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Direito Antigo: Atenas e Roma

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I
CAPíTULO 6
Direito Antigo: Atenas e
Roma
" Grécia
Os gregos não foram grandes juristas na acepção do termo; já que não se
empenharam em construir uma ciência do direito, nem mesmo) sistematizar
as suas instituições de direito privado. Em compensação, além de melhorarem
as tradições dos direitos cuneiformes e transmiti-las aos romances, entendiam
que o direito devia fazer parte da educação de todo cidadão. Conn isso, como
todos deviam conhecer seus direitos e suas obrigações, não hiouve espaço
para a profissionalização do direito, já que todos deviam estar aptos para
enfrentar os tribunais.
O direito das cidades gregas, mais especificamente de Atenzas, que será o
objeto deste estudo, não parece ter sido formulado nem sob a forrma de textos
legislativos, nem sob a de comentários de juristas. O direito era consequência
da noção de justiça que estava difusa na consciência coletiva.
6.1.1. Breve história
Localizada na Europa oriental, com solo montanhoso e p<ouco fértil, a
Grécia é banhada pelos mares Jónio, Egeu e Mediterrâneo. A pirimeira civi-
lização que se sobressai historicamente nessa região é a micêruica, formada
pelos povos que participaram da primeira diáspora, que são o-s aqueus, se-
guidos pelos jónios e eólios, Essa primeira onda migratória deui-se por volta
do início do segundo milênio antes de nossa era, com a língua Idos aqueus,
indo europeia, tornando-se o veículo da futura civilização micêniica, que tinha
uma forma de escrita denominada Linear B. Essa civilização' estendeu-se
até Creta, chegando ao fim com a invasão dos dórios, por voltai de 1200 a.C.
Após a destruição da civilização micênica, os gregos ignoraram a arte da
escrita durante séculos.
A tradição grega data a adoção do alfabeto fonético a partir da primeira
olimpíada, em 776 a.C. Depois de a escrita Linear B ter desaparecido após a
invasão dos dórios, adotaram uma versão do alfabeto utilizado p-elos fenícios.
Sua grande contribuição foi a criação das vogais.
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Para os pensadores gregos, a fonte do direito é o nomos, que se traduz
geralmente por lei. É o nomos o meio de limitar o poder das autoridades, já
que a liberdade política consiste em não ter que obedecer senão à lei. Como
consequência, os gregos fizeram poucas leis no sentido moderno do termo,
visto que nomos significa tanto lei como costume. É na filosofia que está a
principal contribuição dos gregos para a cultura ocidental, principalmente
com Sócrates, Platão e Aristóteles".
Os gregos, em especial os atenienses, consideravam a participação na
vida pública um dos maiores bens a serem almejados pelo homem. Na
época clássica da democracia ateniense (aproximadamente 580 a 338 a.C},
os cidadãos deliberavam no seio de suas assembleias, sem intermediação
de representantes.'Cabe ~essaltar que essa cidadania nada tem da soberania
popular concebida hoje, pois eram considerados cidadãos apenas os nascidos
em Atenas, do sexo masculino e maiores de vinte anos. Ficavam totalmente
alijados do processo decisório as mulheres, os metecos (estrangeiros) e a
grande massa escrava. Aristóteles, por exemplo, favorável à escravidão,
justificava que na sociedade são necessários também os trabalhos materiais,
que exigem indivíduos específicos, ficando assiim afastada destes a possibi-
lidade de providenciar a cultura da alma, que .requeria tempo e liberdade,
bem como determinadas qualidades espirituais. Para os atenienses, o exer-
cício da política exigia dedicação quase exclusiva: era um direito de poucos,
possibilitado pelo trabalho do escravo.
