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PARÂMETROS DE PERFURAÇÃO Autor: Alvaro Jorge de Vasconcelos Santos PARÂMETROS DE PERFURAÇÃO Programa Alta Competência Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades profissionais na Companhia. É com tal experiência, refletida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desafios com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência Esta seção tem o objetivo de apresentar como esta apostila está organizada e assim facilitar seu uso. No início deste material é apresentado o objetivo geral, o qual representa as metas de aprendizagem a serem atingidas. Autor Ao fi nal desse estudo, o treinando poderá: • Identifi car procedimentos adequados ao aterramento e à manutenção da segurança nas instalações elétricas; • Reconhecer os riscos de acidentes relacionados ao aterramento de segurança; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. ATERRAMENTO DE SEGURANÇA Como utilizar esta apostila Objetivo Geral O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específi cos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No fi nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas C ap ít u lo 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao fi nal desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. 21 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( ) “Nas instalações elétricas de áreas classificadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 25 Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” ( A ) “Nas instalações elétricas de áreas classifi cadas (...) devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.” ( B ) “Nas partes das instalações elétricas sob tensão, (...) durante os trabalhos de reparação, ou sempre que for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.” ( A ) “Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas (...) devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certifi cação.” 3) Marque V para verdadeiro e F para falso nas alternativas a seguir: ( V ) O contato direto ocorre quando a pessoa toca as partes normalmente energizadas da instalação elétrica. ( F ) Apenas as partes energizadas de um equipamento podem oferecer riscos de choques elétricos. ( V ) Se uma pessoa tocar a parte metálica, não energizada, de um equipamento não aterrado, poderá receber uma descarga elétrica, se houver falha no isolamento desse equipamento. ( V ) Em um choque elétrico, o corpo da pessoa pode atuar como um “fi o terra”. ( F ) A queimadura é o principal efeito fi siológico associado à passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. 1.7. Gabarito Objetivo Específi co Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas defi nições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identifi cados, pois estão em destaque. Capítulo 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança 49 3. Problemas operacionais, riscos e cuidados com aterramento de segurança Todas as Unidades de Exploração e Produção possuem um plano de manutenção preventiva de equipamentos elétricos (motores, geradores, painéis elétricos, transformadores e outros). A cada intervenção nestes equipamentos e dispositivos, os mantenedores avaliam a necessidade ou não da realização de inspeção nos sistemas de aterramento envolvidos nestes equipamentos. Para que o aterramento de segurança possa cumprir corretamente o seu papel, precisa ser bem projetado e construído. Além disso, deve ser mantido em perfeitas condições de funcionamento. Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagirdiariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais verifi cados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 defi ne o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. 3.4. Glossário Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografi a ao fi nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira. Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410. Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Regulamentadora NR-10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego, 2004. Disponível em: <http:// www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf> - Acesso em: 14 mar. 2008. NFPA 780. Standard for the Installation of Lightining Protection Systems. National Fire Protection Association, 2004. Manuais de Cardiologia. Disponível em: <http://www.manuaisdecardiologia.med. br/Arritmia/Fibrilacaoatrial.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/ parada-cardiorespiratoria.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. Mundo Ciência. Disponível em: <http://www.mundociencia.com.br/fi sica/eletricidade/ choque.htm> - Acesso em: 20 mai. 2008. 1.6. Bibliografi a É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. Os riscos elétricos de uma instalação são divididos em dois grupos principais: 1.1. Riscos de incêndio e explosão Podemos defi nir os riscos de incêndio e explosão da seguinte forma: Situações associadas à presença de sobretensões, sobrecorrentes, fogo no ambiente elétrico e possibilidade de ignição de atmosfera potencialmente explosiva por descarga descontrolada de eletricidade estática. Os riscos de incêndio e explosão estão presentes em qualquer instalação e seu descontrole se traduz principalmente em danos pessoais, materiais e de continuidade operacional. Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas RESUMINDO... Já a caixa de destaque “Resumindo” é uma versão compacta dos principais pontos abordados no capítulo. Em “Atenção” estão destacadas as informações que não devem ser esquecidas. Todos os recursos didáticos presentes nesta apostila têm como objetivo facilitar o aprendizado de seu conteúdo. Aproveite este material para o seu desenvolvimento profi ssional! Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas RESUMINDO... Uma das principais substâncias removidas em poços de petróleo pelo pig de limpeza é a parafi na. Devido às baixas temperaturas do oceano, a parafi na se acumula nas paredes da tubulação. Com o tempo, a massa pode vir a bloquear o fl uxo de óleo, em um processo similar ao da arteriosclerose. VOCÊ SABIA?? É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! ATENÇÃO É muito importante que você conheça os procedimentos específicos para passagem de pig em poços na sua Unidade. Informe-se e saiba quais são eles. Recomendações gerais • Antes do carregamento do pig, inspecione o interior do lançador; • Após a retirada de um pig, inspecione internamente o recebedor de pigs; • Lançadores e recebedores deverão ter suas RESUMINDO... SumárioSumário Introdução 15 Capítulo 1. Perfuração 1. Perfuração 19 1.1. Sistemas da sonda de perfuração 20 Capítulo 2. Coluna de perfuração 2. Coluna de perfuração 25 2.1. Coluna de perfuração - elementos 25 2.2. Principais características, dimensões e propriedades mecânicas dos componentes da coluna 29 2.2.1. Tubos de perfuração 29 2.2.2. Comandos (Drill Collar) 43 2.2.3. Brocas 51 2.2.4. Jatos em brocas tricônicas 67 2.2.5. Métodos de aplicação de peso sobre a broca 87 2.3. Cuidados com a coluna de perfuração 96 2.3.1. Cuidados durante o manuseio e estaleiramento 96 2.3.2. Cuidados durante as manobras e a perfuração 97 2.4. Retirada da coluna – procedimentos 100 2.4.1. Outras recomendações 102 2.5. Coluna de perfuração – problemas frequentes 104 Capítulo 3. Hidráulica 3. Hidráulica 109 3.1. Fundamentos e aplicação109 3.2. Programa hidráulico 110 Exercícios 129 Glossário 133 Bibliografia 134 Gabarito 135 Introdução O que é um poço? Segundo o Aurélio (2008), poço pode ser definido como uma cavidade funda aberta na terra para atingir água, petróleo, gás ou pelo qual se desce a uma mina ou ainda, de forma mais genérica, poço é qualquer perfuração que se faz no solo. As primeiras perfurações datam de 256 a.C. Os chineses utilizavam o método percussivo – método não rotativo muito semelhante aos bate-estacas utilizados na construção civil – na perfuração de poços de água. De lá até os dias atuais, tem-se buscado cada vez mais melhorar o rendimento dos esforços e resultados na perfuração de poços. Em 1859, na Pensylvania, foram utilizadas ferramentas de percussão a cabo. O Coronel E. L. Drake completou a perfuração do primeiro poço comercial de petróleo que foi perfurado atingindo a profundidade de 69 ft. A primeira descoberta de petróleo no Brasil se deu em Lobato (Bahia) no poço 163, em 22 de janeiro de 1939, à profundidade de 214 m. E a Petrobras foi criada em 03 de outubro de 1953. Muitos fatores influenciam o desempenho durante a perfuração: o desenvolvimento das brocas de perfuração, a eficiência dos motores de fundo, a composição das colunas de fundo, as bombas de lama de bom desempenho, as sondas e as plataformas modernas etc. Todos esses elementos articulados fazem com que se consiga um melhor tempo de perfuração dos poços, sobretudo, quando aliados a parâmetros hidráulicos (limpeza da broca e do fundo do poço, e o carreamento de cascalho até a superfície) e a parâmetros mecânicos adequados – BHA (Bottom Hole Assembly), peso sobre a broca, rotação. Considerando os aspectos citados, espera-se que os Técnicos façam escolhas cada vez mais criteriosas de parâmetros de perfuração, a fim de se alcançar o rendimento mais próximo do ideal, ou seja, de perfurar poços mais rapidamente com o menor custo possível. 