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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE – CAMPUS SANTA ROSA DO SUL LAYS DA ROSA GOULART THAINA RAUPP DUARTE PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO PARA A CULTURA DO FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) Santa Rosa do Sul (SC), 2017 LAYS DA ROSA GOULART THAINA RAUPP DUARTE MELHORAMENTO GENÉTICO DA CULTURA DO FEIJOEIRO Trabalho apresentado à disciplina de Melhoramento Vegetal e Biotecnologia do Curso de Engenharia Agronômica, do Instituto Federal Catarinense Campus Santa Rosa do Sul, como requisito para obtenção de nota parcial. Orientador (a): Prof. Naracelis Polleto Santa Rosa do Sul (SC), 2017 1. INTRODUÇÃO O feijão é uma planta pertencente à família Leguminosae, e classificado como uma planta autógama, ou seja, aquelas que realizam principalmente autofecundação (95%). Neste caso, a fertilização ocorre quando o pólen de uma planta fertiliza o óvulo da mesma planta, por possuir tanto partes masculinas como femininas. As espécies autógamas são caracterizadas pela homozigose. Muitas são as hipóteses para a origem e domesticação do feijoeiro. Existe a hipótese de que os tipos selvagens foram encontrados no México e os domesticados na Mesoamérica, sendo disseminados posteriormente na América do Sul. Porém, tem-se a possibilidade do feijão ter sido domesticado na América do Sul (Peru) e transportado para a América do Norte. Tem-se também estudiosos que sugerem a existência de três centros primários de diversidade genética, tanto para espécies silvestres como cultivadas: o mesoamericano, o sul e norte dos Andes. Além destes três centros americanos primários, podem ser identificados vários outros centros secundários em algumas regiões da Europa, Ásia e África. Na história do melhoramento de plantas, o homem pratica a seleção desde o início da agricultura. Porém o melhoramento como ciência se desenvolveu de forma mais expressiva no século XX, devido os conhecimentos da genética. Desde o início do melhoramento do feijão já se buscavam características como produtividade, arquitetura de planta, resistências, entre outras. Atualmente o melhoramento genético é realizado principalmente por instituições públicas, sendo os principais objetivos: boa qualidade comercial, porte ereto, alta produtividade, resistência as principais doenças e culinária dos grãos. Também busca-se cultivares adaptadas a colheita mecanizada, para diminuir mão de obra do produtor, adaptação a diferentes solos e clima, fixação simbiótica de nitrogênio e menor ciclo da cultura. O melhoramento do feijão preto no Brasil teve início por volta de 1930, porém, obteve maior êxito a partir de 1970. O melhoramento nesta cultura se torna significativo pelo fato de ser considerado um dos grãos de maior importância para a alimentação humana, por ser rico em proteínas e aminoácidos essenciais na dieta. Com produção em torno de 3 milhões de toneladas/ano, o Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de feijão, e por ser uma fonte de alimentação barata estima-se que o consumo do mesmo seja aproximadamente 19 kg ano/pessoa. Com o aumento de cultivos sucessivos de feijoeiro no Brasil alguns problemas fitossanitários já existentes há décadas têm-se acentuado. O vírus-do-mosaico- dourado (VMDF) é uma doença causada por um vírus transmitido pela mosca-branca (Bemisia tabaci) e é um dos principais problemas na cultura do feijão na América Latina. Os principais sintomas são amarelecimento do limbo foliar, com coloração verde das nervuras, tornando-se semelhante a um mosaico. As vagens das plantas infectadas podem apresentar-se deformadas e manchadas. Em condições favoráveis, o vírus pode afetar 100% da lavoura na fase inicial do desenvolvimento das plantas, ou seja, até 20 dias após a emergência das mesmas. O objetivo do trabalho é desenvolver uma variedade de feijoeiro resistente ao vírus do mosaico dourado. 2. JUSTIFICATIVA Como esta doença é um dos principais problemas enfrentados pelos produtores da cultura do feijão, podendo causar grandes impactos na produtividade e chegar a perdas de 100% da cultura se faz necessário este estudo, para obtenção de uma cultivar resistente ao vírus do mosaico dourado. Pode-se ressaltar ainda que este estudo é importante principalmente por atender a produtores que queiram trabalhar com variedades melhoradas e não transgênicas, pois já se tem sementes de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, porém modificadas geneticamente, e ainda não disponível no mercado. 