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Resumo Civil I

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INICIO DA PERSONALIDADE:
• Pessoa: Na dogmática do Direito, pessoa é sujeito titular de 
relações jurídicas. Pessoa é todo ser humano nascido com vida. 
Art 1, CC – “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na 
ordem civil.” 
• Personalidade: é a aptidão que toda pessoa tem de adquirir 
direitos e contrair deveres na ordem civil. No Brasil, toda pessoa é 
capaz de adquirir direitos e contrair deveres, portanto, toda 
pessoa é dotada de personalidade. Art 2, CC – “A personalidade 
civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. O 
nascimento com vida se dá através da primeira respiração (lei 
6015/73, art 55, parágrafo 2). 
• Inicio da personalidade: Como diz no artigo 2 do Código Civil, o 
nascimento com vida se dá através da primeira respiração do 
bebe. O nascituro aparece no artigo como capaz de direitos, 
porém não tem personalidade ainda, de acordo com a teoria 
adotada. Nascimento com vida = adquirir personalidade. Existem 
diversas teorias em cima de quando começa a personalidade 
humana. 1) Teoria natalista: A personalidade só começa a partir 
do nascimento com vida. Nasceu = respirou = adquiriu 
personalidade. 2) Teoria concepcionista: A personalidade 
começa a partir da concepção do ovulo. 3) Teoria da 
personalidade condicional: A personalidade só começa com o 
nascimento com vida, porém o nascituro tem expectativas de 
direito. 
CAPACIDADE: 
De acordo com o art 1 do Código Civil, toda pessoa é capaz de 
direitos e deveres na ordem civil. Essa capacidade se refere a 
capacidade de direito, é a aptidão para adquirir e ser sujeito de direitos 
e deveres. Qualquer pessoa tem capacidade direito, porém nem todas 
podem exercer plenamente esses direitos e deveres concedidos. A 
capacidade de fato se dá quando a pessoa tem a aptidão generica para 
exercer pessoalmente os atos da vida civil. 
TEORIA DAS INCAPACIDADES:
• Os incapazes são aqueles que não possuem capacidade de 
fato plena para exercer os atos da vida civil. É uma restrição legal 
ao exercício de atos da vida civil imposta a aqueles que não 
possuem o pleno discernimento necessitando assim de proteção. 
• Incapacidade absoluta: a pessoa não conserva nenhum grau de 
discernimento. Precisa de um representante (são os pais ou um 
tutor) para exercer os atos da vida civil em seu nome. Essa 
pessoa tem somente a capacidade de direito, mas não tem a 
capacidade de fato. São absolutamente incapazes de exercer os 
atos da vida civil os menores de 16 anos. EX: uma criança de 5 
anos herda um imóvel de seu avô. Ela tem direitos e deveres 
sobre esse imóvel, porém ela não poderá por exemplo, realizar 
um contrato de compra e venda pois ela não é plenamente capaz 
para fazer isso. Ela precisa de um representante que faça isso em 
seu nome. Qualquer ato praticado sem o representante é nulo 
(art 166, I, CC).
• Incapacidade relativa: a pessoa relativamente incapaz não 
possui idade, discernimento ou condições físicas para exercer 
plenamente sua vontade, por este motivo ela precisa de um 
assistente (pais, tutor ou curador) para lhe auxiliar nos atos da 
vida civil. A diferença entre o absolutamente incapaz para o 
relativamente incapaz é que o incapaz absoluto não poderá 
exprimir sua vontade, quem exprime essa vontade é sempre seu 
representante. O incapaz absoluto precisa de um representante 
que realize os atos da vida civil por ele. Já o relativamente incapaz 
tem sua vontade levada em consideração, mas seus atos só terão 
validade se seu assistente o auxiliar. Os relativamente incapazes 
podem realizar pessoalmente sem o auxílio de seu assistente os 
seguintes atos previstos em lei: 1) fazer testamento 2) celebrar 
contrato de trabalho 3) ser testemunha em processo 4) votar. São 
relativamente incapazes: 1) os menores de 16 anos e os 
menores de 18 anos; 2) ébrios habituais e os viciados em tóxicos; 
3) aqueles que por causa transitória ou permanente não puderem 
exprimir sua vontade (deficiência mental, estado de coma, perda 
de memória, etc); 4) pródigos.
• Cessação da incapacidade: A cessação da incapacidade 
depende do critério: 1) etário: art 5, CC – quando completa 18 
anos, a incapacidade relativa cessa automaticamente. Se adquire 
a capacidade plena (capacidade de direito + capacidade de 
exercício de direitos). 2) em casos de deficiência: quando a 
pessoa que não exprimia vontade passa a exprimi-la. EX: uma 
pessoa que estava em coma, volta ao normal com plena 
consciência. Tem que ser comprovado pelo juiz o fim dessa 
incapacidade. 3) no caso de ébrios e tóxicos: quando é curado 
o vício. Também tem que ser comprovado pelo juiz.
• Emancipação: é a antecipação da capacidade civil antes de a 
pessoa atingir maioridade, ou seja, antes dos 18 anos completos. 
Se divide em: 1) emancipação voluntária: tem como requisitos a 
vontade dos pais, a vontade do menor. Deve ser realizada no 
cartório, por instrumento público e independe de homologação 
judicial. O menor precisa ter 16 anos completos para ser 
emancipado. 2) emancipação judicial: o menor precisa ter um 
tutor e ter 16 anos completos. É preciso que o juiz ouça o tutor e a 
emancipação será conferida pelo juiz através de uma sentença. 3) 
emancipação legal: se dá através dos seguintes requisitos: 
casamento; exercício de emprego publico efetivo; colação de grau 
em ensino superior ou desde que o menor, com 16 anos 
completos, tenha economia própria em função de estabelecimento 
civil, comercial ou relação de emprego. 
FIM DA PERSONALIDADE: 
• Morte real: art 6, CC – “A existência da pessoa natural termina 
com a morte”. O único critério que temos previsto em lei do que é 
morte se encontra na lei 9434/97 art 3 (lei dos transplantes). A 
morte encefálica só é considerada morte se a pessoa for um 
potente doador de órgãos, caso contrário, sua morte se dá através 
do fim de seus batimentos cardíacos. A prova da morte real se dá 
através da certidão de óbito. 
• Morte presumida: se divide em dois critérios: 1) morte 
presumida com decretação de ausência: ausentes são aquelas 
pessoas que desapareceram e nunca mais se teve noticias; estão 
desaparecidas. EX: a pessoa saiu pra trabalhar e nunca mais foi 
vista. Quando a pessoa desaparece e não deixa noticias, é aberto 
um processo judicial de ausência, que possui 3 fases: a) 
curadoria: o juiz nomeia alguém que vai falar em nome do 
ausente (dura 1 ano). b) sucessão provisória: o juiz começa a 
dividir os bens do ausente entre seus possíveis herdeiros (dura 10 
anos). c) sucessão definitiva: art 38, CC – o que estava 
provisoriamente divido, passa a ser definitivo. Quando a lei 
autoriza a sucessão definitiva, se tem a morte presumida com 
declaração de ausência. 2) morte presumida sem decretação 
de ausência: art 7, CC – a morte presumida pode ser declarada 
se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo 
de vida. Após esgotadas as buscas e averiguações, o juiz irá 
declarar a morte presumida sem decretação de ausência. EX: 
acidente de avião que não foi possível localizar o corpo. A decisão 
de morte presumida pode ser reversível se a pessoa for 
encontrada ou o momento da morte pode ser revisto se for 
encontrado o corpo da pessoa. 
• Comoriência: art 8, CC. Comoriência é também conhecida como 
morte simultânea. Ocorre quando duas ou mais pessoas vem a 
falecer na mesma ocasião e não se sabe dizer quem faleceu 
primeiro e quem faleceu depois. EX: acidente de avião. Não 
temos como verificar que pessoa morreu antes da outra. A 
comoriência somente tem importância jurídica quando se discute 
transferencia de direitos entre os comoventes, ou herança, pois 
não há transmissão de direitos entre os comoventes. 
DIREITOS DE PERSONALIDADE: 
São os direitos inerentes ao próprio ser humano (pessoa). São os 
direitos que dizem respeito aos atributos físicos, psíquicos emorais da 
pessoa, como por exemplo: vida, liberdade, honra, integridade física, 
nome, intimidade, etc. Os direitos da personalidade são os direitos que 
a pessoa tem de defender seus direitos de existência, de defender seu 
direito a vida, a integridade física, moral, dignidade, etc. Todo ser 
humano possui os direitos da personalidade como razão da sua própria 
existência, não é um direito adquirido, ele já nasce com a gente. Todas 
as pessoas têm direitos da personalidade pelo simples fato de ser 
humano, independentemente da idade, sexo, crença, cor, etc. Os 
direitos da personalidade são intransmissíveis, irrenunciáveis, 
ilimitados, absolutos, extrapatrimoniais, impenhoráveis, 
indisponíveis, imprescritíveis e vitalícios. 