Os atenienses acreditavam que um homem que não se interessasse pela
política deveria ser considerado não um cidadlão pacato, mas um cidadão
inútil. Com tempo disponível, os cidadãos se woltavam por inteiro à coisa
pública, discutindo os temas relevantes na Ágoxa, uma espécie de praça em
que se juntavam para o exercício do poder político. Deliberando com ardor
acerca das questões de Estado, as assembleias; tinham o mesmo papel do
parlamento nos tempos modernos, com a diferença de caracterizarem-se
como uma democracia direta. Observe-se que não há participação popular
na tomada de decisões.
Durante a democracia ateniense os cidadãos governavam diretamente,
no seio de sua assembleia. Era ela que tomava tordas as decisões importantes,
mesmo no domínio judiciário. Comparada às democracias modernas, a Cons-
tituição de Atenas era pouco democrática, já que os escravos não possuíam
nenhum direito, nem político; nem civil, com os metecos tendo muito menos
direitos que os cidadãos.
38 Sobre esse tema consultar o livro sobre Filosofia e ética da Cioleçáo.
69
11
Assim como os poemas de Homero, os gregos tinham o costume de
aprender de cor (recitando em forma poética) alguns textos jurídicos. As
leis de Sólon, por exemplo, eram ensinadas como poemas, de modo que
praticamente todos os cidadãos atenienses conheciam sua tradição político-
-jurídica comum. Como os cidadãos sabiam ler, a literatura jurídica era uma
das fontes de instrução e prazer. As leis deviam fazer parte da educação,
portanto o direito devia ser aprendido vivenciando-o. Consequência disso
é que os discursos eram essencialmente persuasivos, porque os julgadores
eram leigos. Até hoje, argumentar diante de um júri é diferente de argumen-
tar perante um juiz togado. Permanece a disputa entre o "discurso belo" e o
"discurso verdadeiro": como fazer justiça buscando a verdade enão a emoção
provocada por um discurso belo?
Os gregos foram os grandes pensadores políticos e filosóficos da Anti-
guidade, instaurando os regimes políticos que são até hoje utilizados pelas
civilizações ocidentais. A Grécia clássica conheceu várias formas de orga-
nização e institucionalização. havendo profundas diferenças entre as suas
principais cidades, como Atenas, Esparta, Tebas, Alexandria etc. O nosso
interesse é na tradição ateniense, já que é ela a mais brilhante e sobre ela
voltarão os filósofos e juristas ocidentais. Esparta deixa traços históricos,
mas não se converte em modelo ideal que inspire o ocidente, embora com-
partilhe com Atenas um elemento fundamental de nossa tradição jurídica:
a laicização do direito e a ideia de que as leis podem ser revogadas pelos
mesmos homens que a fizeram.
6.1.2. Características do direito
Amais antiga legislação conhecida de Atenas que possui alguma repre-
sentatividade são as leis de Drâcon, de 621a.C, que põem fim à solidariedade
familiar e tornam obrigatório o recurso aos tribunais para o conflito entre os
clãs. A superação da solidariedade familiar tem por objetivo transformar a
cidade no centro da vida social e política, indicando que o fundamento da
vida social não se restringe às famílias. Com isso, busca-se criar uma amizade
cívica, um espírito aberto aos outros de fora da família.
Reconhecido pela sua severidade (até hoje falamos em leis draconianas),
o primeiro Código de Leis de Atenas introduziu importante princípio no
direito penal: distinção entre os diversos tipos de homicídio, diferenciando
entre homicídio voluntário, homicídio involuntário e o homicídio em legí-
tima defesa.
Posteriormente, entre 594e 593 a.C, sob a influência egípcia, Sólon criou
novo Código de Leis, alterando o criado por Drácon. Além disso, promoveu
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ampla reforma institucional, social e econômica, que também influenciaram
o desenvolvimento dos atenienses.
Economia: incentivou a cultura da oliveira e da vinha, a exportação do
azeite e atraiu artífices estrangeiroséom a promessa de concessão de cida-
dania.
Social: obrigou os pais a ensinarem um ofício aos filhos, caso contrário,
estes ficariam desobrigados de ampará-los na velhice.