3. OBJETIVO O objetivo do trabalho é a realização de um melhoramento genético na cultura do feijoeiro para obter plantas contendo características como: alta produtividade, boa resistência a debulha no campo, resistente ao acamamento, a antracnose, mosaico comum, mancha angular, ferrugem, e principalmente ao vírus do mosaico dourado. 4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) pertence à família Fabaceae que compreende em torno de 650 gêneros e 18.000 espécies, distribuídas nas subfamílias Caesalpinioideae, Faboideae e Mimosoideae (FERREIRA, 2008). Sua reprodução é do tipo autógama, onde a fecundação ocorre dentro da mesma flor e da mesma planta. Ocorre também a cleistogamia, fenômeno pelo qual a fecundação ocorre antes da flor abrir-se completamente. No entanto, a taxa de fecundação cruzada é relativamente alta e principalmente realizada por insetos polinizadores, levando a existência de grande número de variedades com inúmeros tipos de planta e de grão, resultando em grande biodiversidade (BEVILAQUA et al., 2013). O gênero Phaseolus possui aproximadamente 55 espécies e no Brasil são cultivadas além do Phaseolus vulgaris (feijoeiro comum), o Vigna unguiculata (feijão de corda) e o Cajanus cajan (feijão-guandu) (TSUTSUMI, BULEGON, PIANO, 2015). A origem do feijão se deu no continente americano, onde populações selvagens crescem, desde o Norte do México até o Norte da Argentina e sul do Peru (SANTOS, GAVILANES, 2006). Acredita-se que as cultivares do Brasil são oriundas do norte da América do Sul e México (FREITAS, 2006). Em trabalhos mais recentes se encontra confirmações de que as cultivares comerciais descendem de cultivares andinas (BITOCCHI et al., 2012). Evidências fitomórficas mostram que esta espécie foi domesticada em época pré-incaica, tendo sido amplamente cultivada durante o grande Império dos Incas e conhecida como quichua de puruto. Posteriormente se disseminou em outras regiões da América e, logo após o descobrimento deste continente, foi introduzido na Europa, talvez em 1540, e depois na Ásia, para adquirir, desde então, grande importância na alimentação popular (JUNIOR, 1960). O surgimento de métodos de obter plantas com melhor rendimento, resultou na ciência do melhoramento genético de plantas. Problemas como a ausência da característica de interesse dentro da espécie e a incompatibilidade sexual sempre foram empecilhos para obter plantas com as características desejadas pelos pesquisadores para satisfazer as crescentes demandas da sociedade. Gradativamente, os pesquisadores foram selecionando as melhores raças de plantas. Portanto, a ação do homem foi a de retirar da natureza os organismos que tinham um melhor conjunto de características capazes de produzir, eficientemente, produtos para alimentação, saúde humana e uso industrial (ARAGÃO et al.,2005). O melhoramento do feijoeiro no Brasil, até a década de 1950, era conduzido principalmentepelos Institutos Agronômicos do Ministério da Agricultura, pelo Instituto Agronômico de Campinas e a Universidade Federal de Viçosa. Como a oferta de feijão não acompanhou o crescimento populacional do País e com a quebra de produção por motivos climáticos, surgiram as “crises do feijão” forçando diversos órgão públicos, estaduais e federais a dar maior atenção a esta leguminosa (BORÉM, 2005). Atualmente há programas de melhoramento na cultura sendo conduzidos nas Universidades Federais de Viçosa e Lavras, na Embrapa Arroz e Feijão, na Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minais Gerais, no Instituto Agronômico de Campinas, do Paraná e na Embrapa de Clima Temperado (BORÉM, 2005). O melhoramento nesta cultura vem trabalhando desde de características radiculares para a fixação biológica do nitrogênio (FBN), passando por resistência a insetos e doenças, tolerância a seca, a colheita mecanizada, o aumento da produtividade, chegando na pós-colheita, como na qualidade nutricional dos grãos e o tempo de cozimento (TSUTSUMI, BULEGON, PIANO, 2015). A produção estimada para o ano de 2014, com o somatório das três safras possíveis no território, foi de 3,558 milhões de toneladas, em 3,197 milhões de hectares, representando um incremento de 26,8%, quando comparado ao ano de 2013. Tendo uma produtividade média de 1058 kg/ha, que foi cerca de 15,9% superior à safra anterior (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2014). A cultura do feijoeiro no Brasil é submetida a vários estresses bióticos devido a patógenos. Esses, causam redução expressiva na