alguma participação, culposa ou dolosa, no fato.
Princípio da adequação social
Existem condutas que formalmente, se adéquam a um tipo incriminador, porem, por ser socialm,ente aceitas não serão consideradas criminosas.
Ex: Art 129 – Crime de lesão corporal (Tatuadores, manicures, depiladoras provocam lesão corporal no cliente, mas é lesões socialmente aceitas.)
Princípio da Intervenção mínima
O principio da intervenção mínima, também conhecida como 
ultima 
ratio
, 
orienta e incrimina o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir um meio necessário para a proteção de um determinado bem jurídico. Se outras formas de sanção ou outros meios de controle social 
revelarem-se
 suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização e inadequada e não recomendável. Se para restabelecimento da ordem jurídica violada forem suficientes medidas civis ou administrativas, são essas que devem ser aplicadas e não as penais.A lei penal só deverá intervir quando for absolutamente necessário para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio e, de preferência, só deverá fazê-lo na medida em que for capaz de ter eficácia. 
Em Suma, antes de recorrer ao Direito Penal, deve-se esgotar todos os meios extrapenais de controle social.
Princípio da insiguinificância
A conduta formalmente dita que não causa uma lesão, ou perigo de lesão, intolerável ao bem jurídico, não é considerada delituosa.
Princípio da Humanidade
Em um Estado de Direito democrático, vedam-se a criação, a aplicação ou a execução de pena, bem como qualquer outra medida que atentar contra a dignidade humana.
O Princípio de Humanidade do direito penal é o maior entrave para a adoção da penal capital e da prisão perpetua. Esse princípio sustenta que o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou lesionem a constituiçãofísico-psiquica
 dos condenados.
Nenhuma pena privativa de liberdade pode ter uma finalidade que não atende contra a incolumidade da pessoa como ser social.
Principio da Individualização da pena
O Julgador deve-se fixar a pena conforme a cominação legal e determinar a forma de execução.
Principio da Proporcionalidade da pena
Deve sempre haver uma medida de justo equilíbrio entre gravidade do fato praticado e a sanção imposta.
Caráter Fragmentário (Princípio da Fragmentariedade)
O Princípio fragmentário do Direito Penal significa que o Direito penal não deve sancionar todas as condutas lesivas dos bens jurídicos, mas tão somente, aquelas condutas mais graves e mais perigosas praticadas contra os bens mais relevantes.
Princípio da irretroatividade da lei penal
Desde que uma lei entra em vigor até que cesse sua vigência, rege todos os atos abrangidos pela sua determinação. Não alcança, assim, os fatos ocorridos antes ou depois dos dois limites extremos, não retroage e nem tem ultratividade.
Lei e Norma Penal
Podemos classificar em três as leis:
Lei Penal Incriminadora: é aquela que descreve a conduta contraria à norma penal e prevê a sanção cabível. 
Lei Penal Permissiva: é aquela que determina a licitude da conduta. Ex.: Art 23 do CP
Lei Penal Explicativa ou Complementar: determina a forma de aplicação de outras leis penais ou as esclarecem ou ainda determinam o âmbito de incidência.
Norma proibitiva: A conduta não deve ser praticada. (crimes comissivos)
Norma preceptiva: mandamental, comando para que o agente, para que ele aja. (Crimes Omissivos)
A lei é o modo de exteriorização da norma, sendo a lei formal a fonte primeira normativa no campo penal (e única fonte quanto às normas incriminadoras).
Proposição composta de dois elementos:
Hipótese legal, previsão fática ou antecedente (tipo legal);
Consequência jurídica, efeito ou estatuição ( sanção penal).
A lei é a positivação do Direito, a norma é abstrata. A pratica de um crime é a realização da lei e a desobediência da norma. Ex Art 121 do CP – Lei: Matar Alguém; Norma: Não matar.
 A lei cria o crime e a norma o ilícito, a norma fundamenta a lei.
Características da Lei Penal
1º - Exclusividade – Somente a lei pode crimes e prever penas. Art 1º do CP e Art 5º inciso XXXlX.
2º - Interatividade – Todos Devem acatar a lei penal sob pena de sanção.