15 16 O objetivo deste material é, portanto, oferecer aos Sondadores informações úteis que auxiliem na identificação das variáveis que possam afetar as taxas de perfuração, conseguindo com isso o menor custo por metro perfurado, melhorando os resultados da Companhia. Isso significa que os fatores indicados anteriormente deverão ser cuidadosamente equilibrados para que tenhamos uma perfuração mais eficiente e econômica possível. C ap ít u lo 1 Perfuração 18 Alta Competência 19 Capítulo 1. Perfuração 1. Perfuração Um poço de petróleo é perfurado a partir da utilização de uma sonda, conforme ilustrado na imagem a seguir. Perfuração de um poço de petróleo Thomas descreve a operação: “na perfuração rotativa, as rochas são perfuradas pela ação da rotação e peso aplicados a uma broca existente na extremidade de uma coluna de perfuração” (2001, p. 55). A coluna de perfuração, por sua vez, é constituída basicamente por comandos (tubos de paredes grossas) e tubos de perfuração (tubos de paredes finas). 20 Alta Competência Ao longo desse processo, os resíduos são recolhidos utilizando-se um fluido de perfuração ou lama. O fluido ou lama é lançado para o interior da coluna de perfuração injetado por bombas (cabeças de bombas ou swivel), chegando à superfície “através do espaço anular, formado pelas paredes do poço e a coluna” (Thomas, 2001). Assim que alcança a profundidade esperada, a coluna de perfuração é retirada e substituída por outra coluna de revestimento de aço, com diâmetro inferior ao da broca. O espaço anular é cimentado, a fim de “isolar as rochas atravessadas” (2001), garantindo a segurança nas etapas seguintes da perfuração. Em seguida, “a coluna de perfuração é novamente descida no poço”, equipada com uma broca de diâmetro menor do que a utilizada na etapa de revestimento e assim a perfuração tem continuidade. É importante destacar que a perfuração é desenvolvida em várias etapas e, em cada uma delas, é utilizada uma broca específica, de diferentes diâmetros. 1.1. Sistemas da sonda de perfuração Os elementos da sonda que respondem pelas várias funções na perfuração de um poço podem ser agregados nos chamados sistemas de uma sonda. Segundo Thomas (2001), os principais sistemas de uma sonda são: • de sustentação de cargas; • de geração e transmissão de energia; • de movimentação de carga; • de rotação; • de circulação; • de segurança; 21 Capítulo 1. Perfuração • de monitoração; • de subsuperfície ou de coluna de perfuração. Thomas, 2001. Será sobre a constituição e funções da coluna de perfuração que iremos nos deter a partir de agora. O método de perfuração utilizado em todo o mundo é o método rotativo. Tem-se desenvolvido cada vez mais técnicas e ferramentas que permitem avanços na perfuração de poços mais profundos e complexos. VOCÊ SABIA?? C ap ít u lo 2 Coluna de perfuração 24 Alta Competência Capítulo 2. Coluna de perfuração 25 2. Coluna de perfuração Durante a perfuração do poço de petróleo, é preciso que se tenha um elemento com o qual se consiga uma conexão direta da superfície até a broca, transmitindo a esta o movimento necessário. Esta conexão é conseguida com um elemento denominado coluna de perfuração. É essencial que os operadores conheçam os principais componentes, funções e cuidados que se deve ter com a coluna de perfuração. 2.1. Coluna de perfuração - elementos Uma coluna de perfuração compõe-se basicamente dos elementos ilustrados a seguir. Drill Pipe Drill Colar Heavy Weight Estabilizadores Alargador A composição da coluna de perfuração é determi- nada em função de vários fatores: o peso necessário sobre a broca durante a perfuração, a necessidade de alargamento do poço, a necessidade de manter ou não a verticalidade do poço, entre outras. IMPORTANTE! 26 Alta Competência Em poços normais de perfil vertical, utilizam-se composições básicas compostas geralmente de comandos e estabilizadores (estes têm a função de estabilizar a coluna de comandos durante os trabalhos de perfuração) no intuito de manter a rigidez das colunas. Eventualmente podemos nos deparar com algumas composições “lisas”, formadas apenas pelo comando e pelo Heavy Weight (regiões onde a tendência de ganho é praticamente nula). É importante destacar que a definição de Heavy Weight será vista com detalhes mais adiante. Em poços onde as formações tendem a ganhar ângulo ou, após o ganho, se deseja reduzi-lo (reduzir o ângulo) ou mesmo diminuir a taxa de ganho, podemos compor o BHA (Bottom Hole Assembly) de maneira a alcançar o resultado desejado. Neste caso, o posicionamento dos estabilizadores irá determinar o comportamento da coluna. Em geral um estabilizador próximo à broca irá aumentar a tendência de ganho de ângulo da coluna (efeito de alavanca) e um estabilizador longe da broca fará com que a coluna tenda a perder ângulo (efeito de pêndulo). Colunas com alguns estabilizadores têm a tendência de manter a inclinação, comumente chamadas de colunas empacadas. Observe as seguintes imagens como exemplos para melhor visualização de colunas empacadas. Capítulo 2. Coluna de perfuração 27 Posicionamento dos estabilizadores (Santos, 2007) Indicamos adiante composições de BHA para proporcionar ganho de inclinação, devendo-se escolher uma delas em função da necessidade da rapidez do ganho de ângulo. Observe que as distâncias entre estabilizadores estão assinaladas em pés. (1) 30 90 90 55 - 75 55 - 75 30 - 50 30 30 30 30 303030 (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) UG Menor resposta Maior resposta Composições de BHA (Santos, 2007) 28 Alta Competência Nesse tipo de composição, utiliza-se o princípio da alavanca, devendo o primeiroestabilizador ficar a 4 pés da broca – faz-se uso de um near bit ( estabilizador que é posicionado o mais próximo da broca o quanto possível) – e o segundo, no mínimo, a 30 pés do primeiro. O primeiro estabilizador deve ter o mesmo diâmetro da broca, sendo que o segundo pode ser UG (undergauge), ou seja, com diâmetro menor do que a broca. Utiliza-se alto peso sobre a broca e baixa rotação. As sugestões de BHA para manter a inclinação são dadas abaixo. 30 (1) Tendência a perder 3 30 30 30 30 30 U G 30 30 30 30 30 30 30 3015 - 20 5 - 20 12 - 15 12 - 15 12 - 15 5 - 15 Tendência a ganhar (2) (3) (4) (5) (6) (7) Indicação de BHA para manter a inclinação (Santos, 2007) Neste tipo de BHA utiliza-se coluna empacada com no mínimo 3 estabilizadores, um logo acima da broca e os outros distanciados a no máximo 30 pés. Capítulo 2. Coluna de perfuração 29 Seguem sugestões de BHA para diminuir a inclinação. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Maior resposta 75 - 90 75 - 90 30 30 30 60 -75 60 -75 30 -60 30 -60 30 -75 UG Menor resposta Indicação de BHA para diminuição da inclinação (Santos, 2007) Neste caso utilizamos o princípio do pêndulo e não se faz uso de estabilizador acima da broca. Utiliza-se baixo peso sobre a broca e alta rotação. As composições de coluna descritas anteriormente não fazem uso de motores de fundo. IMPORTANTE! 2.2. Principais características, dimensões e propriedades mecânicas dos componentes da coluna A coluna de perfuração é constituída basicamente pelos seguintes elementos, conforme ilustrado em imagem anterior: Drill Pipe, Drill Colar, Heavy Weight e estabilizadores. 