produtividade e afetam a qualidade do produto. Entre as alternativas de controle, o uso de cultivares mais resistentes tem sido procurada. Os programas de melhoramento genético no Brasil têm dado ênfase na obtenção de linhagens mais resistentes às doenças devido aos vírus, fungos e bactérias (INFOBIBOS, 2011). O vírus do mosaico dourado é uma das principais doenças do feijoeiro comum, sendo economicamente importante em muitos estados brasileiros. As perdas na produção podem ser totais, entretanto, dependem da idade da planta no momento da inoculação, do grau de tolerância da cultivar e da estirpe do vírus. Os sintomas tornam- se evidentes quando as plantas apresentam de duas a quatro folhas, manifestando- se por um amarelecimento intenso, delimitado pela coloração verde das nervuras, dando um aspecto de mosaico (WENDLAND, 2016). Em cultivares suscetíveis, as folhas novas são fortemente deformadas e, se a infecção ocorre no estádio de plântula, produz redução da altura da planta. As vagens podem apresentar-se deformadas e manchadas. A perda na produção varia de 70 a 100% com a redução de peso e da qualidade de grãos (RAVA, 2015). As medidas de controle para o mosaico são somente efetivos quando utilizadas em conjunto. Deve-se ter um controle preventivo rígido da mosca-branca e utilização de cultivares com boas qualidades e adaptação ao clima da região, e cultivares resistentes (WENDLAND, 2016). Por maior que seja a importância desta doença na cultura do feijoeiro, ainda não são identificadas variedades melhoradas geneticamente resistentes, somente variedades transgênicas. Desta forma para produtores que não tenham interesse em trabalhar com transgenia, seria de grande importância uma planta resistente ao ataque do vírus do mosaico dourado gerada através do melhoramento genético. 5. MATERIAL E MÉTODOS O experimento será realizado na Fazenda Três Irmãos localizada no município de Sobradinho, no Vale do Rio Pardo-RS. O município de Sobradinho está localizado no Centro do Estado do Rio Grande do Sul entre as coordenadas geográficas 29º24’57” sul e 53º01’42” oeste. Sobradinho caracteriza-se por possuir um clima subtropical, com chuvas distribuídas por todo ano e sem estação seca definida, ocorrendo verões quentes e invernos frios, apresentando temperatura média entre 13,6ºC em junho e 23,6°C em janeiro, com mínimas de até -3°C e máximas de até 40°C., com ocorrências esporádicas de geadas nos meses de junho a agosto. Para o estudo foi realizado o cruzamento de dois progenitores com fecundação cruzada para obtenção da F1. Um dos pais é o feijão BRS EXPEDITO que tem como características resistência a 9 de um total de 13 raças da antracnose, moderada resistência ao mosaico comum, mancha angular e ferrugem, suscetível ao crestamento bacteriano e mosaico dourado. Possui porte ereto, resistência ao acamamento, maior tamanho (28,2 g/100 sementes) e coloração uniforme do grão e alto potencial produtivo (2359,3 kg/ha), e boa resistência a debulha no campo. É uma cultivar de tipo II, de grãos pretos, ciclo de 88 dias, indicada para o estado do Rio Grande do Sul. A cultivar selvagem utilizada será a VM GOLDEN, tendo características como resistência ao mosaico dourado, suscetível a antracnose, ferrugem e mancha angular, baixa produtividade, suscetível a debulha no campo e ao acamamento. Possui também porte ereto e pertence ao tipo II, com grãos pretos e grandes (27,5 g/100 sementes), com ciclo de 92 dias. O método escolhido para o melhoramento genético do feijão foi o método da descendência de uma semente única semente ou SSD. Este é juntamente com o método Bulk o mais indicado para utilização em melhoramento de feijão. Consiste em avançar as gerações segregantes até um nível satisfatório de homozigose (normalmente F6), utilizando uma única semente de cada indivíduo de uma geração para estabelecer a geração seguinte. A seleção é feita nas gerações mais avançadas, a partir de F7 (TSUTSUMI, BULEGON, PIANO, 2015). Tem como vantagem diminuir as perdas por amostragem e possibilita o avanço das populações segregantes, com menor trabalho e exigindo reduzido espaço (BORÉM, 2005). Como desvantagem nesse método, na geração de abertura de linhas, normalmente, a planta apresenta alta taxa de homozigose e, portanto, não existe variação dentro da linha, o que restringe a variabilidade genética e reduz a representatividade da amostragem. Além disso, como normalmente o espaço em casa-de-vegetação para avanço dessas plantas é restrito, pode ocorrer uma sub-amostragem das plantas