3º - Generalidade – A lei penal se dirige indistintamente todos, inclusiveis os considerados imputáveis.
4º - Abstração – A lei penal lança sobre fatos futuros.
5º - Impessoalidade – A lei penal não pode ser criada para grupos de pessoas ou pessoas individualizadas.
Lei Penal em Branco
Os verbos devem vir definidos como também a conduta contraria a norma, mas mas um ou mais elementos precisam ser complementados por outro ato normativo, que pode ser uma lei, portaria, um decreto, regulamento ,etc. 
É uma espécie de Norma que necessita de um complemento(Gênero).
Espécies de Leis Penais um Branco:
	1° Sentido Estrito (Própria ou Heterogênea) = Normas Inferiores. Ex.: Portaria. Neste caso o complemento não vem de Lei e sim de uma espécie normativa inferior. 
Ex.: Art 33 da Lei 11 343 – A lei não complementa o que é Drogas, mas um portaria do Ministério da Saúde. 
	2° Sentido Amplo (Impropria ou Homogênea) = A fonte legislativa do ato complementar é a mesma da lei penal. O complemento esta na lei, vem da lei .
 Ex.: Art 184 do CP (Direitos autorais) e a lei 9.609 (Propriedade intelectual).
Interpretação da Lei Penal
	Quanto aos sujeitos
	Autentica
Levado a cabo pelo próprio legislador.
Contextual
Posterior
Doutrinaria 
Jurisprudencial
	Quanto aos meios
	Gramatical/Literal
Teleológica 
O interprete deve buscar conhecer o momento histórico da criação da lei, razão ou os objetivos de adição da lei e as mudanças que passou a sociedade desde a criação da lei.
(ratio legis)
Logico-sistemático
Considera o preceito normativo como integrante de um sistema, relacionando com outras normas concernentes ao mesmo objeto.
	Quanto aos resultados
	Declarativa
O texto da lei corresponde exatamente a sua vontade
Restritiva
O texto da lei vai além do que é sua vontade regular, de modo que o interprete deve restringir o alcance da norma deixando de fora seu âmbito de incidência os casos que a lei não pretendia regular.
Extensiva
O texto legal está aquém do que era sua vontade regular. O interprete então deve estender os limites do modo, de modo a abarcar situações não previstas.
Interpretação por analogia
A lei utiliza de uma forma casuística, ou seja, enumera os casos que pretende regular, em seguida, usa uma formula genérica, cujo o conteúdo será dado pelo interprete a partir daquela formula (casuística). 
Analogia é a aplicação de determinado dispositivo legal que rege certa situação a uma situação semelhante, que a lei não regula e nem cogitou regular.
Conflito Aparente de normas
Situação em que varias leis são aparentemente aplicáveis a um mesmo fato, mas apenas uma tem real incidência. Pressupostos: unidade de fato e pluralidade de leis.
A lei não regula as situações de conflito aparente de normas, devendo a solução ser encontrada através da interpretação, pressupondo, porem, a unidade de conduta ou de fato, pluralidade de normas coexistentes e relação de hierarquia ou de dependência entre as normas.
Principio da Especialidade = a Lei Especial tem prevalência sobre a Lei Geral. Art 12 do CP 
A regulamentação especial tem a finalidade, precisamente, de excluir a lei geral, e por isso deve precede-la.
Princípio da Subsidiariedade = A norma subsidiaria é afastada pela aplicabilidade da norma principal.
Aplica-se um tipo penal quando o outro não pode ser aplicado.
Expresso = Quando uma norma em seu próprio texto condiciona a sua aplicação à não-aplicação de outra mais grave. Art. 132 CP 
Tácito = Quando determina a figura típica funcionar como elemento constitutivo, majorante ou meio pratico de execução de outra figura mais grave. Art 157(Roubo) / Art.155( furto)
Principio da Consunção ou Absorção =Há consunção quando o fato previsto em determinada norma é compreendido em outra, mais abrangente, aplicando-se somente esta. Ex.: Art.150(invasão de domicilio) /Art.155(furto) o fim era o furto, daí absorve a invasão de domicilio.

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