• Direito à integridade física (art 13, CC): a integridade física é 
tutelada pelo Estado. A pessoa não pode dispor do próprio corpo 
se não for por exigência medica. Um cidadão não pode, por 
exemplo, amputar um membro saudável por vontade própria. A 
única disposição do corpo que é permitida sem exigência médica 
são os transplantes de órgãos e transfusão de sangue.
• Direito ao nome (art 16, CC): o nome é a forma de individualizar 
a pessoa perante o Estado e perante a sociedade. 
Possibilidades de alteração do nome: 1) nome que exponha a 
pessoa ao ridículo; 2) erro de grafia; 3) mudança de sexo; 4) 
adoção durante a menoridade; 5) para proteção de vitimas e 
testemunhas; 6) apelido publico e notório (ex: Xuxa Pelé, etc). 
Possibilidades de alteração do sobrenome: 1) casamento; 2) 
divórcio; 3) adoção. 
• Direito à imagem (art 20, CC): A imagem pode ser: 1) imagem 
retrato (foto ou video da pessoa) 2) voz humana 3) imagem 
atribuída (aquela imagem com a qual a pessoa contratou no meio 
da sociedade). 
• - A utilização da imagem de uma pessoa de maneira indevida, 
mesmo sem afronta à honra ou para fins comerciais, já impõe o 
deve de reparar. 
• - O direito à imagem não depende de afronta à honra. 
• - O direito à imagem pode ser cedido à titulo gratuito ou oneroso, 
de maneira expressa ou tácita. 
• - Consentir o direito de ser filmado ou fotografado não consente o 
direito de publicação dessa imagem. EX: fotos e videos intimos 
que vazam na internet. 
• Direito à vida privada (art 21, CC): A proteção à vida privada 
visa a resguardar o direito das pessoas de intromissões indevidas 
no seu lar, em sua família, em sua correspondência, em sua 
economia, etc. Direito de estar só, se isolar, se vê muito 
ameaçado hoje pelo avanço tecnológico. Desta forma o art 21 
protege a zona intima e espiritual da pessoa, assegurando o 
direito de tomar as providencias necessárias para impedir ou fazer 
cessar o ato lesivo ou pedir uma reparação do dano já 
consumado. 
PESSOA JURIDICA: 
É a reunião de pessoas e bens, que empreendem esforços em busca 
de fins comuns podendo ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil. 
• Características da PJ: 1) tem personalidade própria; 2) 
patrimônio próprio; 3) limitação de responsabilidade; 4) existência 
própria; 5) pode exercer todos os atos não privativos da pessoa 
natural. 
• A pessoa jurídica não é titular de direitos de personalidade, 
mas os utiliza quando necessário (art 52,CC). 
• Classificação da PJ (art 40.CC): 1) Pessoa jurídica de direito 
público (art 41,CC): a) Interno (art 41): União, Estados e 
municípios (administração indireta) e Autarquias e associações 
publicas (administração indireta). b) Externo (art 42): Estados 
Nação. 2) Pessoa jurídica de direito privado (art 44,CC). 
TIPOS DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO: 
• Associações: As associações caracterizam-se pela união de 
pessoas que se organizam em busca de uma finalidade e que não 
possuem fins econômicos. EX: Minas Tênis Clube. 
• Sociedades: Celebram contrato de sociedade as pessoas que 
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para 
o exercício da atividade econômica e a partilha entre si dos 
resultados. Todas as sociedades precisam de duas ou mais 
pessoas físicas para existir. 
• Fundações: A fundação é a destinação de um patrimônio em prol 
de uma finalidade. No artigo 62 do CC estão elencados: cultura, 
educação, saúde, meio ambiente, direitos humanos, etc. EX: 
Fundação Clovis Salgado (Palácio das Artes). 
PERSONALIDADE DA PESSOA JURIDICA DE DIREITO PRIVADO: 
• O inicio da existência legal das pessoas jurídicas de direito 
privado começa com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro (art 45,CC). Da mesma forma que a pessoa 
natural somente adquire personalidade com o nascimento com 
vida, a pessoa jurídica adquire personalidade após seu registro. O 
artigo 46 elenca tudo o que o registro deverá declarar. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA: 
• Ocorre quando o juiz determina que os bens dos sócios ou dos 
administradores responderão pelas dividas da pessoa jurídica. 
Pelo princípio da autonomia patrimonial, o patrimônio da pessoa 
jurídica não se confunde com o patrimônio de seus sócios ou 
administradores. EX: se uma empresa tem carros, patrimônios no 
nome da empresa, esses bens pertecem unicamente a pessoa 
jurídica empresa. 
• A desconsideração da personalidade jurídica ocorre nos casos 
elencados no artigo 50, CC. Para que o juiz desconsidere a 
personalidade jurídica da pessoa jurídica tem que estar presente o 
abuso da personalidade jurídica, que consiste em: a) Desvio de 
finalidade (EX: um posto de gasolina que começa a comercializar 
carros) ou b) Confusão patrimonial (EX: uma empresa que não 
tem nada em seu nome e todos os bens estão no nome dos 
sócios para que a pj não tenha que pagar dividas). Essa é a teoria 
maior da desconsideração. A teoria menor encontra-se no CDC.
• A desconsideração inversa da personalidade jurídica ocorre 
quando é afastado o principio da autonomia patrimonial da pessoa 
jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigações de seus 
sócios. EX: o sócio de uma empresa pretende se divorciar, então 
passa todos seus bens para o nome da empresa afim de que no 
divorcio sua esposa não fique com nada. Quando isso acontece, o 
juiz pode fazer a desconsideração inversa, pegando bens da 
pessoa jurídica para que seus sócios cumpram suas obrigações 
como pessoa física. 
FIM DA PESSOA JURIDICA:
• A pessoa jurídica adquire sua personalidade no momento da 
inscrição do ato constitutivo e extingue a personalidade com o fim 
da pessoa jurídica. 
• O fim da pessoa jurídica se dá pelo decurso de prazo de sua 
duração, pelo consenso unanima dos sócios, deliberação dos 
sócios, falta de pluralidade dos sócios, extinção ou cassação da 
autorização para o seu funcionamento, etc. Todas esses exemplos 
se encontram no art 1033 do CC.
• A extinção da pessoa jurídica não se dá de forma automática (art 
51). A partir da sua dissolução, ela continuará existindo para que 
possa ser feita sua liquidação (até que se resolva tudo o que 
aquela empresa tem para receber e tem para pagar essa empresa 
está em liquidação). Encerrada a liquidação, se dá o 
cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. 
• A dissolução da pessoa jurídica deve ser averbada no registro de 
onde a pessoa jurídica está inscrita. 
DOMICILIO: 
• Domicilio é o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai 
responder por suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar 
seus negócios jurídicos. O artigo 70 diz que o domicilio da pessoa 
natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com 
animo definitivo. 
Moradia: a pessoa não tem a intenção de ficar. EX:hotel 
Residência: a pessoa possui o ânimo definitivo de se estabelecer no 
local. EX: casa onde a pessoa mora.
• Se a pessoa não tiver uma residência habitual, o artigo 73 do 
Código Civil diz que o domicílio será onde a pessoa for 
encontrada. Isso acontece muito com integrantes de circo, 
ciganos, etc. 
• Domicilio legal é aquele determinado pelalei (art 76)
BENS:
• Bens considerados em si mesmos: 
A) Móveis - Imóveis
B) Fungíveis - Infungíveis
C) Consumíveis - Inconsumíveis
D) Divisíveis - Indivisíveis
E) Singulares - Coletivos
• Bens Imóveis (art 79): São bens imóveis o solo e tudo que lhe 
incorporar natural ou artificialmente. 
• Bens imóveis por determinação legal (art 80): Direitos reais 
sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à 
sucessão aberta. 
• Artigo 81: Classifica quais bens não perdem o caráter de imóvel:
1) Edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade 
forem removidas para outro local.
2) Os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se 
retemperarem. EX: um vitral de uma Igreja que foi removido para 
restauração é um bem imóvel. 
• Bens móveis pela própria natureza (art 82): São bens móveis 
os bens suscetíveis de movimento próprio (animais), ou de 
remoção por força alheia (ex: carro), sem alteração da substancia 
ou da destinação econômico social. 