avançadas, acarretando uma redução da variabilidade final da população a ser selecionada. Nesse método, não ocorre à ação da seleção natural, que poderia eliminar ou selecionar alguns fenótipos desejáveis (RAMALHO et al.,2001). A condução do trabalho será feita em estufa com controle de irrigação, e com bancadas de concreto contendo solo para o plantio das cultivares. Como há o controle de radiação, irrigação, geada, entre outros fatores, será realizado 3 ciclos da cultura por ano. A adubação será feita conforme o recomendado para a cultura, e feita a cada ciclo, porém se os índices estiverem altos e não ser necessária a adubação, a mesma não será realizada. Será adicionado a formulação 04-14-08 (NPK) + Zinco (Zn) + Boro (B), utilizando-se 400kg/ha, sendo parcelada em duas vezes, metade na base e o restante após 25 dias. Os cruzamentos começarão da seguinte forma: Será realizado o plantio e cruzamento das duas cultivares escolhidas, ou seja: BRS EXPEDITO X VM GOLDEN O plantio será realizado em blocos ao acaso, contendo dez parcelas, cada parcela com 4000 plantas, sendo 2000 de uma cultivar e 2000 de outra, dispostas da seguinte forma (Figura 1): Cultivar A x Cultivar B x Cultivar A x Cultivar B Figura 1: Disposição de plantas nas parcelas contendo as duas cultivares de forma que facilite a polinização manual. Após, quando ocorrer o florescimento se fará polinização cruzada manual realizada pelos melhoristas do programa, sendo inserido o pólen da planta VM GOLDENna antera da planta BRS EXPEDITO. Será realizado também a emasculação da planta BRS EXPEDITO para que não ocorra a fecundação nela mesma. De cada planta obtida deste cruzamento (20000 plantas) será colhida 1 semente, e homogeneizadas para o novo plantio, obtendo-se assim a geração F1. Para compor a geração F2 colhe-se uma semente aleatoriamente de cada planta gerada na F1, mistura-se e em seguida se realiza o plantio. O mesmo ocorre nas seguintes gerações, até F6, onde se alcançará 91% das plantas em homozigose. Após estas etapas se começa a seleção das plantas. Em F6 com 20000 plantas, foi selecionado 5000 plantas que apresentaram características como porte ereto e resistência ao vírus do mosaico dourado. De cada planta selecionada irá se retirar 10 sementes que serão plantadas em linhas para compor a próxima geração (Figura 2). Na geração F7 será plantado 5000 fileiras, sendo cada fileira uma planta selecionada na F6, e cada fileira composta por 10 sementes que vão gerar 10 plantas. No total irá se obter 50000 plantas nesta geração. Figura 2: Disposição de plantas desde a geração F2 até F7 (linhas). Nesta geração serão selecionadas plantas que apresentem porte ereto, resistência ao vírus do mosaico dourado, e ainda maior tamanho e coloração uniforme do grão. Foram selecionadas 1000 plantas que atenderam esses requisitos. Colheu- se 10 sementes de cada planta e foi passado para a geração seguinte (F8). Na geração F8 tem-se 1000 fileiras, sendo cada fileira composta por 10 plantas (sementes) oriundas da F7, totalizando 10000 plantas. Para seguir em frente no programa de melhoramento as plantas devem conter características de porte ereto, resistência ao vírus do mosaico dourado, maior tamanho e coloração uniforme do grão, e ainda boa resistência a debulha no campo. Selecionou-se 500 plantas com essas características. Estas (10 sementes de cada planta) seguiram para a geração F9. A geração F9 é composta por 5000 plantas. Aqui selecionaram-se plantas que atendiam aos seguintes requisitos: porte ereto, resistência ao vírus do mosaico dourado, maior tamanho e coloração uniforme do grão, boa resistência a debulha no campo, resistência ao acamamento, mosaico comum e mancha angular. Foi selecionado 50 plantas com essas características, seguindo para F10, 10 sementes de cada planta. O total em F10 é de 500 plantas. Para seguir para F11 as plantas deveriam conter tais características: porte ereto, resistência ao acamamento, maior tamanho e coloração uniforme do grão, boa resistência a debulha no campo, resistência ao vírus do mosaico dourado, mosaico comum e mancha angular, resistência a ferrugem e antracnose. Com estas características foram selecionadas 5 plantas que seguirão para F11 (10 sementes/planta). Em F11 tem-se 50 plantas onde encontrou-se somente 1 planta que atendia a todos os pré requisitos: porte ereto, resistência ao acamamento, maior tamanho e coloração uniforme do grão, boa resistência a debulha no campo, resistência ao vírus do mosaico dourado, mosaico comum e mancha