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Anatomia II Coração: • É uma bomba formada por tecido muscular estriado cardíaco • Localizada no mediastino (compartimento central da cavidade torácica). • É recoberto pelo pericárdio - membrana fibrosserosa que também reveste o início dos grandes vasos - possui três camadas: epicárdio, miocárdio e endocárdio. • Possui quatro câmaras: - 2 átrios, que recebem o sangue - 2 ventrículos, que ejetam o sangue. • O lado direito do coração recebe apenas sangue rico em CO2, enquanto o lado esquerdo recebe sangue bem oxigenado, assim: - O ventrículo direito impulsiona sangue pobre em O2, vindo do organismo pelo átrio direito, através das veias cavas superior e inferior (VCS e VCI), para o pulmão por meio das artérias pulmonares. – Circulação Pulmonar - O ventrículo esquerdo, por meio da aorta, leva o sangue oxigenado vindo do pulmão pelo átrio esquerdo através das veias pulmonares. – Circulação Sistêmica Valvas Cardíacas: • São estruturas de tecido conjuntivo responsáveis pela regulação do movimento sanguíneo dentro do órgão, garantem o fluxo unidirecional do sistema circulatório. • As valvas cardíacas são duas valvas atrioventriculares (VA) - uma direita (tricúspide) - e uma esquerda (bicúspide) que também é chamada de valva mitral. - OBS: Tricúspide e bicúspide são termos que se referem à quantidade de folhetos das valvas. • São reguladas pela diferença de pressão dentro das câmaras em relação aos grandes vasos, quando os ventrículos se enchem de sangue vindo dos átrios durante a sístole atrial, as valvas AV são forçadas a se fechar. - Há aumento da pressão dentro dos ventrículos, vencendo a pressão do tronco pulmonar e da aorta e forçando as valvas semilunares a se abrirem, liberando o sangue para a circulação sistêmica e pulmonar. - Da mesma forma, as valvas semilunares se fecham com o aumento da pressão nos grandes vasos pelo recebimento do sangue, que vence a pressão dos ventrículos e força o fechamento das mesmas. • OBS: Na ausculta cardíaca, o fechamento das valvas AV é responsável pelo som da 1ª bulha (sístole atrial) e o fechamento das valvas semilunares provoca o som da 2ª bulha (diástole ventricular). • Sístole: Valvas AV fechadas e valvas semilunares abertas. • Diástole: Valvas AV abertas e valvas semilunares fechadas. • Cada cúspide das valvas cardíacas se liga aos músculos papilares dos ventrículos pelas cordas tendíneas - impedem que as valvas se invertam durante a contração ventricular. Átrio Direito (AD): • Recebe sangue venoso da VCS, VCI e seio coronário. • Possui a aurícula direita (uma bolsa muscular que se projeta do átrio direito como uma câmara adicional), aumentando a capacidade do átrio. • Comunica-se com o ventrículo direito pelo óstio AV (atrioventricular) direito, que é protegido pela valva AV e circundado por um dos anéis do esqueleto fibroso do coração. • OBS: O anel fibroso mantém o calibre do óstio constante, resistindo à dilatação que poderia ser causada pela pressão sanguínea variada. • Parte posterior lisa, onde se abrem as veias cavas e o seio coronário, que trazem sangue pouco oxigenado para o coração. Ventrículo Direito (VD): • Forma a maior parte da face esternocostal e quase toda a margem inferior do coração. Gabrielle Peixoto Anatomia do Coração Anatomia II • Os ventrículos direito e esquerdo são separados pelo septo interventricular (SIV), composto pelas partes muscular e membranácea. • Em vista da pressão arterial muito maior no ventrículo esquerdo, a parte muscular do SIV (maior parte do septo) tem a espessura igual ao restante da parede do ventrículo esquerdo - Acima da valva, o SIV forma o septo atrioventricular que separa o átrio direito do ventrículo direito. • Trabécula septomarginal: feixe muscular curto que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV até a base do músculo papilar anterior - É importante porque conduz parte do ramo direito do fascículo AV até o músculo papilar anterior, reduzindo o tempo de