2.2.1. Tubos de perfuração Os tubos de perfuração são confeccionados em aço especial. Temos tubos reforçados internamente (internal upset) e externamente (external upset). 30 Alta Competência Em composições normais, os tubos de perfuração são conectados logo acima dos Heavy Weight até a superfície, ligados diretamente ao Kelly ou Top Drive. Temos como principais pontos da sua especificação: Diâmetro nominal Diâmetro externo do corpo do tubo (OD) Peso nominal Valor do peso do tubo liso mais Tool Joint Grau do aço Determina as tensões de escoamento e ruptura do material Tool Joint Reforço Interno (internal upset) Reforço Externo (external upset) Comprimento Faixa de comprimento dos tubos Ranges I, II, III Características especiais Proteção contra H2S. Os tubos são fabricados com aço de grau E, X95, G135 e S135 utilizados de acordo com os esforços a que serão submetidos. Suas características principais como dimensões e resistências estão descritas na Norma API (American Petroleum Institute) SPEC5A e RP7G [7]. Os padrões API determinam propriedades físicas do aço, método de fabricação, espessura da parede, diâmetro interno e externo, comprimento e peso do tubo. a) Tipos de aço GRAU ESCOAMENTO (PSI) MÍNIMO E 75.000 X 95 95.000 G 105 105.000 S 135 135.000 Capítulo 2. Coluna de perfuração 31 Quanto ao comprimento nominal a Norma API 5 A estabelece três ranges (faixas) de variações do comprimento dos tubos: • RANGE 1 – 18 A 22 pés (20); • RANGE 2 – 27 A 32 pés (30); • RANGE 3 – 38 A 45 pés (40). ATENÇÃO Normalmente, utiliza-se nas sondas Petrobras tubos de range II. Conforme a utilização dos tubos, estes vão se desgastando, tendo sua espessura de parede diminuída, devendo ser inspecionados e classificados de acordo com a faixa apropriada, conforme as recomendações do API (American Petroleum Institute) SPEC5A e RP7G [7]. Em virtude do desgaste sofrido durante a utilização dos tubos, os valores de resistência à tração, compressão pressão interna etc. são diretamente afetados e o tubo é classificado conforme os resultados da inspeção. O tubo de perfuração é considerado novo apenas no momento da compra, assim que este tubo é descido no poço ele já passa à condição de premium. Em plataformas marítimas e sondas terrestres de grande porte, é comum a utilização de tubos de perfuração classe Premium. Já em sondas terrestres de menor porte, podem ser utilizados tubos classe 1 ou mesmo classe 2. Os tubos com desgaste acima de 40% (Classe 3) de- vem ser descartados. IMPORTANTE! 32 Alta Competência A coluna de tubos de perfuração deve trabalhar sempre sob efeito de tração, exceto em casos especiais como perfuração de poços horizontais. Na composição de uma coluna, os tubos são posicionados acima dos Heavy Weight e são os componentes mais frágeis da coluna. Deve-se sempre estar atento ao esforço de tração máxima que será aplicado aos mesmos, lembrando-se sempre que o tubo mais solicitado à tração será o mais próximo à superfície. Para se dimensionar uma coluna de perfuração e consequentemente os tubos a serem utilizados bem como a máxima profundidade a ser alcançada com os mesmos, será necessário saber: • Profundidade máxima prevista para a coluna; • Diâmetro da fase; • Peso de lama utilizado; • Fatores de segurança; • Peso sobre broca máximo. Com estes dados podemos definir os esforços que serão solicitados e dimensionar a coluna de perfuração. No caso dos tubos de perfuração podemos determinar sua resistência à tração da seguinte maneira. Resistência à tração: Rt = A x Ym A = área de seção transversal Ym = limite de escoamento (usamos valores tabelados para cada grau de aço) Capítulo 2. Coluna de perfuração 33 Exemplo: Calcule a resistência à tração de um tubo de perfuração (novo) de diâmetro externo 4 ½”, diâmetro interno 3,826”, X-95, 16,6 #/pé: Área de seção transversal Rt = Ym x A Rt = 4,4074 x 95000 = 418707 # Lembrar que a tubulação, assim que entra em trabalho, será considerada como Premium e devemos respeitar a redução de capacidade de tração indicada por tabela para cada valor de redução de espessura de parede. Calcule a máxima profundidade que pode ser atingida com a tubulação acima, considerando os seguintes dados: Comprimento do BHA 250 metros Peso do BHA imerso – 45.000 # Peso de fluido utilizado 9,8 #/gal Over pull a ser considerado de 12.0000 # Rt tubo novo = 418.707 # Rt tubo Premium = 418.707 * 0,8 = 334.966 # Rt considerando 10% de margem de segurança = 334.966 * 0,9 = 301.469 # 34 Alta Competência Fator de flutuação = 1 – (9,8 / 65,4 0) = 0,850 Peso do tubo imerso = 16,6 * 0,850 = 14,11 #/pé 301.469 – 45.000 – 120.000 = 136.469 # 136469 / 14,11 = 9672 pés = 2.948 metros de tubos Profundidade máxima = 2.948 + 250 = 3.198 metros. b) Redução da espessura Classe Redução Código faixa/ cor Novo 0% 1 branca Premium 20% 2 branca Classe 1 30% 1 amarela Classe 2 40% 1 laranja Rejeitado > 40% 1 vermelha As resistências ao colapso, à pressão interna, à tração e à torção variam de acordo com o estado do tubo. A identificação do grau dos tubos de perfuração é feita segundo a Norma API RP 7G – 15ª edição, e janeiro de 1995, conforme indicado a seguir: • Tubo de perfuração Grau E-75 – O Tool Joint (não tem nenhum groove); • Tubo de perfuração Grau X-95 – O Tool Joint tem um groove (ranhuras); • Tubo de perfuração Grau G-105 – O Tool Joint tem dois grooves; • Tubo de perfuração Grau S-135 – O Tool Joint tem três grooves. Capítulo 2. Coluna de perfuração 35 Tool Joint é a extremidade do tubo onde se encontra a rosca (conexão). IMPORTANTE! Podemos encontrar também tubos identificados conforme a antiga NORMA API RP 7G e ISO 10407 – 1993, como os indicados adiante: • Tubo de perfuração grau E-75 - O Tool Joint não tem nenhum groove; • Tubo de perfuração grau X-95; G-105; S-135 e o Tool Joint têm somente um groove e um recesso (janela) onde estão marcados o código do grau dotubo e o código do peso nominal. ATENÇÃO O comprador ainda tem a opção de solicitar que os tubos venham identificados através da norma nova ou antiga. A seguir é apresentada a tabela de código de peso nominal. DIÂMETRO LB/ PÉ CÓDIGO 4 ½” OD 13,75 16,60 20,00 1 2 3 5” OD 16,25 19,50 25,60 1 2 3 Tabela retirada da IS procedimento para identificação visual dos tubos de perfuração, segundo a Norma API RP 7g (RAMIRES, Roberto). 36 Alta Competência No pino, na área de alívio de tensão encontramos a identificação dos dados de fabricação dos tubos de perfuração, segundo a Norma API 7G. Estes dados são puncionados. Exemplo: • Símbolo do fabricante do Tool Joint – ZZ (zz é um símbolo fictício); • Dígito do mês da solda do Tool Joint – 6 (mês de junho); • Dois dígitos do ano da solda do Tool Joint – 70 (1970); • Símbolo do fabricante do tubo de perfuração – N (US Steel Company); • Grau do tubo de perfuração – E (Grau E75). ZZ 6 70 N E GRAU X95 GROOVE Tubo de perfuração As uniões dos tubos de perfuração são dotadas de apoios na parte da caixa para receber elevadores de tubo de perfuração que podem ter ângulo de 18 ou 90 graus. Ultimamente é bastante rara a utilização de tubos com ângulo de 90 graus. Na parte do pino existe um ângulo de 35° para ambos os tipos. Os processos de fixação da união cônica no tubo são as seguintes: Capítulo 2. Coluna de perfuração 37 • Conexões enroscáveis de dupla vedação; • Flashwelding – soldagem com pré-aquecimento; • Inertialweldind – soldagem a frio. Devido às constantes quebras que ocorriam na zona de abertura das roscas dos tubos de perfuração, com consequente operação de pescaria, a indústria desenvolveu o reforço interno aplicado no tubo de perfuração resultando nos chamados tubos Internal Upset, conforme figura a seguir. Apesar de essa ter sido uma grande melhoria, limitava as profundidades alcançadas devido a pouca resistência que apresentavam. FLASHWELDED EXTERNAL UPSET Reforço interno O reforço promove maior espessura da parede, nos pontos onde as roscas são torneadas; continua por alguma extensão, depois vai gradativamente sendo reduzida até alcançar a espessura normal do tubo. Apesar de o reforço ter resolvido o ajuste quanto à ruptura, ele apresenta uma desvantagem devido às limitações dos programas hidráulicos