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1 HIDROTERAPIA HISTÓRICO DA HIDROTERAPIA O uso da água como meio de cura data de muitos séculos. Tem os seus primeiros registros que datam de 2.400 A .C. Por volta de 500 A . C ., os gregos passaram a usar a água para tratamentos físicos específicos. Hipócrates (460 - 375 A . C .) usava o banho de imersão em água quente e fria para tratamento de muitas doenças. No Império Romano expandiu-se ainda mais o sistema de imersão em água para tratamento e recuperação, principalmente em atletas. Nesta mesma época, usava-se o sistema de imersão para a higiene. Na Idade Média, o uso dos banhos foram liberados para todos, e com esta política perdeu-se o objetivo terapêutico. 2 No final do século XVII e início do século XVIII o uso terapêutico da água teve uma nova abordagem. Baruch aponta a Grã-Bretanha como lugar do nascimento da hidroterapia científica, com a publicação em 1697 do Tratado de Sir John Floy. No século XIX, Vincent Priessnitz em 1830 desenvolveu um programa de tratamento que usavam principalmente banhos ao ar livre. Seu tratamento consistiam em banhos de água fria, chuveiros e compressas. Por não ter credenciamento médico o seu tratamento foi duramente criticado pela comunidade médica. Sebastin Kniepp, um padre bávaro, modificou as técnicas de tratamento de Priessnitz, alternando aplicações de água fria com banhos mais mornos e banhos quentes. Winterwitz (1834 - 1912 ) fundador de centro de pesquisa em Viena, estabeleceu os primeiros estudos que estabeleceram uma base fisiológica aceitável para hidroterapia naquela época. Um dos primeiros americanos a dedicar a sua vida à pesquisa da hidroterapia foi o Dr. Simon Baruch. Em seu livro, ele discute os princípios e métodos do uso da água para tratar condições tais como: febre tifóide, a gripe, a insolação, a neurastenia, o reumatismo crônico e a gota eneurite. 3 No fim do século XIX e nos primeiros anos do século XX, a propriedade da flutuabilidade começou a ser usada para exercitar pacientes na água. Nesta mesma época, o conceito de hidroginástica mudou, em vez do paciente realizar exercícios de forma passiva, ele realizava de forma ativa. Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água morna e natural. Em 1930, suas águas começaram a ser usadas para tratamento. A técnica de Bad Ragaz não se originou em Bad Ragaz, mas na Alemanha. Foi trazida para Bad Ragaz em 1957. O método Halliwick, foi desenvolvido por James McMillan em 1949 em Londres. A principal finalidade desta técnica, era ajudar pacientes com incapacidades funcionais a se tornarem mais independentes e tinha como objetivo final ensinar os pacientes a nadar. Em 1903, a reabilitação aquática chegou aos Estados Unidos, e teve um grande crescimento até 1952,onde depois por falta de profissionais teve uma estagnação no seu crescimento. Durante a epidemia de pólio e das duas guerras mundiais, os exercícios na água foram de grande ajuda para a recuperação destes pacientes. 4 Entre os anos de 1950 e 1960, houve um grande declínio no uso das terapias aquáticas nos Estados Unidos, pois a pólio estava controlada e muitos veteranos de guerra não estavam mais recebendo tratamento. O ressurgimento da reabilitação aquática nos Estados Unidos, começou em 1970, onde um movimento a favor da melhora da qualidade de vida e a favor de um estilo de vida mais sadio, impulsionou a que todos praticassem mais atividades. Nesta época, as atividades aquáticas foram as mais praticadas, devido a um grande número de praticantes de natação e hidroginástica. A partir de 1990, a hidroterapia tornou-se uma das técnicas mais difundidas em todo mundo, com isto, houve um aprimoramento das técnicas e surgimento de outras. Hoje em dia, é evidente que as terapias aquáticas tiveram um grande avanço, e que ainda tem um grande caminho a se desenvolver. 