condução e permitindo a contração coordenada do músculo papilar anterior. • O átrio direito se contrai quando o ventrículo direito está vazio e relaxado. - O sangue, então, faz um trajeto em formato de “U” no ventrículo direito, sofrendo uma mudança de direção que é acomodada pela crista supraventricular - A qual direciona o fluxo de entrada para a cavidade principal do ventrículo e o fluxo de saída para o cone arterial em direção ao óstio do tronco pulmonar. Átrio Esquerdo (AE): • A maior parte da base do coração • Apresenta uma parede mais espessa do que a do átrio direito. • Quatro veias pulmonares entram pela parede posterior do átrio esquerdo, que também possui uma parte com paredes lisas e uma aurícula muscular menor que é tubular e revestida por músculos pectíneos com parede trabeculada. • O átrio esquerdo também apresenta um óstio AV esquerdo, através do qual transfere o sangue oxigenado que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo. Ventrículo Esquerdo (VE): • Forma o ápice do coração. • Possui paredes mais espessas do que as do ventrículo direito, já que a pressão arterial é maior na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar - O VE “trabalha mais” que o VD. • Também apresenta músculos papilares maiores que do ventrículo direito e esses são recobertos pelas trabéculas cárneas. • Há também uma região de saída não muscular, de parede lisa, chamada de vestíbulo da aorta, que leva ao óstio da aorta e à valva da aorta. • As cordas tendíneas tornam-se tensas logo antes e durante a sístole, impedindo que as válvulas sejam empurradas para o átrio esquerdo. - Enquanto atravessa o ventrículo esquerdo, o fluxo sanguíneo sofre duas mudanças de trajeto perpendiculares. - Essa inversão de fluxo ocorre ao redor da válvula anterior da valva mitral. Complexo Estimulante do Coração • Gera e transmite os impulsos que produzem as contrações coordenadas do ciclo cardíaco, ou seja, é a estrutura responsável pelo automatismo do coração. • Consiste em tecido nodal que inicia os batimentos cardíacos e coordena as contrações das quatro câmaras, e fibras condutoras especializadas para conduzir os impulsos rapidamente por todo o coração, gerando contração simultânea das células cardíacas. • Os impulsos são propagados pelas células musculares estriadas cardíacas rapidamente graças às junções comunicantes, que permitem ligação direta entre essas células. • O complexo estimulante é formado pelos nós sinusal (SA) e atrioventricular (AV) e pelo complexo Hiss- Purkinje. • Os nós são conjuntos de células capazes de gerar impulsos (potenciais de ação) independentes, e o complexo Hiss-Purkinje é formando por fibras nervosas responsáveis pela condução do sinal. • O nó SA é o marca-passo do coração, o qual inicia e controla os impulsos para as contrações cardíacas, cujo sinal se propaga miogenicamente de ambos átrios. • O nó SA é suprido pela artéria do nó AS, ramo da artéria coronária direita (ACD). - É estimulado pelo SNA simpático para acelerar a frequência cardíaca e é inibido pelo parassimpático para retornar à frequência basal. • O sinal gerado pelo nó SA atravessa o átrio direito e chega ao nó AV, que o distribui para os ventrículos através do fascículo AV, também chamado de feixe de Hiss. • OBS: O nó AV “atrasa” a condução do sinal a fim de permitir o enchimento dos ventrículos antes da contração. Gabrielle Peixoto Anatomia II • O fascículo AV se divide em ramos direito e esquerdo, os quais também se ramificam e formam as fibras de Purkinje (ramos subendocárdicos), cujo segmento direito estimula o músculo do SIV, os músculos papilares anteriores e a parede do ventrículo direito, - Enquanto que o segmento esquerdo estimula o SIV, os músculos papilares anteriores e posteriores e a parede do ventrículo esquerdo. • O nó AV é irrigadopela artéria do nó AV, outro ramo da ACD. • Nó SA → contração atrial • Nó AV → feixe de Hiss • Fibras de Purkinje → contração ventricular Vascularização Cardíaca: • Os vasos sanguíneos do