Prévia do material em texto
Prof. Evandro de Moraes e Silva Conceitos gerais Os vasos sanguíneos do coração compreendem as artérias coronárias e veias cardíacas, que conduzem o sangue que entra e sai da maior parte do miocárdio. O endocárdio e parte do tecido subendocárdico imediatamente externo ao endocárdio recebem oxigênio e nutrientes por difusão ou por microvascularização diretamente das câmaras do coração. Os vasos sanguíneos do coração, normalmente integrados ao tecido adiposo, atravessam a superfície do coração logo abaixo do epicárdio. Às vezes, partes dos vasos estão entranhadas no miocárdio. Os vasos sanguíneos do coração são afetados pela inervação simpática e parassimpática. Irrigação arterial As artérias coronárias, os primeiros ramos da aorta, irrigam o miocárdio e o epicárdio. As artérias coronárias direita e esquerda originam-se dos seios da aorta correspondentes na região proximal da parte ascendente da aorta, imediatamente superior à valva da aorta, e seguem por lados opostos do tronco pulmonar. Pode haver variações na distribuição da artéria coronária esquerda e direita. Drenagem venosa O coração é drenado principalmente por veias que se abrem no seio coronário e em parte por pequenas veias que drenam para o átrio direito. O seio coronário, a principal veia do coração, é um canal venoso largo que segue da esquerda para a direita na parte posterior do sulco coronário. A veia cardíaca magna é a principal tributária do seio coronário, drenando as áreas do coração supridas pela artéria coronária esquerda. A veia IV posterior acompanha o ramo interventricular posterior (geralmente originado da artéria coronária direita). Uma veia cardíaca parva acompanha o ramo marginal direito da artéria coronária direira. Assim, essas duas veias drenam a maioria das áreas comumente supridas pela artéria coronária direita. Algumas veias cardíacas não drenam via seio coronário. Algumas pequenas veias anteriores do ventrículo direito começam sobre a face anterior do ventrículo direito, cruzam sobre o sulco coronário e, em geral, terminam diretamente no átrio direito; às vezes elas entram na veia cardíaca parva. As veias cardíacas mínimas são pequenos vasos que começam nos leitos capilares do miocárdio e se abrem diretamente nas câmaras do coração, principalmente os átrios. Embora sejam denominadas veias, são comunicações avalvulares com os leitos capilares do miocárdio e podem conduzir sangue das câmaras cardíacas para o miocárdio. Vascularização e Inervação do Coração quarta-feira, 9 de agosto de 2017 15:00 Página 1 de Anatomia Drenagem linfática Os vasos linfáticos no miocárdio e no tecido conectivo subendocárdico seguem até o plexo linfático subepicárdico. Os vasos desse plexo seguem até o sulco coronário e acompanham as artérias coronárias. Um único vaso linfático, formado pela união de vários vasos linfáticos provenientes do coração, ascende entre o tronco pulmonar e o átrio esquerdo e termina nos linfonodos traqueobronquiais inferiores, geralmente no lado direito. Complexo estimulante do coração Tecido nodal: inicia os batimentos cardíacos e coordena contrações das quatro câmaras.○ Fibras condutoras: muito especializadas para conduzir os batimentos cardíacos rapidamente para as diferentes áreas do coração. ○ O complexo estimulante consiste em: Os impulsos são propagados pelas células musculares estriadas cardíacas, de modo que haja contração simultânea das paredes das câmaras. O nó sinotrial é uma pequena reunião de tecido nodal, fibras musculares cardíacas especializadas e tecido conectivo fibroelástico associado — é o marca-passo do coração. está localizado anterolateralmente, logo abaixo do epicárdio na junção da veia cava superior com o átrio direito, perto da extremidade superior do sulco terminal. O nó atrioventricular é um conjunto de tecido nodal menor que o nó sinotrial. O nó atrioventricular está localizado na região posteroinferior do septo interatrial perto da abertura do seio coronário. O sinal gerado pelo nó sinotrial atravessa as paredes do átrio direito, propagado pelo músculo cardíaco (condução miogênica),que transmite o sinal rapidamente para o nó atrioventricular. De tal estrutura então, distribui- se o sinal para os ventrículos através do fascículo atrioventricular. Na junção das partes membranácea e muscular do seio interventricular, o fascículo atrioventricular divide-se em ramos direito e esquerdo. Esses ramos prosseguem de cada lado do seio interventricular muscular profundamente ao endocárdio e depois se ramificam em ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje), que se estendem até as paredes dos respectivos ventrículos. Os ramos subendocárdicos do ramo direito estimulam o músculo do seio interventricular, o músculo papilar anterior através das trabéculas septomarginais (banda moderadora) e a parede do ventrículo direito. O ramo esquerdo divide-se perto de sua origem em aproximadamente seis tratos menores, que dão origem a ramos subendocárdicos que estimulam o seio interventricular, os músculos papilares anteriores e posteriores, e a parede do ventrículo esquerdo. Inervação Inervação simpática: cadeia paravertebral. A estimulação simpática aumenta a frequência cardíaca, a condução de impulso, a força de contração e, ao mesmo tempo, o fluxo sanguíneo pelos vasos coronários para garantir o aumento da atividade. A estimulação adrenérgica do nó sinotrial e do tecido condutor aumenta a frequência de despo larização das células marca-passo e a condução atrioventricular. A estimulação adrenérgica direta pelas fibras nervosas simpáticas, bem como a estimulação indireta pelos hormônios suprarrenais, aumenta a contratilidade atrial e ventricular. A maioria dos receptores adrenérgicos nos vasos sanguíneos coronários consiste em receptores β2 que, quando ativados, causam relaxamento (ou talvez inibição) do músculo liso vascular e, portanto, dilatação das artérias. Isso aumenta a oferta de oxigênio e nutrientes para o miocárdio durante períodos de atividade intensificada. ○ Inervação parassimpática: nervo vago. A estimulação parassimpática diminui a frequência cardíaca, reduz a força da contração e constringe as artérias coronárias, poupando energia entre períodos de maior demanda. As fibras parassimpáticas pós-ganglionares liberam acetilcolina, que se liga aos receptores muscarínicos para reduzir as frequências de despolarização das células marcapasso e a condução atrioventricular e diminuir a contratilidade atrial. ○ O coração é suprido por fibras nervosas autônomas do plexo cardíaco, que costuma ser dividido artificialmente em partes superficial e profunda. O plexo cardíaco é formado por fibras simpáticase parassimpáticas que seguem em direção ao coração e também por fibras aferentes viscerais que conduzem fibras reflexas e nociceptivas provenientesdo coração. As fibras partem do plexo e são distribuídas ao longo dos vasos coronários para estes vasos e para componentes do complexo estimulante, sobretudo o nó sinotrial. As vias aferentes entram na medula juntam com o plexo braquial, logo, uma dor no coração não é especifica, com característicade dor referida (irradiada). Página 2 de Anatomia