5 PROJETO E EQUIPAMENTOS DE UM SETOR AQUÁTICO Atualmente há duas tendências na construção. Piscinas polivalentes. Piscinas especiais. Tipos de piscinas. Escavadas. Elevadas. Material para construção. Fibra - vinil - azulejo – concreto - vidro Chão e profundidade. Plana ou horizontal, inclinada e graduada com diferentes profundidades. Tamanho. Variável. Formato. Variável. Acessórios. Escadas. Plataforma. Corrimão. Barras paralelas. Rampa ou elevador. Lava pés. 6 Iluminação A área de ser bem iluminada Pode ser com luz natural, janelas ou lâmpadas. Ventilação e temperatura ambiente deve ser controlada. Pisos. Anti derrapantes. Banheiros. Entradas amplas. Bom espaço para circulação. Materiais e equipamentos. Os materiais e equipamentos utilizados, são para auxiliar o paciente ou criar alguma forma de resistência ao movimento. São eles: bóia, cinto flutuador, halter, prancha, bastão, palmar, pesos, caneleiras, fitas elásticas, step, pé de pato, colete, macarrão, tapete, colar cervical, luva, acqua disco, pull – boy, brinquedos didáticos, bola, esteira, bicicleta, etc. 7 QUALIDADES FÍSICAS Qualidades Tipos VELOCIDADE 1 - Velocidade de reação 2 - Velocidade de deslocamento 3 - Velocidade dos membros FORÇA 1 - Força dinâmica 2 - Força estática 3 - Força explosiva EQUILÍBRIO 1 - Equilíbrio dinâmico 2 - Equilíbrio estático 3 - Equilíbrio recuperado COORDENAÇÃO 1 – Grossa 2 - Fina RITMO ------------------------------------------ AGILIDADE ------------------------------------------ RESISTÊNCIA 1 - Resistência aeróbica 2 - Resistência anaeróbica 3 - Resistência muscular localizada FLEXIBILIDADE -------------------------------------------- DESCONTRAÇÃO 1 - Descontração total 2 - Descontração diferencial 8 QUALIDADES FÍSICAS - DEFINIÇÃO VELOCIDADE - É a qualidade física particular do músculo e das coordenações neuromusculares que permitem a execução de uma sucessão rápida de gesto que, em seu encadeamento, constituem uma só e mesma ação, de uma intensidade máxima e de uma duração breve ou muito breve. FORÇA - É a qualidade física que permite um músculo ou um grupo de músculos produzir uma tensão, e vencer uma resistência na ação de empurrar, tracionar ou elevar. EQUILÍBRIO - É a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. COORDENAÇÃO - É a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e a execução, levando-o a uma integração progressiva de aquisições, favorecendo-oa uma ação ótima dos diversos grupos musculares na realização de uma seqüência de movimentos com um máximo de eficiência e economia. 9 RITMO - É a qualidade física explicada por um encadeamento de tempo, um encadeamento dinâmico- energético, uma mudança de tensão e de repouso, enfim, uma variação regular com repetições periódicas. AGILIDADE- É a qualidade física que permite mudar a posição do corpo no menor tempo possível. RESISTÊNCIA - É a qualidade física que permite um continuado esforço, proveniente de exercício prolongados, durante um determinado tempo. FLEXIBILIDADE - É a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações. DESCONTRAÇÃO - É a qualidade física compreendida como um fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão na musculatura esquelética. 10 OS PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO. 1. Individualidade biológica. 2. Adaptação. 3. Sobrecarga. 4. Continuidade. 5. Interdependência volume - intensidade. 6. Especificidade. 7. Reversibilidade Um programa de tratamento deve levar em conta, e, principalmente, ser baseado nos seis princípios do treinamento desportivo, que é perfeitamente aplicável a qualquer rotina terapêutica. 1. Individualidade biológica - É o fenômeno que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz com que não existam pessoas iguais entre si. Sendo assim, não tratamos um pessoa igual a outra. 