que eram desenvolvidos. O problema foi resolvido com a fabricação de tubos com reforço externos, chamados EXTERNAL UPSET, que além de resolver o problema da resistência à ruptura não diminui a passagem do fluxo. FLASHWELDED EXTERNAL UPSET Reforço externo 38 Alta Competência ATENÇÃO As roscas das uniões dos tubos são padronizadas pela API levando em conta o número de fios por polegada, a conicidade (em porcentagem) e o perfil da rosca. A partir de 1968, a API recomenda uma nova maneira de se especificar as conexões conhecida como NC (Number Conexion). As roscas não promovem vedação, como no caso dos tubos de revestimento e de produção. A vedação acontece nos espelhos da caixa e do pino. Desta maneira, o adequado aperto nas conexões é fundamental, pois um aperto insuficiente pode provocar passagem de fluido. Por outro lado, um aperto excessivo pode deformar a rosca fragilizando a conexão. A API recomenda o aperto correto para cada tipo de conexão. c) Listas de roscas intercambiáveis NC26 2 3/8" IF 2 7/8" SH NC31 2 7/8" IF 3 1/2" SH NC38 3 1/2" IF 4 1/2" SH NC40 4" FH 4 1/2" DLS NC46 4" IF 4 1/2" XH NC50 4 1/2" IF 5" XH 5 1/2" DSL Capítulo 2. Coluna de perfuração 39 d) Dimensões das conexões de tubos de perfuração (Tool Joint) CONEXÃO TUBO DE PERFURAÇÃO CONEXÃO (tool joint) D.E. (pol) RESSALTO PESO (ib/pé) D.E. (pol) D.I. (pol) TIPO REGULAR (RE3) 2 7/8 REG 3 1/2 REG 4 1/2 REG 4 1/2 REG 5 1/2 REG 2 7/8 3 1/2 4 1/2 4 1/2 5 1/2 IU IU IU I E U I E U 10,40 13,30 16,60 20,00 21,90 3 3/4 4 1/4 5 1/2 5 1/2 6 3/4 1 1/4 1 1/2 2 1/4 2 1/4 2 3/4 TIPO “FULL HOLE” (FH) 3 1/2 FH 3 1/2 FH 4 FH 4 1/2 FH 4 1/2 FH 5 1/2 FH 5 1/2 FH 3 1/2 3 1/2 4 4 1/2 4 1/2 5 1/2 5 1/2 IU IU IU IU I E U I E U I E U 13,30 15,50 14,00 16,60 20,00 21,90 24,70 4 5/6 4 5/6 5 1/4 5 3/4 5 3/4 7 7 2 7/16 2 7/16 2 13/16 3 3 4 4 TIPO “INTERNAL FLUSH” (IF) 2 3/8 IF 2 7/8 IF 3 1/2 IF 3 1/2 IF 3 1/2 IF 4 IF 4 1/2 IF 4 1/2 IF 4 1/2 IF 2 3/8 2 7/8 3 1/2 3 1/2 4 4 1/2 4 1/2 5 5 EU EU EU EU EU EU EU I E U I E U 6,65 10,40 13,30 15,50 14,00 16,60 16,60 19,50 19,50 3 3/6 4 1/6 4 3/4 5 5 3/4 STD 6 1/8 OPT 6 1/4 STD 6 3/8 OPT 6 1/2 1 3/4 2 1/6 2 11/16 2 11/16 3 1/4 3 3/4 3 3/4 3 3/4 3 1/2 Fonte - Petroguia/ Petrobras 40 Alta Competência TORQUE RECOMENDADO NAS CONEXÕES DE TUBOS DE PERFURAÇÃO Fonte - Petroguia/ Petrobras D.E. (pol) TIPO DE CONEXÃO DIÂMETRO TORQUE RECOMENDADO (Ibxpê)CAIXA D.E. (pol) PINO D.I. (pol) 2 3/8 API-IF 3 3/8 1 3/4 3.500 2 7/8 API-F 4 1/8 2 1/8 5.900 HUGHES-XH 4 1/4 1 7/8 6.700 3 1/2 API-IF 4 3/4 2 11/16 8.700 4 API-FH 5 1/4 2 13/16 11.800 API-IF 6 3 1/4 16.900 API-FH 6 3 17.400 4 1/2 API-XH 6 1/4 3 19.800 API-IF 6 3/4 3 3/4 18.900 5 API-XH 6 3/8 3 3/4 18.900 API-FH 7 3 1/2 31.500 5 1/2 API-FH 7 4 28.000 Tubo de perfuração novo - dimensões e características mecânicas D.E. (pol) P.N. (lb/pé) Parede (pol) D.I. (pol) Resistência torsional, ft. lb (Escoamento) Resistência à tração, lbs (Escoamento) Colapso, psi. Pressão interna, psi. E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 2 3/8 4.85 6.65 0,1900 0,2800 1,995 1,815 4760 6250 6030 7920 6670 8750 8570 11250 97820 138210 123900 175070 136940 193500 176070 248790 11040 15600 13980 19760 15460 21840 19040 28080 10500 15470 13300 19600 14700 21660 18900 27850 2 7/8 6.85 10.40 0,2170 0,3520 2,441 2,151 8080 11550 10240 14640 11320 16180 14550 20800 135900 214340 172140 271500 190260 300080 244620 385820 10470 16510 12940 20910 10020 23110 17030 29720 9910 16530 12550 20930 13870 23140 17830 29750 3 1/2 9.50 13.30 15.50 0,2540 0,3680 0,4490 2,992 2,764 2,602 14150 18550 21090 17920 23500 26710 19810 25970 29520 25460 33390 37950 194260 271570 322780 346070 343990 408850 271970 380200 451890 349680 488830 581000 10000 14110 16770 12080 17880 21250 13060 19760 23480 15750 25400 30190 9530 13800 16840 12070 17480 21330 13340 19320 23540 17150 24840 30310 4 11.85 14.00 15.70 0,2620 0,3300 0,3800 3,476 3,340 3,240 19470 23290 25810 24670 29500 32690 27260 32600 36130 35050 41920 46460 230760 285360 324120 292290 361450 410550 323060 399500 453770 415360 513650 583410 8380 11350 12900 9980 14380 16340 10710 15900 18060 12620 20140 23210 8600 10830 12470 10890 13720 15790 12040 15160 17460 15470 19490 22440 4 1/2 13.75 16.60 20.00 22.82 0,2710 0,3370 0,4300 0,5000 3,958 3,826 3,640 3,500 25910 30810 36900 40910 32820 39020 46740 51820 36270 43130 51660 57280 46630 55450 66420 73640 270030 330560 412360 471240 342040 418710 522320 596900 378050 462780 577300 659740 485060 595000 742240 948230 7170 10390 12960 14820 8410 12770 16420 18770 8960 13830 18150 20740 10280 16770 23340 26670 7900 9830 12540 14580 10010 12450 15890 18470 11070 13760 17560 20420 1423017690 22580 26250 5 16.25 19.50 25.60 0,2960 0,3620 0,5000 4,408 4,276 4,000 35040 41170 52260 44390 52140 66190 49060 57630 73160 63080 74100 94060 328070 395600 530140 415560 501090 671520 459300 553830 742200 590530 712070 654260 6940 9960 13500 8110 12030 17100 8620 13000 18900 9830 15670 24300 7770 9500 13130 9840 12040 16630 10880 13300 18380 13990 17110 23530 5 1/2 19.20 21.90 24.70 0,3040 0,3610 0,4150 4,892 4,778 4,670 44070 50710 56570 55830 64230 71660 61700 70990 79200 79330 91280 101830 372180 437120 497220 471430 553680 629810 521050 611960 696110 669930 786810 895000 6040 8410 104460 6940 10020 12930 7310 10750 14010 8090 12680 17020 7260 8620 9900 9190 10910 12540 10160 12060 13870 13060 15510 17830 6 5/8 25.20 27.20 0,3295 0,3620 5,966 5,901 70580 76300 89400 96640 98810 1E+05 127040 137330 489460 534200 619990 676650 685250 747880 881040 961560 4790 5320 5500 6040 6540 8290 9150 1770 TUBO DE PERFURAÇÃO NOVO – DIMENSÕES E CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS Fonte - Petroguia/ Petrobras Capítulo 2. Coluna de perfuração 41 Tubo de perfuração usado (premium) – dimensões e características mecânicas D.E. (pol) P.N. (lb/pé) Parede (pol) D.I. (pol) Resistência torsional, ft. lb (Escoamento) Resistência à tração, lbs (Escoamento) Colapso, psi. Pressão interna, psi. E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 2 3/8 4.85 6.65 0,1900 0,2800 1,995 1,815 3730 4810 4720 6090 5220 6740 6710 8660 76890 107620 97400 136310 107650 150660 138410 193710 8520 13380 10160 16950 10910 19730 12890 24080 9600 14150 12160 17920 13440 19610 17280 25470 2 7/8 6.85 10.40 0,2170 0,3520 2,441 2,151 6330 8860 8020 11220 8870 12400 11400 15958 106950 166540 135470 210950 149730 233150 192500 299760 7640 14220 9020 18020 9630 19910 11190 25600 9050 15110 11470 19140 12680 21150 16300 27200 3 1/2 9.50 13.30 15.50 0,2540 0,3680 0,4490 2,992 2,764 2,602 11090 14360 16150 14050 18190 20450 15530 20110 22610 19970 25850 29060 152980 212150 250620 193770 258720 317450 214170 297010 350870 275360 381870 451120 7070 12020 14470 8280 15220 18330 8810 16820 20260 10090 21630 26050 8710 12620 15390 11030 15960 19500 12190 17660 21550 15680 22710 27710 4 11.85 14.00 15.70 0,2620 0,3300 0,3800 3,476 3,340 3,240 15310 18200 20070 19390 23050 25420 21430 25470 28090 27560 32750 36120 182020 224180 253850 230550 283960 321540 254820 313850 355390 327630 403530 456930 5700 9010 10910 6510 10800 13830 6830 11620 15190 7450 13840 18590 7860 9900 11400 9960 12540 14440 11000 13860 15950 14150 17820 20520 4 1/2 13.75 16.60 20.00 22.82 0,2710 0,3370 0,4300 0,5000 3,958 3,826 3,640 3,500 20400 24140 28680 31560 25840 30580 36330 40010 28560 33800 40160 44220 36730 43450 51630 56850 213260 260170 322920 367570 270130 329540 409030 465580 298560 364230 452080 514590 383860 468300 581250 661620 4690 7530 10980 12660 5190 8870 13900 16030 5350 9470 15350 17120 5910 10960 18810 22780 7230 8990 11470 13330 9150 11380 14520 16890 10120 12580 16050 18670 13010 16180 20640 24000 5 16.25 19.50 25.60 0,2960 0,3620 0,5000 4,408 4,276 4,000 27610 32290 40540 34970 40900 51360 38650 45200 55760 49690 58110 72980 259160 311540 414690 328260 394610 525270 362820 436150 580570 466480 560760 746440 4490 7040 11460 4940 8240 14510 5070 8770 16040 5660 10030 20510 7100 8690 12000 9000 11010 15200 9950 12160 16800 12790 15840 21600 5 1/2 19.20 21.90 24.70 0,3040 0,3610 0,4150 4,892 4,778 4,670 34760 39860 44320 44040 50490 56140 48670 55810 62050 62580 71750 79780 294260 344780 391290 372730 436720 495630 411970 482690 547800 529670 620600 704310 