coração compreendem as artérias coronárias e as veias cardíacas, que conduzem sangue que entra e sai da maior parte do miocárdio. • O endocárdio e parte do tecido subendocárdico recebem O2 e nutrientes por difusão ou por microvascularização diretamente das câmaras do coração. • Os vasos sanguíneos do coração são afetados pela inervação simpática e parassimpática. • As artérias coronárias (primeiros ramos da aorta) irrigam o miocárdio e o epicárdio - suprem os átrios e os ventrículos • Próximo à sua origem, a artéria coronária direita (ACD) emite o ramo do nó SA ascendente e, na face anterior da cruz do coração (junção dos septos interatrial e interventricular), origina o ramo do nó AV. • A ACD supre, então, o átrio direito, a maior parte do ventrículo direito, parte do ventrículo esquerdo (face diafragmática), parte do septo IV e os nós SA e AV. • A artéria coronária esquerda (ACE) inicia-se no seio aórtico esquerdo. - Quando entra no sulco coronário, a ACE divide-se em artéria descendente anterior e artéria circunflexa esquerda. • A artéria descendente anterior (interventricular anterior),supre partes adjacentes dos ventrículos, irrigando a maior parte do septo interventricular. • A artéria circunflexa esquerda é menor e termina no sulco coronário na face posterior do coração, irrigando a lateral do ventrículo esquerdo. • A ACE supre o átrio esquerdo, maior parte do ventrículo esquerdo, parte do ventriculo direito, maior parte do SIV (septo interventricular) – incluindo o feixe de Hiss através dos ramos IV septais perfurantes e o nó SA • ACD e a ACE compartilham quase igualmente o suprimento sanguíneo do coração. • Os ramos das árterias coronárias são considerados artérias terminais funcionais, ou seja, artérias que irrigam regiões sem anastomoses suficientes com outros grandes ramos para manter a viabilidade do tecido em caso de oclusão. - No entanto, há anastomoses entre os ramos das artérias coronárias, subepicárdicos ou miocárdicos e entre essas artérias e os vasos extracardíacos, como os vasos torácicos. • OBS: Exercícios físicos promovem o desenvolvimento da circulação colateral do coração, que é importante para prevenção de infartos, pois o sangue tem para onde desviar em caso de obstrução de determinados vasos. • A drenagem venosa do coração é feita principalmente por veias que se abrem no seio coronário e em parte por pequenas veias que drenam para o átrio direito. • O seio coronário é a principal veia do coração, que recebe a veia cardíaca magna em sua extremidade esquerda e as veias interventricular posterior e parva em sua extremidade direita. - A veia posterior do ventrículo esquerdo e a veia marginal esquerda também se abrem no seio coronário. • A veia cardíaca magna é a principal tributária do seio coronário e drena as áreas do coração supridas pela ACE. • A veia interventricular anterior começa o ápice do coração e ascende com o ramo IV anterior da ACE. - No sulco coronário, sua segunda parte segue com o ramo circunflexo da ACE para chegar ao seio coronário. - Nesse momento o sangue flui no mesmo sentido num par artéria/veia. • As veias IV posterior e cardíaca parva drenam a maioria das áreas supridas pela ACD. • As veias anteriores do ventrículo direito e as veias cardíacas mínimas, que drenam diretamente para os átrios. • Os vasos linfáticos no miocárdio e no tecido conjuntivo subendorcárdico seguem até o plexo linfático subepicárdico, cujos vasos seguem até o sulco coronário e acompanham as artérias coronárias Grandes Vasos: • Compreendem as veias braquiocefálicas, VCS e o arco da aorta, com as raízes de seus principais ramos: tronco braquiocefélico, artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda. • A união das veias jugular interna e subclávia formam as veias braquiocefálicas direita e esquerda, posteriormente às articulações esternoclaviculares, que por sua vez formam a VCS. Gabrielle Peixoto Anatomia II • As veias braquiocefálicas conduzem o sangue da cabeça, pescoço e membros