• Bens móveis para efeitos legais (art 83): 
1) Energias que tenha valor econômico 
2) Os direitos reais sobre moveis de as ações que correspondentes
3) Os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações
• Artigo 84: Classifica quais bens conservam a qualidade de 
móveis. EX: materiais de alguma construção que ainda não foram 
empregados em um prédio, como uma janela. EX2: materiais de 
construção provenientes da demolição de um prédio, como as 
telhas, portas, etc. 
• Artigo 85 - Dos bens fungíveis: São fungíveis os moveis que 
podem substituir-se por outros de mesma espécie, qualidade e 
quantidade. EX: uma caneta BIC pode ser substituta facilmente 
por outra igual. Os bens infugiveis são aqueles que não poderão 
ser substituídos de nenhuma forma. EX: uma caneta que 
pertenceu ao meu avô que está gravado o nome dele. 
• Artigo 86 - Bens consumíveis: São bens consumíveis cujo o uso 
importa na destruição imediata da própria substancia (comida) e 
os destinados à alienação (aqueles bens que estão colocados a 
venda).
• Artigo 87 - Bens divisíveis: Bens divisíveis são aqueles que 
podem se fracionar (dividir) sem a alteração na substância, sem a 
diminuição considerável de valor e sem o prejuízo do uso a que se 
destinam. 
• Artigo 88 - Bens indivisíveis: Os bens naturalmente divisíveis 
podem se tornar indivisíveis por determinação da lei ou por 
vontade das partes. 
• Artigo 89 - Bens singulares: São singulares os bens que, 
embora reunidos, se consideram de per si (por si só), 
independentemente dos demais. EX: um livro em relação à 
biblioteca. 
• Artigo 90 - Bens coletivos: Constitui universalidade de fato a 
pluralidade de bens singulares que, pertinentes a mesma pessoa, 
tenham destinação especifica. EX: uma mesa, um frigorífico, uma 
geladeira, etc que são utilizados para constituir uma lanchonete.
• Artigo 91 - Bens coletivos: Constitui uma universalidade de 
direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas 
de valor econômico. EX: patrimônio de uma pessoa 
• Bens reciprocamente considerados: 
1) Bem principal: Existe sobre si mesmo; desenvolve sua função e 
utilidade independentemente de outro bem. 
2) Bem acessório: Existe em razão de um bem principal, serve para 
ser utilizado em um bem principal. 
• Artigo 92: Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou 
concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do 
principal. 
• Classificação dos bens acessórios: 
1) Acessórios/Acessórios: seguem a classificação do bem principal. 
2) Acessórios/Pertenças: não seguem o bem principal
2) Principio da gravitação jurídica: quando o acessório segue o bem 
principal 
• Artigo 93 - Bem principal e as pertenças: São pertenças os 
bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou aformoseamento de outro. 
• Artigo 94: Os negócios jurídicos que dizem a respeito ao bem 
principal não abrangem pertenças. 
• Artigo 95: Apesar de ainda não separados do bem principal, os 
frutos e produtos podem ser objeto de negocio jurídico. 
• Artigo 96 - Benfeitorias: As benfeitorias podem ser voluptuarias, 
úteis ou necessárias. 
1) São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam 
o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de 
elevado valor. 
2) São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem
3) São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que 
se deteriore. 
• Artigo 97: Não são consideradas benfeitorias os melhoramentos 
ou acréscimos feitos sem a intervenção do proprietário, possuidor 
ou detentor do bem. 
FATO JURIDICO: 
É todo acontecimento, natural ou humano que gera efeitos jurídicos. Se 
dividem em:
• Fato jurídico stricto sensu ou fato natural: também 
denominados de fatos jurídicos em sentido estrito, se dividem em: 
1) ordinários, como o nascimento e a morte (inicio/fim da 
personalidade); 2) extraordinários, quando a ocorrência é 
inesperada e imprevisível, como um terremoto destrói uma 
propriedade (gera consequências como registros dos danos e 
pagamentos de seguros). 
• Fatos humanos ou atos jurídicos em sentido 
amplo: são efeitos judiciais provocados por ação humana. É um 
comportamento voluntário juridicamente relevante. Subdivide em 3 
tipos: 1) Ato-fato: não são frutos da vontade nem da intenção do 
autor, mas geram consequências para o âmbito jurídico. EX: art 
1264, CC - uma pessoa que sem intenção encontra um tesouro. 
Nessa hipótese, a pessoa não tinha qualquer intenção de adquirir 
a metade do que encontrou, mas o artigo 1264 do CC lhe confere 
a propriedade. 2) Ato jurídico stricto sensu: é toda ação 
humana, voluntária e consciente que acarreta consequências 
jurídicas pré-determinadas por lei. O efeito jurídico é automático e 
inevitável e o indivíduo não pode excluir as consequências do 
mesmo. Os efeitos são decididos por força legal e não por 
vontade do indivíduo. EX: se um pai reconhece legalmente um 
filho, ele não pode excluir as consequências legais de tal ato, 
como a tipificação desse filho como de um dos seus herdeiros. 
• Negócio jurídico: gera efeitos jurídicos mediante uma 
negociação entre as partes. Tais efeitos são organizados no ato 
da negociação e dispostos, de maneira objetiva, presumindo-se 
sempre a boa fé dos envolvidos em um documentos com valor 
legal. 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS:
• Quanto ao número de declarantes: 1) Unilaterais: 
são os que se aperfeiçoam com uma única manifestação de 
vontade (EX: testamento, procuração, renuncia de direitos, 
renuncia a herança, promessa de recompensa, etc). 2) Bilaterais: 
são os que desenvolvem-se com duas manifestações de vontade 
coincidentes sobre o objeto. São vontades diferentes que se 
convergem em uma só. (EX: compra e venda de um produto. A 
vontade de uma pessoa é comprar e da outra pessoa é vender, 
mas essas vontades se complementam resultando em um negócio 
jurídico). 3) Plurilaterais: são os contratos que envolvem mais de 
duas partes, onde há uma unanimidade de vontade, ao contrário 
da bilateral onde existem vontades distintas. (EX: contrato de 
sociedade. Os sócios têm todos a mesma vontade: participar da 
sociedade de determinada empresa). 
• Quanto ao exercício de direitos: 1) Negócios de 
diposição: quando autorizam o exercício de amplos direitos, 
incluindo a alienação, sobre o objeto transferido (EX: doação). 2) 
Negócios de administração: admitem apenas a simples 
administração e uso do objeto cedido (EX: comodato e mútuo).
• Quanto às vantagens patrimoniais: 1) Gratuitos: 
são aqueles em que só uma das partes consegue vantagens ou 
benefícios, como sucede na doação pura, por exemplo. 2) 
Onerosos: ambos os contratantes têm vantagens, às quais, 
porém, correspondem a um sacrifício ou uma contraprestação. 
EX: compra e venda, locação, empreitada, etc. Oscontratos 
onerosos se subdividem em: a) comutativos: quando a prestação 
de uma parte depende de uma contraprestação da outra, que é 
equivalente, certa e determinada. b) aleatórios: quando a 
prestação de uma das partes depende de acontecimentos incertos 
e inesperados. A sorte é elemento do negócio (EX: contrato de 
seguro). c) neutros: são negócios que não podem ser incluídos 
na categoria dos onerosos, nem dos gratuitos, pois lhes falta 
atribuição patrimonial. d) contratos bifontes: são os contratos 
que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das 
partes (EX: mútuo, mandato, depósito, etc.).
• Quanto à forma: 1) solenes/formais: são negócios 
que devem obedecer à forma escrita em lei para se 
aperfeiçoarem. Quando a forma é exigida como condição de 
validade do negócio, este é solene e a formalidade é “ad 
solemnitatem”, isto é, constitui a própria substância do ato (EX: 
escritura pública na alienação de imóvel, no testamento público, 
etc.). Mas determinada forma pode ser exigida apenas como 
prova do ato. Nesse caso, se diz tratar-se de uma formalidade “ad 
probationem tantum” (EX: assento do casamento no livro de 
registro – art. 1536). 2) forma livre: são os negócios jurídicos de 
forma livre. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o 
seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, 
inclusive a verbal (EX: art. 107).
• Quanto ao momento da produção de efeitos: 1) 
inter vivos: os negócios celebrados destinam-se a produzir 
efeitos desde já, isto é, estando as partes ainda vivas. (EX: 
promessa de venda e compra, locação, casamento, etc). 2) 
mortis causa: são os negócios destinados a produzir efeitos após 
a morte do agente. (EX: testamento).
• Quanto ao conteúdo: 1) patrimoniais: relacionados 
com bens ou direitos verificáveis pecuniariamente (EX: negócios 
reais, obrigacionais). 2) extrapatrimoniais: referentes a direitos 
sem conteúdo econômico (EX: direitos de personalidade).
INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS (arts 110 a 114 
do CC):
• Artigo 110 – Reserva mental: É a divergência que existe entre a 
vontade declarada e a vontade intima da pessoa. A vontade é 
essencial para a validade do negócio jurídico, mas se deve levar 
em conta a vontade declarada pela pessoa e não sua vontade 
íntima. O artigo 110 prevê duas possibilidades: 1) Quando o 
destinatário tinha conhecimento da reserva mental- quando 
isso ocorre, o negócio jurídico é inexistente. (EX: Pedro transfere 
as suas cotas da empresa para o seu sócio para não dividir as 
cotas com sua esposa no divórcio. O sócio tem conhecimento da 
reserva mental feita por Pedro. Ele só está passando as cotas 
para não ter que dividi-las no divórcio. Se o sócio de Pedro quiser 
reivindicar posteriormente essas cotas para ele em uma divisão de 
sociedade, como ele sabia dessa reserva mental, o negócio 
jurídico é inexistente e Pedro não terá direito à essas cotas 
sociais). 2) Quando o destinatário não tinha conhecimento da 
reserva mental- se leva sempre em conta a vontade que foi 
declarada. O negócio jurídico subsistirá, terá validade. (EX: José 
anuncia uma promessa de recompensa para quem achar seu 
cachorrinho, no entanto, em seu intimo não pretende pagar a 
recompensa {reserva mental}. Porém, como ele já havia 
manifestado a vontade de entregar a recompensa, prevalece a 
vontade que foi manifestada, e não aquela que ele pensou e 
guardou no seu intimo).
• Artigo 112 – A intenção das partes nos negócios jurídicos: 
Quando houver divergência em um contrato ou em alguma 
cláusula contratual, haverá a necessidade de fazer uma 
interpretação do contrato ou da cláusula. Quando a divergência for 
entre a vontade (intenção) declaradas e as palavras empregadas 
no negócio, terá preferência a vontade (intenção) das partes. Essa 
divergência, muitas vezes, ocorre porque as partes não sabem 
empregar as palavras corretas em um contrato ou não sabem 
exprimir com perfeição a sua vontade. (EX: Consta no contrato 
que a Empresa “A” pagará aos seus funcionários vale 
alimentação. No entanto, a empresa fornece refeições e não um 
vale alimentação. Há uma divergência pois a palavra escrita diz 
que a empresa dará um vale alimentação, enquanto na realidade 
ela oferece as refeições. A intenção declarada as partes era 
fornecer alimentação aos seus funcionários, e foi realizada mesmo 
pela confusão de palavras). 
• Artigo 113 – Boa fé nos negócios jurídicos: Este artigo trata da 
interpretação do negócio jurídico. Às vezes, é necessário 
interpretar os negócios jurídicos ou alguma cláusula contratual 
pois seus termos nem sempre são exatos. 1) Boa fé subjetiva: a 
boa fé subjetiva diz respeito a uma crença interna da pessoa. Ela 
acredita que esta realizando um negocio nos termos da lei e não 
tem a consciência do vicio que incide sobre o negócio. (EXs: a) 
Maria casa com João sem saber que João já possui outra esposa. 
b) Joaquim compra um relógio de seu conhecido Antônio sem 
saber que o relógio é roubado. c) Eduardo compra um imóvel de 
Caetano sem saber que Caetano não é o proprietário do imóvel). 
2) Boa fé objetiva: a boa fé objetiva é um modelo de conduta 
baseada na honestidade, na lealdade entre as partes 
contratantes. É um padrão de comportamento que se espera dos 
contratantes e que deve refletir no negócio jurídico. A boa fé nos 
negócios jurídicos se presume e a má fé se prova. A boa fé 
encontrada no art 113 é a objetiva. (EX: João e José firmaram um 
contrato de compra e venda de uma casa. José alega que a 
assinatura posta no contrato é falsificada. José terá que provar 
que a assinatura no contrato é falsa, já que a boa fé se presume e 
a má fé se prova).
ELEMENTOS ACIDENTAIS OU NÃO ESSENCIAIS (art 121 ao 137): 
• A condição, o termo e o encargo somente vão constar no negócio 
jurídico se as partes quiserem, ou seja, pela exclusiva vontade 
das partes. 1) Condição: é uma cláusula que pode ser inserida no 
negócio jurado pela vontade das partes, e que subordina a 
eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Existem 
dois tipos de condição: a) Suspensiva: suspende a eficácia do 
negócio jurídico. Na condição suspensiva, enquanto não se 
realizar a condição, não haverá a aquisição do direito, e o negócio 
jurídico (ou parte dele) não surtirá efeitos. (EX: o empregado terá 
direito a ser promovido como assessor jurídico da empresa caso 
seja aprovado no exame da OAB. Evento futuro e incerto= ser 
aprovado no exame da OAB. Eficácia do NJ (direitos e efeitos)= a 
partir do implemento da condição, ele passou no exame da OAB e 
agora o NJ surtirá efeitos e assim será promovido. Caso ele não 
seja aprovado no exame, o NJ não surtirá efeitos e ele não será 
promovido). b) Resolutiva: põe fim a eficácia do NJ assim que 
ocorre a condição. Na condição resolvia, enquanto não se realizar 
a condição, o NJ produzirá efeitos, podendo-se exercer os direitos 
provenientes do negócio desde a sua conclusão. Assim que 
implementada a condição, o negócio jurídico deixará de surtir 
efeitos e cessarão os direitos provenientes do negócio. (EX: 
Cessará a bolsa de estudos caso o aluno tire média abaixo de 7 
no bimestre. Evento futuro e incerto= tirar média abaixo de 7. 
Implementação da condição= o aluno tirou média abaixo de 7. 
Eficácia do NJ (direitos e efeitos)= como o aluno tirou nota abaixo 
de 7, ele perderá a bolsa de estudos e o NJ se encerra. Se ele 
não tirar nota abaixo de 7, o negócio jurídico permanecerá 
surtindo efeitos). 2) Termo: O termo é uma cláusula que 
subordina a eficácia do NJ a um evento futuro e certo (ainda não 
ocorreu, mas temos certeza de que irá ocorrer). a) Termo inicial: 
inicia a eficácia do NJ. (EX: João alugou uma casa de veraneio 
para o dia 15 de janeiro de 2018. Termo inicial= 15/01/18 Evento 
futuro e certo= 15/01 Aquisição do direito= no dia da assinatura do 
contrato Exercício do direito= somente dia15/01/18. O exercício 
do direito está suspenso enquanto espera a ocorrência do termo. 
Quando chegar no termo, 15/01/18, o NJ surtirá efeitos). b) Termo 
final: é o momento em que o NJ deixará de surtir efeitos. (EX: 
Pedro prestará serviços para a empresa até o dia 31 de 
dezembro, ou seja, seu contrato de prestação de serviços só irá 
até essa data e depois disso, o NJ cessará). 3) Encargo: O 
encargo é uma obrigação ou um ônus imposto, ao beneficiário em 
NJ gratuito ou benéfico, tais como: doações, comodato, 
testamento, promessa de recompensa, etc. (EX: João doou para o 
Hospital Municipal de sua cidade um aparelho de ultrassom, 
sendo que o hospital assumiu o encargo de atender gratuitamente 
20 pacientes carentes por mês).
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO (art 166 ao 184): 
• Como o próprio nome diz, invalidade do NJ quer dizer que o NJ 
deixará de ter validade, não surtirá ou deixará de surtir efeitos. A 
invalidade ocorre quando existe um vicio no negócio jurídico, e 
quando este ocorre, a norma jurídica impõe uma sanção que é a 
invalidade do NJ. A invalidade é a sanção imposta pela norma 
jurídica ao negócio jurídico realizado com vício para impedir que o 
negócio produza efeitos. Quando o vicio é grave (é de interesse 
social), o ato é nulo. Quando é de gravidade relativa (interesse 
individual), o ato é anulável. (EX1: Um contrato realizado com 
assinaturas falsificadas é um vicio muito grave, de interesse 
social, pois a sociedade não tem interesse que circulem 
documentos falsificados= NULO. EX2: Um contrato de compra e 
venda de um carro batido sem informar ao comprador esse fato, 
constitui um vicio de gravidade relativa, pois é de interesse 
exclusivo do comprador (individual)= ANULÁVEL). 
ATOS NULOS:
• Não poderá ser sanado pelo juiz, já que ele está morto.
• Não poderá ser confirmado pelas partes já que está morto.
• Não vai se tornar válido pelo decurso de tempo
• A declaração de nulidade do ato nulo é de interesse social, por 
esse motivo, ele pode ser alegado por qualquer interessado. 