3740 5730 7640 4130 6540 9010 4340 6870 9630 4710 7500 11180 6630 7880 9050 8400 9980 11470 9290 11030 12380 11940 14180 16300 6 5/8 25.20 27.20 0,3295 0,3620 5,966 5,901 55770 60190 70640 76240 78070 84270 100380 108340 387470 422420 490790 535060 542450 591390 697440 760350 2930 3250 3350 3430 5980 7570 8370 10760 TUBO DE PERFURAÇÃO USADO (PREMIUM) DIMENSÕES E CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS Fonte - Petroguia/ Petrobras Tubo de perfuração classe 2 (usado) – dimensões e características mecânicas D.E. (pol) P.N. (lb/pé) Parede (pol) D.I. (pol) Resistência torsional, ft. lb (Escoamento) Resistência à tração, lbs (Escoamento) Colapso, psi. Pressão interna, psi. E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 E-75 X-95 G-105 S-135 2 3/8 4.85 6.65 0,1900 0,2800 1,995 1,815 3220 4130 4080 5230 4510 5780 5800 7430 66690 92870 84470 117640 93360 130020 120040 167170 6850 12140 8000 15360 8490 16990 9660 21850 8400 12380 10540 15680 11760 17330 15120 22280 2 7/8 6.85 10.40 0,2170 0,3520 2,441 2,151 5480 7590 6950 9620 7680 10630 9870 13660 92800 143560 117550 181840 129920 200980 167040 258400 6060 12940 6960 16390 7340 18110 8120 23290 7930 13220 10040 16750 11100 18510 14270 23800 3 1/2 9.50 13.30 15.50 0,2540 0,3680 0,4490 2,992 2,764 2,602 9610 12370 13830 12180 15660 17520 13460 17310 19360 17300 22260 24890 132790 183400 215970 168200 232300 273560 185910 256760 302350 239030 330120 388740 5540 10860 13170 6300 13750 16690 6600 15040 18440 7140 18400 23710 7620 11040 13470 9550 13980 17060 10670 15460 18860 13720 19870 24250 4 11.85 14.00 15.70 0,2620 0,3300 0,3800 3,476 3,340 3,240 13280 15740 17320 16820 19940 21930 18590 22030 24240 23910 28330 31170 158130 194360 219740 200300 245190 278340 221390 272110 307630 284540 349850 395530 4310 7300 9530 4700 8570 11470 4880 9130 12370 5440 10520 14840 6880 8660 9980 8710 10970 12640 9630 12130 13970 12380 15590 17950 4 1/2 13.75 16.60 20.00 22.82 0,2710 0,3370 0,4300 0,5000 3,958 3,826 3,640 3,500 17720 20910 24750 27150 22440 26460 31350 34400 24800 29270 34650 38030 31890 37630 44540 46890 185390 225770 279500 317500 234830 285980 354040 402160 259550 316080 391300 444500 333700 406390 503100 571500 3400 5950 9630 11460 3650 6830 11600 14510 4020 7190 12520 16040 4290 7920 15030 20510 6320 7860 10030 11670 8010 9960 12710 14760 8850 11010 14050 16330 11380 14150 18060 21000 5 16.25 19.50 25.60 0,2960 0,3620 0,5000 4,408 4,276 4,000 23970 27980 34950 30370 35440 44270 33550 39170 48930 43150 50360 62910 225320 270430 358730 285400 342550 454390 315440 378610 502220 405570 486780 645720 3080 5510 10340 3700 6260 12640 3850 6550 13690 4070 7060 16590 6220 7600 10500 7870 9630 13300 8700 10640 14700 11190 13680 18900 5 1/2 19.20 21.90 24.70 0,3040 0,3610 0,4150 4,892 4,778 4,670 3021034580 38380 38260 43800 48620 42290 48410 53740 54370 62250 69090 255950 299530 339530 324210 379410 430080 358340 419350 475350 460720 539160 611160 2840 4330 6050 3130 4730 6960 3220 4900 7330 3270 5470 8120 5800 6890 7920 7350 8730 10040 8130 9650 11090 10450 12410 14260 6 5/8 25.20 27.20 0,3295 5,966 48500 52310 61430 66260 67900 73230 87300 94150 337240 367450 427170 465440 472130 514440 607030 661420 2230 2340 2350 2350 5230 6630 7320 9410 TUBO DE PERFURAÇÃO CLASSE 2 (USADO) DIMENSÕES E CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS Fonte - Petroguia/ Petrobras ATENÇÃO É importante prestar atenção à altura máxima em que o Tool Joint pode ficar em relação à mesa rotativa durante as conexões, a fim de evitar empenamento dos tubos quando houver quebra ou aperto. Tubos empenados podem causar problemas durante a perfuração. 42 Alta Competência Tubos pesados (Heavy Weight - HW) Os tubos pesados (ou HW) são elementos de peso intermediário utilizados, normalmente, entre os tubos de perfuração e os comandos. Têm como função principal permitir uma transição mais suave de rigidez entre os comandos e os tubos de perfuração, além de transmitir o torque e permitir a passagem do fluido. Bastante utilizados em poços direcionais, podem compor a coluna como elemento auxiliar no fornecimento de peso sobre a broca, substituindo alguns comandos. Com a utilização de HW, diminuímos a quebra de tubos nas zonas de transição de comando para tubos de perfuração, e é possível ainda aumentar a eficiência e a capacidade de sondas de pequeno porte, por apresentarem maior facilidade de manuseio do que os comandos. Os tubos pesados são bastante utilizados nos poços direcionais por diminuir o torque e o arraste (drag) graças à sua área reduzida de contato com as paredes do poço. Outra vantagem do uso desse tipo de tubo é a diminuição do tempo de manobra. Geralmente faz-se uso de 5 a 7 seções de HW na zona de transição. Observe que na especificação dos HW é descrito o diâmetro nominal, o comprimento nominal e a aplicação de material duro. Conforme o diâmetro nominal os HW variam de 3 1/2" a 5”. Na coluna normalmente são utilizados HW com o diâmetro igual aos do tubo de perfuração. São fabricados no range II e III, e podem ter aplicação de carbureto de tungstênio nos Tool Joints ou no reforço intermediário. Como não há normalização para o desgaste do HW, a resistência dos tubos usados deve ser avaliada pelo próprio usuário. As tabelas a seguir serão úteis para consulta para determinar os procedimentos corretos, conforme as relações apresentadas entre os valores. Capítulo 2. Coluna de perfuração 43 DIMENSÕES E RESISTÊNCIAS DOS TUBOS PESADOS (HEAVY WEIGHT) Fonte - Petroguia/ Petrobras TAMANHO NOMINAL DIMENSÕES NOMINAIS DO TUBO REFORÇO CENTRAL (pol) REFORÇO DO ELEVADOR (pol) PROPRIEDADES MECÂNICAS DA SEÇÃO DO TUBO DIÂMETRO INTERNO (pol) ESPESSURA DA PAREDE (pol) ÁREA (pol) TRAÇÃO (lb) TORÇÃO (lbxpe) 3 1/2 2 1/16 0,719 6,280 4 3 5/8 345.000 19.575 4 2 9/16 0,719 7,410 4 1/2 4 1/8 407.550 27.635 4 1/2 2 3/4 0,815 9,965 5 4 5/8 548.075 40.715 5 3 1,000 12,565 5 1/2 5 1/8 691.185 56.495 2.2.2. Comandos (Drill Collar) Os comandos são ligas de aço cromo molibdênio forjados e usinados no diâmetro externo, sendo o diâmetro interno perfurado a trépano. São fabricados no range de 30 a 32 pés, podendo em casos especiais ter de 42 a 43,5 pés de comprimento. Os comandos são usados preferencialmente para fornecer peso sobre a broca. Transmitem o torque e a rotação à broca, bem como permitem a passagem de fluidos. Se fosse o caso de conectar-se a broca diretamente aos tubos de perfuração, o peso sobre a broca teria que ser fornecido diretamente pelos próprios tubos. Isto causaria flambagem e acarretaria desvio no poço e ruptura da coluna, durante a utilização de rotação, uma vez que os mesmos são extremamente flexíveis. Todo elemento que está parcialmente sujeito à compressão apresenta duas partes onde há esforços distintos de tração e compressão. Há também um ponto que não está sujeito a nenhum esforço de tração ou compressão. Este ponto é denominado linha neutra. 44 Alta Competência Durante a utilização da coluna de perfuração em um poço, quando aplicamos peso sobre a broca, teremos uma zona de tração e uma de compressão. Como os tubos de perfuração por razões óbvias não devem trabalhar sob compressão – exceto em casos especiais – a parte que trabalhará comprimida será a coluna de comandos, fazendo deste modo com que a linha neutra situe-se em alguma região da própria coluna, dividindo a zona sob tração da zona de compressão. Veremos algumas situações possíveis. Observe a ilustração a seguir. (+) (+) (+) (+) (-) (-) (-) Convenções (+) Tração (-) Compressão 4º Caso 3º Caso 2º Caso 1º Caso Coluna de perfuração Vejamos os exemplos de situações possíveis. 1- Quando a linha neutra tangencia os dentes da broca A coluna está totalmente sujeita à tração, e a linha neutra tangencia os dentes da broca. Todo o peso da coluna de perfuração está sustentada pelo gancho/catarina. Capítulo 2. Coluna de perfuração 45 2 - Quando 10% do peso dos comandos estão aplicados sobre a broca Caso se tenha apenas um tipo de comando, os 10% serão diretamente proporcionais ao comprimento dos comandos. Em caso de haver comandos diferentes, deve-se determinar a posição da linha neutra. 3 - Quando temos sobre a broca 50% do peso dos comandos Na figura, corresponde a 50% do comprimento dos comandos. Caso tenhamos dois tipos de comandos ou mais isto não seria verdadeiro. 