Institucional: a criação do Tribunal da Heliaia, ao qual qualquer pessoa
podia apelar das decisões dos tribunais, assegurava a ideia de que a lei se
encontrava acima do magistrado que tinha a cargo a sua aplicação. Julgava
todas as causas, tantopúblicas como privadas, à exceção dos crimes de
sangue. Os membrosda Heliaia, denominados heliastas. eram' sorteados
anualmente dentre os cidadãos atenienses.
Jurídica: instaurou a igualdade civil, suprimiu a propriedade coletiva dos
clãs, suprimiu a servidão por dívidas, limitou o poder paternal, estabeleceu
o testamento, a adoção etc.
Aristóteles, na sua obra A Constituição de Atenas, IX, 1, diz o seguinte:
"Ao que parece estas três constituem as medidas mais populares do
regime de Sólon: primeiro, e a mais importante, a proibição de se dar
empréstimos incidindo sobre as pessoas; em seguida, a possibilidade, a quem
se dispusesse, de reclamar reparação pelos injustiçados; e terceiro, o direito de
apelo aos tribunais, disposição esta referida como a que mais fortaleceu a
multidão, pois quando o povo se assenhoreia dos votos, assenhoreia-se
do governo".
Sólon instaura uma democracia moderada que fará a grandeza de Ate-
nas, onde, por meio de assembleias, aJustiça estava nas mãos dos cidadãos,
e não de profissionais especializados. Com isso, os gregos promoveram o
debate e a reflexão sobre o justo e a justiça, indo além do debate sobre as
normas.
Dentro de uma sociedade democrática como era a ateniense, a retórica
era parte essencial para convencer os outros acerca daquilo que o cidadão
pensava e defendia. Seu sentido original significava orador, que se referia à
arte de dizer, da eloquência. Tinha como objetivo original persuadir com a
força dos argumentos. É por essa característica que a lei ateniense era essen-
cialmente retórica. Não havia advogados, juízes, promotores públicos, apenas dois
litigantes dirigindo-se a centenas de jurados.
A atividade advocatícia era vista com maus olhos, como se fosse uma
cumplicidade para o engodo. O ideal era que todo cidadão se sentisse in-
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dignado com qualquer ilícito, mesmo sem ser a vítima. Para conhecermos o
advogado semelhante ao nosso contemporâneo será preciso esperar o direito
canónico do século XIII.Mas como toda roseira tem seus espinhos, existiam
pessoas que, veladamente, redigiam discursos para as partes que atuavam
no processo. Eram os denominados logógrafos.
Emdeterminada época, visando coibir a corrupção e outras chagas sociais,
ficou estabelecido que, para aqueles que denunciassem alguma irregularida-
de, parte do valor da condenação do réu seria a eles encaminhada. Houve
verdadeira febre de denúncias, muitas sem fundamentos. Os que denun-
ciavam falsamente alguém para obter vantagens ficaram conhecidos como
sicofantas. Para desestimular a denúncia frívola, foi estabelecida a seguinte
regra: se no curso do processo o denunciante não obtivesse pelo menos 1/5
dos votos do tribunal, estava sujeito a uma multa.
6.1.3. Principais institutos
Direito privado: deixou poucos traços no nosso direito moderno, e estes
por intermédio dos romanos. Os gregos pouco souberam exprimir as regras
jurídicas em fórmulas abstratas. Mesmo assim, parte da terminologia jurí-
dica moderna provém da língua grega: quirografário, anticrese, enfiteuse,
hipoteca etc.
O direito privado grego mais bem conhecido é o de Atenas. Na época
clássica esse direito era muito individualista, permitindo ao cidadão dispor
da sua pessoa e de seus bens. Encontram-se mesmo regras jurídicas mais
favoráveis à liberdade individual que no direito romano clássico.
Direito público: o que impressiona no direito grego era a clara distinção
entre lei substantiva e lei processual, muito próxima do nosso direito material
e processual atual.