2. Adaptação - É o equilíbrio estável do organismo humano em relação ao meio ambiente, e sabendo-se que esta estabilidade modifica-se por qualquer alteração ambiental, isto é, para cada estímulo há uma resposta. A-Estímulos débeis: não acarretam conseqüências. B-Estímulos médios: apenas excitam. C-Estímulos médios para fortes: provocam adaptações. D-Estímulos muito fortes: causam danos. 11 3. Sobrecarga - É o estímulo corretamente aplicado, resultando uma adaptação aos agentes stressantes(estímulos). 4. Continuidade - São diretrizes que não permitem interrupções durante o período do tratamento. 5. Interdependência volume -intensidade-É a qualidade do trabalho para melhorar o rendimento(volume é quantidade e intensidade é qualidade). VOLUME (quantidade) INTESIDADE (qualidade) - maiores percursos - maior n.º de trechos - maior n.º de repetições - maior duração do trabalho - aumento do n.º de repetições - maior n.º de séries de exercícios - maior n.º de repetições num mesmo volume anterior - menor duração nos intervalos entre os estímulos - menor n.º de intervalos entre os estímulos - ritmos maiores em partes do percursos 6. Especificidade - Seja generalista, ou seja, trate o paciente como um todo, mas não esqueça de atacar o problema alvo. 7. Reversibilidade - A interrupção do processo de treinamento provoca reversão dos efeitos obtidos ao longo do tempo. 12 PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA 1 - Densidade - É definida como massa por unidade de volume e é designada pela letra d. d = m_ v 2 - Gravidade específica ou Densidade relativa - É a relação entre a densidade da substância e a densidade da água. Densidade do corpo. - massa gorda = 0,90 - massa magra = 1,1 - densidade media do corpo humano = 0,974 - densidade da água = 1 3 - Flutuação ou Empuxo - É uma força para cima gerada pelo volume de água deslocada. Princípio de Archimedes - Quando um corpo está completo ou parcialmente emerso em líquido em repouso ele sofre um empuxo para cima igual ao peso de líquido deslocado. 13 4 - Pressão hidrostática - É a pressão exercida sobre todas as áreas de um corpo, por um determinado fluido em razão direta à profundidade e à densidade do líquido. Esta força é perpendicular ao corpo submerso. Lei de Pascal - Afirma que a pressão do líquido é exercida igualmente sobre toda a superfície de um corpo imerso em repouso a uma dada profundidade. Esta pressão aumenta linearmente com a profundidade da água e com o aumento da densidade do líquido. 5 - Refração - É o desvio que sofre um raio de luz ao passar de um meio para outro com densidades diferentes. 6 - Viscosidade - É a resistência de um fluido exercida sobre um corpo ao deslocar-se (atrito). 7 - Fluxo laminar - É o movimento da água em uma só direção, em padrões uniformes e regulares. 8 - Fluxo turbulento - É o movimento das moléculas de forma rápida, aleatória e não aerodinâmica, criando movimentos de retorno e de redemoinhos. 9 - Força de arrasto - É a resultante da viscosidade do líquido e da turbulência sobre o objeto em movimento. 14 10 - Calor específico - É a capacidade da água, em absorver e acumular grandes quantidades de calor. OBS: Uma caloria é definida como o calor utilizado para elevar a temperatura de 1g de água em 1.º. A água se apresenta em três estados: sólido(abaixo de zero), líquido(entre 0.º e 100.º) e gasoso(acima de 100.º) 11 - Tensão Superficial - Quando um líquido está em repouso e em contacto com o ar, as forças de atração que se exercem entre as moléculas do líquido são diferentes para as que estão à superfície e para as que estão no interior do líquido. No interior do líquido, cada molécula liga-se às restantes por forças iguais em todas as direções. À superfície, as moléculas são apenas puxadas para o interior líquido, pois não existem moléculas na parte exterior do líquido para exercerem qualquer força, formando-se assim uma espécie de película elástica. 