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1. A equação para o MHS Quando o movimento de um corpo descreve uma trajetória, e a partir de um certo instante começa a repetir esta trajetória, dizemos que esse movimento é periódico. O tempo que o corpo gasta para voltar a percorrer os mesmos pontos da trajetória é chamado de período. No nosso cotidiano existem inúmeros exemplos de movimento periódico, tais como o pêndulo de um relógio ou um sistema massa - mola, quando um desses conjuntos descrevem um vai e vem em torno das suas posições de equilíbrio. Considerando um sistema massa - mola que obedeça à Lei de Hooke e supondo que a resultante das forças que atuam na massa é a força restauradora da mola, encontramos que: xwmmaF 2-== Mas F = - k x xk td xd mF -== 2 2 ou seja: 0 2 2 =÷ ø ö ç è æ+ x m k td xd ou ainda: m k wondexw td xd ==+ 02 2 2 A solução mais geral da equação anterior tem a forma: tAetx a=)( onde A e a são constantes a determinar. Usando a solução, encontramos: ï ï î ï ï í ì = = t t eA td xd eA dt dx a a a a 2 2 2 Aplicando estes resultados na equação do MHS, temos que: 022 =+ tt AeweA aaa ou ainda: ( ) 022 =+ wAe t aa Como A e a são diferentes de zero, em princípio, a única forma da equação acima se anular será quando: wiww ±=Þ-=\=+ aaa 2222 0 A solução da equação do MHS toma, então, a forma: titi eAeAtx aa -+ += 21)( A solução da equação do MHS poderá tomar outra forma se redefinirmos as constantes A1 e A2 , da seguinte forma: O modelo e suas equações Romero Tavares - 2004 2 ï ï î ï ï í ì = = - + j j i M i M exA exA 2 1 2 1 2 1 ( ) ( )jj +-++ += wtiM wti M exextx 2 1 2 1 )( Considerando a fórmula de De Moivre: ( )qqq qqq iii eeie -+ +=Þ+= 2 1 cossencos temos que: ( )j+= wtxtx M cos)( 2. MHS amortecido Em diversas situações do nosso cotidiano, os movimentos oscilatórios têm uma duração finita, eles têm um começo e um fim. Não ficam se movendo no ir e vir de modo indefinido. Isso acontece, basicamente, devido a atuação de forças dissipativas tais como as forças de atrito. Em uma situação simples as forças dissipativas podem ser representadas por uma função que depende linearmente da velocidade. Vamos considerar um sistema composto de uma mola de constante elástica k com uma das extremidades presa ao teto e a outra suspendendo um corpo de massa m . Nesse corpo está presa uma haste vertical que tem a sua outra extremidade presa a um anteparo que está mergulhado em um líquido. Quando o anteparo se move no líquido esse movimento é amortecido por uma força que surge devido à viscosidade do líquido. Essa força dissipativa pode ser descrita por uma equação do tipo: FA = - b v onde b é chamado de constante de amortecimento. A resultante das forças que atuam no corpo de massa m é dada por: F = - k x - b v ou seja: m a = - k x - b v A forma diferencial da equação anterior é: td xd bkx td xd m --= 2 2 ou 0202 2 =+÷ ø ö ç è æ+ xw td xd m b td xd onde m k w =0 A solução da equação diferencial anterior tem a forma: x(t) = A eat O modelo e suas equações Romero Tavares - 2004 3 onde A e a são constantes a serem determinadas. Aplicando essa forma na equação diferencial encontramos que: 020 2 =+÷ ø ö ç è æ + ttt AeweA m b eA aaa aa ou seja: 020 2 =ú û ù ê ë é +÷ ø ö ç è æ+ w m b Ae t aaa Como 0¹tAea , teremos então que: 020 2 =+÷ ø ö ç è æ + w m b aa cujas soluções são: 2 4 20 2 w m b m b -÷ ø ö ç è æ±- =a ou ainda: 2 0 2 22 w m b m b -÷ ø ö ç è æ±-=a Vamos considerar inicialmente que o movimento é sub-amortecido : 2 2 0 2 ÷ ø ö ç è æ> m b w e definir: 2 2 0 2 ÷ ø ö ç è æ-= m b ww A logo: Awim b ±-= 2 a A função x(t) terá, então, a forma: tiw m bt tiw m bt AA eAeAtx --+- += 2221)( ou seja: ( ) m bt tiwtiw eeAeAtx AA 221)( --+ += e usando uma transformação equivalente àquela do MHS, temos que: ( )j+= - twextx Am bt M cos)( 2 O modelo e suas equações Romero Tavares - 2004 4 A equação da posição em função do tempo tem a forma da curva da figura ao lado. Ela é um cosseno multiplicado por uma exponencial, e o resultado é um cosseno cuja amplitude de oscilação vai diminuindo à medida que as oscilações se processam. Um exemplo típico dessa situação é a porta dos saloons dos filmes de bang-bang. Quando alguém passa pela porta ela inicia a oscilação com uma grande amplitude, que vai diminuindo com o tempo. Quando supomos que o movimento é super-amortecido , temos que: 2 2 0 2 ÷ ø ö ç è æ< m b w temos 2 0 2 2 w m b w B -÷ ø ö ç è æ= e o parâmetro