ATOS ANULÁVEIS:
• O ato anulado poderá ser confirmado pelas partes ou por um 
terceiro
• Poderá ser sanado pelo juiz se a parte requerer
• Poderá se tornar válido pelo decurso de tempo (se a parte deixar 
passar muito tempo)
• Como é de interesse individual, somente a pessoa interessada 
(prejudicada) poderá alegar a anulabilidade e somente aproveitará 
aquele que a alegarem. 
ATOS NULOS VS ATOS ANULÁVEIS:
Outra diferença entre o ato nulo e o ato anulável é quanto aos efeitos da 
declaração da invalidade, pois o ato anulável somente deixará de 
produzir efeitos após a decretação de sua invalidade (ex nunc). Já o ato 
nulo não produz qualquer efeito desde a declaração da vontade (ex 
tunc), salvo exceções.
 
 
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURIDICO:
Dizemos que há um defeito no negócio jurídico, quando existe um vicio, 
que: 
a. Incide sobre a vontade (consentimento) da pessoa = vícios do 
consentimento 
b. Foi realizado com a intenção de prejudicar terceiros = vícios 
sociais
• Vicios do consentimento: recebem esse nome porque incidem 
sobre o consentimento (vontade) da pessoa. O NJ é um ato de 
vontade (consentimento) da pessoa, e ao realizar o negocio tem 
que ser livre e consciente. Quando existe uma divergência entre a 
vontade real da pessoa e a vontade declarada no negocio 
jurídico, diz-se que há um vicio de consentimento no negocio 
jurídico. EX: assinar um cheque com uma arma apontada na sua 
cabeça. Vontade real = a pessoa não queria assinar o cheque. 
Vontade declarada = a pessoa assinou o cheque. 
São vicios do consentimento:
a. Erro (art 138 a 144)
b. Dolo (art 145 a 150)
c. Coação (art 151 a 155)
d. Estado de perigo (art 156)
e. Lesão (art 157) 
• Vícios sociais: São aqueles que incidem sobre o negocio jurídico, 
pois o negocio jurídico foi realizado com a intenção de prejudicar 
terceiros; ferir a lei ou a boa fé. Nos vícios sociais não existe a 
divergência entre a vontade real da pessoa e a vontade declarada 
no negocio, pois a intenção da pessoa realmente era prejudicar os 
terceiros. Considerando que o negocio jurídico foi realizado com a 
intenção de prejudicar terceiros = defeito no negocio jurídico = 
vicio social. 
É vicio social previsto no CC a Fraude contra credores (art 158 a 
165). 
ERRO (Artigo 138 a 144):
• Ocorre o erro quando uma pessoa realiza um negocio jurídico sem 
ter a noção exata sobre uma coisa, objeto, pessoa ou mesmo 
sobre a natureza do próprio negocio jurídico. Essa falsa noção da 
realidade faz com que a pessoa realize um negocio jurídico em 
que há divergência entre sua vontade real e a vontade declarada 
no negocio = erro 
• O CC trata da mesma forma o erro e a ignorância, sendo erro a 
noção inexata sobre algo e ignorância o total desconhecimento 
sobre algo. 
• Quando o negocio jurídico foi realizado com erro: a) o negocio 
pode ser anulado (art 138) b) o negocio pode ser mantido, por ser 
um erro acidental (art 142) c) o negocio juridico pode ser mantido 
e o erro pode ser corrigido para atender a vontade real do 
manifestante (art 144). 
• Artigo 138 - Erro substancial: “São anuláveis os negócios 
jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligencia 
norma, em face das circunstancias do negocio”. Os negócios 
jurídicos podem ser anulados quando realizados com erro, mas o 
erro tem que ser substancial. Erro substancial é aquele que faz 
com que a pessoa realize o negocio jurídico sem ter a noção 
exata da realidade, pois se a pessoa tivesse conhecimento do 
erro, não teria realizado o negocio jurídico. Os erros substanciais 
estão descritos no art 139. A primeira parte do art 138 exige que 
o erro seja substancial, já a segunda parte exige que o erro seja 
escusável. Erro escusável quer dizer aquele erro que qualquer 
pessoa de inteligência normal poderia ter cometido. 
• Artigo 139 - Erro substancial quanto à natureza do NJ: No 
caso de erro quanto à natureza do NJ a pessoa engana-se (erra) 
quanto ao tipo de negocio que estava celebrando. A pessoa 
acreditava estar celebrando uma determinada modalidade de 
negocio quando, na verdade, está celebrando outra modalidade. 
EX: João assinou um contrato acreditando estar alugando uma 
casa para seu sobrinho. No entanto, ao analisar o documento, o 
filho de João verificou que seu pai havia vendido o imóvel, e não 
alugado. João errou quanto à natureza do negocio jurídico, pois 
acreditava estar alugando o imóvel, quando na verdade estava 
vendendo. 
• Artigo 139 - Erro substancial quanto ao objeto: No caso de 
erro quanto ao objeto principal do negocio jurídico, a pessoa 
engana-se (erra) quanto ao objeto em si. A pessoa acredita estar 
negociando um objeto quando, na verdade, está negociando 
outro. EX: João comprou um terreno para construir uma casa de 
praia ao lado da casa de seu pai. Ocorre que João, por engano, 
acabou comprando o lote errado que fica 3 quarteirões distantes 
da casa de seu pai. João errou quanto ao objeto principal do 
negocio jurídico, pois acreditava que havia comprado um lote (a) 
quando na verdade havia comprado outro lote (b). No caso de 
erro quanto à qualidade essencial do objeto, a pessoa não se 
engana quanto ao objeto em si, mas se engana quanto a uma 
qualidade essencial do objeto. A pessoa acredita que o objeto tem 
uma qualidade (característica), mas o objeto tem outra. 
 • Artigo 139 - Erro substancial quanto à pessoa: No caso de 
erro quanto à identidade da pessoa, o erro incide sobre a 
pessoa a quem se refere a declaração de vontade. A pessoa 
acredita estar realizando um negocio jurídico (ou beneficiando ou 
favorecendo) com uma pessoa mas está realizando com outra. 
EX: João sofreu um acidente de carro e foi atendido pelos 
paramédicos. João ficoumuito agradecido pelo serviço prestado e 
fez uma doação para o medico Pedro que acreditava ter lhe 
atendido na ocorrência e salvado sua vida. Ocorre que João fez a 
doação para a pessoa errada, pois quem salvou sua vida foi Fabio 
e não Pedro. Sendo assim, João pretende anular o negocio 
jurídico pois errou quanto à identidade da pessoa. No caso de 
erro quanto à qualidade essencial da pessoa, o erro não incide 
sobre a identidade da pessoa a quem se refere a declaração de 
vontade, mas sim a uma qualidade essencial da pessoa. A pessoa 
não erra quanto à identidade da outra pessoa mas sim quanto à 
qualidade dessa pessoa. É necessário que essa qualidade da 
pessoa seja uma qualidade essencial. EX: A pessoa pode 
requere anulação de casamento porque descobriu que a pessoa 
com quem casou é traficante de drogas e honestidade é uma 
qualidade essencial.
• Artigo 142 e 143 - Erro acidental: É aquele que incide sobre um 
aspecto secundário, ou acessório, da declaração de vontade. 
Considerando que o erro acidental incide sobre um aspecto 
secundário da declaração de vontade, ele não anula o negocio 
jurídico, pois se a pessoa tivesse o conhecimento do erro teria 
realizado o negocio jurídico mesmo assim. 
• Artigo 142 - Erro acidental de indicação da pessoa ou coisa: 
O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a 
declaração de vontade, não viciará o negocio quando, por seu 
contexto e elas circunstancias, se pude identificar a coisa ou 
pessoa cogitada. Houve um erro no momento de indicar a pessoa 
ou a coisa (objeto) no NJ, no entanto esse erro pode ser corrigido, 
pois pelo contexto pode-se identificar a pessoa ou a coisa. Esse 
tipo de erro não anula o NJ. EX: João vendeu um imóvel para 
Felipe. Na confecção do contrato, o CPF de Felipe constou com 
os números errados. No entanto, pelos demais dados que 
constavam no contrato (endereço, filiação, identidade, etc) era 
perfeitamente possível identificar Felipe. Considerando que o erro 
incidiu sobre a indicação (identificação) da pessoa de Felipe, mas 
pelo contexto era possível identifica-lo, logo, o negocio jurídico 
deve ser mantido. 
• Artigo 143 - Erro de calculo: O erro de calculo apenas autoriza a 
retificação da declaração de vontade. O erro de calculo não anula 
o negocio jurídico, apenas deve ser corrigido. Exemplos de erro 
de calculo: soma errada do valor das parcelas da um contrato; 
divisão errada do valor total do contrato em numero de parcelas; o 
valor unitário dos objetos difere do valor total do contrato, etc. 