15 RESPOSTA RENAL À IMERSÃO Diurese – excreção aumentada de urina. Natriurese – excreção aumentada de sódio. Potassiurese – excreção aumentada de potássio. FATORE NEURO-HORMONAIS Hormônio antidiurético(HAD). A imersão suprime a secreção de HAD, aumentando a diurese. Fator natriurético atrial(FNA). A imersão desvia sangue centralmente, destinado aos átrios, estimulando a liberação de FNA e aumentando a diurese. Sistema renina-angiotensina-aldosterona. Contrabalança o sistema FNA e HAD. A supressão durante a imersão aumenta a diurese. EFEITOS CARDIOVASCULARES DA IMERSÃO Bradicardia, vasoconstrição periferia e desvio do sangue para áreas vitais do corpo, estes efeitos são conhecidos como reflexo de mergulho. A extensão da bradicardia é usada como índice da profundidade do reflexo. Alterações cardiovasculares após a imersão. - Aumenta a pressão hidrostática, compressão venosa e linfática, volume de sangue nas áreas centrais, pressão atrial, pressão alveolar, volume cardíaco, volume sistolico e conseqüentemente o débito cardíaco. 16 INDICAÇÕES - Diminuição da dor - Espasmos musculares - Aumento da amplitude de movimentos - Fraqueza muscular - Problemas de coordenação - Distúrbios cardíacos - Distúrbios neurológicos - Problemas ortopédicos - Regulação de tônus - Distúrbios no equilíbrio - Problemas circulatórios - Disfunções posturais CONTRA-INDICAÇÕES - Febre - Incontinência urinária ou fecal - Infecção do aparelho auditivo ou urinário - Feridas abertas - Incisão cirúrgica aberta - Sensibilidade ao cloro - Doença renal crônica - Doença Infecto- contagiosa - Doenças vasculares periféricas graves - Insuficiência cardíaca grave - Fase terminal de doenças 17 CONDIÇÕES QUE REQUEREM CUIDADOS - Distúrbios cardiovasculares graves - Distúrbios cardiopulmonares graves - Diabetes tipo 1 - Pacientes com idade avançada - Crianças - Gravidez EQUIPAMENTOS PARA HIDROTERAPIA Podem ser usados da seguinte forma: - Apoio ou suporte, assistência e resistência. - Bóias, pranchas, flutuadores, bancos, barras, step, colares, cintos flutuadores, tapetes, pull-boy, palmar, pé de pato, espelho, caneleiras, acqua-tub, bastões, esteira, bicicleta, etc. ELABORAÇÃO DE UMA SESSÃO DE HIDRO - Avaliação inicial - Objetivo do tratamento - Recurso hidroterápico - Duração da sessão - Reavaliação - Evolução do tratamento 18 MÉTODO DOS ANÉIS DE BAD RAGAZ (MABR) HISTÓRICO Durante séculos, as águas termais de Bad Ragaz serviram apenas às modalidades passivas de hidroterapia. Os pacientes em busca da cura ficavam imersos por horas. Em 1930, os terapeutas começaram a tratar de forma ativa os pacientes e os movimentos eram feitos de forma bidimensionais. No início da década de 50, Knupfer e colegas (Alemanha), introduziram a técnica de dispor pacientes em anéis flutuantes. Porem esta técnica não era satisfatória do ponto de vista neurofisiológico e fisiológico. Quando as técnicas de Kabat e Knott (1952 e1968) foram introduzidas na Europa, os terapeutas tentaram incluir movimentos tridimensionais à técnica de Bad Ragaz. Porém, apenas o trabalho cooperativo entre Egger e McMillan conseguiu conduzir a um conceito satisfatório de integração dos movimentos diagonais tridimensionais à técnica de Bad Ragaz. Este método aperfeiçoado foi publicado por Egger(1990) com o título de "Novo método de Bad Ragaz com anéis". 19 PRINCÍPIOS FISIOTERAPICOS E MECÂNICOS A biomecânica, hidrodinâmica e a neurofisiologia proporcionam os padrões fundamentais para a realização do método dos anéis de Bad Ragaz. BIOMECÂNICA: Sabe-se que as cadeias de movimentos diagonais e tridimensionais aumentam sensivelmente a força, os terapeutas tentaram integrar o trabalho de Kabat e Knott, à terapia aquática. HIDRODINÂMICA: Quando um corpo flutua na água, fica sujeito a forças que atuam em suas extremidades movimentando este corpo de forma contínua(arrasto, fluxo turbulento, viscosidade e flutuação ou empuxo). Antes que este corpo comece à se mover, é necessário vencer a inércia da água. Subseqüentemente, a velocidade do corpo aumenta de forma gradual. NEUROFISIOLOGIA: Sabemos que facilitação neuromuscular proprioceptiva ( PNF ) emprega estímulos adequados, afastando origem de inserção e trabalhando o músculo com formas de movimentos em espiral. No método dos anéis de Bad Ragaz, alguns destes padrões são utilizados. Desta forma , podemos dizer que existem alguma semelhança entre as técnicas. 