superiores para o átrio direito e a veia cava superior (VCS) conduz o sangue de todas as estruturas superiores ao diafragma, exceto os pulmões e o coração. Inervação Cardíaca: • O coração é suprido por fibras nervosas autônomas do plexo cardíaco. • O plexo cardíaco é formado por fibras simpáticas e parassimpáticas e fibras aferentes viscerais • As fibras partem do plexo e são distribuídas ao longo dos vasos coronários para esses vasos e para componentes do complexo estimulante, sobretudo o nó SA. • A estimulação simpática aumenta a frequência cardíaca, a condução do impulso, a força de contração e o fluxo sanguíneo pelos vasos coronários para garantir o aumento da atividade cardíaca. • A estimulação adrenérgica do nó SA e do tecido condutor aumenta a frequêcia de despolarização das células marca-passo e a condução atrioventricular. • A estimulação parassimpática provém de fibras pré- ganglionares dos nervos vagos e ela diminui a frequência cardíaca, reduz a força da contração e constringe as artérias coronárias, poupando energia entre períodos de maior demanda. - As fibras parassimpáticas pós-ganglionares liberam acetilcolina Aorta: • Maior artéria do corpo, sendo a principal integrante do grupo das grandes artérias elásticas (condutoras) do corpo. • A elasticidade permite que a aorta se dilate (quando recebe o débito cardíaco) e retorne ao seu diâmetro normal com facilidade, mantendo a pressão arterial enquanto o coração contrai e relaxa. • OBS: Débito cardíaco corresponde ao volume de sangue bombeado por minuto pelo coração. É igual ao valor da frequência cardíaca multiplicado pelo volume sistólico. • A aorta é formada por três túnicas (camadas): - Íntima: Também chamada de endotélio, constitui o revestimento interno do vaso. - Média: Formada basicamente por músculo liso e tecido elástico. - Externa: Também chamada de túnica adventícia, formada de tecido conjuntivo. Valva aórtica: • Entre o ventrículo esquerdo e o início da aorta há três válvulas semilunares: posterior, direita e esquerda. • As válvulas projetam-se para a artéria, mas são pressionadas em direção às suas paredes quando o sangue deixa o ventrículo. • OBS: Entre o ventrículo direito e o início do tronco pulmonar também há três válvulas semilunares, como na aorta, as quais vão regular o fluxo sanguíneo para a circulação pulmonar. • As aberturas das artérias coronárias direita e esquerda encontram-se nos seios direito e esquerdo da aorta, respectivamente, e nenhuma artéria origina-se no seio da aorta posterior (não coronário). Ramificações da Aorta: • A aorta pode ser dividida em 3 partes: ascendente, arco da aorta e descendente, que compreende as partes torácica e abdominal. • Os ramos da parte ascendente da aorta são as artérias coronárias direita e esquerda, originadas nos seios da aorta. • O arco da aorta é a continuação de sua parte ascendente, cuja terminação forma a parte torácica (descendente) da aorta. - Esse arco origina o tronco braquiocefálico, a artéria carótida comum esquerda (ACCE) e a artéria subclávia esquerda (ASE). Gabrielle Peixoto Anatomia II • O tronco braquiocefálico é o maior ramo do arco da aorta, que se divide nas artérias carótidas comum direita e subclávia direita, que levam o sangue para a cabeça e membro superior, respectivamente, assim como a ACCE e ASE. • A aorta torácica vai do arco da aorta até a 12ª vértebra torácica e, ao atravessar o hiato aórtico do diafragma, se torna a aorta abdominal. • A aorta abdominal origina diversos ramos: artérias frênicas inferiores, lombares, sacral mediana, artérias suprarrenais,renais, gonadais e o tronco celíaco, de onde se originam as artérias hepática comum, gástrica esquerda e artéria esplênica (lembrar do mnemônico HGE). - Também origina as artérias mesentéricas superior e inferior, terminando nas artérias ilíacas comuns direita e esquerda, que vão se ramificar e irrigar a região pélvica e membros inferiores. Gabrielle Peixoto
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