DOLO (Artigo 145 a 150): 
• Ocorre o dolo quando uma pessoa de má fé, de forma maliciosa 
engana a outra pessoa para obter vantagem em um negócio 
jurídico. No dolo uma pessoa de má fé induz a outra em erro em 
um negocio jurídico. 
• Artigo 145 - Dolo principal: O dolo principal vicia o negocio 
jurídico e faz com que ele possa ser anulado. Dolo principal é 
aquele que foi a causa determinante da declaração de vontade, ou 
seja, o dolo influenciou diretamente na realização do negocio 
jurídico = se não fosse dolo, a pessoa nem o teria realizado. EX: 
João comprou de José uma loja franquia de perfumes. José 
apresentou varias planilhas de faturamento para João. 
Posteriormente, João descobriu que as planilhas eram falsas e o 
faturamento era muito inferior ao apresentado nas planilhas. Dolo 
= apresentação das planilhas. Dolo principal = o dolo influenciou 
diretamente na realização do negocio jurídico (causa 
determinante), pois se não fossem as planilhas falsas, João não 
teria comprado a loja. Consequência = Se João conseguir provar 
que houve dolo da parte de José, o negocio jurídico poderá ser 
anulado. 
• Artigo 146 - Dolo acidental: Só obriga à satisfação das perdas e 
danos e é acidental quando, a seu despeito, o negócio jurídico 
seria realizado, embora de outro modo. O dolo acidental não vicia 
o negocio jurídico, pois o dolo não foi a razão determinante da 
realização do negocio jurídico. No dolo acidental, mesmo que a 
pessoa soubesse do dolo, ela teria realizado o negocio jurídico só 
que em outras condições. Por isso, a consequência do dolo 
acidental não é a anulação do negocio jurídico, mas sim a 
satisfação das perdas e danos. A pessoa que sofreu o dolo 
acidental não vai alega-lo para anular o negocio jurídico, somente 
vai alega-lo para requerer as perdas e danos. EX: Maria queria 
muito comprar o imóvel, ao lado de sua casa que pertencia a 
Gabriel. Maria economizou dinheiro e comprou o imóvel por R$ 
500.000,00. Gabriel disse, e fez constar no contrato, que o imóvel 
possuía 400m2. Posteriormente, Maria descobriu que o imóvel 
possuía apenas 320m2. Maria não pretende anular o negocio 
jurídico, pois ele teria realizado o negocio mesmo que soubesse 
que o imóvel possuía apenas 320m2. 
• Artigo 147 - Dolo positivo e negativo: Dolo positivo ou 
comissivo é aquele em que a pessoa age positivamente; toma 
uma atitude; atua de má fé com a intenção de enganar outra 
pessoa para obter vantagem em um negócio jurídico.EX: Um cara 
me vende um Rolex alegando que ele é verdadeiro, na caixa e 
com certificado. Quando vou usa-lo, ele cai no chão e quebra. Fui 
na loja da Rolex para consertar e eles alegaram que meu relógio 
era falso. Dolo negativo ou omissivo é aquele em que a pessoa 
de má fé se omite, esconde, silencia, oculta algo a respeito de um 
fato ou de uma qualidade que a outra parte deveria saber, pois se 
a pessoa soubesse não teria realizado o negocio jurídico. EX: 
Felipe vendeu um carro para Wanderlei e intencionalmente omitiu 
o fato de que o carro havia sido comprado em um leilão de carros 
batidos. Dolo omissivo = Felipe deveria ter dito para Wanderlei 
que o carro era batido, pois se Wanderlei soubesse não teria 
comprado o veiculo. Ao omitir essa informação, Felipe agiu com 
dolo negativo ou omissivo. 
• Artigo 148 - Dolo de terceiros: No dolo de terceiro, uma pessoa 
que não faz parte da relação jurídica (terceiro) age de má fé com a 
intenção de enganar uma pessoa na realização de um negocio 
jurídico que lhe é prejudicial, mas que pode aproveitar a outra 
parte. EX: Fabiana estava vendendo uma casa que ficava em um 
bairro que alagava. Quem estava negociando o imóvel para 
Fabiana, era o corretor Pedro. O corretor Pedro ao vender o 
imóvel para Maria, garantiu que o imóvel não alagava. Ao enganar 
Maria, o corretor Pedro agiu com dolo de terceiro já que o negocio 
jurídico de compra e venda foi feito entre Fabiana e Maria. As 
consequências de um dolo de terceiro são: a) anulação do NJ b) 
manutenção do negócio, mas o terceiro respondera por perdas e 
danos. Para que o NJ jurídico seja anulado por dolo de terceiro 
será necessário que a parte tenha obtido beneficio com o dolo e 
que a parte a quem aproveitou o dolo tivesse ou devesse ter 
conhecimento do dolo de terceiro. EX: Fabiana estava vendendo 
uma casa que ficava em um bairro que alagava. Quem estava 
negociando o imóvel para Fabiana, era o corretor Pedro. O 
corretor Pedro ao vender o imóvel para Maria, garantiu que o 
imóvel não alagava. Fabiana estava presente quando Pedro disse 
isso a Maria e silenciou, permitindo que Maria comprasse o imóvel 
sem saber que este alagava. Dolo de terceiro = Pedro, o corretor. 
Proveito = Fabiana tirou proveito do dolo de terceiro pois vendeu 
o imóvel a Maria (requisito para anulação). Conhecimento = 
Fabiana tinha conhecimento do dolo de terceiro, pois estava no 
momento da venda (requisito para anulação). Exemplo de 
manutenção do NJ por dolo de terceiro: João deixou um 
quadro para vender em uma galeria de arte. O representante da 
galeria, sabendo que o quadro era uma replica, intermediou uma 
venda como se fosse um quadro verdadeiro. João não sabia que o 
quadro foi vendido como verdadeiro, pois deixou claro que se 
tratava de uma replica. Dolo de terceiro = o representante da 
galeria garantiu que o quadro eraverdadeiro, mas era uma 
replica. Consequências = a) O NJ não devera ser anulado pelo 
dolo de terceiro, pois João estava de boa fé ao realizar o negocio, 
tendo em vista que não tinha conhecimento que seu quadro foi 
vendido como verdadeiro. b) Caso o negocio seja mantido, o 
terceiro que cometeu o dolo devera responder por perdas e danos 
ao comprador do quadro. 
• Artigo 149 - Dolo de representante legal e convencional: A 
responsabilidade do representado em relação ao dolo cometido 
pelo seu representante se dá em duas situações: a) se o dolo foi 
cometido por representante legal b) se o dolo foi cometido por 
representante convencional. Representação legal: quando os 
poderes de representação são conferidos por lei (pais que 
representam os filhos menores de 16 anos). O dolo do 
representante legal só obriga o representado responder civilmente 
até a importância que o proveito que teve. Considerando que não 
foi o representado que escolheu seu representante, ele somente 
terá responsabilidade na quantia de seu proveito, pois ele não 
pode enriquecer sem causa. Se o representado não obteve 
proveito, ele não terá qualquer responsabilidade. Se o 
representado obteve proveito = ele será responsável até o valor 
do proveito que teve. Se o representado não obteve proveito = ele 
não terá qualquer responsabilidade.
• Artigo 150 - Dolo de ambas as partes ou dolo bilateral: Se 
ambas partes procederem com dolo, nenhuma pode alega-lo para 
anular o negocio, ou o reclamar indenização. O direito somente 
protege a boa fé. Se ambas partes agiram de má fé, o direito não 
vai proteger aquele que agiu assim, pois ninguém pode se 
beneficiar da própria torpeza. 
COAÇÃO (Artigo 151 a 155): 
• Coação é a ameaça física ou moral exercida sobre uma pessoa 
ou bens com o objetivo de constranger alguém a realizar um 
negocio jurídico. Existem duas espécies de coação: Absoluta 
(física) e Relativa (moral, psíquica). 
• Coação absoluta: A ameaça exercida é uma ameaça física que 
impede qualquer manifestação de vontade. A pessoa realiza um 
NJ, no entanto, ela não teve qualquer intenção de realiza-lo ou 
qualquer opção de escolha. Neste caso não houve qualquer 
consentimento da pessoa coagida, então o negocio jurídico é 
nulo ou inexistente. EX: Sr. Líbero estava internado em coma no 
hospital. Alguns de seus filhos, abusando da condição física de 
seu pai, tomaram sua mão e puseram em alguns documentos sua 
impressão digital. Tendo em vista que o NJ foi realizado sem 
qualquer manifestação de vontade por parte do Sr. Líbero, o 
tribunal reconheceu a nulidade dos documentos. 
• Coação relativa: A ameaça exercida sobre a pessoa não é uma 
ameaça física, mas sim uma ameaça psicológica. A pessoa está 
sofrendo a coação e tem a possibilidade de escolher entre realizar 
o NJ ou não. No caso de ficar comprovada a coação relativa, o NJ 
é anulável. EX: Maria era proprietária de um veiculo da Fiat. 