20 OBJETIVO DO TRATAMENTO Em virtude da sua versatilidade, o MABR oferece infinitas possibilidades de variação de exercício para pacientes neurológicos, ortopédico e reumatológicos. Estes objetivos podem ser atingidos de forma isolada ou combinada. São eles: 1- Redução do tônus muscular 2- Relaxamento 3- Ampliação do arco de movimento 4- Redução da dor 5- Treinamento da inervação muscular 6- Fortalecimento 7- Alongamento e tração da coluna vertebral 8- Aumento da estabilidade do tronco 9- Preparação das extremidades inferiores para suportar peso 10- Aumento da coordenação dos padrões normais de movimento 11- Aumento da capacidade aeróbica 12- Aumento das habilidades funcionais 21 APLICAÇÃO DA TÉCNICA O programa de exercícios do MABR requer o emprego de dispositivos de flutuação que proporcionem segurança aos pacientes e auxiliem a estabilizar sua posição na água. O pescoço e os quadris são suportados por anéis cheios de ar. Dependendo do exercício, um terceiro anel suporta um ou ambos os tornozelos. A pressão de ar nos anéis e seu posicionamento são muito específicos. Os anéis em volta dos tornozelos devem ter uma baixa pressão de ar. Os dispositivos de flutuação devem ser colocados de forma a não restringir os movimentos. Portanto, o anel em volta dos quadris não deve ser colocado na cintura, porém suportar o centro de gravidade na altura de S2. O fisioterapeuta é o ponto de fixação para o paciente durante todo o exercício. Isto significa que o terapeuta deve estar permanentemente em equilíbrio estável, para evitar deslocamentos durante os exercícios . Em conseqüência, o nível d'água deve se situar no máximo na altura de T9, visto que maiores profundidades reduzem excessivamente a estabilidade do terapeuta. Ademais, o MABR somente é adequado para terapias individuais com atuação direta do fisioterapeuta dentro d'água. De acordo com Margaret Reid (1997), pode-se identificar no MABR três tipos de atividades musculares. 22 1- ISOCINÉTICA Em vista da fixação proporcionada pelo terapeuta, o paciente se desloca aproximando-se, afastando-se ou contornando o terapeuta. A resistência neste movimento resulta da velocidade do movimento na água. 2- ISOTÔNICA O terapeuta é o ponto de fixação. O paciente é empurrado na direção em que a atividade se desenvolve. Isto aumenta a resistência durante o movimento ativo. Em contraste, um movimento de afastamento da direção de atuação do paciente reduz a resistência durante o movimento ativo do paciente. 3- ISOMÉTRICA O paciente mantém determinada posição enquanto é deslocado pelo terapeuta através da água. DURAÇÃO DO TRATAMENTO A duração do tratamento no MABR depende dos objetivos do tratamento. A duração mínima não deve ser inferior à quinze minutos. 23 PROGRESSÃO DO EXERCÍCIO Ressalta-se que a resistência é proporcionada pelas forças hidrodinâmicas. Quanto mais rápido o paciente se deslocar pela água, maior se torna o arrasto em decorrência do fluxo turbulento. Este arrasto é proporcional a velocidade do paciente, portanto a resistência aumenta com a velocidade. 1 - Aumento do arco de movimento 2 - Alterar as pegadas manuais, de proximais para distais 3 - Aumentar a velocidade do movimento 4 - Alterar a forma corporal para aumentar a alavanca 5 - Mudar a direção do movimento 6 - Rápida mudança dos padrões de movimentos recíprocos 7 - Aumentar a resistência usando equipamentos 8 - Reduzir gradativamente a flutuação PADRÕES DE MOVIMENTOS O MABR pode ser dividido em três grupos: padrões que atuam sobre o corpo pelas pernas, pelo tronco ou pelos braços. Os padrões por sua vez, podem ser divididos em : unilaterais e bilaterais. 