angular, resistência a ferrugem e antracnose, e ainda alto potencial produtivo (acima de 2500 kg/ha). A cultivar desejada foi alcançada pelo melhorista, o próximo passo é a realização dos ensaios preliminares, que serão conduzidos da seguinte forma: Plantio da cultivar melhorada e de uma cultivar elite, para fazer comparação entre as duas em um teste regional; Testar a cultivar melhorada nos três estados do Sul (RS, SC, PR) para avaliar como se comporta em diferentes condições; Indicação de VCU; Produção de sementes para lançamento; Lançamento da cultivar; Ofertar aos produtores as sementes. O melhoramento desde os primórdios até o lançamento da cultivar levará em torno de 8 anos no total. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O feijão ocupa um espaço bastante importante entre as plantas cultivadas no Brasil, mas devido ao seu cultivo ser quase totalmente de subsistência são poucas as empresas ou multinacionais que investem no melhoramento para essa cultura. Normalmente o interesse em melhoramento do feijoeiro vem de estatais. Essas normalmente possuem recursos escassos e limitados, fazendo com que a cultura não avance no mesmo ritmo de outras como soja e milho. Porém, mesmo com poucos estudos voltados ao feijão, o melhoramento no Brasil é avançado e atende a algumas das principais necessidades dos produtores. A cultura é de grande importância para a produção agropecuária gaúcha e brasileira. No Rio Grande do Sul, ocupa uma área de 100 mil ha, com produtividade média de 1.200 Kg/ha, resultando em volume de produção de 120 mil toneladas. No Rio Grande do Sul, o feijão de grão preto corresponde a 90% do volume produzido, enquanto no Brasil o grão cultivado e consumido, predominantemente, é o tipo Carioca. Por este motivo o trabalho foi de grande valia para levar aos produtores uma variedade que atenda as características mais desejadas e necessárias. Após fazer testes com a nova cultivar nos três estados do Sul, a TRD GOLD apresentou alta adaptação as três regiões, mantendo todas as suas características melhoradas através do programa de melhoramento. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAGÃO, F.J.L.; JOSIAS CORRÊA, J. F. Obtenção de feijoeiro resistente ao vírus do mosaico dourado. Disponível em: <http://www.anbio.org.br/noticias/francisco_aragao.htm>. Acesso em:04/05/2017. BEVILAQUA, G.A.P. et al. Indicações Técnicas para Produção de Sementes de Feijão para a Agricultura Familiar. EMBRAPA, Pelotas, 2013. Circular Técnica 141. BITOCCHI, E. et al. A origem mesoamericana do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) é revelada por dados de seqüência. PNAS, v.109, n.14, p.788-796, jul. 2012. BORÉM, A. Melhoramento de espécies cultivadas. 2º ed. Viçosa-MG: Ed. UFV, 2005. p. 301-374. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. 1.ed. Brasília, 2014. 95p. DEBOUCK, D. G. Diversificação primária de Phaseolus nas Américas: três centros?. Boletim Informativo sobre Recursos Genéticos de Plantas, v. 67, p.2- 8, 1986. FERREIRA, A.G. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, CITOGENÉTICA E PALINOLÓGICA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-VAGEM Phaseolus vulgaris L. (FABACEAE). Jaboticabal, 2008. Dissertação-Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciencias Agrárias e Veterinária, 2008. FREITAS, F. D. O. Evidências genético-arqueológicas sobre a origem do feijão comum no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n.7, p.1199- 1203, jul. 2006. INFOBIBOS. MELHORAMENTO GENÉTICO DO FEIJOEIRO VISANDO A RESISTÊNCIA AS DOENÇAS. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2007_1/MelFeijoeiro/index.htm>. Acesso em: 04/05/2017. JUNIOR, J, B, F, M. O feijão comum. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 1960. RAVA, C,A. Doenças Viróticas. EMBRAPA, 2016. RAMALHO, M. A. P.; ABREU, A. F. B.; SANTOS, P. S. J. Melhoramento de espécies autógamas. In: NASS, L. L.; VALOIS, A. C. C.; MELO, I. S.; VALADARES-INGLIS, M. 36 C. (Ed.). Recursos genéticos e melhoramento – plantas. Rondonópolis: Fundação MT, 2001. cap. 9, p. 201-230. SANTOS, J. B.; GAVILANES, M. L. Botânica. In: VIEIRA, C. et al. Feijão. Viçosa: UFV, 2006, 600p. TSUTSUMI, C.Y., BULEGON, L.G., PIANO, J.T. Melhoramento genético do feijoeiro: avanços, perspectivas e novos estudos, no âmbito Nacional. Nativa, Sinop, v. 03, n. 03, p. 217-223, jul./set. 2015. WENDLAND, A. Árvore do conhecimento do feijão: Vírus do mosaico dourado do feijoeiro. EMBRAPA, 2016.
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