- Substantiva: era o próprio fim que a administração da justiça buscava;
determinava a conduta e as relações com respeito aos assuntos litigados.
- Processual: tratava dos meios e dos instrumentos pelos quais os fins
deviam ser atingidos, regulando a conduta e as relações dos tribunais e dos
litigantes com respeito à contenda em si.
Exemplo de quão evoluído era o direito processual grego é encontrado
no estudo dos árbitros públicos e privados:
- Arbitragem privada: maneira simples e rápida de se resolver um litígio,
realizada fora do tribunal. Os árbitros não emitiam julgamento, mas procura-
vam obter acordo ou conciliação entre as partes. Tem como correspondente
a nossa atual mediação.
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- Arbitragem pública: utilizada nos estágios preliminares do processo
de alguns tipos de ações legais. O árbitro era designado pelo magistrado e
tinha como principal característica a emissão de um julgamento, com pos-
sibilidade de apelação. Esses árbitros eram escolhidos por sorteio e tinham
de ter mais de 60 anos.
Destaca-se também a clara distinção que havia entre ação pública e ação
privada.
- Açãopública: podia ser iniciada por qualquer cidadão que se consideras-
se lesado pelo Estado. Ex.:contra oficialpor aceitar suborno, por impiedade,
. contra o que propôs um decreto ilegal.
- Ação privada: debate judiciário entre dois ou mais litigantes, reivindi-
cando um direita ou/contestando uma ação, e somente as partes envolvidas
podiam dar início à ação. Ex.: assassinato, injúria, propriedade, violência
sexual, roubo.
O direito processual grego possuía os seguintes aspectos característicos.,
a) direito popular de acusação e de julgamento;
b) publicidade de todos os atos de processo, inclusive o julgamento;
c) prisão preventiva;
d) liberdade provisória sob caução, salvo nos crimes de conspiração contra
a pátria e a ordem política;
e)procedimento oficialnos crimes políticos e restrição do direito popular
de acusação em certos crimes que mais lesavam o interesse do indivíduo do
que o da sociedade.
As penas eram em geral castigos, multas, feridas, mutilações, morte e
exílio. O sistema penal era fundado na acusação popular, quando se trata-
va de crimes públicos. Qualquer cidadão tinha a faculdade de sustentar a
acusação, apresentando suas provas e formulando suas alegações perante
o Tribunal competente.
JURISDiÇÕES CRIMINAIS DOS ATENIENSES
a) Assembleia do Povo Composta pelos Senadores e Magistrados populares, que
discutiam apenas os crimes políticos mais graves.
b) Aerópago
o mais antigo e célebre tribunal, inicialmente julgava todos
os crimes e posteriormente julgava os crimes apenados
com morte.
c) Tribunal dos Efetas
Composto por 51 juízes escolhidos pelo Senado que julgavam
aqueles que cometiam homicídio não premeditado.
d) Tribunal da Heliaia
Assembleia que se reunia na praça pública da cidade e tinha
jurisdição comum, Julgando os recursos a ela apresentados.
73
Provas: foram além das tradicionais e irracionais ordálias utilizadas por
outros povos. EmAtenas as testemunhas ou partes podiam depor por escrito
ou pessoalmente. Já os juízes, visto que leigos emembros de uma assembleia,
podiam testemunhar, quando tivessem conhecimento dos fatos. O assombro
ficapor conta dos depoimentos dos escravos, que eram precedidos de tortura.
Acreditava-se que sem a tortura os escravos naturalmente mentiriam, ou
para proteger ou para vingar-se do seu senhor. Seguem os tipos de provas
admitidos pelo direito de Atenas:
a) provas naturais: evidências empíricas, como contratos, juramentos,
existência da lei etc.
b) provas artificiais: são fornecidas pela invenção e descoberta, procedem
do raciocínio. A eloquência é a responsável por fornecer essas provas.