4 - Quando temos a aplicação de peso sobre a broca superior ao peso disponível dos comandos A linha neutra estará passando nos tubos. Isto causará problemas à coluna de tubos, pois uma parte trabalhará sob tração e outra, comprimida. Acompanhe o exemplo de determinação do posicionamento da linha neutra. Um poço estava a 2.300 m, sendo perfurado com a seguinte composição de coluna: • BR, 6 DC 73/4”, RED, 12 DC 63/4”, 15 HW, DP’S 5” • Peso da lama: 9,8 lb/ gal • DC – 7 3/4”: ID-3” • DC – 6 3/4" : ID – 2 13/16 • HW – 5”: 49,3 lb/pé • DP – 5” : 19,5 lb/pé • Cada seção: 90 pés 46 Alta Competência A que distancia está passando a linha neutra, quando utilizamos 80% do peso dos comandos sobre a broca? Determinação do peso total dos comandos imersos: Fator de flutuação = 1 – Peso fluido/ 65,32 = 1 – 9,8/65,3 = 0,849 7 ¾ - 6 x 30 x 136 = 24.480 lb 6 ¾ -12 x 30 x 101 = 36.360 lb Total = 60.840 lb P.S.B = 0,80 X 0,849 X 60.840 lb P.S.B = 41.322 lb - DCs 7 ¾ - Sobre a broca: 24.480 x 0,849 = 20.783 lb - DCs 6 ¾ - Sobre a broca: 41.322 – 20.783 = 20.539 lb Peso dos DCs 6 ¾ imersos; 36.360 x 0,849 = 30.869,64 lb Comprimento de DC de 6 ¾” correspondente a 20.539 lb 30.869,64 lb – 360 pés 20.539 - x X = 239,52 pés L.N. – (180+239,52) pés da broca 419,52 pés da broca, ou seja, 127,86 m. Capítulo 2. Coluna de perfuração 47 Para que possam fornecer peso sobre a broca, os comandos são fabricados com tubos de parede espessa. As roscas são usinadas no próprio tubo e protegidas por uma camada fosfatada na superfície. Ao contrário dos tubos, as conexões são a parte mais frágil dos comandos. VOCÊ SABIA?? Segue a tabela com os diâmetros de comandos e as roscas mais utilizadas atualmente na Petrobras. Diâmetro Rosca 9 ½” 7 5/8”RG 7 ¾” 6 5/8”RG 6 ¾” 4 ½”IF 6 ½” 4 ½”IF Os comandos podem ser fabricados com perfil liso ou espiralado. O perfil espiralado tem uma redução de até 4% no seu peso e é o mais escolhido por ter sua área de contatocom as paredes do poço reduzidas, diminuindo com isso o risco de prisão diferencial. É raro, mas podemos encontrar comandos quadrados, especialmente utilizados em áreas de grande histórico de prisão diferencial, no entanto, há grande dificuldade com ferramentas de manuseio e pescaria. Atualmente é comum encontrarmos comandos com rebaixamento na área de aplicação das cunhas, isto evita o uso de colar de segurança que representa ganho de tempo nas conexões. Também há casos de existir pescoço para adaptar elevadores, com ganho de tempo nas manobras. No entanto, poucos operadores fazem uso destes elevadores em virtude do histórico da queda de comandos devido ao desgaste no diâmetro externo dos mesmos. Quando utilizados em conjunto com estabilizadores, os comandos têm a função também de agir no controle da inclinação do poço. 48 Alta Competência Especificamos esses comandos em função do diâmetro externo, do diâmetro interno, do tipo de conexão e das características especiais. Como características especiais dos comandos, temos: se é espiralado, se tem rebaixamento para a cunha, se tem pescoço para o elevador, se tem algum tratamento especial etc. Em perfuração direcional utiliza-se muito um comando especial desmagnetizado, chamado K-Monel que possui todas as características dos outros comandos. Entretanto, por ser desmagnetizado, permite a utilização em seu interior de equipamentos para registro de fotos. Segue a tabela que apresenta o peso dos comandos expressos em lb/pé importantes para auxiliar na determinação da quantidade de comandos a serem usados. PESO DOS COMANDOS (lb/pé) D.E. (pol) DIÂMETRO INTERNO (pol) 1 1/2 1 3/4 2 2 1/4 2 1/2 2 13/16 3 3 1/4 3 1/2 3 3/4 4 3 3/8 24,4 22,2 3 1/2 26,7 24,5 3 3/4 31,5 29,3 3 7/8 34,0 31,9 29,4 26,5 4 36,7 34,5 32,0 29,2 4 1/8 39,4 37,2 34,7 31,9 4 1/4 42,2 40,0 37,5 34,7 4 1/2 48,0 45,8 43,3 40,5 4 3/4 54,2 52,0 49,5 46,7 43,5 5 60,1 58,5 55,9 53,1 49,9 5 1/4 67,5 65,3 62,8 59,9 56,8 53,3 5 1/2 74,7 72,5 69,9 67,2 63,9 60,5 56,7 5 3/4 82,1 79,9 77,5 74,6 71,5 67,9 64,1 6 89,9 87,8 85,3 82,5 79,3 75,8 71,9 67,8 63,3 6 1/4 98,1 95,9 93,5 90,6 87,5 83,9 80,1 75,9 71,5 6 1/2 106,6 104,5 101,9 99,1 95,9 92,5 88,6 84,5 79,9 6 3/4 115,5 113,3 110,8 107,9 104,8 101,3 97,5 93,3 88,8 7 124,6 122,5 119,9 117,1 113,9 110,5 106,6 102,5 97,9 93,1 87,9 Fonte: Petroguia – Petrobras Capítulo 2. Coluna de perfuração 49 PESO DOS COMANDOS (lb/pé) D.E. (pol) DIÂMETRO INTERNO (pol) 1 1/2 1 3/4 2 2 1/4 2 1/2 2 13/16 3 3 1/4 3 1/2 3 3/4 4 7 1/4 134,1 131,9 129,5 126,6 123,5 119,9 116,1 111,9 107,5 102,6 97,5 7 1/2 143,9 141,7 139,3 136,5 133,3 129,8 125,9 121,8 117,3 112,5 107,3 7 3/4 154,1 151,9 149,5 146,6 143,5 139,9 136,1 131,9 127,5 122,6 117,5 8 164,6 162,5 159,9 157,1 153,9 150,5 146,6 142,5 137,9 133,1 127,9 8 1/4 175,4 173,3 170,8 167,9 164,8 161,3 157,5 153,3 148,8 143,9 138,9 8 1/2 186,6 184,4 181,9 179,1 175,9 168,6 172,5 164,5 159,9 155,1 149,9 8 3/4 198,1 195,9 193,9 190,6 187,4 183,9 180,1 175,9 171,4 166,6 161,5 9 207,8 205,3 202,4 199,3 195,8 191,9 187,8 183,3 178,5 173,3 9 1/2 232,4 229,9 227,1 223,9 220,4 216,6 212,4 207,9 203,1 197,9 10 255,9 253,1 249,9 246,4 242,6 238,4 233,9 229,1 223,9 Fonte: Petroguia – Petrobras A seguir nova tabela com os valores recomendados do torque para os comandos de perfuração. Esses valores devem ser observados para que seja efetuado o aperto correto nas conexões dos comandos. TORQUE RECOMENDADO NOS COMANDOS DE PERFURAÇÃO Tamanho e tipo de Conexão D.E. (POL) TORQUE DE APERTO RECOMENDADO (libra x pé) 1 1/4 1 1/2 1 3/4 2 2 1/4 2 13/16 3 3 1/4 API NC 23 3 1/8 3.300+ 2 3/8 IF 3 1/2 4.600+ 3 3/4 3.700 API NC 26 3 1/2 4.600+ API NC 31 4 1/8 6.800 4 1/2 6.800 2 7/8 IF 4 1/8 6.800 API NC 35 4 3/4 10.800 3 1/2 IF 4 3/4 9.900+ 9.900+ 3 1/2 XH 4 3/4 10.000 API NC 38 4 3/4 9.900+ 9.900+ 5 8.300 4 1/2 XH 6 22.200 6 1/4 22.200 20.200 6 1/2 29.500+ 6 3/4 36.000+ 35.500+ Fonte: Petroguia – Petrobras 50 Alta Competência TORQUE RECOMENDADO NOS COMANDOS DE PERFURAÇÃO Tamanho e tipo de Conexão D.E. (POL) TORQUE DE APERTO RECOMENDADO (libra x pé) 1 1/4 1 1/2 1 3/4 2 2 1/4 2 13/16 3 3 1/4 6 5/8 REG 7 3/4 50.000 8 50.000 6 5/8 FH 9 1/2 80.000 7 5/8 REG 9 1/2 85.000+ 85.000+ 10 91.000 Fonte: Petroguia – Petrobras NOTAS: 1) As bases dos cálculos para o torque de aperto recomendado assumem o emprego de um composto lubrificante para a rosca contendo 40% a 60% de peso de zinco metálico - em pó fino - ou 60% de peso de chumbo - em pó fino - aplicado totalmente em todas as roscas e batentes, o emprego da fórmula modificada para macaco de roscas conforme mostrado no IADC "Tool Pusher's Manual" (Manual do operador de sonda) e a especificação API RP 7 G (sétima edição - abril1976) e um esforço unitário de 62.500 libras por polegadas quadrada na conexão pino ou caixa, o que for mais fraco. 2) Baixa normal de Torque - do mínimo valor tabulado até 10% a mais. Os maiores diâmetros indicados para cada conexão são os maiores recomendados para aquelas conexões. Se as conexões são empregadas em comandos maiores que o valor máximo indicado, aumentar os valores do torque indicado em 10% para um valor mínimo. Em adição ao aumento do valor mínimo do torque, também é recomendado que seja usinado um pescoço de pescaria para o diâmetro indicado. 3) Os números de torque seguidos por uma cruz (+) indicam que o membro mais fraco para os correspondentes diâmetro e furo externos é a CAIXA (conexão fêmea). Para todos os outros valores de torque o membro mais fraco é o PINO (conexão macho). Capítulo 2. Coluna de perfuração 51 2.2.3. Brocas Um dos desafios encontrados pelos operadores é a escolha correta da broca para conseguir a maior taxa de penetração possível. O conhecimento das possibilidades oferecidas pelos diferentes tipos de brocas existentes no mercado pode levar a alternativas inéditas de economia na perfuração de um poço, mesmo em áreas já consideradas otimizadas. A escolha da broca correta levará a maiores taxas de perfuração e a um consequente barateamento do custo do metro perfurado e aumento da vida útil da broca. Segue um breve histórico de fabricação de brocas: DATA INOVAÇÃO 1909 Broca com dois Cones 1924 Fileira de Dentes Interpostas 1932 Rolamento com Roletes 1933 Tricônica com Dentes de Aço 1946 Jatos 1951 Insertos Carbureto Tungstênio 1959 Rolamento Selado 1970 Rolamento Journal 1980 Brocas PDC Sempre que nos deparamos com poços pioneiros, encontramos como dificuldade a falta de dados visando à determinação dos diâmetros e profundidades de cada fase, peso e tipo de fluido de perfuração, entre outros. Temos como referência informações obtidas através de sismografia de superfície e correlação inter-regional. Deste modo o dimensionamento do poço é realizado de forma tradicional, acompanhado de previsões de testemunhagens, teste de formação, perfilagens etc. A escolha das brocas a serem utilizadas também é feita de forma tradicional e os resultados desta seleção servirão de parâmetros para a perfuração de poços de desenvolvimento do campo, caso se mostre economicamente viável. A utilização das brocas deve ser registrada usando-se um Bit Record, de onde saíram os dados para novos poços. 