João, atual namorado de Maria, querida que ela assinasse uma 
procuração autorizando a transferencia do Fiat para seu nome. 
João era uma pessoa extremamente violenta. Maria recusou-se a 
assinar a procuração. João ficou enfurecido e apontou uma arma 
para a filha de Maria. Maria não quis colocar em risco a vida de 
sua fi lha e assinou a procuração favorecendo João. 
Posteriormente, Maria ajuizou uma ação de anulação de NJ 
alegando que sofreu coação para assinar o documento. Sendo 
provado isso, o NJ poderá ser anulado. 
• Requisitos da coação: Todos que estão elencados no artigo 151. 
Nem toda ameaça, entretanto, configura coação. O art. 151 – CC, 
especifica os requisitos para que a coação possa viciar o 
consentimento:
 a) Deve ser a causa do ato – deve haver uma relação de causalidade 
entre a coação e o ato extorquido, ou seja, o negócio deve ter sido 
realizado somente por ter havido grave ameaça ou violência, que 
provocou na vítima fundado receio de dano à sua pessoa, à sua família 
ou aos seus bens. Sem ela, o negócio não se teria concretizado.
b) Deve ser grave – a coação deve ser de tal intensidade que 
efetivamente incuta ao paciente um fundado temor de dano a bem que 
considera relevante.
c) Deve ser injusta – deve ser ilícita, contrária ao direito, abusiva. 
Prescreve, com efeito, o art. 153, 1ª parte, que “não se considera 
coação a ameaça do exercício normal de um direito”.
d) Deve ser de dano atual ou iminente – a lei refere-se ao dano próximo 
e provável, afastando, assim, o impossível, remoto ou eventual. Tem em 
vista aquele prestes a se consumar, variando a apreciação temporal 
segundo as circunstâncias de cada caso.
e) Deve acarretar justo receio de dano – não mais se exige que este 
seja igual, pelo menos, ao decorrente do dano extorquido, visto que 
essa proporção ou equilíbrio entre o sacrifício exigido e o mal evitado, 
prevista no CC 1916, era alvo de críticas e não consta em outras 
legislações.
f) Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima, ou 
a pessoas de sua família.
• Coação exercida por terceiro: A coação vicia o ato, ainda 
quando exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá 
solidariamente com aquele por perdas e danos (art. 154 - CC). 
Subsistirá, no entanto, o negócio jurídico se a coação decorrer de 
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse 
ter conhecimento; mas o autor da coação responder por todas as 
perdas e danos que houver causado ao coacto (art. 155 - CC). 
ESTADO DE PERIGO (Artigo 156): 
• A pessoa precisa salvar-se ou salvar alguém de sua família de 
graves danos como: risco de morte, lesão à saúde, risco à 
integridade física, etc. O estado de perigo retira da pessoa a 
condição de declarar livremente sua vontade. A pessoa não 
realizaria o NJ se não tivesse em estado de perigo. 
• A pessoa que se encontrava em estado de perigo assume uma 
obrigação excessivamente onerosa, ou seja, assume uma 
obrigação desproporcional à contraprestação. O que se pretende 
reprimir é que uma pessoa abuse da situação ao tirar proveito de 
outra que está em estado de perigo e que, em virtude de sua 
fragilidade, faça com que ela assuma uma obrigação onerosa. EX: 
Meu pai está com um problema gravíssimo e urgente de saúde. 
Eu vou ao hospital e me falam que o tratamento é de 500 mil reais 
e que eu deveria pagar tudo em dinheiro pois o plano não cobre, e 
eu aceito pelo fato de precisar de salvar a vida do meu pai. 
Depois, descubro que na verdade, o preço do tratamento era de 
100 mil reais e meu plano de saúde poderia cobri-lo. 
LESÃO (Artigo 157):
• Ocorre a lesão quando uma pessoa, por inexperiência se obriga a 
prestação manifestante desproporcional ao valor da prestação 
oposta. 
• Elemento subjetivo: Se dá pela premente necessidade ou 
inexperiência. A premente necessidade está relacionada com a 
necessidade econômica que a pessoa tem de realizar o negocio 
jurídico. Não importa a condição social da pessoa, se ela é rica ou 
pobre, mas sim se ela estava em estado de necessidade no 
momento em que realizou o NJ. EX: Uma pessoa vende um 
imóvel muito abaixo do valor de mercado pois precisa de dinheiro 
urgente para pagar uma divida de pensão alimentícia sob pena de 
ser presa. A inexperiência não está relacionada ao grau de 
instrução de uma pessoa. Está relacionada à falta de 
conhecimento técnico do NJ. Por exemplo: um médico pode ser 
inexperiente em relação a um contrato imobiliário, enquanto um 
corretor de imóveis pode ser inexperiente em relação a um 
contrato de serviços médicos. EX: Maria tem 70 anos e ficou 
viúva. Seu marido sempre cuidou dos negócios da família. Maria, 
por inexperiência, vendeu um imóvel para seu vizinho que valia R
$ 80.000,00 por R$ 10.000,00. 
• Elemento objetivo: Se dá pela prestação manifestante 
desproporcional ao valor da prestação oposta. Em um contrato 
comutativo(contrato de prestações certas e determinadas) deve 
haver um equilíbrio entre as prestações das partes. A 
desproporção entre as prestações ocorre quando uma das partes 
do negocio tem excessivo prejuízo, enquanto a outra parte ontem 
excessiva vantagem. Para que se caracterize a lesão, a 
desproporção entre as prestações deve ser considerável, 
acentuada e excessiva. EX: João estava devendo pensão 
alimentícia e foi citado para pagar o valor sob pena de prisão. 
Desesperado, com medo de ser preso, João vendeu seu carro 
que valia R$ 50.000,00 por R$ 20.000,00 para poder quitar sua 
divida. Ficou caracterizada a desproporção entre as prestações, 
sendo que João teve um excessivo prejuízo ao realizar o NJ e o 
comprador teve uma excessiva vantagem. 
FRAUDE CONTRA CREDORES (Artigo 158 a 165):
• Credor = pessoa que tem a receber um credito, um serviço, um 
beneficio, um bem, etc. Devedor = pessoa que está obrigada a 
pagar um valor, prestar um serviço, pagar um bem, etc.
• Fraude contra credores é a manobra maliciosa do devedor, que 
diminui seu patrimônio com o objetivo de não pagar os credores. 
Se o devedor alienar seu patrimônio, o credor não conseguirá 
cobrar seu crédito, pois o que garante o pagamento da divida é o 
patrimônio do devedor. Assim, ao diminuir seu patrimônio, o 
devedor se torna insolvente, pois não tem patrimônio suficiente 
para garantir o pagamento de suas dividas. 
• Para evitar que isso ocorra, o credor vai ajuizar uma ação 
chamada de ação Pauliana ou revocatória, com o objetivo de 
anular os atos fraudulentos cometidos pelo devedor. Ao anular os 
atos fraudulentos, os bens do devedor retornam para o seu 
patrimônio para pagamento de suas dividas. EX: João prestou um 
serviço para Miguel, que pagou com um cheque de R$ 50.000,00 
para 30 dias. Decorridos os 30 dias, João depositou o cheque, 
mas este foi devolvido sem fundos. João é credor de Miguel na 
quantia de R$ 50.000,00. Após emitir o cheque, Miguel com o 
objetivo de não pagar a divida que possuía com João (para evitar 
a penhora de seu patrimônio), doou seu único bem imóvel, um 
terreno baldio, para seu filho de 3 anos de idade. Credor = João. 
Devedor = Miguel. Ato fraudulento = Miguel doou seu único 
imóvel para seu filho Ação = Pauliana ou revocatória. Objetivo = 
anular a doação que Miguel efetuou para seu filho para que o 
imóvel retorne para o patrimônio de José e satisfaça o credito do 
credor. 
SIMULAÇÃO: 
• É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando 
“ a p a r e n t a r ” u m n e g ó c i o d i v e r s o d o e f e t i v a m e n t e 
desejado. Consiste num “desacordo intencional” entre a vontade 
interna e a declarada para criar, aparentemente, um ato negocial 
que inexiste, ou para ocultar, sob “determinada aparência”, o 
negócio quando, enganando terceiro, acarreta a nulidade do 
negócio. Negócio simulado é, assim, o que tem “aparência” 
contrária à realidade. É um vício social porque objetiva iludir 
terceiros e fraudar a lei. Pelo regime do Código Civil, a simulação 
(absoluta ou relativa) acarreta a nulidade do negócio simulado. Se 
a simulação for relativa, subsistirá o negócio dissimulado, se 
válido for na forma e substância (art. 167, caput - CC). 
Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos 
contraentes do negócio jurídico simulado (art. 167, §2º - CC)
A simulação pode ser:
• Simulação Absoluta – na simulação absoluta, as partes na 
realidade não realizam nenhum negócio. Apenas fingem, para 
criar uma aparência, uma ilusão externa, sem que na verdade 
desejem o ato. Em geral, a simulação absoluta destina-se a 
prejudicar terceiro, subtraindo os bens do devedor à execução ou 
partilha. Por exemplo, é o caso da emissão de títulos de crédito, 
que não representam qualquer negócio, feita pelo marido antes da 
separação judicial para lesar a mulher na partilha de bens, ou a 
falsa confissão de dívida perante amigo, com concessão de 
garantia real, para esquivar-se da execução de credores 
quirografários. 
• Simulação Relativa – na simulação relativa, as partes pretendem 
realizar determinado negócio, prejudicial a terceiro ou em fraude à 
lei. Para escondê- lo ou dar-lhe aparência diversa, realizam outro 
negócio. Compõe, pois, de dois negócios: um deles é o simulado, 
aparente, destinado a enganar; o outro é o dissimulado, oculto, 
mas verdadeiramente desejado. O negócio aparente, simulado, 
serve apenas para “ocultar” a efetiva intenção dos contratantes, 
ou seja, o negócio real. A simulação provoca falsa crença num 
estado não real; quer enganar sobre a existência de uma situação 
não verdadeira, tornando nulo o negócio. A dissimulação oculta 
ao conhecimento de outrem uma situação existente, pretendendo, 
portanto, incutir no espírito de alguém a inexistência de uma 
situação real.
• Portanto, a simulação relativa resulta no intencional desacordo 
entre a vontade interna e a declarada. Ocorre sempre que alguém, 
sob a aparência de um negócio fictício, realizar outro que é o 
verdadeiro, diverso, no todo ou em parte, do primeiro, com o 
escopo de prejudicar terceiro. Apresentam-se dois contratos: um 
real (dissimulado) e outro aparente (simulado). Os contratantes 
visam ocultar de terceiros o contrato real, que é o querido por 
eles. Por exemplo, o negócio jurídico em que as partes passam 
escritura de um bem imóvel por valor menor ao valor real para 
burlar o fisco.
ATO ILÍCITO (artigo 186): 
• Ato ilícito é todo aquele que viole o ordenamento jurídico, ou seja, 
todo aquele que viole direito e cause danos a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. A ilicitude está bem 
definida no ordenamento. Alguns critérios precisam ser 
preenchidos para que esta fique caracterizada. A ação ou omissão 
(dano), o resultado (fato), o nexo causal e a culpa precisam estar 
presentes no mesmo cenário para que fique caracterizado a 
ilicitude, e, consequentemente, se defina a responsabilidade civil.
• Excludentes de ilicitude: estado de necessidade, legitima defesa 
e exercício regular de um direito. 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (Artigo 189 a 211):
• A prescrição ocorre quando uma pessoa que teve um direito 
violado deixa transcorrer o tempo previsto na lei para ajuizar uma 
ação para fazer valer esse seu direito. A pessoa que teve um 
direito violado, adquire uma pretensão que pode ser exercida em 
juízo de uma ação judicial. EX: João não pagou o aluguel para 
José. José teve seu direito contratual de receber o aluguel violado. 
José tem o direito de ajuizar uma ação para exercer sua 
pretensão em cobrar os aluguéis atrasados. Se a pessoa não 
exercer sua pretensão no prazo exigido na lei, ocorrerá a 
prescrição e ela perderá o direito à pretensão. 
• Fases da Prescrição:
• Violação de um direito subjetivo que faz nascer a pretensão de 
exigir um comportamento economicamente apreciável;
• Inércia do titular;
• Decurso do tempo fixado em lei;
• → A prescrição supõe inércia do titular → só surge quando o 
direito puder ser exercido.
• O titular de um direito tem o poder de exercê-lo. Se o direito é 
violado, nasce a pretensão. Se a pretensão não é exigida dentro 
de certo prazo surge a prescrição;
• Impedimento e suspensão da prescrição: 
• Lei impede o início (causa impeditiva) ou impõe a paralisação do 
curso do prazo prescricional (causa suspensiva) em dadas 
circunstâncias;
• Aproveita-se o prazo anterior (até o momento da suspensão) → 
computado quando a causa suspensiva se extingue;
• Na causa suspensiva se aproveita o prazo anterior que já 
transcorreu;
• Hipóteses: arts. 197 e 198, CC.
• Art. 197, CC: artigo que pensa na solidariedade familiar, 
estabelecendo que o prazo prescricional não corre durante as 
relações disciplinadas neste artigo (casamento, poder familiar, 
tutelados e tutores);
• Art. 198, CC: não corre a prescrição contra os incapazes de trata 
o art.3º, CF (os absolutamente incapazes), contra os ausentes do 
país em serviço oficial e também não corre contra aqueles à 
serviço das Forças Armadas.
• O prazo prescricional só é contado quando não se enquadrar nas 
hipóteses dos arts. 197 e 198.
• Causas interruptivas: todas as hipóteses de interrupção da 
prescrição partem de uma situação em que o credor sai da inércia 
para fazer valer sua pretensão.
• Art. 202, CC: determina quais são as hipóteses para interrupção 
do prazo prescricional. Também determina que a interrupção fará 
com que o prazo prescricional anterior a ela seja desconsiderado.
• Na interrupção desconsidera-se o prazo anterior ao ato que o 
credor sai da inércia. Na suspensão, de forma contrária, esse 
prazo anterior é considerado.
• Ex.: o credor demora um ano para ajuizar ação contra o devedor. 
Após ajuizada, o trâmite do processo demora 10 anos. Quando o 
processo transitar em julgado é que se começará a contar o prazo 
prescricional, desconsiderando o anterior ao litígio.
• Prazos prescricionais: são estabelecidos pelo art. 206, CC.
• Ex.: o prazo prescricional para reparação civil (art. 206, CC, §3º, 
V), segundo o art. 206, CC, é de 3 anos. Dessa forma, caso 
alguém bata em meu carro, tenho 3 anos para cobrar a reparação 
dos danos.
• Ex.2: prazo prescricional para cobrança de dívida (art. 206, CC, 
§5º, I) é de 5 anos. Esse mesmo prazo vale para a cobrança dos 
honorários após a execução do serviço.
• Art. 205, CC: o prazo prescricional geral é de 10 anos, salvo 
quando a lei não estabelecer tempo menor. Para detectar se a 
pretensão faz parte desse prazo geral ou de outro, deve-se: 
consultar a legislação específica e as hipóteses do art. 206, CC. 
Caso não haja a pretensão em nenhum desses dois dispositivos o 
prazo será o estabelecido pelo art. 205, CC, de 10 anos.
• Questões relevantes sobre a prescrição:
• Art. 191, CC: a parte que aproveita a prescrição, ou seja, o 
devedor, pode renunciar a prescrição. Essa renúncia, todavia, só 
pode ser feita quando a prescrição se consumar.
• Ex.: Hernane devia R$ 1.000,00. Passado o prazo prescricional 
para cobrança de dívida (5 anos), ou seja, com a prescrição já 
consumada, ele pode renunciá-la e arcar com o pagamento.
• Art. 192, CC: as partes não podem alterar os prazos 
prescricionais;
• Art. 193, CC: a prescrição pode ser alegada a qualquer momento;
• Art. 195, CC: o relativamente incapaz e as pessoas jurídicas que 
derem causa à prescrição ou deixá-la consumar, têm possibilidade 
de ação contra seus assistentes ou representantes legais.
• Art. 196, CC: a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a 
correr contra o seu sucessor;
• Decadência:
• Decurso do prazo + inércia do titular;
• A pretensão atinge a pretensão. A diferença da decadência é que 
esta atinge um direito potestativo;
• Violado um direito, nasce a pretensão, a qual se exclui pela 
prescrição;
• Direito potestativo é um direito subjetivo que parte da vontade de 
uma das partes, pouco importando a vontade da outra. Além 
disso, a execução desse direito potestativo é facultativo de seu 
agente. A decadência é quando não se executa um direito 
potestativo no prazo estabelecido.
• Art. 178, CC: o prazo para anulação do negócio jurídico é 
decadencial de 4 anos. Dessa forma, pedir por essa anulação é 
um direito potestativo que tem 4 anos para ser realizado.
• Ex.: art. 119, CC → este artigo determina que é anulável o 
negócio jurídico realizado em conflito de interesses. O parágrafo 
deste mesmo dispositivo determina que esse direito potestativo de 
pedir pela anulação possui prazo decadencial de 180 dias.

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