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ESTUDO DE CASO TEMA: Aquisição da língua materna

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ESTUDO DE CASO ­ TEMA: Aquisição da língua materna
PROBLEMA:
Desde o início de sua escolarização, as crianças precisam compreender as variantes entre a língua falada e escrita, saber valorizar o uso de
ambas,  compreendendo  que  cada  uma  delas  assuma  uma  função  comunicativa  e,  por  isso,  se  dispõem  de mecanismos  específicos.  Por
exemplo, na fala há gestos, entonação de voz, expressões faciais, o que na escrita é diferente.
Assim, o objetivo desse estudo de caso é refletir sobre a importância do trabalho com a língua falada e a língua escrita no ensino fundamental,
na perspectiva da alfabetização e do letramento da língua materna e da segunda língua. Mesmo falando a mesma língua, nós a usamos de
diferentes formas tanto devido aos fatores regionais, culturais, contextuais, profissionais, naturais, entre outros, quanto às diversas situações
de comunicação.
Cada indivíduo tem uma maneira singular de falar e de escrever, cada região também possui marcas linguísticas próprias, cada grupo adquiri
termos característicos que marcam a comunicação. Devemos considerar da mesma forma que uma mesma pessoa usa a  língua de formas
diferentes em situações específicas. 
A  fala é mais espontânea e é acompanhada pelo  tom de voz, movimentos explicativos e maior  contato  com o  receptor. A  língua escrita é
organizada de forma mais rígida, pois não faz uso dos recursos e representações da língua falada.
Não podemos, no entanto, afirmar que a escrita é mais formal que a fala, de acordo com (Koch 1995, p.68­ 9), “há uma escrita informal que se
aproxima  da  fala  e  uma  fala  formal  que  se  aproxima  da  escrita,  dependendo  da  situação  comunicativa”.  Alguns  textos  escritos  trazem
características  de  informalidade  muito  próximas  dos  elementos  utilizados  na  língua  falada  (músicas,  poesias,  textos  usados  na  internet);
igualmente  há  textos  falados  que  são  extremamente  formais  (discursos,  debates,  preleções). De  acordo  com Marcuschi  (1993,  p.62­3),  “a
informalidade, a repetição e a fragmentação [...] não são exclusivos da fala, mas nela se evidenciam com mais ênfase”.
Frente a estas colocações analise o caso a seguir:
Em uma escola de Ensino Fundamental a professora do 5º ano recebeu um aluno de outra região que tinha um sotaque muito distinto dos
usados  pelos  seus  alunos.  Cada  vez  que  o  aluno  perguntava  algo  ou  fazia  um  comentário  em  sala  de  aula,  os  outros  alunos  riam  dele
deixando­o em uma situação vexatória. A turma toda começou a chamá­lo por apelidos e o aluno começou a se retrair e não participar mais
das atividades que exigiam a oralidade, mesmo escrevendo muito bem e produzindo bons  textos. Pouco  tempo depois de  sua entrada na
escola, o aluno começou a faltar às aulas com frequência e quando a mãe foi chamada na escola, relatou que o filho não queria mais ir para a
aula, pois estava constrangido com os colegas, sentia vergonha e não queria mais falar com ninguém.
QUESTÃO ORIENTADORA:
Como uma professora de ensino fundamental pode trabalhar em sala de aula as variações linguísticas na fala e na escrita dos alunos 
mostrando que todas as comunicações devem ser valorizadas?
*Responda no formato de resposta­texto.
Nota: 100.0
RESOLUÇÃO 1: A professora pode pedir aos alunos que pesquisem as regiões do país e as diferentes
formas  de  fala  de  cada  uma  delas.    Pode  também pedir  para  que  os  alunos  que  usam ou  conheçam
variações regionais façam demonstrações de termos que se diferem dos usados por eles. É  importante
igualmente mostrar que a região em que a escola está tem características próprias que são diferentes em
outras regiões. Mostrar que a fala é rica, pois realiza a  interpelação entre as pessoas e, portanto, deve
ser valorizada, pois toda forma de comunicação é imprescindível na formação de verdadeiros cidadãos.
RESOLUÇÃO  2:    A  atividade  é  dividida  em  duas  partes.  Na  primeira  é  pedido  aos  alunos,  em
determinado  momento  da  aula,  que  se  comuniquem  somente  por  meio  da  escrita,  não  permitindo
nenhuma  forma  de  comunicação  oral.  Eles  podem  fazer  uso  de  bilhetes,  escritas  no  quadro  de  giz,
celulares ou similares.
No segundo momento, os alunos devem conversar normalmente sobre o mesmo assunto escrito.
Após  a  atividade,  a  professora  pede  para  que  os  alunos  comparem  os  diferentes  processos  de
comunicação e façam um levantamento das principais diferenças. Vale aqui ressaltar que ao comunicar­
se  cada  indivíduo apresenta  características próprias e que  todas elas  são  válidas e que enriquecem a
cultura do povo.

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