52 Alta Competência O critério econômico é prioritário no planejamento das diversas fases de um poço. Mesmo tratando-se de poços exploratórios ou de testemunhagens, testes de perfilagens etc., tudo é pensado para que se obtenha resultados o mais próximo do ideal, em menor tempo e, consequentemente, com menor custo. Sendo assim, a seleção de brocas para a perfuração das diversas fases dopoço é de fundamental importância no resultado econômico final do poço, devendo ser adequada da melhor maneira possível à litologia prevista. Lembramos que a perfuração de um poço visa a concluí-lo sem danos à formação, sem desvios de ângulo previsto, com a maior taxa de penetração possível e com o menor número de manobras. Se possível, por questões econômicas, devemos reutilizar brocas retiradas de outros poços. Existem vários tipos de broca, com especificações próprias e diferentes comportamentos em cada formação. Como não podemos mudar a formação a ser perfurada, devemos escolher uma broca que perfure eficientemente cada formação. Rochas moles são perfuradas por brocas que apresentam ação combinada, lascagem e goivagem; já as rochas médias e duras são perfuradas pela ação de raspagem e moagem. Brocas selecionadas para perfurar formações moles podem se quebrar ou apresentar mau desempenho, quando atingirem formações duras. Podemos dizer o mesmo de brocas descidas para formações duras ao encontrar uma formação mole: ela não apresentará rendimento satisfatório, não se quebrará e nem perderá calibre, porém o longo tempo de permanência no poço levará a uma crescente defasagem entre o custo total desta e de outra broca mais adequada. De um modo geral, qualquer broca tricônica irá perfurar folhelho ou arenito, entretanto, a broca com correto ângulo do munhão, offset e estrutura de corte adequada para a formação atingirá a máxima economia em sua utilização. Capítulo 2. Coluna de perfuração 53 Entende-se por offset a descentralização das linhas de centro dos cones em relação à linha de centro da broca. Brocas com maiores offset são recomendadas para a perfuração de formações moles. IMPORTANTE! 2.2.3.1. Dados para a seleção das brocas Poços perfurados em locais próximos (poços de correlação) e que durante a perfuração atravessaram as mesmas formações podem fornecer dados que serão arquivados gerando subsídios importantes para analisar o comportamento das brocas. No entanto, estes dados precisam ser confiáveis para que possamos utilizá-los para o projeto de um novo poço. Os registros referentes à utilização das brocas - Bit Records, BDP (registros de brocas e boletim diário de perfuração), Relatórios de Brocas, fotografias de brocas descidas etc. - têm de informar tempo de broca, fundo exato, desgaste da broca, tipo de operação executada durante o intervalo perfurado - repasses executados pela broca, parâmetros mecânicos como peso e rotação, tecnologia disponível, facilidade de aquisição, grau de detalhamento do perfil geológico consultado, geometria do poço etc. A litologia de um poço de correlação oferece subsídios valiosos para a seleção de brocas para o poço que está sendo planejado. A seleção da broca deverá visar a melhor relação entre taxa de penetração e de vida útil no trecho avaliado. A experiência profissional nunca deve ser descartada. Mesmo sem os dados registrados, temos a lembrança da eficiência das brocas usadas. Isso é o que chamamos de experiência pessoal, o “eu já vivi”, que acumulamos durante os anos de trabalho. Esse conhecimento pode e deve ser utilizado. Além disso, é fundamental desenvolver a cultura do registro das experiências novas, a fim de que as pessoas que não a viveram possam dela também se beneficiar, construindo o capital cultural da Companhia. 54 Alta Competência Finalizadas as escolhas de todas as brocas de uma fase, deve-se prever o desempenho de cada broca ao longo da perfuração e inseri- lo no programa de brocas. Desta maneira, para cada broca estará descrita a previsão das profundidades de entrada, saída, metragem perfurada, horas de broca-fundo, preço etc. e, consequentemente, o custo métrico que proporcionará ao final de seu trabalho no poço. ATENÇÃO Deverão ser escolhidas algumas brocas para suprir a necessidade em caso de contingências e incertezas. O operador, na locação e antes do início dos trabalhos, deverá ter às mãos o Programa de Brocas, detalhando claramente as metas que se deseja atingir em termos de desempenho e custo métrico. Vale salientar que vários fatores podem influenciar positiva ou negativamente o resultado final, a saber: • Dureza e abrasividade das formações; • Utilização de ferramentas que limitem a taxa da broca; • Controle de direcional; • Limitações da sonda; • Propriedades dos fluidos de perfuração; • Acidentes operacionais, queda de objetos no poço etc. Sendo assim, é esperado que se consiga na sonda os meios de atingir ou de superar o desempenho previsto, retirando a broca no momento certo. Capítulo 2. Coluna de perfuração 55 Ainda hoje, na prática, não existe uma receita segura para se retirar a broca no momento exato, com exceção das brocas que são retiradas por atingirem o final da fase. Portanto, a grande pergunta é: Qual o momento exato de se retirar uma broca do poço? Surge, então, outra pergunta que deve ser feita: Como se define o momento exato de se retirar uma broca do poço? Há várias respostas para responder à questão sobre como definir o momento certo para a retirada da broca do poço. • O torque está alto (cones trancados) ou baixo (estrutura de corte acabou); • Caiu o rendimento da broca (encerou, gastou-se); • Os cascalhos estão muito pequenos (dentes desgastados); • A broca passou de 80 horas ou 600.000 revoluções (vida útil dos rolamentos); • Já se atingiu a meta etc. Para se determinar o momento adequado de retirada da broca do poço, vários fatores técnicos devem ser articulados, aliados à experiência do operador e devem obedecer ainda a duas premissas: 1. Segurança do poço – sempre que houver dúvidas sem resposta, a broca deve ser sacada. As principais dúvidas podem surgir a partir dos seguintes eventos: queda súbita de pressão, picos de torque incessantes, peso oscilante com a broca no fundo, falta de avanço sem explicação, súbito comportamento estranho com horas excessivas etc.; 2. Custo Métrico (CM) – apesar de ser uma ferramenta de grande importância, raras vezes os operadores utilizam, de fato, o critério CM no “Motivo de Retirada”, último dígito do desgaste da broca. 56 Alta Competência A aplicação deste critério deve ser feita a partir da seguinte premissa: se não há dúvidas sobre a segurança do poço, a broca deve ser retirada sempre que seu avanço representar prejuízo para a empresa, ou seja, quando o custo métrico começar a subir. Isso significa que ficará cada vez mais caro manter a broca no poço, perfurando-o. Por ser este um procedimento tão importante, vamos detalhar a seguir os passos para se chegar ao custo métrico. 