24 CONCEITO HALLIWICK INTRODUÇÃO O método Halliwick foi desenvolvido porJames McMilan, canadense, engenheiro mecânico. Em 1949, começou a ensinar meninas com deficiências físicas a nadar. Isso foi na Escola Halliwick para meninas deficientes em Londres. O método tornou-se internacionalmente conhecido no início da década de 70, quando McMillan foi convidado a ensinar o método na Suíça. A parti daí, o método passou a ser conhecido internacionalmente. CONCEITO O conceito baseia-se em conhecimentos científicos, princípios da hidrodinâmica e na mecânica do corpo. Provou ser seguro e aplicável para pacientes de todas as idades, com qualquer deficiência e grau de severidade. 25 FILOSOFIA 1- Todo mundo é um nadador. 2- Nadar é divertido. 3- Usamos fisioterapeutas para ajudar os pacientes e não flutuadores. 4- Nós ensinamos lentamente, em ritmo apropriado para o paciente. 5- Nós encorajamos o progresso, mas não pressionamos. 6- Nós ensinamos em uma ordem lógica, assegurando que os estágios anteriores tenham sido dominados. 7- Ênfase na habilidade e não na deficiência. 8- Trabalhar em grupo. 9- Trabalhar de forma lúdica. 10- Dar liberdade de movimentos ao paciente, tornando-o funcional. 11- Dar tarefas para melhorar o desenvolvimento motor e cognitivo. 12- Dar independência de movimentos na água (nadar). 26 PORQUE NÃO USAMOS FLUTUADORES 1- Os flutuadores, geralmente, mantém a face fora da água, por isso o controle respiratório, geralmente, não é dominado. 2- Mantendo a cabeça fora da água, resulta em uma falsa aprendizagem da posição corpórea. 3- O flutuador inibe a aprendizagem e a execução de alguns movimentos. 4- O flutuador não corrige assimetria, e ele agrava o problema de aprendizagem dos movimentos rotacionais. 5- O flutuador leva a um falso senso de segurança e dependência excessiva. 6- O flutuador pode ser perigoso. 7- O flutuador não ajuda na integração. O paciente menos capaz é facilmente identificado quando usa a bóia. 8- As pessoas que dependem de equipamentos em terra podem experimentar a liberdade na água. 9- O flutuador não é tão adaptável quanto a ajuda do terapeuta: a) O terapeuta pode ajustar o apoio de acordo com as necessidades de cada indivíduo. b) O apoio pode variar de acordo com a atividade. c) O apoio pode variar durante uma atividade, de apoio completo para o não apoio. 27 OBJETIVOS DO TRATAMENTO - Fortalecimento de grupos musculares - Aumento do arco de movimento - Redução da dor - Regularização do tônus - Facilitar reações posturais e de equilíbrio - Melhorar as condições físicas em geral - Melhorar a auto-estima PACIENTES QUE PODEM SER TRATADOS - Neurológicos - Ortopédicos - Reumatológicos - Respiratórios - Geriatricos METACENTRO O metacentro é um termo da arquitetura naval e é definido como a interação de duas linhas verticais. Centro de gravidade Centro de flutuação 28 PROGRAMA DE 10 PONTOS O programa de 10 pontos é dividido em 3 fases: FASE 1 ( Adaptação mental ) 1- Ajuste mental 2- Desprendimento \ desligamento FASE 2 ( Controle do equilíbrio ) 3- Rotação transversal ( vertical ) 4- Rotação longitudinal ( lateral ) 5- Rotação sagital 6- Rotação combinada 7- Inversão mental ou empuxo 8- Equilíbrio ou tranqüilidade 9- Deslizamento turbulento FASE 3 ( Movimento ) 10- Progressão simples e movimentos básicos 29 WATSU É a junção das palavras "water" e "zen shiatsu" Teve sua criação em 1980, pelo americano Harold Dull, que é o fundador da W.A.B.A. ( WORLD AQUÁTIC BODYWORK ASSOCIATION ). O watsu foi criado como uma técnica de massagem ou de relaxamento. Entretanto, terapeutas aquáticos aplicaram o principio do watsu em certas patologias neurológicas e ortopédicas, obtendo resultados satisfatórios. O watsu veio para o Brasil em 1992, através de profissionais qualificados pela