Os gregos antigos não só tiveram um direito evoluído, como influen-
ciaram o direito romano e alguns dos nossos modernos conceitos e práticas
jurídicas, como:
- júri popular;
- a figura do advogado, originária do logógrafo;
- diferenciação de homicídio voluntário, involuntário e legítima defesa;
- mediação e arbitragem;
- gradação das penas de acordo com a gravidade dos delitos;
- retórica e eloquência forense;
- o poder paternal é limitado e pela maioridade o filho escapa à autori-
dade do pai;
- transferência da propriedade apenas por contrato, sendo organizado
sistema de publicidade, que traz proteção aos terceiros interessados.Júri: o direito a um julgamento por um júri formado de cidadãos comuns,
no lugar de especialistas, é parte fundamental da democracia. Foi uma in-
venção de Atenas.
6.2. Roma
Aevolução do direito romano émais tardia que a do direito egípcio e a do
direito grego. Nos séculos VIeVa.C, enquanto oEgito e a Gréciajá adotavam
um direito individualista, Roma permanecia ainda no estádio clânico.
Ahistória do direito romano é uma história de 22 séculos, que vai do século
VIIa.c. a V d.C., com a queda do Império Romano do Ocidente, prolongada
até ao século XV com o Império Romano do Oriente, também conhecido
como Império Bizantino.
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NoOcidente, a ciência jurídica romana conheceu um renascimento a partir
do século Kil, quando passou a ser estudada nas universidades europeias.
Foi essa redescoberta, aÜ~da'ao fato de a escrita ter desaparecido durante
a Idade Média, que fez o direito romano influenciar em grande escala o
direito europeu continental, advindo daí o fato de o nosso atual direito ser
considerado dentro do espectro dos direitos romanistas.
6.2.1. Breve história
Acidade de Roma, como reza a lenda fundada em 753a.C; não era senão
pequeno centro rurat no século VIII a.c. Menos de dez séculos depois passa
a ser o centro dê vasto império que se estende da Inglaterra, da Gália e da
Ibéria à África e ao Oriente Próximo até os confins do Império Persa.
Segundo aponta Moreira Alves, a lenda de Rómulo e Remo, na qual aquele
assassina este, sendo posteriormente o fundador da cidade, é fruto da sim-
bologia da representação de dois grupos etruscos rivais que disputavam o
poder". Segundo várias teses foi esse povo, que já dominava várias partes
da Europa, que fundou Roma, após derrotar a liga dos povos locais.
O Império Romano e suas várias etapas históricas estavam ligados áo
modo de produção escravagista. O motor do desenvolvimento estava nas
grandes propriedades apropriadas pela aristocracia patrícia que, controlan-
do os meios de produção, as terras e as ferramentas necessárias ao trabalho
agrícola, dominavam as classes pobres e livres dos plebeus. Já os escravos
eram classificados como res (coisa), eram uma espécie de propriedade ins-
trumental animada.
O crescimento da cidade não se baseava em uma economia tipicamente
urbana, mas sim em uma economia essencialmente agrícola, com larga uti-
lização do trabalho escravo, fato que permitia aos proprietários viverem na
cidade, com riquezas vindas do solo.
Dividiremos essa longa história romana em três períodos politica-
mente diferentes, cujo intuito é facilitar o entendimento de como se deu
o desenvolvimento da cidade, para posteriormente adentrarmos o estudo
específico de como funciona o direito nos principais períodos históricos
romanos. A evolução social, tanto em épocas remotas como agora, tem
imediata repercussão nos institutos jurídicos e funcionamento' de suas
respectivas instituições.
39 JoséCarlos Moreira Alves, Direito romano, p. 12.
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	CAPíTULO 6 
	Direito Antigo: Atenas e 
	" Grécia 
	6.1.1. Breve história 
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	6.1.2. Características do direito 
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	6.1.3. Principais institutos 
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	6.2. Roma 
	6.2.1. Breve história 
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