a agora tem a forma: Bwm b ±-= 2 a e a partir dele encontramos a equação da posição em função do tempo: ( ) m bt twtw eeAeAtx BB 221)( --+ += ou, se redefinirmos as constantes: ( )j+= - twextx Bm bt M cosh)( 2 A equação da posição em função do tempo tem a forma da curva da figura ao lado. Ela é um cosseno hiperbólico multiplicado por uma exponencial, e o resultado é um decréscimo monotônico da amplitude. Na realidade não chega a acontecer nenhuma oscilação, e à medida que o tempo evolui , a amplitude de oscilação vai ficando sempre menor. Um exemplo típico dessa situação é a porta dos escritórios. Quando alguém passa pela porta ela inicia a um movimento em direção ao repouso na posição de equilíbrio. O modelo e suas equações Romero Tavares - 2004 5 3. A equação da onda e sua solução A equação diferencial que descreve uma onda viajando em uma dimensão, tem a forma 0 1 2 2 22 2 = ¶ ¶ - ¶ ¶ t u vx u onde a função u(x,t) descreve o deslocamento de um elemento de massa da sua posição de equilíbrio. Se considerarmos uma corda esticada horizontalmente, u(x,t) nos indica o quanto o elemento de corda da posição x se deslocou da posição horizontal de equilíbrio no instante t . Corda onde seta se propagando uma onda. No instante inicial o sexto “pedaço” de corda localizado na posição x está sem deslocamento vertical No instante t o “sexto” “pedaço” de corda deslocou-se verticalmente de u(x,t) da posição original. Se considerarmos uma onda se propagando em um tubo que contém ar, a função u(x,t) nos indica o quanto o elemento de volume que se encontrava na posição x se deslocou no instante t . Os deslocamentos dos elementos de volume do ar no tubo propiciam a propagação da onda. Tubo no instante inicial, sem perturbação. O “quinto” elemento de volume está na posição x No instante t o “quinto” elemento de volume deslocou-se de u(x,t) da posição original. E finalmente, v é a velocidade de propagação da onda no meio. Podemos mostrar que a função u(x,t) = f(x-vt) O modelo e suas equações Romero Tavares - 2004 6 é uma solução da equação diferencial, não importa a forma de f , mas é impositivo a forma que as variáveis se relacionam. Podemos mostrar essa relação diretamente,através da equação diferencial, se consideramos uma outra variável: s = x-vt ï ï ï î ïï ï í ì = ¶ ¶ ÷÷ ø ö çç è æ = ¶ ¶ = ¶ ¶ = ¶ ¶ ÷ ø ö ç è æ= ¶ ¶ = ¶ ¶ 2 2 2 2 2 2 2 2 ds fd x s ds fd x f x u ds df x s ds df x f x u e de modo equivalente ï ï ï î ïï ï í ì = ¶ ¶ ÷÷ ø ö çç è æ -= ¶ ¶ = ¶ ¶ -= ¶ ¶ ÷ ø ö ç è æ= ¶ ¶ = ¶ ¶ 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ds fd v t s ds fd v t f t u ds df v t s ds df t f t u Usando esses resultados na equação diferencial da onda, encontramos que: 0 1 2 2 2 22 2 =ú û ù ê ë é -ú û ù ê ë é ds fd v vds fd De maneira similar, podemos mostrar que a função u(x,t) = g(x+vt) também é uma solução da equação diferencial. É possível mostrar que a solução geral da equação diferencial da onda tem a forma: u(x,t) = f(x-vt) + g(x+vt) onde o primeiro termo da direita representa uma onda viajando no sentido positivo do eixo x enquanto o segundo termo da direita representa uma onda viajando no sentido negativo do eixo x. Para resolver a equação diferencial vamos considerar que a solução é do tipo: u(x,t) = X(x) T(t) ou seja, que as variáveis x e t são separáveis. Teremos então que: ï ï î ï ï í ì = ¶ ¶ = ¶ ¶ 2 2 22 2 2 2 2 2 2 11 dt Td v )x(X t u v dx Xd )t(T x u e portanto O modelo e suas equações Romero Tavares - 2004 7 0 1 2 2 22 2 =- dt Td v )x(X dx Xd )t(T ou seja: 2 2 2 22 2 11 k dt Td Tvdx Xd X -== Como as funções são independentes, consideramos que os termos equivalentes deveriam ser iguais a uma constante, e arbitramos essa constante como sendo - k2 . Arrumando as equações de maneira adequada, encontramos que: ï ï î ï ï í ì =+ =+ 0 0 2 2 2 2 2 Tw dt Td kX dx Xd onde usamos que w = kv. As soluções mais gerais destas equações são do tipo: ï î ï í ì += += - - iwtiwt ikxikx eBeB)t(T eAeA)x(X 21 21 No entanto, vamos considerar um caso particular: [ ] [ ]ïî ï í ì += -= - - iwtiwt ikxikx eeB)t(T eeA)x(X e desse modo encontramos que: ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]{ }wtkxiwtkxiwtkxiwtkxi eeeeAB)t(T)x(X)t,x(u +-+--- -+-== ou seja: u(x,t) = C sen(kx-wt) + C sen(kx+wt) Se estivermos considerando apenas uma onda viajando no sentido positivo do eixo x, teremos: u(x,t) = C sen(kx-wt)
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