W.A.B.A., situada atualmente em São Paulo. CUIDADOS ESPECIAIS -PESCOÇO -LOMBAR BENEFÍCIOS DO WATSU -MELHORAR O ALONGAMENTO -MELHORAR O A.D.M. -DIMINUIÇÃO DA DOR -MELHORAR A CIRCULAÇÃO -MELHORAR A RESPIRAÇÃO -MELHORAR A POSTURA -REGULARIZAR O TÔNUS 30 PATOLOGIAS ORTOPEDICAS E REUMATOLOGICAS ARTRITE É uma afecção, primária ou secundária, que pode ter origem tanto na cartilagem como osso subcondral ou mesmo na sinovial. ARTROSE Erosão articular, degenerativa não inflamatória. OSTEOPOROSE Processo patológico caracterizado por perda acentuada de massa óssea. ESPONDILITE AQUILOSANTE Doença inflamatória crônica que acomete as articulações sacroilíacas. FEBRE REUMÁTICA JUVENIL Acomete crianças entre 5 e 15 anos após infecção pelo estreptococo. ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL Definida como uma artrite de origem desconhecida, que ocorre crianças abaixo dos 16 anos. 31 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES TRAUMÁTICAS FRATURA: É toda e qualquer solução de continuidade do tecido ósseo. ( ABERTA OU EXPOSTA E FECHADA ) LUXAÇÃO: É a completa e persistente perda de contato entre as superfícies articulares. SUBLUXAÇÃO: É a perda parcial de contato das superfícies articulares. FRATURA-LUXAÇÃO: É a ocorrência simultânea de fratura e luxação. ENTORSE: É a lesão ligamentar decorrente de uma solicitação mecânica excessiva sobre uma articulação. 32 PROBLEMAS POSTURAS COLUNA: Hiperlordose, hipercifose e escoliose. JOELHO: Valgo e varo. Recurvatum e flexo PÉS: Plano, cavo, pronado e supinado. 33 PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS E PEDIÁTRICAS Acidente Vascular Encefálico ( AVE ) Isquêmicos: A ocorrência de um acidente isquêmico cerebral é a conseqüência de uma redução crítica do débito sangüíneo devido à oclusão parcial ou total de uma artéria cerebral. Destinguem-se, esquematicamente, duas variedades de acidentes isquêmicos cerebrais: - Transitório - Resolúveis inteiramente em menos de 24 horas, os quais, em geral, não traduzem a constituição de uma lesão. - Duráveis - Que correspondem à constituição de um infarto cerebral. Hemorrágicos: É definido como a incidência de sangramento no interior do parênquima cerebral, pode ser isolado ou associado a um sangramento no espaço subaracnoidiano ou no sistema ventricular. Aneurisma: Dilatação localizada, comumente sacciforme da parede de uma artéria cerebral. O aneurisma é uma verdadeira hérnia na parede da artéria. O fundo desse saco aneurismático, delgado e frágil, é o local habitual de ruptura. Traumatismos cranianos A forma de tratamento e de seqüelas vai depender do tipo de trauma que pode ser mínimo ou de politraumatismos. 34 DISTROFIA MUSCULARES PROGRESSIVAS As distrofias musculares progressivas ( DMP ) são afecções geneticamentedeterminadas, caracterizadas pela degeneração de um número crescente de fibras no interior de cada unidade motora. DMP do tipo Duchenne Tem uma hereditariedade excessiva ligada ao cromossoma X. Transmitida pelas mulheres, atinge uma criança em 3.000 a 5.000 nascimentos masculinos. O diagnóstico torna-se evidente entre 3 e 5 anos. O comprometimento da cintura pélvica precede o da cintura escapular. A marcha é bamboleante, e o prosseguimento impossível. A marcha torna-se impossível em torno da idade de 12 anos, e o óbito ocorre próximo aos 20 anos, relacionado à insuficiência respiratória e cardíaca. OBS: Existe vários tipos de distrofias, que podem atacar somente uma área do corpo ou mais de uma, levando a um comprometimento e não a morte. - Síndrome de Guillan - Barré - Afecção correspondente a um processo de desmielinização. - Esclerose Lateral Amiotrófica ( Doença de Charto ) É um desaparecimento progressivo dos neurônios motores do corno anterior da medula e do bulbo raquidiano. - Doença de Alzheimer - E uma atrofia e morte neural progressiva. 