2.2.3.2. Como calcular o custo métrico No CM (Custo Métrico) usamos como função o custo métrico aplicado aos poços de correlação. Calcula-se o custo métrico de uma única broca e compara-se com as outras utilizadas aproximadamente na mesma profundidade em poços de correlação. O custo métrico vem a ser a soma dos custos divididos pela metragem perfurada. Os custos podem ser divididos em dois grupos: custos fixos e custos variáveis. a) Custos fixos São os custos que independem do tempo que a broca passa no fundo do poço, como, por exemplo, o custo próprio da broca. b) Custos variáveis Para a nossa análise os custos variáveis devem ser entendidos como a soma dos custos que variam com o tempo de operação, como por exemplo: a depreciação, o aluguel de equipamentos, o consumo de óleo diesel, o pessoal na sonda e de apoio, o custo de apoio e de vários outros. O custo de pessoal é um fixo para a empresa, mas, ao analisarmos a utilização da broca, esse custo passa a ser variável, pois será alocado para a broca durante a vida útil da mesma no fundo do poço. Capítulo 2. Coluna de perfuração 57 O fluido de perfuração normalmente é colocadono custo variável. Temos dois pontos a considerar: 1º - Que o rendimento e a vida útil da broca são influenciados pelo tipo de fluido usado, assim não deveríamos considerar o custo da lama independentemente da broca usada; mas isso fica minimizado, pois normalmente escolhemos o fluido de perfuração independente da broca que viermos a usar. 2º - O custo do fluido de perfuração é fixo e transformá-lo em variável pela simples divisão do tempo de perfuração é muito artificial. Entretanto, como este erro de procedimento atingirá todas as brocas para a escolha de apenas uma delas, ele não é significativo. Assim sendo, temos a soma de todos os custos da sonda que é o seu custo horário CH e o custo da broca como o único custo fixo a considerar. O custo métrico da broca pode ser calculado pela expressão a seguir: Onde: CB - custo da broca utilizada; TM - tempo gasto manobrando; TP - tempo gasto perfurando; CH - custo horário da sonda; MP - metros perfurados pela broca. 58 Alta Competência 2.2.3.3. Como calcular o custo horário da sonda (CH) Para a escolha deste valor, pode-se utilizar o custo horário da sonda que perfurou o poço de correlação ou o custo horário da sonda que irá perfurar o novo poço. Quando usamos o custo da sonda que perfurou o poço de correlação, acertamos quanto à taxa de penetração conseguida por aquela sonda. Características como: a capacidade de torque, o peso sobre a broca, a vazão da bomba e sua potência, a lama utilizada e outros parâmetros que a sonda - ao perfurar o poço em análise - podem impedir que se alcance a mesma taxa de penetração. Quando as características das sondas são muito diferentes, comete- se um erro menor utilizando como custo horário o da sonda que irá perfurar o poço em análise, supondo que terá a mesma performance do que as outras sondas dos poços de correlação. a) Tempo de Manobra - TM O tempo de manobra que deve ser aplicado é o tempo da sonda que efetivamente irá perfurar o poço. Consegue-se este tempo através dos registros anteriores de manobras executadas pela sonda em outros poços, ou podemos ainda utilizar a fórmula abaixo: tm = 0.003×prof +1, para tm em horas e prof. em metros. b) Metros Perfurados - MP Para o custo da fase deve-se usar o comprimento da fase do poço em análise. Já no custo da broca usa-se a metragem que a broca perfurou nos poços de correlação. c) Tempo de Perfuração - TP Sempre se usa o tempo de perfuração dos poços de correlação tanto para o custo da fase como para o da broca. Capítulo 2. Coluna de perfuração 59 Exemplo: Qual a melhor broca a ser utilizada no poço a ser perfurado, considerando-se a análise da perfuração do poço anterior? Broca 1 Broca 2 Custo da broca = U$ 5000,00 Tempo perfurando = 60 horas Perfurados = 150 metros Custo da broca = U$ 4500,00 Tempo perfurando = 30 horas Perfurados = 90 metros Tempo de manobra = 10 horas Custo da sonda = U$ 600/ hora Custo/ Metro = (5000 + (60 + 10) * 600) / 150 Custo/ Metro = U$ 313,33/ metro Custo/ Metro = (4500 + (30 + 10) * 600) / 90 Custo/ Metro = U$ 316,67/metro A partir da comparação dos dados do quadro anterior, poderemos concluir que: a melhor broca é a de número 01, pois, se a profundidade fosse menor e o tempo de manobra de 2 horas, teríamos: Broca 1 Broca 2 Custo/Metro = (5000 + (60 + 2) * 600) / 150 Custo/Metro = U$ 281.33/Metro Custo/Metro = (4500 + (30 + 2) * 600) / 90 Custo/Metro = U$ 263,33/metro Agora, de acordo com a tabela anterior, a melhor broca é a de número 2, pois se demonstra com isso que, em relação ao custo mínimo, não existe uma broca melhor para cada formação. A melhor broca está muito ligada com a profundidade e o custo da sonda. A seleção das brocas a serem usadas deve estar de acordo com o tipo de formação a ser perfurada. Para a perfuração de areias, argilas e conglomerados superficiais devemos fazer uso de brocas com dentes longos, espaçamento grande, alto offset e supressão de dentes no calibre. IMPORTANTE! 60 Alta Competência • Range de parâmetros a serem utilizados para perfuração de formações moles Alta rotação 100 – 200 Peso médio 1000 – 3000 lbf por pol de diâmetro Vazão alta 500 – 800 gpm • Problemas / soluções relacionados aos parâmetros utilizados na perfuração Problemas Soluções Erosão do poço Reduzir a vazão Enceramento Jato central Abrasão Reduzir rotação e proteção de calibre Erosão da matriz Reduzir o peso sobre o cone • Seleção das brocas Cada formação a ser perfurada requer brocas específicas. Observe as recomendações e demais informações no quadro a seguir. FORMAÇÃO Recomendação Parâmetros Problemas/ soluções Argila Brocas com dentes grandes, bem espaçados, alto offset, supressão de dentes no calibre, autoafiação. Alta rotação (100 a 200). Peso médio 1000 – 3000 (lbf/pol diâm). Enceramento – lama a base de óleo, reduza o peso, eleve a vazão, jato central, com menor jato estendido. Erosão do poço – reduzir a vazão. Capítulo 2. Coluna de perfuração 61 FORMAÇÃO Recomendação Parâmetros Problemas/ soluções Folhelhos O tipo de broca dependerá da dureza e abrasão. Utilize dentes (insertos) tão grandes e afiados quanto possível. Preferencialmente use brocas com jatos estendidos, proteção no calibre, seladas e com estabilizador no leg. Geralmente utilizam-se maiores velocidades. A taxa de penetração sofrerá influência da combinação entre o peso, rotação e hidráulica. O folhelho oferece oportunidade de aumentar a taxa mais facilmente do que em todas as outras rochas. Faça testes de perfuração e maximize a hidráulica. Abrasão – reduza o rpm, proteção de calibre em "T". Arenitos Escolha brocas com dentes grandes, proteção de calibre, mancal ou rolamento selado, dentes em bisel. Rotações mais baixas, aplicação de peso moderado a alto. Abrasão – reduzir rotação, mais proteção de calibre. Desgaste na aba da perna • estabilizador na perna, estabilização. Erosão na matriz do cone • Utilize aço / tungstênio Quartzo Selecione brocas com dentes pequenos, baixo offset. Baixa RPM, alto peso, lama de alto filtrado e baixo teor de sólidos. Abrasão – reduza rpm Proteção de calibre em “T” Calcário Selecione brocas com dentes médios a pequenos, cônicos ou em bisel. O offset não importa neste caso. Maior peso, rotação média, lama a base de água, baixo teor de sólidos e alto filtrado. Se possível, perfurar com ar. Formação fraturada – utilize proteção no calibre, absorvedor de choques, dentes cônicos. Perda de circulação – aplique dois jatos grandes. Vulcânicas – Piroclásticas Selecione brocas com dentes grandes, alto offset, poucos dentes, proteção de calibre e estabilizador na perna. Baixa rpm e peso alto. Hidratação da formação • tratamento químico, controlar o filtrado. Calibre – use estabilizadores e maior proteção. Temperatura – mantenha a circulação da lama. 62 Alta Competência FORMAÇÃO Recomendação Parâmetros Problemas/ soluções Evaporitos O tamanho do dente dependerá da dureza da formação. Não haverá problemas com o calibre e o offset não terá importância. Alto peso, baixa rotação, lama a base de água com alto filtrado, perfuração a ar se possível. Contaminação da lama com sal – Utilize aditivos Vulcânicas – Basalto Selecione brocas mais duras. O desgaste do calibre pode ser um problema. Alto peso, baixa rpm, baixa vazão. Abrasão – reduza rpm. Utilize proteção de calibre em “T”. Algumas observações importantes para selecionar brocas: • Folhelhos apresentam melhor resposta à penetração com o aumento da rotação. • Calcários têm
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