35 MOBILIZAÇÕES Conceitos Passivo - Quando o fisioterapeuta realiza o movimento. Ativo - Quando o próprio paciente realiza o movimento. Ativo assistido - Quando o próprio paciente realiza o movimento com auxilio do fisioterapeuta. BIOMECANICA Artrocinemática 1 - Rolamento ou Balaço 2 - Deslizamento ou Escorregamento 3 - Rotação ou Giro Osteocinemática Abdução, Adução, Flexão, Extensão, Rotação interna e externa, Pronação e Supinação Lei do Côncavo e do Convexo Quando a articulação apresenta duas superfícies, uma côncava e outra convexa. Tecidos conectivos Trabalho de Alongamento Trabalho de Flexibilidade 36 PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA Para utilizar a água (hidroterapia), o fisioterapeuta deve ter conhecimento das propriedades físicas, dinâmicas e termodinâmicas da água. TERMODINÂMICA È a capacidade que a água tem de absorver e transferir grandes quantidades de calor. HIDRODINÂMICA X HIDROSTÁTICA A hidrodinâmica, que significa água em movimento. A hidrostática, ou características próprias da água. 1 - Densidade - É definida como massa por unidade de volume e é designada pela letra d. d = m_ v 2 - Gravidade específica ou Densidade relativa - É a relação entre a densidade da substância e a densidade da água. Densidade media do corpo. - massa gorda = 0,90 - massa magra = 1,1 - densidade media do corpo humano = 0,974 - densidade da água = 1 OBS: A densidade relativa do corpo humano varia de acordo com a idade: criança(0,86) idoso(0,86) 37 3 - Flutuação ou Empuxo - É uma força para cima gerada pelo volume de água deslocada. Princípio de Archimedes - Quando um corpo está completo ou parcialmente emerso em líquido em repouso ele sofre um empuxo para cima igual ao peso de líquido deslocado. 4 - Refração - É o desvio que sofre um raio de luz ao passar de um meio para outro com densidades diferentes. 5 - Viscosidade - É a resistência de um fluido exercida sobre um corpo ao deslocar-se (atrito). 6 - Fluxo laminar - É o movimento da água em uma só direção, em padrões uniformes e regulares. 7 - Força de arrasto - É a resultante da viscosidade do líquido e da turbulência sobre o objeto em movimento. 38 8 - Pressão hidrostática - É a pressão exercida sobre todas as áreas de um corpo, por um determinado fluido em razão direta à profundidade e à densidade do líquido. Esta força é perpendicular ao corpo submerso. Lei de Pascal - Afirma que a pressão do líquido é exercida igualmente sobre toda a superfície de um corpo imerso em repouso a uma dada profundidade. Esta pressão aumenta linearmente com a profundidade da água e com o aumento da densidade do líquido. 9 - Fluxo turbulento - É o movimento das moléculas de forma rápida, aleatória e não aerodinâmica, criando movimentos de retorno e de redemoinhos. 10 - Calor específico - É a capacidade da água, em absorver e acumular grandes quantidades de calor. OBS: Uma caloria é definida como o calor utilizado para elevar a temperatura de 1g de água em 1.º. A água se apresenta em três estados: sólido(abaixo de zero), líquido(entre 0.º e 100.º) e gasoso(acima de 100.º) 39 11 - Metacentro – É o equilíbrio rotacional na água, É um termo da arquitetura naval e é definido como a interação de duas linhas verticais. Centro de gravidade Centro de flutuação Rotação longitudinal e transversal EQUILÍBRIO = GRAVIDADE X EMPUXO 40 12 - Tensão Superficial - Quando um líquido está em repouso e em contacto com o ar, as forças de atração que se exercem entre as moléculas do líquido são diferentes para as que estão à superfície e para as que estão no interior do líquido. No interior do líquido, cada molécula liga-se às restantes por forças iguais em todas as direções. À superfície, as moléculas são apenas puxadas para o interior líquido, pois não existem moléculas na parte exterior do líquido para exercerem qualquer força, formando-se assim uma espécie de película elástica. 41 42 43 44 45 46 47
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